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Estrutura e inspirações
Hoje certificada com o Selo Arte e licenciada pelo Serviço de Inspeção de Produtos de
Origem Animal (SispSISP) de São Paulo, a Capril conta com quatro funcionários,
produzindofabricando ativamente 10 tipos de queijos, com uma ofertaprodução
mensal de aproximadamente 600 kg. Heloisa se inspira basicamente na sua
experiência e na dos queijeiros que conhece e admira. “A primeira inspiração sempre
vem de um queijo que eu comi, gostei e quero modificar de alguma forma. Existe um
ponto zero que é o da inspiração, depois o planejamento e, por fim, a fase longa de ir
acertando o processo até que o queijo seja considerado apto e aprovado para ir para o
mercado.”
Cenário nacional
Para a especialista, a atividade queijeira está muito forte, com workshops, cursos e
concursos contribuindo para que ela aumente. “Quem faz queijo artesanal é
intrinsecamente interessado em alimentos de boa qualidade e em investir numa
atividade de valor. E isso não é fácil nem imediatamente lucrativo, pelo contrário. O
queijeiro é um profissional dedicado, por princípio.” O problema, diz, são os altos
custos de mão de obra, ração animal e insumos e a falta de apoio oficial e subsídios
pelo governo. Ou seja, não é fácil se manter na atividade queijeira.
Metas e dificuldades
Heloisa revela que as metas da Capril são muito modestas atualmente. “A gente está
tentando sobreviver, não temos meta de crescimento este ano.” Mas não por
acomodação: são as enormes dificuldades em vários níveis, afirma. Em termos locais,
os custos de mão de obra; em termos nacionais, os custos dos insumos, importados e
absurdamente caros, chegando aqui a peso de ouro, principalmente com a moeda
muito desvalorizada. “Mas é claro que a gente faz um esforço para manter o que
temos., Nnos últimos dois anos crescemos muito, o que nos dá uma pequena margem
para diminuir o ritmo.”
Processos manuais
Fugindo do comum
Como muitos queijeiros premiados, Heloisa reconhece que as premiações são muito
importantes e aponta o feedback oficial dos profissionais especializados como uma das
suas grandes vantagens — até mesmo quando o queijo não é premiado. “Valorizamos
muito este tipo de análise. É claro que é muito gostoso ganhar prêmios, são sempre
bem-vindos, é um reconhecimento pelo trabalho e dedicação e sempre ajudam nas
vendas — talvez hoje um pouco menos, porque os concursos estão virando uma coisa
meio comum demais, , com muito concurso e muitas medalhamedalhas circulando por
todo canto. Então, vulgarizou um pouco, como quase tudo hoje.”
Concursos e critérios
Os critérios de avaliação dos concursos, segundo ela, ainda não estão bem resolvidos:
“O Brasil ainda é ‘bebê’ nesta atividade de julgamento de queijo, não tem tanta gente
assim que saiba analisar um queijo com critérios estáveis. São dois problemas: de
critérios e de experiência do avaliador, alguns com muita experiência e outros com
poucanada. Mas, para entender de queijo, não é da noite para o dia”.
Outra questão, diz, é que o número de concursos e de queijos inscritos é muito grande
e não há tempo nem gente formada suficiente para julgar, um problema em relação
aos avaliadores. “Minha sugestão é que todo mundo aprimore os seus conhecimentos
práticos, aperfeiçoando sua capacidade de registrar as características do queijo que
está comendo. E façam atividades preparatórias em oficinas para avaliadores de
queijo, o que nem sempre é viável . — não sei é viável.” Mas, segundo Heloisa, isso vai
sendo resolvido com o tempo. O importante, avalia, é que os concursos e prêmios
chamam mídia, público — e vendas.
Os prêmios
Azul do Bosque
Cacauzinho
Coração em Brasa
Dolce Bosco
Lua do Bosque
Pirâmide
Serra do Lopo