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Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME)

Previsão Legal:

Tem natureza jurídica de cunho constitucional-eleitoral e está prevista no art.14 §§ 10 e 11


CF.
Na AIME a Justiça Eleitoral analisará se os fatos apontados configuram abuso de poder,
corrupção ou fraude e se possuem potencialidade para influir no resultado das eleições.
Tem natureza constitutivo negativa ou desconstitutiva e objetiva-se o afastamento do eleito
(ou suplente), do exercício do mandato representativo
Hipóteses de cabimento: fraude eleitoral, corrupção ou abuso do poder econômico.
Bem Jurídico:

Normalidade e legitimidade das eleições (Art.14 § 9º CF), além da proteção ao interesse


público na lisura do pleito eleitoral.
Legitimados:

Ativos: MPE, partidos, coligações, candidatos.


Eleitor: impossibilidade (TSE - Acórdão 498,10.2001). (TRE-RJ, RE n. 2770, Rel. Min.
Guilherme Couto De Castro, DJe: 01/07/2019).
Passivo: Candidato eleito ainda que suplente (autor/beneficiário).
O abuso de poder pode ser apurado tanto em relação ao beneficiário como em relação ao
autor, porquanto o que se busca preservar é a lisura do pleito. (TSE – AG n.º 7191,
09.2008). (TSE REspe n. 48915/RJ, Rel. Min. Henrique Neves, DJe: 12/06/2015).
Competência:

Eleições municipais: Juiz Eleitoral.


Eleições gerais: TRE.
Eleição Presidencial: TSE.
Procedimento:

Rito: Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que couber. CF, art. 14, § 10.
Na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, até a sentença, o rito a ser observado é o
previsto na LC nº 64/90 (REspe 25.443, Rel. e. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de
10.3.2006; REspe nº 25.986/RR, Rel. e. Min. José Delgado, DJ de 27.10.2006; TSE, AIJE
000154781/DF, Rel. Min. Harman Benjamin, DJe: 29/05/2017).
O rito processual a ser seguido na ação de impugnação de mandato eletivo é aquele da LC
64/90, sendo que as regras dos arts. 3º ou 22 da norma deve atender ao princípio da ampla
defesa e do contraditório. (TSE Decisão Monocrática no Agravo de Instrumento 7417,
11.2007).
Data inicial para ajuizamento: após sessão de diplomação.
O termo inicial do prazo para a propositura da ação de impugnação de mandato eletivo
deve ser o dia seguinte à diplomação, ainda que esse dia seja recesso forense ou feriado,
uma vez que se trata de prazo decadencial (AgR-REspe nº 36.006/AM, rel. Min. Felix
Fischer, DJe de 24.3.2010). (TSE RO n. 060003937/BA, Rel. Min. Sério Silveira, DJe:
10/09/2019).

Data limite para ajuizamento: até 15 dias após a diplomação (prazo decadencial).
Prorrogação do prazo: O prazo para a propositura da AIME, conquanto tenha natureza
decadencial, submete-se à regra do art. 184, § 1º, do CPC, segundo a qual se prorroga
para o primeiro dia útil seguinte se o termo final cair em feriado ou dia em que não haja
expediente normal no Tribunal (AgR-AC n. 428581/MG, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE
14/03/2011; REspe nº 25.482/DF, Rel. Min. Cesar Rocha, DJ 11.4.2007; REspe nº 15.248,
Rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 18.12.98;TSE RO n. 060003937/BA, Rel. Min. Sério
Silveira, DJe: 10/09/2019)
Plantão: aplica-se essa regra ainda que o tribunal tenha disponibilizado plantão para casos
urgentes, uma vez que plantão não pode ser considerado expediente normal. (STJ: EREsp
667.672/SP, Rel. Min. José Delgado, CORTE ESPECIAL, julgado em 21.5.2008, DJe de
26.6.2008; AgRg no RO nº 1.438/MT, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 31.8.2009; TSE
REspe n. 276/RN, Rel. Min. Tarcisio Vieira, DJe: 19/06/2018).
Efeitos: as decisões proferidas em sede de AIME têm efeito imediato, ante a falta de
previsão de efeito suspensivo recursal (art. 257, CE) - AgR-AC n. 428581/MG, rel. Min.
Marcelo Ribeiro, DJE 14/03/2011; TSE AC 45364/SP, Rel. Min. 18/09/2015).
Execução antes da publicação – impossibilidade – são imediatos os efeitos da decisão
proferida em sede de impugnação de mandato eletivo, aguardando-se apenas a publicação,
não incidindo os arts. 216 do Código Eleitoral e art. 15 da LC 64/90 (TSE - Acórdão 1833,
06.2006; TSE-MS n. 060032065/RN, Rel. Min. Admar Gonzaga Neto, DJe: 16/04/2018).

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