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Planejamento de Sistemas Eletricos de Potencia
Planejamento de Sistemas Eletricos de Potencia
de Sistemas
Elétricos
de Potência
Natália Addas Porto
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-8065-276-5
1. Sistema elétrico. 2. Distribuição de energia elétrica.
I. Título.
CDD – 621.3191
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Sumário
Unidade 1 7
Características do Sistema Interligado
Nacional e Estrutura Institucional do
Setor Elétrico Brasileiro
1.1. O Sistema Interligado Nacional
1.1.2. Submercados
1.1.3. Patamar De Carga
1.2. O Setor Elétrico Brasileiro
1.2.1. Usuários
1.2.2. Histórico da Reforma
do Setor Elétrico
1.2.3. Atual Modelo Institucional
do Setor Elétrico
1.3. Comercialização
1.3.1. Ambiente de Contratação Regulada
1.3.2. Ambiente de Contratação Livre
.3.4. Mercado Spot
1.4. Tarifas
Unidade 2 37
Produção De Energia Elétrica
2.1. Geração de Energia Elétrica
2.3. Geração Solar Fotovoltaica e Eólica
2.3.1. Geração Solar Fotovoltaica
2.3.2. Geração Eólica
2.4. Outras Fontes
2.4.1. Geração Termelétrica
2.4.2. Geração Termonuclear
2.4.3. Geração de Energia Pelas
Ondas do Mar
Unidade 3 65
Transmissão e Distribuição de
Energia Elétrica
3.1. Transmissão de Energia Elétrica
3.1.1. Como a Energia Elétrica é Transmitida?
Exemplo
O diâmetro dos fios e a importância dos transfor-
madores.
3.1.2. Transmissão de Energia
Elétrica no Brasil
3.2. Distribuição de Energia Elétrica
3.2.1. Distribuição de Energia
Elétrica no Brasil
Unidade 4 85
Planejamento da Operação e da
Expansão do Sistema Elétrico
4.1. Planejamento da Operação do
Setor Elétrico
4.2. Planejamento da Operação do Sistema Elétri-
co no Brasil
4.2.1. Planejamento de Médio Prazo
4.2.2. Planejamento de Curto Prazo
4.2.3. Planejamento Diário (Pré-Despacho)
4.3. Estudos de Planejamento da Operação do
Sistema Elétrico Brasileiro
4.3.2. Planejamento da Transmissão 96
4.4. Planejamento da Expansão
do Setor Elétrico
4.5. Planejamento da Expansão do
Sistema Elétrico No Brasil
4.5.1. Estudos do Planejamento da Geração
4.5.2. Estudos do Planejamento
da Transmissão
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Seja bem-vindo(a)!
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.
1.1. O Sistema Interligado Nacional
1.1.2. Submercados
1.1.3. Patamar de Carga
1.2. O Setor Elétrico Brasileiro
1.2.1. Usuários
1.2.2. Histórico da reforma do Setor Elétrico
1.2.3. Atual modelo institucional do Setor Elétrico
1.3. Comercialização
1.3.1. Ambiente de Contratação Regulada
1.3.2. Ambiente de Contratação Livre
7
1.3.4. Mercado Spot
1.4. Tarifas
8
1.1. O Sistema Interligado Nacional
9
Vale destacar que, muitas vezes, não é possível identificar qual a
origem da energia que atende um determinado consumidor final.
1.1.2. Submercados
10
Figura 1: Submercados do SIN
Fonte: ANEEL, 2013a
11
uma geração com grande variabilidade de armaze-
namento nos reservatórios das usinas hidrelétricas,
portanto, realiza intercâmbios com o submercado
SE/CO, quando necessário.
12
usinas termoelétricas, com custo operacional mais
alto, devem ser acionadas.
Assim, para que o SIN possa realizar um plane-
jamento eficiente de sua geração, transmissão e dis-
tribuição de energia, os períodos de tempo em que
os consumos de energia elétrica são semelhantes são
classificados em três patamares de carga: leve, médio
e pesado.
Observe, na Figura 2 abaixo, os patamares de
carga previstos para os cinco primeiros dias do mês
de janeiro de 2014.
13
Média
Pesada
Leve
00:00
03:00
06:00
09:00
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15:00
18:00
21:00
FC= DMED/DMAX
15
O segmento de geração é responsável pela
produção de energia elétrica, seja através de usinas
hidrelétricas, usinas térmicas a óleo, gás, biomassa,
usinas eólicas etc. Os geradores podem ser empre-
sas públicas, produtos independentes (privados) e
autoprodutores (que produzem a própria energia a
ser consumida).
O segmento de transmissão é responsável por
transportar a energia em grandes volumes, e alta ten-
são, do ponto de geração até o ponto de distribui-
ção. O ponto de distribuição, por sua vez, converte
a energia a uma tensão menor e, posteriormente, a
transporta até os consumidores finais.
Por fim, a comercialização é um setor res-
ponsável pelas transações de compra e venda de
energia elétrica entre todos os interessados no
território brasileiro.
Para que esse sistema esteja em pleno fun-
cionamento, o Operador Nacional do Sistema
(ONS) é o órgão responsável por coordenar e
controlar toda a operação técnica de geração e
transmissão de energia elétrica no SIN. O ONS
visa suprir o fornecimento de energia elétrica em
todo o território brasileiro, evitando racionamen-
tos, minimizando blecautes, além de garantir qua-
lidade nos serviços e realizar um planejamento
eficiente dos custos de operação.
16
1.2.1. Usuários
17
gia (carga mínima de 500 kW), quando comparado
aos consumidores livres.
De acordo com dados divulgados pela CCEE,
em dezembro de 2012, 592 consumidores eram classi-
ficados como livres e 985 classificados como especiais.
18
Um pouco mais adiante, nos anos de 2001 e
2002, houve a crise de abastecimento, popularmente
conhecida como crise do apagão. Na época, a cri-
se abrangeu todo o país afetando o fornecimento
e distribuição de energia elétrica. As principais cau-
sas indiciadas foram: a falta de chuva, que deixaram
vários reservatórios de usinas hidrelétricas vazias e,
principalmente, a falta de planejamento e investi-
mentos no segmento de geração de energia. Neste
momento, foi criada a Câmara de Gestão de Crise
com o intuito de revitalizar o SEB.
Sustentado pelas Leis n.º 10.847 e 10.848, de
15 de março de 2004, pelo Decreto n.º 5.081, de 14
de maio de 2004, Decreto n.º 5.163, de 30 de julho
de 2004, Decreto n.º 5.175, de 09 de agosto de 2004
e pelo Decreto n.º 5.177, de 12 de agosto de 2004,
o governo federal lançou as bases de um novo mo-
delo para o SEB.
19
e também é responsável pelo planejamento da ex-
pansão do setor elétrico em longo prazo, nos seg-
mentos de geração e transmissão.
Para saber mais sobre a EPE, acesse o site:
http://www.epe.gov.br
20
técnica de geração e transmissão de energia elé-
trica no SIN.
Para saber mais sobre o ONS, acesse o site:
http://www.ons.org.br/home/
ANEEL
ONS CCEE
Agentes
Figura 3: Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro
Fonte: CCEE, 2013b
21
A ANEEL regula e fiscaliza as atividades de
controle da operação da geração, transmissão, dis-
tribuição e comercialização e preserva a viabilidade
econômica e financeira dos Agentes. Os Agentes são
empresas associadas à geração, distribuição e comer-
cialização de energia elétrica.
Por fim, o novo modelo do setor elétrico
tem como objetivo garantir e monitorar a segu-
rança do suprimento de energia elétrica, exigindo
contratação de totalidade da demanda por par-
te das distribuidoras e dos consumidores livres,
contratação de usinas geradoras de energia elé-
trica em proporções que assegurem melhor equi-
líbrio entre garantia e custo de suprimento, além
de promover a modicidade tarifária (preço justo
ao alcance de todos os usuários) no SEB.
A inserção social, também, é um dos principais
objetivos do novo modelo do SEB, com a univer-
salização de atendimento para mais de 12 milhões
de brasileiros. O modelo busca promover a univer-
salização do acesso e do uso do serviço de energia
elétrica, criando condições para que os benefícios da
eletricidade sejam disponibilizados aos cidadãos que,
ainda, não contam com esse serviço, além de garan-
tir subsídio para os consumidores de baixa renda, de
tal forma que estes possam arcar com os custos de
seu consumo de energia elétrica.
22
1.3. Comercialização
23
ciados. Aqui, podem comprar energia os consumi-
dores livres, especiais e também os próprios ven-
dedores. Já, no Ambiente de Contratação Regulada
(ACR), os contratos são firmados por meio de lei-
lões, desde que delegados pela ANEEL, e podem
comprar energia neste ambiente, apenas, os distri-
buidores (consumidores cativos, concessionárias,
permissionárias e autorizadas do serviço público).
Em ambos ambientes, podem vender a energia os
geradores de serviço público, produtores indepen-
dentes, comercializadores e autoprodutores. As sub-
seções seguintes tratarão com mais detalhes esses
dois ambientes de comercialização.
24
por os antigos contratos. Os contratos são do tipo
A-1, com início de suprimento no ano seguinte ao
de realização o leilão, e são firmados para um perío-
do de 5 a 15 anos.
O Leilão de Energia de Reserva é destinado ao
aumento da segurança no fornecimento de energia
elétrica no SIN, garantindo o suprimento em caso de
desequilíbrio entre a geração real e estimada em um
determinado período.
Por outro lado, o Leilão de Energia Nova, ou lei-
lão de novos empreendimentos, comercializa energia
antes mesmo de uma usina estar pronta. Os contratos
de venda de energia são do tipo A-3 ou A-5, onde o
início de suprimento será após 3 e 5 anos, respectiva-
mente, do momento de contratação, para um período
de 15 a 30 anos. Esse tipo de leilão é feito para aten-
der o crescimento da demanda e o número de anos
(A-3 e A-5), refere-se ao tempo necessário para da
construção da usina (CCEE, 2013b).
Energia gerada a partir de Fontes Alternativas
(PCHs, térmicas a biomassa, eólicas e fotovoltai-
cas), também, possui um leilão específico para sua
comercialização e podem ser do tipo A-1, A-2 e
A-3, quando o ano de início de suprimento dar-
-se-á, respectivamente, após 1, 2 ou 3 anos do mo-
mento de contratação.
Por fim, há, ainda, os Leilões de Ajuste, que
acontecem no próprio ano, realizados entre distri-
25
buidoras e vendedores, que comercializam energia
através de contratos mais curtos, por até 2 anos.
26
.3.4. Mercado Spot
2.000 2.000
1.800 MWh MWh 1.800
MWh MWh
27
para esse período indicaram que foi gerado 2.000
MWh, então o saldo de 200 MWh podem ser ven-
didos no mercado spot ao preço do PLD. Por ou-
tro lado, se as medições indicassem uma geração de
apenas 1.800 MWh, os 200 MWh faltantes devem
ser comprados no mercado spot, também ao preço
do PLD. Essa situação pode ocorrer, também, pelo
lado do comprador, com diferenças entre quantida-
de comprada e consumida.
O PLD é calculado semanalmente, por patamar
de carga e por submercado, tomando como base o
Custo Marginal de Operação (CMO), que considera
informações de disponibilidade de geração, vazões
afluentes e carga do sistema. Anualmente, a ANEEL
limita o PLD a um preço máximo e um preço míni-
mo vigente para o período de um ano.
1.4. Tarifas
28
compartilhamento dos ganhos com os consumido-
res, antes inexistentes.
Desde então, a ANEEL é o órgão que define a
tarifa de energia elétrica do SEB. As tarifas são calcu-
ladas para uma distribuidora e para uma transmisso-
ra, denominadas, respectivamente, de tarifa por uso
do sistema elétrico de distribuição (TUSD), e tarifa
por uso do sistema elétrico de transmissão (TUST).
Na TUSD, o preço cobrado ao consumidor final,
em R$/MWh ou R$/kWh, é formado pelos custos
de distribuição acrescidos por custos de compra de
energia, transporte e encargos setoriais. Na Figura
6, a seguir, estão apresentadas as tarifas residenciais
praticadas no ano de 2013 de cada distribuidora em
âmbito nacional.
29
Concessionária B1 - Residencial (R$/kWh)
ELETR O AC R E 0,42798
C ER O N 0,39394
AMPLA 0,39191
C ELTINS 0,37875
C HESP 0,37709
EMG 0,37156
HIDR O PAN 0,35756
C ELPA (Inte rligado) 0,35747
C PFL Mococa 0,35474
SULGIPE 0,35215
JAR I 0,35063
DEMEI 0,35004
C O O PER ALIANÇ A 0,34867
UHENPAL 0,34706
C EMIG-D 0,34700
ELETR O C AR 0,34490
C EMAR (Inte rligado) 0,34357
C EMAT (Inte rligado) 0,34282
EEB 0,33125
LIGHT 0,32874
ENER SUL (Inte rligado) 0,32648
C EPISA 0,32573
ELFSM 0,32514
ENF 0,32401
EFLUL 0,32259
EFLJC 0,32132
C EEE-D 0,31257
ELEKTR O 0,31188
MUXENER GIA 0,31167
C O SER N 0,30853
ESE 0,30829
C O ELC E 0,30821
IENER GIA 0,30763
C EAL 0,30674
BANDEIR ANTE 0,30494
EPB 0,30445
C PFL Sul Paulista 0,30200
DMED 0,30169
C PFL Le ste Paulista 0,30043
EDEVP 0,29910
ESC ELSA 0,29884
C ELPE 0,29877
C FLO 0,29870
C AIUÁ-D 0,29600
FO R C EL 0,29410
C ELG-D 0,29350
C O ELBA 0,29327
C ELESC -DIS 0,28868
R GE 0,28478
C NEE 0,28232
C O C EL 0,27897
C PFL- Piratininga 0,27824
Am E 0,27685
EBO 0,27455
C PFL-Paulista 0,27212
C O PEL-DIS 0,26355
AES-SUL 0,26224
C PFL Santa C ruz 0,26070
C EB-DIS 0,25647
C EA 0,25386
Boa Vista 0,24758
31
para: horário de ponto em período úmido (PU), ho-
rário fora de ponta em período úmido (FPU), horá-
rio de ponta em período seco (OS) e horário fora de
ponta em período seco (FPS). Resumidamente, os
preços aplicados de demanda e consumo são dife-
renciados de acordo com o horário de utilização do
dia e os períodos do ano.
• Estrutura tarifária horo-sazonal verde: tarifas
diferenciam-se de acordo com o consumo de ener-
gia elétrica, horas de utilização do dia e dos períodos
do ano. O preço é único para a demanda de potên-
cia e um valor distinto do consumo de energia para:
horário de ponto em período úmido (PU), horário
fora de ponta em período úmido (FPU), horário de
ponta em período seco (OS) e horário fora de ponta
em período seco (FPS).
32
° Bandeiras Tarifárias Amarela: custos de gera-
ção estão aumentando.
° Bandeiras Tarifárias Vermelha: situação an-
terior está se agravando e a oferta de energia para
atender a demanda dos consumidores ocorre com
maiores custos de geração.
33
Por fim, a ANEEL deve garantir a regulação
do SEB e manter o equilíbrio entre consumidores,
governo e prestadores de serviços, impedindo pre-
ços abusivos, estabelecendo tarifas que remunerem,
adequadamente, o capital investido além de contras-
tar a possíveis pressões político-eleitorais por tarifas
artificialmente menores.
34
Questões
( ) EPE
( ) ANEEL
( ) CCEE
( ) ONS
( ) MME
35
3. Quem são os participantes obrigatórios da
CCEE, para a comercialização de energia elétrica?
( ) Comercializadores
( ) Produtores Independentes
( ) Geradores de Serviço Público
( ) Consumidores Livres
( ) Consumidores Especiais
( ) Vendedores
( ) Autoprodutores
( ) Distribuidores
36
Unidade 2
Caro(a) Aluno(a),
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37
2.1. Geração de Energia Elétrica
39
as quais são fontes limpas por não emitirem poluen-
tes ou emitem pouco, e, ainda, energia elétrica gerada
por meio da combustão de combustíveis fósseis.
A principal fonte geradora de energia elétrica
no país é a hidráulica. Somando toda a energia ofer-
tada, 85% da eletricidade são originadas de fontes
renováveis. Assim, podemos concluir que o Brasil
apresenta uma matriz de geração de eletricidade de
origem predominantemente limpa.
A Figura 1, a seguir, apresenta a porcentagem
da oferta interna de energia elétrica por fonte, para
o ano de 2012.
Derivados de Nuclear Carvão e derivados
Petróleo 2,7% 1,6%
Gás Natural
Eólica 3,3%
7,9%
0,9%
Biomassa
6,8%
Hidráulica
76,8%
40
70,1% dessa energia é produzida no Brasil. Biomassa
inclui lenha, bagaço de cana, lixívia e outras recupe-
rações. Derivados do carvão, inclui o gás de coqueira.
41
rio para armazenamento de água. O que determina o
porte de uma usina é sua potência instalada, ou seja, a
capacidade total de gerar energia. As Pequenas Cen-
trais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras
Hidrelétricas, por exemplo, operam com pequenas
quedas d’água. A Tabela 1, a seguir, resume os três
principais tipos de usinas de geração hidrelétrica.
42
grandes áreas, possíveis perdas de terras férteis, des-
locamento de população, emissão de metano em áre-
as alagadas, entre outras. Por outro lado, o aprovei-
tamento dos recursos hídricos é fundamental para o
desenvolvimento dos países, principalmente àqueles
em fase de desenvolvimento. Dessa forma, um pla-
nejamento eficiente desse tipo de empreendimento
deve considerar ambos os interesses.
Pode-se considerar que a energia gerada a par-
tir das hidrelétricas tem característica vulnerável por
depender do regime de chuvas. Ora, os reservatórios
podem estar vazios, ora podem até transbordar.
43
O vertedouro tem a função de descarregar toda
a água que não é utilizada na geração. O ponto in-
dicado como transmissão, tem a incumbência de
transmitir a energia gerada da usina até os pontos
de conexão com o SIN e com o Sistema Interligado
do Paraguai. Essa transmissão de energia é diferente
da energia transportada até os centros de consumo.
A barragem tem o papel de represar a água e obter
um desnível para que as turbinas operem. Sempre
que possível, as barragens devem ser distribuídas ao
longo do rio para melhor aproveitamento da queda
d’água. Na parte de geração, encontram-se as uni-
dades geradoras, responsáveis por transformar a
energia mecânica das turbinas em energia elétrica.
Por fim, a geração de energia depende do monitora-
mento dos rios e do clima nas Bacias Hidrográficas,
ou seja, o volume de água que chega ao reservatório
está diretamente relacionado ao aproveitamento dos
recursos hídricos (ITAIPU, 2013).
Dentre os países que há participação da energia
hidráulica na matriz elétrica interna, podemos des-
tacar o Brasil, Canadá, Venezuela, Noruega e Nova
Zelândia (UNSIHUAY-VILA, 2013).
Atualmente, aproximadamente 63,81% da ca-
pacidade instalada no Brasil são provenientes de
fonte hídrica, com um total de 1.090 usinas em
operação e 38 empreendimentos em construção
(ANEEL, 2014).
44
2.3. Geração Solar Fotovoltaica e Eólica
45
Há distinção entre processos de aproveitamento da energia solar.
A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de
energia térmica, para o aquecimento de água e de ambiente, por
exemplo, e para geração de potência elétrica. Neste último, os
fótons, contidos na luz solar, são convertidos em eletricidade por
meio das células solares nos painéis fotovoltaicos.
energia elétrica.
FIGURA 3.7 Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica
Fonte: CEN TRO DE REFERÊN CIA PA RA A ENERG IA SOLA R E EÓLICA SÉRG IO DE SA LVO BRITO - CRESESB. 2000. Disponível em: www.cresesb.cepel.br/cresesb.htm (adaptado).
Figura 4: Sistema de geração fotovoltaica.
Fonte: CRESESB, 2000 apud Aneel, 2005.
A PRO V EITA MEN TO D A
3.4. EN ERG IA SO LA R N O BRA SIL
tros), esses projetos têm tido o suporte de organism os internacionais, par-
ticularm ente da Agência Alem ã de Cooperação Técnica – GTZ e do Labo -
Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos A seguir, são descritos os principais projetos nacionais de aproveitam ento
e instituições brasileiras (MME, Eletrobrás/CEPEL e universidades, entre ou - da energia solar para aquecim ento de água e de geração fotovoltaica.
Embora seja uma energia limpa, de fonte re-
novável, a geração fotovoltaica é um sistema pouco
eficiente com um custo de implantação, ainda, bem
elevado quando comparado com outras fontes de
energia, aliado à necessidade de grandes áreas para
a captação de energia em quantidade suficiente para
que o projeto torne-se viável (ANEEL, 2005). Por
outro lado, as centrais solares necessitam de manu-
tenção mínima, com custos operacionais baixos.
A Alemanha, China, Itália e Estados Unidos
são, nessa ordem, os países com maior capacidade
instalada de energia fotovoltaica no mundo. Em
2012, a Alemanha registrou um consumo médio de
energia fotovoltaica de 5,5% do consumo total. Já a
China, é o país que mais tem investido no setor.
No Brasil, a utilização dessa tecnologia é bem
recente, porém, a utilização de energia solar e a im-
plantação de painéis fotovoltaicos estão aumentan-
do significativamente, principalmente o uso de pai-
néis solares destinados ao aquecimento de água nas
residências, como ilustrado na Figura 5, a seguir.
47
É importante ressaltar que fontes alternativas
para geração de eletricidade, como a energia solar
fotovoltaica e energia eólica, são de extrema impor-
tância para a matriz elétrica de um país. A adesão
por tais fontes podem minimizar as chances de cri-
ses energéticas por incertezas na disponibilidade de
chuvas ou de combustíveis fósseis, por exemplo, na
geração hidráulica e termoelétrica, respectivamente.
Para mais informações da energia solar fotovoltaica, acesse o ví-
deo do Ambiente Energia, “Séries Fontes Renováveis – Episó-
dio 3 – Energia Solar Fotovoltaica”, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=IAQD7NJjGvk
48
elétrica a partir de fonte eólica (ANEEL, 2005). A
Figura 6, a seguir, ilustra um cata-vento para capta-
ção de água de poços artesianos.
49
Faça uma pesquisa e aponte as principais vantagens e desvanta-
gens dos parques eólicos do tipo onshore e offshore.
50
2012, estão na região Nordeste, 34,5% na região Sul
e apenas 1,5% na região Sudeste (EPE, 2013).
Atualmente, há 108 parques eólicos em ope-
ração, responsáveis por 1,65% da geração total do
país, 202 empreendimentos outorgados e 91 empre-
endimentos em construção (ANEEL, 2014).
Dentre os principais motivos desse aumento
nacional, e também mundial, de instalação de uni-
dades geradoras de fonte eólica estão a redução de
custos devido a recentes desenvolvimentos tecnoló-
gicos e o aumento do desempenho e confiabilidade
dos equipamentos (ANEEL, 2005).
Apesar de sua enorme capacidade de geração
elétrica a partir do regime de ventos, o Brasil pos-
sui apenas 2,2 GW de capacidade instalada, quase 35
vezes menor que a China, com o maior gerador de
energia eólica do mundo com capacidade instalada
de 75 GW (SHUKMAN, 2014). A Figura 8 apresen-
ta os dez países, que possuem a maior capacidade
instalada de geração de energia eólica, em GW, regis-
trada nos anos de 2009 e 2010.
51
Figura 8: Ranking mundial da capacidade eólica instalada.
Fonte: brazilenergy.com.br/portfólio/brazil-wind/perfil-do-setor
52
combustível, e também a partir da biomassa, como
o bagaço de cana de açúcar, biogás, casca de arroz,
resíduos de madeira, entre outros. Tal tecnologia é
denominada de cogeração.
A Figura 9 apresenta o esquema do funciona-
mento de uma usina termelétrica.
53
qual é obtido a partir do aquecimento de água. O ca-
lor é gerado pela queima dos diversos combustíveis.
O que é a Cogeração?
“Por mais eficiente que seja um gerador termoelétrico,
a maior parte da energia contida no combustível usado
para seu acionamento é transformada em calor e perdi-
da para o meio ambiente.
Trata-se de uma limitação física que independe do tipo
de combustível (diesel, gás natural, carvão etc.) ou do
motor (a explosão, turbina a gás ou a vapor etc.). Por
esta razão, no máximo 40% da energia do combustível
do diesel usado em um gerador podem ser transforma-
dos em energia elétrica.
Como muitas indústrias e prédios comerciais necessi-
tam de calor (vapor ou água quente), foi desenvolvida
uma tecnologia denominada cogeração, em que o calor
produzido na geração elétrica é usado no processo pro-
dutivo sob a forma de vapor.
A vantagem desta solução é que o consumidor econo-
miza o combustível que necessitaria para produzir o
calor do processo. A eficiência energética é, desta forma,
bem mais elevada, por tornar útil até 85% da energia
do combustível.
O inconveniente da cogeração é que o calor só pode ser
usado perto do equipamento, o que limita estas instala-
ções a unidades relativamente pequenas, se comparadas
com os geradores das concessionárias.
54
Até meados do século XX, a cogeração chegou a ser
muito usada nas indústrias, perdendo depois a compe-
titividade para a eletricidade produzida pelas conces-
sionárias nas grandes centrais geradoras com ganhos
de escala. Assim, a cogeração ficou limitada a sistemas
isolados (plataformas submarinas) e indústrias com li-
xos combustíveis (canavieira e de papel e celulose, por
exemplo).
Nos últimos quinze anos, porém, um novo modelo do
setor elétrico voltou a estimular a produção elétrica lo-
cal que fosse mais eficiente e de baixo custo, levando ao
aperfeiçoamento da tecnologia da cogeração, inclusive
para pequeno porte.
A necessidade de reduzir emissões de CO2 também in-
centivou a adoção deste processo eficiente. Hoje, na Ho-
landa e na Finlândia, a cogeração já representa mais de
40% da potência instalada.”
55
micas à biomassa e usinas térmicas movidas a ou-
tros tipos de combustíveis. Cada uma delas descre-
ve, também, os combustíveis utilizados, a potência
instalada (kW) e proporção desses combustíveis em
cada categoria. Na categoria “outros combustíveis”
são contabilizadas, também, as usinas fotovoltaicas.
Potência
Combustível Quantidade %
(kW)
Óleo Ultravis-
1 131.000 0,56
coso
Gás Natural 113 12.170.186 51,74
Óleo Diesel 1.107 3.518.075 14,96
Gás de Refinaria 6 295.560 1,26
Oléo Combus-
33 4.018.613 17,08
tível
Carvão Mineral 13 3.389.465 14,41
Total 1.273 23.522.899 100
Quanti- Potência
Combustível %
dade (kW)
Licor Negro 16 1.530.182 13,41
Resíduos de
45 365.937 3,21
Madeira
Capim Elefante 2 31.700 0,28
Biogás 22 79.594 0,7
Bagaço de Cana
378 9.338.666 81,83
de Açucar
Óleo de Palmiste 2 4.350 0,04
56
Carvão Vegetal 3 25.200 0,22
Casca de Arroz 9 36.433 0,32
Total 477 11.412.062 100
Tabela 2: Usinas Termoelétricas – Combustível Biomassa.
Fonte: (ANEEL, 2014).
Potência
Combustível Quantidade %
(kW)
Enxofre 5 59.688 4,16
Radiação
49 4.941 0,34
Solar
Gás de Alto
15 308.555 21,51
Forno
Gás de Pro-
10 674.420 47
cesso
Efluente
2 162.100 11,3
Gasoso
Gás Siderúr-
1 225.100 15,69
gico
Total 82 1.434.804 10
57
aciona uma turbina, acoplada a um gerador de cor-
rente elétrica. A Figura 10, a seguir, ilustra o funcio-
namento de uma usina nuclear.
58
industrial. Os recursos hidráulicos também apresen-
tam limitações, além de provocar grandes impactos
ambientais. Por isso, a energia nuclear torna-se mais
uma opção para atender com eficácia à demanda ener-
gética no mundo moderno.”
Veja o vídeo “Angra III, um futuro com mais energia” que fala
sobre a expansão da energia nuclear no Brasil, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=knSzi4rppzs
59
2.4.3. Geração de Energia Pelas
Ondas do Mar
60
Veja o vídeo “Geração de Energia Elétrica pelas Ondas do Mar”
e saiba como a eletricidade é produzida a partir das ondas do
mar. Vídeo disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=o70SrMJpkIo
61
Questões
62
(5) Energia Renovável
63
Unidade 3
Transmissão e Distribuição de
Energia Elétrica
Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.
65
3.1. Transmissão de Energia Elétrica
66
elevar, novamente, para extra alta tensão. [...] Entre
a geração e o consumo há o macro segmento descrito
acima: o de transmissão.”
67
para evitar descargas elétricas durante o transporte
e, assim, previne acidentes e minimiza custos com as
perdas elétricas e manutenção (ABRADEE, 2014).
Nesse transporte, a energia elétrica passa por
diversas subestações de transformação com a fina-
lidade de alterar sua voltagem. As subestações lo-
calizam-se em postos de conexão entre geradores,
consumidores e empresas distribuidoras.
Assim, nos pontos de conexão entre os gera-
dores e distribuidores a tensão é elevada a fim de se
evitar a perda excessiva de energia; aqui, a corrente
elétrica das linhas de transmissão é reduzida pelos
transformadores e, consequentemente, há a redução
das perdas elétricas inerentes ao transporte da eletri-
cidade. Por outro lado, a tensão é diminuída quando
chega perto dos centros de consumo.
A partir daí, os cabos prosseguem por redes de
distribuição para que a eletricidade seja distribuída
dentro dos centros urbanos (ELETROBRÁS, 2014).
Exemplo
O diâmetro dos fios e a importância dos
transformadores.
68
necessidade de uma potência de 5 kW, em média.
Então, precisaremos de 500 kW (100 x 5) por fio de
fase. Suponhamos, ainda, que a usina elétrica que
fornecerá a eletricidade para esta cidade encontra-se
a 10 km de distância e produz os exatos 220 volts
que a cidade precisa. Pois bem, deseja-se colocar os
fios entre a unidade geradora e o centro de consumo.
O primeiro passo é a espessura do fio e, para tanto,
precisa-se saber a corrente que passará em cada fio.
Assim, dado que a corrente (i) é definida por:
i=P/V
R=Þ L/A
69
pretende-se que tais perdas sejam mínimas. Estabe-
lecemos, então, uma perda máxima de 6% do total
transmitido, assim a Pd = 30kW.
A R é calculada pela fração da Pd pela i², e
então R = 5,67 x 10-3 Ω. Admitindo Þ = 0,0167
Ωmm²/m (resistividade do fio de cobre), concluí-
mos que A = 29453 mm² e, portanto, o diâmetro
deve ser de aproximadamente 20 cm!
E por que nunca vimos um fio elétrico de 20
cm de diâmetro? É esse justamente o papel dos trans-
formadores. Elevar ou diminuir a tensão para que
a corrente fique propícia ao uso nas residências e, as-
sim, o diâmetro dos fios pode ser menor, reduzindo
os custos, e deve ser calculado levando em considera-
ção a tensão modificada.
Assista ao vídeo iterativo para maiores expli-
cações:
h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=SHKZ7BS4ofw
70
A Figura 1, a seguir, ilustra esse tipo de linha de
transmissão aérea.
71
Figura 2: Linha de transmissão subterrânea.
Fonte: CTEEP, 2014.
72
de transmissão a partir de leilões para selecionar
as concessionárias, que seriam responsáveis pela
construção e operação da rede. Assim, o vencedor
do leilão seria o candidato que apresentasse a me-
nor tarifa (ANEEL, 2008).
Lembre-se que o setor de transmissão não participa da CCEE
por não comercializar energia elétrica. Na CCEE, participam,
apenas, os Agentes dos setores de geração, distribuição e comer-
cialização.
Acesse:
<http://www.aneel.gov.br/15anos/linha_do_tempo/transmis-
sao.html> para ver a trajetória da expansão das linhas de trans-
missão desde 1997.
73
Alta tensão: grupo A
• A1: tensão igual ou maior que 230 kV;
• A2: tensão entre 88 kV e 138 kV;
• A3: tensão de 69 kV;
• A3a: tensão de 30 kV a 44kV;
• A4: tensão de 2,3 kV a 25 kV;
• AS: tensão inferior a 2,3 kV.
74
rede de transmissão, reduzindo, assim, a necessidade
de geração de termelétricas movidas a combustíveis
fósseis nessas regiões.
A Figura 3, a seguir, ilustra o sistema de trans-
missão brasileiro, para o ano de 2014.
75
manutenção. A cada cinco anos ocorrem revisões
tarifárias para o serviço e, anualmente, também há
um reajuste das tarifas praticadas. Tanto os gera-
dores como os consumidores pagam tarifa pelo
uso do sistema de transmissão.
Mensalmente, é feita a Apuração Mensal dos
Serviços e Encargos de Transmissão (AMSE),
onde são feitos os cálculos dos valores mensais
das receitas dos Agentes de Transmissão e ONS e
dos encargos de uso do sistema a serem cobrados
de cada usuário.
É de atribuição do ONS a contratação e adminis-
tração dos serviços de transmissão de energia elétrica
e suas respectivas condições de acesso. As concessões
de transmissão são válidas por 30 anos, podendo ser
renovadas por igual período (ANEEL, 2008).
Os contratos são firmados através dos chamados
Contratos de Prestação de Serviço de Transmissão
(CPST), Contratos de Uso do Sistema de Transmis-
são (CUST) e Contratos de Conexão (ONSa, 2014).
Os CPST são realizados entre o ONS e as em-
presas que detêm as concessões de prestação de
serviço público de transmissão de energia elétrica.
Por sua vez, os CUST são firmados entre o ONS,
os usuários da rede básica e as concessionárias de
transmissão representadas pelo ONS. Já, os Con-
tratos de Conexão, sejam eles do Sistema de Trans-
missão (CCT), de Compartilhamento de Instalações
76
(CCT) ou de Sistema de Transmissão (CCT-TA) são
realizados entre as concessionárias de transmissão e
os agentes contratantes, sendo o ONS o intercessor
(ONSa, 2014).
77
localizados nos postes de luz das ruas da cidade,
dentro das instalações de médios e grandes consu-
midores ou, ainda, em sistema subterrâneo (ABRA-
DEE, 2014).
Em geral, existem quatro tipos de redes de dis-
tribuição de eletricidade:
78
fios (três fases e um neutro) e estão ligados os con-
sumidores e as luminárias da iluminação pública.
79
Fonte: ANEEL, 2008.
Figura 4: Relação entre Agentes e Consumidores.
80
A ANEEL deve assegurar ao consumidor o
acesso a um serviço contínuo e de qualidade e o
pagamento de um valor justo, além de garantir
o equilíbrio econômico financeiro necessário ao
cumprimento do Contrato de Concessão celebra-
do entre as companhias distribuidoras e a União
(ANEEL, 2008).
O PRODIST – Procedimentos de Distribuição
de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional -
compreende diversos documentos elaborados pela
ANEEL com o objetivo de normatizar e padronizar
as atividades técnicas relacionadas ao funcionamen-
to e desempenho dos sistemas de distribuição de
energia elétrica. O PRODIST divide-se nos seguin-
tes módulos:
• Introdução
• Planejamento da Expansão do Sistema de
Distribuição
• Acesso ao Sistema de Distribuição
• Procedimentos Operativos do Sistema de
Distribuição
• Sistemas de Medição
• Informações Requeridas e Obrigações
• Cálculo de Perdas na Distribuição
• Qualidade da Energia Elétrica
• Ressarcimento de Danos Elétricos
81
Em suma, o PRODIST tem por objetivo orien-
tar e disciplinar formas, condições, responsabilida-
des e penalidades para os consumidores, produtores,
distribuidores e demais agentes do setor quanto à
conexão, planejamento da expansão, operação, me-
dição e qualidade dos serviços.
Adicionalmente, as distribuidoras também de-
senvolvem programas sociais para os consumidores.
Entre os programas que proporcionam o acesso da
eletricidade a todos estão: Baixa Renda com Estru-
tura Tarifária conforme apresentada na Unidade I,
o Luz para Todos, que promove a universalização
do serviço e a regularização das ligações clandestinas
(ANEEL, 2008).`
82
Questões
( ) kWh ou MWh
( ) Volt
( ) Watt
( ) 127 e 220 volts
83
( ) Tanto a demanda de potência, quanto o con-
sumo de energia fazem parte da estrutura da tarifa
horo-sazonal azul.
( ) Três fios: duas fases e um neutro.
84
Unidade 4
Planejamento da Operação e da
Expansão do Sistema Elétrico
Caro(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se
preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que
for estudando.
4.1. Planejamento da operação do Setor Elétrico
4.2. Planejamento da operação do Sistema Elé-
trico no Brasil
4.2.1. Planejamento de médio prazo
4.2.2. Planejamento de curto prazo
4.2.3. Planejamento diário (pré-despacho)
4.3. Estudos do planejamento da operação do
Sistema Elétrico Brasileiro
4.3.1. Planejamento da geração
4.3.2. Planejamento da transmissão
85
4.4. Planejamento da expansão do Setor Elétrico
4.5. Planejamento da expansão do Sistema Elé-
trico no Brasil
4.5.1. Estudos do planejamento da geração
4.5.2. Estudos do planejamento da transmissão
86
4.1. Planejamento da Operação do
Setor Elétrico
87
O Sistema deve decidir entre acionar hidre-
létricas ou térmicas. Daí, que vem a importância
de um planejamento eficiente, pois, se o sistema
optar por acionar todas hidrelétricas e houver fal-
ta de chuvas, haverá déficit de energia pelo fato
dos reservatórios estarem vazios. Por outro lado,
haverá vertimento dos rios se houver excesso de
geração termelétrica ao mesmo tempo, em que os
reservatórios estão cheios. Portanto, a operação
mais econômica seria acionar hidrelétricas, quan-
do houver condições hidrológicas favoráveis e tér-
micas, quando tais condições forem desfavoráveis.
Como critério de planejamento da operação,
o ótimo uso dos recursos energéticos é determi-
nado levando em conta o custo futuro e o custo
imediato do despacho, para um determinado ho-
rizonte de tempo de planejamento. Por um lado,
o custo imediato avalia as afluências futuras e visa
atender a carga com geração hidráulica. Já, o cus-
to futuro, toma como base as consequências ope-
rativas, atendendo à carga demandada com gera-
ção térmica. Assim, quanto maior for o volume
de água armazenada (V*) em reservatórios, maior
será o gasto com térmicas, e menor será a expec-
tativa de gastos com combustíveis no futuro. Veja
o esquema na Figura 2.
88
Custo
Custo Total
Custo Imediato
Custo Futuro
89
serão máximos e o custo total de operação serão mí-
nimos, ao otimizar, conjuntamente, a operação de
todos os subsistemas.
90
de operação dos recursos hídricos e térmicos do sis-
tema brasileiro, para um horizonte de 5 a 10 anos,
com o intuito de minimizar o custo médio de opera-
ção ao longo desse período de planejamento.
91
4.2.2. Planejamento de Curto Prazo
92
semanas. Nos dois primeiros dias, as projeções de
afluências e demanda são discretizadas a cada 30 mi-
nutos e os demais dias têm discretização a cada hora
(UNSIHUAY-VILA, 2013).
Espera-se que o despacho fornecido pelo DES-
SEM seja bem próximo do despacho que será co-
locado em prática. Assim, a função de custo futuro
gerada pelo DECOMP é utilizada para se definir a
meta de geração de cada usina.
A partir de todas as informações obtidas, con-
forme descrito acima, é que são feitos os despachos
de carga em tempo real. A Figura 3, a seguir, apre-
senta um diagrama esquemático com o horizonte e
intervalo de discretização de cada um dos modelos
disponibilizados ao ONS pelo CEPEL.
93
Cada um destes modelos requer uma gama de
informações disponibilizadas por outros modelos,
tais como: previsões de carga, geração de cenários
ou previsões de afluências, cronograma de manuten-
ção das usinas, entre outros. (CEPEL, 2003)
94
estabelecer o nível mínimo de armazenamento dos
reservatórios de usinas hidroelétricas de cada sub-
sistema, as Curvas de Aversão ao Risco (CAR). Tal
mecanismo sinaliza eventuais riscos de abastecimen-
to de energia, atentando para o atendimento pleno
da carga ao longo de 2 ou 5 anos. Apenas, as usinas
que operam a fio d’água não são consideradas para a
elaboração das CAR.
O PEN representa um instrumento com o ob-
jetivo de que o atendimento ao consumo de energia
elétrica possa ser recomendado ao CMSE e à EPE,
como, por exemplo, decisões de antecipação e/ou
implantação de geração e transmissão, visando au-
mentar a margem de segurança da operação energé-
tica do SIN.
95
Para acessar os arquivos do PMO, acesse:
http://www.ons.org.br/operacao/programa_mensal_operacao.
aspx
96
• Propostas de novas obras;
• Solicitações de acesso;
• Variações nas previsões de carga;
• Atrasos na implantação de instalações de ge-
ração e transmissão;
• Informações do planejamento e da programa-
ção da operação elétrica, energética e da operação
em tempo real.
Para acessar os arquivos do PAR, acesse:
http://www.ons.org.br/plano_ampliacao/plano_ampliacao.
aspx
97
são determinadas as datas, quantidade e local dos
empreendimentos necessários para o suprimento de
energia elétrica aos consumidores.
Deve-se então, determinar uma estratégia de
implementação dos projetos de geração, transmissão
de energia elétrica e eficiência energética, de forma
que se atenda a previsão de consumo, ao mesmo
tempo em que se minimizam os custos totais de in-
vestimentos e dos valores esperados dos custos de
operação. A Figura 4 ilustra o problema de decisão
de investimentos em expansão do setor elétrico.
Decisão
Investir Aguardar
98
não apresentar um crescimento, então tais estraté-
gias são eficientes e a demanda será atendida. Por
outro lado, se a decisão for investir na expansão e
não for registrada uma alta na demanda, haverá ocio-
sidade de energia e, se a decisão for não investir e
houver uma demanda alta, então certamente haverá
racionamento de eletricidade.
O problema no planejamento da expansão é
escolher uma estratégia de investimento no setor
elétrico, tal que minimize os custos de expansão e
operação. Além do mais, devem-se atender as res-
trições de confiabilidade no suprimento ao mercado
consumidor, relacionadas aos aspectos de desempe-
nho elétrico da rede em condições normais e incer-
tas (ZIMMERMANN, 2007).
Os pontos indicados na Figura 5, a seguir,
apontam a estratégica de investimento que assegura
um suprimento confiável e de menor custo para a
demanda futura de energia elétrica.
Custo
Custo Total
Custo de Expansão
Custo de Operação
0 C∗ Nı́vel de confiabilidade
100
Novamente, pelas características específicas do
sistema de geração de energia elétrica brasileiro, com
um sistema de geração hidráulica predominante e,
ainda, com um enorme potencial hidrelétrico cons-
tituído em grande parte por usinas de elevada ca-
pacidade e baixo custo unitário de geração, realizar
a modelagem do sistema, representar as incertezas,
requerem uma precisão e um esforço computacional
muito grande. Para tanto, a tomada de decisão para a
expansão do setor elétrico é subdividida em estraté-
gias de longo, médio e curto prazo.
Conforme ilustrado na Figura 6, essa divisão
do problema em horizontes temporais associa-se
às decisões a serem tomadas e aos distintos graus
de incertezas.
Longo Prazo
Detalhamento
do Sistema
Incertezas
Médio Prazo
Curto Prazo
Figura 6: Sistema do Planejamento da Expansão: incerte-
zas x detalhamento sistema.
Adaptado de ZIMMERMANN, 2007.
101
Como podemos observar quanto mais lon-
gínquo for o horizonte temporal de análise, mais
incertezas estão associadas pelo fato de serem
menores os detalhamentos do sistema. Por outro
lado, quanto menor for o horizonte, maior será
o detalhamento do sistema e, consequentemente,
menores serão as incertezas.
Assim, as projeções de mercado e carga no
planejamento da expansão do sistema elétrico
brasileiros, elaboradas pelo CCPE, são realizadas
com base em estudos de longo, médio e curto pra-
zo como definidos por Rodrigues (2011, pág. 82):
102
- Estudos de curto prazo, com período de 10 anos,
onde são apresentadas as decisões relativas à expan-
são da geração e da transmissão, definindo-se os em-
preendimentos e sua alocação temporal, são realizadas
as análises das condições de suprimento ao mercado e
calculados os custos marginais de expansão; definidos
os programas da distribuição, em metas físicas e finan-
ceiras, e o programa global de investimentos na geração,
transmissão, distribuição e instalações gerais.
103
Em longo prazo, destacam-se a Matriz Energé-
tica Brasileira que simula, para um horizonte de até
30 anos e com periodicidade quinquenal, diferentes
cenários de mercado e avalia os efeitos, tais como:
a infraestrutura, vulnerabilidade sistêmicas, riscos
ambientais, oportunidades de negócios, impactos de
políticas públicas, entre outros (BRASIL, 2007).
A mais recente publicação Matriz Energética
Brasileira 2030 (2007) apresenta estudos desenvol-
vidos sobre a expansão da oferta e da demanda de
energia no Brasil, até o ano de 2013. O relatório abor-
da estudos no que se referem aos recursos e reservas
energéticas, cenários mundiais e nacional econômi-
cos, cenários de preços diretores, demanda projetada
de energia final e expansão da oferta de energia.
104
mercado, a disponibilidade de fontes energéticas pri-
márias para geração, as tendências de evolução tec-
nológica e os impactos ambientais dos projetos”.
Em curto prazo, de periodicidade anual, des-
taca-se o Plano Decenal de Expansão de Energia
Elétrica (PDEE). Trata-se de um plano indicativo da
geração e da implantação de novos empreendimen-
tos para geração de energia elétrica, para os leilões de
energia nova, para um horizonte de 10 anos, consi-
derando as diretrizes do PNE.
Os estudos contemplados no PDEE são
divididos em quatro principais temas, a saber,
(BRASIL, 2013):
105
Para acessar os relatórios do PDEE, acesse:
http://www.epe.gov.br/pdee/forms/epeestudo.aspx
106
Prazo (PELP) define instalações de transmissão, a
partir dos estudos de planejamento, para expansão
da Rede Básica, indicando a entrada em operação, a
partir do sétimo ano do ciclo decenal.
O objetivo do PELP é garantir as condições de
atendimento aos mercados e os intercâmbios entre
as regiões (BRASIL, 2013b).
107
Questões
108
3. A operação de um sistema hidrelétrico no
horizonte de curto prazo depende de quais condi-
ções?
109
Com esse objetivo, o plano de expansão resul-
tante deve assegurar o(a):
110
Referências Bibliográficas
111
aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacida-
debrasil.cfm>. Acesso em: 22 de jan. 2014.
112
CCEE. Câmera de Comercialização de Ener-
gia Elétrica. Disponível em: <http://www.ccee.org.
br>. 2013c. Acesso em: 13 de dez. 2013.
113
CNEN. “Ensino – Energia Nuclear”. Comis-
são Nacional de Energia Nuclear, 2014. Disponível
em: <http://www.cnen.gov.br/ensino/energ-nuc.
asp>. Acesso em: 30 de jan. 2014.
114
GARCIA, Douglas A. A; DUZZI JUNIOR, F.
E. Tópicos de sistemas de transmissão e de distribui-
ção de energia elétrica. O Setor Elétrico, São Paulo,
vol. 7, n.º 74, pág. 52-63, mar., 2012.
115
ONS. O que é o SIN - Sistema Interligado Na-
cional. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://
www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.
aspx>. Acesso em: 13 de dez. 2013.
116
de Tecnologia. Departamento de Engenharia Elé-
trica. 2013.
117