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Anotações sobre Modelo de

Arbitramento de Honorários. Contrato


Verbal
Arbitramento de Honorários para estabelecer o valor dos serviços prestados pelo

advogado, contratado por meio de contrato verbal.

Neste modelo de arbitramento de honorários, é utilizada a argumentação de que os

serviços foram prestados, conforme peças assinadas pelo advogado, contratado

verbalmente, conforme e-mails e mensagens trocadas com o cliente.

Ao final, consta o pedido para a procedência da ação, devendo os honorários serem

arbitrados de acordo com o previsto na Tabela da OAB.

Existe contrato verbal de honorários advocatícios?


Sim, a OAB reconhece a existência de contrato de honorários verbal, havendo,

inclusive, previsão a respeito no Art. 5º §4º do Estatuto da OAB - o qual foi incluído

recentemente, em 2022, e diz o seguinte:

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

...

§ 4º As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo

verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de

mandato ou de formalização por contrato de honorários.

A discussão era antiga, porém é sabido que consultas e assessoramentos muitas vezes

são feitos em urgência, não havendo tempo para tratar das formalidades da contratação.
De toda forma, tais relações sempre deixam evidência, como e-mails, mensagens de

texto e, claro, petições aos autos dos processos, que comprovam a prestação dos

serviços.

Como fazer um contrato de honorários?


Em mais de 20 anos de advocacia, entendemos que o contrato de honorários deve ser

feito, sempre que possível e mesmo que tardiamente, de forma escrita.

Isso confere segurança para cliente e advogado, evitando discussões futuras sobre os

valores devidos.

O principal ponto do contrato de honorários é no valor a ser cobrado.

Assim, concluímos que é fundamental deixar claro qual a base de cálculo que será

utilizada para incidência dos percentuais devidos ao advogado.

Recomendamos, ainda, que o percentual incida sobre o valor bruto auferido pelo cliente

- ainda que para isso seja necessária uma redução do percentual, pois irá evitar grandes

transtornos entendendo o que de fato o cliente recebeu após abatidas despesas, tributos,

etc.

Petição
AO JUIZO DA $[PROCESSO_VARA]VARA CÍVEL DA COMARCA DE $
[PROCESSO_COMARCA] - $[PROCESSO_UF]

Resumo
 COBRANÇA
 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
 CONTRATO VERBAL

$[parte_autor_nome_completo], $[parte_autor_rg] inscrito no $[parte_autor_cpf],


advogado inscrito na OAB nº $[advogado_oab], todos com escritório profissional à $
[advogado_endereco] e endereço eletrônico: $[advogado_email], em causa própria, vem
à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE ARBITRAMENTO E COBRANÇA DE HONORÁRIOS

Em face de $[parte_reu_nome_completo], $[parte_reu_nacionalidade], $


[parte_reu_estado_civil], $[parte_reu_profissao], inscrito no $[parte_reu_cpf] e $
[parte_reu_rg], residente e domiciliado na $[parte_reu_endereco_completo], pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

I. PRELIMINARMENTE: DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O Requerente não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais
sem prejuízo do seu sustento e de sua família, razão pela qual pleiteia litigar sob o pálio
da gratuidade judiciária, assegurada tanto ao Art. 5º inc. LXXIV da CF/88 como ao Art.
98 ss. do CPC.

Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência, a qual é suficiente para a


concessão da gratuidade judiciária, consoante precedentes do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS.


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA FÍSICA. ELEMENTOS
SUFICIENTES QUE JUSTIFICAM A CONCESSÃO DA GRATUIDADE.
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. DECISÃO REFORMADA. RECURSO
PROVIDO.
(Agravo de Instrumento, Nº 50817424920238217000, Décima Sexta Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vivian Cristina AngoneseSpengler, Julgado em: 20-
04-2023)

Dito isso, deve ser aceita a declaração de hipossuficiência e deferido o benefício da


assistência judiciária gratuita ao Requerente.

II. DOS FATOS

O Autor é advogado e firmou com a Ré o contrato (EVENTO./ID $


[geral_informacao_generica]) para a prestação de serviços advocatícios.

A prestação de serviço era para atuar no inventário judicial que corre sob o nº $
[geral_informacao_generica] na $[geral_informacao_generica] Vara de Família e
Sucessões da Comarca de $[geral_informacao_generica], em especial, para recorrer do
formal de partilha homologado, em virtude de um dos imóveis do espólio não ter sido
transmitido a Ré.

À título de honorários advocatícios foi fixado o seguinte percentual:

 Atuação no inventário judicial: $[geral_informacao_generica]% DO


MONTANTE MOR BRUTO DA QUOTA PARTE DA RÉ.

Ocorre que, após a análise dos autos do inventário judicial, ficou evidente que apenas a
interposição de recurso de apelação não lograria o êxito pretendido, sendo necessária a
interposição cumulativa de ação de reconhecimento de concubinato/união estável.

Portanto, houve também um segundo serviço, este previamente informado e pactuado


apenas VERBALMENTEcom a parte Ré, ou seja, SEM CONTRATO ESCRITO,
para ajuizar a referida ação e obter o reconhecimento do direito sobre o imóvel do
espólio, que não foi transmitido à parte Ré no processo de inventário judicial.
Esta ação corre sob o nº $[geral_informacao_generica] na $
[geral_informacao_generica] Vara de Família e Sucessões da Comarca de $
[geral_informacao_generica].

Ademais, conforme provas anexadas, o Autor executou e cumpriu os acordados,


atuando no processo de inventário através da interposição do recurso de apelação e
ajuizando a ação de reconhecimento de concubinato/união estável.

Como prova da representação anexamos, além dos contratos de honorários, a


procuração e o histórico de conversas via “WhatsApp”(EVENTO.ID/ $
[geral_informacao_generica]).

Entretanto, o Autor foi surpreendido pela Ré, que informou o desejo de renunciar a
procuração e substabelecer outro patrono para representá-la nos respectivos processos.

O Autor entende que tal situação é direito da Ré, respeitando tal escolha e não se
opondo, mas requer o pagamento de seus serviços já prestados.

Foram meses de tentativa de solução pacífica e extrajudicial, de maneira que o Autor


ficou esperando respostas da Ré e a mesma não se prontificou em nenhum momento.

Diante disso, o Autor não encontrou outra forma, se não a esfera judicial, para que tenha
o seu direito alcançado e receba o que lhe é de direito.

Assim, requer-se que o juízo arbitre o valor que julgue necessário e adequado para ser
pago em remuneração pelos serviços prestados.

III. DO DIREITO

O direito do Autor encontra-se amparado pelo Art. 22, §2º da Lei nº 8.906/94, in
verbis:

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos
honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento
judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão,
não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho
Seccional da OAB.

Insta …
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