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LUKE I: Um braço mecânico controlado pela mente, com peças de baixo custo e

feitas em impressora 3D

RESUMO

O avanço tecnológico está presente na vida de pessoas amputadas e tetraplégicas,


proporcionado o uso de peças artificiais que possuem a funções de ajudar a suprir a
necessidade física após a perda do membro, dependendo do nível de amputação,
necessidades e objetivos. As próteses ortopédicas além de promover uma melhora em
atividades diárias, as mesmas podem ser usadas para fins estéticos. Contudo, próteses
como as endoesqueléticas, possuem custos elevadíssimos e longo tempo de adaptação
protética. Neste contexto, o projeto LUKE I tem o por objetivo desenvolver uma prótese
mecatrônica, composto de antebraço e mão, pois, servira de suporte para indivíduos que
sofreram amputação transradial, que será acionado por um aparelho com uma interface
de cérebro-computador, posicionado na superfície da cabeça do indivíduo, que
decodificará atividade neural em tempo real, transmitindo para a prótese que será
programada para interpretar esses sinais e executar determinados movimentos, dando a
habilidade de controle do membro artificial usando a apenas a sua mente.
O projeto LUKE I visa poder construir uma prótese reproduzir movimentos
semelhantes ao de um braço humano comum e proporcionar melhor qualidade e tempo
de adaptação e menor custo orçamentário.

INTRODUÇÃO

A perda física encontra-se permeada por aspectos sociais e psicológicos, e representa


algo irrevogável, de forma que pessoa amputada necessita atribuir um sentido para este
evento (DUNN, 1996). Após a amputação ocorre o processo de adaptação à perda do
membro e adaptações físicas, que incluem nível de habilidade funcional, dor no coto, dor
fantasma do membro amputado; e as adaptações psicológicas, relativas às reações
emocionais como ansiedade, depressão, irritação, tristeza, desapontamento, sentimento
de culpa, autoimagem ansiosa e desconforto social (FITZPATRICK, 1999;
GALLARGHER & MACLANCHLAN, 2001). A dor fantasma e a dor no coto podem
tornar-se dores crônicas, encadeadas por um ciclo vicioso de estresse e sofrimento
psicológicos, falta de condição física, restrição de atividades, comportamentos
disfuncionais, dependência de medicações e serviços de saúde (WALD & ALVARO,
2004). Ambas as dores podem interferir no processo de reabilitação, no uso de próteses,
aumento das atividades e retorno ao trabalho (GALLAGHER & cols., 2001; HORGAN
& MACLACHLAN, 2004).

O nível da amputação, ou seja, a altura do membro onde ocorre a cirurgia; é um


preditor importante para a reabilitação, isto devido aos tipos de próteses e a adaptação ao
coto. A restrição de atividades está altamente relacionada com o nível de amputação e
com a possibilidade de reabilitação posterior. As amputações acima do joelho são
relacionadas com baixa reabilitação e alta restrição de atividades (HORGAN &
MACLACHLAN, 2004). A relação entre nível de amputação e o ajustamento psicológico
posterior é descrito por RYBARCYK et al. (1997).

A prótese é uma grande auxiliar para pessoas que sofreram amputações. Ela
propicia uma adaptação a um novo modo de vida e pode aumentar a autoestima, fatos
de extrema importância para a pessoa que sofreu o processo de retirada de um membro
ou de parte dele. “Antes, eram utilizados equipamentos mais estéticos do que
funcionais e, hoje, a forma de construir esses aparelhos permite que o produto final
seja muito semelhante aos membros naturais. Para um joelho ou tornozelo, por
exemplo, busca-se promover uma resposta muito próxima do natural. A adaptação
desses indivíduos é facilitada por conta dessa evolução tecnológica”
(CARRASCOSA, 2017). “Estamos entrando em uma era biônica, onde começamos a
ver tecnologia que é sofisticada o suficiente para imitar funções fisiológicas importantes."
A inovação sempre significa um risco. (HERR,2012).

OBJETIVOS GERAIS

O projeto LUKE I tem por objetivo reproduzir movimentos semelhantes ao um braço


humano comum, sendo programado especificamente para executar comandos através de
sinais interpretados a partir do aparelho que fica posicionado na superfície da cabeça do
indivíduo.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Desenvolver uma prótese mecatrônica baseada em uma mão humana adulta;


 Desenvolver uma prótese mecatrônica baseada em um antebraço humana
humano adulto;
 Conectar um aparelho cerebral, para controle o da prótese mecatrônica;
 Fazer o teste em humanos para evidenciar o funcionamento do braço mecânico;
 Comprovar a eficácia da eletroencefalografia no processo de controle;
 Comparar o custo-benefício da prótese desse projeto com os modelos atuais de
mercado;
 Inovar o modo em qual se usa próteses de membros.

METADOLOGIA

A metodologia constará na elaboração e construção de uma prótese mecatrônica


composta de duas partes (Mão e Antebraço), com sua parte eletrônica, compostas por
variados componentes eletrônicos e sua parte mecânica, composta por motores de passo.
Sua parte sólida será impressa em impressora 3D com feito de Polietileno Tereftalato
Glicol (PETG). Além disso, constará no desenvolvimento um aparelho com uma interface
de cérebro-computador, que decodificará atividade neural em tempo real, composto
basicamente da sua de eletrodos de eletroencefalograma do tipo esponja (R-Net), e com
regulagem de tamanho com relação à circunferência da cabeça.

RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que a construção seja feita por partes, sendo a mão mecatrônica, o braço
mecatrônico e o dispositivo cerebral, respectivamente. E que o projeto possa ser usado
por qualquer um de idade adulta que sofreram amputação transradial, com configurações
especificas de idades e gêneros.

Para o utilizador, acredita-se que haverá experiência totalmente diferente das próteses
comuns, com maior mobilidade e menos esforço, sem a necessidade de usar músculos
adjacentes, apenas o cérebro.

REFERÊNCIAS

CARRASCOSA, Andréa Corrêa. (2017); Próteses, adaptação e qualidade de vida.


Disponível em: https://www.uniara.com.br/noticias/40135/proteses-adaptacao-e-
qualidade-de-vida/ Acesso: 12/06/2022.
DUNN, D. S. (1996). Well-being following amputation: salutary effects of positive
meaning, optimism, and control. Rehabilitation Psychology, 41(4), 285-302.
FITZPATRICK, M. (1999). The psychologic assessment and psychossocial recovery of
the patient with an amputation. Clinical Orthopaedics and Related Research, 361, 98-
107., 1999.
GALLAGHER, P., & MACLACHLAN, M. (2001). Adjustment to an artificial limb: a
qualitative perspective. Journal of Health Psychology, 6(1), 85-100.
GALLAGHER, P., ALLEN, D., & MACLACHLAN, M. (2001). Phantom limb pain and
residual limb pain following lower limb amputation: a descriptive analysis. Disability and
Rehabilitation, 23(12), 522-530.
HERR, Hugh. (2012); Bionic revolution: The tech getting disabled people into work.
Disponível em: https https://www.bbc.com/news/business-19547954/ Acesso:
12/06/2022.
RYBARCZYK, B., Edward, R., & Behel, J. (2004). Diversity in adjustment to a leg
amputation:case illustration of common themes. Disability and
Rehabilitation, 26(14/15), 944-953.
RYBARCZYK, B., Nicholas, J. J., & Nyenhuis, D. L. (1997). Coping with a leg
amputation: integrating research and clinical practice. Rehabilitation Psychology, 42(3),
241-256.
WALD, J., & ÁLVARO, R. (2004). Psychological factors in work-related amputation:
considerations for rehabilitation counselors. Journal of Rehabilitation, 70(4), 6-15.

HERO ARM: Foto ilustrativa de um dos designs de próteses que inspirou o projeto LUKE I.

NEXTMIND: Foto ilustrativa de um dos sensores EEG que inspirou o projeto LUKE I.

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