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Análise semiótica
Bojack Horseman
Bojack Horseman é uma série de animação adulta com enfoque dramático original da Netflix, a série é
ambientada em um mundo onde os seres humanos e animais antropomórficos vivem lado a lado,
enfocando especificamente a vida decadente da estrela do seriado dos anos 90, Bojack Horseman.
A série faz uma excelente sátira ao usar a indústria do entretenimento estadunidense para abortar assuntos
como, depressão, ansiedade, angústias existenciais, traumas, vícios, comportamentos autodestrutivos e a
condição psicológica humana por uma perspectiva realista e adulta.
A análise semiótica proposta usará uma cena da sexta temporada (última) episódio 15 (penúltimo
episódio) a partir dos minutos 15:17 até o minuto 17:05. Para nortear está análise será utilizado os
conceitos apresentados em aula de níveis; fundamental, narrativo e discurso.
Análise da cena
Um pouco de contexto:
Bojack passa por inúmeras transformações profundas durante todas as temporadas em consequência de
suas terríveis decisões, passando desde o afastamento de sua melhor amiga Diane, a morte de sua mãe
Beatrice, seus vícios em drogas e bebidas alcoólicas, seu internamento em uma clínica de reabilitação, a
descoberta de uma irmã e sua recaída novamente em bebidas alcoólicas. Tal recaída que o leva até o
momento da cena que será analisada, onde Bojack após uma crise, exagera no consumo de álcool e
atormentando por sua consciência perturbada volta até sua antiga casa, se embebeda ainda mais e a
destrói, e acaba caindo desacordado na piscina.
Bojack então é levado por sua consciência até um sonho onde ele reencontra diversas pessoas conhecidas
que já morreram e de alguma forma ele ainda não havia superado, fazendo ele ter vários diálogos
existenciais com cada um deles e em particular com Secreteriat, figura que mescla a representação de seu
ídolo quando criança e também, por algum motivo, representa seu pai.
Cena:
Bojack e Secreteriat saem para conversar e fumar em um ambiente externo, os dois estão enquadrados
com uma enorme lua de fundo. A natureza do dialoga passa por entre decisões erradas que ambos
tomaram e os motivos que os levaram a fazer, e também os arrependimentos até ali.
O sentido discursivo se esbarra no narrativo, pois é muito significante como esse diálogo é apresentado de
forma simples na superfície mas complexa em camadas, por exemplo, como Bojack sabe se tratar de um
sonho no fundo ele tem o sentimento que essa conversa é apenas seu consciente conversando com seu
inconsciente que é representado por duas figuras importantes porém conflitantes, seu ídolo Secretariat e
seu pai extremamente tóxico.
Os três níveis se misturam de forma muito harmônica, onde mesmo sendo uma animação e os
personagens serem representados por cavalos humanoides, qualquer ser humano consegue se enxergar ali,
a forma como as expressões são apresentadas mostra expressões reais quando se tem uma conversa
difícil. Mesmo sem trilha sonora o ambiente ao fundo deixa um sentimento triste e de lamentação.
Sequência didática
O protagonista do longa metragem é o menino Ishaan Awasthi, que sofre de dislexia e é incompreendido
pela família e pela escola sendo vítima de preconceito e bullying. Seu destino muda quando o professor
de artes Nikumbh consegue diagnosticar a razão da dificuldade de aprendizagem do menino e se esforça
para motivá-lo.
A ideia central do uso desse filme para a elaboração dessa sequência didática vem de como ele trabalha o
olhar do professor sobre o aluno, como a abordagem atenciosa de um professor pode transformar a vida
de um aluno.
Levando em conta um curso de licenciatura, trabalhar e estimular essa visão em futuros professores é de
extrema importância, na verdade não só em ensino de ciências biológicas mas em um conceito geral de
formação de professores.
Criando um paralelo entre o filme e a forma como algumas instituições pensam e moldam professores
poucos preocupados com o real aprendizado e integração de seu aluno, trazer um filme como o Como
estrelas na terra, agregaria e muito na visão de alunos de licenciatura.
Um método que poderia ser adotado, é usar duas aulas para os alunos em um primeiro momento
assistirem a esse filme e terem uma segunda aula para o debater.
O debate deve ser guiado no sentido de: os alunos elaborarem um debate sobre a importância do professor
destacar as individualidades de cada aluno. Discutir como lidar com alunos que possuem alguma
desordem de aprendizado, pensando em maneiras de melhor adaptar o ensino de ciências biológicas para
esses alunos.
Pode ser proposta também uma dinâmica em grupo encenando situações do filme onde o professor
precisa encontrar formas diferentes de ensinar o conteúdo.