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Dykinson eBook

Prevenção de Quedas
em Idosos
CÉSAR AUGUSTO DE SOUZA SANTOS
ESTÉLIO HENRIQUE MARTIN DANTAS
LUCIO FLÁVIO GOMES RIBEIRO DA COSTA
EDITORES

ISBN: 978-84-1324-767-0
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©  César Augusto De Souza Santos (Organizador)


©  Estélio Henrique Martin Dantas (Organizador)
©  Lucio Flávio Gomes Ribeiro Da Costa (Organizador)
   Madrid, 2020

Editorial DYKINSON, S.L. Meléndez Valdés, 61 - 28015 Madrid


Teléfono (+34) 91 544 28 46 - (+34) 91 544 28 69
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http://www.dykinson.es
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Consejo Editorial véase www.dykinson.com/quienessomos

ISBN: 978-84-1324-767-0
Prevenção de Quedas
em Idosos

CÉSAR AUGUSTO DE SOUZA SANTOS


ESTÉLIO HENRIQUE MARTIN DANTAS
LUCIO FLÁVIO GOMES RIBEIRO DA COSTA

Editores

DYKINSON
2020



















A atividade física e o exercício podem atuar de forma positiva em três níveis de
prevenção das quedas, conforme o nível de risco de queda identificado no idoso,
através das avaliações e dependendo do programa de atividade que o profissional
dispõe para o desenvolvimento e prevenção de quedas.

Nas instabilidades posturais

discutir os
aspectos fisiológicos, neurológicos e cognitivos que declinam com o
envelhecimento diminuindo a independência da funcionalidade do corpo e as
formas de exercícios físicos e cognitivos que contribuem para melhorar as
variáveis relacionadas ao risco de quedas em pessoas de idades avançada
sendo importante fator para a prevenção e controle de fraturas que interferem
diretamente na independência funcional e consequentemente nas AVD.

A partir disso vamos abordar a perda do equilíbrio e potenciais riscos de


quedas causados pelos efeitos dos medicamentos que
Enfatiza um olhar sob




α
Fator de Risco Média das Intervalo das
publicações publicações
RR ou OR RR ou OR

Fraqueza Muscular 4.0 1.5–10.3

Historial de Quedas 3.0 1.7–7.0

Défices na marcha 2.9 1.3–5.6

Défices no Equilíbrio 2.9 1.6–5.4

Uso de dispositivos de 2.6 1.2–4.6


assistência na marcha

Défices Visuais 2.5 1.6–3.5

Artrite 2.4 1.9–2.9

Dificuldades nas AVD 2.3 1.5–3.1

Depressão 2.2 1.7–2.5

Deficiências Cognitivas 1.8 1.0–2.3

Idade > 80 anos 1.7 1.1–2.5






Classificação dos OR publicado
medicamentos

Psicotrópicos 1.7

Antiarrítmicos de Classe I 1.6

Digoxina 1.2

Diuréticos 1.1


International Human Motricity Network
































)


O interesse pelas ações de cuidados com o corpo se justifica por duas vertentes:
1- desorganizar pensamentos; 2- ações tidas como certos e ensinados, definitivos,
imutáveis e inquestionáveis. Diante disto ao pensar sobre como lidar com o corpo,
necessita-se desviar a rota de um conhecimento estabelecido, buscando novos
itinerários para encontrar novos conhecimentos sobre o corpo vivo, que estimulem
o avanço da pesquisa sobre o corpo que somos e sobre aquele de que se cuida
(Figueiredo et al., 2009). Contudo, enfatiza a necessidade de uma visualização da
ciência sobre a saúde de um corpo que envelhece e não somente das doenças que
são os seus desvios. Assim é impossível, diante do cuidado ao idoso, intervenções
para evitar riscos (Figueiredo et al., 2016).


4.
uma coisa puxa a outro.

α
Um estudo realizado com 49 idosos, que avaliou o equilíbrio, força muscular,
velocidade da marcha e incidência de queda, foi constatado que idosos de um grupo
com boa funcionalidade tiveram melhor desempenho no teste de força do que os de
funcionalidade moderada. Também foi observado nos que sofreram quedas, uma
fraqueza muscular significativamente maior do que naqueles que não sofreram
quedas (Ishizuka, Mutarelli, Yamaguchi & Filho, 2005).

Outro fator relevante é a prevalência da hipertensão arterial no idoso, este pode


ser um mecanismo que contribui para sarcopenia, pois os Hormônios que levam ao
anabolismo muscular, como a insulina, o fator de crescimento semelhante à insulina
1 (IGF-1), hormônios tireoidianos e a testosterona promovem acúmulo de proteína
e hipertrofia muscular, eles decaem com a idade e favorecem a perda de massa
muscular (Sukhanov et al., 2011). A resistência à insulina, que aumenta com o
envelhecimento, é mais um dos fatores de propensão à sarcopenia, sendo
proporcional ao conteúdo de gordura intracelular (Yki-Järvinen, 2005). A inatividade
é um dos fatores importantes para a perda de massa e força muscular em qualquer
faixa etária. Baixos níveis de atividade física resultam em fraqueza muscular,
redução da massa e da força (Rolland et al., 2008). Desta forma, o exercício físico,
em especial a prática de exercícios resistidos, contribui para o aumento no volume
e quantidade de fibras musculares de ambos os tipos, aumentando a densidade
capilar, além de estimular a síntese proteica, que é fundamental para a contração
muscular (Cesari et al., 2009).

Os exercícios aeróbicos também contribuem para o aumento da área transversal


das fibras musculares, o volume mitocondrial e a atividade enzimática, promovendo
controle no declínio da massa muscular e força ao longo dos anos. Outro aspecto
positivo dessa modalidade é a redução da gordura intramuscular com consequente
melhoria da funcionalidade muscular, auxiliando na redução da perda de unidades
motoras ao longo dos anos (Burton & Sumukadas, 2010).

Os ganhos na força muscular podem ser observados nas primeiras semanas,


com melhoras crônicas por volta de 5-6 meses. Esses ganhos na força refletem nas
adaptações neurais e musculares, com hipertrofia da fibra muscular, tornando-se
dominante com o treino prolongado (Taaffe, 2006). Os exercícios realizados de
maneira contínua no decorrer de toda a vida são preventivos de deficiências
relacionadas à idade, além de melhorar a função muscular, diminuindo a frequência
de eventos de quedas, além de contribuir para melhor qualidade de vida dos idosos
(Rossi & Sader, 2002).

O acúmulo de tecido adiposo, especialmente, após a menopausa nas
mulheres provoca aumento de 30% a 35% de adiposidade no corpo (American
College of Sports Medicine [ACSM], 1998). Esse aumento na composição
corporal, aliada a perda na quantidade de água total do corpo, a diminuição da
flexibilidade, perda tônus muscular, de DMO e de equilíbrio corporal, são fatores
que potencializam a perda de autonomia funcional e também aumentam o risco
de quedas nas pessoas mais velhas e idosas (Dantas & Vale, 2008; Vale at al.,
2016).
Dessa forma, a utilização de uma a duas séries de alongamentos passivos
(30 s) para os grandes grupos musculares em programas de exercícios resistidos
(Kemmeler, 2004), ou uma série de alongamento passivo para os grandes
grupos musculares (10 s) antes e depois de exercícios específicos em programa
de treinamento com diferentes modalidades, apresentam resultados favoráveis
ao controle de variáveis relacionadas ao risco de quedas de mulheres na pós-
menopausa (Borba-Pinheiro et al., 2010).

Em outro trabalho com múltiplos exercícios envolvendo três diferentes


grupos de estudo:

7.1. Dança aeróbica, mais exercícios de força isométrica e uma sequência de


alongamentos para os grandes grupos musculares (20-30 s), além de outros
alongamentos contínuos com suporte de bandas elásticas (30-40 s) intermitentes
ao exercício de força isométrica; 2) os mesmos exercícios do Grupo 1, incluindo o
treinamento em uma plataforma vibratória; 3) grupo-controle, realizados em quatro
sessões por semana durante 18 meses (
, concluiu-se que o grupo que praticou dança aeróbica, mais força isométrica,
aliadas a alongamentos, melhorou (p < 0,05) a DMO da coluna L1-L4 em relação
aos outros grupos. Além disso, os grupos que praticaram exercícios tiveram
resultados melhores (p < 0,05) para o risco de quedas em relação ao grupo-controle
(Stengel et al., 2011). Porém

O treinamento de flexibilidade tem influência no controle de variáveis


relacionadas ao risco de quedas e as recomendações dos órgãos oficiais (Kohrt
et al., 2004), além dos estudos que utilizaram esse treinamento complementando
outros exercícios, mostram que a inclusão da flexibilidade no programa é
pertinente, tanto no início e no final das sessões, quanto em sessões exclusivas.
Δ
Δ
Δ
Δ −
American Aliance for Health, Physical
Education, Recreation and Dance
Classe Terapêutica Denominação Genérica Nomes Comerciais Uso clínico e Riscos

Alprazolam Apraz, Frontal, Transtornos de ansiedade, fobias; ação intermediária (11 a 20 horas)
Tranquinal, Altrox, Xanax

Lexotan, Deptran, Transtornos de ansiedade


Bromazepam Somalium, Sulpan

Rivotril, Clonotril
Convulsões; Ação longa (1 a 3 dias)
Clonazepam Tranxene
Transtornos de ansiedade e convulsões; ação curta (3 a 8 horas)
Clorazepato
Librium, Psicosedin Transtornos de ansiedade, abstinência de álcool; ação longa (1 a 3
dias)
Clordiazepóxido
Noam, Valium,
Ansilive, Kiatrium Transtornos de ansiedade, estado de mal epilético, relaxamento
muscular, anestésico geral IV, abstinência de álcool; ação longa (1 a 3 dias)
Psicotrópicos

Diazepam Insônia; ação intermediária (11 a 20 horas)


Noctal
Benzodiazepínicos Insônia; ação longa (1 a 3 dias)
Dalmane
Estazolam Transtornos de ansiedade, estado de mal epilético, anestésico geral
Lorax, Lorium, intravenoso/endovenoso; ação intermediária (11 a 20 horas)
Flurazepam Mesmerim, Ativan
Pré-anestésico, anestésico geral IV; ação curta (3 a 8 horas)
Lorazepam
Insônia; ação longa (1 a 3 dias)

Versed Insônia; ação curta (3 a 8 horas)

Midazolam
Xx

Quazepam Halcion

Triazolam
Clorpromazina Clorpromaz Tonteiras, desmaios, hipotensão postural.
Levomepromazina Neozine
Neurolépticos
Tioridazina Melleril
(antipsicóticos)
Trifluoperazina Stelazine
Amissulprida Socian
Anfetamina Anfetamina Inibidor do armazenamento da serotonina; hipertensão, taquiarritmias,
Metilfenidato Ritalina convulsões, inquietação, fadiga de rebote

Inibidor do armazenamento da serotonina; arritmias cardíacas,


Modafinilia - hipertensão, tonteira, insônia, agitação, rinite

Inibidor da degradação da serotonina; toxicidade sistêmica da


tiramina, tonteira, sonolência
Iproniazida
Antidepressivos
Fenelzina
Isocarboxazida Inibidor da degradação da serotonina; idem aos da Iproniazida

Moclobemida Aurorix
Befloxatona Inibidor da degradação da serotonina; idem aos da Iproniazida
Brofaromina

Seleginina Elepril

Antiepiléticos Valproato de sódio Depakene Agravo da epilepsia – baixa na vigilância (riscos de acidentes
Fenitoína Hidantal (Di-Hydan) domésticos); hepatotoxicidade (felbamato).
Fosfenitoína sódica Prodilantin
Felbamato Taloxa
Topiramato Topamax (Epitomax)
Fenobarbital Gardenal
Primidona (precursor do Mysoline
fenobarbital)
Clonazepam Ver Benzodiazepínicos
Diazepam Ver Ver Benzodiazepínicos
Benzodiazepínicos
Ver
Antiparkinsonianos Levodopa, Biperideno, Benzodiazepínicos Sonolência, alucinações, confusão mental (se persistente, pode
Triexefenidil, Benztropina, Seleginina, causar uma deterioração mental). Sensação vertiginosa e vertigens.
Bromocriptina, Lisurida, Pergolida, Quando há associações entre alguns dos medicamentos de mesma classe
Pramipexol, Apomorfina, Ropinirol, Cronomet, Akineton, terapêutica, pode apresentar secura na boca, mal-estar intestinal e
Amantadina Deprilan, Parlodel, arritmias.
Dopergin, Celance, Sifrol,
Mantidan
Propranolol, Verapamil, Digoxina, Inderal, Veraval, Agravamento de uma desordem preexistente do ritmo ou promove a
Antiarrítmicos
Cedilanide, Quinidina Digoxina, -, Quinidine desordem do ritmo.
Inibidores da enzima Captopril Capoten Hipotensão postural razoável na primeira dose, tosse
conversora de Enalapril Renitec, seca.
angiotensina – IECA Eupressin
Benazepril Lotensin
Ramipril Triatec
Lisinopril Privinil
Anti-hipertensivos

Antagonistas do Losartana
receptor da angiotensina II Corus, Cozaar,
Irbesartana Valtrian
Candesartana Aprovel, Ávapro
Telmisartana Atacand, Blopress
Valsartana Micardis, Pritor Reações subjetivas semelhantes as dos IECA, com
Alfa-bloqueadores Diovan, Cotareg exceção da tosse; tontura leve.
Alfuzosina
Prazosina Xatral
Doxazosina Minipress
Carduran, Prodil,
Zoflux
Queda súbita da tensão quando rapidamente se passa
de deitado ou sentado para a posição de pé; risco de queda
(associada a fraturas).

α α α α γ


β
β





1,2.










 em corredores auxiliando no deslocamento (passagens);
 funcionando como apoio e segurança;
 auxiliando quem caminha e protegendo de quedas;
c) Usar fitas antiderrapantes e sinalizadoras na borda dos pisos dos degraus;
d) Usar interruptores de iluminação próximos dos primeiro e último degraus, em
torno de 40 cm;
e) Deixar sempre que possível sob iluminação natural;
f) Os pisos devem ter entre 28 e 30 cm e o espelho do degrau entre 15 e 17
cm;
g) O piso não deve ser escorregadio, como mármore ou granito polidos;
h) Deve tem patamar de descanso, de tal modo que não haja mais que 10
degraus contínuos, sem patamar.
Autores:
As Figuras mostram a posição da Esquiva Lateral, exemplificamos mostrando a esquiva
para um dos lados, eis aqui o movimento da cadeira e a evidência da importância da
técnica adequada. Fotos dos arquivos dos pesquisadores realizadas com autorização.
Introdução









Lista de Medicamentos que podem causar e contribuir
para a Ocorrência de Quedas
Checklist de Segurança Doméstica ID

Nome______________________________ Data_______________________

Essa Checklist levará apenas alguns minutos para você se tornar mais
seguro (a) na sua casa, prevenir quedas e, assim, acrescentar anos a sua vida.

Favor trazer essa Checklist preenchida para a sua visita de monitoria.

Se você tem escada dentro de casa ou para entrar na mesma, responda às


questões 1, 2 e 3. Em caso negativo, vá para a questão 4.



_______________________________________________________________

Adaptado pelo Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH)


Fonte: Shumway-Cook A, Woollacott MH. Controle motor - Aplicações Teóricas e
Práticas. Lippincott Williams e Wilkins, Philadelphia 1995










Histórico Médico/Quedas
Fórmula do Índice Geral

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