Você está na página 1de 2

Beatriz Diez Murollo

Caso 1
c) Ainda na condição de advogado da instituição financeira, seria possível questionar os
honorários cobrados? Como isso poderia ser feito e com base em quais argumentos?

Sim, o advogado da instituição financeira poderia questionar tanto o valor


dos honorários cobrados, quando a decisão de ter que arcar unicamente com o respectivo
pagamento.
Isso porque, o Tribunal de Justiça de São Paulo, quando da aprovação da
Resolução 809/2019, que estabelece tabela com os parâmetros para remuneração de
mediadores, estabeleceu, em seu art. 7º que “Os conciliadores serão remunerados com base
no nível de remuneração I (patamar básico) da tabela anexa, podendo o juiz reduzir o valor da
remuneração, desde que haja expressa concordância do conciliador.”
De acordo com referido artigo e levando em consideração que o valor em
discussão é de R$ 20.000,00, o valor da hora para o patamar básico para causas com valores
até R$ 59.423,00 é de R$ 71,31. Portanto, o valor cobrado de R$ 350,00 está muito além do
permitido.
No mais, essa mesma resolução, em seu art. 10, que “A remuneração do
conciliador será custeada pelas partes, preferencialmente em frações iguais.”. Logo, a
instituição financeira poderá requerer que o valor dos honorários cobrados seja dividido entre
as partes.

Caso 2
a) O encaminhamento do caso para uma conciliação, e não para uma mediação, foi, a seu
ver,
acertado?

Ao nosso ver o caso em questão deveria ter sido encaminhado para uma
mediação ao invés da conciliação, pois, em primeiro lugar, as partes já possuem um vínculo
muito claro anterior ao conflito que é o de locador x locatário, isso sem contar que são
vizinhos.
Nesse sentido, estamos diante de um caso mais complexo, emocional, com
partes envolvidas que já possuem relação próxima, que perdura por muito tempo e anterior
aos fatos, o que demanda que a sessão de mediação seja mais aprofundada, podendo se
prolongar em outras sessões, posto que o mediador busca compreender a origem da
controvérsia e identificar as necessidades individuais e comuns entre as partes, para então
encontrar a melhor solução para o conflito em questão.

Você também pode gostar