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FATORES ESTEREOQUÍMICOS
Estrutura do fármaco e
receptor
E
RECONHECIMENTO
MOLECULAR: Interação
Fármaco-Receptor
Propriedades físico-químicas
Reconhecimento molecular
Enantiômeros e Diastereoisômeros
Isomerismo: isômeros constitucionais e estereoisômeros
Isômeros são compostos diferentes que têm a mesma fórmula molecular.
Isômeros constitucionais são isômeros que diferem porque seus átomos estão
conectados em uma ordem diferente. Exemplos,
fórmula isômeros constitucionais
molecular
CH3
C4H10 CH3CH2CH2CH3 CH3CHCH3
butano isobutano
Cl
C3H7Cl CH3CH2CH2Cl CH3CHCH3
1-cloropropano 2-cloropropano
Cl H Cl H
C C
C C
Cl H H Cl
cis-1,2-dicloroeteno trans-1,2-dicloroeteno
C2H2Cl2 C2H2Cl2
p.e. 60 oC p.e. 48 oC
p.f. -80 oC p.f. -50 oC
Densidade 1,284 g mL-1 dens. 1,446 g mL-1
isômeros
enantiômeros diastereoisômeros
diastereoisômeros diastereoisômeros
configuracionais cis - trans
CH3CH2 CH2CH3
H H
C C
CH3 I I
centro quiral CH3
ou estereocentro 2-iodobutano 2-iodobutano
• A interação específica de um sítio receptor quiral para com uma molécula quiral acontece
usualmente de modo favorável apenas de uma maneira
H H CH3
H 3C
COO Na COO Na
H3CO H3CO
(S)-(+)-naproxeno (R)-(-)-naproxeno
N N
H3 C CH3
OH HO
levorfanol dextrorfano
(analgésico) (antitussígeno)
DIASTEREOISÔMEROS – são estereoisômeros que não são enantiômeros,
ou seja, são esteroisômeros em que um deles não é a imagem no espelho
do outro.
Apresentam diferenças nas propriedades físicas e químicas (PF, PE,
solubilidade, comportamento cromatográfico)
HO H HO H
NHCH3
NHCH3
H3 C H H CH3
(-)-efedrina
N (-)-pseudoefedrina
N
N H
H N
H3 C H 3C
A conformação de um fármaco é
estudada em 4 situações principais:
• Molécula isolada;
• Molécula no cristal;
• Molécula em solução;
• Molécula no receptor.
Configuração relativa e
atividade biológica
CH3 OH OH
H
HO
HO
12,1 Å
10,8 Å
estradiol trans-dietilestilbestrol
HO
OH
7,7 Å cis-dietilestilbestrol
Estradiol trans-dietilestilbestrol
DERIVADOS TIOXANTÊNICOS
S S
Cl Cl
CH3 CH3
N N
CH3 CH3
Z-clorprotixeno E-clorprotixeno
Propriedades
antipsicóticas superiores
CONFORMAÇÃO E
ATIVIDADE BIOLÓGICA
O
H2N
OH
O NH2
ASPARAGINA
Piutti (1886)
N O
NH
O O
TALIDOMIDA
Década de 60
•nascimento de 12.000
crianças com deformações
congênitas
• R - sedativo / analgésico
•S - metabólitos eletrofílicos
reagem com nucleófilos
orgânicos
(teratogenicidade)
Ácido acetil salicílico
Ligação de H intramolecular:
Alterações pH dependentes:
hidrofóbicas iônica
O
O
H
Ligações de H
O H O
O CH3
Ligações de H
hidrofóbicas
Nomenclatura das conformações
- +
sp
sp sinperiplanar (sin)
- sc + sc sc sinclinal (gauche)
ac anticlinal
ap antiperiplanar
+ ac (anti)
- ac
- ap +
D E
Fórmula de A
DA
projeção F A
D E
E
de C
F
B C
F
B
Newman C B
O CH3
CH3
N
H3C O CH3
ACETILCOLINA
H H H OAc
H H
H H
Confôrmero antiperiplanar Confôrmero sinclinal
N(CH3)3 “gauche”
3,31 Å
H H N(CH3)3
3,74 AcO
receptores H H Å H
receptores
muscarínicos OAc H H nicotínicos
H
HO
N
ligantes
N(CH3)3 seletivos ligantes seletivos
H 3C O de receptores de receptores
N
muscarina nicotínicos H 3C
muscarínicos
nicotina
Fatores conformacionais e neurotransmissores
NH2
HO HO NH2
N HO
H
serotonina dopamina
OH OH
H
HO HO NH2
N
HO HO
adrenalina noradrenalina
Fatores conformacionais e neurotransmissores
Ausência de OH
NH2
catecol
HO HO NH2
N HO
H
serotonina
dopamina
catecol OH catecol OH
H
HO HO NH2
N
HO HO
adrenalina noradrenalina
Fatores conformacionais e neurotransmissores
NH2
HO HO NH2
Ausência de OH –
N HO menor população
H
serotonina dopamina conformacional,
pois não apresenta
OH OH lig H na cadeia
H lateral
HO HO NH2
N
HO HO
adrenalina noradrenalina
Conformação antiperiplanar da dopamina
Doador de H
Aceptor de H
Grupos que interagem
com o receptor
Interações
energeticamente gauche ou sinclinal
relevantes
As distâncias podem
representar critério de
reconhecimento
molecular pelos
diferentes subtipos de
receptores da dopamina
a
n
t
i
p
e
r
Conformação predominante
4 confôrmeros antiperiplanares da noradrenalina
HO
ADRENALIN
A
CH3 H
ligação-H
O
O N CH2
H H
OH H
O N
H3 C CH3
PROPRANOLO conformação ativa
L
O
H
Ser H
O
H
O
H
H O
O
H O
Ser H
O N
H O CH3
H3 C
H
Ser O
Anti-inflamatórios
O
O
Cl Cl
Topologia de Anel
Sistema tricíclico
completamente planar:
favorece ligação de H
entre amina e carbonila
lucantona
Os anéis aromáticos
estão ~ 20o afastados do
plano do anel
heterocíclico central:
impossibilita ligação de
H entre amina e
carbonila
A cadeia lateral adota
conformação antiperiplanar
em relação ao plano do anel
hicantona benzênico ao qual está ligada
COMPOSTOS CÍCLICOS
OH OH
CH3
OH
H 3C
CH3
EFEITO ORTO
A conformação de uma molécula é
significativamente influenciada pelo efeito de
grupos funcionais próximos, particularmente
quando envolve interações estéricas que
alteram a estabilidade dos diversos confôrmeros
possíveis
Lidocaína – anestésico local e antiarrítmico
CH3
O
N
N
H
CH3
Cl
N N
N N N N Cl
O
O O
N
N N
H
IC50 (nM) H H
halotano
isoflurano
sevoflurano
Fármacos
Estruturalmente adaptar-se à estrutura química tridimensional dos
Específicos receptores existentes no organismo como:
• enzimas, receptores metabotrópicos (acoplados
a proteína G), receptores ionotrópicos (acoplados
a canais iônicos), receptores ligados a quinases,
receptores nucleares e, ainda, ácidos nucleicos
A prova de sua existência é que:
• São eficientes em concentrações menores do que
os fármacos estruturalmente inespecíficos;
• Apresentam características estruturais em
comum (estrutura fundamental, grupos funcionais
e orientação espacial) responsável pela ação
biológica análoga que produzem;
• Pequenas alterações em sua estrutura química
resultam em alterações significativas na atividade
farmacológica, obtendo-se assim compostos que
têm ação desde antagônica até análoga à do
fármaco matriz.
Nessas equações entram
PROPRIEDADES determinados parâmetros que
FÍSICO-QUÍMICAS E representam as propriedades físico-
ATIVIDADE BIOLÓGICA químicas dos fármacos e sua
correlação com a atividade
farmacológica. Tais parâmetros, cujo
número já ultrapassou 40, podem
ser agrupados em 04 famílias:
solubilidade, eletrônicos empíricos,
eletrônicos semi-empíricos e
estéticos.
• Medem o grau de atração dos
fármacos pelos lipídios e pelas regiões
hidrofóbicas das macromoléculas, ou
seja a interação entre regiões
hidrofóbicas do fármaco e do receptor.
Parâmetros de
Solubilidade • A atividade biológica de vários grupos
de compostos pode ser correlacionada
com os seus coeficientes de partição
em solventes polares e apolares.
presença de ligações insaturadas na
hidrofilicidade.
a) sítio de interação
hidrofóbica,
que reconhece o
grupamento lipofílico
naftila de 1.35; b) sítio
aceptor de ligação de
hidrogênio, que
reconhece o átomo de
hidrogênio da hidroxila
da cadeia lateral de
1.35; e
c) sítio de alta densidade
eletrônica, que
reconhece o
grupamento amina da
cadeia lateral
(ionizado em pH
fisiológico), por meio de
interações do tipo íon-
dipolo.
Tipos de ligação
1933- Modelo de Easson e Stedman: o reconhecimento molecular de um ligante
contendo um centro estereogênico envolveria a participação de 3 pontos no receptor
A A
H H
O O
A O A
O
H H
não ocorre a terceira
interação
H B H B
O O H
H
H H H
H
N N
H H CH3
CH3
H H
C (R)-(-)-efedrina C (S)-(+)-efedrina
não ocorre a
terceira
D C interação
C D
A A
3 interações entre B B
ligante-receptor,
maior interação, C' C'
maior potência A' A'
B' B'
From: Olbe et al, Nat Rev Drug Discovery 2:132, 2003
TEORIAS DA AÇÃO DOS FÁRMACOS.
• A respeito de como se daria tal interação e, portanto, sobre o modo de ação dos
fármacos, surgiram várias teorias:
• ocupação,
• da velocidade
• do encaixe induzido
• perturbação macromolecular.
Teoria da ocupação Formulada por Clark e Gaddum, esta teoria afirma,
que o efeito farmacológico é diretamente
proporcional ao número de receptores ocupados
pelo fármaco.
Esta teoria apresenta várias incongruências, como:
• Alguns agonistas de uma dada classe, que por
mais que se aumente a dose, não se observa a
resposta
máxima.
• Não consegue explicar satisfatoriamente por que
os antagonistas não causam os mesmos estímulos
que os agonistas, embora se liguem, aos mesmos
receptores
Os fármacos, em sua vasta maioria, atuam ao nível molecular por um dos seguintes
mecanismos: ativação ou inibição de enzimas, supressão da função gênica,
antagonismo metabólico, quelação, modificação da permeabilidade das membranas
biológicas e ação inespecífica.