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Princípios de Zoologia,

Botânica, Microbiologia
e Micrologia
1. Biologia Geral X Biologia Comparada 4
Diversidade Biológica 6
Sistemática e Taxonomia 7
Sistemática Filogenética 10
Escolas Sistemáticas 11
Critérios Gerais de Classificação 15

2. Taxonomia ou Sistemática 19
Taxonomia Animal 20
Chave de Classificação Simplificada 22
Regras Básicas 23
Taxonomia Vegetal 25
Botânica Aplicada 26
Chave de Classificação Simplificada 26
Botânica Antiga e Moderna 26
Por que Estudar as Plantas? 27

3. Referências Bibliográficas 29

02
03
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

1. Biologia Geral X Biologia Comparada

Fonte: Conhecimento Cientifico1

E m Biologia costuma-se agrupar


as disciplinas em dois campos:
Biologia geral e Biologia comparada.
seja, para reconstruir suas relações
de parentesco.
Por sua vez, a taxonomia é a
A Biologia geral, que inclui fi- parte da sistemática que se ocupa
siologia, bioquímica, biologia mole- das regras e dos princípios a serem
cular, genética, ecologia e evolução, usados para comunicar os resulta-
estuda, com ajuda de métodos expe- dos da análise sistemática.
rimentais, os mecanismos e os pro- Um dos métodos que tem sido
cessos que governam os seres vivos. utilizado mais frequentemente para
A Biologia comparada que in- pesquisar as relações de parentesco
clui sistemática, biogeografia, pale- (ou filogenéticas) é o cladístico. Esse
ontologia e embriologia, estuda a di- método utiliza caracteres sinapo-
versidade das espécies e das catego- mórficos como indicadores de pa-
rias taxonômicas superiores usando rentesco.
o método comparativo, mais que o Caracteres sinapomórficos (ou
experimental, para descobrir pa- sinapomorfias) são caracteres ho-
drões bióticos. mólogos derivados, herdados de um
A sistemática é a disciplina da ancestral comum recente por dois
Biologia comparada que se ocupa ou mais táxons e que permitem
dos métodos para estimar as rela- reuni-los em grupos monofiléticos,
ções filogenéticas dos seres vivos, ou que na maioria dos casos mostra um

1 Retirado em https://conhecimentocientifico.r7.com/biologia-o-que-e/

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padrão ramificado. O resultado é re- nova óptica da Zoologia. Desse mo-


sumido em um gráfico, denominado do, dependendo do enfoque, a Biolo-
cladograma, que apresenta a distri- gia pode ser desmembrada nos dois
buição de caracteres. ramos principais falados inicialmen-
O cladograma é transformado te: Biologia Geral e Biologia Compa-
em uma árvore filogenética (Figura 1 rada.
abaixo), quando interpretado do Na Biologia Geral, são estuda-
ponto de vista temporal e quando dos os processos biológicos dos or-
assume-se que cada ponto de rami- ganismos, caso a caso. Um fisiologis-
ficação (nodo) representa um ances- ta, por exemplo, pode estudar como
tral, real ou hipotético e que cada funciona um determinado órgão ex-
Ramo representa uma linha- cretor, como ele filtra os líquidos
gem evolutiva de um dado grupo. corpóreos e/ou como reabsorve íons
e moléculas.
1 - Árvore filogenética Um bioquímico pode estar in-
teressado em estudar o funciona-
mento de uma determinada proteí-
na, verificando a que temperatura
ela desnatura, ou seja, tem suas ca-
racterísticas alteradas, a qual sítio se
liga, e assim por diante.
De forma similar, um zoólogo
pode estar interessado no comporta-
mento de uma espécie de macaco,
passando a observar como ele cor-
teja a fêmea, como se comporta pe-
Neste novo contexto, a Zoolo-
rante o grupo e quais estratégias uti-
gia deixou de ser uma ciência pura-
liza para obter alimento.
mente descritiva para se tornar uma
Portanto, o objeto de estudo
ciência com objetivos mais amplos.
da Biologia Geral é um organismo,
Atualmente, além de descrever a di-
um órgão ou uma determinada mo-
versidade animal, ela procura tam-
lécula, não requerendo, na maioria
bém estabelecer relações entre os
dos casos, um estudo comparativo
animais e entre estes e o meio ambi-
que permita estabelecer grau de pa-
ente.
rentesco ou ancestralidade.
Desta forma, faz-se necessária
A Biologia Comparada, por
uma introdução aos métodos de es-
sua vez, representa o ramo que estu-
tudo comparativos utilizados nesta

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da diferentes grupos de organismos, ancestral comum a estes, estabele-


comparando-os quanto às suas for- cendo, portanto, um grau de paren-
mas ou estruturas. Um fisiologista, tesco.
neste ramo da Biologia, pode com- A Biologia Comparada tem
parar as diversas estruturas excretó- uma visão evolutiva sem a qual se
rias observadas em diferentes gru- torna difícil a compreensão dos as-
pos de animais e, dessa forma, ava- pectos naturais e da diversidade bi-
liar o que é comum aos vários grupos ológica. Logo, a Biologia Compara-
e o que lhes é diferente. da, em um sentido amplo, é o estudo
Já um bioquímico pode estu- da diversidade biológica numa Pers-
dar a ocorrência de uma determina- pectiva histórica.
da proteína em diferentes grupos Nesse novo enfoque, a Zoolo-
animais. Esse mesmo pesquisador gia estuda os animais numa perspec-
pode avaliar a similaridade entre tiva comparativa e histórica.
elas e a possível relação entre a exis-
tência dessas proteínas em determi- Diversidade Biológica
nados organismos, associando-as ao
tipo de vida dos organismos ou ao O estudo da Biologia Compa-
ambiente onde vivem. rada requer um conhecimento da di-
Um zoólogo pode estudar a versidade biológica, que pode ex-
ocorrência de uma determinada es- pressar-se por, pelo menos, duas
trutura ou de um comportamento formas:
em diferentes grupos animais: pode  Diversidade de organismos;
comparar o comportamento de cor-  Diversidade de caracteres dos
tejo do macho de um macaco ao de organismos, ou seja, de estru-
uma ave e ao de um inseto. turas, moléculas e comporta-
Estudos comparativos permi- mentos.
tem avaliar se uma determinada es-
Para um leigo, pode parecer
trutura, ou um determinado com-
que a diversidade biológica é peque-
portamento, surgiu de forma inde-
na e bem conhecida. No entanto, tra-
pendente nos diversos grupos. O
ta-se de uma visão muito restrita, já
surgimento independente pode ter
tendo sido descritas cerca de 5 mi-
ocorrido como uma adaptação ao
lhões de espécies de animais, plan-
ambiente e ao modo de vida.
tas e demais grupos.
Tal estrutura ou comporta-
Estudos efetuados em flores-
mento, que ocorre em diversos gru-
tas tropicais mostram que a diversi-
pos, pode ter sido herdado de um
dade nesses ambientes é muito

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maior do que se conhece atualmen- base em parentesco, seme-


te. Estima-se que o número de artró- lhança morfológica, entre ou-
podes pode chegar a mais de 2 mi- tros, e sua hierarquização.
lhões de espécies. Além disso, mui-
Deste modo, a classificação
tas espécies marinhas de grandes
tem por objetivo a economia de pen-
profundidades são, praticamente,
samento, a facilidade de manuseio, a
desconhecidas. Dessa forma, acredi-
formulação de hipóteses de investi-
ta-se que a diversidade biológica é
gação e previsões.
muito maior do que se conhece atu-
As classificações devem ser es-
almente.
táveis e conter informação sobre a
A Biologia Comparada com-
semelhança morfológica, relações
põe-se de três elementos distintos:
evolutivas, entre outros aspectos.
 Descrição dos organismos e as
semelhanças e diferenças nas Desde tempos imemoriais que
suas características; a classificação dos organismos vivos
 História do organismo no tem- teve como base a tentativa de orga-
po; nização e simplificação dos sistemas
 História da distribuição destes vivos, logo os primeiros sistemas de
organismos no espaço. classificação eram práticos e arbitrá-
rios, ou seja, classificava- se de acor-
Sistemática e Taxonomia do com a utilidade, interesse econô-
mico, etc.
Deste modo, a classificação é
Esta classificação era não raci-
um meio de tornar inteligível a com-
onal, pois agrupavam-se organismos
plexidade do mundo vivo, agrupan- que não apresentavam nenhuma re-
do os organismos em categorias, se-
lação apenas porque preenchiam
gundo critérios preestabelecidos.
uma determinada propriedade
Para que se possa continuar, é
(eram saborosos ou perigosos, por
necessário fixar em mente alguns
exemplo).
termos, bem como o seu significado
Estas classificações também
exato, vamos lá:
são consideradas empíricas, ou seja,
 Sistemática - estudo da diver- não seguem um raciocínio científico,
sidade, descrição dos organis-
não utilizam caracteres observáveis
mos, incluindo a sua filogenia;
 Taxonomia - estudo da classi- pertencentes aos organismos (ser
ficação, incluindo nomes, nor- saboroso depende de quem classi-
mas e princípios; fica, não é uma propriedade inerente
 Classificação - ordenação dos ao organismo, como seria a cor
seres vivos em grupos, com verde, por exemplo), apenas servem

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necessidades humanas básicas, co- XVII), cujos trabalhos produziram


mo a alimentação e a defesa. uma classificação, pelo menos a ní-
Aristóteles foi o primeiro natu- vel dos animais, não muito diferente
ralista a classificar os organismos vi- da de Aristóteles.
vos de acordo com as suas caracte- Lineu classificou todos os or-
rísticas morfológicas, anatômicas e ganismos conhecidos na época em
fisiológicas, obtendo, nos animais, categorias que designou por espé-
dois grupos: cies. Agrupou as espécies em gêne-
 Enaima - animais de sangue ros, estes em famílias, ordens e clas-
vermelho, ovíparos e vivípa- ses. Posteriormente foram criadas
ros; mais duas categorias, divisão (plan-
 Anaima - animais sem sangue tas) ou filo (animais), que englobam
vermelho.
as classes. Lineu foi, também, o cri-
ador da chamada nomenclatura bi-
Um preconceito introduzido
nomial latina, ainda hoje utilizada.
por Aristóteles foi o fato de todos os
A classificação de Lineu, o Sys-
animais Serem móveis e todas as
tema Naturae, é racional, mas arti-
plantas imóveis, fato que se manteve
ficial pois por vezes usava apenas
até ao século XVII.
um caráter, como no caso de plantas
A classificação de Aristóteles é
em que apenas considerava distin-
racional, pois baseia-se em caracte-
tivo o número e localização dos esta-
rísticas inerentes aos animais. No
mes na flor.
entanto, todas estas classificações,
Lineu considerava que a natu-
quer as práticas, quer as racionais ou
reza e número das espécies era cons-
científicas, são artificiais, baseiam-
tante e inalterável - Fixismo -, pois
se num reduzido número de caracte-
cada indivíduo era comparado com
res, por vezes apenas um, originan-
um ideal, um padrão fixo - essencia-
do grupos extremamente heterogê-
lismo.
neos.
Vários autores da época criti-
Esses caracteres são escolhi-
caram a classificação de Lineu, no-
dos arbitrariamente, ignorando ou-
meadamente Buffon, que negou a
tras características, reunindo na
existência de classes, ordens, etc., na
mesma categoria organismos pouco
natureza, considerando- as, correta-
relacionados entre si (agrupar ani-
mente, uma criação da mente dos ci-
mais que voam, plantas pelo fato de
entistas.
terem um certo tamanho, etc.).
Com os descobrimentos, a
A moderna classificação bioló-
enorme quantidade e variedade de
gica teve início com Lineu (sec.

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organismos novos levou à necessi- não se limitando à morfologia. O


dade de uma classificação baseada conceito de população e de fundo ge-
num maior número de caracteres - nético também tiveram grande im-
classificação natural. No entanto, es- portância no desenvolvimento da
tas classificações continuavam a ser sistemática.
fixistas. Nos anos 1960 passou a recor-
Este período de enormes des- rer-se, também, à bioquímica para
cobertas, também no campo biológi- determinar as relações filogenéticas,
co, levou ao desaparecimento dos sendo, atualmente, a genética mole-
naturalistas e ao surgimento de es- cular uma das principais bases da
pecialistas em cada campo da biolo- classificação de organismos. Os
gia (mamologistas, herpetologistas, computadores, com a sua capacida-
etc.). de de comparar em tempo útil cen-
Apenas em 1859, com a Teoria tenas de caracteres, tornaram-se
da Evolução de Darwin, os sistemas fundamentais, de tal modo que de-
de classificação passaram a ter em ram origem à chamada taxonomia
conta e história evolutiva dos orga- numérica.
nismos. O objetivo principal da moder-
Estas classificações filogenéti- na taxonomia é produzir um sistema
cas ou evolutivas pretendem tradu- de classificações que relacione as es-
zir a posição de cada organismo em pécies semelhantes e originárias de
relação aos seus antepassados, bem um ancestral comum.
como as relações genéticas entre os Contudo, as dificuldades são
diferentes organismos atuais. Até várias e difíceis de ultrapassar, como
esta altura apenas eram considera- se observa nos pontos abaixo:
dos dois reinos, Animalia e Plantae,  Registro fóssil - é escasso ou
mas em meados do século XIX foi inexistente, como no caso dos
criado um terceiro Reino, o Reino microrganismos;
Protista, no qual foram incluídos os  Divergência - a partir de um
mesmo ancestral, as espécies
seres cuja classificação era incô-
evoluem para diversos fenóti-
moda ou pouco clara. pos atuais;
A partir de 1920, com a desco-  Convergência - espécies com
berta da teoria da hereditariedade antepassados distintos adqui-
cromossômica, os microscópios ele- rem estruturas análogas por
trônicos, etc, surge a sistemática, adaptação a meios semelhan-
uma nova ciência, que faz a classifi- tes;
cação usando todos os novos dados,  Redução - em certos grupos de
organismos existem simplifi-

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cações em relação a certos ca- uma metodologia capaz de recons-


racteres, o que pode ser to- truir as relações de parentesco entre
mado por primitivismo; as espécies.
 Subjetividade - as relações fi- De forma geral, no método
logenéticas são o resultado de
proposto por Hennig, o conceito de
uma interpretação dos fatos
por parte do investigador, logo relacionamento entre grupos ani-
podem ser Influenciadas pelo mais é relativo e está ilustrado na fi-
seu passado científico e emoci- gura 2 abaixo:
onal.
Relacionamento entre grupos
Atualmente existem três esco-
las principais de classificação, de animais
acordo com o ponto de vista do taxo-
nomista e com o objetivo da classifi-
cação. No entanto, cada uma destas
escolas reflete o pensamento de uma
época, dependendo dos conheci-
mentos científicos que existem, não
podendo considerar-se que exista
uma classificação definitiva.
Fonte: http://carlosriella4.blogs-
pot.com/2013/02/
Sistemática Filogenética
Considerando este método,
Nas décadas de 1950/60, o en-
acompanhe com atenção o seguinte
tomólogo alemão Willi Hennig, ao
desenvolvimento.
lançar os fundamentos de sua teoria
A sardinha e a lagartixa são
denominada sistemática filogenéti-
mais relacionadas entre si do que o
ca, provocou uma revolução no con-
são com o tubarão ou com a estrela-
ceito de sistemática, por incorporar
do-mar. Isto acontece porque a sar-
a evolução biológica em seu método.
dinha e a lagartixa se originaram do
Conceitos já estabelecidos por
ancestral comum denominado X.
Darwin, como os de organismos an-
Neste caso, X é um ancestral exclusi-
cestrais e descendentes com modifi-
vo da sardinha e da lagartixa e so-
cações, foram incluídos nesta teoria.
mente deles, não sendo ancestral do
As contribuições mais importantes
tubarão e nem da estrela-do-mar.
de Hennig foram as de fornecer
Por sua vez, o tubarão tem em
uma definição precisa de relaciona-
comum com a sardinha e a lagartixa
mento biológico e de desenvolver

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o ancestral Y, o qual não é o mesmo  Criar um sistema de classifica-


ancestral da estrela-do-mar. ção para ordenar a diversidade
Levando-se em conta a histó- biológica.
ria evolutiva, pode-se considerar
que um animal ancestral Z, que vi- Atualmente, a sistemática é
veu no tempo 0 (T0), originou, no uma ciência complexa, interpretati-
tempo 1 (T1), dois animais diferen- va e experimental e inclui uma gama
tes: a estrela-do-mar e o animal an- enorme de diferentes áreas da inves-
cestral Y. Em T2, o ancestral Y origi- tigação biológica, como a Ecologia
nou o tubarão e o animal ancestral X de Populações, a Biogeografia e a
que, por sua vez, em T3, originou a Genética.
sardinha e a lagartixa. A sistemática é importante
Apesar das semelhanças de não apenas para conhecer a diversi-
forma entre o tubarão e a sardinha, dade de formas, mas também para
ambos denominados peixes, a afini- que se possa avaliar a história da vi-
dade maior da sardinha é com a la- da no planeta, como surgiram estas
gartixa, devido ao fato de ambas formas e quais as condições ambien-
compartilharem um ancestral co- tais que permitiram o seu apareci-
mum X. Portanto, considera-se a mento.
sardinha como pertencente ao gru- É essencial que o estudante de
po-irmão da lagartixa e, por sua vez, Biologia tenha uma noção básica
o tubarão como pertencente ao acerca das principais escolas siste-
grupo-irmão que inclui a sardinha e máticas, ou taxonômicas, e as teo-
a lagartixa. rias atuais de classificação e recons-
Hennig mostrou, com o seu trução filogenética. Vamos, então,
método, como a sistemática deve re- tratar delas agora.
fletir a história evolutiva dos grupos
em uma relação de descendência Escolas Sistemáticas
com ancestralidade comum.
Na sistemática, as linhas ou
O conceito de sistemática foi
escolas de pensamento têm por ob-
então ampliado, tendo por princi-
jetivo principal explicar e ordenar a
pais objetivos:
natureza da diversidade dos orga-
 Descrever a diversidade bioló-
gica. nismos.
 Estudar e ordenar as relações Os animais são reunidos em
filogenéticas entre grupos. função de critérios de semelhanças,
 Compreender como se origi- formando grupos e subgrupos, con-
nou a diversidade. forme a maior ou menor afinidade.

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Normalmente, os resultados dessa Os animais como a minhoca, a


ordenação são apresentados na for- aranha, a estrela-do-mar e a lombri-
ma de classificações, árvores genea- ga, ao contrário do cachorro, do ja-
lógicas ou sob a forma de um texto, caré e do peixe, não apresentam uma
narrando, discutindo e estabelecen- coluna vertebral. Desta forma, um
do a história evolutiva dos grupos, pesquisador poderá classificá-los
também denominada Cenário Evo- em dois grupos:
lutivo.  Grupo I: cachorro, jacaré e
As diferenças quanto aos crité- peixe;
rios utilizados para reunir os grupos  Grupo II: minhoca, aranha, es-
de organismos, a utilização ou não trela-do-mar e lombriga.
do conceito de evolução e as teorias
Assim, o pesquisador definiria
nas quais se baseiam para classificar
o Grupo I de Vertebrados, por apre-
os animais fazem com que os pró-
sentarem como característica “Colu-
prios pesquisadores sejam agrupa-
na Vertebral”; e o Grupo II de Inver-
dos em diferentes escolas sistemáti-
tebrados, por não apresentarem tal
cas.
característica. Os grupos estudados
A seguir, iremos apresentar
foram reunidos considerando as
uma síntese sobre cada uma destas
maiores ou menores semelhanças
escolas, que foram, em sua maioria,
observadas pelo pesquisador, a fim
nomeadas pelo zoólogo e evolucio-
de organizar, em classes, a diversi-
nista Ernst Mayr.
dade biológica.
Escola Tradicional: Esta escola
Nessa escola, o pesquisador,
sistemática entende que as ativida-
mais do que qualquer um, seria o
des de classificação não necessitam
responsável por propor a classifica-
de um embasamento filosófico, ou
ção, através de sua sensibilidade e
seja, ela não apresenta nem teoria
por conhecer as semelhanças e dife-
nem método para ordenar o conhe-
renças dos grupos.
cimento. As classificações são basea-
Embora a ideia de evolução
das no conhecimento de taxonomis-
seja amplamente difundida, e prova-
tas profissionais e se realizam como
velmente aceita pelo pesquisador,
uma atividade catalogatória seme-
não existe o compromisso de que tal
lhante à de um colecionador de selos
conceito esteja presente no seu cri-
ou de moedas, que separa ou agrupa
coisas considerando suas semelhan- tério de classificação.
Escola Fenética: Na Escola Fené-
ças ou Diferenças.
tica (Termo criado por Mayr para

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

designar a taxonomia numérica. A Como observou o zoólogo e


palavra tem origem grega: phaínein evolucionista George Gaylord Simp-
= mostrar, expressar + ethos = co- son, o grande problema da escola fe-
mum a um grupo de indivíduos, sig- nética é o seguinte: “os membros de
nificando semelhança aparente co- um grupo são similares porque eles
mum a um grupo), também denomi- têm um mesmo ancestral comum.
nada taxonomia numérica, a organi- Não é porque eles são similares que
zação do conhecimento sobre a di- pertencem ao mesmo grupo”, assim
versidade dos organismos se baseia como “dois irmãos não são gêmeos
em um conjunto de métodos mate- idênticos porque se parecem, mas
máticos bem claros, porém não está porque são derivados do mesmo zi-
fundamentada em uma teoria bioló- goto”.
gica. Os zoólogos Gary Brusca e Ri-
Este conjunto visa a reunir chard Brusca (1991) também usam
grupos animais com o maior núme- uma analogia para explicar o proble-
ro possível de semelhanças observá- ma de se considerar apenas a maior
veis. As características de cada orga- similaridade entre grupos: “dois pri-
nismo são quantificadas através de mos podem se parecer mais um com
critérios matemáticos, e a similari- o outro do que com os seus respecti-
dade entre eles é expressa por por- vos irmãos, mas conhecendo a gene-
centagens de semelhanças e distân- alogia da família sabemos que os ir-
cias geométricas entre os organis- mãos são mais relacionados uns aos
mos. Em função das distâncias cal- outros do que cada um com seu
culadas, os organismos são reunidos primo”.
em grupos e subgrupos. A Escola Fenética apresenta
A Escola Fenética surgiu na alguns pontos em comum com a es-
década de 1950, nos Estados Uni- cola tradicional, como a utilização
dos, coincidindo com o aparecimen- de critérios de similaridade e, prin-
to dos primeiros computadores de cipalmente, a não fundamentação
grande capacidade e das primeiras na teoria evolutiva. Essencialmente,
calculadoras científicas. Os feneti- a Escola Fenética se diferencia da ta-
cistas, ao trabalharem com o maior xonomia tradicional pelo emprego
número possível de semelhanças, de métodos quantitativos e pela uti-
desvinculam-se de um enfoque evo- lização de um número maior de ca-
lutivo e das relações filogenéticas racterísticas semelhantes entre os
dos grupos estudados. organismos.

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Escola Evolutiva: A Escola Evolu- sangue frio (Os animais de sangue


tiva, também denominada Escola frio são denominados pecilotérmi-
Gradista, ao contrário da tradicional cos).
e da fenética, está embasada na teo- Por sua vez, entre os Tetrapo-
ria sintética da evolução, ou Neodar- da surgiram formas capazes de con-
winismo. Contudo, os gradistas ou trolar a temperatura corpórea, de-
taxonomistas evolutivos não desen- nominadas animais de sangue quen-
volveram nenhum método para or- te ou homeotérmicos. Tais formas
ganizar o conhecimento sobre a di- teriam surgido como dois grados in-
versidade biológica. dependentes: as aves com capaci-
Os critérios para reunir grupos dade de voo e com penas, e os mamí-
de organismos têm como suporte ao feros com pelos e glândulas mamá-
conceito de grados (Do latim gradus rias.
= passo, evolução, degrau, ordem). Tanto a taxonomia tradicional
Os grados são definidos como a ex- como a evolutiva utilizam-se da in-
pressão dos graus da história evolu- tuição como ferramenta para esta-
tiva dos grupos. Conforme este con- belecer o relacionamento entre gru-
ceito, um determinado grupo, que pos de organismos, ou seja, não de-
tenha Atingido a habilidade de ex- monstram claramente como e o que
plorar um ambiente muito diferente, fazem, estabelecendo grupos basea-
receberia um status Separado do dos em critérios muito subjetivos.
que têm seus ancestrais, ou seja, Escola Cladista: Esta escola siste-
passaria de um grado para outro que mática trabalha com o método origi-
lhe é superior. nalmente proposto por Willi Hennig
Um bom exemplo é encontra- (Willi Hennig (1913-1976) - Ento-
do entre os vertebrados. Os peixes, mólogo alemão, publicou em 1950 o
habitantes de ambientes aquáticos, livro Grundzüge einer Theorie der
representariam a forma mais pare- Phylogenetischen Systematik. Du-
cida com o ancestral dos demais ver- rante 16 anos, suas ideias ficaram
tebrados. A invasão do ambiente ter- praticamente desconhecidas para a
restre seria um grado na história comunidade científica. Somente em
evolutiva dos vertebrados. Desta 1966, elas foram difundidas, com a
forma, os demais vertebrados que se publicação em inglês da síntese de
adaptaram às novas condições do seu método de reconstrução filoge-
ambiente seriam reunidos em um nética, inicialmente denominada
novo grupo ou grado, o dos Tetrapo- sistemática filogenética. Atualmen-
da que, como os peixes, apresentam te, o termo mais utilizado para esta

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

escola de pensamento é cladismo). O logiaComparadaeEscolasSistemati-


Cladismo, algumas vezes chamado cas.html
de sistemática filogenética (Sistemá-
tica filogenética - Embora para al- Critérios Gerais de Classifica-
guns pesquisadores existem diferen- ção
ças entre sistemática filogenética e
cladismo, a abordagem adotada nes- Existem inúmeros critérios em
ta disciplina considerará os dois ter- que a classificação se pode basear,
mos como sinônimos), é fundamen- pois estes evoluíram tanto como a
tado na teoria da evolução orgânica própria biologia. Inicialmente estes
e apresenta uma metodologia com- critérios eram de morfologia exter-
patível com ela. Isto significa que os na, posteriormente surgiram os cri-
grupos são formados por relações de térios de morfologia interna e fisio-
parentesco estabelecidas através de logia, e, recentemente, passaram a
um ancestral comum. ser considerados dados de embriolo-
A meta principal dessa escola é gia, paleontologia, citologia e bio-
propor hipóteses testáveis de relaci- química.
onamento genealógico entre grupos Os principais critérios de clas-
naturais. Estes são definidos como sificação atuais são:
grupos formados por organismos Morfologia: este tipo de critério é
que possuem um mesmo ancestral de grande importância, mesmo atu-
comum. almente, mas deve ser usado com
Como uma metodologia siste- grandes precauções, pois indivíduos
mática, o Cladismo é baseado na com aspecto diferente podem per-
passagem, do ancestral para seu tencer ao mesmo grupo, bem como
descendente, das características que indivíduos semelhantes podem não
se modificam ao longo da genealo- estar relacionados. Por este motivo
gia do grupo. O estabelecimento de deve-se estar particularmente aten-
agrupamentos naturais é determi- to às seguintes situações:
nado a partir de características mo-  Metamorfoses - o mesmo indi-
dificadas que são novidades evoluti- víduo passa por várias formas
vas, herdadas de um ancestral co- durante o seu desenvolvimen-
to pós-embrionário, como no
mum que já as possuía. Disponível
caso dos insetos e alguns anfí-
em: http://www.educacaopu- bios. Neste caso corre-se o
blica.rj.gov.br/oficinas/ed_cien- risco de classificar em espécies
cias/peixes/quem/quem_falou/Bio- diferentes as várias formas;

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

 Polimorfismo - indivíduos qualquer plano que intersecte


adultos podem apresentar di- o eixo divide o organismo em
versas formas, como o caso duas metades especulares. Es-
dos cnidários, onde os adultos tes organismos são geralmente
podem ser pólipos ou medu- fixos, sendo esta simetria um
sas, ou no caso das abelhas; modo de interagir mais facil-
 Analogias - órgãos com origem mente em todas as direções.
embrionária diferente mas Uma flor com simetria radial
com formas semelhantes. A diz actinomórfica;
presença de analogias revela  Esférica - todo e qualquer pla-
evolução convergente ou no que intersecte o centro do
adaptação à ambiente seme- organismo divide-o em duas
lhante, não um parentesco dos metades especulares. Este tipo
organismos. de simetria, muito rara, é tam-
bém designada por simetria
Simetria corporal: alguns orga- em relação a um ponto.
nismos são assimétricos, outros
apresentam simetria em relação a Nível de organização estrutu-
um ou vários planos, que dividem o ral: este é um critério citológico de
corpo em partes especulares (como utilização relativamente recente:
um objeto e a sua imagem no espe-  Organização nuclear - nos pro-
cariontes não existe núcleo de-
lho). Assim, conforme o número de
limitado por membrana e o
planos de simetria, um organismo DNA não apresenta proteínas.
pode ter simetria: A divisão celular faz-se por ge-
 Bilateral - apresenta apenas miparidade ou cissiparidade, o
um plano de simetria. Este é o sistema sexual, quando existe,
caso mais comum, em que um é unidirecional. Nos eucarion-
plano sagital divide o ser em tes existe um núcleo organi-
duas metades (esquerda e di- zado e organitos. A divisão ce-
reita). Este tipo de simetria lular faz-se por mitose ou mei-
pode ser secundariamente ose;
modificada, externamente (ca-  Número de células - os orga-
racol, por exemplo) ou inter- nismos podem ser unicelula-
namente (órgãos internos as- res, multicelulares, solitários
simétricos, como no caso hu- ou coloniais;
mano). Uma flor com simetria  Grau de diferenciação corpo-
bilateral diz zigomórfica; ral - a diferenciação celular po-
 Radiada - simetria em relação de existir ou não, bem como a
a vários planos que se intersec- presença de tecidos e órgãos;
tam num eixo pois a simetria  Tipo de nutrição - o Sol é a fon-
existe em relação a um eixo, te primária de energia para a

16
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

vida e o carbono é um dos blo-  *absorção - o organismo se-


cos de construção da matéria grega para o exterior as enzi-
orgânica. mas digestivas e absorve as
moléculas simples, processo
Assim, atendendo à Fonte de característico dos fungos;
energia utilizada, os seres podem  Bioquímica - estudo compara-
ser: tivo da composição molecular
dos organismos permite esta-
 Autotróficos - organismos que
belecer relações de parentesco
utilizam uma fonte inorgânica
entre eles. Estas técnicas bio-
de carbono (CO2 ou CO);
químicas são especialmente
 Heterotróficos - organismos úteis para a classificação de
que utilizam uma fonte orgâ- microrganismos, onde é difícil
nica de carbono; a aplicação de outros critérios;
 Fototróficos - organismos que  Cariologia - estudo do carióti-
utilizam a energia luminosa po, pois todos os indivíduos da
para a síntese de matéria orgâ- mesma espécie apresentam
nica; número e morfologia dos cro-
 Quimiotróficos - organismos mossomas igual, com exceção
que utilizam energia química de organismos mutantes. Es-
(respiração ou fermentação) tudos deste tipo são comple-
para a síntese de matéria orgâ- xos e os resultados apenas
nica. Os seres foto e quimio- considerados como apoio de
autotróficos são produtores outras hipóteses;
nos ecossistemas, sendo estes  Sexualidade - os organismos
últimos responsáveis pela pro- podem ser monóicos ou her-
dução de matéria orgânica em mafroditas (dois sexos no
meios onde a luz não penetra. mesmo indivíduo), dióicos ou
Esta matéria orgânica é utili- gonocóricos (sexos separa-
zada pelos seres heterotróficos dos);
por dois processos:
 Embriologia - este é, sem dúvi-
 *ingestão - o indivíduo recebe da, um dos mais importantes
os alimentos do exterior e de- critérios de classificação, prin-
compõem-nos no seu interior. cipalmente em animais, pois
A digestão pode ser intracelu- tem sido considerado que pa-
lar (por fagocitose em vacúo- drões de
los digestivo, como nos protis-
 Desenvolvimento semelhantes
tas, poríferos e cnidários) ou
são indícios de relações filoge-
extracelular (em cavidades di-
néticas próximas.
gestivas especializadas para
onde são lançadas as enzimas
hidrolíticas, situação típica
dos animais multicelulares);

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

2. Taxonomia ou Sistemática

Fonte: Biologia Net2

G areth Nelson (1970) considera


que quaisquer comparações
entre seres vivos são assuntos da
e os organiza em sistemas classifica-
tórios. Atualmente, o paradigma da
área é que estes sistemas sejam con-
“Biologia Comparada”, a qual ele cordantes com a evolução dos gru-
considera um equivalente da própria pos biológicos, de tal forma que uma
Sistemática. A contraposição à Bio- classificação seja a forma mais rá-
logia Comparada é a “Biologia Ge- pida de acesso a uma fonte de dados
ral”, que trata de processos biológi- imensa sobre a morfologia, fisiolo-
cos; as duas juntas formam as Ciên- gia, biologia, biomoléculas, ecologia,
cias Biológicas. etc. Ou seja, virtualmente qualquer
A Sistemática seria, portanto, sistema de caracteres que permita
o ramo das Ciências Biológicas que comparação entre diferentes orga-
estuda a diversidade dos seres vivos nismos é uma ferramenta potencial

2 Retirado em https://www.biologianet.com/biodiversidade/classificacao-biologica-taxonomia.htm

19
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

para a Sistemática. Desta feita, a Sis- Por esse motivo é necessário


temática pode ser considerada como obedecer certas regras para dar no-
uma Metaciência, subjacente a todas mes aos animais; regras estas que só
as outras áreas das Ciências Biológi- foram estabelecidas após os brilhan-
cas. tes trabalhos do botânico Sueco Ca-
Só se pode conservar o que se rolus Linnaeus em 1758 (Carlos Li-
conhece e, por isso, o primeiro está- neu).
gio para conservar a biodiversidade A espécie é a unidade básica da
é descrevê-la, mapeá-la e medi-la classificação biológica. É formada
(MARGULES; PRESSEY, 2000 por um grupo de seres que possuem
apud MARQUES; LAMAS, 2006). características comuns, e que são di-
Para tal, o trabalho do sistemata é ferentes dos seres dos outros grupos.
essencial. Mais que isso, como polí- Os indivíduos da mesma espé-
tica para evitar a crise de biodiversi- cie originam de antepassados co-
dade atual, possivelmente a maior já muns e através do cruzamento for-
encontrada na história da Terra, a mam novos descendentes férteis.
comunidade de sistematas deve ter Não existe cruzamento natural
uma visão comum, avaliar critica- entre indivíduos de espécies diferen-
mente suas necessidades, estipular tes, quando ocorre são gerados des-
uma agenda de pesquisa ambiciosa, cendentes infecundos.
se apropriar de novas tecnologias e O gênero é formado por duas
inequivocamente deixar claras suas ou mais espécies que possuem algu-
aspirações (WHEELER ET AL, 2004 mas características em comuns.
apud MARQUES; LAMAS, 2006). A família é formada por dois
ou mais gêneros que possuem algu-
Taxonomia Animal mas características em comuns.
A ordem é formada por duas
Taxonomia (do Grego verbo ou mais famílias que possuem algu-
τασσε_ν ou tassein = “para classifi- mas características em comuns.
car” e νόμος Ou nomos = lei, ciência, A classe é formada por duas ou
administrar, cf “economia”) mais ordens que possuem algumas
Com tantos tipos de animais e características em comuns.
numerosos taxinomistas traba- O filo é formado por duas ou
lhando para denomina-los e des- mais classes que possuem algumas
crevê-los em diferentes países, po- características em comuns.
deriam surgir algumas confusões na O reino é formado pelo con-
nomenclatura. junto de todos os filos.

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

Existem também as categorias distinção de disciplinas subordina-


intermediárias, como subfilo, subes- das que se ocupam de analisar, a
pécie, subgênero, subfamília, etc., partir de diferentes perspectivas e
estas são usadas para demonstrar os com diversas finalidades cada um
graus de parentescos mais próxi- dos aspectos - morfológico, fisiológi-
mos. co, genético, evolutivo etc. - que in-
tegram a unidade biológica do reino
Curiosidade... animal. Também em analogia com o
outro grande campo da pesquisa bi-
As paredes de muitas cavernas ológica - a botânica - a zoologia pro-
habitadas por homens pré-históri- põe questões controvertidas no que
cos estão decoradas com figuras que se refere à classificação sistemática
reproduzem motivos variados, entre de determinadas espécies, geral-
os quais predominam as silhuetas de mente unicelulares ou de escasso de-
cervos, bisões, javalis e outros ani- senvolvimento evolutivo, que por al-
mais. O interesse do homem pelo gumas de suas características po-
meio zoológico data, pois, das ori- dem estar inseridas no reino animal
gens da espécie humana sobre a Ter- e, por outras, no vegetal.
ra. Embora o primeiro motivo da Um caso paradigmático dessa
atração exercida pelos animais sobre fonte de discussão é o microrganis-
o homem tenha sido, sem sombra de mo do gênero Euglena, dotado de
dúvida, a necessidade de alimento e capacidade de locomoção e capaz de
a caça, o desejo de conhecer e domi- capturar as substâncias que lhe ser-
nar as mais diversas espécies ani- vem de alimento, duas característi-
mais foi despertado também em cas definitórias dos animais, mas
função da própria inquietação inte- que possui clorofila em sua estrutu-
lectual inerente ao gênero humano. ra celular, como as plantas.
Desde tempos muito remotos, por- De fato, ao longo da história da
tanto, os animais estiveram presen- zoologia, os pesquisadores encon-
tes no âmbito do mágico ou do sa- traram grandes dificuldades na clas-
grado, tiveram aproveitada sua for- sificação sistemática do reino ani-
ça, pela domesticação de algumas mal, já que muitos de seus compo-
espécies, e foram objeto de contem- nentes apresentam caracteres que
plação pela própria beleza. em primeira instância os excluiriam
Da mesma forma que as de- desse grupo taxionômico. Assim, são
mais ciências naturais, a zoologia muitos os seres que, como as anê-
apresenta como traço fundamental a monas marinhas e as esponjas, pas-

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

sam praticamente todo seu ciclo vi- Santíssima Trindade, inclui a ima-
tal fixados a um mesmo substrato, gem da pomba para representar o
com o que satisfazem uma das con- Espírito Santo.
dições específicas do reino vegetal, e Em outros contextos, a mesma
são muitas também as espécies de imagem da pomba simboliza a espe-
briozoários, hidróides e outros in- rança, a paz e a pureza.
vertebrados marinhos que exibem Em interpretações certamente
uma aparência externa compatível menos elevadas, ainda que não me-
com as das plantas superiores. nos fundamentais, o conhecimento
Transcendendo o meio da pu- zoológico se estende até setores co-
ra investigação científica, a zoologia mo a economia, com especial aplica-
abrange total ou parcialmente as ção no que se refere às espécies des-
mais diversas áreas do conhecimen- tinadas à alimentação, e até as ativi-
to, ao mesmo tempo que se ocupa de dades esportivas como o hipismo, a
um reino da natureza, o reino ani- caça e a pesca (ENCYCLOPAEDIA
mal, cuja vinculação com o ser hu- BRITANNICA).
mano vem do fato de ser ele mesmo,
o Homo sapiens, classificado no Chave de Classificação Simpli-
mais alto grau da escala zoológica. ficada
As mais ancestrais referências
culturais de civilizações como a 1. Invertebrados
egípcia, a fenícia e a grega estão, de
fato, indissoluvelmente ligadas à  Poríferos: esponjas;
imagem e à noção de diferentes es-  Celenterados: corais (pólipos),
pécies animais. Tanto o amplo pan- águas-vivas (medusas);
teão do Egito faraônico, como a in-  Platelmintes: solitárias;
 Nematelmintes: lombrigas;
findável plêiade de figuras imaginá-
 Anelídios: minhocas;
ria da mitologia grega recorrem fre-
 Moluscos: polvos, lesmas;
quentemente à iconografia animal
 Artrópodes: insetos, aracní-
para encarnar divindades, faunos, dios, crustáceos;
quimeras e outros seres fabulosos.  Equinodermos: estelas-do-
Esse fato se repete também na maior mar.
parte das religiões surgidas na anti-
guidade. A simbologia alcança tam- 2. Cordados
bém as crenças cristãs, nas quais, a. Protocordados
por exemplo, uma das referências  Urocordados: ascídia;
essenciais, que são as três pessoas da  Cefalocordados: anfioxo.

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

b. Vertebrados 4. Quando existe subespécie, o


seu nome deve ser escrito depois do
 Peixes: ciclóstomos (agnatos), da espécie e sempre com inicial mi-
tubarões (cartilaginoso), sar- núscula.
dinha, dourado (Ósseos);
Ex: Rhea americana darwing
 Anfíbios: sapos, salamandras;
ou Apis mellifera adansoni
 Répteis: cobras, lagartos;
 Aves: avestruzes, patos, gavi-
ões; 5. Quando existe subgênero o seu
 Mamíferos: ornitorrincos (oví- nome deve ser escrito depois do
paros), cangurus (marsupi- nome do gênero, entre parênteses, e
ais), carnívoros, primatas (pla- sempre com inicial maiúscula.
centários). Ex: Anofheles (nissurrhyn-
chus) darlingi
Regras Básicas
6. O nome dos animais deve ser
1. O nome dos animais devem grifado ou deve se usar um tipo de
ser escritos em latim (Lineu usou o letra diferente do texto, em geral usa
latim, porque era a língua dos inte- o negrito ou caracteres itálicos.
lectuais em sua época). 7. Se um gênero ou espécie foi
2. Todo animal tem obrigatoria- descrito mais de uma vez, deve-se
mente dois nomes no mínimo. O pri- sempre usar o primeiro nome que o
meiro é o do gênero e o segundo o da animal foi descrito, mesmo que seja
espécie (Sistema binominal criado errado. É a lei da prioridade. Expl.
por Lineu). Ex: Homo sapiens Trichuris trichiura é conhecido tam-
3. O nome do gênero deve ser bém como tricocéfalo, em vista de
sempre escrito com inicial maiús- ser usado durante muito tempo o
cula, e o da espécie com inicial mi- nome Tricocephalus trichiuris. O
núscula. Ex: Trypanosoma cruzi nome mais antigo Trichuris - (thirix
= cabelo; aura = cauda) significa
Quando se dá o nome específi- cauda capilar. Quando se descobriu
co em homenagem a uma pessoa, que a parte filiforme do verme cor-
como no exemplo acima, acrescen- respondia à extremidade cefálica e
tamos a letra i no sobrenome do ho- não caudal, procurou-se mudar o
menageado se for do sexo mascu- nome para Trichocephalus, o que
lino. Ex: Carlos Bates = batesi. não é permitido pela regra da priori-
Quando o Homenageado for dade.
feminino, acrescentamos ae no so-
brenome. Ex: Sônia Costa = costae.

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

8. Nos trabalhos científicos, de- Na região do Amazonas exis-


pois do nome da espécie coloca-se o tem cientistas tentando provar que
nome do autor (o naturalista que a um animal que aparece no folclore
descreveu) e o ano da publicação do com o nome de mapinguarí pode ser
trabalho onde foi descrito. Expl. Tri- o megatério ou preguiça gigante,
atoma infestans - Klug, 1834. mamífero muito comum no Brasil
no período mioceno.
Obs. O nome do autor e data, Talvez um pequeno grupo iso-
citados entre parênteses, indicam lado possa ter se conservado em re-
que a espécie em questão foi descrita giões remotas da floresta. Nos Esta-
originalmente em gênero diversos dos Unidos, existem muitas pesqui-
do que aparece citado. Expl. Trypa- sas tentando provar a existência dos
nosoma cruzi (Chagas, 1909). Origi- pés grandes, um tipo de primata
nalmente foi descrito como Schizo- muito mais parecido com os seres
trypanum cruzi. Dias, em 1939 foi humanos do que as espécies conhe-
quem rivalidou. cidas atualmente, que viveria em flo-
restas densas ou no alto de monta-
Mais Curiosidades... nhas remotas. Esse animal descrito
por muitas pessoas é similar ao ho-
A criptozoologia é uma parte mem das neves, que viveria no Hi-
da zoologia que estuda animais des- malaia.
conhecidos, buscando evidências de Alguns anos atrás se supunha
sua existência. Essa ciência existe que existiriam mamíferos que tives-
porque nem todos os seres vivos são sem uma forma de vida similar à dos
conhecidos, muitas espécies de ani- insetos sociais. Isso foi provado com
mais além de raras vivem em habi- a descoberta do rato toupeira pela-
tats quase inacessíveis aos seres hu- do, um roedor que vive em colônias
manos. subterrâneas nos desertos da África
Alguns biólogos se guiam atra- do Sul. A única fêmea com capaci-
vés de lendas ou relatos populares dade de se reproduzir (rainha) é bem
tentando provar a existência de se- maior que os outros membros do
res como os pés grandes, yetis, grupo, há divisão de tarefas e todos
monstros marinhos, etc., sendo que se sacrificam para a Manutenção do
se tratam de cientistas respeitáveis e grupo.
não de um grupo de fanáticos igno-
rantes.

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

Taxonomia Vegetal pelo qual todos os vegetais são no-


meados pelo gênero e pela espécie, e
A classificação e sistematiza- das teorias da evolução e da seleção
ção dos organismos vegetais consti- natural enunciadas pelo britânico
tuiu uma permanente preocupação Charles Darwin. Elementos intro-
dos especialistas em botânica desde duzidos em seguida no campo da ta-
que essa disciplina começou a se xionomia vegetal acabaram por deli-
constituir como ramo diferenciado mitar, em termos precisos e rigoro-
das ciências naturais. samente científicos, as margens
Já na antiguidade clássica, Te- dentro das quais se dava a evolução
ofrasto e Dioscórides estabeleceram do reino vegetal.
os primeiros padrões de classifica- Cabe assinalar a importância
ção vegetal, embora suas contribui- da diferenciação de dois grandes
ções ainda se achassem distantes da grupos: o dos talófitos e o dos cor-
classificação fundamentada em cri- mófitos. Os primeiros - algas, fun-
térios filogenéticos e evolutivos que gos, liquens - apresentam tecidos
posteriormente prevaleceria. sem diversificação fisiológica deno-
Assim, por exemplo, a classifi- minado talo, enquanto os cormófi-
cação de Teofrasto se baseava nas tos - musgos, fetos e plantas superi-
características morfológicas exterio- ores - são dotados de estrutura em
res das árvores, arbustos, subarbus- cormo, eixo longitudinal constituído
tos e ervas, e tomava elementos ana- de raiz, caule e folhas.
tômicos e fisiológicos das raízes, Apesar dos avanços registra-
caule, tecidos condutores etc. como dos na classificação das espécies ve-
traços diferenciadores. getais, restam ainda controvérsias
A partir da Idade Média, suce- no que se refere à abrangência de
deram-se as tentativas de criar uma cada grupo. São muitos os botânicos
classificação global regida por crité- que defendem, por exemplo, a exclu-
rios racionais e registraram-se con- são dos fungos do reino
tribuições de grandes homens de ci- Vegetal em razão de sua carên-
ência, como santo Alberto Magno, o cia de função fotossintética, enquan-
árabe al-Biruni, Andrea Cesalpino e to outros defendem a dupla inclusão
Marcelo Malpighi. de certas espécies de algas unicelu-
A culminância dos esforços de lares no campo da botânica e da mi-
classificação botânica se deu, po- crobiologia (ENCYCLOPAEDIA
rém, com o surgimento do método BRITANNICA).
criado pelo cientista sueco Lineu,

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

Botânica Aplicada  Briófitas: hepáticas, antóceros


e musgos
Em virtude do interesse que  Pteridófitas: samambaias
pode apresentar sua aplicação, a
grande maioria dos vegetais que me- 2. Fanerógamas
recem especial atenção dos pesqui-
sadores botânicos é de plantas supe-  Gimnospermas: pinheiros,
riores - gimnospermas e angiosper- abetos
mas, razão pela qual sua distribuição  Angiospermas: árvores frutí-
feras, leguminosas, cactos, etc.
costuma obedecer a critérios funcio-
nais, não só opostos como comple-
Botânica Antiga e Moderna
mentares aos estritamente taxionô-
micos. Entre os primeiros estudos bo-
A partir dessa premissa, en- tânicos, escritos por volta de 300
contram-se múltiplos critério usa- a.C., estão dois grandes tratados de
dos para ordenar as espécies vege- Teofrasto: “Sobre a História das
tais superiores, nos quais intervêm Plantas” (História Plantarum) e
fatores morfológicos, como os que “Sobre as Causas das Plantas”. Jun-
distinguem espécies arbóreas, ar- tos, estes livros constituem-se na
bustivas e herbáceas, e fatores con- contribuição mais importante à ci-
dicionantes, relacionados à aplica- ência botânica durante a antigui-
ção de cada espécie, que permitem dade e a Idade Média. O médico e es-
diferenciar plantas comestíveis, me- critor romano Dioscórides, fornece
dicinais, fornecedoras de fibras têx- importantes evidências sobre o co-
teis etc. nhecimento das plantas entre gregos
Destacam-se entre os vegetais e romanos.
superiores as grandes espécies arbó- Em 1665, usando um micros-
reas, que apresenta grande varie- cópio primitivo, Robert Hooke des-
dade de formas, dimensões e meios cobriu células em cortiça; pouco
de desenvolvimento (ENCYCLOPA- tempo depois em tecidos vegetais vi-
EDIA BRITANNICA). vos. O alemão Leonhart Fuchs, o su-
íço Conrad Gessner, e os autores bri-
Chave de Classificação Simpli- tânicos Nicholas Culpeper e John
ficada Gerard, publicaram herbais (livros
sobre ervas) com informações de
1. Criptógamas
usos das plantas.
 Talófitas: algas pluricelulares

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

Chegando à modernidade,  Entender processos funda-


uma quantidade considerável de co- mentais;
nhecimento é gerada, hoje em dia,  Utilizar remédios e materiais;
pelo estudo de plantas “modelo”, co-  Entender mudanças ambien-
mo Arabidopsis thaliana. Esta mos- tais.
tarda ruderal foi uma das primeiras
Vale lembrar...classificação
plantas a ter seu genoma sequenci-
geral:
ado. Outras mais comercialmente
importantes como arroz, trigo, mi-  Reino;
 Filo (animais)/Divisão (plan-
lho e soja estão tendo seu genoma
tas);
sequenciado, embora algumas delas  Subfilo/Subdivisão;
sejam mais desafiadoras por possuí-  Superclasse;
rem mais de uma cópia de seus cro-  Classe;
mossomos, uma condição conhecida  Subclasse;
como poliploidia. A alga verde uni-  Superordem;
celular Chlamydomonas reinhardtii  Ordem;
é outro organismo modelo que tem  Subordem;
sido extensivamente estudado e for-  Superfamília;
nece importantes informações sobre  Família;
a biologia celular.  Subfamília;
 Gênero;
Por que Estudar as Plantas?  Subgênero;
 Espécie;
 Subespécie;
As plantas são fundamentais
 Como exemplo, considere-sea
para a vida na Terra. Elas geram oxi-
classificação do Ser humano;
gênio, alimento, fibras, combustí-  Reino: Animalia;
veis e remédios que permitem aos  Filo: Cordado;
humanos e outras formas de vida  Classe: Mamífero;
existir. Enquanto realizam tudo isso,  Ordem: Primata;
as plantas ainda absorvem dióxido  Família: Hominidae;
de carbono, um importante gás do  Gênero: Homo;
efeito estufa, através da fotossíntese.  Espécie: Sapiens.
Uma boa compreensão das plantas é
crucial para o futuro de nossa socie-
dade, já que nos permite:
 Alimentar o mundo;

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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA

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