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INTERVENÇÃO NO PATRIMÔNIO EDIFICADO: PROPOSTA PARA UM

CENTRO CULTURAL NA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA NOVA, CAMPINA


GRANDE, PARAÍBA, BRASIL

INTERVENCIÓN EM EL PATRIMONIO CONSTRUIDO: PROPUESTA PARA UN CENTRO


CULTURAL EN LA ESTACIÓN FERROVIARIA NOVA, CAMPINA GRANDE, PARAÍBA, BRASIL

INTERVENTION IN CONSTRUCTED HERITAGE: PROPOSAL FOR A CULTURAL CENTER AT


NOVA RAILWAY STATION, CAMPINA GRANDE, PARAÍBA, BRAZIL

Instituições e sociedade: global, nacional e local.

Flávia Morais de Oliveira Gurjão


Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Campina Grande
flahviagurjao@gmail.com

Ginna Meirelly dos Santos Dantas


Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Campina Grande
ginnadantas@gmail.com

Resumo:
O artigo tem como objetivo apresentar a concepção de um projeto para implantação de um Centro Cultural
em edificação de valor patrimonial. Possui como objeto de estudo a Estação Ferroviária Nova da cidade de
Campina Grande no agreste paraibano, que foi fundada em meados da década de 1960 sendo desativada
no ano de 2014. O presente trabalho vem pautado nas discussões sobre preservação e permanência,
requalificação e reutilização deste edifício histórico que apesar de fazer parte do cenário da cidade
contemporânea está sendo negligenciado de modo a sofrer com o abandono e descaracterização. Justifica-
se a escolha desse objeto de estudo devido sua contribuição e relevância histórica, cultural, econômica e
arquitetônica para a cidade de Campina Grande, além da importância desse patrimônio ser divulgado no
meio científico. A metodologia de pesquisa baseia-se no levantamento de informações coletadas a partir de
pesquisas de campo, entrevistas, dados obtidos na RNF - Rede Ferroviária Nacional, levantamento
imagético, revisão bibliográfica e análise de estudos de caso. Nesse contexto, a proposta de intervenção foi
desenvolvida a nível de estudo preliminar sob coordenação do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Lugar,
vinculado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande. O projeto
contou com a colaboração e participação da Secretaria Municipal de Planejamento e Obras, de líderes
comunitários do bairro no qual o conjunto fabril está inserido e de representantes do sindicato dos
trabalhadores em empresas ferroviárias no estado da Paraíba.
Palavras-chave: intervenção, reutilização, patrimônio ferroviário, arquitetura.
Resumen:
El artículo tiene como objetivo presentar la concepción de un proyecto para implantación de un Centro
Cultural en edificación de valor patrimonial. En el año de 2014. El presente trabajo viene pautado en las
discusiones sobre preservación y permanencia, recalificación y reutilización de éste Edificio histórico que a
pesar de formar parte del escenario de la ciudad contemporánea está siendo descuidado para sufrir con el
abandono y la descaracterización. Se justifica la elección de ese objeto de estudio debido a su contribución
y relevancia histórica, cultural, económica y arquitectónica para la ciudad de Campina Grande, además de la
importancia de ese patrimonio ser divulgado en el medio científico. La metodología de investigación se basa
en el levantamiento de informaciones recolectadas a partir de investigaciones de campo, entrevistas, datos
obtenidos en la RNF - Red Ferroviaria Nacional, levantamiento imagético, revisión bibliográfica y análisis de
estudios de caso. En este contexto, la propuesta de intervención fue desarrollada a nivel de estudio
preliminar bajo coordinación del Grupo de Investigación Arquitectura y Lugar, vinculado al Curso de
Arquitectura y Urbanismo de la Universidad Federal de Campina Grande. El proyecto contó con la
colaboración y participación de la Secretaría Municipal de Planificación y Obras, de líderes comunitarios del
barrio en el cual el conjunto fabril está inserto y de representantes del sindicato de los trabajadores en
empresas ferroviarias en el estado de Paraíba.
Palabras-clave: intervención, reutilización, patrimonio ferroviario, arquitectura.

Abstract:
The article aims to present a conception of a project for the implantation of a Cultural Center in the
construction of heritage value. It has as object of study the Railway Station New, located in the city of
Campina Grande in the agreste (wild) of Paraiba, and was founded in the middle of the 1960s, being
deactivated in 2014. The present work is based on the discussions on preservation and permanence,
requalification and reuse of this historic building that despite being part of the contemporary city scene is
being neglected in order to suffer with neglect and decharacterization. It is justified the choice of this object of
study due to its contribution and historical, cultural, economic and architectural relevance for the city of
Campina Grande, besides the importance of this patrimony being divulged in the scientific environment. The
research methodology is based on the collection of information collected from field surveys, interviews, data
obtained at National rail network, imaging survey, bibliographic review and case studies analysis. In this
context, the intervention proposal was developed at the preliminary study level coordinated by the
Architecture and Place Research Group, linked to the Architecture and Urbanism Course of the Federal
University of Campina Grande. The project counted with the collaboration and participation of the Municipal
Secretariat of Planning and Works, community leaders of the neighborhood in which the factory is located
and representatives of the workers' union in railway companies in the state of Paraíba.
Keywords: intervention, reuse, railway heritage, architecture.
INTRODUÇÃO

O objetivo do artigo é divulgar a proposta projetual elaborado para implantação de um Centro


Cultural, que possui como princípios básicos a reutilização, requalificação e preservação do
patrimônio edificado com o intuito de promover sua valorização e conscientizar a população local
em relação ao significado da edificação.

A justificativa deste projeto baseia-se na importância de preservação patrimonial que aliado a


boas técnicas projetuais podem promover transformações físicas/cultural/social no entorno em
que está inserido, sendo necessário a divulgação no meio acadêmico para maior valorização
desse tipo de intervenção. Ademais, a interação de diferentes segmentos da sociedade na
elaboração do projeto demonstra a viabilidade desse tipo de intervenção no patrimônio edificado
que ainda é algo pouco explorado no cenário atual das cidades.

A metodologia de pesquisa possui caráter misto e divide-se em duas etapas. A primeira etapa
consiste no levantamento de informações coletadas a partir de pesquisas de campo, entrevistas,
dados obtidos na RNF - Rede Ferroviária Nacional, levantamento imagético, revisão bibliográfica e
análise de estudos de caso. E a segunda etapa aborda questões relativas à concepção do projeto
arquitetônico no qual podemos destacar, segundo Lawson (2001), que este processo não ocorre
de forma linear sendo caracterizado como um processo cíclico. Dessa forma, nesta etapa obteve-
se: diretrizes projetuais, definição do programa de necessidades e, por fim, elaboração da
proposta de intervenção.

Nesse contexto, a proposta de intervenção foi desenvolvida a nível de estudo preliminar sob
coordenação do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Lugar, vinculado ao Curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande. O projeto contou com a colaboração e
participação da Secretaria Municipal de Planejamento e Obras, de líderes comunitários do bairro
no qual o conjunto fabril está inserido e de representantes do sindicato dos trabalhadores em
empresas ferroviárias no estado da Paraíba.

CONTEXTUALIZAÇÃO

A Estação Ferroviária Nova está localizada no bairro do Centenário na cidade de Campina


Grande, Paraíba, Brasil (Figura 01). Campina Grande possui aproximadamente 400.000
habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa do estado, e está situada no Planalto da
Borborema a uma altitude de 551m acima do nível do mar. O município possui uma localização
privilegiada - entre o sertão e o litoral - fator que facilitou o seu desenvolvimento e contribuiu para
que a cidade tornasse um polo atrativo de comércio e serviços.
Figura 01: Localização do objeto de estudo.
Fonte: Flávia Gurjão, 2017.

A cidade teve seu apogeu econômico no ano de 1907, ano marcado pela chegada do trem, fator
promissor para o desenvolvimento do comércio local, crescimento populacional e um período
marcado por um avanço no setor de serviços e geração de emprego e renda. No mesmo ano,
1907, foi inaugurada a primeira estação de trem da cidade, situada no centro da urbe e conhecida
como Estação Velha. Nesse contexto, o crescimento de cidade se deu em volta da estação
construída pela Great Western of Brazil Railway Company, devido implantação de fábricas,
galpões de armazenamento e vários escritórios no seu entorno, além de investimentos voltados
para a infraestrutura urbana. Na década de 1930, Campina Grande era conhecida como a
“Liverpool brasileira” por ser a segunda maior exportadora de algodão do mundo, em alusão à
cidade inglesa que era a maior exportadora mundial.

Após cinquenta anos da implantação da primeira estação ferroviária de Campina Grande, a Rede
Ferroviária Nacional/RNF com o intuito de suprir a necessidade existente - já que na época a
estrada de ferro estava se estendendo para o interior e a Estação velha não comportava mais o
fluxo de passageiros e cargas - deu início a construção de um novo pátio ferroviário. Sendo
assim, o conjunto arquitetônico correspondente ao pátio e outros cinco edifícios inaugurados no
dia 14 de fevereiro de 1961. O prédio da estação foi fechado no ano de 2014 e após essa data
todo o conjunto ferroviário encontra-se em estado de abandono e sofre processo de degradação
(Figura 2).
Figura 02: Imagens da edificação.
Fonte: Flávia Gurjão e Marco de Sousa Júnior, 2016.

APORTE TEÓRICO

Antes de iniciar a abordagem referente à proposta de intervenção é necessário que se tenha a


compreensão do que se trata o patrimônio industrial e qual a sua importância no âmbito social e
cultural. Nesse contexto, podemos citar a carta de Nizhny Tagil (2003), elaborada na Conferência
de 2003 do TICCIH - The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage
(Comissão Internacional para a Conservação do Patrimônio Industrial), na qual apontou a
constituição e significado do patrimônio industrial:

O patrimônio industrial compreende os vestígios da cultura industrial que possuem


valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico. Estes vestígios
englobam edifícios e maquinaria, oficinas, fábricas, minas e locais de tratamento e
de refino, entrepostos e armazéns, centros de produção, transmissão e utilização
de energia, meios de transporte e todas as suas estruturas e infraestruturas, assim
como os locais onde se desenvolveram atividades sociais relacionadas com a
indústria, tais como habitações, locais de culto ou de educação. (CARTA de
Nizhny Tagil, 2003)

Ao analisar o processo de produção arquitetônica nas cidades brasileiras podemos apontar a


tênue relação existente entre os edifícios históricos e seu entorno, além da priorização da beleza
no lugar da função e da ausência cultural na arquitetura. Isso ocorre devido às ações dos agentes
modificadores do espaço e as investidas da especulação imobiliária. Dessa forma, os princípios
de Conservação Integrada atuam de modo a realizar uma releitura da localização desses edifícios
históricos no espaço e evitar a sua demolição ou abandono.

De acordo com (KUHL, 2008), restaurar não consiste em retomar características passadas ou
imitar estilos arquitetônicos referentes a outras épocas. Nesse caso, o autor faz uma crítica aos
arquitetos que buscam refazer um patrimônio histórico tal como ele era originalmente, logo,
restaurar não é retomar ao estado original da edificação. Assim, podemos citar a importância dos
conceitos de reversibilidade e distinguibilidade apontados por KUHL como princípios básicos na
elaboração do projeto, a fim de que se tenha uma metodologia a ser cumprida e de evitar a
formulação de um falso histórico.

Lina Bo Bardi afirma que a conservação permite a restituição do uso do patrimônio para que este
possa voltar a ser apropriado pela sociedade, conferindo sustentabilidade ao edifício e sua
reintegração ao meio urbano.

A conservação de um monumento antigo não significa a conservação de uma


vitrina de museu, mas a integração do antigo na vida de hoje. Nesse sentido um
edifício não tem que ser isolado, monumentalizado, ao contrário tem que ser
humanizado. [...] A integração do antigo na vida de hoje e a valorização cuidada
das correntes autenticamente populares, separadas do folclore barato, são os
problemas fundamentais do homem moderno. (BO BARDI, 1958 apud PEREIRA,
2007 p.188)

Dessa forma, é necessário intervir no patrimônio histórico de forma mais consciente e


humanizada, visando atender as necessidades dos usuários e os condicionantes impostos pela
cidade, além de gerar um sentimento de pertencimento da população com a edificação e o projeto
proposto.

PROPOSTA

O conjunto ferroviário (Figura 3) está disposto em uma área de aproximadamente 55 mil m²


composto por 5 edificações sendo a de maior destaque arquitetônico o prédio da estação,
destinado ao embarque e desembarque de passageiros e pequenas mercadorias.
Figura 03: Delimitação da área e descrição dos prédios que compõem o conjunto ferroviário.
Fonte: Flávia Gurjão. Texto: Alcilia Afonso, 2017.

O prédio da Estação Nova, edificação mais expressiva do conjunto, possui características


arquitetônicas do estilo Art Déco, o qual compõe volumetria simples com formato circular em uma
de suas extremidades, arrematada por uma torre central onde encontrava-se um relógio que
localizava os passageiros e moradores da região em relação a partida e chegada do trem, sendo
possível assimilar a forma da estação a de uma locomotiva da época. Destaca-se também as
imponentes portas de entrada trabalhadas em ferro, basculantes em ferro e presença de aberturas
vazadas nas fachadas (cobogós). Logo acima da entrada principal é visível um rico painel
cerâmico produzido pelo artista plástico Paulo Neves em 1960 que retrata a vida na ferrovia e
fomenta a relação ferrovia-indústria-cidade. O prédio apresenta apenas um pavimento onde
funcionava a bilheteria, uma lanchonete, depósitos, o castelo do maquinista e outros espaços
destinados ao embarque e desembarque de passageiros. Em relação ao seu estado de
conservação podemos destacar danos por umidade e eflorescência em todas as paredes externas
da edificação, danos por ação mecânica devido ao arrombamento e furto de algumas portas e
janelas, além da retirada dos ponteiros do relógio; presença de intervenções descaracterizadoras
devido a ação de pichadores; e a oxidação de elementos metálicos (Figura 4).
Figura 04: Caracterização de danos na edificação.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

A proposta de intervenção desenvolvida no local visa a preservação, requalificação e reutilização


deste espaço degradado e abandonado pela população e pelos órgãos responsáveis por esse
patrimônio, respeitando seu estilo arquitetônico - Art Déco. Desse modo, através de debates
realizados entre a população local, a academia, a secretaria municipal de obras e representantes
do sindicato, analisou-se um possível uso para o prédio da estação. Após essa análise, percebeu-
se a necessidade por lugares de representatividade cultural no qual atendesse a diversos públicos
e objetiva-se também geração de emprego e renda para a comunidade. Em meio ao levantamento
dos problemas e potencialidades evidenciados na área surgiu a proposta do Centro Cultural da
Estação Nova.

A estação era bastante compartimentada, para que houvesse a implantação do programa de


necessidades abordado na intervenção foi proposto a demolição de algumas paredes internas
sendo necessário reforçar a estrutura por meio da incorporação de perfis metálicos em I (20x25
cm) que em conjunto com paredes de drywall promovem flexibilidade ao espaço (Figura 5).
Figura 05: Planta demolição/construção.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

O Centro Cultural possui programa simples com duas áreas destinadas para a exposição, sendo
uma voltada para a apresentação da história da própria estação ferroviária e outra destinada para
exposições efêmeras; dois ateliês voltadas para a formação profissionalizante da comunidade
local, uma sala multiuso, um setor administrativo e, por fim, um setor de apoio a edificação. Foram
adicionadas ao prédio rampas nas plataformas para garantir o acesso de pessoas com mobilidade
reduzida e aumentar a permeabilidade desse espaço (Figura 6).

Figura 06: Proposta final em planta.


Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

A coberta encontra-se em bom estado de conservação e, por isso, foi mantida sua divisão de
águas assim como a caixa d’água existente. No entanto, houve o acréscimo de outro reservatório
localizado em um pavimento técnico acima do setor de apoio (Figura 9). Também se manteve a
altura do pé direito da estação (Figura 7).
Figura 07: Corte AA.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

O tratamento realizado nas fachadas propôs a mínima intervenção possível, tendo em vista a
preservação da sua identidade arquitetônica. Dessa forma, foram retiradas as vedações
existentes em algumas aberturas, tendo como propósito recuperar o fluxo inicial do prédio e
implantar nesses locais portas de correr em vidro com presença de trilhos metálicos e janelas em
vidro. Priorizou-se a recuperação do relógio, restauro do painel cerâmico, limpeza do revestimento
cerâmico presente em todo o perímetro da fachada sul e também a retomada da cor original da
estação: amarelo, em referência às cores da RFN - Rede Ferroviária do Nordeste (Figuras 8 e 9).

Figura 08: Fachada Norte.


Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.
Figura 09: Fachada Sul.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Os materiais originais da parte interna deverão ser recuperados, tais como: piso interno de
granilite, revestimento de pastilha cerâmica e algumas esquadrias basculantes existentes
possíveis de recuperação. Assim como nas fachadas, os novos materiais empregados não
agridem o patrimônio edificado e objetivaram a distinção das diferentes épocas arquitetônicas, a
fim de trazer leveza e intervir de forma silenciosa. Desse modo, escolheu-se o metal (presente nos
perfis metálicos), cimento queimado (piso), e o vidro para aliar-se aos tijolos de alvenaria
descascada promovendo uma espécie de interligação do novo no velho, construindo um conjunto
harmônico e havendo a distinguibilidade dos materiais. Inseriu-se uma pele de vidro nos ateliês
(Figura 10), para promover uma relação de integração dos usuários e potencializar a perspectiva
através do ambiente. Nas áreas destinadas às exposições foram inseridos painéis de led nas
paredes (Figura 11) com o intuito de tornar essas exposições mais interativas e servirem como
suporte nos casos de artistas que utilizam desse tipo de tecnologia.
Figura 10: Perspectiva interna do ateliê.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

Figura 11: Perspectiva interna do pátio de exposição.


Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.

CONCLUSÃO

A partir do projeto de intervenção patrimonial proposto neste artigo, pretende-se explorar


questionamentos e possibilidades para que tal patrimônio seja reconhecido e acolhido pelos
órgãos responsáveis e comunidade, evidenciando que o projeto arquitetônico aliado às
metodologias de preservação do patrimônio podem ser o caminho para estagnar o abandono
sofrido por essas edificações. É necessário, portanto, uma ação em comum entre órgãos
responsáveis pela preservação patrimonial, prefeitura municipal, população e iniciativa privada
para que haja maior incentivo na conservação e apropriação de forma efetiva dessas estruturas.
Tal constatação só reforça a importância desse projeto para a área por promover usos
condizentes com as necessidades da população. Ademais, é crucial para a sustentabilidade desse
patrimônio o desenvolvimento de uma educação patrimonial, e a aplicação desses conceitos de
reutilização e reintegração desses edifícios históricos apresentados no artigo para que haja uma
incorporação destes na vivência contemporânea.

REFERÊNCIAS
AFONSO, Alcilia A. Pelas linhas do trem. Pelas linhas do tempo. O pátio da estação nova de Campina
Grande. In: IV Seminário Internacional. Academia de escolas de arquitetura e urbanismo de língua
portuguesa, 2017, Belo Horizonte. IV Seminário Internacional. Academia de escolas de arquitetura e
urbanismo de língua portuguesa. Belo Horizonte: UFMG, 2017.

Carta de Nizhny Tagil Sobre o Patrimônio Industrial. The International Committee for the Conservation of the
Industrial Heritage (TICCIH). Nizhny Tagil, 2003. Acessado em 10 de março de 2017 em
<http://ticcih.org/wp-content/uploads/2013/04/NTagilPortuguese.pdf>.

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KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização. Problemas teóricos
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LAWSON, Bryan. Como arquitetos e designers pensam. Oficina de Textos, 4. Ed., São Paulo, 2011

PEREIRA, Juliano Aparecido. Lina Bo Bardi Bahia 1958-1964. Uberlândia: EDUFU, 2007.
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SERRA, Geraldo. Pesquisa em arquitetura e urbanismo. Guia prático para o trabalho de
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