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Movimento - Ano 2 - N.

2 - Junho/95

extrema necessidade e utilidade, principalmen-


te no tocante ao planejamento da EF para cri-
anças nas séries iniciais da escola.

Existem diferentes formas de obtermos


estas informações, seja através da descrição e
observação sistematizada das habilidades, seja
pela aplicação de algum teste que possibilite
medir quantitativamente estas habilidades.

Encontramos muitos instrumentos de


medidas específicos em nossa área e que, na
sua maioria, são direcionados para medir o
aspecto orgânico do indivíduo. Entretanto, há
carência de instrumentos, desenvolvidos den-
tro de critérios técnicos, que meçam os outros
aspectos e que auxiliem a EF em sua prática
cotidiana. Isto é um fato real em nosso contex-
to. Enfrentamos, em nosso dia-a-dia, a pro-
blemática de como obter informações repre-
João Alberto Lisot* Marcelo sentativas do indivíduo para estruturar os pla-
de Oliveira Cavalli** nos de ensino e, diante deste quadro, corremos
O teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky: uma
análise descritiva
o risco de incidir na rotina de aulas sem funda-
mentos concretos, se nos basearmos somente
em observações assistemáticas.

Conhecer as características e Encontramos, na literatura estrangeira,


necessidades individuais das crianças, bem um farto número de instrumentos específicos
como seus desejos e vontades, é uma tarefa que medem o aspecto motor. Dentre estes, o
que sobressai é o Teste de Proficiência Moto-
fundamental para que a aula se torne um
ambiente propício à educação. Estes aspectos ra2 de Bruininks-Oseretsky (TBO), objeto deste
individuais são básicos para a aula de estudo. Este teste permite ao professor reali-
Educação Física (EF), pois é em torno do zar um diagnóstico da proficiência em deter-
minadas habilidades motoras3 de crianças dos
conhecimento destas que devemos
selecionar os conteúdos que auxiliarão o 4V-2. aos 14V2 anos e estabelecer o "status" do
aluno a alcançar a consciência de suas desenvolvimento motor em que ela se encon-
capacidades, de suas necessidades, o seu tra com relação ao seus pares (Bruininks, 1978;
Gallahue, 1982).
autoconhecimento e efetivar a
aprendizagem em todos os níveis. Para isso,
A finalidade deste trabalho consiste em
devemos lançar mão de meios auxiliares
realizar uma análise do TBO para que possa-
que permitam captar as informações que
mos identificar suas vantagens e desvantagens,
identifiquem as necessidades individuais,
suas características técnicas e a possibilidade
tanto subjetivas como objetivas.
de sua utilização em nosso contexto. Para tan-
A eficiência do ensino da EF passa pela
to, será realizado: (a) um breve relato de sua
obtenção de informações concretas sobre os
origem e evolução até a versão final; (b) a des-
indivíduos participantes da atividade no senti-
crição do conteúdo, da estrutura e da forma de
do de que, com elas, podemos delinear pro-
administração do TBO; (c) a análise do pro-
gramas e atividades de acordo com suas pró-
cesso de validação do teste e (d) a revisão dos
prias necessidades. Dentre todas as informa-
estudos realizados com o TBO.
ções a serem obtidas sobre o aluno, as referen-
tes às habilidades motoras são consideradas de

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HISTÓRICO O TESTE DE PROFICIÊNCIA A eficiência do


MOTORA DE ensino da EF
No início deste século, houve um BRUININKS-OSERETSKY _________ passa pela
grande incentivo ao estudo do desenvolvi- obtenção de
mento humano com o objetivo de melhor A seguir faremos uma breve descrição
sobre o TBO quanto ao seu conteúdo, à estru- informações
compreender o homem e tornar seus desem-
penhos mais eficientes. Para dar o suporte turação e à forma de aplicação. concretas sobre
necessário a este pretenso desenvolvimen- os indivíduos
O objetivo principal do TBO é fornecer participantes da
to, foram elaborados diversos instrumentos
informações a respeito da motricidade de um atividade no
de medidas para a área motora e cognitiva.
indivíduo, através de seu desempenho em de-
Foi neste período que o psiquiatra russo N. sentido de que,
terminadas habilidades motoras. Ou seja, per-
Oseretsky publicou a "Escala Métrica para com elas,
mite estimar o padrão de desenvolvimento
determinar a Capacidade Motriz de Crian- podemos
motor de uma criança em comparação a seus
ças" (1923). Este teste era composto por delinear pro-
pares. Pode ser administrado tanto em indiví-
itens que mediam o desempenho motor de gramas e
duos normais, como naqueles que apresentem
crianças e que indicavam, por correlação, o atividades de
atrasos em seu desenvolvimento motor ou com
nível de funcionamento de áreas específicas
retardamento mental suave ou moderado, nas acordo com suas
do SNC. O teste era composto por itens que
idades de 4 ½ a 14 ½ anos. (Bruininks, 1878; próprias
variavam de acordo com a idade da criança,
Haubenstricker et alii, 1981; Verderber e Payne, necessidades.
isto é, tarefas com menor grau de complexi-
1987, Gallahue, 1982).
dade para crianças mais jovens e, com o
avanço da idade, as tarefas tornavam-se mais O TBO pode ser utilizado para diferentes
complexas.Em 1930, Oseretsky modificou finalidades, desde que o objetivo de seu uso
e reeditou esta escala. venha ao encontro das suas funções. Dentre os
possíveis usos, podemos citar: auxiliar no di-
Com base nesta última, Da Costa, em
agnóstico e avaliação da motricidade ampla e
1945, fez uma adaptação e a publicou em
fina4 de crianças; identificar indivíduos que
Português. Logo depois, em 1946, Edgar
apresentem alguma deficiência ou atraso em seu
Doll traduziu para o Inglês e, em 1948, o
desenvolvimento motor, permitindo seu enca-
teste foi modificado por Sloan e reeditado
minhamento a programas especiais; justificar
com o nome de "Escala de Lincoln-
a tomada de decisões a respeito do encaminha-
Oseretsky de Desenvolvimento Motor". Es-
mento educacional; desenvolver e avaliar pro-
tas foram as principais reformulações do
gramas de EF ou de reeducação psicomotora;
teste que ocorreram devido a inadequações
auxiliar no diagnóstico de crianças especiais,
encontradas na parte técnica da versão ori-
já que o aspecto motor reflete a existência de
ginal. (Herkowitz, 1978; Bruininks, 1978,
perturbações sócio-emocionais em crianças
1989; Gallahue, 1982).
desta faixa de idade que, quanto mais cedo fo-
No princípio dos anos 70, o Dr. Robert rem identificadas, maiores serão as chances de
Bruininks iniciou uma extensa e profunda obterem uma recuperação e auxiliar pesquisa-
revisão do teste modificado de Oseretsky e dores nas áreas de EF, EF especial, saúde, psi-
suas subseqüentes versões. Em 1978, foi pu- cologia, entre outras.
blicado o "Teste de Proficiência Motora de
Bruininks-Oseretsky - TBO" (Bruininks, O TBO é um instrumento classificado
1978), o qual mantém 18 itens do original e como um teste referenciado a normas (Safrit,
acresce 28 novos itens. Esta modificação o 1986; Verducci, 1980; Barrow, 1989) ou de
caracterizou como um novo teste, entretan- produto orientado (Gallahue, 1982). Isto é, uti-
to foi mantido o nome de Oseretsky como liza tabelas padronizadas em uma população
forma de reconhecer a contribuição históri- como referência para comparar o desempenho
ca deste psiquiatra russo. obtido pelo indivíduo testado. No caso do TBO,

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existem tabelas que indicam a pontuação mé- Subteste 8: Destreza e Velocidade dos
dia (escore padrão) em cada subteste represen- Membros Superiores, oito itens que mensuram a
tativo das áreas motoras que o teste verifica. destreza das mãos e dedos e a velocidade dos bra-
São fornecidas, também, tabelas que indicam ços e mãos. (Bruininks, 1978,1989; Krus, 1981).
a ordem percentil, o estanino e a idade equiva-
lente derivada da média, o que possibilita uma A estrutura, tanto da forma longa como
melhor interpretação dos desempenhos obti- da forma curta, do TBO possue o mesmo nú-
dos. Estas tabelas foram construídas com base mero de subtestes, isto é, apresenta a mesma
nos dados obtidos da população dos Estado configuração (Figura 1) que é a seguinte: o
Unidos e parte do Canadá, por ocasião do pro- composto motor amplo, que fornece a estima-
cesso de validação do TBO. tiva relativa à motricidade ampla e compreen-
de os subtestes de l a 4; o composto motor
Este teste se apresenta sob duas formas: a fino, que fornece o índice da motricidade fina
forma longa ou bateria completa e a forma lon- e compreende os subtestes de 5 a 8; e o com-
ga, sendo a primeira composta por 46 itens (tare- posto da bateria, que é a soma do resultado
fas) e a segunda por 14 itens derivados da anteri- obtido em toda os subtestes do TBO - do l ao
or. As duas formas são constituídas por 8 subtestes 8 - e que fornece o índice da proficiência mo-
que, em seu conteúdo, representam aspectos tora geral da criança.
importantes da motricidade e de seu desenvolvi-
mento no indivíduo que são os seguintes: A forma longa fornece índices dos com-
postos acima descritos, ou seja, pode ser ad-
Subteste 1: Velocidade de Corrida e ministrada a bateria completa, bem como os
Agilidade, um item que mensura a velocidade compostos separadamente, para se obter infor-
de corrida e a agilidade durante uma corrida mações dos aspectos motores a que se refe-
rápida numa distância de 13,7 m; rem. Esta forma é utilizada quando se deseja
dados mais específicos de um indivíduo.
Subteste 2: Equilíbrio, oito itens que
medem o equilíbrio dinâmico e estático, pro- A forma curta, que é derivada da forma
põem tarefas como sustentar-se sob uma perna longa, fornece apenas um índice, referente à
e caminhadas sobre uma linha e uma trave; estimativa da proficiência motora geral, ape-
sar de ter a mesma estrutura da forma longa.
Subteste 3: Coordenação Bilateral, oito
Esta forma foi desenvolvida para fornecer ra-
itens que medem a coordenação seqüencial e
pidamente informações quando se tem um
simultânea de membros superiores e inferiores;
grande número de indivíduos a serem testados.
Subteste 4: Força, três itens que verificam a
A administração do TBO, em cada cri-
força dos braços e ombros, abdominal e das pernas;
ança, requer um período de tempo de 45 a 60
Subteste 5: Coordenação dos Membros min para a forma longa e de 15 a 25 min para a
Superiores, nove itens que medem a coorde- forma curta. Este tempo é relativo, pois depen-
nação do acompanhamento visual com movi- de de fatores como a habilidade de quem apli-
mentos do braço e das mãos, e movimentos ca, do número de examinadores e de indivídu-
precisos de braços, mãos e dedos; os, do espaço e equipamentos disponíveis, da
idade e do comportamento dos indivíduos.
Subteste 6: Velocidade de Resposta, um
item que mede a capacidade de responder ra- O equipamento utilizado para a aplicação
pidamente a um estímulo visual; do teste caracteriza-se pela facilidade de mani-
pulação e a segurança oferecida às crianças tes-
Subteste 7: Controle Viso-Motor, oito tadas. Para cada subteste existem materiais espe-
itens que medem a capacidade de coordenar cíficos para a sua aplicação. O TBO é comercia-
movimentos precisos das mãos; lizado em um estojo que contém os equipamen-

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tos necessários, os formulários para o registro dos forma longa e da forma curta. A análise do
dados e um manual de instrução. Entretanto, os resultado é facilitada com o auxílio de tabelas
equipamento do teste podem ser facilmente re- que indicam a ordem percentil, o estanino e a
produzidos, o que permite o fácil acesso a este idade equivalente com referência ao grupo
instrumento (Verderber e Payne, 1987). Cabe ao padrão.
examinador providenciar cronômetros, mesas e
cadeiras adequadas ao tamanho da criança, mate- DESENVOLVIMENTO
riais imprescindíveis para o teste. E VALIDAÇÃO DO TBO
Os desempenhos obtidos nos itens de Um dos critérios que deve ser levado
cada subteste são interpretados utilizando- em consideração na escolha de um instru-
se um protocolo em que os escores brutos, mento são suas características técnicas, as
isto é, a medida direta que expressa o de- quais envolvem diferentes aspectos da cons-
sempenho da criança em um item, são con- trução de um instrumento: desde a elabora-
vertidos em ponto escore, os quais unificam ção dos critérios/itens dos equipamentos
a forma de registrar. A partir dos somatórios adequados até a sua comprovação estatística
destes pontos escore são obtidos os escores - validade, fidedignidade, objetividade, etc.
padrão de cada subteste dos compostos da

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Bruininks (1978) conduziu profundos facilidade de manipulação e a versatilidade


estudos e revisões para construir e determinar dos equipamentos utilizados em cada item,
a validade do teste. Iniciou com uma extenu- dados importantes para determinar a objeti-
ante análise sobre o que diferentes autores de- vidade do TBO.
terminavam como importantes indicadores do
desenvolvimento motor de um indivíduo e, Os dados obtidos no processo anterior
também, conduziu um estudo de análise fatorial foram usados para selecionar os itens que com-
da estrutura das habilidades motoras com ob- poriam a bateria final do teste. Bruininks, para
jetivo de identificar os diferentes aspectos do isso, apoiou-se em dados estatísticos, obtidos
desenvolvimento motor. Através destas análi- pelos seguintes procedimentos: (a) dificulda-
ses, foram definidos cinco pontos importantes de do item, mostrado pelo percentual de apro-
do desenvolvimento e crescimento da criança, vação em determinado item nos sucessivos
os quais, resumidamente, são: (a) a ma- grupos de idade; (b) capacidade dis-
nutenção do equilíbrio é importante para a re- criminatória, obtida pela correlação de cada
alização de muitas tarefas como correr, reba- item com seu subteste e com a pontuação total
ter, lançar; (b) a coordenação do acompanha- no teste; (c) correlação dos resultados do item
mento visual de objetos, com o movimento de com a idade cronológica e (d) a intercorrelação
braços e mãos, é importante para habilidades de cada item com sua área específica. Tam-
de agarrar e lançar; (c) a velocidade de resposta bém foram utilizados, para fins de seleção, a
é importante habilidade coordenativa para a estabilidade do item através do procedimento
execução de tarefas; (d) a integração da res- de teste-reteste que verificou a fidedignidade
posta percepto-visual com respostas de eleva- e a objetividade da pontuação.
do controle motor é condição básica para o
sucesso na leitura e na escrita e (f) a precisão e Estando a bateria pronta, o passo seguin-
a velocidade dos movimentos da motricidade te foi o processo de validação do TBO. Este
fina são essenciais para o desempenho de ati- processo envolveu a determinação da valida-
vidades vocacionais, jogos e esportes. de, a fidedignidade, a objetividade e a
normalização do teste.
Fundamentado nestas diretrizes, Brui-
ninks identificou os aspectos motores mais re- Um instrumento de medida é realmen-
presentativos e delimitou as áreas da motrici- te válido quando ele mede o que se propõe a
dade ampla e fina que o teste deveria medir. A medir. A validade de um instrumento não
partir destes foram determinados oito aspec- pode ser medida nem quantificada, é um as-
tos que, na versão final, foram denominados pecto que deve ser inferido através de uma
de "subtestes", os quais tiveram seu teor des- análise do comportamento do teste frente aos
crito anteriormente. seus objetivos, isto é, realiza-se um julgamento
se o teste é adequado ou inadequado ao que
Após ter definida a estrutura do teste, pretende medir. O processo de validação é um
iniciou-se a escolha dos itens ou tarefas que procedimento longo e contínuo, no qual se
comporiam cada subteste. Para isso, foram verifica sua funcionalidade de forma consis-
traçados 11 critérios sob os quais os itens eram tente com seus objetivos. A validade do TBO
avaliados. Foram revisados os itens do Teste é calcada na sua capacidade de avaliar o
de Oseretsky e mais 70 especialmente formu- construto do desenvolvimento ou a profici-
lados para este fim. Estes itens foram testa- ência motora. Para determinar a validade de
dos, primeiramente, em 75 crianças e, poste- construto do TBO, Bruininks valeu-se dos
riormente, em 250 com idade de 5 a 14 anos, seguintes procedimentos: (1) a correlação do
para verificar a clareza e adequação das ins- conteúdo do teste com aspectos significantes
truções e os padrões de pontuação em cada do desenvolvimento motor, citado por outros
item com base nos 11 critérios elaborados. autores em estudos; (2) tendências de propri-
Foram, também, verificadas a adequação, a edades estatísticas e (3) o desempenho

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discriminatório apresentado pelo teste quan- cada subteste apresente uma estreita relação
do aplicado em grupos contrastes. com os progressivos e sucessivos grupos de
idade. Foi feita a correlação produto-momento
O primeiro procedimento, foi a compa- entre o ponto obtido em cada subteste e as ida-
ração dos conteúdos do TBO com os conteú- des, para comprovar a afirmação anterior, ob-
dos de pesquisas realizadas por diferentes au- tendo-se um índice médio de correlação de .78.
tores na área de desenvolvimento motor, o re-
sultado desta, mostrou que as áreas analisadas A consistência interna do teste foi a se-
pelo teste coincidem com o postulado pelos gunda evidência estatística, a qual foi determi-
autores abordados. O Quadro l mostra o resul- nada através de dois processos: o da correlação
tado deste estudo. entre a pontuação em um item e a pontuação
total e a correlação da pontuação de um item
O segundo procedimento baseou-se em com a pontuação em seu respectivo subteste.
várias evidências estatísticas que foram obti- Observou-se que a primeira é frequentemente
das através de 3 estratégias que demonstraram menor que a segunda, isto porque o teste como
que o teste mede, satisfatoriamente, as habili- um todo contém uma maior heterogeneidade
dades representativas da motricidade ampla e de conteúdos selecionados do que em um úni-
fina em diferentes grupos - por idade, sexo, co subteste. A terceira forma de verificar esta-
normais e deficientes. A primeira evidência tisticamente a validade do teste foi a análise
estatística positiva foi obtida através da corre- fatorial dos 46 itens do TBO utilizado-se os
lação do escore do teste com a idade cronológi- dados obtidos no processo de padronização. A
ca, pois, sendo as habilidades motoras desen- intercorrelação entre a pontuação obtida em
volvidas com a idade, pressupõem-se que a cada item deu suporte para o agrupamento dos
pontuação individual e a pontuação média em itens dentro dos diferentes subtestes

Quadro l -
Correlação entre
os aspectos
medidos pelos
TBO e aspectos do
desenvolvimento
motor identificado
por diferentes
autores (Bruininks,
1978)

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O terceiro procedimento utilizado diretamente no manual de instruções. O índi-


para determinar a validade do TBO foi pela ce médio de correlação entre os grupos foi de
comparação dos resultados médios de gru- .98 e .90, respectivamente, indicando uma
pos de indivíduos considerados normais consistência satisfatória entre examinadores,
com grupos de indivíduos que apresentavam mesmo com aqueles que não receberam ne-
retardamento mental suave, médio-severo, nhum treinamento e que não tinham experi-
e com dificuldade de aprendizagem. As ências em testes.
médias obtidas foram analisadas utilizando
o teste-t. Os resultados mostraram que o A normatização do teste deu-se parale-
TBO diferencia sujeitos normais dos que lamente aos procedimentos anteriores e con-
apresentam alguma forma de deficiência de sistiu basicamente na aplicação do teste em
forma consistente como observado em es- uma amostra representativa da população dos
tudos similares de desempenho motor EUA, para construir as tabelas de normas pa-
(Bruininks, 1978). dronizadas. Foi delimitada uma amostragem
estratificada, baseada no censo americano de
Após determinar a validade de construto 1970, tendo os extratos raça, idade, sexo, ta-
do TBO, iniciou-se o processo de determina- manho da comunidade e região geográfica
ção da fidedignidade, a qual foi obtida através como parâmetros para a escolha dos sujeitos.
das seguintes técnicas: teste-reteste, do erro O número de sujeitos foi de 765, subdividi-
padrão de medida e a fidedignidade inter-exa- dos nestes extratos e aleatoriamente escolhi-
minadores. O de teste-reteste foi realizado em dos em escolas e instituições que concordaram
dois grupos com idades médias de 8 anos e 2 em participar do estudo e que se enquadravam
meses e 12 anos e 2 meses, respectivamente, nos critérios região geográfica e tamanho da
com um intervalo entre as duas testagens de 7 comunidade. Os examinadores foram profis-
a 12 dias; o índice médio de fidedignidade sionais destas escolas que receberam treina-
obtido foi de .87 para a forma longa e .86 para mento específico para a aplicação do teste. No
a forma longa. programa de padronização, foram utilizadas 3
formas diferentes do TBO baseadas na idade
O erro padrão de medida é uma com- do sujeito. Assim, para o grupo de crianças
provação importante da fidedignidade, pois abaixo de 5 anos, entre 5 e 9 anos e acima de 9
ele indica a variabilidade dos escores em tor- anos, foram ministradas baterias que tinham
no da pontuação "verdadeira" do sujeito, a diferentes número de itens, sendo que, aqueles
qual é esperada que ocorra em um grande itens sabidamente mais fáceis ou mais difíceis
número de testagens repetidas, mostrando que para o indivíduo realizar, foram omitidos. Este
o aprendizado com a prática, isto é, o mesmo procedimento auxiliou na escolha dos itens da
indivíduo submetido várias vezes ao teste, não bateria final.
exerce influência sobre a pontuação. Para es-
timar o erro padrão de medida foram usados A forma longa do TBO foi elaborada
os dados obtidos dos grupos que participaram a partir dos dados deste programa de padro-
do releste. nização. Os itens que comporiam a forma
longa foram selecionados com base nos se-
A fidedignidade interexaminadores ve- guintes critérios: (a) a correlação entre os
rificou a consistência na administração e na escores no item, no subteste e na bateria to-
determinação e registro de pontos entre os tal; (b) os níveis de idade para o qual as pon-
examinadores. Fará verificação deste aspecto tuações nos subtestes e na bateria fornece-
foi utilizado o Subteste 7, pelo fato de que ram uma informação significativa e útil so-
este exige um maior juízo na determinação bre a proficiência motora; (c) a quantidade
da pontuação. Foram constituídos 2 grupos, de tempo necessária para montar e adminis-
sendo que um recebeu orientações e treina- trar o teste e (d) a facilidade de anotar os
mento específicos e o outro apenas estudou resultados (Bruininks, 1978).

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ESTUDOS CONDUZIDOS COM O TBO Verderber e Paine (1987) investigaram


a relação entre a forma longa e a forma curta
A partir da publicação do TBO, muitos do TBO na tomada de decisão sobre o encami-
estudos e pesquisas foram realizados no intuito nhamento de crianças à EF especial. A amostra
de verificar ou reconfirmar a sua validade e fi- deste estudo era composta por 48 crianças que
dedignidade, utilizando diferentes grupos. O foram encaminhadas a EF especial. Foi admi-
teste, também, foi utilizado como instrumento nistrada a forma longa e, a forma curta, obteu-
para obter informações, para delinear ou veri- se derivando da forma longa. O tratamento es-
ficar hipóteses e desenvolver programas envol- tatístico foi realizado através do método de cor*-
vendo as habilidades motoras que são medidas relação produto-momento de Pearson e o tes-
pelo TBO. A seguir, estes serão resumidamen- te-t. Os resultados mostraram que o encami-
te relatados estes estudos. nhamento de crianças com problemas pode ser
influenciado pela forma do teste que for usada.
Fine (1979) conduziu uma revisão críti- O autor sugere, para superar este achado, que a
ca do TBO e centrou sua análise nas questões forma curta seja usada com objetivos
relativas, primeiro, a que população o teste re- discriminatórios e a forma longa para identifi-
almente é mais adequado e se pode ele ser car mais especificamente o problema.
legitimamente usado em várias populações -já
que é indicado para crianças normais e com Haubenstricker et alii (1981) utilizaram
deficiência - e, segundo, a quem deve o TBO para discriminar crianças com suspeita
administrar o teste. Em sua conclusão, a de apresentar problemas na motricidade ampla.
autora considera o TBO um instrumento Para isso traçaram a hipótese de que as crianças
"bem pesquisado, atrativo e razoavelmente com disfunção motora ampla deviam ter uma
fácil de ser aplicado". Entretanto, sugere que pontuação menor no TBO do que seus pares
se deva tomar precauções ao utilizá-lo em normais. Foram estudados 62 meninos, de 6 a
diferentes grupos, bem como por diferentes 10 anos de idade, provenientes de programas
profissionais, para evitar o uso inadequado especiais desenvolvidos em clínicas de
deste instrumento. Michigan - EUA. Na conclusão, foi confirmada
a hipótese, pois os indivíduos testados pon-
Krus, Robertson e Bruininks (1981) tuaram abaixo dos seus pares na bateria com-
realizaram um estudo teórico e empírico, pleta, no composto motor amplo e fino e na
utilizando os dados de 765 crianças, obtidos forma curta, indicando que é um instrumento
no programa de padronização do TBO, para útil na discriminação de crianças com proble-
verificar se a estrutura do teste realmente mas. Sugerem que a forma curta e o composto
representava as habilidades motoras motor amplo são suficientes para esta finalidade.
propostas. Na discussão, estes autores relatam
Beitel e Mead (1980) conduziram um
que a análise fatorial obtida neste estudo foi
estudo para verificar o poder discriminatório
similar para as dimensões de habilidades
do TBO em crianças de 3 a 5 anos e se há dife-
motoras teoricamente identificadas por
renças no desempenho em relação ao sexo. Os
outros autores. Segundo Krus, Robertson e
sujeitos foram 24 crianças normais (12 mascu-
Bruininks (1981) "O TBO cobre muitas áreas
lino e 12 femininos). Foram aplicadas tanto a
importantes da motricidade na infância,
forma longa como a forma curta em sessões
identificadas por Guilford (1958), Cratty
com duração aproximada de 2 h para cada cri-
(1967,1970), Harrow (1972), Fleischman
ança. Na conclusão, foi relatado que não há
(1964),Rarick e Dobbins (1972) e Ose-
diferenças significativas nos resultados entre os
retsky(versão de Doll, 1946). Empiricamente,
sexos. Entretanto, as pontuações na forma curta
a estrutura fatorial obtida corresponde a estru-
e em alguns subtestes foram significativas quan-
tura fatorial obtida por outras investigações,
do comparados os desempenhos de cada grupo
como as conduzidas por Eckert e Eichorn
de idade, o que indica a possibilidade de utili-
(1974), Cumbee, Meyer e Peterson (1957)".
Este estudo deu suporte à validade do instru-
mento e à forma de como é estruturado.

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zar o TBO nestas faixas etárias, considerando- representam um amplo espectro das habilida-
se que algumas modificações de material e des motoras.
equipamento devam ser feitas.
Church e Broadhead (1982) verificaram
Beitel e Mead (1982), em outra pesqui- a capacidade discriminatória do TBO para au-
sa citada em Bruininks (1989), investigaram a xiliar no encaminhamento de crianças com de-
fidedignidade do TBO através do teste-reteste, ficiências para programas de EF especial. Fo-
isto é, se há influência ou efeitos da aprendi- ram utilizadas 67 crianças, com idade varian-
zagem das tarefas nos resultados do releste. A do de 5 até 12 anos, sendo 49 crianças sem
amostra foi semelhante ao estudo anterior. Ini- deficiências e 18 apresentando alguma forma
cialmente foi aplicada somente a forma curta de deficiência - classificadas com retardamen-
e, duas semanas mais tarde, foram aplicadas a to mental suave ou médio. Foi utilizado a for-
forma curta e a longa. Os resultados mostra- ma curta do TBO neste estudo. As conclusões
ram um alto grau de estabilidade nos escores apontam para a utilidade do TBO como ferra-
obtidos pelas crianças nesta faixa de idade. Es- menta para encaminhamento de crianças a pro-
tes autores, em sua conclusão, encontraram gramas de EF especial e que este teste
evidências de que o TBO é válido e confiável minimiza a dificuldade na colocação adequa-
para ser utilizado em crianças de 3 a 5 anos. da de crianças com problemas.
Muitas pesquisas foram conduzidas com Brunt e Dearmond (1981) adaptaram o
grupos de crianças que apresentavam alguma TBO para a utilização em crianças com defi-
disfunção, seja motora, intelectual ou compor- ciência auditiva severa. Para tanto, foi desen-
tamental. Estes estudos deram suporte à rela- volvida uma linguagem padronizada de sinais
ção entre o nível de funcionamento intelectual para a comunicação com a criança. Os autores
e a proficiência motora (Bruininks, 1989). Al- sugerem que este teste seja usado no encami-
gumas destas serão relatadas a seguir. nhamento de indivíduos surdos com problemas
motores, entretanto, sugerem que sejam feitas
Connolly e Michael (1986) traçaram um algumas modificações em alguns equipamen-
estudo, que foi apresentado em Bruininks tos que facilitariam a compreensão e execu-
(1989), em que analisaram comparativamente ção da tarefa.
o desempenho de crianças com Síndrome de
Down e crianças sem Síndrome de Down mas Brunt e Broadhead (1982) pesquisaram
com retardo mental. Os sujeitos eram 24 os traços de proficiência motora em crianças
crianças, com idade de 7.7 a 11.9 anos, com surdas comparativamente com crianças nor-
um Q.I. variando de 38 a 69 na escala de mais da amostra padronizada do TBO. Os su-
Stanford-Binet. As crianças com Síndrome jeitos foram 154 crianças, atendidas em escola
pontuaram significativamente mais baixo do para deficientes auditivos, e 98% destas apre-
que as sem Síndrome de Down. Com estes re- sentavam uma capacidade de escutar menor
sultados, foi constatado que o TBO é, sob cer- que 60 decibéis. Nenhuma criança era defici-
tas restrições, adequado para discriminar cri- ente física ou mental. A idade variava de 7 a
anças com deficiência. 18 anos e envolvia crianças de ambos os se-
xos. Nos resultados, foi observado que, em re-
Broadhead (1981) utilizou o TBO para lação às crianças normais, este grupo obteve
desenvolver um programa de EF especial para um desempenho na pontuação menor nos
crianças com deficiência e para avaliar se ocor- subtestes de equilíbrio, velocidade de resposta
reriam mudanças positivas em seus comporta- e na coordenação bilateral. A performance foi
mentos. Os sujeitos eram 14 crianças defici- maior no subteste de controle viso-motor e, no
entes que iam pela primeira vez a uma escola restante, não houve diferenças significativas.
pública. O TBO foi usado porque ele foi de-
senvolvido com uma amostra de crianças que Silva (1990) utilizou o TBO para sele-

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cionar um grupo de 12 crianças, pertencentes à


classe especial, com o objetivo de conduzir um CONCLUSÃO
estudo para verificar a habilidade de selecionar
Encontramos referências suficientes que
respostas motoras entre crianças normais e com
confirmam que o TBO é um instrumento que
retardo mental leve.
pode ser muito útil para os profissionais da EF
Moraes (1990) fez uma análise da ade- em sua prática. Os estudos supra relatados com-
quação do TBO. Foram testadas 340 crianças provam que é um teste teoricamente embasado,
na forma curta, sendo a amostra estratificada pois fornecem evidências concretas de sua va-
por idade, nível social e sexo. A autora con- lidade, fidedignidade e objetividade. Um outro
cluiu que o TBO pode ser utilizado na avalia- aspecto positivo é a facilidade com que o teste
ção dos escolares do Rio de Janeiro. pode ser administrado tanto ao nível da mani-
pulação dos equipamentos, do registro e
Benda (1990) realizou um estudo para interpretação das performances, como na com-
verificar a aquisição de habilidades motoras, preensão, pela criança, das tarefas que ela deve
através de um programa especialmente desen- realizar e pela segurança dos equipamentos uti-
volvido para este fim. O TBO foi utilizado como lizados.
pré e pós-teste, para a comprovação de sua hi-
Apesar disto, o TBO não deve ser visto
pótese.
como o único instrumento para avaliar uma cri-
Petersen, Lisot e colaboradores, ança, mas como um teste, que poderá fazer parte
realizam uma pesquisa com o intuito de de um conjunto de procedimentos que possibi-
normalizar este teste para o Rio Grande do lite avaliar o indivíduo como um todo.
Sul. Para isso, está sendo verificado o
comportamento das médias dos desempenhos Algumas considerações a respeito deste
obtidas em testagem realizada em 1086 instrumento serão a seguir traçadas, com o obje-
crianças, com a idade variando de 4 Vi anos a tivo de esclarecer alguns cuidados e limitações
14Vi anos, da rede escolar pública e particular, que devem ser tomadas ao se utilizar este teste.
com relação aos dados padronizados para a
1. O fator tempo despendido na adminis-
população americana. Em uma análise
tração do teste: a forma longa requer aproxima
preliminar, foram comparados dois grupos de
crianças, com idades variando dos 11 aos 13 damente 50 minutos enquanto que a forma curta
anos, que freqüentavam o primeiro grau, sendo leva em torno de 20 minutos - fator que demons-
Apesar disto, o
um grupo composto por crianças que tiveram tra a restrição no uso da forma longa, principal
mente em nosso contexto, j á que demandaria
TBO não deve
EF nas séries iniciais e o outro por crianças sem ser visto como o
EF nas séries iniciais. Observou-se que o pri- um tempo excessivo na sua aplicação.
único instru-
meiro grupo teve a média de pontuação signifi-
2. O TBO tem suas normas padronizadas mento para
cativamente maior que os outros. Estes dados
para a população dos EUA e, antes de adotá-lo, avaliar uma
demonstram a capacidade do TBO como um
seria necessário realizar sua normalização para criança, mas um
instrumento útil para a EF ao nível escolar.
o nosso contexto, bem como verificar a adequa- teste, que poderá
Muitos livros, tais como os escritos por ção do equipamento em nossa realidade. fazer parte de
Barrow (1989), Safrit (1986), Johnson e Nel- um conjunto de
3. A formação do profissional que for
son (s.d.), Gallahue (1982), Cratty (1989), es- procedimentos
utilizar o TBO deve ser considerada, pois a fun-
pecializados na área de medidas e avaliação em que possibilite
damentação teórica e a experiência prática são
EF e em Desenvolvimento Motor, trazem refe- avaliar o
básicos tanto para a compreensão dos procedi
rências positivas sobre o TBO, indicando-o
mentos de administração e interpretação dos indivíduo como
como uma ferramenta importante para os pro-
resultados, como no uso adequado das infor- um todo.
fissionais que trabalham em escolas primárias,
mações obtidas.
ensino especial e em pesquisa.

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4. A forma curta do TBO demonstrou measurement in Physical Education. 4-


ser mais adequada para o uso em um grande ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1989.
número de crianças quando se deseja identifi-
car aquelas que apresentam suspeitas de algum BEITEL, P.A., & MEAD, B.J. Bruininks-
atraso ou deficiência no desenvolvimento das Oseretsky Test of Motor Proficiency:
habilidades motoras, enquanto que a forma a viable measure for 3-5 year old
longa parece ser mais útil na identificação in children. Pesceptual Motor Skills, S.L.,
dividual do aspecto que a criança apresenta v. 51, p. 919-23, 1980.
problema. Parece ser mais adequado à nossa
BENDA, R.N. A aquisição de habilidades
realidade o uso da forma curta.
motoras na pré-escola através de um
5. O uso de dados padronizados, princi- programa de percepção cinestésica. Rio
palmente os referentes a "idade equivalente" de Janeiro: Universidade Gama Filho,
que permite estabelecer uma idade motora para 1990. Dissertação de Mestrado.
criança, deve ser feito com cautela. Apesar des-
BROADHEAD, G.D. Physical Education for
tes representarem o padrão de desempenho de
previously unserved severely
uma população, eles não são representativos
handicapped children. Rehabilitation
da individualidade e da singularidade de cada
Literature, S.L, v. 42, n. 3-4, p.86-89.
criança. Entretanto, as informações que são
Mar./Apr., 1981.
fornecidas pelo TBO, quando utilizadas cons-
cientemente e adequadamente, são de grande BRUININKS, R. Bruininks-Oseretsky Test
valor no diagnóstico de indivíduos que apre- of Motor Proficiency: examiner's ma-
sentam problemas no desenvolvimento de sua nual. Minnesota: American Guidance
motricidade. Service, 1978.
Em síntese, o TESTE DE PROFICIÊN- BRUININKS, R., STEFFENS, K., SPIEGEL,
CIA MOTORA DE BRUININKS-OSE- A. The Bruininks-Oseretsky Test of
RETSKY se mostrou eficiente dentro dos ob- Motor Proficiency: development,
jetivos a que se propõem. Por isso, é um ins- research and intervation strategies. In:
trumento que pode ser utilizado tanto na Edu- Second International Symposium on
cação Física normal como na especial, para Psychomotor Therapy and Adapted
delinear programas de EF, diagnosticar crian- Physical Activity, Catholic University,
ças com problemas, verificar o desenvolvimento Belgium, May, 1989.
e a aquisição de habilidades motoras básicas.
Deve-se ter a clareza de que este instrumento BRUNT, D., BROADHEAD, G.D. Motor
não pode ser a única forma de avaliar uma proficiency traits of deaf children.
criança, mas parte de uma estrutura que Research Quarterly for Exercise and
permita avaliá-la como um todo. É interessante Sport, S.L.,v. 53, n.03, p.236-238. Jan,
realizar outros estudos utilizando este ins- 1982.
trumento na prática para verificar sua adequa-
ção em diferentes contextos sociais, BRUNT, D., DEARMOND, D. Evaluating
econômicos e culturais de nossas escolas. motor profiles of the hearing impaired.
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S.D.
2
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Habilidades motoras: são formas de movimen-
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do CEFAN, Rio de Janeiro, p.18-29. 4
Motricidade ampla e fina são compreendidas
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envolve grandes massas musculares na realiza-
Teste de Proficiência Motora de
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Bruininks-Oseretsky: forma curta e
cidade fina envolve pequenos músculos na exe-
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andamento.

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UNITERMOS

Testes - Medidas - Desenvolvimento


Motor - Habilidade Motora - Educação
Física

*Professor Especializado em Educação


Física Escolar e Pré-Escolar.
**Professor Especializado em
Educação Física Escolar e Pré-
Escolar.

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