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determinamos o grupo ao qual pertence o transformador. Mostraremos que este ângulo depende
de:
a) sentido de bobinagem do enrolamento;
b) modo de designação dos terminais dos enrolamentos;
c) tipo de ligação dos enrolamentos dos transformadores trifásicos.
Considerando a influência dos dois primeiros factores, tomemos como exemplo um
transformador monofásico. Vamos admitir que o enrolamento superior do transformador
indicado na Fig.1.19, é o primário e que o enrolamento inferior é o secundário. Suponhamos
que os dois enrolamentos estão bobinados no mesmo sentido e que os terminais superiores são
o início dos enrolamentos, designados pelas letras A e a, e que os terminais inferiores X e x são
os fins dos enrolamentos.
Dado que os dois enrolamentos do transformador estão na mesma coluna e são atravessados
pelo mesmo fluxo principal, as f.e.m. induzidas nos enrolamentos têm os mesmos sentidos em
relação aos terminais dos enrolamentos.
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têm sentidos diferentes em relação aos terminais dos enrolamentos primário e secundário, por
exemplo, de X para A no enrolamento primário e de a para x no enrolamento secundário, como
se pode ver na Fig.1.19(c). As tensões U 1 e U 2 devem ser representadas pelos fasores OA
e Oa dirigidos em sentidos opostos (Fig.1.19 (d).
Considerando o fasor OA da tensão primária como fasor de referência, podemos dizer que o
fasor Oa da tensão secundária de um transformador monofásico ou está em fase com OA , ou
em oposição de fase. No primeiro caso o ângulo entre os dois fasores é de 0º e no segundo caso
de 180º.
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Expliquemos agora o que se passa nos transformadores trifásicos, considerando o caso de um
transformador cujo enrolamento primário está ligado em estrela e o secundário em triângulo
conforme a Fig.1.21.
.
1.16 Funcionamento de um transformador trifásico em regime de carga
assimétrica
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Quando as correntes nos enrolamentos de fase de um transformador não são iguais, surgem
diversos fenómenos suplementares que actuam de maneira nefasta sobre o funcionamento do
mesmo:
a) deformação das tensões compostas e simples;
b) perdas suplementares no ferro e no cobre;
c) sobreaquecimentos locais consideráveis, etc.
Estes fenómenos são máximos para curto-circuitos assimétricos, uma vez que estes
representam os casos limites de uma carga assimétrica. Os regimes de curto-circuito
assimétrico apresentam grande interesse do ponto de vista da exploração e, por esse motivo,
devem ser analisados.
1.16.1 Método das componentes simétricas
O método principal de análise dos regimes assimétricos de funcionamento das máquinas
eléctricas e dos transformadores é o das componentes simétricas.
Sabe-se que qualquer sistema trifásico assimétrico pode ser decomposto, no caso geral, em três
sistemas simétricos:
de sequência directa;
de sequência inversa;
de sequência homopolar.
No sistema vulgarmente utilizado, o sentido de rotação dos fasores é o contrário ao dos
ponteiros de um relógio, onde:
O sistema inverso de correntes, forma outra estrela simétrica de fasores, que se sucedem
pela ordem I A 2 I C 2 I B 2 , inversa da ordem de sucessão das letras; e
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Fig.1.23 Sistemas de correntes: a) directo; b) inverso; c) homopolar e d) resultante (ou
assimétrico).
I B I B1 I B 2 I B 0 (1.28)
I C I C1 I C 2 I C 0 (1.29)
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I B1 a 2 I A1 ; e
I C1 a I A1 .
Onde a representa o operador de rotação, sendo um factor que indica ser necessário rodar um
dado fasor, relativamente ao inicial, de um ângulo de 120º, no sentido de rotação dos fasores.
Numericamente,
2 4
3 j j
a 0,5 j e 3 e 3 (1.30)
2
4 2
3 j j
a 2 0,5 j e 3 e 3 (1.31)
2
1 a a2 0 (1.32)
Pode então obter-se (Fig.1.24):
j
1 a 3e 6 (1.33)
j
1 a2 3e 6 (1.34)
I B 2 a I A2 ; e
I C 2 a 2 I A2 (1.35)
Para o sistema homopolar de correntes, temos,
I A0 I B 0 I C 0 (1.36)
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Introduzindo estes valores em 1.27, 1.28 e 1.29 e resolvendo estas últimas equações em ordem
a I A1, I A2, e I A0 obtém-se:
1
I A1 ( I A a I B a 2 I C ) (1.37)
3
1
I A2 ( I A a 2 I B a I C ) (1.38)
3
1
I A0 (I A I B I C ) (1.39)
3
Na forma matricial, podemos escrever:
(1.40)
Pode-se então definir uma matriz que permite transformar as correntes assimétricas I A , I B , I C
nas suas componentes de sequência directa, inversa e homopolar como:
(1.41)
Para o contorno que parte de t passando pela impedância em série e pela carga e pelo ponto n
e que se fecha em t:
u At ia z u an u nt (1.42)
u Bt u bn u nt (1.43)
Considerando que o transformador e a carga são simétricos, da equação 1.45 podemos obter:
1
unt ia z (1.46)
3
Resolvendo as equações 1.42, 1.43 e 1.44 em relação as tensões na carga e substituindo o valor
de u nt obtido em 1.46, segue:
2
u an u tA 3 ia z
1
u bn u tB ia z (1.47)
3
1
u cn u tC 3 ia z
Na forma complexa, podemos escrever:
2
U an U tA Ia Z
3
1
U bn U tB I a Z (1.48)
3
1
U
cn U tC Ia Z
3
Podemos obter as componentes simétricas destas tensões aplicando a matriz de transformação.
Designemos a componente directa pelo índice D, a inversa pelo índice I e a homopolar pelo
índice H:
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(1.50)
Designemos : U tA U , U tB a U e U tC aU
2
(1.51)
Os resultados para as componentes simétricas são:
1
U D U Ia Z (1.52)
3
1
UI Ia Z (1.53)
3
UH 0 (1.54)
As equações 1.52 e 1.53 podem ser escritas em função das componentes directa e inversa da
corrente. Para isso deve-se obter as componentes das correntes recorrendo a relação:
(1.55)
onde:
(1.56)
Assim, podemos escrever:
(1.57)
A corrente da fase a pode então ser expressa como:
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(1.58)
A Eq.1.58 resulta do facto de a componente homopolar da corrente ser nula, dado que a
respectiva componente de tensão é também nula.
Finalmente, as equações 1.52 e 1.53, tomarão a forma:
(1.59)
1 1
U I ID Z I I Z (1.60)
3 3
U 11 U 12 U 13 ... U 1n (1.61)
U 21 U 22 U 23 ... U 2 n (1.62)
k1 k 2 ... k n (1.63)
Na prática, esta terceira condição consiste em serem iguais todas as tensões de curto circuito:
Na prática, só a segunda condição deve ser assegurada rigorosamente. Para a primeira e terceira
condições, admite-se uma certa tolerância.
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