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CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL DE

INTEGRAÇÃO REGIONAL

Nos últimos tempos tem se assistido no cenário


internacional a congregação de paises da mesma região e blocos, com o
objectivo de dinamizar as suas economias e proporcionar assim o
desenvolvimento esperado pelos diferentes povos com vista a melhoria das
condições socias e evitar conflitos.

Neste capítulo, abordou-se as questões relacionadas ao


conceito de integração regional, os aspectos históricos, bem como as
etapas, os efeitos económico da integração regional para os Estados-
membros, assim como os principais aspectos da integração quanto os
níveis, e graus dos acordos de formação da área de uma união aduaneira, e
as teorias explicativas da integração económica regional.

1.2. Conceito de Integração Regional


Harbeler define integração « pela relação económicas mais
restritas entre uma área». Este conceito é estremamente vasto, tem
enquadramento na teoria neoclassica, que parte de um mercado de
concorrência onde as unidades económicas estão plenamente integradas,
uma em relação á outras, constituindo um todo homógeneo e coerente1.
Por sua vez, Bela Balassa definiu a integração como um
processo e um estádio. Como processo, a integração entende-se como
medidas que visam as surpressão das descriminação entre as entidades
económicas que resultariam da existência de diferentes Estados nacionais;
enquanto que como estádio, a integração significa a ausência de diferentes
formas de discriminação entre as entidades económicas nacionais2.

1
MENDES, de Sousa Pedro Fernandes. Dicionário de Relações Internacionais, 3ª ed., Edições
Afrontamento, Porto, 2014, P.129.
2
Idem, P.129.

1
Para Tinbergen, a integração é a criação da estrutura
económica internacional mais desejável para suprimir as barreiras
artificiais para uma acção óptima de livre cambismo, introduzindo todas as
formas requeridas de cooperação e de união. Tibergen considera dois tipos
de integração: a negativa, que envolve a remoção das descriminações e
restrições á circulação (nas situações que ancete um processo de
desarmamento pautal ou se aplica uma normalização técnica), e a positiva
que agrega as modificações das instituições e instrumentos, com intuito de
promover objectivos amplos de políticas harmonizadas no espaço
integrado3.
Ernest Haas define a integração regional como o processo
pelo qual os agentes de várias áreas nacionais procuram transferir as suas
lealdades, espectativas e actividades políticas para um centro novo e mais
abrangente, cuja as instituições pretendem jurisdições sobre os pré-
existentes Estados.
Para Haas, não se trata de uma organização internacional
intermediária entre os Estados, mas de um novo centro de decisão a cargo
de uma instituição superior aos Esatados.
É um processo que congrega países da mesma região com o
objectivo de dinamizar as suas economias, proporcionando assim o
desenvolvimento esperado pelos diferentes povos com vista a melhoria das
condições socias.
A definição de integração regional não é consensual entre
os vários autores, porém exitem alguns elementos que são comum dentro
dos distintas definições aprentadas que podem permiter a compreensão do
fenómeno.
A integração regional como processo económico e político,
decorre dentro dum período histórico.
3
MENDES, De Sousa Pedro Fernandes. Dicionário de Relações Internacionais, 3ª Ed., Edições
Afrontamento, Porto, 2014, P. 129.

2
1.3. Aspectos históricos de integração regional
Na sequência da Primeira Guerra Mundial foi admitida o
insucesso do isolacionismo, tanto económico como político e a necessidade
de se caminhar com determinação para a criação de condições que
tornassem o comércio mais livre, por meio de instituições internacionais
que promovessem não apenas a abolição de barreiras, assim como um
maior equilíbrio entre os países e multilateralização dos pagamentos
internacionais. O termo integração económica adquiriu maior precisão,
segnificando o processo voluntário de crescente interdependência de
economias separadas em 19504.
O primeiro contributo para análise sistemática da integração
económica internacional é atribuído a Jacob Viner com o seu trabalho em
1950 sobre as uniões aduaneiras, apesar de Haberter (1936) e Gregory
(1921) terem sido os percursores do estudodas uniões aduaneira5.
É apartir do desenvolvimento do trabalho de J. Viner que a
integração económica passa a ser designada como processo voluntário de
crescente interdependência de economias separadas e a sua fusão em
regiões mais largas que corresponde ás fronteiras nacionais dos países cujas
economias se integram6.
A ideia de integração regional nos termos que se conhece
actualmente surgiu com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (CECA), em 1951, e seus posteriores desdobramentos na formação da
Comunidade Económica Europeia (CEE) e da Comunidade Europeia de
Energia Atômica (Euratom), por meio do tratado de Roma, em 1957 7.
4
PINTO, De Sá Messias. A Áreas de Livre Comércio das Américas e os Interesses da União Europeia na
América Latina, Universidade do Ninho Escola de Economia de Gestão (Tese De Doutoramente), Braga
2004, P.12.
5
Idem, P.07.
6
SILVA, A. Neto & REGO, Luís. Teoria e Prática da Integração Económica, Porto Editora, Porto,
1991.P.09.
7
SZUCKO, Saraiva Angélica. A inércia institucional nos processos de integração regional – o método do
Path Dependence aplicado aos casos da União Europeia e do Mercosul Debater A Europa Periódico do
CIEDA e do CEIS20, em parceria com GPE e a RCE, Nº16 jan/jun 2017, Pg.29. Disponível em:
http://www.europe-direct-aveiro.aeva.eu/debatereuropa/ https://doi.org/10.14195/1647-6336_16.

3
Desde então, procurou-se analisar quais os factores que contribuiram para
esse processo de integração regional e de cooperação internacional. Estas
comunidades são as bases da formação da União Europeia8.
Num primeiro momento, o motivo principal da criação
destas comuidades, foi para evitar novos conflitos no continente europeu,
especialmente entre a França e a Alemanhã, e mais tarde estendeu-se a
razões económicas e políticas que justificam a aproximação entre os
Estados dentro de um sistema de interdependência complexa9.
A integração regional quanto a sua evoluição é feita por
distintas etapas, caracterizadas por diferentes aspectos como se pode
constatar na secção asseguir.
1.4. Etapas do Processo de Integração
De acordo com Balassa, a integração económica seria a
eliminação das restrições aos movimentos de mercadorias entre os Estados.
Este processo desenvolveria-se gradualmente, reunindo medidas políticas e
económicas de integração cada vez mais forte.
Deste feita, segundo o autor a integração deve ser realizado
por etapas onde cada uma supera a anterior em alguns aspectos que
intensificam a interligação económicas e políticas entre os Estados-
membros. Segundo Balassa, exitem cinco fases ou etapas da integração: 1ª
a zona de livre comércio; 2ª união aduaneira; 3ª mercado comum; 4ª união
económica e 5ª integração económica total10.

1ª A Zona de Livre Comércio

8
A União Europeia, é o exemplo do mais avançado grau de integração regional observado até o
momento, cumpriu, ao largo de seus mais de cinquenta anos de formação, cada um dos estágios
reconhecidos pelos estudiosos do tema.
9
Idem, P. 29.
10
BALASSA, Bela. Teoria da Integração Econômica. Tradução de Maria Filipa Gonçalves e Maria Elsa
Ferreira, Lisboa: Clássica Editora, 1964.

4
È a forma mais simples de integração económica,
caracterizada apenas pela supressão de restrições ao comércio entre os
Estados-membros, a eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias de
forma a facilitar a circulação de bens e unificar as normas de controle de
qualidade e a padronização dos produtos. Mantendo-se a autonomia dos
Estados-membros para definir suas políticas tarifárias em relação a
terceiros Estados.
2ª União Aduaneira
Anesta fase, lém da eliminação de barreiras tarifárias, os
países- membros de uma União Aduaneira adoptam uma tarifa externa
comum em relação a terceiros países, o que acaba gerando uma
harmonização de determinadas políticas económicas dentro do bloco. Este
facto leva a uma perda da autonomia dos Estados nas negociações
extrabloco, que passam a ser determinadas em conjunto.
A tarifa externa comum é a solução para o problema
anterior de determinação da origem do produto pois permite a livre
circulação de todos os bens dentro da zona independentemente de sua
procedência. Ocorre, assim, a introdução de um poder central que coordena
e mantém o equilíbrio das políticas econômicas do bloco, uma medida
positiva para a integração.
3ª Mercado Comum
Esta seria a etapa mais avançada de um processo de
integração, onde, além da livre circulação de mercadorias e da existência de
uma tarifa externa comum, introduz-se a livre circulação também dos
fatores de produção, definidos por trabalho, capitais, iniciativas
empresariais, prestação de serviços, entre outros. Também estabelece um
sistema administrativo de caráter permanente, necessário para coordenar a
dinâmica mais complexa do Mercado Comum, conduzindo a uma
harmonização das condições de desenvolvimento dos Estados-membros.

5
4ª União Económica
A União Económica compreende todas as características do
Mercado Momum e, além disso, prevê a harmonização das legislações
nacionais que tenham relação directa ou indirecta com o sistema
económico.
Demanda, portanto, que as políticas económicas, financeiras
e monetárias dos Estados membros sejam coordenadas por uma autoridade
comum. A integração das políticas económicas nacionais dos países-
membros seria uma forma de eliminar as assimetrias intra-bloco,
transformando, por fim, vários mercados independentes em um só.
5ª Integração Económica Total
È a última etapa, onde o processo de integração se
caracteriza em sua forma mais intensa. De acordo com Balassa, “pressupõe
a unificação das políticas monetárias, fiscais, sociais e anticíclicas, e exige
o estabelecimento de uma autoridade supranacional” 11. Desta forma, a
Integração Total pretende atingir não apenas o progresso econômico
equilibrado, mas também o desenvolvimento social conjunto dos países-
membros, de forma a eliminar todos os tipos de barreiras e promover a
livre movimentação de bens, serviços e povos.
Portanto, além das etapas referenciadas nesta secção a
integração apresenta alguns aspectos essenciais para sua funcionalidade.
1.5. Principais aspectos da integração regional
Para muitos autores a integração económica pode assumir
vários níveis e tipos.
Quanto aos níves podem ser12:
 Nacional, quando há integração económica de várias regiões de um
país;
11
BALASSA, Bela. Teoria da Integração Econômica. Tradução de Maria Filipa Gonçalves e Maria Elsa
Ferreira. Lisboa: Clássica Editora, 1964.
12
SILVA, A. Neto & REGO, Luís , Op. Cit. P. 08.

6
 Regional, diz respeito a integração de diferentes países num bloco
económico;
 Integração universal, que é a integração de todos os países num
único bloco económico, ou seja, a que respeita á eliminação de todas
as barreiras e descriminação ás trocas internacionais (a organização
mundial do comérico seria uma tentativa dessa integração global)
Quanto aos tipos tendo em atenão aos graus de integração podem assumir
duas formas13:
1) A primeira forma, tida como o grau mais “profundo” da integração
que diz respeito aos tratados que têm como objectivos a livre
circulação de pessoas e harmonizaçao das políticas
macroeconómicas, como é o caso do mercado comum.
2) A segunda forma, designada integração “superficial”, que ocorre
com a formação das áreas de livre comércio, visando apenas á livre
circulação de mercadorias e de capitais.
Uma outra forma presente na literatura, que é mais uma
espécie de cooperação económica do que integração, denominada Acordo
Preferencial de Comércio. O qual segundo Salvatore refere-se da licença,
entre os Estados participantes, da utilização de barreiras comerciais menos
elevadas do que aquelas relativas ao comércio com as nações que não o
são”14.
Lowrence acrescenta ainda a “ Shallow integration”
integração superficial e “deep integration” intergaração profunda para
caracterizar o envolvimento dos países em desenvolvimento no comércio
internacionais nos últimos cinquentas anos15. O grau e tipos da integração
possuem efeitos sobre a economia.

13
MOREIRA, Silva Cássio. A Integração Regional como Resposta Ao Processo de Globalização Gestão
Contemporânea, Porto Alegre, Ano 7, N. 7, P. 215-243, Jan./Jun. 2010 P. 220.
14
SALVATORE, Dominick. Economia Internacional, LTC, Rio de Janeiro, 1998, P. 175.
15
Idem, P. 08.

7
1.5.1. Os Efeitos Económico da Integração Regional
O processo de integração regional gere dois tipos de efeitos
as económia dos Países-membro.
1. Efeitos Estáticos
A formação de uma união aduaneira implica, normalmente,
a deslocação geográfica da produção de algumas mercadorias, como aponta
Jacob Viner, isto pode criar dois fenómeno, a criação de comércio e o
desvio de comércio. Há criação de comércio quando na sequência da
formação de uma união aduaneira entre os Estados-membros, se verifca
uma deslocação geográficas da produção de uma fonte com custos mais
altos para uma fonte com custos mais baixos. Este efeito está associado a
um efeito que proporciona a livre troca no interior da união aduaneira e que
gera um crecimento de bem-estar para as empresas e particularmente para
os Países-membros16.
Por outro lado, há desvio do comércio quando se observa
numa união aduaneira a deslocação geográfica da produção de uma fonte
com custos reduzidos para uma fonte com custos mais elevados. Este por
sua vez está associado a um efeito proteccionista que dificulta as livres
trocas no interior da união aduaneira e que é gerador de perda de bem-estar
tanto para as empresas como os Estados-membros17.
Neste contexto, de acordo com a análise de Jacob Viner,
decorre que a formação de uma união aduaneira pode propocionar um
aumento como a redução do bem-estar, dependendo da importância relativa
da criação de comércio e do desvio de comércio.
Entretanto, a integração rgional será benefica se a criação do
comércio superar o desvio do comércio.
16
PINTO, De Sá Messias. A Áreas de Livre Comércio das Américas e os Interesses da União Europeia
na América Latina, Universidade do Ninho Escola de Economia de Gestão (Tese De Doutoramente),
Braga 2004, P.12.
17
PINTO, De Sá Messias, A Áreas de Livre Comércio das Américas e os Interesses da União Europeia
na América Latina, Universidade do Ninho Escola de Economia de Gestão (Tese De Doutoramente),
Braga 2004, P.13.

8
2. Efeitos Dinámico
A teoria estática analisa os efeitos que a criação de uma
união aduaneira provoca na localização da produção que resultam na
eliminação das barreiras comerciais e os efeitos que ocorrem directa e
imediatamente na localização da produção e no comércio. Esses efeitos
respeitam aos ganhos e perdas de bem-estar de curto prazo em resultado
das alterações na eficiente afectação de recursos dos países-membros,
assegurando a sua capacidade produtiva como um dado18.
Porém, existem outros efeitos de longo prazo, sobre o bem-
estar dos países-membros. Que segundo a análise dinámica podem ser :
a) aumento da concorrência; b) ampliação do mercado consumidor
(economia de escala); c) aumento da oferta; d) redução dos preços
aumento da satisfação dos consumidores; e) Incentivo ao desenvolvimeto
tecnológico e f) aumento dos fluxos de de investimento estrangeiro
direicto.

Além da análise dos feitos estáticos e dinámicos a


integração regional é estudada por meio de uma série de teoria.
3. Teorias da Integração
As explicações teóricas do fenómeno da integração são
diversas e agrupam elementos económicos e políticos. De modo geral, estas
teorias desenvolveram-se paralelamente ao processo de integração europeia
com o objectivo de explicar seus desdobramento.

Desta feita, as principais teoria são: a federalista, o


funcionalista, neofuncionalista e a intergovernamentalista.

 Teoria Federalista

18
PINTO, De Sá Messias. A Áreas de Livre Comércio das Américas e os Interesses da União Europeia
na América Latina, Universidade do Ninho Escola de Economia de Gestão (Tese De Doutoramente),
Braga 2004, P.15.

9
O federalismo 19
preconiza a transferência voluntária de
parte da soberania dos Estados para as instituições supranacionais
regionais, as quais seriam responsáveis pela definição das políticas comuns,
em um modelo similar ao dos Estados com o sistema federativo. Segundo
Sabine Saurugger, o federalismo corresponde a “ um modelo de governo
que se baseia em um acordo (foedus) entre comunidades políticas
independentes e, acima de tudo, iguais, para agirem juntas, permanecendo
separados”20.

 Teoria Funcionalista

Esta teoria assenta-se no pressupostos da utilização e é


orintada essencialmente para acção. É uma corrente de pensamento que
sustenta que o Estado, isoladamente não seria capaz de satisfazer a
totalidade de suas necessidades fundamentais pelo que a satisfação destes
objectivos exige cooperação em grupos políticos21.

Considera que a integração regional é atingida por meio da


cooperação interestatal em tarefas funcionais, principalmentente de
natureza técnica e económica.

Os defensores do funcionalismo afirmam de que os conflitos


sociais e as guerras resultam da ineficiência das instituições políticas e
sociais em administrar a paz e salvaguardar o equilíbrio social. Deste
modo, sugerem como alternativa a criação de uma autoridade capaz de
atender aos problemas não solucionados pelo Estado de maneira isolada.
No entender destes autores a forma mais segura e efeitiva a integração e

19
Em geral, o federalismo fica à margem das teorias utilizadas para estudar os processos de integração
dado seu caráter altamente normativo, em função da proposta de formação de uma federação de Estados,
e o fato de que é uma abordagem que não traz hipóteses para validar como e por que motivo o processo
de integração se constrói, mas, sim, um modelo de integração a ser implementado.
20
SAURUGER, Sabine. Théories et concepts de l’integration européenne. Paris. Presses de Sciences
Paris, 2009, Pp. 134-135.
21
ZECA, Emilio Jovando. Relações Internacionais: Natureza, Paradigmas e Sassuntos Transversais. 2ª
ed. Luanda, Plural Editora, Luanda, 2013, P.193.

10
assegurar a paz universal, seria a cooperação ao nível de certas tarefas
funcionais, tanto de natureza técnica tal como económica, ao invés da
criação de novas estrututuras institucionais no plano político22.

De acordo com Karl Deutsch o funcionalismo nas relações


internacionais centam-se “ na espiração de que um número cada vez maior
de tarefas comuns, sejam delegados a tais organismos funcionais
específicos e de cada um se torne, com o tempo, supranacional, ou seja,
superior aos seus governos, em termos de poder e autoridade” partindo
deste ponto de vista da teoria “ as nações do mundo se tornarão
gradualmente integradas em uma comunidade, naqual a guerra será
imponsível23.

Para David Mitrany um dos maior defensores do


funcionalismo assegura que24:

a) o desenvolvimento económico e tecnológico faz da integração


política uma alternativa possível e necessária;
b) os problemas de conflitos podem ser resolvidos por meio de acordos
internacionais em áreas funcionais específicas (segurança, saúde,
telecomunicações etc.);
c) o mundo integrado económica e tecnologicamente, dá espaço a
muitos problemas tecnicamente complexos aos quais os Estados
particulamente não podem responder de forma eficaz, mas que as
organizações internacionais resolveriam;
d) os Estados no seu próprio interesse, deveriam instituir tais
organizações internacionais para pôr em prática as actividades

22
SAPALO, Félix Buendende Silliveli. A Integração Económica da Comunidade De Desenvolvimento
Da África Austral (SADC). A Industrialização de Angola como Condição para Á Zona de Livre
Comercio da SADC. de 2008 á 2017, Instituto Superior de Relações Internacionais Venâncio da Silva De
Maoura, Luanda, 2016, P.06.
23
DUTSCH, Karl Wolfgang. A Nalise Das Relações Internacionais, 2ª Ed. UNB, Brasília, 1982, Pg.233.
24
DOS SANTOS, Victor Marques: Teoria das Relações Internacionais, 1ª Ed.Europress, Lda, Lisboa, s/n
P.140.

11
requeridas e oportunamente sentiriam as vantagens da cooperação
pacífica, reduzindo a importância das fronteiras políticas.
Importa referir que, a teoria funcionalista faz uma claração
distinção entre as áreas tecnicas e políticas, tendo enm em conta que os
serviços internacionais suprenacionais têm funções meramente tecnicas e
distinats de quasquer preções de grupos de interesses, de nações e do
grande público25.
 Teoria Neofuncionalista
O neofuncionalismo surgiu no final da década 1950 e
começo dos anos 1960, em resposta explicativa teorica do avanço da
integração europeia. Ela deriva da lógica funcionalista; entretanto, além dos
aspectos técnicos, questões políticas e económicas também podem
desencadeiar o processo de interação26.
Os defensores desta corrente de pensamento sustentam que,
a integração significa transferência das expectativas excludentes de
benefícios do Estado para alguma instituição maior.
Os neofuncionalistas entendem que o processo de
integração deve ser estimulado de um núclo funcional, composto pelos
governos e as burocracias especializadas, para a formulação das suas
estratégias políticas. Todavia, defendem que a importância do processo de
integração, no potencial criativo das elites e, particulamente, na força
transformadora que podem ter as demandas de soluções estabelecidas por
grupos de interesses em âmbito supernacional27.
A teoria neofuncionalista, destingue-se da teoria
funcionalista pelo facto da segunda entender que não se justifica a

25
DOS SANTOS, Victor Marques. Teoria das Relações Internacionais, 1ª Ed.Europress, Lda, Lisboa, s/n,
P.234.
26
HAAS, apud MARIANO, Karina Lilia Pasquariello MARIANO, Marcelo Pasini. As Teorias de
Integração Regional e os Estados Subnacionais. Impulso (Piracicaba), Piracicaba, v. 13, n.31, p. 47-69,
2002.
27
FERNANDES, António José. Introdução a Ciências Políticas: Teorias, Métodos e Temáticas, 1ª ed.,
Porto Editora, Porto P.40.

12
separação entre os aspectos políticos e os técnicos, tendo em conta que os
países se interagem em virtude de suas caracteristas semelhantes e
objecticos comuns28.

Haas na tentativa de prencher as lacunas da teoria anterior


desenvoveu a noção do efeito spill over, sendo o qual ao aprofundar o
processo de integração, vão se levantar grupos de interesses existentes
contra ou afavor do fenómeno em curso. O efeito spill over, presume a
existência de um núcleo funcional, com capacidade autónima de provacar
estimulos integracionista, incorporando ao longo do tempo novos actores
relevantes.

De outro lado, Odete Maria de Oliveira, afirma que “ o


efeito spill over implica que os mais distintos aspectos económicos e
políticos dos Estados e regiões estejam fortemente ligados de forma que as
procupações de uma área provoquem problemas em outra requerendo esta
solução29.

Os neofuncionalistas concluiram que o efeito spill over


proposiona a criação de uma burocracia virada para administração das
questões relativas a integração, preferencialmente de carácter
supranacional, sendo que deste modo se poderia derimir as assimetrias
nacionais entre os distintos grupos sectoriais que se sentem ameaçados. O
neofuncionalista defendem a democratização do sistema político. E
colacam o acento tónico principalmente nas instituições centrais criadas
especifícamente para dinamizar o processo de integração regional, por
meio das quais se põe fim as tendências competitivas existente entre os
Estados30.
28
DA ROCHA, Manuel José. Introdução á Económia Internacional e a Integração Regional, Offset, Lda,
Luanda, 2008, P.231.
29
DE OLIVEIRA, Odete Maria. Unão Europeia. Processo de Integração e Mutação, Jurua,
Curitiba,1990, P. 51-52.
30
JAMINE; Elísio Benedito. Migração e Integração Regional: OMC e SADC: O Processo De Integração
Regional Na SADC. Academica Editora, Maputo, S/N, P. 53.

13
 Teoria Intergovernamentalista

É uma corerente de pensamento que surgiu em detrimento


as críticas implicitas a teoria neofuncionalista, que defende o
estabelecimento de uma estrutura supranacional em substituição ao Estado-
nação na condução das políticas comunitárias.

A teoria intergovernamentalista destaca os interesses


económicos como principal força condutora da integração regional e atribui
o papel principal oas governos nacionais dentro das instituições regionais.

Destacam a centralidade do Estado no processo de


integração regional e considera a cooperação interestatal como derivada das
decisões racionais de cada Esado com vista alcançar os seus interesses
nacionais. Esta teoria considera os Estados como actores racionais e que
seus comportamentos refletem as pressões tanto internas, de vários da
sociedade, quanto externas, provinientes do próprio cenário internacional.
Segundo esta teoria o processo de integração segue dois estágios31:

1. os governos definem internamente seus interesses nacionais que


orientarão as suas acções no plano internacional.
2. no processo de negociação interestatal inicia-se uma série de
barganhas.

Deste momo, a teoria intergovernamentalista é caracterizada


pela análise em dois níves: no nível interno, investiga a formação das
preferências nacionais dos Estados; no externo examina o processo de
braganhas intergovernamentais e foca na coordenação política entre os
Estados no processo de integração32.

31
MARIANO, Karina Lilia Pasquariello MARIANO, Marcelo Pasini. As Teorias de Integração
Regional e os Estados Subnacionais. Impulso (Piracicaba), Piracicaba, v. 13, n.31, p. 47-69, 2002.
32
Idem.

14
Em suma, a integração regional é o processo pelo qual os
agentes de várias áreas nacionais procuram transferir as suas lealdades,
espectativas e actividades políticas para um centro novo e mais abrangente,
cuja as instituições pretendem jurisdições sobre os pré-existentes dos
Estados. Bela Balassa considera a integração como um processo e como
estádio.
Entretanto, integração regional, é feita em cinco etapas de
evoluição: a zona de livre comércio; união aduaneira; mercado comum;
união económica e integração económica total, cujas principais teoria
explicativas da integração são: a federalista, a funcionalista,
neofuncionalista e a intergovernamentalista.
Quanto aos níveis, a integração podem ser: nacional;
regional; e universal e no que toca aos tipos tendo em conta ao grau de
integração, se classificam em integração “profundo” e a integração
“superficial”. E um outro tipo é o Acordo Preferencial de Comércio.

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