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Drogas Betalactâmicas
Discente: Daniel Lucas Dias Franco

Penicilinas
Obtidas originalmente do Penicilium notatum (1941), mas atualmente por um
mutante Penicilium chrysogenum cujo núcleo central é o ácido 6-aminopenicilânico.
Os membros dessa família diferem entre si no substituinte R ligado ao ácido 6-
aminopenicilânico. A natureza dessa cadeia lateral
afeta o espectro antimicrobiano, a estabilidade no suco gástrico, a
hipersensibilidade cruzada e a suscetibilidade às enzimas bacterianas de
degradação (b-lactamases).

Mecanismo de ação das penicilinas


Inibição da transpeptidase, enzima responsável pela formação das ligações
cruzadas entre os filamentos de peptidioglicano (3° estágio da síntese da
parede celular bacteriana). Resultando em exposição da membrana
osmoticamente menos estável. Dessa forma, pode ocorrer lise celular, seja pela
pressão osmótica, seja pela ativação de autolisinas.

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🗣 Mecanismos

1. Inativam as Proteínas Ligadoras de Penicilina (PLPs)

2. Inibem a transpeptidase

3. Produção de autolisinas

Características das drogas betalactâmicas


São hidrofílicos

Pobre absorção oral

Difícil penetração no SNC

Depuração Renal na forma ativa da maioria dos representantes

Associação com inibidores de betalactamases

Probenecid bloqueia a secreção tubular de penicilinas e cefalosporinas


impedindo sua rápida excreção

1g V.O. uma hora antes do antibiótico

Farmacocinética das Penicilinas


Via oral

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Apresentam graus variáveis de absorção

Via parenteral

I.M. e I.V.

Via tópica

🚨 Distribuição

Massa muscular

Pulmões

Fígado

Rins

Ossos

Fluídos intersticial, pleural, peritonial e pericárdico

Atravessam a placenta mas não a BHE, a menos que estejam


inflamadas. Eliminação é rápida e principalmente renal, por
secreção tubular.

Classificação das Penicilinas


1ª geração
Penicilina G (Cristalina)

Formada pela reação do ácido fenilacético com o ácido penicilânico

Vias: oral, I.M. e I.V.

Usos clínicos: infecções médias ou grave em prematuros e recém-nascidos.

Penicilina G Procaína

Sal cristalino lentamente absorvido por via I.M.

Usos clínicos:

Infecções de média e pequena gravidade (pneumonia, amigdalite, erisipela)

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Terapêutica de doenças graves no período de manutenção do tratamento
(difteria, tétano, leptospirose)

Na gonorréia em associação com a probenecida 1h antes da dose

Penicilina G Benzatina

Sal insolúvel obtido de uma base de amônia com penicilina G

Produz níveis sanguíneos muito baixos mas persistem até 3-4 semanas

Droga de escolha nas infecções por Treponema pallidum (sífilis), Streptococcus


pyogenes (profilaxia da febre reumática)

Penicilina V - Biossintética

É um derivado do grupo das fenoxipenicilinas também chamada de penicilina


biossintética

Não sofre inativação pelo suco gástrico sendo administrada por via oral

Apesentação oral e suspensão

É eliminada rapidamente pelos rins por secreção tubular

Penicilina Antiestafilocócicas

Drogas semi-sintéticas obtidas com a finalidade de combater o estafilococos


aureus produtor de penicilinases

Isoxazolil-penicilinas

Oxacilina → via oral, I.M. e I.V. - Sofre ação do suco gástrico

Cloxacilina → não sofre ação do suco gástrico

Tratamento das infecções mistas por estreptococos beta hemolítico (A), por
pneumococos ou estafilococos produtores de penicilinases

2ª geração
Penicilina de amplo espectro (simi-sintéticas)

Ampicilina

Uso oral (não sofre ação do S.G.), I.V. I.M.

Ativa contra G+ e algumas G- (E. colo, H. influenzae, Proteus, Salmonella e


Shigella)

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Associada com o cloranfenicol para tratar meningite causada por H.
influenzae

Associada a um aminoglicosidio para o tratamento da endocardite


enterocócica ou para sua profilaxia em pacientes de alto risco

Amoxicilina

Uso apenas oral, não sofre interferência dos alimentos

Espectro de ação similar a ampicilina mas com menor atividade sobre a


Shigella

3ª e 4ª geração
São drogas ativas contra germes problemas como Proteus indol-positivo,
Escherichia colo e Pseudomonas, além de anaeróbicos

💊 Fármacos

Carbenicilina

Aciloaminopenicilinas

Sulfabenzilpenicilinas

Ureidopenicilinas

Amidinopenicilinas

Todos de via parenteral (I.M. e I.V.)

Eliminação rápida e usados em associação com outras drogas para evitar a


resistência bacteriana

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⚠ Resistência

1. Atividade betalactamases : Enzimas que hidrolisam a ligação amida


cíclica do anel betalactâmico, resultando na perda da atividade
bactericida.

2. Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano

3. PLPs alteradas: Diminuição da afinidade ao antimicrobiano

🚨 Reações adversas

Hipersensibilidade

Diarreia

Nefrite

Neurotoxicidade

Toxicidade hematológica

Cefalosporinas
Drogas beta-lactâmicas obtidas originalmente de espécies de Streptomyces
(Cephalosporium acremonium) e Microspora, na Sardenha-Itália (1945). O núleo
central é o ácido 7-aminocefalosporânico de ação das penicilinas.

Classificada por gerações de acordo com a atividade antimicrobiana

A cada nova geração AUMENTA a atividade contra G- e diminui


a atividade contra G+ e a capacidade de atravessar a BHE.

Vias: V.O., E.V., e I.M.

Excreção: renal e bile

Distribuição: BHE, placenta e Humor aquoso

Mecanismo de ação: igual das penicilinas

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Mecanismo de resistência: Incapacidade de atingir o sítio alvo, alterações na
PBPs e produção de betalactamases

Classificação das Cefalosporinas


1ª geração
Bactérias G+ e relativamente em G-

Ausente contra Pseudomonas aeruginosa e outras Psedomonas, diversos


bacilos G- entéricos (Enterobacter sp. Serratia sp.)

Principais indicações:

Infecção por S. aureus metilino sensíveis, Estreptococos sensíveis e alguns


bacilos G- sensíveis (E. coli, Klebsiella sp. e Proteus mirabilis)

💊 Fármacos

Cefalotina (Keflin)

Cefazolina (Kefazol)

Cefalexina (Keflex)

Cefadroxil (Cefamax)

2ª geração
Melhor ação contra G- (E. coli, Klebsiella sp. e Proteus mirabilis)

Cefoxitina é mais ativa contra alguns agentes anaeróbios, em especial B. fragilis

Cefuroxima é eficaz para tratamento da meningite por H. influenza, N.


meningitidis e S. pnemoniae

Não são tão ativos quanto agentes de 1ª geração contra microrganismos G+

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💊 Fármacos

Cefatoxitina (Mefoxin)

Cefuroxima (Zinacef e Zinnat)

Cefamandol

Cefaclor (Ceclor)

Cefprozil (Cefzil)

3ª geração
Maior espectro de ação contra bactérias G- e menor eficácia contra G+

Meia-vida maior e difusão pela BHE (Concentrações terapêuticas)

Uso parenteral em infecções hospitalares

💊 Fármacos

Cefpodoxima (Proxetil)

Cefotaxima (Claforan)

Ceftizoxima

Ceftriaxona (Rocefin)

Ceftazidima (Fortaz)

Cefoperazona (Cefobid)

Cefixima (Plenax)

4ª geração
Ativas contra muitas Enterobacteriaceae resistentes a outras cefalosporinas de
3ª geração

Boa penetração no líquido cefalorraquidiano

Maior estabilidade em relação à hidrólise pelas cefalosporinases mediada por


plasmídeos ou cromossomos

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Uso parenteral no tratamento de infecções hospitalares

💊 Fármacos

Cefapima (Maxcef)

Cefpiroma (Cefron)

🚨 Reações adversas

Hipersensibilidade

Diarreia

Nefrite

Neurotoxicidade

Toxicidade hematológica

⚠ Resistência

1. Atividade betalactamases : Enzimas que hidrolisam a ligação amida


cíclica do anel betalactâmico, resultando na perda da atividade
bactericida.

2. Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano

3. PLPs alteradas: Diminuição da afinidade ao antimicrobiano

Penicilinas Inibidoras das Betalactamases


Ácido Clavulânico

Atua como inibidor suicida formando um termediário de acilenzima que inibe


as betalactamases bacterianas

Ác. clavulânico + Amoxicilina = Clavulanato de potássio

Efeitos colaterais: distúrbios no TGI

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Outras associações
Sulbactam + Ampicilina ou Amoxicilina

Imipenem + Cilastatina (Injetável)

🗓 Imipenem

Beta-lactâmico de maior espectro de ação contra G+ e G-

📎 Cilastatina

Inibidor da enzima desidropeptidade1 que degrada o imipenem nos


túbulos renais diminuindo os níveis urinários.

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