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TEORIA DO CRIME
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU / FACULDADE UNINASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA
CONQUISTA
TEORIA DO CRIME
2022
Ocorrem as concausas quando duas situações coincidem para haver um
resultado, ou seja, as causas se conjugam para produzir o evento final, sendo
assim se forem consideradas isoladamente não seriam capazes de ocasionar o
resultado. Há duas espécies de concausas: as absolutamente independentes e
as relativamente independentes. Ambas se subdividem em preexistentes,
concomitantes e supervenientes.
Exemplo: Com intenção de matar, o agente ‘A’ desfere facadas no agente ‘B’
(portador de hemofilia), que vem a falecer em consequência dos ferimentos
aliados ao seu estado de saúde. A conduta do agente, aliada à causa
preexistente, contribuiu para o resultado, observando que há nexo causal.
Responderá por homicídio consumado.
Exemplo: ‘A’ desfere facadas em ‘B’ no exato instante em que este está sofrendo
um ataque cardíaco. Prova-se que os ferimentos causados por ‘A’ contribuíram
para a morte. A conduta do agente, aliada à causa concomitante, contribuiu para
o resultado, observando que existe nexo de causalidade. O agente responderá
por homicídio consumado.
Exemplo: com intenção de matar, ‘A’ golpeia ‘B’ com uma faca, ferindo-o na
região abdominal. Um terceiro impede que ‘A’ prossiga na execução. ‘B’ é levado
a um hospital e vem a falecer por contrair broncopneumonia durante o
tratamento, em virtude de seu precário estado de saúde (em razão dos
ferimentos produzidos pela conduta do agente). Nesse caso, o resultado morte
será imputado ao agente.
Ex: “A” desfere golpe de faca contra “B” no exato momento em que este vem a
falecer exclusivamente por força da queda de um lustre sobre a cabeça dele.
Nos exemplos acima citados a causa da morte não tem relação alguma com a
conduta do agente. Diante disso, ele não responde pelo resultado morte, mas
sim pelos atos praticados antes de sua produção. Isso porque ocorreu quebra
de nexo causalidade. Assim, se a vontade era matar, o agente responderia por
homicídio tentado.
Aqui não há, em regra uma quebra do nexo de causualidade, mas uma soma
entre as causas, que ao final direcionam ao resultado danoso.
Ex: a agente “A”, com a intenção de matar, desfere um golpe de faca na vítima,
que é hemofílica e vem a morrer em face da conduta, somada a contribuição de
seu estado fisiológico especial. No caso, de modo que apenas o golpe
isoladamente não seria suficiente para produzir o resultado danoso, de maneira
que a hemofilia atuou de forma independente, produzindo por si só o resultado.
Assim, se, por exemplo, o agente não sabia do estado de saúde da vítima ou
não lhe era previsível, não será possível lhe atribuir o resultado morte, devendo
responder pelo homicídio tentado pois agiu com a intenção de matar.
Ex: considera-se o ataque à vítima, por meio de disparo de arma de fogo, que,
no exato momento da agressão, sofre ataque cardíaco, vindo a falecer,
apurando-se que a soma desses fatores (causas) produziu a morte, já que a
agressão e o ataque cardíaco considerado isoladamente, não teriam o condão
de produzir o resultado morte.
Ex: o agente desfere um golpe de faca contra a vítima, com a intenção de matá-
la. Ferida, a vítima é levada ao hospital e sofre um acidente no trajeto, vindo, por
esse motivo, a falecer. A causa é independente, porque a morte foi provocada
pelo acidente e não pela facada, mas essa independência é relativa, já que, se
não fosse o ataque, a vítima não estaria na ambulância acidentada nem morreria.
Tendo atuado posteriormente à conduta, denomina-se causa superveniente.
Assim, o agente não responde pelo resultado ocorrido, mas somente pelos atos
anteriores, que, no caso, foi homicídio na modalidade tentada.0
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS