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Estereoquímica

Prof. Flávio Silva de Carvalho


Prof. (a) Bárbara Rivello
Quiralidade

Propriedade de simetria que está relacionada ao fato de um objeto e a


sua imagem não serem idênticos

Objeto e sua imagem especular não são


sobreponíveis
Lateralidade

Presença da quiralidade em vários corpos macroscópios

Várias estruturas desenvolvem-se apenas de um lado


(horário ou anti-horário)
Quiralidade

Todos AA de importância Todos os carboidratos no nosso


biológica são do tipo “L” organismo são do tipo “D”
Isomeria

Propriedade na qual compostos distintos apresentam a


mesma fórmula molecular

Cadeia
Posição
Constitucional
Função

Isomeria

Diasterioisômero
Estereoisômero
Enantiômero
Isomeria

Isômeros Constitucionais Estereoisômeros

• Possuem a mesma conectividade entre os


• Possuem conectividade diferentes
átomos

• Ordem de ligação dos átomos é


• Apresentam disposição espacial
diferente
diferentes
Isômeros Constitucionais

• Isômero de cadeia • Isômero de função


Ex: C4H10 Ex: C3H6O

Propanal
(Aldeído)

• Isômero de posição Propanona


(Cetona)
Ex: C3H8O

1-propanol 2-propanol
Estereoiômeros

Enantiômero Diasterioisômeros

São isômeros que desempenham a relação São isômeros que não desempenham
objeto/imagem não sobreponíveis a relação objeto/imagem

Obs: Moléculas quirais são Isomeria Cis/Trans


enantioméricas
Diasterioisômeros

Estereoisômeros que não são


imagem especular um do outro
Enantiômeros e Quiralidade

Os enantiômeros podem aparecer aos pares

Os pares enantioméricos possuem a relação objeto/imagem


não sobreponíveis

Se forem sobreponíveis seriam a


São quirais
mesma molécula
Enantiômeros e Quiralidade

Molécula Quiral

Par de enantiômeros
(quirais)
Enantiômeros e Quiralidade

• Como identificar uma molécula quiral?

Possuir um átomo de carbono tetraédrico com quatro


substituintes diferentes

Carbono assimétrico/ estereogênico/esteriocentro

Centro de Quiralidade (IUPAC)


Enantiômeros e Quiralidade

A presença de um único centro de quiralidade garante que a molécula


seja quiral, e possui um par enantiomérico

1) Manter a cadeia carbônica


*
2) Redirecionar os demais grupos

Carbono sp3 com


quatro ligantes
diferentes entre si
Enantiômeros e Quiralidade

Molécula Quiral Molécula Aquiral

Obs: a troca de dois grupos


quaisquer, ligados a um centro de
quiralidade, converte um
esterioisômero no outro
Necessário especificar Tem imagem especular
as ligações e esta é sobreponível
Enantiômeros e Quiralidade

Centro esteriogênico Centro esteriogênico


tetraédrico trigonal

É um centro quiral É um centro aquiral


(4 ligantes diferentes)
Nomenclatura Enantiômeros

• Nomenclatura R/S (Cahn- Ingold- Prelog)

1) Atribuir a prioridade dos grupos ao redor do centro de quiralidade

Maior prioridade= maior nº atômico


4 1

3 2 • Quando o nº atômica é o mesmo vai para o


átomo seguinte
1
4 • Quanto maior for o nº de carbonos ligados
a esse átomo de carbono, maior será a
prioridade

3 2
Nomenclatura Enantiômeros

2) Escreve-se na projeção de Newman, de tal forma que o grupo de menor prioridade fique
para trás

Rotacionar para que o grupo de menor


prioridade fique para trás
Nomenclatura Enantiômeros

3)Rotaciona-se o grupo 1 até chegar ao 3

1
1

3 2
2 3

Rectus (R) Sinister (S)


Nomenclatura Enantiômeros

Dupla: como se
estivesse ligado duas
vezes ao grupo “Y”

Tripla: como se
estivesse ligado três
vezes ao grupo “Y”
Desvio do Plano da Luz Polarizada

• Como diferenciar o par de enantiômeros ?

Quase todas propriedades físicas/químicas são iguais

Exceto o desvio da luz no plano- polarizada

Reatividade distinta com moléculas quirais


Desvio do Plano da Luz Polarizada
Desvio do Plano da Luz Polarizada

Compostos P.E (˚C)


(R)-2-butanol 99,5
(S)-2-butanol 99,5
(+)-(R,R)- ácido tartárico 168-170
(-)-(S,S)- ácido tartárico 168-170
(+/-)- ácido tartárico 201-212
Luz Plano-Polarizada

Vibração da luz ao longo de um único plano,


produzida por um polarímetro

Rotação específica: o desvio da luz plano-polarizada depende


da concentração, do plano comprimento da célula da radiação
incidente, da temperatura, do solvente.

Rotação lida Temperatura

[α]= α 25
[α] = +3,12
C xL D
Concentração Comprimento de Tipo de radiação
(mol/L) células (cm) linha D do sódio
Desvio do Plano da Luz Polarizada
Desvio do Plano da Luz Polarizada

Obs: Não há relação alguma entre a nomenclatura R e S com o


sentido do desvio da luz plano-polarizada

Dextrógiro Levógiro
Mistura Racêmica

Mistura equimolar dos enantiômeros R e S

Não desvia a luz plano-polarizada


(Mesmo ângulo de desvio, porém em sentido oposto)

Representação: ( +_ ) – 2- butanol
Excesso Enantiomérico
Quando em uma mistura enantiomérica há
Digite a equação aqui.
excesso de um enantiômero

Há um desvio da luz plano-polarizada, em um


ângulo menor
Excesso Enantiomérico

Nº de mol do enantiômero R Desvio observado

|𝑛𝑟 − 𝑛𝑠| ሾ𝛼 ]𝑜𝑏𝑠


𝑒𝑒 (%) = 𝑥 100 𝑒𝑒 (%) = 𝑥 100
𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ሾ𝛼 ]𝑝𝑢𝑟𝑜

Nº de mol do enantiômero S

Ex1: Uma mistura de enântiômeros do 2-butanol apresenta rotação específica +6,76.


Sabendo que a rotação específica do enantiômero puro é +13,52. Determine o excesso
enantiomérico. Determine a composição esteroisomérica real da mistura.

6,76 Significado: 50% (+) 75% (+)


𝑒𝑒 % = 𝑥 100
13,52 50% ( +_ ) 25% (-)
𝑒𝑒 % = 50%
Síntese de Moléculas Quirais

1) Reação com Reagentes Aquirais


Pode formar uma mistura racêmica

Sem nenhuma influência quiral (catalisador, solvente, reagente)


Síntese de Moléculas Quirais

Mistura Racêmica
50:50
Síntese de Moléculas Quirais

2) Síntese Estereosseletiva

Forma preferencialmente um estereoisômero

É necessário a influência de um reagente


catalisador ou solvente quiral
Síntese de Moléculas Quirais- Classificação

Síntese Enantiosseletiva Síntese Diasterosseletiva

A reação produz preferencialmente A reação produz preferencialmente um


um enantiômero em detrimento a diastereroisômero em detrimento aos
sua imagem especular. demais estereoisômeros.

Enzimas: super biocatalisadores quirais

Reage preferencialmente com


um determinado enantiômero.
Moléculas com Mais de um Centro de Quiralidade

2,3-dibromopentano
Colesterol
2 8
2=4 2 = 256
Como calcular a quantidade máxima de esterioisômeros?

Nº de centros quirais
Moléculas com Mais de um Centro de Quiralidade

n Par de Enantiômeros
2

Diasteroisômeros Diasteroisômeros

Par de Enantiômeros
Composto Meso

Nem toda molécula que apresenta mais de um centro de


quiralidade, apresenta quiralidade

A imagem é sobreponível ao objeto


(mesma molécula)
Composto Meso

Conceito: moléculas com centros quirais que possuem um plano


de simetria interno

É aquiral
Projeção de Fischer

Outra maneira de se representar as fórmulas estruturais sendo


muito utilizada em carbohidratos
Projeção de Fischer

• Troca Simples: Troca um grupo por outro


H

Cl H Cl Muda a configuração
H Br
eletrônica
H Br

• Troca Dupla: Troca um grupo duas vezes por outros


H H

Cl Cl Mantem a configuração
Br Br
eletrônica
H H
Esterioquímica de Compostos Cíclicos
• Para anel de 5 membros

Configuração Trans

2 enantiômeros

Configuração Cis

Composto meso(aquiral)
Esterioquímica de Compostos Cíclicos
• Para anel de 6 membros

Possuem dois centros estereogênicos

TRANS Aquirais

Diasteroisômeros: cis e trans

CIS
Esterioquímica de Compostos Cíclicos
Esterioquímica de Compostos Cíclicos

Par de enantiômeros que se


interconvertem rapidamente

Isômeros Conformacionais
Quiralidade e Reações Químicas

1º) Reação química onde o centro de quiralidade não participa

Retenção de Configuração

Não necessariamente significa retenção da


atividade optica ou nomenclatura
Quiralidade e Reações Químicas

(R)–1-bromo-2-butanol (S)–2-butanol
Configuração Relativa e Absoluta
E antes...

Configuração Absoluta Configuração Relativa

Designação R/S com base na disposição espacial Duas espécies tem que ter três grupos iguais ligados
ao carbono quiral, e eles tem que se sobrepor
(possuem a mesma configuração)

Obtidas apenas através da difração Como nenhuma ligação ao redor do


de raio X, inicialmente aplicada em centro de quiralidade foi rompida, os
1951 por J.M. Bijvoet produtos possuem a mesma
configuração dos reagentes
Configuração Relativa e Absoluta
Resolução de Enantiômeros

Como separar enantiômeros ?

1º vez: Luiz Pasteur

Cristais de Ácido Tartárico

Quiralidade Macroscópica
Resolução de Enantiômeros

1) Mistura racêmica reage com um reagente quiral

Formação de Diasteroisômeros

Separados em função de
suas propriedades físicas

2) HPLC com coluna quiral


Outros Compostos Quirais

1) Átomos tetraédricos com quatro substituintes distintos

Obs: Aminas não são quirais


devido ao efeito guarda-chuva

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