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ESCOLA TÉCNICA NOVA BIOTEC

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM MÓDULO III

REBECA PRADO SANCHEZ MEIRELLES -Mat 3421

PENICILINA

BRAGANÇA PAULISTA
2022
Introdução
A penicilina foi descoberta, por acaso, por Alexander Fleming em
1928.

Esse pesquisador estava estudando bactérias do gênero


Staphylococcus e percebeu que sua amostra tinha sido
contaminada por algum tipo de fungo. Após analisar o bolor, ele
descobriu que se tratava do gênero Penicillium.

Além disso, soube-se que a substância produzida por esse fungo


era capaz de inibir o crescimento bacteriano. Surgia nesse
momento o mais famoso antibiótico da história.

A penicilina é o primeiro antibiótico que se tem conhecimento.

Ela foi descrita na literatura na década de 1940 e, em meados de


1942, foi relatada a primeira experiência no tratamento de um
paciente com esse antibiótico.

Em 1943, duzentos pacientes já tinham sido tratados e, a partir


disso, o mundo passou a conhecer esse importante produto.

A estrutura básica das penicilinas é composta por um anel


tiazolidínico ligado ao anel β-lactâmico e por uma cadeia lateral.
Modificações na cadeia lateral são responsáveis por diferenças
no espectro de ação entre as penicilinas.

As primeiras penicilinas usadas na prática médica, que foram


isoladas a partir do fungo do gênero Penicillium , são
denominadas penicilinas naturais: penicilina G Cristalina ,
penicilina G procaína e penicilina G benzatina.

Essas penicilinas são também denominadas de benzilpenicilinas.


Também pertence a este grupo a penicilina V que, por ser
resistente à ação do ácido gástrico, é usada por via oral.

As demais são inativadas pela secreção gástrica e, portanto, são


de uso parenteral. Pelo processo de fermentação do fungo
Penicillium é possível produzir formas diferentes de penicilinas: F,
G, K, O, X e V. Na prática clínica só são usadas a penicilinas G e
V.

A partir da estrutura básica das penicilinas naturais, novos


antibióticos foram sintetizados que constituem as penicilinas
semissintéticas ou sintéticas.

Essa evolução surgiu da necessidade de antibióticos que fossem


resistentes às beta-lactamases bacterianas, enzimas que clivam
o anel β-lactâmico, e da necessidade da ampliação do espectro
de ação para bactéria Gram-negativas.

Utilização da penicilina

A penicilina inibe uma enzima chamada de transpeptidase, que


atua na formação do peptidoglicano (importante componente da
parede celular bacteriana). Essa inibição faz com que a penicilina
provoque uma rápida lise (destruição da célula) e,
consequentemente, morte das bactérias.

A penicilina, logo após seu surgimento, foi extremamente


importante no tratamento de doenças infecciosas desencadeadas
por ferimentos. Ela foi utilizada, por exemplo, para tratar soldados
feridos na Segunda Guerra Mundial.

A penicilina pode ser utilizada no tratamento de vários problemas


de saúde, tais como:

*Infecções por Streptococcus pyogenes e


Streptococcus pneumoniae;

*Sífilis;

*Gangrena gasosa;

*Meningite bacteriana;

*Endocardites bacterianas;

*Amigdalites;
*Faringites;

*Epiglotites;

*Otites;

*Sinusites.

*Vale destacar ainda que a penicilina pode ser usada


na profilaxia (prevenção) da febre reumática e da
endocardite, por exemplo.

Mecanismo de ação.

Como os demais antibióticos beta-lactâmicos, as penicilinas


possuem ação bactericida.

Elas atuam por inibição da síntese da parede celular bacteriana


através do bloqueio da síntese da camada de peptidoglicano da
parede celular.

Ao inibir a síntese da parede celular, as penicilinas levam a


bactéria a lise osmótica e morte.

Mecanismos de resistência.

Enzimas que degradam antibióticos inativam esses


antimicrobianos pela catálise hidrolítica das moléculas dessas
drogas.

As principais enzimas que degradam antibióticos são


denominadas beta-lactamases, e como o próprio nome diz,
atuam catalisando a hidrólise do anel beta-lactâmico, levando à
perda da ação do antimicrobiano sobre a bactéria.

Esta produção enzimática, principalmente por bactérias Gram-


negativas e S. aureus, as torna capazes de hidrolisar o antibiótico
antes mesmo de atingirem seu sítio de ação.
As penicilinases são produzidas por uma variedade de bactérias
como S. aureus (cocos gram-positivos), H. influenzae (coco-
bacilo gram-negativo) e bacilos gram-negativos em geral.

Essas beta-lactamases tem atividade restrita de degradação,


geralmente, a penicilinas lábeis tais como as penicilina G e a
amoxicilina.

Existem penicilinas estáveis, por exemplo a oxacilina, que não


sofre a ação das penicilinases, ou seja, não são degradadas. Por
isto a oxacilina é a droga de escolha na suspeita de infecções
causadas por S. aureus originadas na comunidade.

Efeitos colaterais da penicilina:

A penicilina, assim como qualquer medicamento, pode causar


efeitos colaterais.

Entre as reações mais conhecidas, podemos citar:

* reações urticantes,

*choque anafilático,

*vermelhidão na pele,

* febre,

*nefrite intersticial alérgica,

*anemia hemolítica,

*trombocitopenia,

*convulsões e

*abalos musculares.

Nas infecções de pele e tecido subcutâneo, sempre que houver


suspeita do envolvimento de S. aureus recomenda-se não usar
penicilinas naturais isoladamente já que grande parte das cepas
de estafilococos são resistentes a esse antibiótico. Nesses casos
recomenda-se o uso de penicilina semissintética resistente à
penicilinase (oxacilina) ou cefalosporina de primeira geração
(cefalotina ou cefalexina). Nos casos de infeções polimicrobianas
é necessária a associação de diferentes antibióticos.

ATENÇÃO O tratamento empírico da meningite, ou seja, antes de


haver a identificação do agente etiológico e um teste de
sensibilidade, não deve ser realizado com a penicilina G.

Nesta situação recomenda-se, na meningite comunitária do


adulto, o uso de cefalosporina de 3ª geração (Ceftriaxona).

A penicilina somente seria recomendada nos casos com


identificação da Neisseria meningitidis e Streptococcus
pneumoniae em cultura e teste de sensibilidade evidenciando
susceptibilidade da bactéria ao antibiótico.

Tipos de penicilina.

As penicilinas são usadas para tratar infecções causadas por bactérias


Gram-positivas (como infecções estreptocócicas) e algumas bactérias
Gram-negativas (como infecções meningocócicas).
As penicilinas incluem:

• Amoxicilina

• Ampicilina

• Carbenicilina

• Dicloxacilina

• Nafcilina

• Oxacilina

• Penicilina G

• Penicilina V

• Piperacilina
• Ticarcilina

A maioria das bactérias possui uma capa externa (parede celular) que
as protege.

Assim como os outros antibióticos betalactâmicos, a penicilina age


impedindo que as bactérias formem essa parede celular, o que resulta
em morte das bactérias.

Algumas bactérias produzem enzimas que podem inativar os


antibióticos betalactâmicos.

Para infecções causadas por essas bactérias, as penicilinas são


administradas em combinação com um medicamento que possa inibir
essas enzimas, como o clavulanato ou sulbactam.

As combinações comuns incluem as seguintes:

• Ampicilina/sulbactam

• Amoxicilina/clavulanato

• Piperacilina/tazobactam

• Ticarcilina mais clavulanato

Algumas penicilinas podem ser administradas por via oral (por


exemplo, amoxicilina e penicilina V) ou por injeção (por exemplo,
piperacilina).

Todas as 3 penicilinas G (Cristalina, procaína e benzatina) são denominadas


benzilpenicilinas, e não apenas a benzatina

Outras (como ampicilina) podem ser administradas qualquer uma das


duas formas.

Os alimentos não interferem na absorção da amoxicilina, mas a


penicilina G deve ser tomada uma hora antes ou duas horas após uma
refeição. A amoxicilina tende a ser usada com mais frequência que a
ampicilina (quando tomada por via oral), pois a amoxicilina é mais
bem absorvida na corrente sanguínea, apresenta menos efeitos
colaterais gastrointestinais e pode ser administrada menos
frequentemente.

Uso da penicilina durante a gravidez.

As penicilinas estão entre os antibióticos mais seguros de se usar


durante a gravidez.
No entanto, elas são usadas somente quando os benefícios de o
tratamento superarem os riscos.
Não causando damos ao feto e a mãe,

Alimentos e penicilina.

Amoxicilina: alimentos apenas atrasam sua absorção.

Penicilina: alimentos reduzem sua absorção. Tome 1h antes ou 2h


após as refeições.

Penicilina e consumo de álcool.


Não existe nenhuma interação entre antibióticos da classe das penicilinas
com bebidas de álcool.

Não é indicado para não sobrecarregar rins e fígado, porem o consumo de


álcool não neutraliza ou reduz o efeito do antibiótico no organismo.

Diferente dos alimentos que a penicilina administrada por via oral, seu
efeito e atrasado.

E nem todas penicilinas podem ser administradas por via oral, sendo
destruída pelo ácido estomacal.

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