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https://novaescola.org.br/conteudo/21267/educador-nota-10-atividades-de-
investigacao-e-exploracao-favorecem-o-engajamento-o-pensamento-
cientifico-e-a-aprendizagem-significativa
Publicado em NOVA ESCOLA 09 de Junho | 2022
Valorização docente
Aprender a aprender
A presença de aves quero-quero despertou uma série de investigações de
crianças pequenas em Santa Catarina. Foto: Divulgação/Trupe
Localizado em uma área de proteção ambiental, o Núcleo de Educação Infantil
Taquaras, em Balneário Camboriú (SC), costumava receber visitas constantes
das aves quero-quero. Esse fato chamou a atenção e despertou uma série de
dúvidas nos estudantes de quatro e cinco anos da professora Jaqueline Weiler.
Ela viu então a oportunidade de proporcionar uma experiência investigativa aos
seus alunos. “Entendi que aquilo não era só uma curiosidade passageira, mas
que ela poderia ser respondida. Eu vi ali uma potencialidade e comecei a
explorar mais o levantamento de hipóteses”, conta.
Dessa forma, a professora percebeu que poderia se inspirar nas etapas de uma
pesquisa científica para dar seguimento ao projeto. A princípio, todas as
hipóteses dos alunos sobre por que um quero-quero era maior do que outro e
do que eles se alimentavam, entre outras questões, foram registradas em uma
planilha
Na época, como os alunos estavam frequentando a escola em esquema de
rodízio, a professora trabalhava com uma parte da turma presencialmente e,
para a outra, ela enviava um vídeo com instruções para as atividades.
Uma das propostas foi o registro do comportamento dos quero-queros em
determinadas horas do dia. A documentação foi feita em uma planilha, mas
cada aluno podia registrar as informações da forma como quisesse, com
números, palitinhos ou desenhos. Ao longo desses registros, surgiam novas
hipóteses sobre os pássaros. “A ideia era que os alunos fossem os protagonistas
desse processo de exploração”, salienta a educadora.
Para verificar com a turma se as hipóteses correspondiam ou não à realidade, a
professora levou livros sobre o tema e organizou conversas com um biólogo e
um estudante de Medicina Veterinária. Isso foi fundamental para mostrar às
crianças que há formas de realizar pesquisa para além dos artigos da internet.
Segundo Jaqueline, o projeto fez com que as crianças aprendessem a aprender.
“Elas têm conhecimentos e informações de sobra, mas é [preciso] aprender a
aprender, como diz o título do projeto. Não só [conseguir] a informação pronta,
mas aprender a fazer pesquisa, estudar e buscar informação.”
Jaqueline Weiler
Etapa: Educação Infantil (quatro e cinco anos)
Projeto: A pesquisa como prática educativa: aprendendo a aprender com os
quero-queros
Escola: Núcleo de Educação Infantil Taquaras, em Balneário Camboriú (SC)
Por que o projeto é inovador?
Protagonismo dos alunos. Em todos os momentos do projeto, as crianças
foram incentivadas a refletir, questionar e buscar respostas de forma
autônoma. A professora atuou como mediadora, estimulando a discussão e
trazendo materiais para enriquecer a investigação.
Escuta ativa. Foi fundamental a educadora ter uma escuta ativa não só ao
longo do projeto, mas desde o início, ao perceber os questionamentos dos
estudantes como uma oportunidade de exploração. “Os projetos nascem da
escuta do educador”, diz Jaqueline.
Aprendizagem com significado. A pesquisa sobre os quero-queros levou as
crianças a se mobilizarem quando encontraram um ninho próximo a um campo
de futebol. Com a ajuda da professora, elas organizaram avisos e sinalizações
para garantir a segurança da ninhada. Esse engajamento comprova a
importância de uma aprendizagem conectada com o contexto do aluno.
Aprender brincando