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Aspectos jurídicos dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais


Aspectos jurídicos dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais

Barbara Amorim| Ericka Dayane Albuquerque Galvão

Publicado em 05/2017. Elaborado em 05/2017.

Analisa-se, sob a égide jurídica e com respaldo na Lei 8.213/1991, os acidentes do


trabalho e as doenças ocupacionais, trazendo à baila os conceitos, características,
competência e especificações inerentes ao tema.

RESUMO

O presente artigo propõe-se a analisar, sob a égide jurídica e com respaldo na Lei 8.213/1991 os acidentes do
trabalho e as doenças ocupacionais, trazendo à baila os conceitos, características, competência e especificações
inerentes ao tema e, para tanto, utilizando como metodologia a pesquisa bibliográfica. Existem incontáveis casos
de acidentes do trabalho, assim como de doenças ocupacionais em que os efeitos são danos, muitas das vezes
irreversíveis para o trabalhador vitimado e sua família, pretende-se com o artigo, além de elucidar questões
conceituais do tema escolhido, analisar e demonstrar as causas e consequências desses eventos danosos à saúde
e vida do trabalhador, inquirir sobre a sua repercussão na esfera jurídica, bem como enfatizar a necessidade de
um ambiente laboral apropriado, sadio, que assegure condições mínimas para o devido exercício da função,
garantindo ao trabalhador qualidade de vida, destacando como indispensável uma parceria entre empregador e
empregado para viabilização da extinção dos casos de acidentes e doenças relacionadas ao exercício laboral.

Palavras-chave: Direito do trabalho, acidentes do trabalho, doenças ocupacionais.

SUMMARY

The present article proposes to analyze, under the legal aegis and with support in Law 8.213 / 1991, occupational
accidents and diseases, bringing to the fore the concepts, characteristics, competence and specifications inherent
in the subject and, therefore, using Methodology as the bibliographic research. There are countless cases of
occupational accidents, as well as occupational diseases in which the effects are damages, many times
irreversible for the victimized worker and his family, with the article, besides elucidating conceptual issues of the
chosen theme, analyzing and Demonstrate the causes and consequences of these events harmful to the health
and life of the worker, inquire about their repercussion in the legal sphere, as well as emphasize the need for an
appropriate, healthy working environment that ensures minimum conditions for the proper exercise of the
function, Worker quality of life, highlighting as indispensable a partnership between employer and employee to
enable the extinction of cases of accidents and diseases related to the work.

Key words:  Labor law, occupational accidents, occupational diseases.

INTRODUÇÃO

O acidente do trabalho pode ser conceituado como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da
capacidade para o trabalho. Equiparam-se a eles as doenças ocupacionais, caracterizadas como aquelas que
estão diretamente relacionadas à atividade desempenhada pelo trabalhador ou às condições de trabalho às quais
ele está submetido.

  O último Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho promovido e divulgado pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), revela que durante o ano de 2015, foram registrados no INSS cerca de 612,6 mil acidentes
do trabalho. As ocorrências desses acidentes e das doenças ocupacionais geram consequências destrutivas e

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traumáticas em todos os âmbitos da vida do trabalhador vitimado, repercutindo também na sua família, na
empresa e na sociedade em geral.

Em algumas situações, os efeitos desses eventos danosos são parciais e reversíveis, no entanto, existem inúmeros
casos em que esses efeitos se revelam de maneira permanente e irreversível, sendo a mais brutal dessas
consequências o óbito do trabalhador. Insta salientar que, segundo últimas informações divulgadas pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de mortes por acidentes do trabalho em 2015 foi de 2.502.

As causas dos acidentes no âmbito laboral, bem como das doenças ocupacionais são vastas, inúmeras. Três
elementos contribuem diretamente para a incidência dos infortúnios trabalhistas, quais sejam, a condições
inseguras, atos inseguros e fator pessoal de insegurança. Ainda segundo o anuário estatístico já mencionado,
86% dos acidentes do trabalho ocorrem por atos inseguros, 12% por condições inseguras e 2% pelo fator pessoal
de insegurança.

Como se vê, o Brasil ocupa lugar de destaque quando o assunto é acidentes do trabalho. A dimensão do
problema e a necessidade de solução imediata exigem mudanças de atitude principalmente do que diz respeito à
implantação de medidas preventivas, respeito às normas já existentes, maior fiscalização para a viabilização da
minimização das causas que possibilitam a ocorrência desses acidentes.

  O artigo propõe-se a analisar a questão acidentária no âmbito trabalhista sob uma perspectiva jurídica e, para
tanto, destaca-se nos dois primeiros tópicos a conceituação e as principais características desses dois institutos,
posteriormente, dedica-se a enfatizar as principais causas e consequências do infortúnio laboral.  No quarto
tópico, analisam-se os danos materiais, morais e estéticos decorrentes do acidente do trabalho e suas
especificações. E posteriori, trata da responsabilidade indenizatória e da competência para reger essas ações, e
por fim, analisa um caso concreto visando fazer um paradigma entre o que prevê a lei e a realidade.

1 ACIDENTE DO TRABALHO A PARTIR DA LEI 8.213/1991

Costumeiramente verificam-se incontáveis casos de acidentes do trabalho em que os efeitos são danos
reversíveis ou irreversíveis para o trabalhador vitimado e sua família. Muitas vezes, esses danos não se limitam
apenas ao físico do trabalhador, como também afetam sua integridade psicológica. A ocorrência desses acidentes
trazem consequências traumáticas, abrangendo a ordem material, moral e também estética.

O conceito de acidente do trabalho é definido no artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de Julho de 1991 que preceitua que:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa
ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.

De logo, a primeira noção a respeito do tema compreende a ideia de que o acidente do trabalho é um fato que
resulta diretamente de um evento danoso no exercício do trabalhador ante a uma prestação de serviço à empresa
ou empregador doméstico, ou seja, de um interrelacionamento patrão/empregado, sendo anterior e
independente de qualquer definição jurídica (BRANDÃO, 2015, p. 124). 

A consequência desse evento danoso, no exercício laboral, como demonstra o supramencionado artigo, é a perda
ou a redução permanente ou temporária da capacidade para a execução do trabalho, ou ainda a morte do
trabalhador.  Como elucida Bruna de Oliveira Medeiros (2009, p.2), em seu atrigo “Acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais”, publicado pela UniBrasil:

Cuida o artigo 19 de caracterizar o acidente tipo, ou macrotrauma, aquele decorrente do


exercício do trabalho gerando lesão corporal ou perturbação funcional, podendo resultar
em óbito, assim como na perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para
a prática do trabalho, configurando um evento único e imprevisto, de consequências
imediatas. (MEDEIROS, 2009, P.2)

Como se vê, o legislador se limitou no artigo 19 a formular o conceito do acidente típico/tipo, conceito estrito de
acidente do trabalho, que, segundo Hertz Jacinto Costa (2009, p. 81), trata-se de “um ataque inesperado ao
corpo humano ocorrido durante o trabalho, decorrente de uma ação traumática violenta, subitânea, concentrada
e de consequências identificadas”. Desse modo, há a possibilidade de apontar com exatidão o momento em que
ocorreu o dano, viabilizando, assim, a possibilidade de se estabelecer a cronologia entre lesões ocorridas
sucessivamente.

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Importante salientar que não há uma legislação específica que disponha acerca dos acidentes do trabalho.
O fundamento legal para conceituação, especificações, caracterização e competência dos acidentes do trabalho
fica a cargo da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os planos e benefícios da Previdência Social.

A já mencionada lei equiparou a doença profissional e do trabalho aos acidentes do trabalho, de acordo com o
que dispõe o seu artigo 20:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

Portanto, levando-se em conta a abrangência dada pelo artigo 20 da Lei 8213/91, considerar-se-á acidente do
trabalho quando o resultado danoso ocorrer em razão do exercício e ambiente trabalhista, ou for desencadeado
em razão de condições especiais relativas à realização laboral, sem que para isso o empregado tenha contribuído.
O próprio exercício do trabalho, como se vê, desencadeia o infortúnio, resultando em incapacidade temporária,
permanente (total ou parcial), e até mesmo o óbito. (RIBEIRO, 2002, p.2).

Além da equiparação trazida pelo artigo 20 da Lei 8213/91, o legislador no art. 21 alínea d, cuidou de tratar dos
acidentes de trajeto, também equiparados aos acidentes do trabalho:

Art. 21.  Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o
acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o
acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

(...)

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Nesse sentido, pode-se classificar os acidentes do trabalho em espécies distintas, quais sejam, acidente-tipo;
acidente de trajeto e acidente atípico (SILVA, 2010, p. 54). Onde Acidente-tipo é o disposto no já mencionado
artigo 19 da Lei 8213/91, que ocorre na execução do trabalho, dentro do ambiente laboral e durante o horário de
expediente; o acidente de trajeto é todo acidente que ocorre  no trajeto da residência para o trabalho, e do
trabalho para a residência, observadas as regras gerais, e por fim, o acidente atípico que compreende as
possibilidades dispostas nos artigos 20 e 21 da Lei 8213/91, entre as quais estão as doenças ocupacionais, que
serão vistas adiante.  

2 DOENÇAS OCUPACIONAIS

O ilustre doutrinador Hertz Jacinto Costa (2009, p. 72) preceitua que: “Doenças ocupacionais são as moléstias
de evolução lenta e progressiva, originárias de causa igualmente gradativa e durável, vinculadas às condições de
trabalho”. Elas estão dispostas nos artigos 20 e 21 da Lei 8213/91 e equiparam-se aos acidentes do trabalho.

De acordo Mozart Victor Russomano (1988, p. 250 apud, OLIVEIRA, 2013, p. 50) a equiparação entre o acidente
e a enfermidade se faz apenas no plano jurídico uma vez que ambos preservam conceitos próprios. De modo que,
enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional vem a ser um estado patológico ou
mórbido, ou seja, é uma perturbação da saúde do trabalhador.

O acidente, nesse prisma, caracteriza-se pela ocorrência de um fato súbito e externo ao trabalhador, ao passo
que a doença ocupacional normalmente vai se instalando paulatinamente e se manifesta internamente, com
tendência ao agravamento.

A legislação em vigor, como já mencionado, equipara as doenças ocupacionais aos acidentes do trabalho e cuida
em subdividi-las em: doença profissional e doença do trabalho. De modo que as doenças profissionais são
aquelas inerentes exclusivamente à profissão e não ao trabalho do segurado. São causadas por agentes físicos,
químicos ou biológicos inerentes a certas funções ou atividades do gênero (MARTINS, 2011, p. 401).

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Nas lições de Sebastião Medeiros de Oliveira (2013, p.51):

A doença profissional é aquela peculiar a determinada atividade ou profissão, também


chamada de doença profissional típica, tecnopatia, ou ergopatia. O exercício de
determinada profissão pode produzir ou desencadear certas patologias, sendo que, nessa
hipótese, o nexo causal da doença com a atividade é presumido. (OLIVEIRA, 2013, p.51)

De outra banda, as doenças do trabalho, também denominadas mesopatias, ou moléstia profissional atípica, não
tem como causa única o trabalho, não estão necessariamente ligadas à profissão. São adquiridas ou
desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente. Atualmente, a tenossinovite é o tipo mais evidente de doença profissional, também conhecida como
doença dos digitadores, e tem seu nexo presumido em lei. (BORGES, 2004, p.2).

Os casos de doenças ocupacionais são cada vez mais perceptíveis e vêm aumentando gradativamente ao passo
que é notável o aumento da concessão de auxílio doença por doenças ocupacionais, como informa o
Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social.

Considerando a extensão do rol dessas doenças, cabe destacar quatro delas que aparecem com maior incidência
e por isso são tidas como doenças ocupacionais mais comuns de acordo com as estatísticas, sendo estas: a perda
auditiva induzida por ruído (PAIR); asma ocupacional; a lesão por esforço repetitivo (LER) e as doenças da
coluna.

3 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Os acidentes de trabalho, aqui também compreendidas as doenças ocupacionais, apresentam inúmeras causas,
normalmente, um conjunto de fatores acumulam-se e contribuem para ocorrência do evento danoso. As
principais causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a três fatores, quais sejam, condições inseguras,
atos inseguros e fator pessoal de insegurança. O risco de acidentes, neste sentido, é inerente à própria atividade
do trabalhador em seu exercício laboral e observa-se que ao galgar do avanço das tecnologias e maquinários no
ambiente de trabalho esses riscos têm aumentado consideravelmente.

Washington Luiz da Trindade (1989, p.9) destaca que:

Esta permanente exposição ao perigo é ineliminável na vida da sociedade industrial. Mas,


tendo que a segurança corresponde á ausência de perigo, a atividade perigosa será tanto
mais segura quanto mais se aproximar de níveis aceitáveis de convivência com seus riscos.
(TRINDADE, 1989, p.9)

Como visto, as causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a três fatores principais, nesse aspecto,
necessário se faz trazer à baila o entendimento de Arlindo Veivanco (2014 ,p.21):

O acidente ocorrido por uma condição insegura significa que o ambiente de trabalho, foi o
causador do acidente ou contribuiu para a ocorrência deste. Se o acidente foi causado por
uma forma incorreta de executar alguma tarefa mesmo que de maneira inconsciente,
caracteriza-se o ato inseguro. Quando a principal causa do acidente foi o comportamento
humano caracteriza-se um fator pessoal de insegurança. (VEIVANCO, 2014 ,p.21)

Em simples análise, pode-se compreender o risco por condição insegura como aquele que compromete de
alguma forma a segurança do trabalhador, em consequência, por exemplo, de defeitos em maquinários,
processos de trabalho ou riscos ambientais não controlados. No que diz respeito aos atos inseguros, entende-se
que estão relacionados a um ato com imperícia do próprio trabalhador no exercício da sua função e por fim,
acerca do fator pessoal de insegurança, trata-se da causa relativa ao comportamento humano que propicia a
ocorrência de acidentes como, por exemplo, excesso de horas extras.

Segundo as estatísticas, entre as  principais causas de acidentes de trabalho  no Brasil, destacam-se: a não
utilização do EPI adequado; negligência na instrução do trabalhador; falta de conhecimento técnico; atitudes
imprudentes, ausência ou negligência na fiscalização; não-cumprimento de leis trabalhistas; não manutenção ou
não-reposição de  maquinários. Em se tratando de doenças ocupacionais em sentido estrito, são variadas as
possíveis causas dessas doenças como, por exemplo: movimentos repetitivos, cargas excessivas, situações de
estresses elevados etc. (AMORIM, 2012, p.4)

Inúmeros são os fatores e causas que contribuem e podem oportunizar o acontecimento de um acidente do
trabalho quando não há a devida prevenção, e por conseguinte, tem-se o desencadeamento de eventos danosos
indesejados no ambiente laboral que produzem consequências vastas, de diversa ordem, com efeitos induzidos

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aos mais variados níveis. 

Segundo Djalma Dias Freitas (2011, p. 4) em seu artigo “Acidente de trabalho: causas e suas consequências”
publicado pela Conteúdo Jurídico: “Para além da incidência econômica e da problemática dos custos, existe uma
multiplicidade de consequências indireta dos acidentes. Em todos os casos qualquer acidente tem, sempre,
consequências individuais, familiares, sociais e econômicas.”.

O art. 19 da Lei 8.213/1991 expõe as consequências individuais do trabalhador, quais sejam: a perda ou a
redução permanente ou temporária da capacidade para a execução do trabalho, ou ainda a morte do
trabalhador. Além dessa consequência inerentes ao próprio trabalhador, pode-se evidenciar as consequências
que recaem sob a família, a empresa, a sociedade e a Previdência social.

A família do trabalhador vitimado, em consequência ao acidente do trabalho, reduz sua capacidade de


rendimento financeiro, e isso se justifica uma vez que o empregado que se afastar do trabalho por mais de quinze
dias, passa a receber um benefício denominado auxílio acidente que é concedido pela Previdência Social.
O auxílio equivale apenas a cerca de 80% do salário.

Com o acometimento do indesejado evento danoso no ambiente laboral, as empresas, consequentemente, terão
seus custos operacionais aumentados devido a perda de mão de obra e necessária contratação de um novo
empregado para a substituição do acidentado.

A sociedade, em consequência do acidente do trabalho, terá seu número de inválidos e dependentes do SUS –
(Sistema Único de Saúde) aumentado, congestionando postos de saúde e hospitais, além de gerar mais
dependentes da Previdência Social. E por fim, sofre também as consequências a Previdência Social, que segundo
informativo liberado no site da instituição no ano de 2014, gasta R$ 1,7 bilhão com cerca de 400 mil acidentes de
trabalho por ano.

4 LESÕES ACIDENTÁRIAS: DANO MATERIAL, DANO MORAL, DANO ESTÉTICO

Os acidentes do trabalho sempre produzirão danos ao trabalhador, sejam eles em menor ou maior nível. Eles
podem ser caracterizados como danos morais pela dor física e psíquica experimentada; como danos materiais,
uma vez que a morte ou lesão corporal resultará redução total ou parcial, permanente ou temporária de sua
capacidade para o trabalho, provocando assim a diminuição de seus rendimentos econômicos por determinado
período, ou para sempre; ou como danos estéticos, que são aqueles associados ao sofrimento causado por uma
deformação, que poderá deixar sequelas permanentes e, com isso, ser facilmente perceptível aos olhos
humanos.     (BORGES, 2015, p.1)

Acerca dos danos materiais, Cristiano Amorim (2012, p. 5) traz o seguinte entendimento:

As lesões acidentárias causam perdas patrimoniais significativas ao trabalhador. Em


primeiro lugar, no tocante aos próprios gastos implementados para sua recuperação, em
segundo lugar, podem produzir restrições relevantes ou até inviabilização da atividade
laborativa do empregado, dependendo da gravidade sofrida da lesão. Tais perdas
patrimoniais traduzem-se nos danos materiais, o que efetivamente se perdeu (dano
emergente) e aquilo que se deixou de ganhar (lucros cessantes). (AMORIM, 2012, p. 5)

Nesse sentido, entende-se que o dano material é aquele que produz um decréscimo do patrimônio econômico do
trabalhador vitimado, uma vez que em consequência ao acidente do trabalho surgirão gastos diretamente
relacionados à lesão ou oportunizados pela diminuição da capacidade laboral, esta, que compromete o valor
econômico do trabalho.

Em relação aos danos morais, sabe-se que estão relacionados as  substanciais dores físicas e psicológicas nos
indivíduos, com intensidade imediata ou até mesmo permanente.  A corroborar com esse entendimento,
Gustavo Nardelli Borges (https://nborges.jusbrasil.com.br/)   (2015, p. 2) assevera que:

O dano moral decorrente do acidente de trabalho constitui-se em  damnum in re ipsa,


presumindo-se pelas circunstâncias do caso. Prescinde de prova da dor, aflição ou
constrangimento, pois estes intrínsecos à vítima do infortúnio, precisando apenas da
demonstração de que fora violado direito da personalidade, porquanto a responsabilidade
do empregador na atual concepção da reparação do dano moral se opera pela simples
prática do ato ilícito, qual seja a inobservância das normas relativas à medicina e segurança
do trabalho que resultaram no acidente. (BORGES, 2015, p.2)

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Também tem de se falar no âmbito estético, que é caracterizado quando a lesão compromete a harmonia física
da vítima, possuindo, dessa forma, dupla dimensão, pois repercute tanto na esfera íntima do lesionado quanto
no âmbito externo a partir de deformidades em sua compleição física,  como por exemplo, a perda de um
membro. A comprovação do dano estético depende de prova pericial médica, cujo ônus caberá ao reclamante
(AMORIM, 2012, p. 4)

Para exemplificar, insta trazer à baila uma decisão do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 01ª Região,
qual seja:

DANO ESTÉTICO – O dano estético deriva de lesão desfiguradora acarretada por acidente
de trabalho, de modo a tornar o empregado desarmônico sob o aspecto visual, projetando
uma imagem pessoal desforme no meio social, causando-lhe desconforto permanente.
Assim, faz-se necessária a sua reparação mediante indenização pecuniária adequada à
extensão do dano sofrido. (TRT-01ª R. – RO 0000928-26.2012.5.01.0050 – 3ª T. – Rel.
Angelo Galvao Zamorano – DOERJ 25.05.2015)

Insta salientar que o dano estético está compreendido dentro do gênero dano moral, mas, como visto, com ele
não se confunde, ambos possuem conceitos e características próprias. Apesar de pertencerem ao mesmo gênero,
tanto o dano moral quanto o dano estético podem ser pleiteados por meio de indenizações separadas,
significando pedidos cumulados, conforme previsão da Súmula 387 do STJ. (VACILOTTO, 2015, p.1)

5 RESPONSABILIDADE INDENIZATÓRIA E COMPETÊNCIA JUDICIAL

O artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal dispõe que, é direito do empregado o seguro contra acidentes
de trabalho, sob responsabilidade do empregador, sem contudo haver exclusão da indenização a ser paga pelo
empregador  ao empregado vitimado, quando aquele incorrer em dolo ou culpa. Dessa forma, pode-se afirmar
que o empregado sempre terá amparo da Previdência Social, uma vez que dela é segurado obrigatório, sendo
irrelevante o fato de o trabalhador vitimado perquirir sobre culpa, dolo, ou responsabilidade pelo evento danoso
ocorrido. (MANUS, 2015, p.1)

No que diz respeito à indenização devida pelo empregador ao empregado, em consequência de acidente ocorrido
no âmbito laboral, pode-se dizer que há a necessidade do suprimento de alguns requisitos indispensáveis, ou
seja, a indenização não é devida automaticamente e em qualquer hipótese. Ao corroborar com este pensamento
Christiano Amorim (2012, p. 6) diz que:

É do empregador, obviamente, a responsabilidade pelas indenizações por dano moral ou à


imagem resultantes de conduta ilícita por ele feita. Também recai sobre o empregador as
responsabilidades pelas indenizações por dano material, moral ou estético decorrentes de
lesões vinculadas infortunas do trabalho, sem prejuízo do pagamento pelo INSS. Há de se
seguir requisitos para a responsabilidade empresarial, sem a união unitária dos tais
requisitos, não há de se falar em indenizar. Os requisitos são o dano, nexo causal e culpa
empresarial.

Como se vê, a responsabilidade do empregador de indenizar o empregado  é evidenciada apenas quando for
constatado além do dano e nexo causal, o dolo ou a culpa empresarial. De modo que, não é qualquer acidente
que enseja a responsabilidade do empregador, pois é preciso que estejam presentes e concorram os elementos
necessários para se configurar a responsabilização. Não constatada a presença desses requisitos, não está o
empregador obrigado a qualquer ressarcimento. (MANUS, 2015, p.1)

A título de exemplo, insta trazer à baila o caso concreto julgado pela 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho,
cujo relator foi o ilustre Ministro Douglas Alencar Rodrigues, e cuja ementa ilustra, de forma  didática e clara, o
tema em debate:

ACÓRDÃO: RECURSO DE REVISTA. ACIDENTE OCASIONADO POR COLEGA DE TRABALHO


DURANTE O INTERVALO INTRAJORNADA. AUSÊNCIA DE CULPA DO EMPREGADOR PELO
INFORTÚNIO. NEXO CAUSAL NÃO CONFIGURADO. PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. O ordenamento jurídico pátrio (CF, art. 7º, XXVIII, da Carta Magna) fixou, como regra, a teoria da
responsabilidade subjetiva do empregador por danos causados a empregado decorrentes de acidente
do trabalho. Contudo, não se cuidando de hipótese de responsabilização objetiva do empregador (art.

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927, parágrafo único, do CCB), a reparação perseguida pressupõe o concurso dos seguintes
requisitos: ação ou omissão do empregador, culpa ou dolo do agente, dano e relação de causalidade.

2. Segundo as premissas adotadas pelo Tribunal Regional, soberano na análise do acervo fático-
probatório, o acidente foi causado por explosão decorrente da inserção de álcool em lata de tinta
utilizada pelos trabalhadores para “cheirar fumo”, lata que já contava com brasas acesas, provocando
queimaduras no Reclamante que a utilizava naquela instante.

3. Nesse contexto, não é possível reconhecer a responsabilidade do empregador ante a ausência de


conduta culposa, omissiva ou comissiva, que guarde nexo de causalidade com o acidente (CC, arts.
186 e 927). Sem prejuízo dos efeitos previdenciários resultantes do infortúnio sofrido (Lei 8.213/91,
art. 21, parágrafo 1o), o fato de o acidente ter sido causado por colega de trabalho no local da
prestação de serviços não autoriza a responsabilização automática do empregador, com fundamento
no artigo 932, III, do Código Civil. Afinal, além de o infortúnio não ter resultado do exercício do
trabalho, tampouco em razão, é certo que o acidente ocorreu durante o intervalo intrajornada –
momento em que o empregado não está à disposição do empregador, podendo frui-lo para refeição,
lazer ou descanso. Durante os intervalos legais, portanto, estando ou não o empregado no ambiente
físico da do empregador ou que não tenham relação direta com o trabalho executado, não ensejarão a
responsabilidade do empregador. No caso, à luz das premissas fáticas adotadas pelo Regional, não
seria possível ao empregador, ainda que diligente e consciente do dever de garantir ambiente de
trabalho seguro e saudável aos empregados (CLT, art. 157, I e II), prever ou evitar o acidente
ocorrido. Não evidenciados os elementos da responsabilidade civil, consagrados nos artigos 186 e 927
do Código Civil, não subsiste o dever de indenizar do empregador. Divergência jurisprudencial
inespecífica nos termos da Súmula 296/TST. Recurso de revista não conhecido. (TST-RR 947-
18.2011.5.05.0612, 7ª Turma, Relator Ministro Douglas Alencar Rodrigues).

O egrégio colegiado, no caso concreto exposto acima, concluiu que não há a configuração de responsabilidade do
empregador, uma vez que o fato ocorreu em momento em que os empregados não estão à disposição e sob
fiscalização do empregador. Além do mais o ato praticado nada teve a ver com as funções laborais dos
empregados. Dessa forma, vê-se evidenciada a necessidade da presença e cumulatividade dos requisitos
indispensáveis à  responsabilização do empregador;  no caso exemplo, vê-se a ausência tanto do nexo causal
quanto do dolo ou culpa do empregador.

No que tange à responsabilidade indenizatória do empregador, portanto, para que haja de fato indenização, tem
que existir prova que a doença ou acidente foi causado por culpa do empregador, isto é, esteja presente a
negligência, imprudência ou imperícia. Ademais, cumulado a este requisito, há a necessidade do reconhecimento
do "nexo causal", que nada mais é que a relação entre trabalho e o fato lesivo que resultou em dano ao
trabalhador vitimado, seja este dano moral, material ou estético.

Acerca da competência para julgar as causas de acidentes do trabalho, sabe-se que com o advento da Ementa
Constitucional nº 45, a competência que antes era da justiça comum passa a ser da justiça do trabalho. O que
prevalece na atualidade, portanto, é o entendimento do STF e STJ que asseveram, como já mencionado, que é da
justiça do trabalho a competência para ações acidentárias propostas pelo empregado contra o empregador por
danos materiais, morais e estéticos. (AMORIM, 2012, p. 7).

 7 ANÁLISE DO ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS SOB A PERSPECTIVA


DE UM CASO CONCRETO

Após a análise de importantes conceitos e características do tema sob comento e afim de promover uma
correlação entre a teoria estudada no presente artigo e um caso concreto, objetivando analisar de maneira mais
precisa e didática o tema discutido, insta trazer à baila a ação de número 0001044-98.2014.5.06.0413, proposta
em 16/10/2014, ajuizada por Waldemar Ventura da Silva em face de Altair Novais de Lacerda, perante a 3ª Vara
do Trabalho de Petrolina.

Em rápida síntese, o reclamante alegou ter sido admitido pelo reclamado em 02/12/2002 estando em gozo de
benefício junto ao INSS, decorrente de acidente de trabalho que ocorreu em relação trabalhista anterior,
envolvendo os mesmos sujeitos que figuram a reclamação trabalhista em comento, uma vez que antes do vínculo
que teve início em 02/12/2002, o reclamante já havia trabalhado para o reclamado, ocasião na qual sofreu um
acidente de trabalho, perdendo um dedo.

O novo vínculo empregatício resultou em um novo acidente do trabalho e desta vez, o reclamado teve a mão
fraturada e esmagada. Alegou o reclamante que o acidente se deu em consequência da negligência do reclamado
uma vez que este não fornecia os materiais, ferramentas e EPI’s necessários para a realização das atividades

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laborais propostas. Alegou ainda que se viu desamparado pela empresa reclamada, que além de se negar a emitir
a CAT, não prestou nenhum auxilio financeiro ao reclamante.

Em razão aos fatos expostos, o reclamante requereu a condenação do reclamado ao pagamento por dano
estético, em decorrência das sequelas visuais a que foi acometido; à indenização por danos materiais, em
decorrência das limitações físicas e incapacidade permanente para o exercício da sua profissão, sendo certo que
existirão consequências na esfera financeira; e por fim, a indenização por danos morais, em decorrência ao abalo
no bem-estar, no equilíbrio psicológico, na normalidade da vítima e na preservação da sua dignidade, dentre
outros.

Em sede de contestação o réu, representado por seu advogado, refutou as afirmações do autor e afirmou que
embora ciente da ocorrência do evento danoso, afasta a responsabilidade da empresa vez que, segundo o registro
de ponto que comprova a presença do obreiro no âmbito laboral, na data e horário que o reclamante alega ter
sofrido o acidente, não há registro da presença do trabalhador vitimado.

Ademais, a defesa utiliza-se de provas para contrariar o que diz o autor acerca do horário que afirma ter sofrido
o acidente, fazendo relação entre o que o reclamante alega e o que diz os pareceres médicos. Em suma, o
reclamado afirma que há má-fé nas alegações do reclamante, que este não sofreu o acidente prestando serviços
à empresa reclamada e sim em exercício de suas funções laborais para um terceiro.

Após a juntada de provas, realização de perícias, audiências, arrolamento de testemunhas e frustradas as


tentativas conciliatórias, o juiz prolatou sentença a favor do autor, deferindo os pedidos de indenização moral,
material e estético, embasando a sua decisão no fato de estarem presentes, para o cabimento da indenização por
acidente de trabalho ou doença ocupacional, todos os pressupostos da responsabilidade civil, quais sejam: o
dano, o nexo causal entre o ato ilícito e o dano e, por fim, a culpa do empregador.

A priori, observa-se que a competência para julgar a ação acidentária foi da justiça do trabalho conforme
elucidado no decorrer do artigo e não da Justiça comum. Em conseguinte, percebe-se que ao motivar a decisão
pro autor, o juiz compreendeu que o caso concreto é, de fato, um caso de acidente do trabalho por resguardar
todas as características e especificações necessárias para tal.

  Ao deferir o pedido de indenização por danos morais, materiais e estéticos, o magistrado afirma estarem
demonstrados e presentes os requisitos, já mencionados na presente pesquisa, que obrigam o empregador a
responsabilizar-se pelas indenizações requeridas pelo autor.

Diante do caso concreto detalhado de forma sucinta, vê-se que ao comparar-se a teoria, muito bem elucidada
pelos doutrinadores e estudiosos no decorrer do presente artigo, e o desenrolar da reclamação trabalhista ora
analisada, pode-se afirmar categoricamente que ambas andaram de mãos dadas. Percebe-se que as
características do tema sob comento foram minunciosamente observadas na ação trabalhista sob análise. Pode-
se perceber claramente presentes todos os elementos indispensáveis para a caracterização da ação acidentária
bem como todos os requisitos que ensejam à responsabilização do empregador frente aos danos sofridos pelo
trabalhador vitimado.

CONCLUSÕES

Os casos de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais possuem alto número de incidência no Brasil. O
acontecimento desses eventos danosos possuem efeitos e consequências tanto capazes de afetar o trabalhador de
forma individual quanto de alcançar negativamente a empresa, a família do obreiro vitimado e a sociedade como
um todo. Desse modo, verifica-se que o combate aos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais deve ser uma
preocupação emergente.

As causas que deflagram o acontecimento dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais são inúmeras,
normalmente estão ligadas a condições e atos inseguros, falta de equipamentos adequados, ambientes
inapropriados para a realização do exercício laboral e total descompromisso, por parte do empregador, com a
saúde do trabalhador. A não se observar as regras e obrigatoriedades para a prática de determinado dever
funcional, abre-se brechas para o acontecimento dos infortúnios trabalhistas.

As consequências podem repercutir na esfera moral, material e estética na vida do trabalhador, uma vez que o
acontecimento desses acidentes são capazes de interferir na normalidade e dignidade da vítima, diminuir ou dar
fim à sua capacidade para o trabalho, interferindo em sua situação financeira e por fim, trazer-lhe modificações
e deformações físicas.

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Frente a isso, cabe ao empregador propiciar todos os meios de evitar o acontecimento de acidentes do trabalho,
fornecendo os materiais e equipamentos necessários; disponibilizando um ambiente laboral apropriado para o
exercício das funções empregatícias; informando, orientando e preparando os trabalhadores para que não sejam
vítimas desses infortúnios trabalhistas.

Ignorando o empregador as recomendações para que se possa evitar os acidentes do trabalho, incorrendo em
culpa ou dolo para o acontecimento dos mesmos, causando danos e prejuízos ao trabalhador, aquele terá
responsabilidade civil de indenizar o obreiro vitimado. E, nesse caso, a  competência para a ação é de
competência da Justiça do Trabalho.

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Autores
Barbara Amorim

Professora Orientadora, Docente do Curso Superior em Direito pela Faculdade de Ciências


Aplicadas e Sociais de Petrolina – Autarquia Educacional do Vale do São Francisco.

Ericka Dayane Albuquerque Galvão

Graduanda do curso superior de Direito pela Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de


Petrolina.

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Este texto foi publicado diretamente pelas autoresa.


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