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Natália Alves de Almeida

Que identidade é essa?

FONTE: Monumento Borba Gato


CONCEITOS: Representação; ideologia; identidade nacional.
SERIE(S)/ANO(S):
DADOS BNCC
ENSINO BÁSICO – 6ª a 9ª
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): O Brasil no século XIX.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: Preconceitos, estereótipos e violências; Democracia
racial e a exclusão social
HABILIDADE(S): (GO-EF08HI14-B); (GO-EF08HI20-A)

E/OU

ENSINO MÉDIO – 1ª a 3ª
COMPETÊNCIA(S): Competência específica 5
HABILIDADE(S): (EM13CHS502); (EM13CHS503)

Que identidade é essa?


A identidade nacional brasileira está em pauta desde a Independência do Brasil. A
pauta era o que seria o elemento que iria representar o povo que estava em formação, quem
seriam aqueles que representariam aquela nova nação. O Brasil, está terra que fora roubada
dos povos indígenas, foi criado em raízes amargas, de estupro, escravidão de negros e
indígenas, na violência e na retirada de seus direitos. Esse país escolheu os representantes da
sua identidade. Patrimônios históricos, monumentos colocados em espaço público,
conseguem transmitir certos tipos de narrativa e de ideologias. São muitos os monumentos
históricos espalhados pelo país que exaltam torturadores, genocidas e escravocratas e em
nomes de ruas também. A mensagem que se quer passar ao exaltar esses homens por meio
desses monumentos é a profunda nostalgia que parte da nossa sociedade sente dos períodos
nos quais esses homens agiram. Mesmo após a abolição da escravatura, o Estado brasileiro
ainda foi violento com a população negra, o Estado continuou roubando terras indígenas, o
Estado brasileiro ainda é violento com essas populações e tantas outras que são
marginalizados e violentadas pelo Estado. A criação de heróis nacionais, esses símbolos, são
sustentados por uma ideologia cujo os ideias são de morte, uma política de morte para com
essas populações, ideias esses reforçados por esses monumentos, nomes de ruas e
patrimônios. Nos anos de 2020 e 2021 assistimos a derrubada de monumentos de
colonizadores em alguns países, evidenciando, mais uma vez, que não se aceita mais a
exaltação desses símbolos. No Brasil, um caso especial que aconteceu recentemente foi sobre
o monumento do Borba Gato em São Paulo. Manuel Borba Gato foi um bandeirante,
conhecidos por desbravar o interior do Brasil, que deixavam um rastro de morte de povos
indígenas. A partir dessas considerações, fazemos os seguintes questionamentos: a quem
interessa a manutenção do passado escravista, colonial e patriarcal por meio desses
monumentos? Que identidade nacional é essa forjada com sangue de pessoas negras,
indígenas, LGBTQIA+? Porque ainda é mantido viva a lembrança desse passado tão
violento? Porque há a ausência de monumentos que contem outras memórias?

 OBJETO(S)/FONTE(S) (Imagens; letra de música; Livros; Vídeos; etc.)

BOX(S)
 BOX DICAS (Até 3)
Que país é esse? – Legião Urbana
Memórias da escravidão e da liberdade: História pública e patrimonialização:
https://www.youtube.com/watch?v=geL6TbyHc9Q
Patrimônio, memória e ensino de História: entre desafios e resistências:
https://www.youtube.com/watch?v=hiW4pilNm0o
 BOX SAIBA MAIS (Até 3)
Por que Borba Gato é alvo de projetos de lei que propõem tirar seu nome de espaços

públicos em São Paulo: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/25/por-que-


borba-gato-e-alvo-de-projetos-de-lei-que-propoem-tirar-seu-nome-de-espacos-publicos-
em-sao-paulo.ghtml
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, da Silva Andressa. O lugar do bandeirante no currículo escolar. In: 30º
Simpósio Nacional de História, 2019. Anais do 30º Simpósio Nacional de História – História
e o futuro da Educação no Brasil
MEZA, Elisa. Colonialismo Estrutural: Representações Públicas da Escravidão no Brasil. In:
Memória e Patrimônio: tramas do contemporâneo. (Org.). Darlan De Mamann Marchi,
Eduardo Roberto Jordão Knack, Rita Juliana Soares Poloni Porto Alegre: Casaletras, 2019.
SOUZA, Ricardo Luiz. A mitologia bandeirante: construção e sentidos. In: HISTÓRIA
SOCIAL Campinas – (13)151–171 2007.

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