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ANDREA HELENA FERREIRA BRAGA LUIS FERNANDO CRESPO

DEBORA MEYHOFER FERREIRA MAYRA MOREIRA DA COSTA


LAIRA LÚCIA DAMASCENO DE OLIVEIRA RODRIGO GOUVÊA TAKETANI

INICIAÇÃO À PESQUISA
CIENTÍFICA
UNIDADE 3

PREPARANDO-SE PARA A VIAGEM:


LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS

INTRODUÇÃO
Os viajantes reuniram-se para decidir… Por onde começar a busca pelo destino ines-
quecível? Qual ferramenta usar? Como descobrir o que é importante? Enquanto Pedro
e Júlia continuavam pensando, João fazia uma busca rápida na internet: “Vejam! Neste
vídeo há várias informações sobre a Índia! Vamos assistir!”. Pedro e Júlia sentaram-se
ao lado de João e todos começam a assistir o vídeo. No entanto, não conseguiram en-
tender coisa alguma: as pessoas no vídeo falavam outro idioma!

O tema desta unidade será a leitura especializada de textos científicos. Buscaremos


salientar a importância da leitura para a investigação científica e o fato de que podemos
usar regras básicas de leitura para facilitar a aprendizagem e a melhoria da escrita,
aprimorando, desse modo, nossa vida acadêmica e profissional. Apresentaremos as
etapas da leitura científica, evidenciando a necessidade de interpretação adequada
de resultados, argumentos e teses de textos científicos, bem como sua análise crítica
em oposição à leitura passiva ou decorada. Abordaremos, além disso, o chamado mé-
todo cartesiano de pesquisa, tendo em vista a ordenação eficaz da nossa trajetória de
investigação. Esses passos são alicerces fundamentais da pesquisa científica rigorosa.

1. A LEITURA CIENTÍFICA
A leitura especializada de textos científicos exige que sigamos certas regras, distinguin-
do-se de outros tipos de leituras, como a leitura de romances, poesias, cartas, entre
outros. Embora estes tipos possam, em alguns casos, serem objetos de uma investi-
gação científica e, por isso, não é raro que venham receber o mesmo tratamento que
daríamos aos textos escritos com propósitos exclusivamente científicos ou acadêmicos,
na maioria dos casos, a leitura desses tipos de obras literárias não exigirão o mesmo
tipo de esforço ou técnicas necessárias na leitura científica.

Muitas vezes, a leitura especializada demandará familiaridade e conhecimento de pres-


supostos ou domínio de ferramentas, de acordo com cada área de investigação. Por
exemplo: princípios de estatística clássica, conhecimento de termos e nomenclaturas ca-
nônicas, familiaridade com certos ingredientes, literatura e estilo de texto, conhecimento
de lógica proposicional, princípios de cálculo, disciplinas técnicas específicas, introduções
às noções básicas, noções de cartografia, leitura de um determinado idioma, etc.

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U3 Preparando-se para a viagem: leitura de textos científicos

Se a leitura for difícil, não desanime, siga essas regrinhas básicas que visam facilitar
a leitura e o entendimento da obra:
SUGESTÃO DE LEITURA

- Sublinhe as informações importantes (um marca-texto também ajuda!).

- Utilize linhas verticais nas margens quando os parágrafos forem muito extensos ou
quando quiser ressaltar afirmações já sublinhadas.

- Utilize asteriscos e/ou outros sinais na margem quando desejar colocar uma infor-
mação em evidência.

- Enumere afirmações ou proposições que apresentem uma ordem sequencial; anote


suas dúvidas na própria obra.

1.1. O MÉTODO CARTESIANO


O método de Descartes é um ótimo guia para pes-
quisadores iniciantes: partimos do simples ao comple-
xo, ao invés de avançar etapas e tentarmos entender
textos mais difíceis e complexos, sem o arcabouço
necessário para isso. Não raramente, precisaremos
também reler um texto mais de uma vez, para de fato
compreendê-lo. Assim como em um percurso de via-
gem, não podemos pular etapas do caminho, e preci-
samos ter paciência e perseverança para chegarmos
ao nosso destino da melhor forma possível. Há muitas
tarefas que precisamos fazer antes das outras, sem
perder de vista onde queremos chegar.

René Descartes foi um filósofo do século XVII mui-


to importante para o desenvolvimento da ciência
Descrição: retrato de Rená Descartes (1596-
1650), por Frans Hals Fonte:Wikimedia moderna. A adoção contemporânea do método car-
Commons tesiano, exatamente como apresentado por ele na
sua época (1637), seria um tanto defasada. Desde a publicação de seu método, muitas
discussões, especialmente críticas contra o racionalismo advindas da vertente empiris-
ta, foram levantadas. Não obstante, sua relevância para a metodologia científica, com
as devidas adaptações, faz-se ainda presente e pode ser particularmente útil para nos
auxiliar na organização das nossas leituras especializadas, especialmente a terceira
parte: ordenar os objetos dos mais simples de se conhecer aos mais complexos. As
outras partes, que também serão muito úteis a qualquer pesquisador são as seguintes:
aceitar como verdadeiro somente o que for evidente (primeira parte); dividir as dificulda-
des em parcelas (segunda parte; e fazer revisões completas (quarta parte).

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O método de Descartes
1 Aceitar como 2 Dividir as
verdadeiro dificuldades

1 2
somente o que em parcelas
eu conhecer
de forma
evidente

4 3
4 Fazer 3 Ordenar os
pensamentos dos
revisões
objetos mais
completas
simples de conhecer
aos mais
complexos

É importante salientar que partir do mais simples ao mais complexo não significa partir
do que exige menos esforço. Muitas vezes, para o desenvolvimento pleno de habilida-
des básicas, precisaremos nos empenhar com afinco, constância, paciência e dedica-
ção, entendendo que adquirir esses pré-requisitos leva tempo.

Quais conteúdos básicos você precisará dominar agora? Isso dependerá muito da sua
área de pesquisa e tema específico a ser investigado. Durante a graduação, nos di-
ferentes cursos, grande parte dos componentes curriculares já estão organizados de
acordo com essa ordem na grade curricular. Além disso, durante a pesquisa e revisão
bibliográfica, o estudante fica ciente de quais são as línguas mais importantes para
acesso ao conteúdo de seu tema de pesquisa, quando necessário, ou outras habilida-
des que possam vir a serem demandadas.
EXEMPLO

Se Pedro, João e Júlia decidem ir à Grécia, não faz sentido para eles aprenderem
hindi ou mandarim, dado que o objetivo deles é entender o básico do idioma do país
de destino.

2. NÍVEIS DE LEITURA
Na obra Como ler livros: o guia clássico da leitura inteligente (1972), escrito por Morti-
mer Adler e Charles Van Doren, encontramos um ótimo guia para o direcionamento da
leitura acadêmica especializada. Ainda que limitado à ótica clássica ocidental e euro-
centrada, se tivermos em mente essas considerações e com as devidas atualizações, o
trabalho de Adler e Doren pode auxiliar sobremaneira o processo de leitura especializa-
da, principalmente através da distinção entre níveis de leitura.

São eles: o nível de leitura elementar, o nível de leitura inspecional, o nível de leitu-
ra analítica, e o nível de leitura sintópica. Eles são cumulativos, isso significa que o
último nível englobará todos os antecedentes, sem anulá-los.

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2.1. LEITURA ELEMENTAR


Também chamada de leitura básica ou inicial, a leitura elementar consiste no primeiro
nível de leitura dos indivíduos. Corresponde, desse modo, à alfabetização e capacidade
de decodificar símbolos através da formação e compreensão primária do significado de
palavras e frases. A pergunta-chave deste nível é: o que diz a frase?

Consiste em uma fase de leitura mais instrumental e menos ativa. Embora devamos
considerar os trabalhos de grandes educadores, como Paulo Freire, demonstrando que
mesmo o processo de alfabetização não precisa ser passivo e alienado da realidade.
Mesmo assim, nesta fase, os leitores iniciantes ainda não dominam outras habilidades
que proporcionarão uma maior capacidade crítica. Todos os leitores, do iniciante ao
mais experiente, precisam dominar este nível elementar de leitura.
EXEMPLO

Mesmo leitores experientes podem vir a se encontrar somente no nível elementar de


leitura, quando, por exemplo, estiverem aprendendo um novo idioma.

2.2. LEITURA INSPECIONAL


A leitura inspecional, também, chamada de pré-leitura, consiste em folhear a obra
(ou passar as páginas de um texto digitalizado) de forma sistemática, observando a
parte mais superficial do livro (ou de outros tipos de obras) em um curto período de
tempo. Tratar-se-á de um primeiro contato interessado com a obra e não apenas um
folhear mecânico, desinteressado. Lemos as informações básicas, os sumários, resu-
mos, prefácios, etc. Nesta fase, podemos ter de dedicar ainda algum tempo substancial
para a aquisição de informações adicionais, como o contexto histórico da obra ou de-
mais dados que possam ser relevantes para esse primeiro contato. Além disso, também
realizamos uma leitura rápida, sem aprofundamento, afim de ter uma visão geral da
obra. Podemos aplicar técnicas de leitura dinâmica, mas mesmo aqueles que não têm
domínio de tais técnicas, não terão dificuldades em realizar esta fase. Ela não consiste
em ler apenas algumas partes selecionadas, mas antes em uma familiarização geral e
superficial com toda obra, em um curto período de tempo.

Este nível envolverá mais de uma pergunta-chave, entre elas: qual o tipo e gênero da obra?
Sobre qual assunto se trata? Quais são as informações básicas? Qual é a sua estrutura?

2.3. LEITURA ANALÍTICA


Ao contrário da leitura inspecional, a leitura analítica, consiste na melhor leitura pos-
sível em um período ilimitado de tempo. Este tempo, poderá variar, dependendo da
obra, do contexto, e do arcabouço do leitor, mas nunca se limitará a uma leitura rápida e
superficial. Nesta etapa, será demandada a capacidade interpretativa adequada e revi-
sões elaboradas por parte do leitor. Trata-se de uma atividade complexa, na qual o leitor
precisará se utilizar de técnicas rigorosas de avaliação argumentativa e assimilação de
conteúdo. Aqui, a leitura ativa e nossa capacidade crítica serão essenciais. Buscamos,
desse modo, entender a obra de forma completa e adequada, consistindo assim, numa
leitura efetiva e aprofundada.

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2.4. LEITURA SINTÓPICA


A leitura sintópica, também chamada de leitura de controle, consiste no nível de
leitura mais complexo de todos. Aqui vamos além da obra em causa e a relacionamos
a outras obras. Por isso, ela nos exige a leitura de vários livros e diferentes tipos de
textos científicos ou acadêmicos. Essa relação não consiste na mera comparação, mas
no desenvolvimento de uma análise mais completa, que irá além daquelas contidas nas
próprias obras lidas. É também nesse nível que nossa capacidade de leitura ativa e crí-
tica pode alcançar sua plenitude. Ela permite uma ampliação de perspectiva, na medida
em que consideramos distintos trabalhos, argumentos e teses, muitas vezes contrárias,
semelhantes, complementares, ou distintas em determinados aspectos. Consideramos
ainda como pertencente a esta fase a discussão com pares, que torna nossa pesqui-
sa ainda mais dinâmica e qualificada, através da troca de argumentos, informações e
aprendizagens. Grupos de estudos e de discussão podem fazer toda a diferença neste
nível e na pesquisa dos estudantes em geral.

No canal do youtube Três Vias – Estudos Clássicos, encontramos uma resenha


completa da obra Como ler livros: o guia clássico da leitura inteligente (1972) de Adler
SAIBA MAIS

e Van Doren.

Confira a playlist de vídeos no seguinte endereço:

https://www.youtube.com/watch?v=Q6FihxE27Rw&list=PLeWztMx2J49HeeceD-
QLQ1oc0OUcJzHnVt&ab_channel=Tr%C3%AAsVias-EstudosCl%C3%A1ssicos

3. MÉTODO SQ3R
O método SQ3R (também chamado de técnica SQ3R), foi criado pelo psicólogo edu-
cacional Francis Pleasant Robinson em 1946. Ele consiste em um método de estudo e
leitura, que, assim como os apresentados anteriormente, é divido em fases ou etapas, au-
xiliando, desse modo, os estudantes na obtenção de um melhor aproveitamento durante
seu processo de pesquisa. A sigla SQ3R vem das seguintes palavras da língua inglesa:

S: Survey (levantamento)

Q: Question (pergunta)

3 R: Read (leitura), Recite (repetição), Review (revisão)

Vejamos com mais detalhes cada uma dessas fases.

3.1. LEVANTAMENTO (SURVEY)


Na fase de pesquisa, você vai fazer uma análise de todo o material que precisa estudar.
A ideia é ter uma visão geral do conteúdo. Essa etapa não deve tomar muito do seu
tempo, não é esse o objetivo. Aqui você não se aprofundará em ponto algum. Mas,
compreenderá melhor a estrutura do texto, como ele foi formulado e está dividido. Faça
um panorama dos elementos estruturais e essenciais do texto, como:

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`  Títulos;
`  Capítulos;
`  Exercícios;
`  Figuras;
`  Legendas;
`  Gráficos;
`  Termos destacados;
`  Primeiro e último parágrafos.

3.2. PERGUNTA (QUESTION)


Nesta fase, o elemento central é o questionamento. Formule perguntas relevantes tanto
para o seu entendimento do texto, como para a compreensão da sua importância, das
suas relações, contexto e demais características pertinentes:
`  Qual a principal ideia do texto?
`  O que eu já sei sobre o assunto?
`  Quais conceitos são importantes?
`  Que relações podem ser feitas?
`  Eu concordo com isso?
`  O que? Como? Quando? Quem? Onde?

3.3. LEITURA (READ)


Aqui, ao contrário da primeira etapa do método, a leitura precisa ser atenta e será
mais demorada. Faça uma análise robusta e completa. Atente-se aos detalhes. Essa é
uma fase de aprofundamento.
`  Grife palavras-chave;
`  Procure as respostas das questões pensadas na fase anterior;
`  Elabore novas perguntas;
`  Responda os exercícios;
`  Releia as legendas e estude gráficos e tabelas;
`  Preste atenção em palavras em itálico, negrito ou sublinhadas;
`  Leia mais de uma vez as partes mais complexas.

3.4. REPETIÇÃO (RECITE)


Você pode sim ler os trechos mais importantes em voz alta, fazendo comentários ou
elaborando perguntas e respostas com suas próprias palavras. Utilizamos, assim, o
chamado aprendizado quádruplo: ver, escrever, falar e ouvir). Crie nesta fase:
`  Mapas mentais;
`  Resumos;
`  Flash cards;
`  Quadros comparativos;
`  Fluxogramas.

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3.5. REVISÃO (REVIEW)


A etapa final do Método SQ3R é a de revisão. Nela você vai rever o que foi feito até
agora. Você não vai ler todo o livro ou apostila novamente, mas, sim, o material
criado a partir das fases anteriores. Reveja os grifos, os mapas mentais, os resumos,
etc. Aqui também é hora de testar seus conhecimentos e a efetividade do método na
sua preparação:
`  O conteúdo está claro para mim?
`  Consigo identificar os pontos-chave do assunto?
`  Consigo responder às perguntas que formulei?

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Link

No site do Instituto Pró-livro temos acesso aos dados das pesquisas Retratos da Leitura, com
indicadores dos hábitos de leitura dos brasileiros desde 2001:

https://www.prolivro.org.br/

Além deste e outros projetos, o Instituto também oferece, através da Plataforma Pró-Livro,
um mapeamento de ações de fomento à leitura realizadas em território nacional:

http://plataforma.prolivro.org.br/sobre-plataforma.php

Filme ou Documentários:

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de Clermont-Tonnerre


e Arthur Cohn. Intérprete: Fernanda Montenegro, Marilia Pera, Vinicius de Oliveira, Sônia
Lira, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele et al. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel
Carneiro e Walter Salles Júnior. [S. l.]: Le Studio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 5
rolos de filme (106 min), son., color., 35 mm.

Neste premiadíssimo longa-metragem, acompanhamos a história do encontro entre Josué,


um menino de 9 anos, e Dora, uma professora aposentada que ganha dinheiro escrevendo
cartas para analfabetos na Estação Central do Brasil, localizada na cidade do Rio de Janeiro.
O filme mostra a importância do acesso à leitura e à escrita, e como esse direito básico está
ainda ausente para a camada mais pobre da população brasileira, além de abordar outros
temas de grande relevância social com devido cuidado e de forma artisticamente impecável.

O ator que interpretou Josué no filme Central do Brasil, Vinícius de Oliveira, conheceu
CURIOSIDADE

o diretor Walter Salles enquanto trabalhava como engraxate e oferecia seus serviços
a ele, na fila de uma lanchonete. Walter Salles, então, o convidou para participar da
seleção de elenco do filme e Vinícius foi o escolhido entre 1.500 candidatos. Desde
então, ele matém uma carreira sólida como ator, participando de diversos filmes e
produções televisivas.

Texto Complementar (livro ou artigo):

FREIRE, P. A Importância do ato de ler: em três artigos que se completam (1981). São Paulo:
Cortez Editora, 2021.

Neste livro temos acesso a uma parte do pensamento, filosofia e prática de um dos principais
educadores do mundo. Paulo Freire salienta, nesta obra, a importância da leitura nas nossas
vidas, mostrando como a leitura crítica, ativa e dinâmica concede-nos maior liberdade e ca-
pacidade de criação frente à realidade.

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CASOS DE APLICAÇÃO:

Fonte: FAILLA, Z. (org.). Retratos da leitura no Brasil 5. Rio de Janeiro: Editora Sextante, p.
222, 2021.

Este gráfico evidencia como o hábito de leitura está correlacionado a um leque mais amplo
de diferentes atividades praticadas em tempo livre pelos entrevistados do projeto Retratos da
Leitura, mostrando como a leitura tem implicações diretas na qualidade de vida das pessoas
e como a falta dela limita as possibilidades de ações dos indivíduos.

CONCLUSÃO
Júlia, João e Pedro perceberam que para entender certos conteúdos são necessário
pré-requisitos. Não podemos pular etapas, mesmo que isso implique em um maior
esforço e dedicação. Além disso, concluíram que há diferentes tipos de conteúdo e que
eles deviam ser discutidos, relacionados e ponderados em conjunto.

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Nesta unidade, apresentamos alguns métodos gerais de investigação científica e


leitura, nomeadamente, a primeira parte do método cartesiano e o guia clássico de
Adler e Doren, atentando para a necessidade de uma interpretação contemporânea e
atualizada. Também chamamos a atenção para a distinção entre a leitura passiva e
leitura ativa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARDER, M., DOREN, C. Como ler livros: o guia clássico da leitura inteligente (1972). Tradução de
Edward Wolff e Pedro Sette-Câmara. São Paulo: Editora É Realizações, p. 39, 2010.

DESCARTES, R. Discurso sobre o método (1637). Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

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EDUCANDO PARA A PAZ

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