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ATIVIDADE COGNITIVA
2.0s dois termos da relação não podem ser separados dela sem
deixar de ser sujeito e objecto. O sujeito só é sujeito em relação a
um objecto e o objecto só é objecto em relação a um sujeito. Cada
um deles apenas é o que é pela sua relação com o outro. Estão
ligados um ao outro por uma estreita relação; condicionam-se
reciprocamente. A sua relação é uma correlação.
queintroduzidas
introduzidas na esfera do sujeito, não são, contudo,
deslocada
deslocadas. Apreender o objecto não significa fazê-lo entrar no
sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do objecto
numa construção que terá um conteúdo idêntico ao do objecto. Esta
construção operada no conhecimento é «a imagem» do objecto. O
objecto não é modificado pelo sujeito, mas sim o sujeito pelo
objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transforma pelo acto de
conhecimento. No objecto nada de novo é criado; mas no sujeito
nasce a consciência do objecto, com o seu conteúdo, a imagem do
objecto.
Nicolai Hartmann (1945), Les Principes d'une Métaphysique de la Connaissance, vol. 1, Paris,
Aubier-Montaigne, pp. 87-88.
CONHECIMENTO
MODIFICAÇÃO
Tipos de conhecimento
Que géneros de conhecimento há? Comparemos estas afirmações:
A. João conhece as sonatas de Beethoven.
B. João sabe tocar ao piano as sonatas de Beethoven.
C. João sabe que Beethoven comps sonatas.
Cada uma destas três afirmações diz-nos que um sujeito (aquele que
conhece), João, tem um determinado conhecimento de um objecto
(aquilo que é conhecido), as sonatas de Beethoven. Estas afimações,
ainda que semelhantes neste aspecto, atribuem a João géneros de
conhecimento muito diferentes.
ainda que semelhantes neste aspecto, atribuem a João géneros de
conhecimento muito diferentes.
A. POR CONTACTO
A afirmação A significa que João já manteve algum tipo de contacto
com as sonatas de Beethoven. Por exemplo, que já esteve em contacto
auditivo com esses objectos musicais. Podemos dizer, por isso, que uma
afirmação como a A atribui um conhecimento por contacto a um sujeito, o
João. A este tipo de conhecimento imediato e directo de objectos
exteriores, chamamos conhecimento por contacto e usamos o verbo
C.SABER QUE
Por fim, a afirmação C também usa o verbo saber para designar um tipo
de conhecimento muito diferente do saber-fazer, atribui ao sujeito um
certo conhecimento proposicional acerca de Beethoven. O que a
afirmação C diz é que o João sabe que a proposição - Beethoven
compôs sonatas. é verdadeira. Aquilo que o Joãão conhece é uma
proposição. Neste caso, o objecto de conhecimento é uma proposição.
Osfilósofos chamama este tipo de conhecimento, conhecimento
proposicional ou saber-que. Dos três tipos descritos, o conhecimento
proposicional foi o mais estudado pelos filósofos.
TIPOS DE CONHECIMENTO
CONHECIMENTO PROPOSICIONAL
Conhecimento proposicional
Quando perguntam- O que é o conhecimento?, os flósofos geralmente
estão interessados em esclarecer apenas o conhecimento proposicional.
A perspetiva que vamos examinar agora, apresentada por Platão no
diálogo Teeteto, pode ser vista como uma definição ou uma análise
deste género de conhecimento. Note-se que, no Teeteto, Platão não
defende esta definição. Ela é introduzida e discutida neste diálogo, mas
acaba por ser colocada perante objeções que ficam por superar. Porém,
dado que foi Platão quem apresentou pela primeira vez a definição
tradicional de conhecimento, não deixa de ser apropriado designá-la por
platónica. E também conhecida por "teoria tripartida do conhecimento".
O objetivo da análise tradicional é o de indicar as condições em que um
qualquer sujeito, que podemos designar pela letra S, tem conhecimento,
que podemos designar pela letra p. Portanto, em que condições S sabe
que p. Assim, uma forma mais precisa de formular o problema O que é
o conhecimento? - é a seguinte:
cONHECIMENTO PROPOSICIONAL
CRENÇA
VERDADEIRA FALSA
(3) S tem uma justificação para acreditar que p.
Por exemplo, se uma pessoa sabe que Saturno é uma estrela, então tem
a crença verdadeira justificada de que Saturno é uma estrela, e se tem
essa crença verdadeira justificada, então sabe tal coisa.
CONHECIMENTO PROPosICIONAL
CRENÇA
VERDADEIRA FALSA
cONHECIMENTO
(episteme)
CRENÇA
(doxa)
condições VERDADE condiçöes
necessárias e necessárias mas
suficientes (aletheia) insuficientes
JUSTIFICAÇÃO
(logos)
Definição platónica Crítica de Gettier
A neve é branca.
O almoço é peixe.
As proposições que estas frases exprimem säão a posteriori, pois não
podemos saber se são verdadeiras ou falsas sem recorrer aos dados
empiricos. O conhecimento a posteriori é constituido por proposições
sintéticas, isto é, proposições em que o predicado acrescenta algo ao
sujeito. A proposição "A cadeira em que estou sentado é castanha." é
uma proposição deste tipo e dá-nos informação ou conhecimento do
mundo. O conhecimento a posteriori é também contingente, uma vez que
a justificação das proposições é empírica, não existe qualquer
contradição no facto da proposição "A cadeira em que estou sentado é
castanha." poder ser verdadeira ou falsa. O estabelecimento da verdade
das proposições sintéticas depende das circunstâncias e estas podem
variar
O conhecimento a priori é aquele que não depende da experiência
empírica para aferir da sua verdade ou falsidade. 0 conhecimento a
priori é constituído por crenças que se podem justificar recorrendo
unicamente ao pensamento. Apenas as proposições da lógica e da
matemática, bem como quaisquer afirmações que possamos saber que
são verdadeiras apenas pelo esclarecimento do seu significado,
constituem conhecimento a priori. As seguintes afirmações ilustram o
conhecimento a priori:
Os corpos são extensos.
O encarnadoé uma cor.
a+b=b+a
As proposições que estas frases exprimem são a priori, pois podemos
saber se são verdadeiras ou falsas sem recorrer aos dados empiricos. A
razão é suficiente para estabelecer a sua verdade. O conhecimento a
priori é constituído por proposições analíticas, isto é, proposições em que
o sujeito está contido no predicado. A proposição analítica apenas faz a
separação sintática do sujeito do predicado, por isso nada acrescenta ao
sujeito e não transporta consigo nenhum conhecimento do mundo. A
proposição "O encarnado é uma cor" é uma proposição deste tipo. O
conhecimento a prior ié também necessário, uma vez que a justificação
das proposições é feita pelo pensamento, existiria uma contradição
lógica no facto das proposições poderem ser verdadeiras e falsas. O
estabelecimento da verdade das proposições analiticas apenas depende
PrOposgoes aliaIuaS aipenas upenue
da conformidade do pensamento consigo próprio.
FONTES Do
CONHECIMENTO
RAZÃO EXPERIENCIA
Conhecimento Conhecimento
a priori a posteriori
A origem do conhecimento
A. Racionalismo
ORIGEM DO CONHECIMENTO
RACIONALISMO EMPIRISMo
RAZÃO EXPERIENCIA
Intuição e In du ção e
Dedução dedução
Descartes Hume
O racionalismo e o empirismo são duas posições filosóficas que
podemos apelidar de fundacionalistas, uma vez que baseiam o
conhecimento em crenças básicas (fundacionalismo). Esses
fundamentos encontram-se na razão (para o racionalismo) e na
experiência (para o empirismo).
A Possibilidade do conhecimento
A. Dogmatismo
Para os dogmáticos, com uma atitude própria do realismo ingénuo
resposta ao problema da natureza do conhecimento], nem sequer se
põe o problema de saber se o sujeito apreende o objecto, não colocam o
problema de saber se podemos conhecer. O dogmático não se apercebe
que o conhecimento é, acima de tudo, uma relação entre o sujeito e o
objecto, parte, por isso, do pressuposto de que o sujeito apreende
NÃO SIM
Cepticismo Pirrónico Fundacionismo
(sexto Empinco)
Nenhuma crença está justificada.
DESCARTES HUME
Cepticismo
Dogmatismo moderado
O conhecimento é O conhecimento é
possível. provável.
A razão é o A experiência é o
fundamento do fundamento do
conhecimento. conhecimento.