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Planejamento

de Sistemas
Elétricos
de Potência
Natália Addas Porto

1ª Edição | Junho | 2014


Impressão em São Paulo / SP
Planejamento de Sistemas
Elétricos de Potência

Coordenação Geral Projeto Gráfico, Capa


Nelson Boni e Diagramação
Marilia Lopes
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
Professor Responsável
Natália Addas Porto 1a Edição: Junho de 2014
Impressão em São Paulo/SP

Copyright © EaD KnowHow 2011


Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

P853p Porto, Natália Addas.


Planejamento de sistemas elétricos de potência. /
Natália
Addas Porto. - São Paulo : Know How, 2014.
120 p : 21 cm.

Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-8065-276-5
1. Sistema elétrico. 2. Distribuição de energia elétrica.
I. Título.
CDD – 621.3191
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Sumário

Unidade 1 7
Características do Sistema Interligado
Nacional e Estrutura Institucional do
Setor Elétrico Brasileiro
1.1. O Sistema Interligado Nacional
1.1.2. Submercados
1.1.3. Patamar De Carga
1.2. O Setor Elétrico Brasileiro
1.2.1. Usuários
1.2.2. Histórico da Reforma
do Setor Elétrico
1.2.3. Atual Modelo Institucional
do Setor Elétrico
1.3. Comercialização
1.3.1. Ambiente de Contratação Regulada
1.3.2. Ambiente de Contratação Livre
.3.4. Mercado Spot
1.4. Tarifas

Unidade 2 37
Produção De Energia Elétrica
2.1. Geração de Energia Elétrica
2.3. Geração Solar Fotovoltaica e Eólica
2.3.1. Geração Solar Fotovoltaica
2.3.2. Geração Eólica
2.4. Outras Fontes
2.4.1. Geração Termelétrica
2.4.2. Geração Termonuclear
2.4.3. Geração de Energia Pelas
Ondas do Mar

Unidade 3 65
Transmissão e Distribuição de
Energia Elétrica
3.1. Transmissão de Energia Elétrica
3.1.1. Como a Energia Elétrica é Transmitida?
Exemplo
O diâmetro dos fios e a importância dos transfor-
madores.
3.1.2. Transmissão de Energia
Elétrica no Brasil
3.2. Distribuição de Energia Elétrica
3.2.1. Distribuição de Energia
Elétrica no Brasil

Unidade 4 85
Planejamento da Operação e da
Expansão do Sistema Elétrico
4.1. Planejamento da Operação do
Setor Elétrico
4.2. Planejamento da Operação do Sistema Elétri-
co no Brasil
4.2.1. Planejamento de Médio Prazo
4.2.2. Planejamento de Curto Prazo
4.2.3. Planejamento Diário (Pré-Despacho)
4.3. Estudos de Planejamento da Operação do
Sistema Elétrico Brasileiro
4.3.2. Planejamento da Transmissão 96
4.4. Planejamento da Expansão
do Setor Elétrico
4.5. Planejamento da Expansão do
Sistema Elétrico No Brasil
4.5.1. Estudos do Planejamento da Geração
4.5.2. Estudos do Planejamento
da Transmissão

Referências Bibliográficas 111


Unidade 1

Características do Sistema Interligado


Nacional e Estrutura Institucional
do Setor Elétrico Brasileiro

Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!

Nesta unidade, vamos conhecer o Setor Elétrico


Brasileiro, que envolve desde o funcionamento do
Sistema Interligado Nacional até a tarifação e co-
mercialização da energia elétrica no Brasil.

Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.
1.1. O Sistema Interligado Nacional
1.1.2. Submercados
1.1.3. Patamar de Carga
1.2. O Setor Elétrico Brasileiro
1.2.1. Usuários
1.2.2. Histórico da reforma do Setor Elétrico
1.2.3. Atual modelo institucional do Setor Elétrico
1.3. Comercialização
1.3.1. Ambiente de Contratação Regulada
1.3.2. Ambiente de Contratação Livre

7
1.3.4. Mercado Spot
1.4. Tarifas

8
1.1. O Sistema Interligado Nacional

O sistema de produção de energia elétrica do


Brasil é um sistema predominantemente hidro-
térmico (usinas hidráulicas e térmicas de diversos
tipos) de grande porte, interligado por linhas de
alta tensão. A energia elétrica é produzida qua-
se que em sua totalidade por usinas hidrelétrica,
mas também temos eólicas, biomassa, nucleares,
solares e as termoelétricas de carvão, gás e óleo,
as quais são usadas de forma complementar. Po-
rém, as usinas hidrelétricas são responsáveis por
aproximadamente 77% do total de energia elétri-
ca gerada no país (CCEE, 2013).
Para que a energia chegue a todos os centros
consumidores, o Brasil conta com mais de 100 mil
quilômetros de linhas de transmissão. E, para que
essa energia chegue às nossas casas, existe a figura do
distribuidor que converte a energia em baixa tensão,
para que seja consumida pelas residências, além de
manter toda a rede elétrica dos municípios.
Todas as empresas que produzem, transmitem
e distribuem energia em âmbito nacional, situadas
nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e
parte da região Norte, formam o chamado Sistema
Interligado Nacional (SIN). Dessa forma, o SIN é
responsável pelo suprimento de energia em pratica-
mente todo o território brasileiro.

9
Vale destacar que, muitas vezes, não é possível identificar qual a
origem da energia que atende um determinado consumidor final.

Apenas 1,7% da energia requerida pelo país en-


contra-se em pequenos Sistemas Isolados (SI), fora
do SIN, devido a questões de restrição e impactos
ambientais, localizados, principalmente, na região
amazônica (ONS, 2013). A geração de eletricidade
nesses SI é, predominantemente, térmica à base de
óleo. Um detalhe importante é que os consumidores
que são atendidos pelo SI não são prejudicados pelo
custo de geração térmica, o qual é muito elevado em
relação à geração hídrica, que produz mais energia
com preço operacional baixo; os custos referentes
ao uso de combustíveis são rateados entre todos os
consumidores de distribuidores do SIN.

1.1.2. Submercados

Conforme podemos observar na Figura 1, a


seguir, o SIN divide-se em quatro submercados, ou
subsistemas: Norte (N), Nordeste (NE), Sul (S) e Su-
deste/Centro-Oeste (SE/CO). Tais divisões foram
definidas ao considerar as restrições físicas de trans-
missão de energia elétrica entre as regiões. Para cada
submercado são estabelecidos preços distintos para
compra e venda de energia, justamente pelas restri-
ções limitantes do sistema de transmissão.

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Figura 1: Submercados do SIN
Fonte: ANEEL, 2013a

O submercado N exporta sua energia produzi-


da durante 9 meses do ano, uma vez que não conso-
me toda energia hídrica que produz. O submercado
NE tem se tornado cada vez mais importador de
energia elétrica, devido ao crescimento da instalação
de parques industriais na região. Já, o sistema interli-
gado SE/CO é o maior consumidor e importador de
energia, devido a grande demanda na região; além de
importar das demais regiões, importa, também, da
Binacional Itaipu. Por fim, o submercado S possui

11
uma geração com grande variabilidade de armaze-
namento nos reservatórios das usinas hidrelétricas,
portanto, realiza intercâmbios com o submercado
SE/CO, quando necessário.

A usina de Itaipu é a segunda maior usina do mundo e tem ca-


racterística binacional, ou seja, pelo fato da usina encontrar-se
na fronteira do Paraguai e do Brasil. A energia gerada por ela é
utilizada pelos dois países.

1.1.3. Patamar De Carga

Na posição de consumidores de energia elétri-


ca, podemos notar que nosso consumo não é cons-
tante, tende a ser maior em um determinado perío-
do do dia ou, ainda, em determinadas estações do
ano. Por exemplo, depois do trabalho, a maioria dos
brasileiros vai para suas casas, onde fazem uso de
televisores, lâmpadas, chuveiros elétricos etc. Tudo
que demanda um maior uso de energia elétrica, en-
quanto que durante o dia esse uso da energia, nas
residências, esteve bem reduzido. E, durante o calor
do verão, o consumo de energia pelo uso de ar-con-
dicionado também é superior.
Dessa forma, a produção e consumo no siste-
ma elétrico brasileiro devem estar sempre balance-
ados, uma vez que a energia é gerada conforme a
necessidade. Uma observação importante também é
que, para atender os picos de consumo de energia,

12
usinas termoelétricas, com custo operacional mais
alto, devem ser acionadas.
Assim, para que o SIN possa realizar um plane-
jamento eficiente de sua geração, transmissão e dis-
tribuição de energia, os períodos de tempo em que
os consumos de energia elétrica são semelhantes são
classificados em três patamares de carga: leve, médio
e pesado.
Observe, na Figura 2 abaixo, os patamares de
carga previstos para os cinco primeiros dias do mês
de janeiro de 2014.

13
Média

Pesada
Leve
00:00
03:00
06:00
09:00
12:00
15:00
18:00
21:00
00:00
03:00
06:00
09:00
12:00
15:00
18:00
21:00
00:00
03:00
06:00
09:00
12:00
15:00
18:00
21:00
00:00
03:00
06:00
09:00
12:00
15:00
18:00
21:00
00:00
03:00
06:00
09:00
12:00
15:00
18:00
21:00

Figura 2: Exemplo de Patamares de Carga


Fonte: CCEE, 2013c
14
Lembre-se que MW é a sigla de “Megawatt”. Pois bem, quando
falamos em W (watt) ou MW nos referimos à potência. Quan-
do falamos em MWh (megawatt-hora) estamos nos referindo a
quantidade de energia. Por exemplo, uma lâmpada de 100 W de
potência, consumirá em uma hora o equivalente a 100 Wh. As-
sim, a energia elétrica é medida em W, ou seus múltiplos, kW (W
x 100), MW (W x 1000) e GW (W x 10000), e em Wh, quando
faz referência à demanda de um período específico.

Os patamares de carga são calculados pela razão


entre a demanda média (Dmed), medida em MW-
med ou kWmed, durante um determinado intervalo
de tempo, e a demanda máxima (Dmax), medida em
MWh/h ou kWh/h registrada no mesmo período.
Portanto, define o Fator de Carga (FC):

FC= DMED/DMAX

Esse FC indica o grau no qual a demanda máxi-


ma foi mantida durante um dado intervalo de tempo,
ou ainda, indica se a energia está sendo utilizada de
forma racional. Assim, ter um elevado FC indica, en-
tre outros fatores, que há uma redução do valor da
demanda de pico.

1.2. O Setor Elétrico Brasileiro

O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) está dividido


em quatro principais segmentos: geração, transmis-
são, distribuição e comercialização.

15
O segmento de geração é responsável pela
produção de energia elétrica, seja através de usinas
hidrelétricas, usinas térmicas a óleo, gás, biomassa,
usinas eólicas etc. Os geradores podem ser empre-
sas públicas, produtos independentes (privados) e
autoprodutores (que produzem a própria energia a
ser consumida).
O segmento de transmissão é responsável por
transportar a energia em grandes volumes, e alta ten-
são, do ponto de geração até o ponto de distribui-
ção. O ponto de distribuição, por sua vez, converte
a energia a uma tensão menor e, posteriormente, a
transporta até os consumidores finais.
Por fim, a comercialização é um setor res-
ponsável pelas transações de compra e venda de
energia elétrica entre todos os interessados no
território brasileiro.
Para que esse sistema esteja em pleno fun-
cionamento, o Operador Nacional do Sistema
(ONS) é o órgão responsável por coordenar e
controlar toda a operação técnica de geração e
transmissão de energia elétrica no SIN. O ONS
visa suprir o fornecimento de energia elétrica em
todo o território brasileiro, evitando racionamen-
tos, minimizando blecautes, além de garantir qua-
lidade nos serviços e realizar um planejamento
eficiente dos custos de operação.

16
1.2.1. Usuários

Dentre os usuários de energia elétrica do SEB,


temos os consumidores cativos, livres e especiais.
Nos tópicos seguintes, veremos a descrição detalha-
da de cada um deles.
- Consumidores cativos: esse tipo de usuário
pode comprar energia elétrica apenas da distri-
buidora responsável por sua localidade. Nós, usu-
ários de energia elétrica em nossas residências,
classificamo-nos como consumidores cativos,
pois não podemos contratar energia elétrica livre-
mente, apenas podemos comprá-la, com tarifas
reguladas, de uma distribuidora específica que
fornece o serviço para nossa cidade. Para tanto,
as distribuidoras locais são quem nos represen-
tam na compra de energia elétrica.
- Consumidores livres: podem escolher seu for-
necedor de energia elétrica por demandarem um
mínimo de 3 MW de consumo de energia mensal.
Grandes indústrias, por exemplo, são grandes con-
sumidoras de energia elétrica e, por esse motivo, po-
dem escolher de quem comprar e energia necessária.
- Consumidores especiais: podem apenas con-
sumir energia gerada a partir de fontes renováveis,
como, por exemplo, térmica à biomassa, pequenas
centrais hidrelétricas (PCHs) e eólicas. Tais consu-
midores demandam uma quantidade menor de ener-

17
gia (carga mínima de 500 kW), quando comparado
aos consumidores livres.
De acordo com dados divulgados pela CCEE,
em dezembro de 2012, 592 consumidores eram classi-
ficados como livres e 985 classificados como especiais.

1.2.2. Histórico da Reforma


do Setor Elétrico

Em 1995, a Lei n.º 9.074 estabeleceu normas


para a outorga e prorrogações das concessões e per-
missões de serviços públicos. Entre os anos de 1996
e 1997, houve um projeto de reestruturação do SEB
determinando que, “a eficiência no setor elétrico
será assegurada através da competição, onde possí-
vel, e da regulamentação, onde necessária” (CCEE)
e, entre 1998 e 2000, essa nova proposta foi gra-
dualmente implantada. Em 1997, de acordo com
o Decreto n.º 2.335, de 6 de outubro de 1997, foi
constituída a Agência Nacional de Energia Elétri-
ca (ANEEL), vinculada ao Ministério de Minas e
Energia (MME), com a finalidade de regular e fisca-
lizar todos os segmentos do SEB: produção, trans-
missão, distribuição e comercialização. No ano de
2000, o Decreto n.º 3.520 de 21 de junho de 2000,
instituiu o Conselho Nacional de Política Energéti-
ca (CNPE) como responsável para a formulação de
políticas e diretrizes de energia.

18
Um pouco mais adiante, nos anos de 2001 e
2002, houve a crise de abastecimento, popularmente
conhecida como crise do apagão. Na época, a cri-
se abrangeu todo o país afetando o fornecimento
e distribuição de energia elétrica. As principais cau-
sas indiciadas foram: a falta de chuva, que deixaram
vários reservatórios de usinas hidrelétricas vazias e,
principalmente, a falta de planejamento e investi-
mentos no segmento de geração de energia. Neste
momento, foi criada a Câmara de Gestão de Crise
com o intuito de revitalizar o SEB.
Sustentado pelas Leis n.º 10.847 e 10.848, de
15 de março de 2004, pelo Decreto n.º 5.081, de 14
de maio de 2004, Decreto n.º 5.163, de 30 de julho
de 2004, Decreto n.º 5.175, de 09 de agosto de 2004
e pelo Decreto n.º 5.177, de 12 de agosto de 2004,
o governo federal lançou as bases de um novo mo-
delo para o SEB.

1.2.3. Atual Modelo Institucional


do Setor Elétrico

O novo modelo, criado entre 2003 e 2004,


além de definir, oficialmente, o poder concedente ao
MME e ampliar a autonomia do ONS, definiu a cria-
ção dos seguintes órgãos:
- Empresa de Pesquisa Energética (EPE): realiza
estudos para definição da matriz energética brasileira

19
e também é responsável pelo planejamento da ex-
pansão do setor elétrico em longo prazo, nos seg-
mentos de geração e transmissão.
Para saber mais sobre a EPE, acesse o site:
http://www.epe.gov.br

- Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico


(CMSE): instituição com a função de avaliar perma-
nentemente e recomendar ações preventivas para o
suprimento de energia elétrica.
Para saber mais sobre o CMSE, acesse o site:
http://www.mme.gov.br/mme/menu/conselhos_comite/
cmse.html

- Câmera de Comercialização de Energia Elé-


trica (CCEE): instituição responsável pela comer-
cialização de energia elétrica no SIN, anteriormente
representada pelo Mercado Atacadista de Energia
(MAE). A CCEE é uma associação civil sem fins lu-
crativos, mantida pelas empresas de geração, distri-
buição e Agentes de comercialização que compram
e vendem energia no Brasil.
Para saber mais sobre a CCEE, acesse o site:
http://www.ccee.org.br

- Operador Nacional do Sistema (ONS): como


já citado anteriormente, o ONS é o órgão respon-
sável por coordenar e controlar toda a operação

20
técnica de geração e transmissão de energia elé-
trica no SIN.
Para saber mais sobre o ONS, acesse o site:
http://www.ons.org.br/home/

A Figura 3, a seguir, ilustra o esquema do


atual modelo institucional do SEB.
CNPE

CMSE MME EPE

ANEEL

ONS CCEE
Agentes
Figura 3: Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro
Fonte: CCEE, 2013b

Em suma, o MME é a instituição responsável


pela implementação de políticas para o setor ener-
gético, após serem homologadas pelo CNPE. O
CNPE formula políticas e diretrizes para o setor
energético e identifica soluções mais adequadas para
garantir o suprimento de energia elétrica em todas
as regiões do país. De acordo com as diretrizes do
CNPE, o MME implementa tais políticas através de
dois principais órgãos, a EPE e o CMSE.

21
A ANEEL regula e fiscaliza as atividades de
controle da operação da geração, transmissão, dis-
tribuição e comercialização e preserva a viabilidade
econômica e financeira dos Agentes. Os Agentes são
empresas associadas à geração, distribuição e comer-
cialização de energia elétrica.
Por fim, o novo modelo do setor elétrico
tem como objetivo garantir e monitorar a segu-
rança do suprimento de energia elétrica, exigindo
contratação de totalidade da demanda por par-
te das distribuidoras e dos consumidores livres,
contratação de usinas geradoras de energia elé-
trica em proporções que assegurem melhor equi-
líbrio entre garantia e custo de suprimento, além
de promover a modicidade tarifária (preço justo
ao alcance de todos os usuários) no SEB.
A inserção social, também, é um dos principais
objetivos do novo modelo do SEB, com a univer-
salização de atendimento para mais de 12 milhões
de brasileiros. O modelo busca promover a univer-
salização do acesso e do uso do serviço de energia
elétrica, criando condições para que os benefícios da
eletricidade sejam disponibilizados aos cidadãos que,
ainda, não contam com esse serviço, além de garan-
tir subsídio para os consumidores de baixa renda, de
tal forma que estes possam arcar com os custos de
seu consumo de energia elétrica.

22
1.3. Comercialização

O segmento de comercialização não está asso-


ciado à entrega final da energia elétrica. A comerciali-
zação realiza operações de compra e venda de energia.
As negociações de compra e venda de ener-
gia elétrica são realizadas no âmbito do SIN, ou
seja, o SIN permite que sejam estabelecidos con-
tratos de comercialização de energia elétrica entre
quaisquer regiões do país. A CCEE é a instituição
responsável por garantir a segurança, o equilí-
brio financeiro e o fortalecimento do mercado de
energia elétrica no país.
A CCEE atua em conjunto com outras insti-
tuições e órgãos governamentais, a fim de assegurar
um modelo sustentável de energia no país, capaz de
estimular o crescimento da economia do país, além
de garantir um preço acessível ao consumidor.
As atividades relacionadas à viabilização e ge-
renciamento da comercialização de energia elétrica
foram atribuídas à CCEE pelo Decreto n.º 5.163
supracitado. Nesta ocasião, foram estabelecidos dois
ambientes para a comercialização de energia a fim de
promover relações comerciais sólidas e justas para
todos os segmentos do setor; os ambientes regula-
dos e livres.
No Ambiente de Contratação Livre (ACL), os
contratos de comercialização são livremente nego-

23
ciados. Aqui, podem comprar energia os consumi-
dores livres, especiais e também os próprios ven-
dedores. Já, no Ambiente de Contratação Regulada
(ACR), os contratos são firmados por meio de lei-
lões, desde que delegados pela ANEEL, e podem
comprar energia neste ambiente, apenas, os distri-
buidores (consumidores cativos, concessionárias,
permissionárias e autorizadas do serviço público).
Em ambos ambientes, podem vender a energia os
geradores de serviço público, produtores indepen-
dentes, comercializadores e autoprodutores. As sub-
seções seguintes tratarão com mais detalhes esses
dois ambientes de comercialização.

1.3.1. Ambiente de Contratação Regulada

No ACR, as contratações são feitas através


de leilões diferenciados para cada tipo de produto
comercializado e realizados pelo critério de menor
tarifa. As distribuidoras, através do processo de cha-
mada pública realizado por elas, compram grandes
montantes para atender a demanda de seus consumi-
dores cativos. A energia é comercializada de acordo
com a classificação dos empreendimentos, e vencem
o leilão quem oferecer o menor preço.
O Leilão de Energia Existente, por exemplo, a
energia vendida é proveniente de empreendimentos,
que já existem no mercado e são realizados para re-

24
por os antigos contratos. Os contratos são do tipo
A-1, com início de suprimento no ano seguinte ao
de realização o leilão, e são firmados para um perío-
do de 5 a 15 anos.
O Leilão de Energia de Reserva é destinado ao
aumento da segurança no fornecimento de energia
elétrica no SIN, garantindo o suprimento em caso de
desequilíbrio entre a geração real e estimada em um
determinado período.
Por outro lado, o Leilão de Energia Nova, ou lei-
lão de novos empreendimentos, comercializa energia
antes mesmo de uma usina estar pronta. Os contratos
de venda de energia são do tipo A-3 ou A-5, onde o
início de suprimento será após 3 e 5 anos, respectiva-
mente, do momento de contratação, para um período
de 15 a 30 anos. Esse tipo de leilão é feito para aten-
der o crescimento da demanda e o número de anos
(A-3 e A-5), refere-se ao tempo necessário para da
construção da usina (CCEE, 2013b).
Energia gerada a partir de Fontes Alternativas
(PCHs, térmicas a biomassa, eólicas e fotovoltai-
cas), também, possui um leilão específico para sua
comercialização e podem ser do tipo A-1, A-2 e
A-3, quando o ano de início de suprimento dar-
-se-á, respectivamente, após 1, 2 ou 3 anos do mo-
mento de contratação.
Por fim, há, ainda, os Leilões de Ajuste, que
acontecem no próprio ano, realizados entre distri-

25
buidoras e vendedores, que comercializam energia
através de contratos mais curtos, por até 2 anos.

1.3.2. Ambiente de Contratação Livre

No ACL, os contratos são firmados livremente,


ou bilateralmente, entre vendedores e consumido-
res, com cláusulas contratuais como vigência, preço,
montante de energia, firmadas entre as partes e po-
dendo ser ou não intermediados por comercializa-
dores. É importante advertir que, embora a contra-
tação seja realizada “livremente”, a CCEE deve ter
conhecimento dos montantes de energia e do perío-
do total de fornecimento contratado, para que faça
as contabilizações e liquidações necessárias no SIN.
A Figura 4 apresenta um resumo dos Agentes
participantes da comercialização no ACR e ACL.
Vendedores:
Geradores de Serviço Público, Produtores Independentes, Comercializadores e
Autoprodutores

Ambiente de Contratação Ambiente de Contratação


Regulada Livre
(ACR) (ACL)
Distribuidores Consumidores Livres
(Consumidores Cativos) Consumidores Especiais
Vendedores

Contratos resultantes de Contratos livremente


leilões negociados

Figura 4: Contratação no ACR e ACL


Fonte: CCEE, 2013d

26
.3.4. Mercado Spot

Imaginemos a seguinte situação: em um de-


terminado mês, a CCEE contabiliza toda a ener-
gia contratada para o período e nota que, quando
comparada com a energia efetivamente verificada
(consumida ou gerada), esta é inferior. Assim, há a
necessidade da fonte geradora suprir essa diferença,
entre a energia contratada e verificada, comprando
esse déficit no mercado de curto, denominado spot.
Se, ao invés de déficit fosse acurado que a ener-
gia contratada era inferior à energia verificada, essa
“sobra” de energia também pode ser vendida no
mercado spot. Veja, a seguir, a Figura 5 que ilustra o
mecanismo de compra e venda, nesse tipo de merca-
do em curto prazo.

2.000 2.000
1.800 MWh MWh 1.800
MWh MWh

Energia Energia Energia Energia


contratada medida contratada medida
Figura 5: Mecanismo de compra e venda no mercado spot
Fonte: Elaboração própria

Como podemos observar na Figura, se, por


exemplo, para um determinado mês um Agente ge-
rador vendeu 1.800 MWh de energia e as medições

27
para esse período indicaram que foi gerado 2.000
MWh, então o saldo de 200 MWh podem ser ven-
didos no mercado spot ao preço do PLD. Por ou-
tro lado, se as medições indicassem uma geração de
apenas 1.800 MWh, os 200 MWh faltantes devem
ser comprados no mercado spot, também ao preço
do PLD. Essa situação pode ocorrer, também, pelo
lado do comprador, com diferenças entre quantida-
de comprada e consumida.
O PLD é calculado semanalmente, por patamar
de carga e por submercado, tomando como base o
Custo Marginal de Operação (CMO), que considera
informações de disponibilidade de geração, vazões
afluentes e carga do sistema. Anualmente, a ANEEL
limita o PLD a um preço máximo e um preço míni-
mo vigente para o período de um ano.

1.4. Tarifas

Em termos de modicidade tarifária, o modelo


prevê a compra de energia elétrica pelas distribuido-
ras no ACR por meio de leilões, utilizando critério
de menor tarifa, e, assim, tem por objetivo reduzir o
custo de aquisição da energia elétrica a ser repassada
para a tarifa dos consumidores cativos.
Após a primeira reforma do setor elétrico, na
década de 90, as tarifas de eletricidades foram regu-
ladas por incentivos ao aumento de produtividade e

28
compartilhamento dos ganhos com os consumido-
res, antes inexistentes.
Desde então, a ANEEL é o órgão que define a
tarifa de energia elétrica do SEB. As tarifas são calcu-
ladas para uma distribuidora e para uma transmisso-
ra, denominadas, respectivamente, de tarifa por uso
do sistema elétrico de distribuição (TUSD), e tarifa
por uso do sistema elétrico de transmissão (TUST).
Na TUSD, o preço cobrado ao consumidor final,
em R$/MWh ou R$/kWh, é formado pelos custos
de distribuição acrescidos por custos de compra de
energia, transporte e encargos setoriais. Na Figura
6, a seguir, estão apresentadas as tarifas residenciais
praticadas no ano de 2013 de cada distribuidora em
âmbito nacional.

29
Concessionária B1 - Residencial (R$/kWh)
ELETR O AC R E 0,42798
C ER O N 0,39394
AMPLA 0,39191
C ELTINS 0,37875
C HESP 0,37709
EMG 0,37156
HIDR O PAN 0,35756
C ELPA (Inte rligado) 0,35747
C PFL Mococa 0,35474
SULGIPE 0,35215
JAR I 0,35063
DEMEI 0,35004
C O O PER ALIANÇ A 0,34867
UHENPAL 0,34706
C EMIG-D 0,34700
ELETR O C AR 0,34490
C EMAR (Inte rligado) 0,34357
C EMAT (Inte rligado) 0,34282
EEB 0,33125
LIGHT 0,32874
ENER SUL (Inte rligado) 0,32648
C EPISA 0,32573
ELFSM 0,32514
ENF 0,32401
EFLUL 0,32259
EFLJC 0,32132
C EEE-D 0,31257
ELEKTR O 0,31188
MUXENER GIA 0,31167
C O SER N 0,30853
ESE 0,30829
C O ELC E 0,30821
IENER GIA 0,30763
C EAL 0,30674
BANDEIR ANTE 0,30494
EPB 0,30445
C PFL Sul Paulista 0,30200
DMED 0,30169
C PFL Le ste Paulista 0,30043
EDEVP 0,29910
ESC ELSA 0,29884
C ELPE 0,29877
C FLO 0,29870
C AIUÁ-D 0,29600
FO R C EL 0,29410
C ELG-D 0,29350
C O ELBA 0,29327
C ELESC -DIS 0,28868
R GE 0,28478
C NEE 0,28232

C O C EL 0,27897
C PFL- Piratininga 0,27824
Am E 0,27685
EBO 0,27455
C PFL-Paulista 0,27212
C O PEL-DIS 0,26355
AES-SUL 0,26224
C PFL Santa C ruz 0,26070
C EB-DIS 0,25647
C EA 0,25386
Boa Vista 0,24758

ELETR O PAULO 0,23844


C ER R 0,22890
C PFL Jaguari 0,20877

Figura 6: Tarifas Residenciais - 2013


Fonte: ANEEL, 2013ª
30
Em geral, da tarifa que chega ao consumidor
a maior parte é composta por custos de geração e
impostos e subsídios recolhidos pelo governo, segui-
dos por custos com distribuição e, em menor pro-
porção, custos das linhas de transmissão para trans-
portar energia do local, onde é gerada até as redes de
distribuição.
Assim, definem-se como Estrutura Tarifária os
diversos tipos de tarifas que os consumidores pagam
pelo uso de eletricidade. As tarifas diferenciam-se en-
tre os consumidores do “grupo A”, “grupo B” e “bai-
xa renda”, conforme descrito em ANEEL (2005).
Dentre os consumidores do grupo A, estão os
consumidores de alta tensão, com tensão igual ou
superior a 2,3 kV. As tarifas desse grupo são cons-
truídas em três modalidades diferentes:

• Estrutura tarifária convencional: a tarifa in-


dependente das horas de utilização do dia (de ponta
ou fora de ponta) e dos períodos do ano (seco ou
úmido). A tarifa convencional apresenta um preço
único para a demanda de potência (R$/kW) e outro
para o consumo de energia (R$/MWh).
• Estrutura tarifária horo-sazonal azul: tarifa
depende das horas de utilização do dia e dos perío-
dos do ano. A tarifa azul tem um valor para o horário
de ponta (P) e fora de ponta (FP) para a demanda de
potência e um valor distinto do consumo de energia

31
para: horário de ponto em período úmido (PU), ho-
rário fora de ponta em período úmido (FPU), horá-
rio de ponta em período seco (OS) e horário fora de
ponta em período seco (FPS). Resumidamente, os
preços aplicados de demanda e consumo são dife-
renciados de acordo com o horário de utilização do
dia e os períodos do ano.
• Estrutura tarifária horo-sazonal verde: tarifas
diferenciam-se de acordo com o consumo de ener-
gia elétrica, horas de utilização do dia e dos períodos
do ano. O preço é único para a demanda de potên-
cia e um valor distinto do consumo de energia para:
horário de ponto em período úmido (PU), horário
fora de ponta em período úmido (FPU), horário de
ponta em período seco (OS) e horário fora de ponta
em período seco (FPS).

Dentre os consumidores do grupo B estão


aquelas com tensão inferior a 2,3 kV, ou seja, a classe
residencial, rural, industrial, comercial e de ilumina-
ção pública. As tarifas deste grupo são estabelecidas
apenas a partir do consumo de energia (R$/MWh).
Entretanto, a partir de janeiro de 2014, entrou
em vigor as novas Bandeiras Tarifárias, sendo todos
os consumidores do SIN o público-alvo na diferen-
ça das tarifas. Elas são subdividas em:
° Bandeiras Tarifárias Verde: custos baixos na
geração de energia.

32
° Bandeiras Tarifárias Amarela: custos de gera-
ção estão aumentando.
° Bandeiras Tarifárias Vermelha: situação an-
terior está se agravando e a oferta de energia para
atender a demanda dos consumidores ocorre com
maiores custos de geração.

Finalmente, também faz parte da Estrutura Ta-


rifária Brasileira a tarifa social de baixa renda, onde
fazem jus ao benefício os consumidores residenciais
com consumo mensal inferior a 80 kWh ou entre 80
e 220 kWh, desde que comprovem inscrição junto
ao Cadastro Único de Programas Sociais do Gover-
no Federal. Os descontos descritos na Tabela 1 são
aplicados a tal grupo.

Faixa de Consumo Desconto Tarifário


0 – 30 kWh 65%
31 – 100 kWh 40%
101 – Limite Regional 10%
Tabela 1: Desconto aplicado à tarifa da classe residencial de
baixa renda
Fonte: ANEEL, 2005.

Anualmente, também são feitos reajustes ta-


rifários. A cada 4 anos, são realizadas as revisões
tarifárias que redefinem o equilíbrio econômico-fi-
nanceiro da concessão e, se necessário, são também
realizadas revisões extraordinárias.

33
Por fim, a ANEEL deve garantir a regulação
do SEB e manter o equilíbrio entre consumidores,
governo e prestadores de serviços, impedindo pre-
ços abusivos, estabelecendo tarifas que remunerem,
adequadamente, o capital investido além de contras-
tar a possíveis pressões político-eleitorais por tarifas
artificialmente menores.

34
Questões

1. Relacione os tipos de instituição com suas


respectivas atividades:
(a) Coordena e controla a operação da geração
e da transmissão no SIN.
(b) Viabiliza a comercialização de energia elétrica.
(c) Realiza estudos para definição da matriz
energética nacional e planeja a expansão da geração
e transmissão.
(d) Responsável pela política energética do país.
(e) Regula e fiscaliza a produção, transmissão e
distribuição de energia, buscando sempre o equilí-
brio do mercado.

( ) EPE
( ) ANEEL
( ) CCEE
( ) ONS
( ) MME

2. Indique os agentes que, nesta ordem, produ-


zem energia elétrica no país, transportam e conver-
tem a energia a tensões menores para o consumo
final. Qual a categoria que realizada contratos de
compra e venda de energia elétrica?

35
3. Quem são os participantes obrigatórios da
CCEE, para a comercialização de energia elétrica?

4. Indique nos espaços, a seguir, se os agentes


são vendedores (V), compradores no ACL (ACL) ou
compradores no ACR (ACR).

( ) Comercializadores
( ) Produtores Independentes
( ) Geradores de Serviço Público
( ) Consumidores Livres
( ) Consumidores Especiais
( ) Vendedores
( ) Autoprodutores
( ) Distribuidores

5. Faça uma pesquisa e indique as cinco maiores


usinas hidrelétricas do mundo. Indique suas localida-
des e potências instaladas.

36
Unidade 2

Produção De Energia Elétrica

Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!

Nesta unidade, vamos conhecer as principais


fontes produtoras de energia e entender seus funcio-
namentos, características e particularidades.

Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.

2.1. Geração de Energia Elétrica


2.2. Geração Hidrelétrica
2.3. Geração Solar Fotovoltaica e Eólica
2.3.1. Geração Solar Fotovoltaica
2.3.2. Geração Eólica
2.4. Outras fontes
2.4.1. Geração Termelétrica
2.4.2. Geração Termonuclear
2.4.3. Geração de Energia pelas ondas do mar

37
2.1. Geração de Energia Elétrica

O segmento de geração é a primeira etapa do


processo do setor de energia elétrica. A energia é
produzida de acordo com a demanda de energia
dos consumidores. Os Agentes de geração são as
empresas responsáveis pela produção de energia
elétrica no Brasil.

“O Brasil possui no total 3.033 empreendimentos em operação,


totalizando 126.528.042 kW de potência instalada. Está prevista
para os próximos anos uma adição de 36.166.835 kW na capaci-
dade de geração do País, proveniente dos 147 empreendimentos
atualmente em construção e mais 526 outorgados.”
Fonte: ANEEL, 2014.

Em média, 85,9% da energia elétrica gerada no


Brasil, são provenientes de centrais de serviço públi-
co e 14,1% do total produzido provêm da geração
de autoprodutores (EPE, 2013).
O Brasil também importa energia elétrica. No
ano de 2012, aproximadamente 6,8% da oferta inter-
na de energia elétrica foram referentes às importa-
ções líquidas (EPE, 2013). Os países que importam
essa energia para o Brasil são Paraguai, Argentina,
Venezuela e Uruguai.
Temos energia elétrica gerada a partir de fontes
renováveis, gerada através da força das águas e dos
ventos, da energia do sol, da combustão de biomassa,

39
as quais são fontes limpas por não emitirem poluen-
tes ou emitem pouco, e, ainda, energia elétrica gerada
por meio da combustão de combustíveis fósseis.
A principal fonte geradora de energia elétrica
no país é a hidráulica. Somando toda a energia ofer-
tada, 85% da eletricidade são originadas de fontes
renováveis. Assim, podemos concluir que o Brasil
apresenta uma matriz de geração de eletricidade de
origem predominantemente limpa.
A Figura 1, a seguir, apresenta a porcentagem
da oferta interna de energia elétrica por fonte, para
o ano de 2012.
Derivados de Nuclear Carvão e derivados
Petróleo 2,7% 1,6%
Gás Natural
Eólica 3,3%
7,9%
0,9%

Biomassa
6,8%

Hidráulica
76,8%

Figura 1: Oferta interna de energia elétrica por fonte - 2012


Fonte: BEN, 2013.

Na Figura, a oferta de energia elétrica a partir


da fonte hidráulica também inclui a quantidade im-
portada no país. Desse montante, aproximadamente

40
70,1% dessa energia é produzida no Brasil. Biomassa
inclui lenha, bagaço de cana, lixívia e outras recupe-
rações. Derivados do carvão, inclui o gás de coqueira.

Biomassa é um recurso renovável oriundo de matéria orgânica,


animal ou vegetal, que pode ser utilizada para produzir energia
(CCEE, 2013b).

Veremos nas seções a seguir, algumas espe-


cificações das principais fontes de produção de
energia elétrica.

2.2. GERAÇÃO HIDRELÉTRICA

A queda d’água de um rio é o que faz gerar ele-


tricidade a partir da fonte hidráulica. As usinas hidre-
létricas produzem energia hidráulica a partir do apro-
veitamento da energia potencial gravitacional da água
contida em uma represa elevada (ITAIPU, 2013). A
água movimenta as turbinas da usina que são ligadas
a geradores e, a partir daí, há a conversão da energia
cinética em energia elétrica.
Depois de movimentar as turbinas, as águas vol-
tam para o leito do rio sem sofrer nenhum tipo de
alteração. Por este motivo é que a energia hidrelétrica
é considerada renovável, de fonte limpa.
Uma usina hidrelétrica deve incluir um desvio
do curso do rio para queda d’água e um reservató-

41
rio para armazenamento de água. O que determina o
porte de uma usina é sua potência instalada, ou seja, a
capacidade total de gerar energia. As Pequenas Cen-
trais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras
Hidrelétricas, por exemplo, operam com pequenas
quedas d’água. A Tabela 1, a seguir, resume os três
principais tipos de usinas de geração hidrelétrica.

Nome Sigla Potência Instalada


Centrais Geradoras
CGH Até 1MW
Hidrelétricas
Pequenas Centrais
PCH Entre 1,1 e 30 MW
Hidrelétricas
Usina Hidrelétrica de
UHE Mais de 30 MW
Energia
Tabela 1: Classificação de usinas hidrelétricas.
Fonte: CCEE, 2013a

Instaladas junto a pequenas quedas d’água, as


PCHs e CGHs, no geral, abastecem pequenos centros
consumidores, unidades industriais e unidades co-
merciais individuais, além do mais, não necessitam de
instalações tão extensas para o transporte da energia
(CCEE, 2013a). Ainda, temos usinas que se caracteri-
zam como fio d’água, onde o reservatório tem volu-
me pequeno quando comparado com a vazão do rio.
Quando se constrói uma usina, além do apro-
veitamento da água e necessidade para atender futura
demanda, são também levadas em consideração as
questões ambientais, que envolvem o alagamento de

42
grandes áreas, possíveis perdas de terras férteis, des-
locamento de população, emissão de metano em áre-
as alagadas, entre outras. Por outro lado, o aprovei-
tamento dos recursos hídricos é fundamental para o
desenvolvimento dos países, principalmente àqueles
em fase de desenvolvimento. Dessa forma, um pla-
nejamento eficiente desse tipo de empreendimento
deve considerar ambos os interesses.
Pode-se considerar que a energia gerada a par-
tir das hidrelétricas tem característica vulnerável por
depender do regime de chuvas. Ora, os reservatórios
podem estar vazios, ora podem até transbordar.

A Figura 2, a seguir, ilustra a UHE de Itaipu.

Figura 2: Usina hidrelétrica de Itaipu


Fonte: ITAIPU, 2013.

43
O vertedouro tem a função de descarregar toda
a água que não é utilizada na geração. O ponto in-
dicado como transmissão, tem a incumbência de
transmitir a energia gerada da usina até os pontos
de conexão com o SIN e com o Sistema Interligado
do Paraguai. Essa transmissão de energia é diferente
da energia transportada até os centros de consumo.
A barragem tem o papel de represar a água e obter
um desnível para que as turbinas operem. Sempre
que possível, as barragens devem ser distribuídas ao
longo do rio para melhor aproveitamento da queda
d’água. Na parte de geração, encontram-se as uni-
dades geradoras, responsáveis por transformar a
energia mecânica das turbinas em energia elétrica.
Por fim, a geração de energia depende do monitora-
mento dos rios e do clima nas Bacias Hidrográficas,
ou seja, o volume de água que chega ao reservatório
está diretamente relacionado ao aproveitamento dos
recursos hídricos (ITAIPU, 2013).
Dentre os países que há participação da energia
hidráulica na matriz elétrica interna, podemos des-
tacar o Brasil, Canadá, Venezuela, Noruega e Nova
Zelândia (UNSIHUAY-VILA, 2013).
Atualmente, aproximadamente 63,81% da ca-
pacidade instalada no Brasil são provenientes de
fonte hídrica, com um total de 1.090 usinas em
operação e 38 empreendimentos em construção
(ANEEL, 2014).

44
2.3. Geração Solar Fotovoltaica e Eólica

2.3.1. Geração Solar Fotovoltaica

A energia fotovoltaica é a energia elétrica gerada


a partir da energia (luminosa e/ou térmica) fornecida
pelo Sol. É obtida a partir da irradiação da luz do Sol
na superfície terrestre e captada por painéis solares.
Por não ser constante e nem abundante em todo o
planeta, a geração de eletricidade a partir da energia
solar ainda é pouco expressiva na matriz energética.
A Figura 3 ilustra a usina solar fotovoltaica em
Albacete, na Espanha.

Figura 3: Usina solar fotovoltaica


Fonte: NEOSOLAR, 2010.

45
Há distinção entre processos de aproveitamento da energia solar.
A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de
energia térmica, para o aquecimento de água e de ambiente, por
exemplo, e para geração de potência elétrica. Neste último, os
fótons, contidos na luz solar, são convertidos em eletricidade por
meio das células solares nos painéis fotovoltaicos.

Em um primeiro momento, o efeito fotovoltai-


co decorre da excitação dos elétrons no silício, prin-
cipal componente das células solares, na presença da
luz solar. Após essa etapa, a energia gerada é transmi- 3
tida a um controlador de carga que separa a energia
EN ERG IA SO LA R

a ser utilizada da não utilizada. Em alguns sistemas,


é possível armazenar a energia não utilizada em ba-
terias.
TABELA 3.2
Em seguida, de acordo com a quantidade de-
Eficiência de conversão e custo de células solares
Tipo de célula Eficiência (%) Custo

mandada, a energia captada pelos painéis é transfor-


Silício de cristal simples
Teórica
30,0
Laboratório
24,7
Comercial
12 a 14
(US$/Wp)
4a7

mada para uso final através de inversores. A Figura 4,


Silício concentrado
Silício policristalino
27,0
25,0
28,2
19,8
13 a15
11 a 13
5a8
4a7

a seguir, ilustra um sistema de geração fotovoltaica de


Silício amorfo 17,0 13,0 4a7 3a5
Fonte: G REEN, M. A. et al. Solar cell efficiency tables: version 16. Progress in Photovoltaics: Research and A p-plications, Sydney, v. 8, p. 377-384, 2000.
-

energia elétrica.
FIGURA 3.7 Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica

Fonte: CEN TRO DE REFERÊN CIA PA RA A ENERG IA SOLA R E EÓLICA SÉRG IO DE SA LVO BRITO - CRESESB. 2000. Disponível em: www.cresesb.cepel.br/cresesb.htm (adaptado).
Figura 4: Sistema de geração fotovoltaica.
Fonte: CRESESB, 2000 apud Aneel, 2005.
A PRO V EITA MEN TO D A
3.4. EN ERG IA SO LA R N O BRA SIL
tros), esses projetos têm tido o suporte de organism os internacionais, par-
ticularm ente da Agência Alem ã de Cooperação Técnica – GTZ e do Labo -

Atualm ente há vários projetos, em curso ou em operação, para o aprovei-


46 ratório de Energia Renovável dos Estados Unidos (National Renew able
Energy Laboratory) – NREL/DOE. Tam bém a área de aproveitam ento da
tam ento da energia solar no Brasil, particularm ente por m eio de sistem as energia solar para aquecim ento de água tem adquirido im portância nas re-
fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendim ento de com u - giões Sul e Sudeste do País, onde um a parcela expressiva do consum o de
nidades isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvim ento regional. energia elétrica é destinada a esse fim , principalm ente no setor residencial.

Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos A seguir, são descritos os principais projetos nacionais de aproveitam ento
e instituições brasileiras (MME, Eletrobrás/CEPEL e universidades, entre ou - da energia solar para aquecim ento de água e de geração fotovoltaica.
Embora seja uma energia limpa, de fonte re-
novável, a geração fotovoltaica é um sistema pouco
eficiente com um custo de implantação, ainda, bem
elevado quando comparado com outras fontes de
energia, aliado à necessidade de grandes áreas para
a captação de energia em quantidade suficiente para
que o projeto torne-se viável (ANEEL, 2005). Por
outro lado, as centrais solares necessitam de manu-
tenção mínima, com custos operacionais baixos.
A Alemanha, China, Itália e Estados Unidos
são, nessa ordem, os países com maior capacidade
instalada de energia fotovoltaica no mundo. Em
2012, a Alemanha registrou um consumo médio de
energia fotovoltaica de 5,5% do consumo total. Já a
China, é o país que mais tem investido no setor.
No Brasil, a utilização dessa tecnologia é bem
recente, porém, a utilização de energia solar e a im-
plantação de painéis fotovoltaicos estão aumentan-
do significativamente, principalmente o uso de pai-
néis solares destinados ao aquecimento de água nas
residências, como ilustrado na Figura 5, a seguir.

Figura 5: Painéis solares residenciais.


Fonte: Aloterra, 2013.

47
É importante ressaltar que fontes alternativas
para geração de eletricidade, como a energia solar
fotovoltaica e energia eólica, são de extrema impor-
tância para a matriz elétrica de um país. A adesão
por tais fontes podem minimizar as chances de cri-
ses energéticas por incertezas na disponibilidade de
chuvas ou de combustíveis fósseis, por exemplo, na
geração hidráulica e termoelétrica, respectivamente.
Para mais informações da energia solar fotovoltaica, acesse o ví-
deo do Ambiente Energia, “Séries Fontes Renováveis – Episó-
dio 3 – Energia Solar Fotovoltaica”, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=IAQD7NJjGvk

2.3.2. Geração Eólica

Por sua vez, a energia eólica é obtida a partir


dos ventos e captada por turbinas eólicas, também
denominadas aerogeradores. Aqui, há a conversão
da energia cinética, resultante do acionamento das
pás da turbina eólica pela incidência do vento, em
energia elétrica.
Ao contrário do que muitos pensam, a energia
eólica é utilizada há milhares de anos. São os famo-
sos cata-ventos, ou moinhos, que também realizam
trabalhos mecânicos semelhantes aos das turbinas
eólicas, para atividades de bombeamento de água
e moagem de grãos. Na década de 70, surgiram os
primeiros investimentos em tecnologia de geração

48
elétrica a partir de fonte eólica (ANEEL, 2005). A
Figura 6, a seguir, ilustra um cata-vento para capta-
ção de água de poços artesianos.

Figura 6: Cata-vento para bombeamento de água.


Fonte: WOBBEN, 2012.

A partir da junção de cinco ou mais aerogera-


dores em um mesmo espaço, temos os chamados
parques eólicos, ou usinas eólicas. Os parques eóli-
cos podem ser do tipo onshore, quando instalados
em terra firme, e do tipo offshore, quando instala-
dos a certa distância da costa, em mares.

49
Faça uma pesquisa e aponte as principais vantagens e desvanta-
gens dos parques eólicos do tipo onshore e offshore.

A Figura 7, a seguir, ilustra a Usina Eólica de


Rio do fogo, no Estado do Rio Grande do Norte.

Figura 7: Usina Eólica de Rio do Fogo.


Fonte: WOBBEN, 2012.

Segundo o Balanço Energético de 2013, BEN


2013, a produção de energia elétrica brasileira no ano
de 2012, a partir da fonte eólica, aumentou 86,7%
em relação ao ano anterior. Na região Nordeste,
concentra-se a maior capacidade instalada de gera-
ção eólica pela devido à alta incidência do regime de
ventos naquela região (EPE, 2013).
Em números, 64% da capacidade instalada
de geração de energia eólica no país, para o ano de

50
2012, estão na região Nordeste, 34,5% na região Sul
e apenas 1,5% na região Sudeste (EPE, 2013).
Atualmente, há 108 parques eólicos em ope-
ração, responsáveis por 1,65% da geração total do
país, 202 empreendimentos outorgados e 91 empre-
endimentos em construção (ANEEL, 2014).
Dentre os principais motivos desse aumento
nacional, e também mundial, de instalação de uni-
dades geradoras de fonte eólica estão a redução de
custos devido a recentes desenvolvimentos tecnoló-
gicos e o aumento do desempenho e confiabilidade
dos equipamentos (ANEEL, 2005).
Apesar de sua enorme capacidade de geração
elétrica a partir do regime de ventos, o Brasil pos-
sui apenas 2,2 GW de capacidade instalada, quase 35
vezes menor que a China, com o maior gerador de
energia eólica do mundo com capacidade instalada
de 75 GW (SHUKMAN, 2014). A Figura 8 apresen-
ta os dez países, que possuem a maior capacidade
instalada de geração de energia eólica, em GW, regis-
trada nos anos de 2009 e 2010.

51
Figura 8: Ranking mundial da capacidade eólica instalada.
Fonte: brazilenergy.com.br/portfólio/brazil-wind/perfil-do-setor

Para mais informações da geração de energia eólica, acesse o ví-


deo do Ambiente Energia, “Você sabe como funcionada a Ener-
gia Eólica?”, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=6Fc3V0-ZA7k

2.4. Outras Fontes

2.4.1. Geração Termelétrica

Também, encontramos a geração de eletricida-


de a partir da geração térmica, a qual pode ser re-
alizada a partir da queima de combustíveis fósseis,
como o gás natural, óleo diesel, carvão mineral, óleo

52
combustível, e também a partir da biomassa, como
o bagaço de cana de açúcar, biogás, casca de arroz,
resíduos de madeira, entre outros. Tal tecnologia é
denominada de cogeração.
A Figura 9 apresenta o esquema do funciona-
mento de uma usina termelétrica.

Figura 9: Funcionamento de uma usina termelétrica.


Fonte: Eletronuclear, 2014.

A partir da figura, pode-se observar que as pás


da turbina são movidas por passagem de vapor, o

53
qual é obtido a partir do aquecimento de água. O ca-
lor é gerado pela queima dos diversos combustíveis.

O que é a Cogeração?
“Por mais eficiente que seja um gerador termoelétrico,
a maior parte da energia contida no combustível usado
para seu acionamento é transformada em calor e perdi-
da para o meio ambiente.
Trata-se de uma limitação física que independe do tipo
de combustível (diesel, gás natural, carvão etc.) ou do
motor (a explosão, turbina a gás ou a vapor etc.). Por
esta razão, no máximo 40% da energia do combustível
do diesel usado em um gerador podem ser transforma-
dos em energia elétrica.
Como muitas indústrias e prédios comerciais necessi-
tam de calor (vapor ou água quente), foi desenvolvida
uma tecnologia denominada cogeração, em que o calor
produzido na geração elétrica é usado no processo pro-
dutivo sob a forma de vapor.
A vantagem desta solução é que o consumidor econo-
miza o combustível que necessitaria para produzir o
calor do processo. A eficiência energética é, desta forma,
bem mais elevada, por tornar útil até 85% da energia
do combustível.
O inconveniente da cogeração é que o calor só pode ser
usado perto do equipamento, o que limita estas instala-
ções a unidades relativamente pequenas, se comparadas
com os geradores das concessionárias.

54
Até meados do século XX, a cogeração chegou a ser
muito usada nas indústrias, perdendo depois a compe-
titividade para a eletricidade produzida pelas conces-
sionárias nas grandes centrais geradoras com ganhos
de escala. Assim, a cogeração ficou limitada a sistemas
isolados (plataformas submarinas) e indústrias com li-
xos combustíveis (canavieira e de papel e celulose, por
exemplo).
Nos últimos quinze anos, porém, um novo modelo do
setor elétrico voltou a estimular a produção elétrica lo-
cal que fosse mais eficiente e de baixo custo, levando ao
aperfeiçoamento da tecnologia da cogeração, inclusive
para pequeno porte.
A necessidade de reduzir emissões de CO2 também in-
centivou a adoção deste processo eficiente. Hoje, na Ho-
landa e na Finlândia, a cogeração já representa mais de
40% da potência instalada.”

Fonte: INEE, 2014.

No Brasil, atualmente há 1.273 usinas térmicas


movidas a combustíveis fósseis, 477 movidas à bio-
massa e 82 movidas por outros combustíveis (ANE-
EL, 2014).
As Tabelas 2, 3 e 4, a seguir, apresentam, res-
pectivamente, a quantidade de usinas térmicas em
operação movidas a combustíveis fósseis, usinas tér-

55
micas à biomassa e usinas térmicas movidas a ou-
tros tipos de combustíveis. Cada uma delas descre-
ve, também, os combustíveis utilizados, a potência
instalada (kW) e proporção desses combustíveis em
cada categoria. Na categoria “outros combustíveis”
são contabilizadas, também, as usinas fotovoltaicas.

Potência
Combustível Quantidade %
(kW)
Óleo Ultravis-
1 131.000 0,56
coso
Gás Natural 113 12.170.186 51,74
Óleo Diesel 1.107 3.518.075 14,96
Gás de Refinaria 6 295.560 1,26
Oléo Combus-
33 4.018.613 17,08
tível
Carvão Mineral 13 3.389.465 14,41
Total 1.273 23.522.899 100

Tabela 1: Usinas Termoelétricas – Combustível Fóssil.


Fonte: (ANEEL, 2014).

Quanti- Potência
Combustível %
dade (kW)
Licor Negro 16 1.530.182 13,41
Resíduos de
45 365.937 3,21
Madeira
Capim Elefante 2 31.700 0,28
Biogás 22 79.594 0,7
Bagaço de Cana
378 9.338.666 81,83
de Açucar
Óleo de Palmiste 2 4.350 0,04

56
Carvão Vegetal 3 25.200 0,22
Casca de Arroz 9 36.433 0,32
Total 477 11.412.062 100
Tabela 2: Usinas Termoelétricas – Combustível Biomassa.
Fonte: (ANEEL, 2014).

Potência
Combustível Quantidade %
(kW)
Enxofre 5 59.688 4,16
Radiação
49 4.941 0,34
Solar
Gás de Alto
15 308.555 21,51
Forno
Gás de Pro-
10 674.420 47
cesso
Efluente
2 162.100 11,3
Gasoso
Gás Siderúr-
1 225.100 15,69
gico
Total 82 1.434.804 10

Tabela 3: Usinas Termoelétricas – Outros Combustíveis.


Fonte: (ANEEL, 2014).

2.4.2. Geração Termonuclear

A energia nuclear ou nucleoelétrica é provenien-


te da fissão (divisão do núcleo de um átomo pesado
em dois menores ao ser atingido por um nêutron)
do urânio em reator nuclear. Seu funcionamento é
similar ao de uma termelétrica convencional. O calor
é gerado a partir da “queima” do urânio e o vapor

57
aciona uma turbina, acoplada a um gerador de cor-
rente elétrica. A Figura 10, a seguir, ilustra o funcio-
namento de uma usina nuclear.

Figura 10: Funcionamento de uma usina nuclear.


Fonte: Eletronuclear, 2014.

Por que energia nuclear?


”A utilização da energia nuclear vem crescendo a cada
dia. A geração nucleoelétrica é uma das alternativas
menos poluentes; permite a obtenção de muita energia
em um espaço físico relativamente pequeno e a instala-
ção de usinas perto dos centros consumidores, reduzin-
do o custo de distribuição de energia. Outras fontes de
energia, como solar ou eólica, são de exploração cara
e capacidade limitada, ainda sem utilização em escala

58
industrial. Os recursos hidráulicos também apresen-
tam limitações, além de provocar grandes impactos
ambientais. Por isso, a energia nuclear torna-se mais
uma opção para atender com eficácia à demanda ener-
gética no mundo moderno.”

Fonte: CNEN, 2014.

Adicionalmente ao texto apresentado acima,


podemos citar outra grande vantagem das centrais
termonucleares. A quantidade de energia (ou potên-
cia) que pode ser gerada é bem superior à quantidade
de material utilizado (urânio).
Faça uma pesquisa e aponte as principais desvantagens das usi-
nas termonucleares.

No Brasil, há apenas 02 usinas do tipo nu-


clear em operação responsáveis por 1,48% da ca-
pacidade instalada no país, e 01 usina em fase de
construção. São as antigas Angra I, II e III situa-
das no município do Rio de Janeiro. Atualmente,
denominadas por Usina Almirante Álvaro Alberto
– Unidade I, II e III.

Veja o vídeo “Angra III, um futuro com mais energia” que fala
sobre a expansão da energia nuclear no Brasil, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=knSzi4rppzs

59
2.4.3. Geração de Energia Pelas
Ondas do Mar

Um projeto piloto de geração de energia elé-


trica a partir da movimentação das ondas do mar
está em desenvolvimento no Brasil. Alguns países
da Europa já possuem experiências nessa tecnolo-
gia, porém, o Brasil abrigará a primeira usina desta
modalidade na América Latina.
A geração de eletricidade se dá a partir da movi-
mentação vertical de um flutuador ocasionada pelas
ondas do mar. Essa movimentação é transformada
em um movimento de rotação no gerador e então, a
eletricidade é produzida. A Figura 11 apresenta um
resumo do funcionamento da usina.

Figura 11: Funcionamento do sistema de geração de ener-


gia pelas ondas do mar.
Fonte: COPPE, 2013.

60
Veja o vídeo “Geração de Energia Elétrica pelas Ondas do Mar”
e saiba como a eletricidade é produzida a partir das ondas do
mar. Vídeo disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=o70SrMJpkIo

61
Questões

1. Faça uma pesquisa e indique os cinco países


maiores produtores de energia hidrelétrica. Indique,
aproximadamente, qual o porcentual da energia hi-
dráulica na matriz energética desses países.

2. Quais as principais condições topográficas


que favorecem a geração de energia através de fon-
te eólica? Em qual, ou quais, região(ões) brasileira(s)
que concentram-se o maior número de usinas eóli-
cas? Por quê?

3. Qual o país que mais utiliza a energia nuclear


para a geração de eletricidade? E quais os dois países
mais dependentes da energia nuclear para geração de
eletricidade?

4. Relacione os números da primeira coluna


com os da segunda.

(1) Energia Térmica


(2) Energia Eólica
(3) Energia Nuclear
(4) Energia Cinética

62
(5) Energia Renovável

( ) Obtida a partir da fissão do núcleo do áto-


mo de urânio.
( ) Agitação dos átomos de um corpo.
( ) Depende da Velocidade de um corpo.
( ) Proveniente de recursos naturais que são
restabelecidos pela natureza.
( ) Energia obtida através do movimento das
correntes de ar.

5. Com relação aos diferentes tipos de energia,


assinale a afirmação correta.
a) Energia térmica pode ser considerada mais
nobre, pois não deixa resíduos na sua utilização.
b) A geração de energia eólica é predominante
no Brasil.
c) A produção de energia nuclear é limpa, po-
rém os resíduos do combustível são extremamente
perigosos.
d) A geração de energia nas usinas hidroelétri-
cas não provoca impactos ao meio ambiente.
e) A energia solar é utilizada em larga escala de-
vido ao baixo custo das células de geração.

63
Unidade 3

Transmissão e Distribuição de
Energia Elétrica

Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!

Nesta unidade, vamos estudar sobre o sistema


de transmissão e distribuição de energia elétrica no
Brasil. Como a energia é transmitida? Como ela
chega até nossas residências? Essas e outras questões
serão respondidas ao longo desta unidade.

Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.

3.1. Transmissão de energia elétrica


3.1.1. Como a energia é transmitida?
3.1.2. Transferência de energia elétrica no Brasil
3.2. Distribuição de energia elétrica
3.2.1. Distribuição de energia elétrica no Brasil

65
3.1. Transmissão de Energia Elétrica

O segmento de transmissão tem o papel de


transportar a energia gerada até os centros de distri-
buição. É neste momento em que entram os Agentes
de transmissão. Transportam energia das usinas até
os centros de consumo. Devido ao fato das usinas
de geração, na maioria das vezes, ficarem longe dos
centros de consumo, a energia transportada requer
alta tensão (CCEE, 2013).
Quando falamos em tensão elétrica estamos
nos referindo à diferença de quantidade de energia
existente entre dois pontos eletricamente ligados, ou
seja, é o “produto” que circula entre esses dois pon-
tos, medida em kV (quilovolts).

“Os geradores apresentam tensão variada de geração:


há geradores de baixa tensão variados, como 220 V ou
440 V, e geradores de média tensão, que vão desde 2,2
kV até os mais comuns de 13,8 kV, por exemplo. Os
geradores de Itaipu, para se ter uma ideia, geram em
18 kV. O ponto decorrente do fato de as correntes di-
minuírem quanto maior a tensão gerada, também, é
uma equação técnico-comercial. Se o consumo está pró-
ximo pode-se até gerar em baixa tensão (cogeração ou
geração distribuída). Mas, se o consumidor está longe,
gera-se em alta tensão para permitir a transmissão local
ou para transmitir para longas distâncias, e permitir

66
elevar, novamente, para extra alta tensão. [...] Entre
a geração e o consumo há o macro segmento descrito
acima: o de transmissão.”

Fonte: GARCIA e DUZZI, 2012.

O bom desempenho das linhas de transmissão


depende dos serviços de operação e manutenção das
mesmas. A operação é realizada a partir de indicado-
res de disponibilidade da taxa de interrupções, dada
em função do percentual de tempo disponível e do
número de desligamentos por cada 100 km de linha/
ano. Do lado da manutenção, leva-se em considera-
ção o tempo médio entre falhas e reparos (CTEEP,
2014).

3.1.1. Como a Energia Elétrica é Transmitida?

Como dito anteriormente, em geral, as usinas


de geração ficam longe dos centros de consumo (ci-
dades e indústrias). Por conta disso, há a necessidade
do sistema de transmissão, para que a eletricidade
produzida pelos geradores seja transferida.
Ao sair dos geradores, o início do transporte da
eletricidade dá-se a partir de cabos aéreos sustenta-
dos por torres metálicas: as chamadas redes de trans-
missão de energia elétrica. Os cabos são sustentados
e circundados por isolantes de vidro ou porcelana

67
para evitar descargas elétricas durante o transporte
e, assim, previne acidentes e minimiza custos com as
perdas elétricas e manutenção (ABRADEE, 2014).
Nesse transporte, a energia elétrica passa por
diversas subestações de transformação com a fina-
lidade de alterar sua voltagem. As subestações lo-
calizam-se em postos de conexão entre geradores,
consumidores e empresas distribuidoras.
Assim, nos pontos de conexão entre os gera-
dores e distribuidores a tensão é elevada a fim de se
evitar a perda excessiva de energia; aqui, a corrente
elétrica das linhas de transmissão é reduzida pelos
transformadores e, consequentemente, há a redução
das perdas elétricas inerentes ao transporte da eletri-
cidade. Por outro lado, a tensão é diminuída quando
chega perto dos centros de consumo.
A partir daí, os cabos prosseguem por redes de
distribuição para que a eletricidade seja distribuída
dentro dos centros urbanos (ELETROBRÁS, 2014).

Exemplo
O diâmetro dos fios e a importância dos
transformadores.

A título de ilustração, suponhamos uma cida-


de que contenha 300 casas e desejamos alimentá-la
em 220 volts, trifásica (três conjuntos de cabos). As-
sim, cada fase alimentará 100 casas e cada casa terá

68
necessidade de uma potência de 5 kW, em média.
Então, precisaremos de 500 kW (100 x 5) por fio de
fase. Suponhamos, ainda, que a usina elétrica que
fornecerá a eletricidade para esta cidade encontra-se
a 10 km de distância e produz os exatos 220 volts
que a cidade precisa. Pois bem, deseja-se colocar os
fios entre a unidade geradora e o centro de consumo.
O primeiro passo é a espessura do fio e, para tanto,
precisa-se saber a corrente que passará em cada fio.
Assim, dado que a corrente (i) é definida por:

i=P/V

onde i é a corrente (ampères), P a potência (wat-


ts) e V a tensão (volts). Então, se temos 500.000 W
de potência, a uma tensão de 220 V, teremos uma
corrente de 2300 A.
O segundo passo é calcular o diâmetro do fio
para poder passar 2300 A em 10 km em 220 V sem
que os fios superaqueçam. Assim, de acordo com a
2.ª Lei de Ohm, temos:

R=Þ L/A

onde R é a resistência elétrica (Ω), Þ é a resis-


tividade elétrica do fio condutor (Ωm), L é o com-
primento do fio e A área transversal do fio. Certo
que perdas nas transmissões são sempre esperadas,

69
pretende-se que tais perdas sejam mínimas. Estabe-
lecemos, então, uma perda máxima de 6% do total
transmitido, assim a Pd = 30kW.
A R é calculada pela fração da Pd pela i², e
então R = 5,67 x 10-3 Ω. Admitindo Þ = 0,0167
Ωmm²/m (resistividade do fio de cobre), concluí-
mos que A = 29453 mm² e, portanto, o diâmetro
deve ser de aproximadamente 20 cm!
E por que nunca vimos um fio elétrico de 20
cm de diâmetro? É esse justamente o papel dos trans-
formadores. Elevar ou diminuir a tensão para que
a corrente fique propícia ao uso nas residências e, as-
sim, o diâmetro dos fios pode ser menor, reduzindo
os custos, e deve ser calculado levando em considera-
ção a tensão modificada.
Assista ao vídeo iterativo para maiores expli-
cações:
h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=SHKZ7BS4ofw

Faça uma pesquisa para descobrir a diferença entre transmissão


de eletricidade em corrente contínua e corrente alternada. Qual
é a mais convencional?

As redes, ou linhas de transmissão mais con-


vencionais e com custos menores, são compostas
por um conjunto de cabos aéreos revestidos por
material isolante, e fixados em torres de metal.

70
A Figura 1, a seguir, ilustra esse tipo de linha de
transmissão aérea.

Figura 1: Linha de transmissão aérea.


Fonte: CTEEP, 2014.

Os sistemas de potência das linhas de trans-


missão aérea são, em sua maior parte, trifásicos.
Três conjuntos de cabos de cada lado das torres e
mais um cabo para-raios.
As linhas de transmissão também podem
ser subterrâneas, que são protegidas por túneis e
compostas por cabos de energia, especialmente,
projetados e construídos para esta finalidade. A
Figura 2 apresentada, abaixo, ilustra uma linha de
transmissão subterrânea.

71
Figura 2: Linha de transmissão subterrânea.
Fonte: CTEEP, 2014.

As linhas de transmissão podem também ser


atravessadas por rios, mares e canais, são as cha-
madas linhas submarinas. O uso desse tipo de rede
evita grandes estruturas em locais com travessias
de navios e reduz a poluição visual.

3.1.2. Transmissão de Energia


Elétrica no Brasil

Em 1997, quando a ANEEL começou a fun-


cionar, o Brasil possuía mais de 63 mil quilôme-
tros em linhas de transmissão. A partir de 1999, a
ANEEL iniciou o processo de expansão das linhas

72
de transmissão a partir de leilões para selecionar
as concessionárias, que seriam responsáveis pela
construção e operação da rede. Assim, o vencedor
do leilão seria o candidato que apresentasse a me-
nor tarifa (ANEEL, 2008).
Lembre-se que o setor de transmissão não participa da CCEE
por não comercializar energia elétrica. Na CCEE, participam,
apenas, os Agentes dos setores de geração, distribuição e comer-
cialização.

No ano de 2011, foi registrado aproximada-


mente 98.500 km de extensão de linhas de trans-
missão na rede básica, um aumento de 47% em
relação ao ano de 1999.

Acesse:
<http://www.aneel.gov.br/15anos/linha_do_tempo/transmis-
sao.html> para ver a trajetória da expansão das linhas de trans-
missão desde 1997.

De acordo com a atual sistemática, os editais de


leilões permitem a participação de empresas nacionais
e estrangeiras, públicas e privadas, que podem concor-
rer isoladamente ou em consórcio (ANEEL, 2008).
No Brasil, as linhas de transmissão são classifi-
cadas de acordo com o nível de tensão de sua opera-
ção, mensurado em kV (quilovolts) (ANEEL, 2008).
Assim, temos as seguintes classificações de acordo
com a tensão de fornecimento:

73
Alta tensão: grupo A
• A1: tensão igual ou maior que 230 kV;
• A2: tensão entre 88 kV e 138 kV;
• A3: tensão de 69 kV;
• A3a: tensão de 30 kV a 44kV;
• A4: tensão de 2,3 kV a 25 kV;
• AS: tensão inferior a 2,3 kV.

Baixa tensão: grupo B


• B1: residencial e residencial de baixa renda;
• B2: rural, cooperativa de eletrificação rural e
serviço público de irrigação;
• B3: demais classes;
• B4: iluminação pública.

A classe de fornecimento A1 representa o SIN,


onde 77 concessionárias de serviço público admi-
nistram mais de 100 mil quilômetros de linhas de
transmissão. As classes A2 e A3 são de propriedade
das transmissoras ou administradas por empresas de
distribuição (ABRADEE, 2014).
Para efeito de aplicação das tarifas de energia
elétrica, os consumidores também são classificados
de acordo com a demanda de tensão descrita acima
(ANEEL, 2008).
Há uma tendência de que os Sistemas isolados
sejam integrados gradualmente ao SIN. Dessa for-
ma, deve haver uma expansão cada vez maior da

74
rede de transmissão, reduzindo, assim, a necessidade
de geração de termelétricas movidas a combustíveis
fósseis nessas regiões.
A Figura 3, a seguir, ilustra o sistema de trans-
missão brasileiro, para o ano de 2014.

Figura 3: Sistema de Transmissão Brasileiro.


Fonte: ONSb, 2014.

No que se refere aos preços a serem pratica-


dos pelas concessionárias de transmissão, a ANE-
EL é quem determina o preço teto, o qual deve
cobrir os custos de investimento, de operação e

75
manutenção. A cada cinco anos ocorrem revisões
tarifárias para o serviço e, anualmente, também há
um reajuste das tarifas praticadas. Tanto os gera-
dores como os consumidores pagam tarifa pelo
uso do sistema de transmissão.
Mensalmente, é feita a Apuração Mensal dos
Serviços e Encargos de Transmissão (AMSE),
onde são feitos os cálculos dos valores mensais
das receitas dos Agentes de Transmissão e ONS e
dos encargos de uso do sistema a serem cobrados
de cada usuário.
É de atribuição do ONS a contratação e adminis-
tração dos serviços de transmissão de energia elétrica
e suas respectivas condições de acesso. As concessões
de transmissão são válidas por 30 anos, podendo ser
renovadas por igual período (ANEEL, 2008).
Os contratos são firmados através dos chamados
Contratos de Prestação de Serviço de Transmissão
(CPST), Contratos de Uso do Sistema de Transmis-
são (CUST) e Contratos de Conexão (ONSa, 2014).
Os CPST são realizados entre o ONS e as em-
presas que detêm as concessões de prestação de
serviço público de transmissão de energia elétrica.
Por sua vez, os CUST são firmados entre o ONS,
os usuários da rede básica e as concessionárias de
transmissão representadas pelo ONS. Já, os Con-
tratos de Conexão, sejam eles do Sistema de Trans-
missão (CCT), de Compartilhamento de Instalações

76
(CCT) ou de Sistema de Transmissão (CCT-TA) são
realizados entre as concessionárias de transmissão e
os agentes contratantes, sendo o ONS o intercessor
(ONSa, 2014).

3.2. Distribuição de Energia Elétrica

As distribuidoras de energia elétrica são respon-


sáveis por conectar e atender o consumidor final. As
distribuidoras recebem das companhias de transmis-
são todo o suprimento de eletricidade destinado a
abastecer o país.
Assim, o segmento de distribuição reduz a ten-
são elétrica da energia transportada através das linhas
de transmissão para que chegue ao consumidor final.
Ao chegar às subestações das distribuidoras, a tensão
é rebaixada por meio de um sistema composto por
fios, postes e transformadores (ANEEL, 2008).
Assim, como ocorre no sistema de transmissão,
o sistema de distribuição também é composto por
fios condutores, transformadores e equipamentos
de medição, controle e proteção das redes elétricas.
O que difere a rede de distribuição das linhas de
transmissão é que a primeira é muito mais extensa e
ramificada que a segunda, uma vez que atinge todos
os consumidores finais. Outro ponto importante é
que as distribuidoras estão localizadas nos próprios
centros urbanos com os próprios transformadores

77
localizados nos postes de luz das ruas da cidade,
dentro das instalações de médios e grandes consu-
midores ou, ainda, em sistema subterrâneo (ABRA-
DEE, 2014).
Em geral, existem quatro tipos de redes de dis-
tribuição de eletricidade:

• Aérea convencional: condutores sem isola-


mento devido aos espaçamentos entre os fios; tam-
bém permitem a dissipação de calor dos fios.
• Aérea compacta: condutores possuem iso-
lamento e ocupam menos espaço do que as con-
vencionais.
• Aérea isolada: condutores altamente protegidos.
• Subterrânea: redes enterradas, proporcionan-
do maior confiabilidade e melhor resultado estético.

As redes de distribuição são, ainda, classifica-


das de acordo com a tensão envolvida: primárias e
secundárias. As redes de distribuição primárias são
de média tensão (MT), com carga instalada superior
a 75 kW e montante de uso do sistema de distri-
buição inferior a 2500 kW e com circuitos elétricos
trifásicos a três fios provenientes das subestações de
distribuição, que rebaixam o nível das tensões. Já, as
redes de distribuição secundárias são as redes de bai-
xa tensão (BT), com carga instalada igual ou inferior
a 75 kW e com circuitos elétricos trifásicos a quatro

78
fios (três fases e um neutro) e estão ligados os con-
sumidores e as luminárias da iluminação pública.

3.2.1. Distribuição de Energia


Elétrica no Brasil

Atualmente, há 63 concessionárias responsá-


veis pela distribuição elétrica no país e um conjunto
de permissionárias, que são as cooperativas de ele-
trificação rural. As distribuidoras são empresas de
grande porte que funcionam como elo entre o setor
de energia elétrica e a sociedade, operando em ten-
sões inferiores a 230 kV, incluindo os sistemas de
baixa tensão (ANEEL, 2014).
Para que a energia chegue aos consumidores
cativos ou livres que requerem tensões mais baixas
com uma tensão de 127 volts ou 220 volts, a tensão
originada nas empresas geradoras é rebaixada pe-
las subestações das distribuidoras. Quando se trata
de consumidores livres que demandam uma maior
quantidade de eletricidade, como algumas unidades
industriais, que operam a tensões mais elevadas, elas
recebem energia elétrica diretamente das redes de
subtransmissão (tensão entregue das redes de trans-
missão às concessionárias de distribuição). A Figura
4 ilustra a relação entre os agentes operadores do
setor elétrico e os consumidores e suas respectivas
tarifas TUSD e TUST (ANEEL, 2008).

79
Fonte: ANEEL, 2008.
Figura 4: Relação entre Agentes e Consumidores.

   
  
 

80
 



A ANEEL deve assegurar ao consumidor o
acesso a um serviço contínuo e de qualidade e o
pagamento de um valor justo, além de garantir
o equilíbrio econômico financeiro necessário ao
cumprimento do Contrato de Concessão celebra-
do entre as companhias distribuidoras e a União
(ANEEL, 2008).
O PRODIST – Procedimentos de Distribuição
de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional -
compreende diversos documentos elaborados pela
ANEEL com o objetivo de normatizar e padronizar
as atividades técnicas relacionadas ao funcionamen-
to e desempenho dos sistemas de distribuição de
energia elétrica. O PRODIST divide-se nos seguin-
tes módulos:

• Introdução
• Planejamento da Expansão do Sistema de
Distribuição
• Acesso ao Sistema de Distribuição
• Procedimentos Operativos do Sistema de
Distribuição
• Sistemas de Medição
• Informações Requeridas e Obrigações
• Cálculo de Perdas na Distribuição
• Qualidade da Energia Elétrica
• Ressarcimento de Danos Elétricos

81
Em suma, o PRODIST tem por objetivo orien-
tar e disciplinar formas, condições, responsabilida-
des e penalidades para os consumidores, produtores,
distribuidores e demais agentes do setor quanto à
conexão, planejamento da expansão, operação, me-
dição e qualidade dos serviços.
Adicionalmente, as distribuidoras também de-
senvolvem programas sociais para os consumidores.
Entre os programas que proporcionam o acesso da
eletricidade a todos estão: Baixa Renda com Estru-
tura Tarifária conforme apresentada na Unidade I,
o Luz para Todos, que promove a universalização
do serviço e a regularização das ligações clandestinas
(ANEEL, 2008).`

82
Questões

1. Relacione a numeração apresentada na pri-


meira coluna nas lacunas da segunda.
(1) Unidade de medida da potência
(2) Unidade de medida da tensão
(3) Tensões residenciais
(4) Unidade que mede o consumo de energia
elétrica

( ) kWh ou MWh
( ) Volt
( ) Watt
( ) 127 e 220 volts

2. Qual a rede de distribuição mais utilizada no


Brasil? Por quê?

3. O que são os Procedimentos de Distribuição


– PRODIST?

4. A respeito dos conceitos de tarifação de


energia elétrica relativos ao segmento horo-sazonal
adotado no Brasil e do fornecimento de energia elé-
trica trifásico, respectivamente, julgue o itens seguin-
tes como V (verdadeiro) ou F (falso).

83
( ) Tanto a demanda de potência, quanto o con-
sumo de energia fazem parte da estrutura da tarifa
horo-sazonal azul.
( ) Três fios: duas fases e um neutro.

5. Com relação às redes de distribuição de ener-


gia elétrica, é correto afirmar:
a) A topologia de rede primária mais comum no
Brasil é em malha, devido à facilidade para realizar
os serviços de reestabelecimento de energia.
b) A elevação da tensão de operação permite a
distribuição de maior quantidade de energia e diminui
as perdas técnicas para o mesmo mercado atendido.
c) O horário de ponta e fora de ponta deve ser
único para toda a área de concessão da distribuidora.
d) Unidades consumidoras atendidas em ten-
são igual a 800 V constituem exemplos, nos quais o
fornecimento de energia elétrica ocorre em tensão
primária de distribuição.
e) Os transformadores das redes de distribuição
encontram-se nas próprias centrais de distribuição.

84
Unidade 4

Planejamento da Operação e da
Expansão do Sistema Elétrico

Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!

Nesta unidade, vamos entender como funciona


o planejamento da operação e da expansão do sis-
tema elétrico, com especificações no planejamento
brasileiro. Você verá que o planejamento da opera-
ção e da expansão são complementares.

Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.
4.1. Planejamento da operação do Setor Elétrico
4.2. Planejamento da operação do Sistema Elé-
trico no Brasil
4.2.1. Planejamento de médio prazo
4.2.2. Planejamento de curto prazo
4.2.3. Planejamento diário (pré-despacho)
4.3. Estudos do planejamento da operação do
Sistema Elétrico Brasileiro
4.3.1. Planejamento da geração
4.3.2. Planejamento da transmissão

85
4.4. Planejamento da expansão do Setor Elétrico
4.5. Planejamento da expansão do Sistema Elé-
trico no Brasil
4.5.1. Estudos do planejamento da geração
4.5.2. Estudos do planejamento da transmissão

86
4.1. Planejamento da Operação do
Setor Elétrico

O planejamento da operação visa atender a de-


manda, dada uma estratégia da operação, ao mesmo
tempo em que pretende minimizar os custos de ope-
ração. Assim, é calculada para cada estágio de tem-
po uma estratégia de operação: despacho hidrelétri-
co, térmico e intercâmbios. Tal estratégia é feita de
modo que o valor esperado (valor médio) do custo
de operação seja o mínimo possível.
O planejamento da operação de um sistema
hidrotérmico baseia-se no nível de armazenamen-
to dos rios e tendência hidrológica, pois, para que
decisões operativas atenuem medidas futuras agra-
vantes, é necessário que se preserve os estoques dos
reservatórios, com certa proteção para um evento de
maior arrependimento, a fim de garantir o atendi-
mento energético do sistema. Em suma, a Figura 1, a
seguir, ilustra a metodologia do planejamento de um
sistema hidrotérmico.
Sistema
Acionar hidroelétricas: Geração termoelétrica:
minimiza custos com mantêm os
combustı́vel reservatórios cheios

Déficit de energia Operação econômica Vertimento

Figura 1: Metodologia do Planejamento da Operação.


Fonte: elaboração própria.

87
O Sistema deve decidir entre acionar hidre-
létricas ou térmicas. Daí, que vem a importância
de um planejamento eficiente, pois, se o sistema
optar por acionar todas hidrelétricas e houver fal-
ta de chuvas, haverá déficit de energia pelo fato
dos reservatórios estarem vazios. Por outro lado,
haverá vertimento dos rios se houver excesso de
geração termelétrica ao mesmo tempo, em que os
reservatórios estão cheios. Portanto, a operação
mais econômica seria acionar hidrelétricas, quan-
do houver condições hidrológicas favoráveis e tér-
micas, quando tais condições forem desfavoráveis.
Como critério de planejamento da operação,
o ótimo uso dos recursos energéticos é determi-
nado levando em conta o custo futuro e o custo
imediato do despacho, para um determinado ho-
rizonte de tempo de planejamento. Por um lado,
o custo imediato avalia as afluências futuras e visa
atender a carga com geração hidráulica. Já, o cus-
to futuro, toma como base as consequências ope-
rativas, atendendo à carga demandada com gera-
ção térmica. Assim, quanto maior for o volume
de água armazenada (V*) em reservatórios, maior
será o gasto com térmicas, e menor será a expec-
tativa de gastos com combustíveis no futuro. Veja
o esquema na Figura 2.

88
Custo

Custo Total

Custo Imediato

Custo Futuro

0 V∗ 100% Volume Final


Figura 2: Função Custo: critério de planejamento da operação.
Fonte: elaboração própria.

A derivada de cada função, custo futuro e ime-


diato, em um determinado ponto representa, respec-
tivamente, o “valor da água” e o custo de geração
térmica. Assim, os pontos indicados na função custo
futuro e imediato representam o ponto onde o custo
futuro será mínimo. Temos, portanto, a formação da
função de custo total, representando a curva de de-
cisão dos sistemas:

custo total = custo futuro + custo imediato

Vale ressaltar que esse valor não é medido in-


dividualmente em cada usina, depende da operação
conjunta do sistema. Assim, os ganhos operativos

89
serão máximos e o custo total de operação serão mí-
nimos, ao otimizar, conjuntamente, a operação de
todos os subsistemas.

4.2. Planejamento da Operação do Sistema


Elétrico no Brasil

Devido às características específicas do sistema


de geração de energia elétrica brasileiro, um sistema
de geração hidráulica predominante, é imprescin-
dível a coordenação e otimização do despacho do
sistema de geração. Porém, trata-se de um trabalho,
tecnicamente, complexo que necessita de modelos
matemáticos e programas computacionais para dar
suporte às decisões de operação do sistema.
A função do planejamento da operação é
desenvolvida pelo ONS, sob regulação e fisca-
lização da ANEEL, a qual coordena e controla
a operação, geração e transmissão do SIN. Para
a determinação da operação do SIN, o CEPEL
(Centro de Pesquisas de Energia Elétrica) fornece
diversos modelos computacionais ao ONS, des-
critos nas subseções seguintes.

4.2.1. Planejamento de Médio Prazo

O modelo computacional de otimização hidro-


térmica, o NEWAVE, fornece uma estratégia ótima

90
de operação dos recursos hídricos e térmicos do sis-
tema brasileiro, para um horizonte de 5 a 10 anos,
com o intuito de minimizar o custo médio de opera-
ção ao longo desse período de planejamento.

“Modelo Estratégico de Geração Hidrotérmica a Sub-


sistemas Equivalentes. O Programa NEWAVE resolve
os problemas de planejamento da operação interligada
de sistemas hidrotérmicos empregando a técnica de
programação dinâmica dual estocástica. Esta técnica
permite considerar o intercâmbio entre os subsistemas
como uma variável de decisão, evita a discretização do
espaço de estados, permite o uso de um modelo comum
de vazões sintética e calcula os custos marginais do siste-
ma. O objetivo do planejamento da operação de um sis-
tema hidrotérmico é determinar metas de geração para
cada usina do sistema, a cada etapa, que atendam a de-
manda e minimizem o valor esperado do custo de ope-
ração. O modelo é utilizado para um amplo espectro
de estudos de planejamento, como: informações sobre
o consumo de combustível; estudos de políticas comer-
ciais; estudos de política tarifária; estudos de política de
racionamento; estudos de gerenciamento da demanda e
realimentação ao planejamento da expansão.”

Fonte: CEPEL, 2014

91
4.2.2. Planejamento de Curto Prazo

Em curto prazo, para um horizonte de um


ano, o DECOMP apresenta as projeções semanais
e mensais de afluências e de demanda além dos in-
tercâmbios de energia entre os subsistemas. Assim,
é gerada uma função que retrata o valor da água ar-
mazenada em função dos níveis de armazenamento
(PENNA, 2009).

“[...] Seu objetivo é determinar as metas de geração de


cada usina de um sistema hidrotérmico sujeito a aflu-
ências estocásticas, de forma a atender a demanda e mi-
nimizar o valor esperado do custo de operação ao longo
do período de planejamento. O modelo está formulado
como um problema de programação linear, represen-
tando as características físicas e as restrições operativas
das usinas hidroelétricas de forma individualizada.”

Fonte: CEPEL, 2014

4.2.3. Planejamento Diário (Pré-Despacho)

Baseado nas informações fornecidas pelo DE-


COMP, o DESSEM é outro modelo computacional
responsável pelo planejamento e programação diária
da operação do SIN, para um horizonte de 1 a 2

92
semanas. Nos dois primeiros dias, as projeções de
afluências e demanda são discretizadas a cada 30 mi-
nutos e os demais dias têm discretização a cada hora
(UNSIHUAY-VILA, 2013).
Espera-se que o despacho fornecido pelo DES-
SEM seja bem próximo do despacho que será co-
locado em prática. Assim, a função de custo futuro
gerada pelo DECOMP é utilizada para se definir a
meta de geração de cada usina.
A partir de todas as informações obtidas, con-
forme descrito acima, é que são feitos os despachos
de carga em tempo real. A Figura 3, a seguir, apre-
senta um diagrama esquemático com o horizonte e
intervalo de discretização de cada um dos modelos
disponibilizados ao ONS pelo CEPEL.

 

  






  





 
 


Figura 3: Modelos para o planejamento e programação da


operação do SIN.
Fonte: CEPEL, 2003..

93
Cada um destes modelos requer uma gama de
informações disponibilizadas por outros modelos,
tais como: previsões de carga, geração de cenários
ou previsões de afluências, cronograma de manuten-
ção das usinas, entre outros. (CEPEL, 2003)

4.3. Estudos de Planejamento da Operação


do Sistema Elétrico Brasileiro

De forma geral, os estudos de planejamento da


operação são de curto prazo, que compreendem ava-
liação do desempenho futuro do sistema, avaliação
de curto prazo da operação e avaliação das amplia-
ções e reforços da Rede Básica. Os dois primeiros
grupos referem-se ao estudo do planejamento da ge-
ração, enquanto o terceiro grupo refere-se ao estudo
do planejamento do sistema de transmissão.

4.3.1. PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO

Dentre as avaliação do desempenho futuro do


sistema de operação, destaca-se o Planejamento da
Operação Energética (PEN), elaborado anualmente,
apresenta avaliações das condições de atendimento
ao mercado de energia elétrica do SIN, em um ho-
rizonte de 5 anos à frente, analisando cenários de
oferta e demanda (ONS, 2014). Mais recentemente,
também, foi implantando um mecanismo capaz de

94
estabelecer o nível mínimo de armazenamento dos
reservatórios de usinas hidroelétricas de cada sub-
sistema, as Curvas de Aversão ao Risco (CAR). Tal
mecanismo sinaliza eventuais riscos de abastecimen-
to de energia, atentando para o atendimento pleno
da carga ao longo de 2 ou 5 anos. Apenas, as usinas
que operam a fio d’água não são consideradas para a
elaboração das CAR.
O PEN representa um instrumento com o ob-
jetivo de que o atendimento ao consumo de energia
elétrica possa ser recomendado ao CMSE e à EPE,
como, por exemplo, decisões de antecipação e/ou
implantação de geração e transmissão, visando au-
mentar a margem de segurança da operação energé-
tica do SIN.

Para acessar toda a documentação disponível de 2000 a 2013


referente ao PEN, acesse:
http://www.ons.org.br/avaliacao_condicao/planejamento_
energetico.aspx

No que se refere à avaliação de curto prazo da


operação, destaca-se o Programa Mensal de Ope-
ração Energética (PMO), elaborado mensalmente,
apresenta estudos discretizados em etapas semanais,
e por patamar de carga e fornecem metas e diretrizes
a serem seguidas pelos órgãos executivos da progra-
mação diária da operação eletroenergética e da ope-
ração em tempo real (ONS, 2014).

95
Para acessar os arquivos do PMO, acesse:
http://www.ons.org.br/operacao/programa_mensal_operacao.
aspx

4.3.2. Planejamento da Transmissão

O Plano de Ampliação e Reforços da Rede Bá-


sica (PAR) e o Plano de Ampliação e Reforços nas
Demais Instalações (PAR–DIT) têm por objetivo
apresentar a visão do ONS sobre as ampliações, e
reforços da rede elétrica necessários para preservar
a segurança e o desempenho da rede, garantir o fun-
cionamento pleno do mercado de energia elétrica, e
possibilitar o livre acesso a todos os interessados em
atuar na CCEE (ONS, 2014).
Ampliação refere-se à implantação de nova li-
nha de transmissão, subestação ou novo pátio, e no-
vas concessões de transmissão. Reforço refere-se à
adequação, instalação, substituição ou reforma de
equipamentos em instalações de transmissão exis-
tentes, visando o aumento da capacidade de trans-
missão (ONS, 2014).
O PAR e o PAR–DIT são elaborados, anual-
mente, em ciclos bianuais, pelo ONS juntamente
com os agentes da rede básica dos setores de gera-
ção, transmissão, distribuição e consumidores livres,
e leva em conta os seguintes tópicos:

96
• Propostas de novas obras;
• Solicitações de acesso;
• Variações nas previsões de carga;
• Atrasos na implantação de instalações de ge-
ração e transmissão;
• Informações do planejamento e da programa-
ção da operação elétrica, energética e da operação
em tempo real.
Para acessar os arquivos do PAR, acesse:
http://www.ons.org.br/plano_ampliacao/plano_ampliacao.
aspx

O ONS obtém as informações consolidadas re-


ferentes ao planejamento da expansão da transmis-
são fornecidas pelo MME, com base nos estudos
elaborados pela EPE. Assim, o ONS deve interagir
com a ANEEL no acompanhamento dos processos
de licitação, autorização e instalação dos empreendi-
mentos de transmissão e geração.

4.4. Planejamento da Expansão


do Setor Elétrico

O planejamento da expansão projeta a deman-


da de energia elétrica a partir dos recursos energé-
ticos e tecnológicos disponíveis, e estabelece uma
estratégia de expansão, a fim de atender a demanda
projetada de forma econômica e confiável. Assim,

97
são determinadas as datas, quantidade e local dos
empreendimentos necessários para o suprimento de
energia elétrica aos consumidores.
Deve-se então, determinar uma estratégia de
implementação dos projetos de geração, transmissão
de energia elétrica e eficiência energética, de forma
que se atenda a previsão de consumo, ao mesmo
tempo em que se minimizam os custos totais de in-
vestimentos e dos valores esperados dos custos de
operação. A Figura 4 ilustra o problema de decisão
de investimentos em expansão do setor elétrico.

Decisão

Investir Aguardar

Demanda Demanda Demanda Demanda


Baixa Alta Baixa Alta

Ociosidade Atendimento Racionamento


Figura 4: Metodologia do Planejamento da Expansão.
Fonte: adaptado de UNSIHUAY-VILA, 2013.

O órgão responsável pelo planejamento deve


decidir entre investir ou aguardar. Se a decisão for
investir na expansão e, realmente, houver um cresci-
mento da demanda ou, ainda se, a decisão for aguar-
dar para investir na expansão do setor, e a demanda

98
não apresentar um crescimento, então tais estraté-
gias são eficientes e a demanda será atendida. Por
outro lado, se a decisão for investir na expansão e
não for registrada uma alta na demanda, haverá ocio-
sidade de energia e, se a decisão for não investir e
houver uma demanda alta, então certamente haverá
racionamento de eletricidade.
O problema no planejamento da expansão é
escolher uma estratégia de investimento no setor
elétrico, tal que minimize os custos de expansão e
operação. Além do mais, devem-se atender as res-
trições de confiabilidade no suprimento ao mercado
consumidor, relacionadas aos aspectos de desempe-
nho elétrico da rede em condições normais e incer-
tas (ZIMMERMANN, 2007).
Os pontos indicados na Figura 5, a seguir,
apontam a estratégica de investimento que assegura
um suprimento confiável e de menor custo para a
demanda futura de energia elétrica.
Custo

Custo Total

Custo de Expansão

Custo de Operação

0 C∗ Nı́vel de confiabilidade

Figura 5: Função Custo: critério de planejamento da ex-


pansão.
Fonte: UNSIHUAY-VILA, 2013.
99
Resumidamente, a estratégia mais eficiente de
um planejamento da expansão do setor elétrico, é
prover de forma confiável e econômica o suprimen-
to de energia elétrica aos consumidores.
Há alguns pontos categóricos que também pre-
cisam ser levados em consideração no planejamento
da expansão, tais como: o impacto socioambiental
associado aos investimentos do setor, a diversifica-
ção da matriz energética, interação com outros seto-
res energéticos, entre outros.

4.5. Planejamento da Expansão do


Sistema Elétrico No Brasil

A Portaria MME n.º 150, de 10 de maio de


1999, criou o Comitê Coordenador do Planejamen-
to da Expansão dos Sistemas Elétricos (CCPE), com
estrutura, organização e forma de funcionamen-
to aprovados pela Portaria MME n.º 485, de 16 de
dezembro de 1999, com atribuição de coordenar a
elaboração do planejamento da expansão dos siste-
mas elétricos do Brasil. A função do planejamento
da expansão no país é desenvolvida pela EPE, sob
regulação e fiscalização da ANEEL.
Desde o início do planejamento da expansão
do setor elétrico brasileiro, na década 70, o objetivo
principal da ampliação do setor é assegurar a quali-
dade do serviço, ao menor custo possível.

100
Novamente, pelas características específicas do
sistema de geração de energia elétrica brasileiro, com
um sistema de geração hidráulica predominante e,
ainda, com um enorme potencial hidrelétrico cons-
tituído em grande parte por usinas de elevada ca-
pacidade e baixo custo unitário de geração, realizar
a modelagem do sistema, representar as incertezas,
requerem uma precisão e um esforço computacional
muito grande. Para tanto, a tomada de decisão para a
expansão do setor elétrico é subdividida em estraté-
gias de longo, médio e curto prazo.
Conforme ilustrado na Figura 6, essa divisão
do problema em horizontes temporais associa-se
às decisões a serem tomadas e aos distintos graus
de incertezas.

Longo Prazo
Detalhamento
do Sistema
Incertezas

Médio Prazo

Curto Prazo
Figura 6: Sistema do Planejamento da Expansão: incerte-
zas x detalhamento sistema.
Adaptado de ZIMMERMANN, 2007.

101
Como podemos observar quanto mais lon-
gínquo for o horizonte temporal de análise, mais
incertezas estão associadas pelo fato de serem
menores os detalhamentos do sistema. Por outro
lado, quanto menor for o horizonte, maior será
o detalhamento do sistema e, consequentemente,
menores serão as incertezas.
Assim, as projeções de mercado e carga no
planejamento da expansão do sistema elétrico
brasileiros, elaboradas pelo CCPE, são realizadas
com base em estudos de longo, médio e curto pra-
zo como definidos por Rodrigues (2011, pág. 82):

- Estudos de longo prazo, com horizonte de até 30


anos, onde se procuram analisar as estratégias de de-
senvolvimento do sistema elétrico, a composição futura
do parque gerador, os principais troncos e sistemas de
transmissão, estabelecendo-se um programa de desen-
volvimento tecnológico e industrial e de inventário das
bacias hidrográficas; definindo as diretrizes para os es-
tudos de médio e curto prazo e determinando os custos
marginais de expansão em longo prazo.
- Estudos de médio prazo, com abrangência de 15 anos
e frequência de atualização anual, desenvolvidos pelos
Comitês Técnicos, de forma a apoiar a revisão anual
dos estudos de curto prazo, atualizando as diretrizes
dos estudos de longo prazo em função dos novos con-
dicionantes macroeconômicos.

102
- Estudos de curto prazo, com período de 10 anos,
onde são apresentadas as decisões relativas à expan-
são da geração e da transmissão, definindo-se os em-
preendimentos e sua alocação temporal, são realizadas
as análises das condições de suprimento ao mercado e
calculados os custos marginais de expansão; definidos
os programas da distribuição, em metas físicas e finan-
ceiras, e o programa global de investimentos na geração,
transmissão, distribuição e instalações gerais.

De forma geral, os estudos de planejamento da


expansão compreendem decisões de aumento da ca-
pacidade instalada no setor de geração e transmissão
de energia e da eficiência energética para atender o
mercado consumidor.
Por fim, o planejamento da expansão do setor
elétrico no Brasil vem sendo feito através de uma
sequência de estudos que considera horizontes tem-
porais, de longo, médio e curto prazo, e aproxima-
ções sucessivas das determinações, até o momento
da tomada de decisão (ZIMMERMANN, 2007).

4.5.1. Estudos do Planejamento da Geração

Os estudos do planejamento da geração no país


são divididos em estudos de longo prazo e estudos
de curto prazo.

103
Em longo prazo, destacam-se a Matriz Energé-
tica Brasileira que simula, para um horizonte de até
30 anos e com periodicidade quinquenal, diferentes
cenários de mercado e avalia os efeitos, tais como:
a infraestrutura, vulnerabilidade sistêmicas, riscos
ambientais, oportunidades de negócios, impactos de
políticas públicas, entre outros (BRASIL, 2007).
A mais recente publicação Matriz Energética
Brasileira 2030 (2007) apresenta estudos desenvol-
vidos sobre a expansão da oferta e da demanda de
energia no Brasil, até o ano de 2013. O relatório abor-
da estudos no que se referem aos recursos e reservas
energéticas, cenários mundiais e nacional econômi-
cos, cenários de preços diretores, demanda projetada
de energia final e expansão da oferta de energia.

Para acessar o relatório da Matriz Energética Brasileira 2030,


acesse:
http://www.mme.gov.br/spe/galerias/arquivos/Publicacoes/
matriz_energetica_nacional_2030/MatrizEnergeticaNacio-
nal2030.pdf

Complementando o relatório da Matriz Ener-


gética Brasileira 2030, o Plano Nacional de Energia
(PNE) também é um estudo de longo prazo, o qual
define as indicações principais para o desenvolvi-
mento do sistema, em um horizonte de 30 anos.
De acordo com Zimmermann (2007, pág. 141), “os
condicionantes para este estudo são a evolução do

104
mercado, a disponibilidade de fontes energéticas pri-
márias para geração, as tendências de evolução tec-
nológica e os impactos ambientais dos projetos”.
Em curto prazo, de periodicidade anual, des-
taca-se o Plano Decenal de Expansão de Energia
Elétrica (PDEE). Trata-se de um plano indicativo da
geração e da implantação de novos empreendimen-
tos para geração de energia elétrica, para os leilões de
energia nova, para um horizonte de 10 anos, consi-
derando as diretrizes do PNE.
Os estudos contemplados no PDEE são
divididos em quatro principais temas, a saber,
(BRASIL, 2013):

• Contextualização e demanda: com a apre-


sentação de premissas básicas e estudo da deman-
da de energia;
• Oferta de energia elétrica: previsões da gera-
ção e transmissão de energia elétrica;
• Oferta de petróleo e seus derivativos, gás na-
tural e biocombustíveis: previsão da produção de
petróleo, gás natural e da oferta de derivativos de
petróleo, gás natural e biocombustíveis;
• Aspectos de sustentabilidade: apresenta es-
tudos de eficiência energética, geração distribuída e
análise socioambiental.

105
Para acessar os relatórios do PDEE, acesse:
http://www.epe.gov.br/pdee/forms/epeestudo.aspx

Resultam do PDEE, uma estratégia de imple-


mentação física e financeira para um programa glo-
bal de investimentos na expansão da capacidade de
geração, transmissão e distribuição do SIN.

4.5.2. Estudos do Planejamento


da Transmissão

Aqui, o PNE também define as indicações prin-


cipais em longo prazo para o desenvolvimento do
sistema de transmissão. Assim, o Plano de Expansão
da Transmissão (PET) especifica as instalações de li-
nhas de transmissão e subestações a serem incluídas
no programa de licitação da transmissão, para um
horizonte de 5 anos.

Sobre o PET 2013-2018 e relatórios anteriores, lei mais em:


http://www.epe.gov.br/Transmissao/Paginas/Estudos_9.aspx

Elaborado pela EPE em conjunto com as


empresas através de Grupos de Estudos de Trans-
missão Regionais (composto por técnicos de con-
cessionárias e permissionárias de regiões geradoras,
que realizam estudos de regiões específicas e pro-
blemas localizados), o Plano de Expansão de Longo

106
Prazo (PELP) define instalações de transmissão, a
partir dos estudos de planejamento, para expansão
da Rede Básica, indicando a entrada em operação, a
partir do sétimo ano do ciclo decenal.
O objetivo do PELP é garantir as condições de
atendimento aos mercados e os intercâmbios entre
as regiões (BRASIL, 2013b).

107
Questões

1. Tendo em vista as principais características


do planejamento da expansão da geração de siste-
mas termoelétricos, hidroelétricos e hidrotérmicos,
assinale a afirmativa incorreta.
a) A disponibilidade de geração de energia das
usinas hidráulicas depende das afluências futuras,
contudo, essas afluências têm baixo grau de incerteza.
b) A expansão de sistemas de geração termoe-
létrica baseia-se, principalmente, no estabelecimento
de um nível de confiabilidade para o atendimento da
demanda futura.
c) No planejamento da expansão de sistemas
hidrotérmicos são conjugadas as características
dos planejamentos de sistemas termoelétricos e
hidroelétricos.
d) A expansão de sistemas hidrotérmicos ba-
seia-se na incorporação, ao sistema gerador existen-
te, de novas unidades geradoras dos diferentes tipos,
levando-se em conta suas características técnicas e
econômicas.

2. Com relação ao planejamento da operação ele-


troenergética de um sistema elétrico de potência, o que
se leva em conta no planejamento de médio prazo?

108
3. A operação de um sistema hidrelétrico no
horizonte de curto prazo depende de quais condi-
ções?

4. Julgue os itens a seguir como certo (C) ou


errado (E).
( ) As restrições elétricas que limitam o inter-
câmbio entre sistemas, assim como os armazena-
mentos de água em reservatórios de usinas hidrelé-
tricas, são informações que devem ser consideradas
nas simulações utilizadas para a elaboração da estra-
tégia de planejamento da operação de médio prazo.
( ) Os modelos computacionais adequados para
estudos de médio, curto e curtíssimo prazo são, res-
pectivamente, DESSEM, DECOMP e NEWAVE.

5. (Fundação Cesgranrio - 2012).


O planejamento da expansão tem como obje-
tivo determinar a data de entrada em operação dos
empreendimentos necessários para atender ao cres-
cimento da demanda de energia, tanto no que se re-
fere às usinas, [...] como ao sistema de transmissão.
TOLMASQUIM, Maurício Tiomno. Novo
Modelo do Setor Elétrico Brasileiro. Ed. Synergia.
2011. Pág. 80.

109
Com esse objetivo, o plano de expansão resul-
tante deve assegurar o(a):

(a) nível de confiabilidade e as receitas dos em-


preendimentos.
(b) prazo de construção dos empreendimentos
a um baixo custo social.
(c) receita dos empreendimentos e a conserva-
ção ambiental.
(d) receita oriunda de leilões de energia.
(e) qualidade do serviço ao menor custo possível.

110
Referências Bibliográficas

ABRADEE. Associação Brasileira de Distri-


buidores de Energia Elétrica. Disponível em: <www.
abradee.com.br>. 2014. Acesso em: 14 de jan. 2014.

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