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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU / FACULDADE UNINASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA


CONQUISTA

LIVIA ALVES AMARAL SOUZA

TEORIA DO CRIME

VITORIA DA CONQUISTA -BA

2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU / FACULDADE UNINASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO UNIDADE DE ENSINO: VITÓRIA DA
CONQUISTA

LIVIA ALVES AMARAL SOUZA

TEORIA DO CRIME

Trabalho apresentado ao curso de Direito -


Centro Universitário UniNASSAU, Unidade
Vitória da Conquista, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Direito
Orientador(a): Prof. Joao Xavier

VITORIA DA CONQUISTA -BA

2022
Ocorrem as concausas quando duas situações coincidem para haver um
resultado, ou seja, as causas se conjugam para produzir o evento final, sendo
assim se forem consideradas isoladamente não seriam capazes de ocasionar o
resultado. Há duas espécies de concausas: as absolutamente independentes e
as relativamente independentes. Ambas se subdividem em preexistentes,
concomitantes e supervenientes.

Concausas preexistentes, são duas causas interligadas uma preexistente e outra


decorrente da conduta do a agente que venham a produzir o resultado.

Exemplo: Com intenção de matar, o agente ‘A’ desfere facadas no agente ‘B’
(portador de hemofilia), que vem a falecer em consequência dos ferimentos
aliados ao seu estado de saúde. A conduta do agente, aliada à causa
preexistente, contribuiu para o resultado, observando que há nexo causal.
Responderá por homicídio consumado.

Concausas concomitantes, são Duas causas interligadas uma concomitante e


outra que decorre da conduta do agente que produzem o resultado.

Exemplo: ‘A’ desfere facadas em ‘B’ no exato instante em que este está sofrendo
um ataque cardíaco. Prova-se que os ferimentos causados por ‘A’ contribuíram
para a morte. A conduta do agente, aliada à causa concomitante, contribuiu para
o resultado, observando que existe nexo de causalidade. O agente responderá
por homicídio consumado.

Concausas supervenientes, são Duas causas entreligadas, a superveniente e a


conduta do agente que juntas produzem o resultado.

Exemplo: com intenção de matar, ‘A’ golpeia ‘B’ com uma faca, ferindo-o na
região abdominal. Um terceiro impede que ‘A’ prossiga na execução. ‘B’ é levado
a um hospital e vem a falecer por contrair broncopneumonia durante o
tratamento, em virtude de seu precário estado de saúde (em razão dos
ferimentos produzidos pela conduta do agente). Nesse caso, o resultado morte
será imputado ao agente.

As causas absolutamente independentes, traz que a conduta do agente não


possui relação alguma com o resultado final, causado por outra situação,
podendo essa ter sido preexistente, concomitante ou superveniente. Em nenhum
desses casos o agente deverá responder pelo resultado.

Como são causas independentes geram por si só o resultado, não se situando


dentro da linha de desdobramento causal da conduta. Por serem, porém, apenas
relativamente independentes, encontram sua origem na conduta exclusiva
executada pelo agente. Aqui não há, de regra, o rompimento do nexo de
causalidade, mas uma soma entre as causas, que, ao termino conduzem ao
resultado danoso.

Causas absolutamente independentes concomitantes: são as causas que não


têm relação alguma com a conduta e produzem o resultado independentemente
desta, no entanto, por coincidência, atuam diretamente no momento em que a
ação é realizada.

Ex: “A” desfere golpe de faca contra “B” no exato momento em que este vem a
falecer exclusivamente por força da queda de um lustre sobre a cabeça dele.

No caso em questão a conduta do agente de administrar o veneno, mas o que


gerou o resultado final, foi o lustre que caiu na cabeça da vítima.

No caso em questão a conduta do agente de desferir os golpes de faca, mas o


que gerou o resultado final, foi o lustre que caiu na cabeça da vítima.

Causas absolutamente independentes Supervenientes: são causas que atuam


na conduta, ou seja, que surgem depois do ato desenvolvido por o agente.

Ex: “A” ministra veneno na alimentação de “B”. Antes de o veneno produzir


efeitos, mas minutos depois de ser ministrado, cai um lustre na cabeça da vítima,
matando-a.No caso em questão a conduta do agente de administrar o veneno,
mas o que gerou o resultado final, foi o lustre que caiu na cabeça da vítima.

Causas absolutamente independentes Preexistentes: trata-se de causas que


existiam antes do comportamento do agente e produzem a conduta
independentemente da sua atuação, ou seja, com ou sem a ação do agente o
resultado aconteceria do mesmo modo.
Ex: o agente desfere um disparo de arma de fogo contra a vítima, que, no
entanto, vem a falecer pouco depois, não em consequência dos ferimentos
recebidos, mas porque antes ingerira veneno com a intenção de se suicidar.

No caso em questão a conduta do agente de desferir o disparo, mas o que gerou


o resultado final, foi o veneno ingerido.

Nos exemplos acima citados a causa da morte não tem relação alguma com a
conduta do agente. Diante disso, ele não responde pelo resultado morte, mas
sim pelos atos praticados antes de sua produção. Isso porque ocorreu quebra
de nexo causalidade. Assim, se a vontade era matar, o agente responderia por
homicídio tentado.

As Consequências das causas absolutamente independentes, quando a causa


é absolutamente independente da conduta do sujeito, o problema é solucionado
pelo art. 13, caput, do CP: há a exclusão da causalidade decorrente da conduta,
ou seja, o agente responderá apenas por o que deu causa.

Causas relativamente independentes, são aquelas que tiveram origem na


conduta do agente, ou seja, ocorreram apenas porque o agente desenvolveu
uma ação. Como são causas independentes produzem por si só o resultado, não
se situando dentro da linha de desdobramento causal da conduta. Por serem, no
entanto, apenas relativamente independentes, encontram sua origem na própria
conduta praticada pelo agente.

Aqui não há, em regra uma quebra do nexo de causualidade, mas uma soma
entre as causas, que ao final direcionam ao resultado danoso.

Espécies de causas relativamente independentes

Causas relativamente independentes preexistentes consiste que a causa que


efetivamente gerou o desfecho danoso ao tempo da conduta do agente, que
concorreu para a sua produção.

Ex: a agente “A”, com a intenção de matar, desfere um golpe de faca na vítima,
que é hemofílica e vem a morrer em face da conduta, somada a contribuição de
seu estado fisiológico especial. No caso, de modo que apenas o golpe
isoladamente não seria suficiente para produzir o resultado danoso, de maneira
que a hemofilia atuou de forma independente, produzindo por si só o resultado.

No caso em questão, como há uma soma de causas e não quebra do nexo


causal, o agente responde pelo resultado que pretendia. No caso, homicídio
consumado, a menos que não tenha concorrido para ele com dolo ou culpa.

Isso, porque, segundo doutrina majoritária, a imputação do resultado ao agente


exige que ele tenha conhecimento do estado de saúde da vítima (que denota
dolo), ou, pelo menos, que lhe fosse previsível (indicativo de culpa).

Assim, se, por exemplo, o agente não sabia do estado de saúde da vítima ou
não lhe era previsível, não será possível lhe atribuir o resultado morte, devendo
responder pelo homicídio tentado pois agiu com a intenção de matar.

Causas relativamente independentes concomitantes: a causa que efetivamente


produziu o resultado surge no exato momento da conduta do agente:

Ex: considera-se o ataque à vítima, por meio de disparo de arma de fogo, que,
no exato momento da agressão, sofre ataque cardíaco, vindo a falecer,
apurando-se que a soma desses fatores (causas) produziu a morte, já que a
agressão e o ataque cardíaco considerado isoladamente, não teriam o condão
de produzir o resultado morte.

Nesse caso, há a conduta do agente (disparo de arma de fogo), mas o que


desencadeou efetivamente o resultado morte foi outra causa (ataque cardíaco).
Essa outra causa é independente da conduta do agente (porque por si só
produziu o resultado). É relativamente independente (porque teve origem na
conduta do agente, pois, se não tivesse disparado com arma de fogo, essa outra
causa não seria desencadeada e o resultado não ocorreria). É concomitante
porque essa outra causa (ataque cardíaco) já existia ao tempo da ação do
agente.
Dessa forma, como há uma soma de causas e não quebra do nexo causal, o
agente responde pelo resultado pretendido. No caso homicídio consumado, a
menos que não tenha concorrido para ele com dolo ou culpa.

Causas relativamente independentes supervenientes: a causa que efetivamente


produziu o resultado ocorre depois da conduta praticada pelo agente.

Ex: o agente desfere um golpe de faca contra a vítima, com a intenção de matá-
la. Ferida, a vítima é levada ao hospital e sofre um acidente no trajeto, vindo, por
esse motivo, a falecer. A causa é independente, porque a morte foi provocada
pelo acidente e não pela facada, mas essa independência é relativa, já que, se
não fosse o ataque, a vítima não estaria na ambulância acidentada nem morreria.
Tendo atuado posteriormente à conduta, denomina-se causa superveniente.

Assim, o agente não responde pelo resultado ocorrido, mas somente pelos atos
anteriores, que, no caso, foi homicídio na modalidade tentada.0
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Relação de causalidade. Disponível em: https://criminalistabh.com.br/relacao-


de-causalidade/Acesso em: 18 nov. 2022.

LIMA,Paolo: Concausas Relativamente Independentes: Saiba tudo


sobre o assunto! cers, 2021. Disponível em:
https://noticias.cers.com.br/noticia/concausas-relativamente-independentes/.
Acesso em: 18 nov. 2022.

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