O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu oficialmente em
1984, quando aconteceu o Encontro Nacional dos Sem Terra no Estado do Paraná. Esse encontro acontece bem às portas do processo de entrega por parte dos militares para um Governo popular. No entanto é importante lembrar que os movimentos agrários não começou com o MST, eles existem desde começo do século XX. O MST tem nos seus principais objetivo o lema Lutar pela terra; Lutar pela Reforma Agrária; Lutar por mudanças sociais no país “terra para quem nela trabalha, tudo embaixo do lema “terra para quem nela trabalha”, ou seja a principal demanda do MST é a Reforma Agrária. As atividades do MST acontecem principalmente norteadas por meio de marchas e ocupações, que estabelecem os acampamentos do MST. Os acampamentos consistem na ocupação de propriedades privadas. Depois de ocupadas pelo MST, as famílias que fazem parte do MST instalam acampamento, passando a viver ali como forma de exercer pressão pela desapropriação daquela propriedade. Nesses acampamentos, as famílias desenvolvem agricultura familiar e em forma de cooperativas. Depois do processo de desapropriação da terra invadida, ela é concedida as famílias que lá estão assentadas, processo demorado que pode chegar a levar anos. A Reforma Agrária consiste em uma reorganização das terras no campo, onde se pega grandes propriedades de terra são divididas em propriedades menores e redistribuídas. O o modelo adotado no é o da distribuição de terras que não cumprem sua função social, nele o Estado determina uma função social para as propriedades de terra e se caso o proprietário da terra não as respeite, a propriedade é redistribuída. As ações estratégicas e os acampamentos do MST são uma forma de pressionar o Governo para que esse faça a desapropriação da terra, no entanto a demanda do Movimento vai além disso, eles desejam um processo mais amplo de reforma agrária. O MST encontra muita resistência social no Brasil, sendo constantemente alvo de muitas críticas. São críticas como dizer que o MST são apenas invasores de terra e que estariam sempre ferindo o direito constitucional de propriedade do dono da terra invadida, sendo apontados muitas vezes como invasores ilegais, a exemplo da fazenda Esmeralda em Duartina, onde a propriedade foi ocupada pelo MST, mas a justiça determinou a reintegração de posse da propriedade ocupada, pois a justiça reconheceu que a propriedade estava regular e, dessa forma, a ocupação estava violando o direito de posse do proprietário. Outra crítica frequente ao MST é de que este movimento seria um projeto anticapitalista e que prega a doutrinação marxista da sociedade. Muitos acreditam que a redistribuição da terra seria apenas o primeiro passo para entregar o Brasil a um modelo de comunismo. Desconfianças e críticas a parte, a verdade é que o MST vem cumprindo seu papel social e abrindo espaço para o debate sobre a família no campo e importância da agricultura familiar. Resta apenas que os Governos debatam um importante projeto que consolidem as demandas dos membros do movimento e as da sociedade como um todo.