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GUIA DE ESTUDO
3º SEMESTRE
CLE 2016-2020
Ajuda na
Manutenção de
Vida
Pessoa
Conceitos Cliente
Intencionalidade
fundamentais Beneficiário de
Cuidados
Enfermagem
Antes de nos debruçarmos sobre os cuidados de enfermagem que são, efetivamente, aquilo que
ajuda a manutenção da vida importa definir o vocábulo “enfermagem” e a noção de “ajuda na
manutenção de vida”.
Para tal, os enfermeiros: “devem prover um serviço de 24 horas por dia que ajude os seres
humanos nas suas atividades diárias essenciais quando lhes falta a força o conhecimento ou a
vontade para as desempenhar sem ajuda, e trabalhar em direção ao desenvolvimento de uma
independência saudável” (Henderson, 2006, p. 31).” Por outras palavras podemos dize que: “A
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enfermagem assiste a pessoa, que não consegue realizar sozinha as atividades que contribuem
para a saúde ou não consegue satisfazer as suas necessidades humanas particulares.”
Assistir, por definição, consiste em ‘suprir o que falta’ ao outro, sendo complementar… é ajudar
a pessoa à qual falta algum elemento (origem da dificuldade) (Adam, 1994) que a impede de tal
realização por si só. MAS ATENÇÃO: Esta ajuda não é uma substituição do outro, antes um
complemento do outro, como refere VH “(…) considero a enfermagem como um complemento
do paciente, dando-lhe o que necessita quanto ao conhecimento, vontade ou força para levar a
acabo as suas actividades diárias e seguir o tratamento prescrito pelo médico” (Henderson,
1994, p. 31).
Através de um cuidado individualizado e altamente pessoal - conceito que irá ser abordado em
diante.
Porque a enfermagem e o seu cuidado visa ‘suprir, no doente, aquilo que lhe falta para ser
completo, total ou independente’ (Henderson 1969 citada por Adam,1994, p. 40), ou seja, a
enfermagem tem consequências ou resultados desejados para a sua ação – tem intenções
subjacentes aos cuidados, para no fim, o cliente se sentir… melhor, mais
confortável/aliviado/tranquilo… mais satisfeito, entre outros resultados – intenção: satisfação
das NHF1 e a independência ou uma morte tranquila), prever as suas necessidades ou tornar as
suas vidas tão normais e produtivas quão possível, mesmo durante a doença.
SINTETIZANDO…
Por isso, pode-se afirmar que: o cliente é, então, um elemento central dos cuidados,
sendo este o decisor, o gestor da sua saúde e o agente potencial de mudança. – o
conceito de cliente será abordado pormenorizadamente em seguida.
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NHF (necessidade humana fundamental) é uma exigência (requirement) mais do que uma carência
(lack). Tem sentido positivo (Adam, 1994: 37); “exigências ou imperativos fundamentais. Cada
necessidade é uma actividade essencial a todo o ser humano, para que seja completo ou íntegro”
(Adam, 1994: 115).
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Ajuda na manutenção de vida - o que é o cuidado de ajuda na manutenção de vida?
“os cuidados quotidianos e habituais ou cuidados de sustento e manutenção da vida: cuidado (care)
representa todos estes cuidados permanentes e quotidianos que não têm outra função para além de
sustentar a vida, reabastecendo-a em energia, seja de natureza alimentar, a necessidade de água, (…),
calor, luz, ou de natureza afetiva, psicossocial, etc., cada um destes aspetos interferindo entre si. (…) estes
cuidados representam o tecido, a textura da vida e asseguram a sua permanência, a sua duração (…)
representam todo esse conjunto de atividades que asseguram a continuidade da vida, como: beber, comer,
evacuar, lavar-se, levantar-se, mexer, deslocar-se, bem como tudo o que contribui para o desenvolvimento
da vida do nosso ser, construindo, mantendo, a imagem do corpo, estimulando as trocas com tudo o que
fundamental à vida, porque fonte de energia vital: a luz, o calor, a relação com as pessoas conhecidas, os
objetos familiares, etc. (…) “são todos os cuidados que a mãe presta ao filho, que somos levados a prestar
a nós próprios, cada dia, à medida que adquirimos autonomia [independência], que outros devem
compensar quando esta autonomia [independência] é limitada, diminuída, ou quando a perdemos.
(Collière, 1999, p. 237- 238).”
Mas a situação de doença do cliente pode requerer, adicionalmente, outro tipo de cuidados,
que se dirijam à doença e aos seus efeitos; “esta ajuda pode ser insuficiente e precisar ser
completada por um tratamento, são os cuidados de reparação. O tratamento não ganha sentido
se não actuar em complementaridade com os cuidados de manutenção da vida, e não em
substituição ou em vez deles” (Collière, 1999, p. 307).
Portanto, pode-se afirmar que os cuidados são de natureza diversa conforme a finalidade dos
mesmos (por outras palavras pode-se dizer que é a finalidade dos cuidados que define a sua
natureza), podendo ser cuidados de:
✓ Estimulação
✓ Confortação
✓ Do parecer
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✓ Compensação
✓ Apaziguamento
✓ Manutenção da vida (sentido estrito) - de sustentação e manutenção das capacidades
adquiridas para fazer face às necessidades da vida quotidiana (…) permitem estar atento
para evitar as perdas das aquisições realizadas (…) assegurando a sua manutenção e o
seu reforço” na criança. Na pessoa idosa, permitem devem manter as capacidades,
discernindo as reais capacidades da pessoa para as aproveitar/usar em proveito da sua
manutenção.
•Care •Cure
•Finalidade: manter a vida diária e •Finalidade: reparar aquilo que constituí
quotidiana, isto é, asseguram a um obstáculo ou entrave à vida
continuidade da vida
Existe muita proximidade entre estas duas linhas de pensamento. Para ambas as autoras:
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1.2 O autocuidado, capacidade e deficiência; independência, parceria e empowerment
Capacidade - aptidão de um individuo para executar uma tarefa ou ação. Este constructo visa
indicar o nível máximo provável de funcionalidade que a pessoa pode atingir num dado domínio
num dado momento. (OMS, 2004, p. 17)
Deficiência - Os problemas (dos indivíduos) são problemas de dependência “isto é, da sua falta
de força, de vontade ou de conhecimento” (Adam, 1994. p. 76).
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Gomes (2003, p. 19) “uma noção é comum em todas as definições, é o respeito pela
individualidade e subjetividade do doente enquanto pessoa o que pressupõe uma ação comum
negociada no processo de cuidados “.
Empowerment - para os utentes dos serviços de saúde, empowerment significa os doentes, seus
cuidadores e familiares passarem a ter uma voz na organização, a adotarem uma postura mais
ativa no tratamento, discutindo e fazendo perguntas ao médico, buscando informação credível
e de qualidade, assumindo também a responsabilidade pela própria saúde, além de serem
informados e, eles próprios tomarem decisões durante o período de tratamento. Tornam as
pessoas capazes de exercer a sua autonomia.
Por outras palavras, nas instituições de saúde, a participação do utente passa, basicamente,
pelos seguintes elementos: maior democratização da informação; reconhecimento dos utentes,
por parte dos profissionais, como sujeitos no processo do cuidado com a saúde e não somente
como objeto de práticas e prescrições; consciencialização dos utentes quanto aos seus direitos
e ao seu papel na defesa dos próprios interesses. O sentido de uma estratégia de empowerment
é pôr em causa o papel do utente, enquanto tal, e transformá-lo num codecisor e num
corresponsável pelas decisões e pelos serviços que as instituições proporcionam à comunidade.
Autonomia - “lidar com as situações e tomar decisões sobre a vida do dia-a-dia, de acordo com
as próprias regras e preferências” (DGS, 2006) É um principio ético.
1.3 O Cliente, ao longo do ciclo de vida: do cliente pediátrico ao cliente grande idoso
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“O cliente, alvo de cuidados dos enfermeiros, é o ser humano, pessoa, família [“respeitar a
família como unidade e os seus recursos, partilhar informação, fomentar a sua colaboração e
participação.”] e outros grupos, que têm necessidades e estão em constante interação com o
ambiente e têm a capacidade para se adaptar ao mesmo (Chick & Meleis, 1986). Uma vez que o
cliente é o elemento central dos cuidados, ele apresenta-se como decisor, gestor da sua saúde
e agente potencial de mudança, sendo que a sua saúde se constitui como um recurso para a
vida e não uma finalidade de vida. Porém “face às transições que vive, experiencia um
desequilíbrio ou está em risco de o experienciar” (Meleis, 2007, p. 469).” ESEL (2012).
Se o cliente não entende, aceita e participa no programa elaborado com ele e para ele, o esforço
da equipa médica se desaproveita em grande parte” (Henderson, 1994, p. 22). Por seu lado,
Collière o poder (e direito) de participação nos cuidados é inquestionável. Aliás, ela introduz a
noção de que os cuidados veiculam poder – que reside no cliente – e que esses cuidados devem
assumir-se como um poder libertador, em vez de constituir um poder redutor.
O cliente pode ser desde o recém-nascido (até 28 dias), ao lactente, o cliente em período de
infância (até aos 12 meses), ao toddler (entre os 12 e os 36 meses), à criança em idade pré-
escolar (dos 3 aos 5 anos), escolar (dos 6 aos 12 anos), ao adolescente (dos 11 aos 18/19 anos)
(Whaley & Wong, 1997, p. 613); pode ser um adulto e ainda uma pessoa idosa (dos 65 aos 74
anos), o médio idoso (dos 75 aos 84 anos) ou mesmo o designado grande idoso (com 85 anos
ou mais) (Wold, 2004, p.3).
Como podemos depreender, podendo o cliente apresentar-se num tão variado leque de idades
– o que geralmente corresponde a um padrão de desenvolvimento e crescimento humano
esperado, é esperado que a capacidade para satisfazer por si as NHF seja muito variável, ou seja,
é expectável existirem diferentes graus de dependência/independência face à pouca
maturidade ou à perda de capacidades do cliente, pelo que a curva da maturação e
envelhecimento descreve um trajeto oposto e aproximadamente proporcional à da
dependência de cuidados por terceiros.
Na verdade, ao longo da sua vida, uma pessoa varia na sua capacidade de cuidar/ser cuidada,
numa evolução em que nas idades extremas precisa ser cuidada: “ser cuidado… cuidar-se…
cuidar… (…) este verbo abraça todas as principais passagens da vida, traduzindo a indispensável
necessidade dos cuidados sem que para isso haja doença”.
Um recém-nascido, um lactente necessitam ser cuidados, “para suprir tudo o que o bebé não
sabe fazer ou a criança ainda não consegue fazer, mas ainda mais, para lhe permitir adquirir e
desenvolver as capacidades de fazer o que é indispensável para continuar a viver, crescer,
despertar para o mundo”.
Mais tarde o adolescente passa a ser capaz de cuidar-se, pelo menos em parte, ao assegurar os
cuidados diários indispensáveis à vida.
Quando adulta a pessoa torna-se capaz de cuidar dos outros – das crianças e dos idosos. Nesta
fase alguns adultos optam por cuidar profissionalmente “para suprir temporariamente aquilo
que alguns adultos não podem fazer por si próprios, devido ao seu estado (no fim da gravidez,
durante o parto) ou a perturbações causadas pela idade, doença ou acidente.” (Collière, 2003,
p. 178).
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Mas esta transformação do ser cuidado, cuidar, cuidar-se continua e “com a idade, mas também
em função da forma de viver, do meio social, da pertença de classe, dos recursos económicos,
as capacidades de se cuidar diminuem e há necessidade de recorrer novamente à família, aos
próximos, mas também aos prestadores de cuidados para ser cuidado, ou seja, não só para vigiar
ou manter as capacidades que permanecem, mas também, para tentar diminuir a aceleração
das perdas sensoriomotoras e psicoafectivas, assim como para manter despertas as capacidades
restantes” (Collière, 2003, p. 178).
Atente, agora, no seguinte gráfico de Collière (1999) que ilustra as afirmações anteriores:
“embora o envelhecimento nos acompanhe e molde ao longo da vida, é na sua etapa final de
desenvolvimento que as insidiosas perdas aos níveis biológico, social, psicológico e cognitivo, se
acumulam e potenciam; isto afeta variavelmente cada pessoa, fazendo emergir progressivas
dificuldades de adaptação ao meio, com consequente aumento da vulnerabilidade à doença e à
limitação funcional. Este estado de crescente vulnerabilidade física, cognitiva e psicossocial,
sendo independente de doença, determina a fragilidade da pessoa idosa (Street, 2004)”
Contudo, os critérios de
fragilidade da pessoa idosa
devem ser atendidos, pois “são Envelhecimento
preditivos de hospitalização
prolongada, de mortalidade,
de perda funcional,
institucionalização e de perda Perdas insidiosas a nível
de função após uma Progressiva dificuldade de biológico, social, psicológico e
adaptação ao meio cognitivo que se acumulam e
hospitalização (DGS, 2006: 15). potenciam…
De notar que o poder e direito do cliente de participação nos cuidados é inquestionável desde
que tenha competência de decisão. Contudo, muitas das vezes tal não se verifica, sendo que
“somos herdeiros de uma sociedade paternalista” e tende-se a adotar esse mesmo modelo nos
cuidados de saúde.
Pode-se, portanto, afirmar, mais uma vez que os cuidados de enfermagem são compostos pelos
mesmos componentes indispensáveis, mas esse devem ser modificados e prestados de
diferentes maneiras de acordo com as necessidades de cada pessoa, isto é, deverá de existir
uma individualização dos cuidados.
Define-se individualização dos cuidados como sendo o grau de personalização do cuidado pela
enfermeira, de acordo com os sentimentos e preferências do cliente e o nível de envolvimento
no cuidado desejado para ele, sendo esta personalização uma forma de sustento das ações de
enfermagem.
Individualização dos
Empowerment Parceria
cuidados
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1.4 A intencionalidade dos cuidados e alguns resultados relevantes em enfermagem
Relação da consciência com o mundo exterior, pela qual os pensamentos são dirigidos
para um objeto intencional (um resultado desejado).
A imagem mental desse resultado desejado (intenção) remete para a ação subsequente.
Ex.: higiene – ação dirigida para a independência, conforto, higiene, há portanto, uma
intencionalidade na ação/ uma meta a atingir.
A intencionalidade possibilita dirigir os pensamentos e ação a fins determinados ou a
resultados desejados pelo enfermeiro e pelo cliente → resultados sensíveis aos cuidados
de enfermagem (resultados desejáveis).
Marca um agir profissional dos enfermeiros.
No que concerne aos resultados desejáveis existem padrões para avaliar os cuidados de
enfermagem, nomeadamente:
✓ Satisfação do cliente
✓ Promoção de saúde
✓ Prevenção de complicações
✓ Bem-estar no autocuidado Intencionalidade
✓ Readaptação funcional
✓ Organização dos cuidados de enfermagem
Resultado ou
Hoje, o conhecimento em enfermagem permite identificar consequências Pensamento
alguns resultados ou indicadores de resultado em saúde desejados
como relevantes ou mesmo como sensíveis aos cuidados de
enfermagem. Um resultado sensível aos cuidados de
enfermagem é definido como …“como os clientes e as suas Ação
condições, são afetadas pelas suas interações com os
enfermeiros”
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Os resultados sensíveis ao cuidado de enfermagem podem ser classificados em quatro grupos:
3. Satisfação (Percetivo)
Satisfação do cliente pode ser definida como ‘o grau no qual o cuidado de enfermagem vai ao
encontro das suas expectativas em termos de arte do cuidado, qualidade técnica, ambiente
físico, disponibilidade e continuidade do cuidado, e eficácia/resultados do cuidado’ (Mrayan,
2006 citado por Laschinger, Gilbert & Smith, 2011, p. 362). São considerados atributos críticos
para a satisfação do cliente: suporte afetivo, informação sobre saúde, controlo na decisão, e
competências profissionais/técnicas (Wagner & Bear, 2009 citado por Laschinger, Gilbert &
Smith, 2011, p. 363).
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a procura constante da empatia nas interações com o cliente;
As ocorrências adversas – “complicações ou prejuízos não esperados que são causados pela
gestão de cuidados de saúde, mais do que pela doença subjacente do cliente, e que conduzem
à morte, incapacidade no momento da alta ou prolongam a estadia hospitalar” (Baker et al., 2004,
p. 1678 citado por White, Hall & Lalonde, 2011, p.240). Os eventos adversos incluem quedas, úlceras por
pressão, erros na terapêutica, infeções nosocomiais [IACS] e erros terapêuticos e mortalidade
(ANA, 1995 citada por White, Hall & Lalonde, 2011, p. 241-2).
5. Conforto e Desconforto
O conforto é definido como “a experiência imediata de ser fortalecido por ter as necessidades
de alívio, tranquilidade e transcendência satisfeitas em quatro contextos (físico, psicoespiritual,
social e ambiental)”.; “ o desejo de ou o défice no alívio/tranquilidade/transcendência, do
paciente ou famílias, nos contextos físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental da
experiência humana”.
Como ficou dito, as consequências desejadas (da enfermagem) são, a curto prazo, a satisfação
das necessidades do utente; a médio e a longo prazo, elas são a recuperação da independência,
através dessa satisfação ou, em determinadas situações, uma morte tranquila” (Adam, 1994: 41).
Diríamos que numa linguagem atualizada: a curto prazo os resultados deverão ser a satisfação
das suas necessidades, demonstrada por, entre outros resultados não designados de “sensíveis
aos cuidados de enfermagem”, o controlo de sintomas, a satisfação e o conforto do cliente,
acompanhada da ausência de incidentes; a médio prazo, pela recuperação da independência na
satisfação daquelas NHF ou, noutro registo, pela capacidade para o autocuidado
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• Dar ao cliente informação consistente, oportuna e completa, ajudando-o a consciencializar os seus
direitos e a assumir responsabilidade (empowerment);
• Incentivá-lo a participar nas decisões sobre a sua saúde e cuidados, de modo negociado (parceria).
Os cuidados de sustento e manutenção da vida são cuidados quotidianos e habituais (cuidados
básicos de enfermagem) (care) que se destinam a sustentar a vida ou a assegurar a continuidade da
vida, reabastecendo-a em energia, seja de natureza alimentar, a necessidade de água, (…), calor, luz,
ou de natureza afetiva, psicossocial, etc., cada um destes aspetos interferindo entre si, através de
atividades como: beber, comer, evacuar, lavar-se, levantar-se, mexer, deslocar-se… e outras, de
natureza diversa, como comunicar com os outros, distrair-se, aprender…, em que o enfermeiro
assiste, complementa… isto é, ajuda – compensando uma capacidade defeituosa ou de uma
incapacidade parcial ou total, temporária ou definitiva, em um ou vários domínios dados. Dir-se-ia,
afinal, que a ajuda é o assistir, o complementar ou compensar a capacidade que falta… depois de se
perceber qual a capacidade remanescente para proporcionar a maior independência possível, a cada
momento. Mas não só os enfermeiros prestam cuidados de ajuda na manutenção da vida, pois “a
ajuda prestada por uma pessoa pode ser da enfermeira, mas também pode ser de outra, como um
membro da família com o apoio da enfermeira… para a mobilização e desenvolvimento das
capacidades da pessoa, da família, dos que a cercam, visando torná-la competente e capaz
[independente, diria Henderson (2007, p.4)] de utilizar os recursos afetivos, físicos, sociais e
económicos de que dispõe. A capacidade produz assim, “um comportamento observável” (Pereira,
2011, p. 263).
O beneficiário de cuidados é para Henderson e Collière uma pessoa em qualquer fase do ciclo de vida,
em qualquer condição de saúde-doença, pessoa situada num contexto sociocultural e familiar
próprio, que age de acordo com as suas crenças, de modo a preservar a sua independência e
autonomia. O cliente é indissociável da família, em particular quando o cliente primário é uma
criança; contudo, a família de qualquer cliente, e por maioria de razão, da pessoa idosa, deve
beneficiar da filosofia do cuidado centrado na família.
Como podemos depreender, podendo o cliente apresentar-se num tão variado leque de idade – o
que geralmente corresponde a um padrão de desenvolvimento e crescimento humano esperado, é
esperado que a capacidade para satisfazer por si as NHF seja muito variável, isto é, é expectável
existirem diferentes graus de dependência/independência face à pouca maturidade ou à perda de
capacidades do cliente, pelo que a curva da maturação e envelhecimento descreve um trajeto oposto
e aproximadamente proporcional à da dependência de cuidados por terceiros. Ao longo da sua vida,
uma pessoa vareia na sua capacidade de cuidar/ser cuidada, numa evolução em que nas idades
extremas precisa ser cuidada: “ser cuidado… cuidar-se… cuidar… e ser-cuidado.
As capacidades de ser cuidado, cuidar-se, cuidar vão-se sobrepondo, ou seja, a capacidade para
cuidar-se ou a necessidade de ser cuidado não é absoluta ou não atinge todas as necessidades
humanas de igual modo ao mesmo tempo. A pessoa pode necessitar de ser cuidado em alguns
aspetos, e ser contudo, capaz de se cuidar noutros.
O conceito “cliente” sublinha o papel de participante ativo do beneficiário de cuidados no quadro da
relação de cuidados, o papel de troca com o profissional. Este conceito é o adotado pela Ordem dos
Enfermeiros e também nesta UC.
Cabe ao enfermeiro criar uma ambiente de cuidados que veicule um poder libertador, isto é, que
permita aos utilizadores utilizar o poder que lhes resta, mobilizar tudo aquilo que ainda são capazes,
incluindo o desejo e ver com eles o que permite e/ou limita a realização; restitui ou aumenta o poder
de ser, de autonomia e independência reconhece o saber das pessoas tratadas, utiliza esse saber e
permite o seu crescimento; permite aos utilizadores exercerem, eles próprios, um poder terapêutico
sobre os outros; isto não acontece se o cuidado não for individualizado! Se não aconteceu
empowerment e se não for dada oportunidade ao cliente de estar em parceria com o enfermeiro.
A intencionalidade na ação é um indicador da profissionalidade em enfermagem. A enfermeira age
com intencionalidade, ao dirigir os seus pensamentos e ação a fins determinados ou a resultados
desejados.
A intencionalidade possibilita dirigir os pensamentos e ação a fins determinados ou resultados
desejados – isto é marca de um agir profissional do enfermeiro.
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As consequências desejadas (da enfermagem) são, a curto prazo, a satisfação das necessidades do
utente; a médio e a longo prazo, elas são a recuperação da independência, através dessa satisfação
ou, em determinadas situações, uma morte tranquila” ou seja, o objetivo da enfermagem é manter
os pacientes numa situação o mais parecida com a sua própria vida – mantê-los no ‘rio da vida’ – até
onde seja possível segundo o plano terapêutico. Mas, hoje, estão identificados alguns resultados (dos
cuidados) que parecem ser sensíveis ao cuidado de enfermagem, isto é, que demonstram quanto os
clientes e as suas condições são afetadas pelas suas interações com os enfermeiros, nomeadamente:
o autocuidado (a habilidade para), a gestão e controlo de sintomas, a satisfação com os cuidados e
com os resultados e a ausência de incidentes; também o conforto surge como um resultados ora
associado à satisfação, ora ao controlo de sintomas. Conhecer resultados sensíveis aos cuidados,
habilita-nos a procurar intervir com essa intencionalidade, ou seja, dirigir os nossos pensamentos e
ações para tais fins… para:
• favorecer a capacidade para o autocuidado… promover a independência e a autonomia do cliente
• prestar cuidados prevenindo incidentes… seguindo as diretrizes de uma boa prática de
cuidados/rigor técnico-científico
• gerir e controlar sintomas desagradáveis… aliviar o desconforto ou criar condições para que ele seja
mínimo
• contribuir para a satisfação do cliente/família. … com isto, o cliente sentirá que estamos lá por ele
e para ele. Terminamos com Henderson, como começámos, para sublinhar a ideia de que a
independência do cliente é uma consequência desejada do cuidado de enfermagem: “embora a
enfermeira pretenda ajudar o paciente a satisfazer as suas necessidades durante um período de
dependência, também tenta encurtar este período. Antes de fazer qualquer coisa pelo paciente, se
pergunta primeiro se o pode fazer por si mesmo.” (Henderson, 1994, p. 37). Mais, refere a autora e
nós sublinhamos que o enfermeiro só consegue contribuir para resultado se considerar a pessoa do
seu cliente/família e as capacidades destes.”
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CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Collière, M-F. (1999). Promover a vida. Da prática das mulheres de virtude aos
cuidados de enfermagem. Lisboa: Lidel, SEP. (Capítulo: Interrogações sobre a
natureza dos cuidados de enfermagem; pp.235-242):
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2. Instrumentos básicos de enfermagem
Instrumentos básicos são ferramentas que os
enfermeiros utilizam como forma/ auxílio de
prestação de cuidados. Independentemente do tipo
de suporte que se utiliza as regras são sempre as
mesmas. Esta escrita apresenta objetivos claros.
2.1 A documentação
Definição
● “Um registo é uma comunicação escrita, legal e definitiva que inclui informações sobre os
cuidados de saúde prestados a um dado cliente (…) é um relato contínuo do estado de
saúde do cliente e pode ser consultado por qualquer elemento da equipa”
Verba volant, scripta manent – “palavras faladas voam, a escrita permanece”
Porquê escrever?
Porque documentar a prática de cuidados é muito importante
✓ Para o cliente
✓ Para o enfermeiro
✓ Para a organização
✓ Para a enfermagem (enquanto disciplina do conhecimento, pois a
documentação é algo definitivo que propicia uma fonte de dados, a fim de
mostrar à sociedade a missão e o contributo dos enfermeiros.)
Os documentos são os nossos pilares!!
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documentação é o que fundamenta e nos ajuda a tomar uma dada decisão,
sendo que são os dados que vão sendo acumulados dia a dia, turno a turno,
tendo consequentemente um filme dos cuidados do doente (ex.: saber se a
pessoa pode ou não estar sentada, se a senhora x pode ou não ir à WC ou se
necessita de cuidados de higiene na cama…)
● Possibilita a continuidade dos cuidados, evitando omissões ou repetições
desnecessárias na prestação de cuidados
Por exemplo: a administração terapêutica possui uma documentação própria,
sendo face a esse registo que o enfermeiro que se segue a seguir pode decidir
se o medicamento foi administrado ou não!
● Contribui um documento jurídico-legal sobre os cuidados de enfermagem prestados
(responsabilidade profissional – responder pelo documentado e não documentado) →
“o que não está escrito não foi feito”, portanto tem de respeitar as regras
● Proporciona uma apreciação da qualidade e da efetividade dos cuidados prestados
● Fornece dados para cálculo de custos associados aos cuidados e cálculo de dotação
necessária
Os registos devem de ser um calculo real e não podem ser inflacionados!
● Fornece dados para a formação/desenvolvimento de competências e a investigação em
enfermagem (ex.: frequência de perturbações clínicas, uso de terapias médicas,
complicações pós-operatório…)
Tipos de registos
● Registo de Admissão
● Apreciação inicial
● Registo de Evolução ou Diário de Enfermagem
✓ Os diários de enfermagem/registos de evolução (notas de evolução) são
registos onde se descrevem e relatam as intervenções interdependentes e
autónomas do enfermeiro, para o qual de dialogar consigo próprio, evocando
as experiências vividas com o utente ao longo do turno e articulando os
conhecimentos previamente adquiridos.
✓ Registos de toda a informação de que o enfermeiro dispõe acerca da pessoa e
da referente a cada turno (interação/situação de cuidados completa)
experiências vividas pelo cliente, pois o registo deve de dar voz ao cliente
> Que descrevem o estado e a evolução do cliente
> Relatam as experiências vividas com o utente ao longo do turno
> Descrevem os cuidados prestados quer sejam intervenções autónomas
ou interdependentes
> Evolução/ respostas do cliente face às intervenções e acontecimentos
São registos contínuos (internamentos) ou em continuidade (outros)
● Registo (Carta) de Transferência ou Alta
● Registo de evolução diário de enfermagem
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✓ Ser datada (dimensão temporal exata), pois esta delimita
●Relevância – nem tanto nem tão pouco, para que, de facto, se consiga dar
continuidade aos cuidados
✓ Ser concisa (dispensar palavras/ ideias desnecessárias)
✓ Ser abrangente (excessividade/ ser completa)
NOTA: os registos podem ser consultados pelos utentes, desde que não exista uma razão
plausível como achar que a informação é prejudicial, é um direito do utente!
● Linguagem
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> Linguagem Descritiva
o Períodos de tempo mensuráveis (1 vez numa hora)
o Quantidades mensuráveis (ex: 200 ml urina, 500 cc de conteúdo gástrico, 3l de
água)
o Qualidade com base objetiva
↓
o Utilizada na documentação em enfermagem
usa-se para que qualquer pessoa possa aceder aos dados, pois eu não
interpreto, eu descrevo!
Contudo existe um problema:
Pequena
Nem tudo conseguimos quantificar! Só em casos em que não se pode quantidade
ou não é importante medir objetivamente
Ex.: o sr. Ferreira apresentou sudação intensa, tendo sido necessário Moderada
trocar o pijama ou teve uma dejeção no WC; fazes: moldadas, quantidade
castanhas, cheiro sui generis, em pequena quantidade.
Grande
quantidade
● Siglas
● Verbos
Mantem
Refere
Tem/
Manifesta
possui
Descrever
dados Descrever
observacionais
dados
subjetivos
Descreve Relata
Evidencia Apresenta
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● As fontes de informação
o Quando os dados não são avaliados ou presenciados pelo enfermeiro
Exemplos:
● Organização
o Sequenciação cefalo-caudal: cabeça, tronco, membros. sistematização de
todas as situações da pessoa
o Sequenciação cronológica: 12,25h, 12h45,…: 15h05… Para situações que
exigem vigilância constante ou havendo intercorrências
Caso contrário pode haver erros de comunicação entre os profissionais
o Sequenciação mista: cabeça, tronco, membros
12,25h, 12h45,…: 15h05…
Exemplo:
Dados subjetivos: “sensação de formigueiro” [porque não é um termo técnico coloca-se entre aspas]
e dor no pé direito, tipo compreensão contínua, que exacerba ao andar, EVA 4
Dados objetivos: apresentava-se a chorar e com cianose dos cinco dedos do pé direto, com pele
fria ao toque (…)
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A – Ações de enfermagem realizadas
Foi avaliado o pulso pedioso, que se encontra presente e refeita a ligadura em espiral conversou
com o cliente (…)
“O Sr. António refere ausência de dor (EVA 0), desaparecimento da “sensação de formigueiro”
e diz-se estar bem-disposto. À observação, os cinco dedos do pé direito têm, coloração rosada
e a pele está quente”
ATENÇÃO: Registo das intervenções de enfermagem planeadas mas não realizadas registo da
sua não execução com a respetiva justificação, SEMPRE!
o Objetividade
> Legibilidade – letra legível e cor: preto
21
> Uso de siglas – só as autorizadas pela organização
> Objetivar – (…) refere que ….” (sic- segundo a informação do cliente); coerência
entre fontes e dados
> Organizar – organizador selecionado + lógica factual e argumentativa
o Relevância
> Usar fontes relevantes (ex.: outros utentes)
> Não omitir dados relevantes (continuidade e segurança)
> Evitar repetições sem prejudicar a relevância
o Segurança
> Correção de erros – não apagar/ não usar corretor ou não rasurar. Traçar o erro
(permitindo ler o inutilizado) ou não escrever “sem efeito”, assinar e completar;
não escrever entre as linhas
> Espaços em branco – não! Trancados – texto contínuo
> Responsabilidade – redigir notas de enfermagem apenas dos clientes de quem
se cuidou; nome e apelido legíveis password intransmissível; não ceder acesso
aos dados (processo clínico em papel ou informatizado/ fechar sessão); Respeitar
a privacidade do cliente e a confidencialidade dos dados
22
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Trabalho autónomo
Bibliografia
Potter, P. & Perry, A. (2006). Documentação e Registo (cap. 7). In Potter P. & Perry, A
(2006). Fundamentos de Enfermagem. Conceitos e Procedimentos, 5ª edição. Loures:
Lusociência, [p. 117-131].
De Marinis, MG, Piredda, M., Pascarella, MC, Vincenzi, B, Spiga, F, Tartaglini, D, Alvaro, R &
Matarese, M. (2010). ‘If it is not recorded, it has not been done!’? Consistency between
nursing records and observed nursing care in an Italian hospital. Journal of Clinical Nursing, 19,
1544–1552, doi: 10.1111/j.1365-2702.2009.03012.x. Soveral, M. (2007). Escrita e formação.
23
2.2 A habilidade instrumental em enfermagem
● Considerandos:
1. intervenções que requerem habilidade instrumental constitui uma função nuclear da
profissão (murphy, 2007)
Bons cuidados
24
No contexto da prática de cuidados de enfermagem…
É um 25
comando
momentâneo
Na verdade, “Nada se faz com os olhos fechados”
Sequência/ substância
Informação,
compromisso de
cuidado
Gestos
Comportamento
cuidador (para poder
fazer a integração
instrução
Integração para
perceber se a pessoa
está bem
Rigor
Informação,
compromisso cuidadoso
26
╞ EM SINTESE:
3 características essenciais
Compreensão disciplinar,
inteção e eficiência
3 componentes
Modelo HPE Gestos, informação e
instruções
6 elementos
Sequencia, rigor, substância,
fluência, comportamento
cuidador, intenção
>controlo cognitivo
>controlo afetivo
>exercício da autonomia Independência
>capacidade (Autocuidado) Individualização
>interiorização da Sentir-se cuidado
informação
> participação
>obtenção de resultados
A primeira coisa que a pessoa necessita para ser mais independente e autónoma é de
receber informação, dar-lhes instruções no momento certo; a independência é promovida
quando diz que os clientes são pessoas autónomas, outra forma de promover a
independência é fazer o uso da fluência em prol da independência
27
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Trabalho autónomo:
Bibliografia
Leitura obrigatória:
Leitura recomendada:
28
3. A Intervenção de enfermagem de ajuda na manutenção da vida: a ajuda na
satisfação das NHF ao longo das fases do ciclo de vida
3.1 Ajudar a Evitar os perigos no ambiente e evitar magoar os outros
“Faz parte dos cuidados básicos de Enfermagem ajudar os doentes a protegerem-se contra
traumatismos, como as quedas, os perigos físicos (ex.: fogos), perigos químicos (ex.: tóxicos),
de animais e insetos nocivos e de microrganismos patogénicos, sempre presentes no
ambiente. “
● A segurança do doente
o é uma componente da qualidade de prestação dos cuidados de saúde que visa
a redução do risco de danos desnecessários e preveníeis.
o assenta na identificação dos riscos, na gestão e prevenção dos incidentes e
eventos adversos, admitindo e aceitando que os mesmos podem ocorrer mas
também são, na maioria dos casos, evitáveis.
Mas afinal o que é uma infeção associada aos cuidados de saúde (IACS)?
29
● Infeção associada aos cuidados de saúde (IACS)
o É uma infeção adquirida pelos doentes em consequência dos cuidados e
procedimentos de saúde prestados e pode, também, afetar os profissionais de
saúde durante o exercício da sua atividade.
o Conceito alargado de infeção associada á prestação de cuidados, onde quer que
estes sejam prestados independentemente do nível de cuidados (agudos,
reabilitação, ambulatório, continuados, domiciliário).
● Ambiente seguro
o Espaço que nos rodeia e no qual as Pessoas (doentes, visitas e profissionais)
não correm risco de infeção ou outros riscos.
o No contexto das Unidades de saúde refere-se às práticas ou processos de
eliminação, remoção ou destruição da contaminação existente no ambiente e
que pode atingir o hospedeiro suscetível.
NOTA:
● Infeção
o Presença e multiplicação de microrganismos em locais do corpo humano
normalmente estéreis ou de microrganismos que não se encontram
normalmente presentes nos locais do corpo humano com flora própria,
havendo, por parte do hospedeiro, uma resposta clínica e/ou imunitária à
presença desses organismos.
o Relativamente à sua origem esta pode ser:
Endógena Exógena
30
● Risco de infeção
o Condição ou situação que predispõe à infeção
● Agente infecioso
o Microrganismo capaz de produzir infeção/ doença infeciosa
● Microrganismo
o Organismo vivo com dimensões de micra µ (não visíveis a olho nu)
o São patogénicos os que, em determinadas condições, são capazes de provocar
doenças
o São responsáveis pelas infeções nos seres visos
o Podem ser bactérias (1 a 2 µ), parasitas e fungos, vírus/ priões
Fontes/ Reservatórios:
> Incontinência de fezes não controlada com os
materiais comuns à incontinência
> Lesões da pele com exsudado ou feridas não Reservatório
contidas pelo material de penso
> Screções respiratórias capiosas, não
controladas
> Inabilidade de adesão às PCI/ PBVT
> Doente em Unidade de Cuidados Intensivos ou
que requer muita manipulação
31
Ambiente
> Limpeza inadequada Porta de saída
> Partilha de equipamentos inadequadamente Reservatório
limpos entre utentes
> Sobrelotação
> Quartos com estruturas comuns a todos os
doentes (ex.: casa de banho, lavatório, chuveiro)
> Under
Suscetibilidade Hospedeiro
> Doente em Unidades de Cuidados Intensivos ou Porta de Entrada
que requer muita manipulação
> Doente submetido a múltiplos dispositivos e
procedimentos invasivos
> Utente com pele não intacta (ou profissional)
> Utente: debilitado com comorbilidades graves e
múltiplas, com idade elevada ou prematuros,
com tratamento antibiótico recente,
imunossuprimidos, com défice de imunidade
> Inadequada formação/ treino ou NÃO adesão
dos profissionais às boas práticas
32
Modos de transmissão
Vias de Transmissão
Contacto direto Contacto Indireto Contacto Gotículas Via aérea Outras vias
33
Infeção Nosocomial/ Hospitalar/ infeção associada aos cuidados de saúde (IACS)
Evolução do termo
O termo Infeção nosocomial/ infeção hospitalar é substituído por Infeção
associada aos cuidados de saúde (IACS). Por mudança na administração de
cuidados de saúde: internamentos do doente mais curtos e aumento da
prestação de cuidados no ambulatório,
Este termo (IACS) deve abranger as infeções que ocorrem em pessoas em
qualquer instituição de prestação de cuidados de saúde.
Outras considerações
▪ As IACS:
✓ São a causa major de morbilidade e de mortalidade
✓ Têm uma taxa elevada de ocorrência de IACS evidencia uma má
qualidade na prestação de cuidados de saúde e leva a gastos
evitáveis é um dos principais indicadores da qualidade da
prestação dos cuidados de saúde.
34
✓ Infeções do local cirúrgico: 18%
✓ Corrente sanguínea: 8,1%
Portugal UE
Precauções
Precauções universais: princípios orientadores
▪ Todas as pessoas são consideradas como potencialmente
infeciosas
▪ Assumir que todo o sangue e outros fluídos corporais podem estar
contaminados com o vírus da Sida (HIV) ou da Hepatite
▪ Assumir que todas as agulhas e outros instrumentos cortantes
usados estão contaminados
35
Evolução do conceito de precauções básicas no controlo da infeção
Precauções básicas
▪ É fundamental que em todos os momentos da prestação de
cuidados ao doente, existam ações que atuem simultaneamente
na área:
✓ Da prevenção
✓ Do controlo da transmissão cruzada de organismos
▪ Estas ações são:
✓ Os alicerces do controlo da infeção
✓ São a primeira “barreira de segurança nos cuidados de
saúde”
36
Precauções
básicas de
controlo de
infeção
PBCI PBVT
Assim, este médico ordenou que os médicos lavassem as mãos com soluções cloretadas
antes de examinarem as mulheres e a taxa de mortalidade por febre puerperal baixou
de 10-35% para 1-2%
37
De salientar que existem locais com uma maior colonização. Atente na seguinte
imagem:
Recomendações:
Retirar todos os objetos e adornos Não usar verniz nas unhas nem unhas
Usar unhas curtas e limpas
incluindo anéis, pulseiras e relógios falsas (gel)
38
Vejamos, agora, cada um deste momentos em detalhe e as suas características:
EXEMPLOS
39
produtos dos cuidados de
saúde
EXEMPLOS
• Higiene oral
• Aspitação de secreções
40
• Cuidar da pele, feridas
• Injeção subcutânea
• Colher e manipular produtos orgânicos
• Colocação e remoção de tubo endotraqueal
• Limpeza de urina, fezes, vómito, manipulação de resíduos hospitalares e risco
biológico
• Limpeza de áreas ou material (…) contaminados
EXEMPLOS
• Cumprimentar o doente
• Ajudar o Doente na mobilidade
• Ajudar o doente na higiene
• Avaliar o pulso, TA, respiração
• Auscultação pulmonar
• Palpação abdominal
41
disseminação de
microrganismos do doente
EXEMPLOS
3. Etiqueta respiratória
Conjunto de medidas destinadas a conter as secreções respiratórias de forma a
minimizar a
transmissão
de agentes
infeciosos
por via aérea ou
através de gotículas.
Consiste em:
42
✓ Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar
✓ Utilizar toalhete/ lenço de papel de uso único ou, em alternativa, tossir e
espirrar para o braço e não para as mãos
✓ Colocar, imediatamente, o lenço de papel usado nos recipientes do lixo
✓ Lavar as mãos com água e sabão após
contacto com secreções respiratórias
e objetos contaminados
✓ Evitar tocar nas mucosas dos olhos,
boca ou nariz
43
Os EPI utilizados nos doentes devem ser considerados de risco biológico e
eliminados para autoclavagem, incineração ou método alternativo.
Princípios de utilização:
✓ Manter as mãos afastadas da face
✓ Trabalhar da zona “mais limpa” para a “mais suja”
✓ Limitar as superfícies de toque
✓ Mudar os equipamentos quando danificados ou fortemente
contaminados
✓ Efetuar a higiene das mãos, antes de colocar as luvas e depois de as
retirar
✓ Quando as luvas são usadas em combinação com outros EPI proceder
de forma a não contaminar as zonas e proteger/ protegidas
44
✓ Trocar as luvas entre procedimentos num mesmo
utente, sempre que seja necessário prevenir a
contaminação de uma zona mais suscetível (ex.:
mudança de fralda e posterior manipulação da sonda
gástrica)
✓ Retirar as luvas imediatamente após terminar a tarefa
ou o procedimento para o qual foram usadas. Não
devem ser usadas para escrever ou tocar em qualquer
superfície limpa ou outras pessoas (incluindo o
próprio)
✓ Conjuntamente com outros EPI, as luvas devem ser
removidas em primeiro lugar
✓ Higienizar as mãos imediatamente após retirar e
inutilizar as luvas, uma vez que o uso de luvas não
substitui este procedimento
45
grau de contaminação (biológico, químico ou
equiparado a urbano)
✓ Quaisquer cortes ou lesões devem ser cobertos por
pensos à prova de água, independentemente da
utilização de luvas
✓ No caso de serem usadas luvas látex, não devem ser
utilizados cremes hidratantes de mãos à base de óleo,
uma vez que não são compatíveis com o látex (devem
ser à base de água).
Avental de plástico
✓ Devem ser utilizados durante procedimentos que
envolvam contacto direto com o doente
✓ Utilizados para proteção dos uniformes/ fradas quando se
considera provável a contaminação
✓ Substituídos no final do procedimento e entre doentes
(Ex.: entre os cuidados de higiene e a realização de penso
de ferida)
Máscara cirúrgica
✓ Equipamento destinado a cobrir a boca e o nariz pelo
pessoal da equipa cirúrgica no Bloco operatório
durante procedimentos cirúrgicos e destina-se a
proteger, tanto os doentes como os profissionais, da
contaminação com microrganismos ou fluídos
orgânicos
✓ As máscaras cirúrgicas também são usadas para
proteção do pessoal do contacto com got´iculas
potencialmente infeciosas
46
✓ As máscaras cirúrgicas não protegem da inalação de
pequenas partículas e não devem ser confundidas com
respiradores de partículas (Recomendados para
situações em que o agente infecioso se transmite por
via aérea.
Respirador
✓ Equipamento de proteção destinado a proteger o
utilizador da inalação de partículas de pequenas
dimensões
✓ Recomendado em casos em que o agente infecioso se
transmite por via área (ex.: mycobacterium
tuberculosis) ou é transitoriamente transportado por
esta via (ex.: aspergillus sp. transportados pelas
partículas de pó, durante a renovação de edifícios).
Classificação de Spaulding
Nível de risco Risco Tipo de descontaminação Exemplos
47
Material crítico ALTO Esterilização (limpeza Implantes
Todo o material que penetra nas prévia) Instrumentos cirúrgicos
cavidades estéreis ou no organismo Agulhas/ cateteres
do doente por rutura das camadas Sistemas de soros
da pele e mucosas Material penso
Material semi-crítico Esterilização (limpeza Lâminas de laringoscópio
INTERMEDIO
Todo material que entra em prévia) Endoscópios
contacto com mucosas ou pele não Ou Arrastadeiras e urinóis
integra Desinfeção de alto nível Loiça
(produtos químicos ou Roupa
calor)
Material não crítico BAIXO Limpeza Braçadeiras
Todo material que entra em Marquesas
contacto com a pele íntegra ou que Mesas de apoio
não entra em contacto com o Chão
doente
6. Controlo ambiental
Dos escritos de Florence o meio ambiente emerge como conceito principal, sendo
considerado como conceito principal, sendo considerado como todas as condições e influências externas
que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo capazes de prevenir «m suprimir ou contribuir
para a doença e a morte. Dedica maior enfase ao ambiente físico dos que aos ambientes psicológico e
social (embora estes aspetos estejam englobados pelo primeiro)
48
De preferência, aproximar o carro da roupa seja para junto da unidade do doente
Fazer triagem ou separação seletiva da roupa de acordo com as condições da roupa
Lavar as mãos quando se manipula a roupa (antes e depois)
49
Grupo I Grupo II
• Resíduos equiparados a urbanos • Resíduos hospitalares não perigosos
• São aqueles que não apresentam exigências no seu tratamento • São aqueles que não estão sujeitos a tratamento específico, podendo ser
Resíduos não
equiparados a urbanos
perigosos
Resíduos hospitalares
perigosos
Resíduos
• Resíduos hospitalares de risco biológico • Resíduos hospitalares específicos
• São resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação suscetíveis de • São resíduos de vários tipos de incineração obrigatória
inceneração ou de outro pré-tratmento eficaz, permitindo posterior eliminação • Citostásticos, produtos químicos, cadáveres de animais, fetos, amputação de
como resíduo urbano membros
• Sangue e seus derivados, seringas, sacos de plasma e de transfusão, sistemas de
soros (exceto os que têm citostásticos - saco vermelho), saco de produtos
orgânicos (com perigo de drenagem), fraldas, produtos provenientes de quartos
de hemodialise, bloco operatório etc.
50
O acidente com exposição ao sangue (AES) é uma exposição acidental, que
ocorre por contacto com sangue ou outros produtos biológicos potencialmente
infeciosos provenientes de um doente e da qual poderá resultar uma doença
provocada por agente biológico de transmissão sanguínea
A vigilância destes acidentes tem como objetivo controlar e prevenir doenças
transmissíveis pelo sangue, como as infeções pelo vírus da Imunodeficiência
(VIH) e pelos vírus das hepatites B (VHB) e C (VHC).
Formas de prevenção
✓ Quando vai efetuar um procedimento que envolva agulhas, leve sempre
um contentor de corto perfurantes consigo
✓ Evite interrupções durante o procedimento
✓ Explique o procedimento ao doente de forma a obter a sua colaboração
durante o mesmo e evitar gestos bruscos
✓ Peça a colaboração de outro profissional nos doentes que podem não
cooperar (por ex.: crianças ou pessoas idosas agitadas)
✓ As agulhas não devem ser partidas nem dobradas antes ou após a sua
utilização nem se deve recoloca-las no invólucro protetor
(reembainhar)
✓ Ter atenção que as luvas não previnem os acidentes por exposição ao
sangue mas devem ser usadas luvas para manipular os corto
perfurantes
✓ Cobrir todos os cortes/ feridas/ abrasões com pensos impermeáveis
Evitar
✓ Locais de trabalho com muita pressão/ stress
✓ Interrupções frequentes e distração durante a execução da técnica
✓ Contentores de cortantes/ perfurantes demasiados cheios
51
✓ Providenciar a imunização contra o vírus da hepatite B
52
✓ É essencial manter entre as camas um espaço mínimo de 1m que
permita a normal prestação de cuidados e evite a transmissão de
gotículas de um doente para o outro
✓ As manipulações dos doentes e as entradas no quarto devem de ser
restringidas ao estritamente necessário
✓ Os doentes devem de ser sempre individualizadas dentro do possível
✓ A circulação dos indivíduos com DST deve efetuar-se de forma
minimizar os riscos
✓ Deve de ser feito o ensino ao doente e ao pessoal que o acompanha e
ser alertado o serviço de departamento que o irá atender, bem como
os equipamentos de segurança a utilizar aquando da visita aos doentes
✓ Áreas de isolamento devem possuir todos os matérias e equipamentos
53
- com água e detergente
- superfícies descontaminadas com solução de 1% de cloro livre (Deve ser dada
especial atenção aos manípulos da porta e janelas)
- paredes descontaminadas até 2/3 da altura
- deixar atuar o desinfetante durante cerca de 10min e passar depois com água
limpa
- o quarto deve manter-se encerrado, se possível com porta fechada e janela
aberta durante 24h
Educação visitas e doente
- sensibilização para o usar as medidas de proteção
- ressalvar a importância da higiene das mãos com solução antisséptica de base
alcoólica ou com sabão contendo antisséptico
- não partilhar objetos pessoais, revistas, outros
- manter a porta fechada
- não visitar outros doentes ou serviços depois de ter visitado esse, em
isolamento
● Gotículas Quando a transmissão se faz através de gotículas respiratórias expelidas a curta
distância (<1m) pela tosse, espirro, fala e procedimentos como aspiração de
secreções, broncoscopia e cinesioterapia respiratória. Não permanecem
suspensas no ar. Deve-se:
Colocação do doente
- colocar o doente num quarto individual
-colocar na porta placa identificadora do tipo de isolamento
- Se não for possível colocar o doente num quarto individualizado, o doente deve
de ser colocado num quarto com outros doentes que tenham infeção ativa com
o mesmo MO, mas nenhuma outra infeção. Se também não for possível deve-se
de manter separação de pelo menos 1m, entre o doente e outros doentes e
visitas (uso de cortinas separadoras)
Uso EPI
- além do uso de máscara recomendado nas precauções básicas, deve ser
utilizada masca com viseira, óculos pata a proteção das membranas mucosas dos
olhos, nariz e boca durante procedimentos potencialmente geradorss de salpicos
de sangue, fluídos coirporais, secreções ou excreções o quando se prestam
cuidados a uma distância de 1m ou menos (por vezes questões logísticas
recomenda-se a utilização de máscara de entrar no quarto)
Transporte doentes
- o acompanhamento e transporte de doentes para fora do quarto deve
restringir-se ao essencial. Se for necessário deve-se avaliar a dispersão de
gotículas colocando uma máscara ao doente se for possível.
● Via aérea Quando a transmissão se faz por pequenas partículas (<= 5µm) que permanecem
suspensas no ar durante períodos longos e podem ser disseminadas à distância
através de correntes de ar. Deve-se de:
Colocação do doente num quarto individual com:
- pressão negativa, relativamente às áreas contiguas, controlada;
- 6 a 12 renovações de ar p/ hora e
> Aerossois - exaustão para o exterior, afastada das entradas de ar, ou
- filtração de alta eficiência (filtros HEPA) do ar do quarto antes da sua circulação
p/ outras áreas
- colocar na porta placa identificadora do tipo de isolamento
- manter a porta do quarto fechada e o doente no quarto
54
Se não for possível colocar o doente num quarto individualizado, deve ser
colocado num quarto c/ outros doentes que tenham infeção ativa com o
mesmo MO, mas s/ outra infeção a não ser que haja outra recomendação
Uso EPI
- usar proteção respiratória (respirador de partículas com o mínimo de 95% de
capacidade de filtragem P2 ou P3), sempre que entrar no quarto de isolamento
- nos casos de suspeita ou confirmação de tuberculose por mycobacterium
tuberculosis multirresistente, os respiradores a utilizar devem de ser P3
- se o doente tiver diagnóstico ou suspeita de rubéola ou varicela os profissionais
suscetíveis não devem entrar no quarto ou se o fizerem devem usar um
respirador de partículas como o atrás referido. Nessas situações as pessoas
imunes não necessitam de usar proteção respiratória.
Transporte do doente
- o movimento e o transporte de doentes para fora do quarto deve restringir-se
ao essencial. Se necessário deve minimizar-se a possibilidade de dispersão de
partículas colocando uma máscara cirúrgica ao doente, se tal for possível
- deve informar-se o local de destino do doente, assim como o profissional que o
acompanha, acerca da situação e medidas de proteção
Resíduos
- resíduos do grupo III colocados juntos ao doente e o material cortoperfurante
em contentor apropriado
Limpeza
- com água e detergente, sendo a última sala a ser limpa e os equipamentos
utilizados descontaminados a seguir. Os equipamentos, idealmente de uso
exclusivo para o isolamento, devem ser lavados preferencialmente em máquina
com ciclo de desinfeção pelo calor. Não sendo possível, lavar e deinfetar com
solução de 1% de cloro livre, logo após a sua utilização
Limpeza terminal
- com água e detergente
- superfícies descontaminadas com solução de 1% de cloro livre (Deve ser dada
especial atenção aos manípulos da porta e janelas)
- paredes descontaminadas até 2/3 da altura
- deixar atuar o desinfetante durante cerca de 10min e passar depois com água
limpa
- o quarto deve manter-se encerrado, se possível com porta fechada e janela
aberta durante 24h
Educação das visitas
- lavar as mãos ao entrar e sair do quarto
-colocar máscara antes de entrar no quarto
- abrir a porta o mínimo de vezes possível
- restringir o número de visitas
Educação do doente
- utilizar lenços de papel para expetorar e tapar a boca quando tosse ou espirra
- colocar máscara quando sai do quarto
- higienizar as mãos após tossir, espirrar, assoar-se
NOTA:Um microrganismo pode ter mais do que uma via de transmissão, requerendo mais do que um tipo
de isolamento
55
Tipo de isolamento Situações
Aerossois Tuberculose pulmonar, laríngea ou brônquica
(via aérea) Na situação específica da suspeita ou diagnóstico confirmado de tuberculose pulmonar,
sem informação de terapêutica efetiva no período de 14 dias anterior à admissão
Varicela, Sarampo
Herpes zoster disseminado ou localizado em doentes imunodeprimidos
Gotículas Meningite, pneumonia, epiglotidite, e sepsis por haemophilis influenze tipo b
Meningite, pneumoniae sepsis por neisseria meningitidis
Outras infeções respiratórias bacterianas importantes:
- mycoplasma pneumonia
- tosse convulsa (B. pertussis)
- faringite, oneumnia, escarlatina por estreptococo do grupo A
- infeções virais onde esta via de transmissão é importante
- Adenovirus
- gripe
- rubéola etc.
Contacto ● Infeções ou colonizações das vias respiratórias pele ou feridas, aparelho GI com
bactérias multirresistentes, indicadas pelo programa de controlo da infeção como
tendo especial significado clínico ou epidemiológico
● Infeções entéricas com dose infeciosa baixa ou sobrevivência prolongada no
ambiente incluindo:
- Clostridium difficile
- Escheruchia coli/ rotavírus/ Shigella/ vírus da hepatite A/ rotavírus em doentes
incontinentes ou com fraldas
- vírus respiratório sincicial, vírus parainfluenza ou enfeções por enterovirus em
crianças
● Infeções da pele altamente contagiosas incluindo:
- difteria (cutânea)
- herpes simples (neonatal ou mucocutâneo)
- impetigo
- celulite, abcesso, úlcera de decúbito extensa ou outras feridas com exsudado não
contido
- pediculose (piolhos)
- escabiose (Sarna)
- Furunculose estafilocócica em crianças
- Zoster disseminado ou em doentes imunocomprometidos
- conjuntivite hemorrágica viral
● Infeções virais hemorrágicas (ébola, Marburgo- febre hemorrágica, lassa)
56
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
57
11 - De acordo com a classificação de Spaulding, refira 3 dispositivos de alto risco de infeção
12 - Que precauções adoptaria na abordagem dum doente com risco de transmissão por via
aérea
Bibliografia
58
Textos de leitura de aprofundamento
Outros textos
59
3.1.3 A promoção de um ambiente seguro e prevenção dos acidentes ao longo do ciclo de
vida
Enquadramento de enfermagem
Tudo o que rodeia o nascimento, o parto e o trabalhado de parte condiciona o indivíduo para o
resto da vida.
Cuidar a primeira
arte de vida
O nascimento do
bebé
Capacitar
60
O momento do parto é um momento íntimo que requer um envolvimento favorecedor
da confiança, bem estar e relaxamento da mulher
Ambiente silencioso, pouca luz, portas fechadas, intimidade e controlo térmico do RN,
com o número mínimo necessário de profissionais e um acompanhante significativo
para a mãe.
Ambiente seguro
● É desejável que bebés saudáveis e vigorosos se mantenham sobre o abdómen e tórax
materno pelo menos durante 60s sem nenhuma interrupção, se o estado da mãe e do
bebé assim o permitirem e a mãe o deseja
● Esse contacto poderá ser prolongado até 120s
● Estes bebés não precisam de nenhuma reanimação e a fonte de calor é a própria mãe
● Este procedimento deve ser oferecido a todas as mães, incluindo as que tenham decidido
não amamentar
● Contacto com a mãe/ pai desde o nascimento
o Habitat mamíferos
Corpo da mãe
Nota: estudos provavam que os bebés encontram no máximo em 56min a mama da mãe.
Favorecer o contacto pele a pele com a mãe terá melhores resultados ao nível da autoestima,
autoconfiança e cognição- algo positivo e benéfico para o bebé a longo prazo.
61
> Primeiros 15’ a 30’ vida – 1º período de reatividade
- FC e FR
- 90’ sono
- FC e FR
> 2 a 8 horas de vida – 2º período de reatividade, com duração entre 10’ e várias horas
IMPORTANTE:
Sistema Cardiovascular
A circulação do feto inclui um desvio: as artérias umbilicais levam o sangue usado até à
placenta onde se dão as trocas vasosas e o sangue retorna oxigenado através da veia
umbilical – o contrário de nós.
Quando o bebé nasce todos esses desvios são encerrados e o bebé fica com uma
circulação semelhante à nossa sem haver mistura de sangue arterial e sangue venoso.
o Transição da circulação fetal para circulação neonatal:
- Primeiras inspirações do RN >>> INSUFULÇAÇÃO DOS PULMÕES >>> reduz a
resistência vascular pulmonar ao fluxo sanguíneo
- A pressão na artéria pulmonar baixa >>> faz diminuir a pressão na AD
- O aumento do fluxo sanguíneo no lado esquerdo do coração aumenta a pressão
na AE >>> encerramento do forâmen ovale (membrana que encerra após o
parto)
- Encerramento do canal arterial até às 24h de vida
- clampagem do cordão: as artérias e veias umbilicais encerram transformando-
se posteriormente em ligamentos
62
NOTA: Quando a placenta sai o útero contrai-se e por isso ocorre uma compressão dos <vasos
que sangram mulher não tem hemorragia importante apalpar após as 2h para ver se o
útero está contraído.
Hoje sabe-se que o sangue que está no cordão pertence ao bebé. Um bebé (3,5Kg) tem 250mL
de sangue. Por isso quando se quer fazer uma análise ao recém-nascido tira-se sangue do
cordão. Quando se corta o cordão logo após o nascimento estamos a privar o bebé dos GV, GB,
células estaminais… Por isso, os bebés que se cortam logo ficam com anemia, pelo menos
apenas no 1º ano de vida.
• Circulação fetal – o sangue vem pela veia umbilical (placenta) sobe ao coraçao,
passando de um lado para outro desce pela aorta e desvia-se para as artérias
umbilicais e volta para a placenta e retorna ao bebé pela veia umbilical
• Placenta corte da circulação coração onde o forâmen ovale encerra (não há mais
mistura de sangue) aorta, desce, sem haver já ligação à placenta: volta aos pulmões
do bebe para ser oxigenado.
63
Intervenções de enfermagem
Nota: Para a crio preservação das células estaminais é necessária a laqueação imediata do
cordão, privando desta forma o RN do sangue contido no cordão umbilical.
Sistema Respiratório
Intervenções de enfermagem
64
Sistema Gastrointestinal
Intervenções de enfermagem
A vitamina K sintetizada através da flora intestinal, sendo necessária para a formação dos fatores
de coagulação (o intestino do RN é estéril ao nascer- exceto em situações de BAR > 24h, são
necessárias 24h para a colonização do intestino e início da sintetização da vitamina K.
65
Posologia e via de administração: “logo após o nascimento deve ser administrada vitamina K
(fitonadiona) por via IM para profilaxia da doença hemorrágica do RN, na dose 1 mg se o peso
ao nascer for superior a 1Kg e entre 0,3-0,5 mg se for inferior a 1Kg, providenciando a
quantidade necessária desta vitamina para as primeiras duas semanas pós-natais ”
Sistema Urinário
● O RN normal pode eliminar urina logo após o nascimento, e deve fazê-lo até às
24h de vida, necessitando ingestão suficiente de líquidos.
● O RN que não urina nas 24h após o nascimento deve ser examinado para
pesquisa de eventual obstrução, estenose uretral ou ausência de rim ou
ureteres.
● Antes das 6 semanas devida o rim do RN não concentra eficazmente a urina,
pelo que esta é geralmente quase incolor e sem cheiro
● Cada micção tem cerca de 15 ml, o que pode passar despercebido numa fralda
descartável. Vigiar atentamente se há suspeita de não produção de urina.
● Diurese do RN: 30 a 60 ml nos dois primeiros dias. Cerca de 300 ml ao fim da
primeira semana (5 a 6 micções por dia)
● Nos primeiros dias a urina pode ser rosada ou turva, devido à presença de
cristais de ácido úrico que se forma na bexiga durante a vida fetal – não
representa qualquer problema
● Até à maturação dos glomérulos renais pode haver um certo grau de proteinuria
nos primeiros dias
Intervenções de Enfermagem:
Sistema Imunitário
66
Intervenções de Enfermagem:
Sistema Neuromuscular
Intervenções de enfermagem
● Alguns RN podem apresentar tremores ou alguns movimentos involuntários
dos membros na ausência de estimulação: devido à imaturidade do sistema
nervoso; pesquisar reflexos
o Reflexos no RN: de Moro (simulamos a queda de um bebe e este faz abdução,
fazendo um C entre o primeiro dedo e os outros, como se fosse um abraço),
preensão palmar e plantar (fazemos pressão na raiz dos dedos), dos pontos
cardeais (a mãe com o mamilo, por exemplo deve de tocar nos lábios do bebe),
de sucção e deglutição (visualizar durante a amamentação ou então colocar o
dedo na boca do bebé), de extrusão, de marcha automática (colocar o bebe
numa superfície plana e colocar as nossas mãos debaixo das axilas e o bebé
simula uma marcha), tónico do pescoço (bebé está deitado e colocar o bebé
com a cabeça para um lado e ele faz extensão dos membros – inferiores e
superiores- desse mesmo lado e do outro lado fica em extensão), Babinsky
(desde do calcâneo até à raiz dos dedos e o RN vai fazer flexão dos dedos),
glabela (bebe pestaneja), entre outros
67
Da termogénese e termorregulação
● Termogénese – capacidade do RN produzir calor
● Termorregulação – manutenção de equilíbrio entre a produção de calor, ganho de calor
e a perda de calor
✓ Convecção
✓ Radiação
✓ Evaporação
✓ Condução
Intervenções de enfermagem
68
● Definição:
o Avaliação da adaptação física do RN ao meio extrauterino, através de
apreciação de 5 sinais objetivos, aos 1’, 5’ e 10’ (minutos) após o nascimento.
o Atribui-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2. Os sinais avaliados
são: FC, respiração (esforço respiratório), tónus muscular, irritabilidade reflexa
e cor de pele – ordem de importância
o O somatório da pontuação, (no mínimo zero e no máximo dez), resultará no
índice de Apgar (IA) do RN.
o No momento do nascimento, o Índice de Apgar é útil para avaliar as condições
do RN e tolerância ao processo de nascimento; orientar nas medidas a serem
tomadas quando necessárias – Avaliar a Vitalidade
Sorriso – endógeno
69
O mesmo autor defende que os bebés podem nascer tensos ou
relaxados:
RN tenso vs RN relaxado:
> Perímetro cefálico: a seguir ao parto pode ocorrer o “cavalgamento” das suturas para
conseguirem passar pelo canal de parto, e assim diminuir o perímetro cefálico, por isso
após 24h repete-se a medição. ↪ 33 a 35cm
> Comprimento normal: 50 ± 2 cm (48 a 52cm)
> Peso normal: 3,500kg (bebé leve para a idade gestacional: <2,500kg; bebé grande para
a idade gestacional/macrossómico: > 4kg)
NOTA: Importante para ver a dose que se pode administrar, perda ponderal que pode ir até
10% do peso.
De frisar, uma vez mais, a importância de respeitar as “2 horas de ouro” imediatamente após o
nascimento benefício máximo
Para o bebé
Para a mãe
• O toque, o cheiro e a temperatura são estímulos vagais que • Favorece a sincronia com a mãe
libertam ocitocina (melhiora as respostas sociais – mais • Favorece o início da amamentação e contribui para o
comportamentos de apego), diminui a ansiedade e aumenta sucesso do aleitamento materno
a temperatura do tórax • Melhor termorregulação
• Glicémia mais elevada e frequência respiratória mais baixa –
melhora a conservação dae energia
• Favorece a colonização do RN por bactérias maternas para as
quais já possui anticorpos
• Um bebé nasce estéril e tem de ser colonizado pelas
bacterias preferencialmente pelas bactérias dos pais porque
já tem os anticorpos necessários.
• Método canguru – permite que os bebés tenham um
contacto com a mãe, promovendo a vinculação, não têm
tantas infeções
70
NOTA: A espécie humana tem características comuns e específicas: primeiro as mães veem as pontas dos dedos e só
depois os agarram devidamente
Intervenções de enfermagem
Registos de enfermagem
*Hora e tipo de
parto: Eutócico
(normal) ou
Distócico (fórceps,
ventosa ou
cesariana)
Intercorrências:
Diabetes
gestacional, infeção
urinária,
hipertensão (…)
Nº de horas de BAR:
se a bolsa de águas
se rompeu há >18h
(ex. 18 BAR) pode
haver risco de
infeção
Caraterísticas do
Liquido Amniótico
(LA): se o líquido
amniótico tem
mecónio, se é
transparente, se
tem cheiro, etc
O momento do parto e logo após envolve uma experiencia emocionalmente intensa para a
díade, repleta de desafios de adaptação principalmente de dimensão fisiológica e emocional. As
intervenções de enfermagem facilitam e capacitam para a transição de nascimento e
parentalidade. Na verdade, “Momento do parto… o ambiente influencia a experiência de
transição da díade mãe/ recém-nascido”
71
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Teste formativo
Bibliografia
Pilliteri, Adele (2007). Maternal and Child Health Nursing: Care of the Childbearing
Family, 5ª ed. (Capítulo 24, pág. 679-721).
72
3.1.3.2 A promoção de um ambiente seguro e prevenção dos acidentes na
criança.
A vacinação
73
Antes dos 2m de idade só é vacinado contra a hepatite B.
> Administração
As vacinas do PNV são administradas por injeção
74
> Doses
O NUMERO DE doses depende da imunidade conferida pela vacina
> Local
▪ Onde seja menor o risco de lesão local, nervosa, vascular ou dos tecidos
▪ Administração subcutânea: as injeções subcutâneas são administradas na
coxa dos latentes ou na face superior externa do braço nas crianças maiores
▪ Administração intramuscular de vacinas: as injeções intramusculares são
administradas no vasto lateral da coxa (no terço médio para evitar necrose
do nervo ciático) nos latentes ou no deltoide nas crianças maiores
▪ Administração intradérmica de vacinas
75
NOTA: para uma boa vacinação – introduzir o líquido aquecido (na mão); introduzir o líquido
lentamente, de modo a causar menos dor.
• Registos de enfermagem
o Escrever a lápis no BIS as datas da próxima vacina
o Registar a vacina administrada, o laboratório, o lote, a dosa na
ficha central de vacinação da criança – programa informático
SINUS (ou outras aplicações)
o Verificar ou/e atualizar os registos anteriores registar qualquer
reação alérgica ou outro dado relevante
o Verificar e/ou atualizar os registos anteriores
76
• Intervenções de enfermagem que visam a administração das vacinas
o Cuidados gerais a observar na prática da vacinação
> Certificar-se da vacina a administrar, em função da idade e do Boletim Individual de
Saúde (BIS), assim como na ficha central de vacinação da criança
> Assegurar o respeito pelos prazos de validade, condições de armazenamento e local
de disponibilidade das vacinas Preparar a vacina de acordo com as regras de
administração de terapêutica
> Preparar a criança e/ou informar os pais para o procedimento – o que vai fazer,
como, objetivo - elogiando-a no fim
> Informar sobre os efeitos secundários possíveis
> Escrever a lápis no BIS a(s) data(s) próxima(s) vacina(s)
> Registar a vacina administrada, o laboratório, o lote, a dose na ficha central de
vacinação da criança, através do programa SINUS
> Aconselhar a criança a permanecer 20 minutos no Centro de Saúde.
✓ Ambiente Físico;
✓ Ambiente Humano-afetivo;
✓ Ambiente Hospitalar;
✓ Ambiente Natural;
✓ Ambiente Familiar, Profissional;
✓ Ambiente Externo vs Interno
Segundo a CIPE: define ambiente como as condições ou influências sob as quais as pessoas ou
grupos vivem ou se desenvolvem
Enquadramento de enfermagem
✓ Cuidar
✓ Holismo
✓ Humanismo
✓ Compreensão da experiencia humana nos
processos saúde-doença
77
Ambiente seguro na relação enfermeiro- cliente elementos ambientais que
minimizam o sofrimento
Intervenções do Enfermeiro que visam preparar, apoiar e valorizar a criança e a família nos
procedimentos técnicos:
78
● Imobilização da criança para execução:
o Técnica da contenção
> Enfermeira contêm (segura/agarra) os membros da criança para que a
enfermeira consiga injetar/realizar o procedimento Minimiza tempo de
sofrimento
● Acidente: é todo o acontecimento não premeditado que provoca dano corporal, dano esse
diretamente relacionado com o acontecimento que o provocou.
Acontecimento independente da vontade humana, provocado por um força exterior que
atua rapidamente sobre o individuo com consequente dano físico ou mental.
“Novo paradigma considera o acidente com um evento previsível resultante da transmissão
rápida de um tipo de energia dinâmica, térmica ou química de um corpo para o outro,
podendo provocar lesões ou até morte”.
“Os acidentes constituem uma importante causa de morbimortalidade infantil e de recursão
ao serviço de urgência pediátrica”
A nível nacional conhecem-se apenas alguns dados epidemiológico.
Coorte idade igual ou < a 14 anos observadas no SU por acidente entre 1 março e 30 de
novembro. Resultados 22502 admissões de crianças até 14 anos – 1746 (7.8% 9 foram por
acidente)
Maioria sexo masculinho e tinha mais de 5 anos exterior escola (29.1%) e interior de casa
(25%) queda (55.5%) e contusão (54.2%
Conclusões
Os acidentes representem um motico muito frequente de recurso ao SUP
Os acidentes, incluindo os graves, ocorrem com maior frequência no sexo masculino
A queda é o tipo de acidente mais frequente em PD ou em PSD.
Consumo de recursos e de custos em saúde exagerado maior acessibilidade ao CSP.
• Acidentes na infância
Os traumatismos e as lesões são a principal causa de morte das crianças e dos adolescentes
do 0 aos 19 anos, em Portugal.
Quando comparado com os 31 países que participarem nos relatórios e avaliação a da
segurança infantil em 2012, Portugal ocupa o 7º lugar para os rapazes e o 8º para as
raparigas
79
Na europa os traumatismos são a 1ª causa de morte em crianças e adolescentes, sendo
responsáveis por mais mortes do que todas as outras causas combinadas
Contudo, pode acontecer que o bebe bolse e faça uma aspiração de leite aquando da posição de decúbito dorsal,
mas se se forem tomadas as medidas/ cuidados antecipatórios, o risco de ocorrer diminui.
Na verdade, este síndrome diminuiu 67% ao fim de um ano quando foram ensinadas as mães
esta posição de decúbito dorsal.
Algumas medidas simples podem reduzir significativamente a taxa de mortalidade por SMSL:
Quando são deitados em decúbito dorsal, os bebes não bolsam em aspiram mais o vómiyo
do que se estiverem em qualquer outra posição
80
✓ Colocar o bebe num berço seguro em colchão firme e bem
adaptado ao berço (não deve de haver um intervalo entre o
mesmo, porque o bebe na vida intrauterina tinham um
ambiente seguro
✓ Dormir com o bebe é mais perigoso se fuma, se estiver cansado, se bebeu álcool, se tomou
medicamento que afetam o sono
✓ O bebé deve dormir num berço apropriado, colocado ao
lado da cama dos pais
✓ NUNCA adormecer com o bebe no sofá
81
• Intervenções de enfermagem
Relação entre a fase de desenvolvimento e os riscos de acidentes: RN, latente, toddler, pré-
escolar, escolar, adolescente
Decúbito ventral
▪ Acidentes RN: queimaduras, asfixia, quedas e lesões cutâneas
Posição de sentado (a partir de 7/8 meses)
▪ Quedas: queimaduras, afogamento, envenenamento e/ou intoxicação, asfixia e/ou
engasgo, choque elétricos, acidentes de carro, lesões cutâneas
Acidente de pé
▪ Quedas, afogamento, lesões cutâneas
Locomoção
▪ Quedas, afogamento, lesões cutâneas, queimaduras, intoxicação
Escadas
▪ Quedas, lesões cutâneas
Alimentação
▪ Asfixia (aspiração)
▪ Queimaduras
▪ Lesões cutâneas
▪ Intoxicações
Higiene
▪ Afogamento
▪ Lesões cutâneas
▪ Queimaduras
Comportamento social
▪ Queimaduras
▪ Afogamento
▪ Lesões cutâneas
▪ Asfixia
82
▪ Afogamento
▪ Lesões cutâneas
▪ Asfixia
▪ Intoxicações
GRÁFICO
83
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Trabalho autónomo
Teste formativo
1. Enuncie a orientação a fazer face aos efeitos secundários possíveis das vacinas
2. Caracterize globalmente uma das vacinas do PNV.
3. Diga quais os dados a ter em conta para preparar uma criança para um procedimento técnico.
4. Refira o objetivo dessa recolha de dados.
5. Explicite o tipo de cuidados a implementar e os princípios a respeitar.
6. Como define acidente?
7. Qual a causa do acidente?
8. Em que consiste a orientação antecipada do cliente face ao acidente?
9. Quais as intervenções de enfermagem no sentido da prevenção do acidente?
10.Quais os recursos nesta área?
84
11.Nomeie as estratégias a utilizar nessa preparação, no apoio e no consolo da criança. Mobilize
o referencial dos cuidados não traumáticos no caso de ter de vacinar uma criança toddler
Bibliografia
Diggle, L. & Richards, S. (2007). Best practice when immunizing children. Primary
Health Care. 17(7), 41-46. 10
Direcção Geral de Saúde (2012) – Programa Nacional de Vacinação - PNV 2012. VASPR
(Vacina combinada contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola) e a alergia ao
ovo. Orientações 006/12, 19/03/12. Lisboa: Direcção Geral de Saúde.
Direcção Geral de Saúde (2012) – Programa Nacional de Vacinação - PNV 2012. Doença
meningocócica pelo serogrupo C e estratégia vacinal. Informação 004/12, 4/2/12.
Lisboa: Direcção Geral de Saúde.
Direcção Geral de Saúde (2010) – Elementos estatísticos. INFORMAÇÃO GERAL. SN
0872- 1114 SAÚDE / 2008. LISBOA. Dezembro.
Faria, Helga Pedro Caeiro da Silva de (2012). Interação e perfis de comportamentos das
crianças, pais e enfermeiros durante a vacinação pediátrica. Lisboa: Universidade de
Lisboa. Tese de Doutoramento.
Hockenberrry, M.J.; Wilson, D. (2007) – Wong's Nursing Care of Infants and Children,
8th ed., Canada, Mosby Elsevier, p:534-552 Plumridge, Elizabeth; Goodyear-Smith,
Felicity; Ross, Jim (2009). Nurse and parent partnership during children’s vaccinations:
a conversation analysis. Journal of Advanced Nursing. Vol. 65 (6) 1187-1194.
Testes cutâneos e punção venosa em criança de 5-6 anos. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=L9SH3vzs518
WHO (2011). 10 facts on global road safety.
(…)
85
3.1.3.3 A promoção de um ambiente seguro e prevenção dos acidentes na
pessoa idosa: segurança e prevenção de acidentes de lazer e domésticos
Envelhecimento e acidentes
• A população mundial está a envelhecer! Os idosos
• com mais de 80 anos representam 8,6% da população dos países da OCDE.
• Em Portugal 50% das pessoas acima dos 65 anos apresentam algum grau de
dificuldade na satisfaço das NHF
• Prevê-se que em 2020 as pessoas idosas representem 20,4% e em 2030, 24,2%
da população nacional.
• Na EU morrem 105.000 pessoas/ ano vítimas de acidentes
• 85.000 são acidentes “não intencionais” (acidentes de viação, queda,
queimaduras, intoxicações, afogamento)
• 20.000 são “intencionais” (suicídios, homicídios, entre outros).
• O grupo etário mais de 65 anos representa 14% das vítimas de acidentes de
trânsito, representando as pessoas idosas 29% dos peões mortos
• No que se refere aos acidentes domésticos (devido a má iluminação, espaço
condicionado – mobília, tapetes, gás…) e de lazer, 14% das vítimas são pessoas
idosas, sendo muito mais frequente nas mulheres e “a casa” o principal local de
ocorrência
• Estima-se que esta percentagem triplique nos próximos anos pelo
envelhecimento populacional.
•Comorbilidades
•Dor crónica
•Incapacidades
Acidentes •Declínio funcional
• da qualidade de vida
•Dependência
•Sobrecarga familiar
• dos custos em saúde
Custos direitos
Custos indiretos
86
Quedas na pessoa idosa
• Conceito
o Queda – de acordo com a OMS (2007) evento que leva a pessoa
inadvertidamente ao solo ou um nível inferior
o Cair - descida de um corpo de um nível superior para um nível inferior
devido ao desequilíbrio, desmaio ou incapacidade para sustentar pesos
e permanecer na vertical
o Risco de queda – é um diagnóstico de enfermagem, operacionalizando
através da aplicação da escala de Morse e por tomada de decisão de
Enfermagem, nas primeiras 24 horas de internamento do doente.
o Escala de Morse - escala preditiva (ou seja de acordo com aqueles itens
vê-se se a pessoa tem elevado risco ou não de cair) de queda do doente
adulto durante o período de internamento.
o Dano - implica na estrutura ou funções do corpo e/ou qualquer efeito
pernicioso daí resultante incluindo doença, lesão, sofrimento,
incapacidade ou morte e pode ser físico, social ou psicológico.
o Grau de danos (nenhum, ligeiro, moderado, grave, morte) - gravidade e
duração de qualquer dano e as implicações no tratamento, resultantes
de uma queda.
• Fatores de risco
Biológicos
Socio
económic
Fatores Comporta
de risco mentais
os
o Queda Recorrente
✓ Associadas a fatores etiológicos intrínsecos
Medidas preventivas
• A determinação dos idosos que têm alto risco de queda é o primeiro passo para
ajudar os profissionais a prevenir as quedas e as lesões associadas (Wagner, Scott &
Silver, 2011)
• A avaliação do risco deve prever as intervenções associadas (ACSQH, 2009)
ESCALAS
• Escalas de Morse (é a mais utilizada em Portugal)
• STRATIFY Tool
• Escala de Hendrich
• Escala de Downton
88
• TUGT
• Teste de quilíbrio de Berg
• Escala de BARTHEL (mede a capacidade de realizar as Atividades Básicas de Vida
Diária)
ESCALA DE MORSE
89
Consequências das quedas
Prevenção da queda
• As intervenções preventivas de queda podem ser singulares (para o controlo de um
único fator de risco) ou múltiplas (controlo de vários fatores de risco)
• As intervenções múltiplas podem ser destinadas a todos os idosos – oferecendo o
mesmo programa de prevenção a todos, mas combinando intervenções individualizadas
em função do risco
• A prevenção de acidentes na população idosa é um desafio para os cuidados de
enfermagem;
• Implica a parceria com outras instituições na comunidade (autarquias, PSP, grupos
desportivos…);
• Enquanto sociedade temos de repensar aspetos do planeamento urbanístico,
acessibilidades e criação de uma sociedade segura para uma população em franco
processo de envelhecimento;
• Enquanto cidadãos temos de nos preparar para envelhecer ativamente…
90
INTERVENÇÕES SINGULARES COM EFICÁCIA COMPROVADA NA REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA E
PREVALÊNCIA DAS QUEDAS
91
> Quando deitada, a Pessoa Idosa deve apoiar a cabeça num travesseiro que
apoie a cabeça e os ombros !
> Quando se levantar do leito, a Pessoa idosa deve fazê-lo, devagar, sem
precipitações, de forma a evitar a ocorrência de tonturas devido à súbita
mudança de posição de deitado para ortostática – ensinar a sentar alguns
segundos antes de levantar !
> Não ter tapetes no chão
> No quarto deve existir uma cadeira (estável) ou uma poltrona para que a
Pessoa Idosa possa sentar-se para calçar as meias e os sapatos !
> Os interruptores devem estar ao alcance da mão quando estiver deitado na
cama, para evitar ter de se levantar no escuro !
> Evitar colocar objetos em prateleiras muito altas ou muito baixas, para
diminuir o esforço físico de ter de os procurar !
> A mesa de cabeceira deve ter os bordos arredondados e ser fixa à parede ou
ao chão de forma a que não se desloque, caso a Pessoa Idosa tenha
necessidade de se apoiar nela
o Na casa de banho
> O piso da casa de banho deve ser antiderrapante !
> Evitar prateleiras de vidro e superfícies cortantes que possam lesionar a
Pessoa Idosa, caso tenha uma perda de equilíbrio !
> É absolutamente proibido a presença de esquentador a gás instalado na casa
de banho !!!
> O espaço útil da casa de banho deve ser suficiente para duas pessoas. Nunca
fechar a porta da casa de banho á chave, caso venha a precisar de ajuda!
> Os interruptores e as tomadas elétricas devem estar em áreas secas da casa
de banho
> Na banheira ou polibã, colocar tapete de borracha antiderrapante. Colocar
também barras de apoio. Se necessário, utilizar banco próprio para que a
Pessoa Idosa tome o seu banho sentada e estável !
> Se a Pessoa Idosa tiver dificuldade em se elevar da sanita, colocar um alteador
de sanita que facilite a elevação. Colocar igualmente, barras de apoio !
> Limpar imediatamente o chão quando se derramarem líquidos !
> Esperar que o chão seque depois da lavagem
o Na cozinha
> Os armários não devem ficar em locais muito altos. Guardar preferencialmente
os objetos que utiliza pouco nos armários superiores e os de uso frequente, em
locais de fácil acesso !
> Se o Fogão (e esquentador) forem a gás, instalar sempre a botija fora da
cozinha !
> No frigorifico, arrumar os viveres nas prateleiras de forma a evitar que a Pessoa
Idosa baixe ou eleve demasiado os seus braços. Evitar colocar muita carga
(peso) na porta do frigorifico
> Os fornos eléctricos e os microondas devem ser colocados em local de fácil
acesso !
> Se possível, a placa de fogão deve ter um sistema que apague automaticamente
caso haja derrame de líquidos (e assim evitar as fugas de gás) !
92
> A Pessoa Idosa deve ser alertada para desligar os aparelhos depois de os usar
(ferro de engomar, forno, microondas)
o Na sala de estar
> Procurar utilizar cores claras nas paredes e uma boa iluminação !
> Os sofás e poltronas devem ser confortáveis mas os assentos não devem ser
demasiado macios para que a Pessoa Idosa se consiga levantar e sentar com
facilidade !
> Evitar esquinas de vidro, metal ou materiais cortantes em mesas de apoio !
> Não usar tapete em baixo da mesa da sala de jantar e deixar um espaço de
circulação ao redor da mesa !
> Preferir pisos antiderrapantes
o Luz de presença
o Protetores de anca
o Material de proteção
93
• Gerir o risco de queda em estruturas residenciais para idosos
94
Prevenção da queda
• As intervenções preventivas de queda podem ser singulares (para o controlo de um
único fator de risco) ou múltiplas (controlo de vários fatores de risco)
• As intervenções múltiplas podem ser destinadas a todos os idosos – oferecendo o
mesmo programa de prevenção a todos, mas combinando intervenções
individualizadas em função do risco
95
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Objetivos
Teste formativo
5. Descreva as alterações ambientais que têm impacto na diminuição dos acidentes na casa do
idoso.
Bibliografia
Leitura obrigatória
Preventing falls and harm from falls in older people: Best Pratice Guidlenes for
Australian Residential Aged Care Facilities. Australian Health Ministers. Austrália.
Dísponivel em: http://www.safetyandquality.gov.au/wp-content/uploads/2012/01/Guidelines-
RACF.pdf
96
3.2 Ajudar a Respirar normalmente
Objetivos
✓ Caracterizar os fatores que influenciam a satisfação da NHF respirar ao longo do ciclo
vital
✓ Identificar medidas de promoção da satisfação da NHF respirar
✓ Caracterizar intervenções de enfermagem que permitem a satisfação da NHF respirar
ao longo do ciclo vital
•Recursos económicos
•reforma
•poluição
•existência de espaços verdes
•Disponibilidade de equipamentos desportivos
•Programas formais de atividade física
•Tabagismo
•Agir segundo as suas crenças
Dimensão psicológica
•Autoestima e autoconhecimento
•Depressão e eprturbações mentais
•Medo
•Ansiedade
•Internamento VS institucionalização
•Stress
•Fatores comportamentais => estilo de vida
Dimensão biofisiológica
•Idade
•sexo
•doenças
•exercício físico
•alimentação
•hidratação
•IMC
•Medicação
•Dor
•Integridade física
•integridade neurológica - que comprometem o sistema nervoso central
•imobilidade - funçao respiratória menos eficaz
•alterações músculo-esqueléticas
97
Conceitos
Processo do sistema respiratório para manter aberta ao fluxo de ar uma passagem até aos
alvéolos pulmonares através da capacidade para limpar as secreções ou obstruções do trato
respiratório
● Expetorar
Limpeza das vias aéreas: expulsão de muco, material mucopurulento ou líquidos da tarqueia,
brônquios e pulmões, tossindo ou cuspindo.
● Tosse
Processo do sistema respiratório comprometido: expulsão súbita do ar dos pulmões para limpar
a via aérea
● Aspiração
● Dispneia
o Dispneia funcional
o Dispneia em repouso
o Ortopneia
Dispneia em repouso: falta de ar quando deitado em posição dorsal e em supina
● Trocas gasosas
Processo respiratório: troca alveolar de oxigénio e dióxido de carbono, equilíbrio na
perfusão ventilatória associada a efeitos sobre a respiração, cor da pele e nível de
energia
98
● Hipoxia
● Asfixia
De notar que as IACS interferem com estas dimensões ou pelo menos algumas delas.
Características da respiração
Criança: 20 a 30 cr/m
Adulto: 12 a 20 cr/m
Tipo de Torácica
localização
Toraco-abdominal
Diafragmática
Profunda
99
A gravidez provoca alterações importantes na fisiologia da respiração
Em resposta às necessidades de oxigenação a ventilação materna aumenta cerca de 50%
✓ Manter um registo das características da respiração e do pulso antes e ao longo da
gravidez
✓ Na realização do exame físico “despistar” a presença de sinais e sintomas tais como:
taquicardia, sibilos, dispneia a pequenos médios esforços
✓ “Caracterizar” ingestão hídrica
✓ Nas grávidas com hábitos tabágicos implementar estratégias para diminuir ou
eliminar o consumo tabágico
✓ Implementar estratégias promotoras do alívio da ansiedade
✓ Estabelecer um programa de atividade física: nas gravidas sedentárias iniciar um
programa de intensidade moderada e gradualmente avançar para outros níveis,
evitando, sempre a fadiga (compromete a perfusão uterina e a oxigenação feto-
placentária)
✓ Educar a mulher grávida para manter os princípios da biomédica na opção de pé e
sentada
✓ Articular-se com a enfermeira de saúde materna para
determinar exercícios específicos a ser mantidos
(nomeadamente o controlo da respiração
A gravidez provoca alterações importantes na circulação:
✓ Avaliar edema dos MI
✓ Avaliar sinais e sintomas de complicações
(troboembolismo)
✓ Evitar permanecer longos períodos parada
✓ Alternar períodos de atividade com períodos de repouso
✓ ~promover a caminhada e subir/ descer escadas, várias
vezes ao longo do dia
✓ Elevar os membros inferiores, em declive, sempre que possível
✓ Promover mobilizações ativas da articulação tibioblástica (fazer a
rotação da mesma para estabelecer o retorno venoso)
✓ Assessorar na escolha de meias de contensão adequadas
✓ Sugerir o uso de cinta da gravidez: o apolio e elevação do útero
facilita a drenagem linfática e venosa
✓ Aconselhar sobre à escolha do vestuário (evitar roupa apertada na
região unginal)
✓ Alertar para evitar a posição de decúbito dorsal: o débito cardíaco pode diminuir até
20%
✓ Promover a ampla ingestão de líquidos
100
✓ Não fumar perto do bebé/ criança ( inalação passiva de fumo de cigarro aumenta a
frequência e a gravidade da tosse, infeções de ouvido, infeções dos seios nasais,
laringites e asma
Promover um ambiente seguro:
✓ Higiene dos diferentes espaços da casa
✓ Arejar o quarto
✓ Instruir acerca da roupa da cama, higiene e secagem da roupa
✓ Assessorar a escolha de brinquedos (devido à tinta, às peças que estes contêm, etc.)
✓ Lavar/ desinfetar com regularidade os brinquedos
✓ Promover a realização de atividades físicas
✓ Aconselhar os pais na escolha da atividade física mais
adequada à criança (idade, situação clínica da
criança, disponibilidade de oferta na comunidade).
Ex.: estar em grupo e ter brincadeiras de grupo,
caminhadas, brincar na praia (ampla superfície),
natação (útil porque para além do ensino da
atividade como forma de permitir a sua segurança,
permite um controlo respiratório)
101
Promover prática de atividade física regular/ prevenção do sedentarismo
Promover hidratação adequada
Insistir na correção postural
Instruir sobre exercícios de expansão torácica
Instruir sobre exercícios de higiene brônquica (tosse, assuar o nariz…)
102
✓ Repara os músculos respiratórios
✓ Promove capacidade suportar atividade física
✓ Reduz risco de atelectasias – diferentes posições (=) drenagem postural, conhecendo
os lóbulos do pulmão de modo a que as secreções cheguem a uma zona de modo a
que o doente consiga expelir as secreções que irão ser expetoradas através da tosse
✓ Promove tosse e a progressão muco
✓ Estimula tosse e expetoração
✓ Favorece a circulação
● Instruir a pessoa e/ ou cuidador sobre a adoção de posições de técnicas facilitadoras do
relaxamento e da respiração (sentado e de pé)
● Instruir a pessoa sobre a conscientização da respiração através do controlo e
dissociação dos tempos respiratórios
● Avaliar a tosse – identificar fatores causais e característicos
Tosse
Processos inflamatórios Cansaço e dispneia Frequência
Fatores etiológicos
Complicações
Avaliar a tosse
Desidratação das Exaustão Fatores precipitantes
mucosas Cianose intensa Eficácia
Inspiração de ar frio Lesões das paredes da Interferência com
Inspiração de partículas traqueia e da laringe atividades da vida diária
irritantes físicas ou Disseminação de Tipo
químicas expectoração infetada Fatores que aliviam
Processos infeciosos para os alvéolos
Produtividade
Influência sobre o
cansaço
● Aspirar secreções: apenas quando a pessoa é incapaz para proceder à eliminação das
secreções
● Proceder aos cuidados de higiene oral
● Oferecer às crianças as medidas de conforto preferidas (embalar, acariciar…)
● Despista sinais de complicações: dispneia; troca de gases prejudicada
● Avaliar sinais de hipoxia
● Otimizar a ventilação através de técnicas de posicionamento
● Executar técnicas de relaxamento
103
● Assistir nas técnicas de relaxamento
● Instruir sobre técnicas respiratórias
● Supervisionar execução de técnicas respiratórias
Características da expetoração
Cor/ tipo ● Mucosa
● Purulenta
● Muco-purulenta
● Serosa
● Hemoptoica
Quantidade ● Pequena
● Média
● Grande
● Regular
● Abundante
Estas posições são extremamente básicas que muitas das vezes as pessoas por si só
adquirem estas posições.
1
2
104
Assim, devemos de colocar as almofadas ou cobertores encostados ao estrado da cama, por
baixo do colchão de modo a que as almofadas não se movam.
2- O diafragma vai elevar e ajudar no período expiratório – o ciclo que as pessoas têm
dificuldade
3 4
5 6
5/6 – IC (no período expiratório assobiam mesmo), DPOC, asma – posições de alívio. Esta
posição também é muito usada por quem tem dispneia funcional associada às pessoas que
dificuldades de mobilidade apoiam-se no andarilho, para tal é fulcral que este não tenha
rodas ou estas estejam travadas.
105
● Avalie a capacidade do cliente executar o procedimento
● a colaboração do cliente e do cuidador
● Reavalie o cliente ao longo de todo o procedimento
● Adeque as estratégias de comunicação à idade, à cultura e à individualidade do cliente
e do seu cuidador
● Em algumas situações, nomeadamente crianças e pessoas idosas, pode ser necessário
envolver o cuidador principal para dar continuidade ao procedimento. Nesta situação
deve ser sempre validada a motivação, a capacidade e a disponibilidade
● Garanta a execução do procedimento em condições de segurança para si e para o
cliente
2. Respiração diafragmática
106
● De notar que este procedimento requer uma preparação, como tal:
✓ Explique o procedimento ao Cliente e/ou ao cuidador;
✓ Proceda à higiene das mãos;
✓ Providencie privacidade, correndo as cortinas da unidade;
✓ Se necessário, coloque equipamento de proteção individual;
✓ Se o Cliente estiver na cama e se esta o permitir, elevar a cama ao nível das cristas
ilíacas do profissional para uma melhor ergonomia;
✓ Posicione corretamente o Cliente;
✓ Peça ao Cliente para consciencializar-se dos tempos respiratórios (Inspiração e
Expiração).
● Procedimento:
1. Ensine o cliente a dissociar os tempos respiratórios (etapa anterior)
● Após o procedimento:
✓ Posicione o Cliente confortavelmente (se necessário e de acordo com o plano
de posicionamento terapêutico);
107
✓ Efetue a higiene das mãos;
✓ Registe: ensino, monitorização, avaliação (intercorrências, resultados obtidos e
alterações dos valores da SPO2 avaliadas através do oxímetro)
Após a pessoa realizar a respiração diafragmática, pode-se ensinar a pessoa a tossir, consoante
a necessidade da pessoa.
3. Tosse (Ensino)
● Ter em atenção:
✓ Necessário promover relaxamento físico e psíquico para aumentar a eficácia
✓ O Cliente deve ser ensinado a sentar-se para tossir
✓ Evitar o aparecimento de fadiga durante a realização do procedimento
● Finalidades:
✓ Manter a permeabilidade das vias aéreas;
✓ Remover secreções brônquicas;
✓ Remover substâncias estranhas das vias aéreas;
✓ Otimizar a eficácia das trocas gasosas;
✓ Prevenir complicações associadas ao efeito da retenção de secreções
(atelectasia, obstrução, infeções respiratórias, deficit de oxigenação /
perfusão) comuns no período pós-operatório, no Cliente com imobilidade e nas
doenças neuromusculares
● Ensino da tosse: Promover relaxamento físico e psíquico para aumentar a eficácia (pelo
posicionamento e consciencialização e dissociação dos tempos respiratórios)
108
Validar com o Cliente se está confortável
● Passos:
1. Peça ao Cliente para realizar uma inspiração profunda Seguida de uma expiração prolongada.
(utilizando, se possível, a RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA)
2. Solicite que feche a glote (suster a respiração alguns segundos) e contraia os músculos
abdominais e intercostais (fase de compressão).
3. Efetuar uma expiração rápida, forçada, com abertura da glote e contração dos músculos
abdominais e intercostais (fase de expulsão). (PARA AUMENTAR A EFICÁCIA O CLIENTE PODE
REALIZAR PRESSÃO, SUAVE E BILATERAL NA REGIÃO DA GRELHA COSTAL INFERIOR)
109
✓ Presença (ou melhoria) de Dispneia
✓ SPO2
✓ Validar com o Cliente o conforto e bem-estar
● Após o procedimento:
✓ Posicione a pessoa (se necessário e de acordo com o plano de posicionamento
terapêutico)
✓ Efetue lavagem higiénica das mãos;
✓ Registe – ensino, monitorização, avaliação (intercorrências)
Aspiração de Secreções
● Definição: Procedimento de carácter autónomo que consiste na remoção invasiva das
secreções das vias aéreas superiores e inferiores por meio de vácuo, através de uma
sonda, quando a pessoa não as consegue expelir por si, total ou parcialmente, por
alteração dos mecanismos de defesa naturais, deficiente higiene brônquica ou
imobilidade.
● Finalidades:
✓ Restabelecer ou manter a permeabilidade das vias aéreas;
✓ Desobstrução das vias aéreas no recém-nascido; ü Substituir e estimular a tosse
eficaz;
✓ Prevenir complicações associadas ao efeito da retenção de secreções (atelectasia,
obstrução, infeções respiratórias)
✓ Otimizar a eficácia das trocas gasosas;
✓ Proceder à colheita de secreções para análise laboratorial.
● Orientações gerais:
o Avalie a necessidade de aspiração de secreções:
1) avaliação dos sinais vitais, com enfoque nas características da respiração
(frequência, profundidade, ritmo e predominância);
2) observação do padrão respiratório;
3) avaliação auditiva do padrão respiratório;
4) avaliação táctil do padrão respiratório.
110
o A opção da via adequada para a aspiração deve ter em conta a permeabilidade e a
integridade das mucosas, de modo a reduzir a possibilidade de traumatismos;
o O tamanho da sonda de aspiração nunca deve exceder metade do diâmetro da via
aérea natural ou artificial;
o Verifique a pressão de segurança para a força de sucção exercida pelo aspirador;
o Na aspiração de um bebé, criança instruir os pais (ou cuidador principal) na
colaboração durante o procedimento, na sua ausência solicitar a colaboração de
um assistente operacional.
o Na aspiração de um adulto/idoso com alteração do estado de consciência avaliar a
necessidade de colaboração do cuidador ou de um assistente operacional.
o Observe sempre a pessoa durante o procedimento; ü A duração de cada sucção
deve ser inferior a 10 a 15 segundos;
o Para prevenir o traumatismo da mucosa e a hipóxia nunca aspire durante a
introdução da sonda e avalie a necessidade de utilização do tubo de Mayo;
o Determine os equipamentos de proteção individual necessários;
o Execute o procedimento em segurança:
> Avalie EPI
> Planeie os seus movimentos para prevenir as LMELT (lesões músculo-esqueléticas ligadas
ao trabalho)
● Material
✓ Equipamento de proteção individual; (luvas limpas, avental ou bata e máscara facial
com ou sem viseira) – avental máscara luvas
✓ Copo/taça com água;
✓ Celulose ou compressas limpas;
✓ Resguardo descartável;
✓ Estetoscópio;
✓ Lubrificante hidrossolúvel;
✓ Conexão em Y/T;
✓ Material para realização de higiene oral;
✓ Saco para lixo contaminado ou caixote de lixo para resíduos hospitalares;
✓ Tubuladura para conectar aspirador à sonda – de 2 ou 3m;
✓ Tubo nasofaríngeo ou de Mayo ou” espátula montada” – se necessário;
✓ Aparelho portátil de aspiração de secreções ou rampa de vácuo de alta pressão;
✓ Oxímetro de pulso;
✓ Sondas de aspiração: 2
111
● Preparação do procedimento
✓ Explique o procedimento à pessoa e/ou ao cuidador;
✓ Proceda à lavagem das mãos;
✓ Feche as cortinas da unidade da pessoa.
● Posicionamento
o Recém-nascidos: Decúbito dorsal com a cabeça em posição neutra.
o Crianças e adultos: Semi-fowler, com a cabeça virada para o lado do enfermeiro que está a
realizar o cuidado; Se contra-indicado a elevação da cabeceira – colocar em decúbito
lateral.
● Procedimento
1. Adapte a extremidade da tubuladura ao frasco do aspirador e verifique se o
equipamento funciona.
2. Ligue o aspirador e regule a pressão adequada à idade do cliente
Lactente: 50-90 mmhg (67-120 mbar)
Criança: 95-110 mmhg (127-146 mbar)
Adolescente: 100-120 mmhg (133-160 mbar)
Adulto: 100-120 mmhg(133-160 mbar)
Idoso: 100-120mmhg (133-160 mbar)
ASPIRAÇÃO OROFARÍNGEA
6. Solicite à pessoa que lateralize a cabeça, abra a boca e baixe a língua.
112
8. Com a sua mão não dominante proceda à aspiração das secreções premindo
intermitentemente o orifício de controlo do vácuo, ou a conexão em Y/T
NOTA:
113
14. Informe a pessoa que o procedimento terminou e valorize a sua colaboração;
15. Assista a pessoa na realização da higiene da boca e nariz.
16. Posicione a pessoa confortavelmente, atendendo às suas preferências e
necessidade de alternância de decúbitos.
17. Proceda à remoção adequada das luvas, máscara facial, avental ou bata. Faça
uma correta triagem dos resíduos.
● Registos
✓ motivo da aspiração;
✓ via aérea superior escolhida e justificação;
✓ hora e pressão de vácuo utilizada;
✓ nº de aspirações por cada uma das vias;
✓ colaboração e reação da pessoa;
✓ características visuais, auditivas e tácteis do padrão respiratório e sinais vitais
antes e após a intervenção;
✓ características das secreções: cor, odor, quantidade, consistência;
✓ posição da pessoa antes e após a intervenção;
✓ intercorrências/ complicações;
✓ se foi realizada colheita de secreções para exame laboratorial…
114
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Objetivos
Trabalho autónomo
Leia os artigos:
a-“Intervenções de enfermagem para o diagnóstico de enfermagem Desobstrução ineficaz de
vias“ de Martins& Gutiérrez; Acta Paul Enferm. 2005;18(2):143-9
b-“Aplicabilidade de intervenções prioritárias da NIC para o Diagnóstico de enfermagem
desobstrução ineficaz de vias aéreas” de Napoleão&Carvalho, Cogitare Enferm 2007; 12(1):9-19
Responda às seguintes questões:
1 – Que ações de enfermagem são valorizadas, pelas enfermeiras de prática clinica, nas
situações de desobstrução/limpeza ineficaz das vias aéreas.
2 – Que intervenções estão identificadas como facilitadoras da “remoção” de secreções?
3 - Porque considera que essas intervenções são eficazes? (justifique com base nos textos e
aprofunde com outras leituras a sua resposta)
4 – Que intervenções são implementadas pelas enfermeiras, do estudo “b”, para promover a
Tosse?
5 – Quais as complicações que podem ser prevenidas pela correta utilização da técnica da tosse?
(justifique com base no texto “b" e aprofunde com outras leituras a sua resposta)
115
Bibliografia
Leitura obrigatória
Simões, I. et al. (2001) – Diminuição das trocas gasosas R/C presença de secreções e/ou
fornecimento inadequado de oxigénio – algumas intervenções de enfermagem. Referência. 6.
61-69.
Leitura facultativa
Cruz, A.; Henriques, F.; Afonso; J.; Ferreira, M.ª; Costa, M.ª; Coimbra, Mª.Técnicas de
reabilitação II. 1ª edição. Coimbra. 1997.
116
3.3 Ajudar a Mover-se e a manter uma postura adequada
117
Ergonomia na prestação de cuidados de enfermagem
● Definição
o Aplicação de informação científica associada ao ser humano na conceção de
objetos, sistemas e ambientes
o Corresponde à cinética do trabalho:
> Das pessoas que o realizam e da forma como o realizam
> Das ferramentas e equipamentos
> Dos locais em que trabalham
> Da forma como sentem acerca da sua vida de trabalho
o A ergonomia diz mais respeito ao ajustamento do trabalho às pessoas do que as
pessoas ao trabalho. Centrada na conceção de sistemas de trabalho seguros.
● Componentes da ergonomia
Ergonomia lida com a interação das situações de trabalho e tecnológicas com o ser
humano. As ciências humanas básicas incluídas são anatomia, fisiologia e psicológica
Lesão acidental
Excesso de esforço
Três grandes estudos efetuados com enfermeiros levaram a duas conclusões centrais:
A biomecânica é o estudo da estrutura e função dos sistemas biológicos tais como os seres
humanos, animais, plantas, órgãos e células, utilizando princípios da mecânica e recorrendo à
análise:
118
Adquirir um movimento eficiente do corpo humano, mais que a aprendizagem de técnicas,
envolve a aplicação de princípios:
● Centro de gravidade
o Pode ser grosseiramente definido como o centro do espaço que um corpo
ocupa. Apenas será linear com corpos que seja uniforme (cubos, cilindro, etc)
o O corpo humano não tem uma forma regular nem uniforme. O centro de
gravidade move-se à medida que o corpo muda de posição
o Quando em pé com os braços ao longo do corpo, o centro de gravidade coincide
com o centro das suas dimensões físicas.
o O centro da gravidade encontra-se no interior da pélvis, de modo que estar de
pé exige um esforço maior
o Para andar o corpo deve de ser capaz de deslocar a pélvis para um lado,
alterando o centro de gravidade e permitir que o membro que não suporta o
peso oscile para a frente.
o Quanto mais afastado está do corpo, maior é o esforço necessário para manter
o corpo estável
o Elevar os membros superiores origina uma elevação do centro da gravidade
o Também quando me sento o centro da gravidade alteara-se
o As pessoas que têm problemas nos músculos abdominais (idade avançada,
gravidez) sente dificuldade em realizar esta manobra, na medida em que o
corpo tem de ser capaz de se inclinar para a frente.
o Estabilidade – linha de gravidade
╚ A linha de gravidade corresponde à direção vertical do centro de
gravidade até ao solo
╚ Ao andar normalmente o centro de gravidade move-se de um lado para
o outro, para que a linha de gravidade incida sobre o membro que
suporta o peso, tornando o pé a base de suporte (base de sustentação)
– equilíbrio.
╚ Quanto maior for a base de sustentação mais facilmente a pessoa está
em equilibro. Esta por vezes não é suficientemente alargada para lhe
dar equilíbrio e por isso tem-se que usar outras bases de sustentação:
andarilho, bengala… - meios artificiais se a estabilidade foi perdida.
119
● Alavancas
Braço da alavanca
Como não há movimento para a frente, o contrapeso que se opõe à tendência para
tombar é fornecido pelo esforço das estruturas internas dos ligamentos e
músculos lombares.
As forças exercidas por estes músculos têm de ser suficientemente fortes para
acompanhar os princípios da alavanca: o peso do corpo desloca-se para a frente
os músculos e ligamentos contêm-no
Esta situação levanta dois problemas principais:
como os músculos se contraem, a coluna vertebral é comprimida e os discos
intervertebrais são sujeitos a maior pressão se a posição for mantida por mais de
dois ou três segundos existe fadiga muscular e é necessário recrutar força de
outros grupos musculares. Como consequência, quanto maior for a alavanca
externa a puxar o corpo para a frente, maior será a força que os músculos e
ligamentos necessitam de produzir para manter o corpo estável nessa posição.
As forças exercidas para impedir que a pessoa caia são muito maiores do que a
força de tração sobre o corpo através do centro de gravidade.
120
● Força – pressão, tensão
o Força aplicadas em ângulos – a força num ângulo atua tanto na vertical como na
horizontal. Dependendo do ângulo em que é aplicada, a força num sentido irá ser
maior do que noutro.
A aplicação de força na vertical é um desperdício de esforço se a direção da força
necessária for horizontal (ex.: empurrar uma cadeira de rodas);
Para conseguir que a força seja o mas próximo do seu sentido mais eficiente, o condutor
deve ter a postura correta e/ ou a altura do equipamento deve ser alterada.
Qualquer força vertical pode produzir uma tendência para o objeto girar e não se mover
na posição desejada. A atitude mais sensata será, se o movimento horizontal for o
necessário, fazer com que a direção da força seja tão horizontal quanto possível.
121
● Fricção
Toda a superfície de material tem fricção. Existem, assim, alguns materiais que contribuem
para: aumentar ou diminuir a fricção facilitando o movimento
122
Quanto mais estes princípios forem aplicados a qualquer situação de manuseamento mais
eficiente se torna o movimento. Todos os princípios poderão ser aplicados em qualquer
situação de manuseamento após a avaliação. Estes princípios formam as bases de um
movimento eficiente: quantos mais forem incorporados num movimento, mais eficiente o
movimento será. Um movimento eficiente é a base de uma boa prática de manuseamento
Consequências da mobilidade
● Imobilidade – definição
Pode ser definida como a restrição, prescritas ou inevitável, do movimento (mobilidade)
em qualquer aspeto da vida do cliente. Não deve de ser confundida com a redução
transitória de mobilidade que ocorre em pessoas saudáveis (ex.: repouso após esforço
intenso).
Dentro deste conceito principal estão contidos alguns sub-conceitos com implicações
importantes para os cuidados aos doentes:
o Dimensões da imobilidade
A imobilidade tem diferentes classificações. Pode ser classificada de acordo com:
> Área – da vida da pessoa (física, emocional, intelectual e social)
> Causa – doença, tratamento (ex.: fratura do membro inferior) e por fatores próprios
dos indivíduos e do seu meio
> Extensão – pode variar entre pessoas em circunstâncias semelhantes e em relação
à mesma pessoa em momentos diferentes
> Orientação tem um potencial para originar a melhoria ou agravamento da condição
geral da pessoa
> Volição – prescrita (enfarte repouso ou também tromboflebites que também
carecem de repouso, fraturas, etc.) ou inevitável (dor, compromisso neurológico,
etc.) desejada ou indesejada. incentivar o doente a fazer ou a não fazer!
o Consequências da imobilidade
▪ O repoiso prolongado no leito (mais de 24h) é uma forma frequente de imobilidade
▪ É uma modalidade de tratamento, prescrita (ex.: mulheres com gravidez de alto
risco) ou imposta (ex.: clientes criticamente com condições que requerem longos
períodos de recuperação) até ao retorno da homeostasia fisiológica ou por um
período de tempo especificado.
▪ Evolução histórica
o Prescrito desde 450 AC (Hipócrates) como forma de ajudar a recuperação e
promover a cicatrização
o Na 1ª metade do século XX era prescrito rotineiramente em diversas situações
(EAM – 4 semanas; cirurgia hérnia – 3 semanas; pós-parto – 2 semanas)
o Na segunda metade do século XX o seu valore começou a ser colocados em
causa:
- nos soldados feridos (2ª GM) – efeitos da deambulação forçada por falta de
camas
- o desenvolvimento de estudos (Aeronáutica) sobre ausência de gravidade e
imobilidade e confirmam o seus efeitos adversos.
123
● Imobilidade prescrita (Causas mais frequentes)
Pós
operatório
Doença
Doença trauma
respiratória músculo-
Causas esqueléticos
mais
frentes de
imobilidade
Doença
Doença
cardio-
neurológica
circulatória
● A imobilidade tem impacto ao nível das nossas distintas dimensões, atendendo que “os
efeitos psicológicos e fisiológicos da imobilidade sobre a entidade do homem enquanto
indivíduo e ser social são interdependentes e em inter-relação”
Físico/
Cultural Psicológico Espiritual Social
biológico
Consequências Psicossociais
Vários estudos têm relatado longos períodos de repouso absoluto têm efeitos psicológicos sobre
os indivíduos e os seus familiares:
Estes efeitos estão associados à falta de controlo pessoal (incapacidade de realização de tarefas
comuns) ou sobre o ambiente.
124
Na verdade, os efeitos são os seguintes:
IMOBILIDADE
1. Alterações da auto imagem
A imobilidade leva a que haja um isolamento social e consequentemente, esta não convivência
com os outros, leva a que esta não seja estimulado, ou seja, há uma privação sensorial e isso
conduz a uma deterioração do processo cognitivo.
Deteorização
Imobilidade Isolamento social Privação sensorial
processo cognitivo
O estar com os outros é essencial para eu criar a minha auto estima, o meu auto conhecimento
e a minha identidade.
Intervenções do enfermeiro
✓ Observação das reações comportamentais do cliente
✓ Incentivar a autoconfiança
✓ Escutar ativamente e responder às expressões verbais e não verbais do cliente
✓ Encorajar a exprimir as suas preocupações
✓ Fazer o elo de ligação entre o cliente e a família.
Sistema Cardiovascular
Todo o corpo humano funciona melhor de pé e o sistema circulatório não é exceção. Quando o
utente encontra-se em decúbito dorsal, o coração tem de bombear com mais força para que o
sangue possa chegar mais facilmente a todas as células do corpo. Quando o utente se encontra
de pé o coração bombeia o sangue a favor da gravidade.
✓ Aumento da FC
125
✓ Sobrecarga cardíaca
O coração trabalham30% mais na posição deitado do que em posição sentado.
As mudanças na resistência vascular e a pressão hidrostática associadas à posição
deitado alteram a distribuição do sangue no corpo. Com o desaparecimento da pressão
da gravidade, uma parte do volume sanguíneo total deixa as pernas para ser redistribuí-
da nas outras partes do corpo, aumentando assim o volume de sangue circulante no
corpo que deve ser manipulado pelo coração.
volume de sangue
gravidade FC
circulante no corpo
✓ Hipotensão ortostática – é uma descida de 15 mmHg ou mais na tensão arterial sistólica quando o
utente muda duma posição de decúbito dorsal deitada ou sentada para uma posição de pé.
A deterioração da capacidade do sistema nervoso autónomo, de fornecer a quantidade
adequada de sangue quando uma pessoa que está deitada muito tempo e tenta
levantar-se. Assim, quando os doentes se põem de pé pela primeira vez depois de vários
dias de cama, eles podem sentir fraqueza, tonturas: podem mesmo desmaiar. Na
verdade, este facto deve-se a dois fatores:
1 - à perda do tónus muscular geral
2 - e ao decréscimo da eficácia dos reflexos neuro vasculares ortostáticos.
Hipercoagulabilidade
Plasma no espaço
Efeitos Cardíacos HIPOVOLEMIA
intersticial
Edema
Imobilização dos
musculos dos • Saída do plasma para o Viscosidade
espaço intersticial sanguínea
membros inferiores
Favorece a
trombose
venosa
Alterações do fluxo
Retorno venoso ao
de plasma
Fluxo de sanguíneo profunda
coração mais lento
intersticial
Pressão
hidrostática Estase venosa e Coagubilidade do
Estase venosa
sanguínea dos edema sangue
capilares venosos
126
probabilidade de formação
Volume de plasma
de coágulos (Trombose)
1. Estase venosa
Efeitos
Tríade de Visrchow
2. Hematócrito
Hematológicos Hipercoagulabilidade % de GV no sangue
NOTA: os trombos venosos predispõem o utente para o risco de embolia pulmonar, uma complicação que
ameaça a vida. Na verdade, as embolias pulmonares são trombos que circulam no sistema venoso,
ocluindo uma parte do sistema arterial pulmonar comprometendo, assim, o fluxo sanguíneo pulmonar.
127
> A preocupação major é levantar a pessoa, prevenir a sobrecarga cardíaca, e, ainda, tem cuidado
com os alimentos que esta ingere.
Porquê?
128
Diminuição da ventilação compromete a expansão pulmonar + A
mobilização ineficaz das secreções leva a que exista uma acumulação de
muco e de estase pulmonar. Estes ásperos conduzem a uma ventilação
ineficaz e consequentemente a pneumonias de estase e atelectasias.
De notar que as intervenções de enfermagem são deveras importantes, uma vez que as
concentrações crescentes de CO2, nas veias e artérias, sob forma de iões O2 e CO2, produzem
uma acidose respiratória ou, eventualmente, narcose, podendo conduzir a uma paragem
respiratória ou cardíaca seguindo-se a morte.
Sistema Gastrointestinal
A imobilidade tem problemas ao nível das funções: ingestão, digestão e eliminação do sistema
digestivo.
Porquê?
o Ingestão – a pessoa não tem uma degradação tão grande da energia e o facto de não se
poder levantar à secura da boca, para além da diminuição do apetite. HIPOVOLEMIA….
As proteínas têm uma função de manter os líquidos dentro das células, se eu não ingiro
proteínas não há condições/ forma de manter o liquido intersticial.
o Digestão – o facto de não haver movimento leva a que a digestão dos alimentos seja mais
prolongada, mais comprometida levando a mau estar –z ULCERAS
o Eliminação – a obstipação é, de facto, um dos maiores problemas. Devido à alteração dos
hábitos alimentares, medicação, dificuldade em ir à WC. Para alem de que a eliminação é
algo muito própria da pessoa e há um desconforto quando não se pode ir à WC. -
Psicologicamente e fisiologicamente, é difícil para uma pessoa defecar sentada sobre uma
arrastadeira atrás dum pequeno biombo. O cheiro inevitável, os ruídos de expulsão e a
situação embaraçosa levam a maior parte das pessoas a suprimir este acto até que se
encontre em condições mais favoráveis DISTENÇÃO ABDOMINAL (acumulação de gases),
OBSTIPAÇÃO que poderá conduzir a uma OBSTRUÇÃO MECÂNICA INTESTINAL.
129
Seja qual for a causa, a motilidade normal do cólon está alterada e observam-se as
manifestações associadas à obstipação: dores de cabeça, anorexia, distensão, mal estar,
vertigem, dor nas nádegas e sacro.
De notar que, por vezes, a negligência continuada de responder a estes impulsos pode
conduzir à ausência completa de sensação defecatória. O facto de retardar este ato quando
os estímulos se apresentam pode também produzir uma inibição da mobilidade do cólon e
um enfraquecimento do reflexo gastro cólico.
Quando a matéria fecal permanece no intestino, a sua água é continuamente retirada, e
esta matéria tornar-se cada vez mais dura e seca
Peristaltismo Ingestão de
proteínas
Atraso trânsito
intestinal
HIPOPROTEINEMIA
Formação de
fecalomas e
gases
apetite
130
Sistema Músculo esquelético
Porquê?
Ossos
Músculos
Articulações
• O osso é uma estrutura sólida •O musculo tem uma dada •Com a inatividade do
formada por diferentes células
(osteoblastos e osteoclastos). O massa/ volume/ força musculo as células
equilíbrio este estas duas estruturas porque ele é trabalhado. musculares perdem as
é devido sensivelmente à carga que Quando o membro fica suas capacidades:
se tem: andar, correr, saltar,
rebolar… e também devido a imobilizado há uma perda extensão, flexão... Assim
algumas hormonas (estrogénios e de massa muscular. como está sempre
progesterona). Quando a carga naquela posição as células
diminui por a pessoa se encontrar
mais tempo sentada e até mesmo musculares perdem a
acamada, ocorre um desequilíbrio, mobilidade e
este acentua-se. Assim, as células consequentemente as
que construem o osso diminuem
face àquelas que os destroem e esse articulações não exercem
facto leva à osteoporose. as suas funções.
Osteoblastos
(Construção)
OSSO
Desiquilíbrio
•Descalcificação óssea ● Fraturas – aumenta o risco, devido a
este enfraquecimento ósseo
•Osteoperose (de
desuso) ● Dor
•Causada pela ● Deformações ósseas
Osteoclastos reabsorção óssea
(Destruição
mantem-se)
● Contraturas musculares
Imobilidade
131
Intervenções do enfermeiro de natureza autónoma
1. Desenvolver ações para manutenção de uma mobilidade articular e função muscular
durante o período de imobilidade
a) instruir e assistir o cliente na realização dos exercícios de amplitude articular pelo
menos 3x ao dia
b) encorajar a participação das suas atividades
c) encorajar o apoio das pessoas significativas – permitir que assistam aos exercícios
2. Avaliar as queixas de limitações na amplitude de movimento
3. Implementar medidas gerais para prevenir as contraturas:
a) Manter o alinhamento corporal adequado prancha num colchão duro
b) Desenvolver ações para manter uma mobilidade articular e função muscular
4. Implementar medidas para prevenir a osteoporose
a) Exercícios de amplitude de movimento ativos resistidos de todos os segmentos
articulares
b) levante, transferências e marcha
Músculo
Articulação
Sistema Urinário
132
um estímulo, contudo a bexiga tem 2 esfíncteres um interno e outro externo. Por vezes
quando a pessoa se encontra deitada, a posição não é adequada para esvaziar a bexiga.
Bexiga – retenção urinária e globo vesical; infeção urinária (às vezes há uma pequena
acumulação)
Rim- hidronefrose, cálculos renais2 e infeção renal
A anatomia do rim é tal que na posição de pé o hilo do rim emerge da parte média. Quando
o homem está em posição vertical, a urina passa do bacinete renal para o ureter, segundo a
lei da gravidade. Apenas existe uma pequena porção do bacinete renal onde se pode
produzir uma estase urinária. Mas quando o homem está em posição deitado, o hilo do rim
fica mais alto e toda a urina que se forma deve ser empurrada para o ureter contra a força
da gravidade. Atendendo a que as contrações peristálticas não têm uma força suficiente e
bastante contínua para vencer esta resistência, o bacinete renal pode encher-se
completamente antes que a urina passe para o ureter. Se esta posição de deitado é mantida,
mesmo por poucos dias, produz- se uma estase urinária. Qualquer partícula que tenha
ficado na urina pode depositar-se nos cálices e originar a formação de um cálculo renal ou
ser o foco de uma infeção.
Uma vez que a urina é levada para a bexiga, ela deve ser excretada. A micção normal
depende da ação dos esfíncteres externos e internos e do músculo da parede vesical. O
homem pode relaxar conscientemente os músculos perineais e o esfíncter externo. Isto cria
um reflexo automático que causa uma contração do músculo da parede vesical. Por sua vez,
esta contração aumenta a pressão intra - vesical e força o esfíncter interno a relaxar-se para
a micção se produzir.
Quando o homem fica na posição de deitado, tem muitas vezes dificuldade em relaxar os
músculos perineais e o esfíncter externo, de modo que a ação reflexa não se produz e a
micção não se dá. Entretanto, a sensação normal da urina sente-se e a pressão intra
abdominal pode elevar-se a níveis normais. Mas se esta sensação não é satisfeita, a bexiga
distende-se e com o estiramento demasiado grande do músculo da «bexiga» a sensação
desaparece; subsequente a esta distensão da bexiga produz-se uma incontinência por
«bexiga demasiado cheia.» Isto torna-se motivo de vergonha e embaraço para o doente. A
presença de urina na pele torna-a mais vulnerável à deterioração e à formação de escaras
de decúbito. Com o tempo, esta distensão da bexiga pode também provocar uma pressão
dorsal e danificar a função do rim: o nefrónio. Pode também produzir-se uma infeção,
especialment3 se se cateteriza o indivíduo para aliviar a distensão. Alguns estudos
demonstraram que é sempre provável uma infeção quando se faz um cateterismo
permanente durante um certo lapso de tempo, a menos que se utilize uma boa técnica e
um sistema de drenagem fechado.
2
A presença destes cálculos pode manifestar-se por uma hematúria, uma dor surda no lado ou no dorso
ou acessos intensos de dor imitando uma cólica, acompanhada de náuseas e vómitos. Se o indivíduo
permanece numa posição deitada, as pedras formar-se-ão mais provavelmente no bacinete e bexiga
enquanto que os cálculos renais que passam no ureter se vão alojar na junção uretero-pélvica. Todos
estes cálculos podem traumatizar a mucosa do canal urinário e torná-la mais suscetível à infeção
133
Intervenções do enfermeiro de natureza autónoma
✓ Melhorar o acesso aos sanitários e manter a privacidade da pessoa enquanto evacua
ou eliminar tendo sempre em atenção a sua segurança
✓ Reforço hídrico (salvo contraindicação)
✓ Prevenir a obstipação
✓ Exame periódico da distensão da bexiga
✓ Ingestão adequada de líquidos
NOTA: agua com gotas de limão para acidificar a urina
Sistema Tegumentar
Ter especial atenção a estas alterações em utentes com compromisso sensório-motor, doenças
crónicas a necessitarem de cuidados prolongados, alterações do estado de consciência,
incontinentes, problemas ortopédicos e traumatizados… pois possuem um maior risco de vir a
desenvolver ulceras de pressão.
Uma pressão constante, particularmente sobre as proeminências ósseas tais como o sacro, os
trocanteres, as tuberosidades isqueais e os calcanhares comprime e obstrui a corrente
sanguínea causando uma isquémia, ou uma anemia local do tecido. Por fim a isquémia leva a
necrose e ulceração.
Plano duro
Cama ou
cadeira
compressão
dos tecidos
moles Alterações da
•Abastecimento de integridade cutânea
O2 e nutrientes
•Quebra de
Proeminências
Homeostasia
ósseas
134
╞ EM SINTESE:
● A imobilidade é importante para a pessoa, sendo que quando ela se encontra presente
existem varias alterações na dimensão da pessoa. No que concerne à dimensão
biofisiológica é importante referir que quando uma pessoa se encontra imobilizada a
sua taxa metabólica baixa, em resposta às necessidades energéticas reduzidas das
células e ao desequilíbrio dos processos metabólicos (anabolismo e catabolismo )
NOTA: há uma diminuição da produção de hormonas.
● Ao nível das intervenções do enfermeiro que são de natureza autónoma, deve-se de ter
em atenção o seguinte:
o Higiene
> Observação atenta da pele
> A pele deve estar sempre limpa e seca
> Lavar a pele com água morna e limpar meticulosamente sem fricção
> Aplicar creme hidratante e eliminar excesso de humidade
> Nutrição adequada e hidratação
> Avaliar nutricionalmente o cliente
> Estabelecer um plano nutricional ou/ e suplementos sob orientação do dietista
> Avaliar e registar o parão alimentar com objetividade
o Mobilidade e atividade
> Elaborar um plano de reabilitação que contemple:
- Alternação de decúbitos
- Alinhamento corporal
NOTA: deixar o utente vestir-se, passear, tomar conta das suas coisas, produz um estado
metabólico mais natural. Toda a pessoa imobilizada enfrenta problemas de stress. A
redução dos efeitos deste processo depende da capacidade do enfermeiro perceber,
interpretar e intervir nos mecanismos de pressão fisiológicos e psicológicos.
135
● Objetivo
✓ Redução da pressão sobre áreas afetadas - manter a integridade do tecido
cutâneo e tecidos subjacentes
✓ Prevenir alterações músculo-esqueléticas - contraturas, deformidades
✓ Promover a circulação
✓ Estimulação sensorial – táctil, alternância do campo visual, etc.
✓ Proporcionar conforto e bem-estar
● Princípios
> Distribuir o peso equitativamente pela superfície de apoio
> Manter o alinhamento do tronco com os segmentos corporais
> Manter as estruturas articulares sem tensão
> Assegurar a alternância da posição dos segmentos corporais
> Permitir uma adequada estimulação motora e sensorial
● Diferentes decúbitos
Esquerdo – quando o membro esquerdo fica
debaixo
Direito- quando o membro direito fica
debaixo
136
● Material necessário para posicionamento
Almofadas
Estar à mão
Ser impermeável Rolos
Ser maleável
Suporte de pés
Decúbito dorsal – posicionamento no qual a pessoa tem a face posterior do corpo em repouso no leito
● De cima para baixo e do mais longe para o mais próximo
● Bom apoio ao nível da região cervical
● Membro superior com um pouco de flexão, caso haja tensão deve-se colocar uma almofada
para que haja um bom apoio
● Região trocanteriana – colocar um
rolo para que mantenha a posição e
não haja rotação do membro
inferior
● Tensão a nível da região popliteia
● O pé tem de ficar de forma a que
não haja um encurtamento do tendão
de aquiles, como se fosse andar
● Para manter o alinhamento venho
sempre à base da cama para ver
● rolo nas mãos – para manter a
funcionalidade dos dedos e a
oponência dos polegares
nomeadamente quando as pessoas
Se o doente não tiver compromisso
estão inconscientes ou em coma
137
femoral e dos joelhos (colocar almofada ou elevar o plano inferior da cama na região popliteia, com declive
na posição distal)
Almofada
Decúbito dorsal
Forças de cisalhamento ou de deslizamento
Decúbito lateral – posicionamento no qual a pessoa se encontra deitada sobre a face lateral do corpo.
Pode ser direito ou esquerdo.
138
Ver a orelha (se não fica dobrada)
Para ver se está direita coloco uma linha imaginária: lobo da orelha, acrómio e crista ilíaca
alinhados.
O doente tem que se sentir sempre bem agarrada agarrar com o antebraço
Decúbito semi dorsal direito – posicionamento no qual a pessoa se encontra deitada sobre a parte
posterior do hemicorpo, apoiado em almofadas. Pode ser direito ou esquerdo.
139
Semi dorsal – vantagem para
ulceras de pressão na região
sacrococcígea (de decúbito)
Semi ventral – posicionamento no qual a pessoa se encontra deitada sobre a parte anterior do
hemicorpo, apoiado em almofadas - direito
140
Quando o doente não colabora deve-se de passar:
Decúbito ventral – posicionamento no qual a pessoa tem a face anterior do corpo sobre
o colchão
141
Exercícios de amplitude de movimento (EAM)
● Movimentos ativos
o Realizam-se com a ação da força da gravidade anulada, ou diminuída, quer por meios
mecânicos quer por quem os ajuda a executar ou os executa.
o Permitem à pessoa realizar movimentos que não poderia realizar quando há um défice
de força muscular.
o A assistência pode realizar-se em toda a amplitude do movimento ou só em parte
o Os movimentos podem ser:
> Movimentos ativos assistidos – é quando a pessoa necessita de ajuda para
iniciar o movimento ou para o terminar. Ex.: jovem que se encontra com gesso
na perna, necessita de ajuda para mover a articulação coxofemoral.
> Movimento ativo livre – quando a pessoa faz pela sua vontade, realizando-os
sem ajuda nem resistência.
> Movimentos resistidos – são movimentos que se realizam contra uma
resistência. Colocar a mão no calcanhar para ela empurrar, diferente dos
passivos em que metes no musculo.
Coloco uma força que faz carga e que manter o equilíbrio entre as células
do próprio corpo
142
Podem ser um componente:
● Movimentos passivos
o promover a flexibilidade;
o manter a circulação;
o manter ou melhorar a capacidade funcional – a articulação irá movimentar-se
devidamente
╞ EM SUMA:
Tipos de
movimentos
Ativos Passivos
Ativo Ativo
Ativo livre
assistido resistivo
Para além deste movimentos articulares, no que concerne a atividade muscular podem ser os
seguintes:
143
● Qual é a importância da realização dos exercícios de movimentação articular
passivos?
o Os EAM Passivos têm uma indicação clara para os clientes que são incapazes de
realizar movimento de forma independente (ex. paralisia, sedação, fraqueza
generalizada) não conseguem realizar ativamente exercícios de reabilitação
o A amplitude de movimento adequada é um componente importante para o
desempenho das atividade de vida diária (ex. vestir, cuidar da sua higiene, etc.) e
para a deslocação e é relevante para que o cliente consiga regressar ao seu nível de
funcionamento tão cedo quanto possível após o episódio de doença ou cirurgia.
o Os EAM Passivos melhoram a mobilidade articular, previnem as contraturas e
ajudam a preparar o cliente para a realização de atividades de reabilitação mais
exigentes (EAM Ativos, treino de marcha, exercícios de fortalecimento, etc.)
o Os EAM Passivos no período pós-operatório da cirurgia ao joelho podem ter um
impacto duradouro na capacidade de marcha do cliente. Com frequência são
utilizados dispositivos de movimento continuo passivo durante os primeiros dias
após a artroplastia do joelho por via artroscópica. Contudo, os investigadores num
estudo envolvendo 141 clientes concluíram não haver diferença estatística entre os
que utilizaram os dispositivos mecânicos e os que fizeram EAM Passivos (Herbold
etal.,2014).
o O EAM conduzem a uma melhoria da saúde física e emocional e da qualidade de
vida nos clientes que sofreram um AVC. Num estudo, envolvendo 59 idosos
sobreviventes a um AVC, os investigadores que um programa de EAM realizado por
enfermeiros conduziu a uma melhoria da função física e psicológica (Tseng et al.,2006).
╞ SISTEMATIZANDO:
Quer sejam passivos quer sejam ativos possuem finalidades várias entre as quais se diferem.
O músculo necessita de ser movimentado para manter a sua mobilidade, porque ell é uma fibra
elástica.
Tónus muscular – o tónus existe porque o musculo para alem de ter a capacidade de fletir,
encontra-se inervado. O tónus é a inervação do musculo que também se perde se houver
inatividade prolongada. É o estado natural do músculo.
Força muscular – força gerada pela contração; capacidade de o músculo resistir a uma carga
144
Ensinar à
pessoa o
movimento a
Manter a realizar
imagem Manter a
psico- integridade
sensorial e articular
psico-motora
Melhorar a Manter a
circulação de amplitude
retorno Exercícios de articular
Amplitude de
movimento -
FINALIDADES
Evitar Aumentar/
aderência e recuperar a
contracturas mobilidade
Manter/
aumentar o Conservar a
tónus flexibilidade
muscular
● Princípios gerais:
o Rever o registo clínico e de enfermagem – conhecer a situação de saúde, alergias (ex.
latex, medicamentos ou outros produtos)
o Embora habitualmente não seja preciso nenhum material para realizar os EAM Passivos,
por vezes pode ser necessário:
> Escala de avaliação da dor
> Analgesia prescrita e meios para a sua administração
> EPI (ex. luvas) no caso de se antecipar poder haver contacto com sangue ou outros
fluidos corporais, pele não intacta, membranas mucosas ou materiais
contaminados.
o O aumento da amplitude de movimento articular para além do que é considerado
normal pode ser indicador de disfunção do tecido conjuntivo, rotura do tendão ou
fratura articular
o Os exercícios devem ser realizados lentamente. Quando realizado na totalidade do
corpo, devem ser iniciados na cabeça deslocando-se para os dedos dos pés em cada lado
do corpo de modo a mobilizar todas as articulações. A articulação não deve ser
mobilizada para alem da sua amplitude normal ou do ponto onde surge dor.
o Cada exercício deve ser repetido no máximo 5 vezes ou de acordo com a tolerância do
cliente. Cada posição limite deve ser mantida por um ou dois segundos.
o Se houver dor ainda que moderada, no caso de não haver terapêutica analgésica
prescrita, solicitar a sua prescrição
145
o Os movimentos realizam-se no plano normal dos movimentos:
> Plano sagital
> Plano frontal
> Plano transversal
146
Cotovelo Charneira Flexão: 0–150
(uniaxial) Extensão: 0
147
Tornozelo Charneira Flexão plantar
e pé (uniaxial) (Extensão tornozelo): 0–
(tibiotársic 50 Dorsiflexão: 0–20
a) Inversão: 0–35
Eversão: 0–15
148
Meios auxiliares de marcha
● Definição
São dispositivos que têm como finalidade auxiliar pessoas com alterações (temporárias,
prolongadas e/ou permanentes) na locomoção.
“ (…) a finalidade do uso de auxiliares de marcha é reduzir a carga na parte inferior
do corpo, devem também ser avaliadas a mobilidade e força muscular da parte
superior e, caso seja necessário, efetuar fortalecimento muscular da parte superior
do corpo (tronco e membros superiores) para permitir o uso eficaz e seguro dos
auxiliares de marcha (Donahoo & Dimon, 2008).”
Tipos
Cadeira de
Canadianas Bengalas Andarilho
rodas
Estes meios muitas das vezes têm que ser adaptados para que a pessoa possa efetivamente
utilizá-los. Estes são da responsabilidade do enfermeiro:
Evitar
Medição
complicações
Responsabilidade
do enfermeiro
Treino de
Adaptação
marcha
Muitas das vezes, antes de se ponderar o seu uso, há um conjunto de atividades preparatórias
que garantem e estimulam a função:
149
CANADIANAS
● Objetivos e resultados
o Formatos diferem nos pontos de apoio dos membros superiores e das mãos:
● Ajuste adequado
O ajuste das canadianas ao tamanho da pessoa é importante para que o apoio seja
efetivo.
o Canadiana de antebraço
Com a pessoa na posição de pé. Pés paralelos e ligeiramente afastados, as
canadianas apoiadas a cerca de 15 cm à frente e ao lado dos pés.
Os apoios das mãos devem ajustar-se de tal modo que os cotovelos façam uma
flexão de 30º.
o Canadiana axilar
Deve haver um espaço de 6 cm entre a axila e o topo da canadiana
150
● O peso do corpo é transmitido ao chão através do tronco, dos MS e das canadianas,
dependendo do tipo de carga que a pessoa pode efetuar no(s) MI:
- carga total
- carga parcial
- sem carga ou descarga do membro
● O tipo de carga que a pessoa pode fazer determina os vários tipos de marcha:
o 4 pontos - é utilizada quando ambos os membros inferiores necessitam de fazer carga
parcial. O movimento executa-se em quatro tempos mas existem sempre três pontos de
apoio (OE, 2013)
Sequência do
movimento:
• Avançar as duas
canadianas e, a
seguir, o membro
inferior afetado;
• Transferir o peso
do corpo para as
canadianas;
• Avançar o
membro inferior
saudável.
151
o 2 pontos – avançam 2 pontos contralateriais: 2 levantados e dois em apoio
é utilizada quando se necessita de reforçar parcialmente cada um dos membros
inferiores alternadamente. Existem sempre dois pontos de apoio (OE, 2013)
Sequência do
movimento:
•Avançam
alternadamente e
em simultâneo
uma canadiana e o
membro inferior
do lado oposto.
o Balanço oscilante - é utilizada quando um dos membros inferiores não pode tocar o solo
ou ambos os membros podem fazer carga apenas quando apoiados simultaneamente.
Existem sempre dois pontos de apoio (OE, 2013)
Sequência do
movimento:
• Avançam as
canadianas;
• Avançam os dois
membros
inferiores
152
● Subir as escadas ● Descer as escadas
•Membro inferior saudável à • Primeiro, avançam as canadianas
frente; para o degrau inferior;
•Seguido das canadianas; • Seguidamente, o membro
•Por fim, o membro afetado. inferior afetado e só depois o
membro inferior saudável.
● Complicações
o Alterações posturais
o Dor (ao nível da palma das mãos)
o Compressão nervosa
> Sobretudo nas axilares - risco de lesão dos nervos radial e braquial por
compressão prolongada na região axilar
o Complicações cardiovasculares (compromisso dos grandes vasos)
o Quedas
> Fatores relacionados com a pessoa
> Fatores externos: apertar todos os pinos; aplicar (adequadamente)novas
borrachas quando estiverem gastas; almofadar as barras
BENGALAS
As bengalas são utilizadas quando não é possível fazer carga total; são unilaterais
Cabo
Bengala -
Haste Um pé
constituição
Três pés -
Base
tripé
Quatro pés
153
● Objetivo e modo de utilização
o São usadas do lado oposto ao MI comprometido.
o A bengala deve ser ajustada ao cliente de modo que o cabo fique ao nível do
trocânter.
o Esta posição vai colocar o cotovelo com um ângulo de flexão adequado (25 a 30º).
Sequência:
• 1º - Avança a bengala;
• 2º - Desloca o MI com
menor força muscular;
• 3º - Suporta o peso no MI
com menor força e no
equipamento;
• 4º - Desloca o MI com
maior força muscular.
ANDARILHOS
● Definição e objetivos
o São usados por pessoas que não podem fazer carga total num ou nos dois
membros inferiores ou que têm pouco equilíbrio (p.e. em situações de
fraqueza generalizada dos MS e MI)
o Fornecem uma base de apoio mais ampla do que outros auxiliares de marcha,
rodeando o utilizador por três lados e apoiando-se no chão por quatro pontos.
Sequência:
154
CADEIRA DE RODAS
● Objetivo e utilização
o É utilizada como substituto da locomoção para que as pessoas possam realizar
algumas das suas atividades de vida;
o Manual ou elétrica;
o Situações (clientes paraplégicos, tetraplégicos, entre outros);
o Diferentes tipos de cadeiras.
“A síndrome da imobilidade é uma entidade complexa que tem implicações em todos os aspetos
da vida da pessoa. Minimizar os efeitos da imobilidade implica o diagnóstico precoce e o
planeamento de intervenções que tenham como objetivo a prevenção de complicações e a
manutenção ou recuperação da capacidade funcional, o que se traduz em ganhos importantes
para a pessoa em independência e qualidade de vida.
Os cuidados de Enfermagem no âmbito da mobilização, posicionamento e treino de
deambulação, obrigam muitas vezes a movimentos e sustentação de cargas que podem resultar
em lesões para os profissionais que os executam.” (OE, 2013)
155
Levante – transferência
Avaliar bem a pessoa, o ambiente para tomar boas decisões quer sejam para nós, quer seja
para o doente.
156
Nível de compreensão e Colaborante (pode ser necessário incentivar; capaz de seguir
colaboração ordens simples)
Alguém que colabore, pode ser o Imprevisível ou variável (cliente cujo comportamento muda
suficiente para orientar. Alguém frequentemente deve ser considerado como "imprevisível“)
quem colabora e compreende
apenas pode necessitar de
não colaborante, ou incapaz de seguir ordens simples.
supervisão ou de incijativa
Pode acontecer por descompensação orgânica
associada à doença (ex.: alterações neurológicas, um
doente com uma doença hepática pode ter um
quadro de neurotoxicidade e de um momento
passar a um estado inconsciente, pode bastar
apenas 30min para que os doentes mudem do
estado dependente para independente)
Um comportamento imprevisível leva a que a
pessoa seja considerada dependente
De notar que primeiramente, antes de levantar os doente, deve-se de sentar o doente, realizar exercícios
com os mesmos. Portanto, sistematicamente deve-se de estimular a pessoa para conscientemente as
pessoas treinarem os músculos e consequentemente ver-se os seus resultados. Estimular os doentes
primeiramente é fulcral
Exercícios da ponte – é fulcral que os membros inferiores e os pés não tenham atrito para não deslizarem
e pedir a elevação da bacia.
Primeiramente tem-se de avaliar os sinais vitais, posteriormente, perceber se a pessoa está ou não a
tolerar o procedimento, porque a pessoa pode estar com sinais de descompensação (FC baixar).
157
Edemas graves – porque o edema implica a existência de mais liquido no espaço, levando
também a um aumento do peso e para alguém já com dificuldades de mobilização pode ser
ainda uma maior dificuldade. Para além que é sugestivo de uma pessoa com patologia
cardíaca, por exemplo.
Lipotimia – pode acontecer por dificuldade do coração se adaptar à posição, bem como os
vasos e as artérias. – Adaptação vasomotora. Hipocaliemias, hipercalemias… essenciais para
uma boa contração dos músculos todos.
Primeiro levante – quando temos de levantar alguém quando fica muito tempo imobilizada (basta 2 dias
internadas e imobilizadas para que a pessoa comece a sofrer alterações, sendo que estas também dependem do
tipo de pessoa e da sua história prévia). Portanto, tem-se que ter muito cuidado n a avaliação da pessoa, os
cuidados que se devem de ter.
● Avaliação da pessoa:
•Estabilidade dos Sinais Vitais – estáveis, instáveis (NÃO iniciar!! polipneia,
bradipneia, taquipneia, PO2 baixa….) pois tem de haver uma boa condição fisiológica
para que se consiga iniciar a atividade.
•Capacidade sensorial e sensitiva (visão, audição, sensibilidade táctil e postural)
Há pessoas que estão em casa acamadas e tinham potencialidades para ter capacidades
motoras; quando a pessoa tem capacidades elas têm que ser motivadas, cativadas para
a sua mobilidade, para tal é fulcral a relação com o utente.
•Capacidade motora (força muscular, mobilidade/ amplitude articular, equilíbrio,
coordenação motora)
•Capacidade cognitiva (compreensão e possibilidade de colaboração)
•Motivação
•Risco de Quedas (Escala de Morse)
● Preparação do ambiente
• Espaço livre adequado para realizar a transferência
• Chão limpo/seco
•Iluminação adequada
• Roupa e calçado adequados (sapatos fechados, antiderrapantes; ter pijamas e não
camisas de dormir, por vezes pode-se utilizar um cinto que permita agarrar o doente para
se levantar)
158
• Colocação de meias de contensão elástica (se indicado)
•Meios auxiliares de marcha acessíveis (bengala, pirâmide, canadianas, andarilho) –
cadeiras de rodas fulcral para levantar doentes com AVC, porque têm uma maior
perceção que um corpo, do que um cadeirão e a cadeira permite ajustar os vários
segmentos do corpo. Na verdade, a posição numa cadeira de rodas pode facilitar a
estimular a outra parte do corpo.
Alguns doentes com AVC podem ser levantados descalços, por ser um bom estímulo sensitivo,
para sentirem os pés no chão.
A utilização de meias de contenção podem ser benéficas, não só a nível da prevenção dos trombos
(a longo prazo), mas também permitem com que o sangue não fique tanto na periferia o que é
essencial para o levante, pois assim não existe uma diminuição do retorno venoso e há menos
probabilidade de diminuir o reservatório de sangue na periferia para que chega uma
quantidade de sangue suficiente para ser oxigenado nmão ocorrendo hipotensões e lipodemia
● Complicações
> Hipotensão ortostática
Surge associada à mudança da posição de decúbito para a posição ereta
(ortostática) e caracteriza-se pela diminuição da tensão arterial sistólica igual ou
superior a 20 mm Hg e/ou diminuição da tensão diastólica igual ou superior a 10
mm Hg nos três minutos seguintes a esta mudança (Soares, 2001; Sathyapalan & Atkin,
2011).
Uma pessoa que fique hipotensa pode começar a deixar de sentir os braços, perder o controlo da
cabeça, os olhos reviram, ficam pálidas, podem começar a transpirar, podem ter visão turva ou
distorcida. - antes de se levantar expliar a oessoa que pode ocorrer isto e alertar para que nos
informem. Levantarem-se com os olhos fechados pode ser benéfico para se levantar
● Procedimento
o O procedimento deve ser explicado à pessoa para que esta possa colaborar e
participar facilitando, assim, o procedimento e fomentando o autocuidado.
o Avaliar a tensão arterial (TA) em decúbito dorsal (plano horizontal) para encontrar
e registar o valor de referência para a pessoa;
o Para promover a adaptação gradual ao ortostatismo e detetar precocemente, em
segurança, intolerância ao ortostatismo:
o Avaliar a tensão arterial em Fowler, com a cabeceira do leito entre 45º a 60º e
comparar com o valor obtido na primeira avaliação;
o Sentar a pessoa no leito com os membros inferiores pendentes para promover e
testar a adaptação ao ortostatismo;
o Avaliar a circulação das extremidades inferiores com os membros inferiores
pendentes, através da coloração das extremidades;
o Avaliar a tensão arterial e comparar com o valor obtido na primeira avaliação;
159
o Transferir ou ajudar a pessoa a transferir-se e posicioná-la na cadeira;
o Manter a pessoa sob vigilância, avaliar a tensão arterial após 10 minutos na posição
sentada e comparar com o valor de referência;
3 momentos para avaliar a TA: antes, durante e após ou quando é necessário por se
verificar alguma alteração. Uma avaliação continuada apenas é possÍvel com a
utilização de um cateter.
Nos dinamapes pode-se controlar-se a frequência da avaliação da TA
o Durante todo o procedimento avaliar sinais e sintomas de hipotensão ortostática:
- Observar a face da pessoa (pesquisar sinais de palidez e sudorese);
- Valorizar queixas de náusea, tontura ou obnubilação.
o Sempre que o doente refira qualquer um dos sintomas, seja observado qualquer um
dos sinais, e/ou se verifique haver hipotensão ortostática, deve ser colocado em
decúbito dorsal com a cabeceira do leito horizontal. No dia seguinte deverá ser feita
nova tentativa, aumentando o tempo de permanência em Fowler antes do levante
Mobilizar-se na cama
a.Puxar para cima
i. Com supervisão e lençol de deslize
160
ii. Com
lençol de
161
b.Virar de lado
162
i. Com supervisão
3. Levantar-se da cadeira
a. Com Supervisão
b. Com ajuda – um
cuidador
163
c. Com ajuda – dois cuidadores
164
4. Levantar-se da cama
a. Com Supervisão
165
Deitar-se na cama com supervisão
166
c. Com ajuda – dois cuidadores
167
5. Transferências
a. Cama – cadeira
168
a. cama – cadeira
b. Cama – cama/maca
169
6. utilização de elevadores- levantar/ transferir
170
171
7. Manuseamento de bebés
172
8. Algoritmos Algoritmo
173
3 - Reposicionar na cama Algoritmo
4 –Reposicionar na Cadeira
174
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Trabalho autónomo
1 O senhor Oliveira de 80 anos de idade foi internado hoje no serviço. Está muito emagrecido,
apresenta diminuição da força a nível dos membros inferiores com dor à mobilização. (como
sabe a inatividade tem graves recursões em todas as dimensões da pessoa).
2 – O senhor Oliveira apos um período de repouso no leito teve indicação para realizar o primeiro
levante. Que cuidados deve ter em consideração?
4 – Para facilitar a marcha ao senhor Oliveira foi prescrito um andarilho. Que cuidados deve ter
em consideração no ajuste deste meio auxiliar de Marcha?
175
Bibliografia
Abric. M., Dotte, M. (2002). Gestos e ativação para pessoas idosas, Loures:
Lusociência.
Nigam Y, Knight J, Jones A. (2009, Junho 16) Effects of bedrest 3: musculoskeletal and
immune systems, skin and self-perception. Nursing Times. 105(23), pp 18-22. Thomas, D.,
McMahon, A.;
Thomas, Y. (Eds) (2012) Moving and Handling People: The New Zealand Guidelines.
Acedido: http://www.acc.co.nz/preventing-injuries/at-work/industryspecific-safety/moving-
and-handling-people-nz-guidelines/index.htm
Ruszala, S. (ed.) (2010) Moving and Handling People an Illustrated Guide. London:
Clinical Skills.
176
3.4 Ajudar a manter a temperatura do corpo, ajustando a roupa, modificando o ambiente
BREVE INTRODUÇÃO:
Ajustar a roupa e modificar o ambiente são duas intervenções do enfermeiro. Estas modificações
são por vezes automáticas, pois qualquer pessoa sem alterações cognitivas e sensitivas
conseguem fazer este ajuste.
Vamos, então, incidir o nosso estudo essencialmente nas crianças e nos idosos, bem como
pessoas que possuem patologias do foro mental, aquelas que podem não ter capacidade de
reconhecer os estímulos internos e externos, não sabem como agir, consequentemente.
Uma má perfusão periférica, palidez, cianose, hipoxia… se a vasoconstrição for muito grave pode
avançar para anoxia e necrose dos tecidos. Conduzindo a alterações cardíacas, neurológicas.
• Manter a temperatura do corpo num nível normal é uma necessidade humana fundamental
VITAL!!!
• As pessoas com uma lesão vertebro medular não têm, atividade motora (motricidade), nem
sensitiva e estes podem ter alterações na regulação da temperatura, pois as estruturas
deixam de conseguir controlar as zonas que estão abaixo da lesão ( a informação sensitiva
motora não sobe, nem desce). Acima da lesão há um corpo regular: hipotálamo, abaixo do
nível da lesão tal não acontece (reflete a temperatura do ambiente.
• Para alem de ser fundamental para o conforto da pessoa….
• Raramente se sobrevive a uma temperatura central:
o Superior a 42,2ºC ou inferior a 34º
o Superior a 43ºC ou inferior a 34ºC
Este sinal vital é dos menos consensuais, para além de que existem diferentes zonas da
temperatura, o que varia os valores
• A termorregulação é inata:
o Aumentando a produção de calor no corpo quando a temperatura desce, ou
aumentando a perda quando as condições se tornam desconfortavelmente quentes;
o E geralmente eficiente fazendo ajustamentos fisiológicos e comportamentais para
manter a temperatura central do corpo em torno dos 37ºC Os calafrios,
vasoconstrição, vasodilatação…
É portanto, fundamental reconhecer as pessoas que estão em risco
177
• Mecanismos de produção do calor
São dois
o Quimicamente por termogénese sem tremores
Metabolismo dos lípidos – produção de gordura castanha
O sistema nervoso simpático aumento sempre a temperatura, devido ao aumento de
produção de energia, este prepara-nos para a ação do ponto de vista CV, glândulas
sudoríparas…; mais atividade metabolisca mais produção de Energia
o Fisicamente por “termogénese com tremores” – contração rítmica dos músculos
esqueléticos
aumenta a Aumenta o
Qualquer Incrementa a
velocidade calor
atividade velocidade
das reações metabólico
que metabólica
químicas produzido
• Conceitos
o A temperatura central é a medida do calor interno do corpo representa o balanço entre
o calor produzido e o calor perdido
o Um autor:
Axilar: 36,4ºC – 36,7ºC
Oral: cerca de 37ºC
Retal: 37,5ºC
Não existem valores consensuais entre os vários autores
Muitas das vezes temos que olhar para os restantes sinais vitais para perceber
178
Hipertermia – quando a temperatura está aumentada por dificuldades de perda de calor
(doenças provocadas pelo calor). Muitas das vezes existem alterações do hipotálamo (ex.:
doentes com traumatismos crânio encefaliso,c as meningites -respostya fisiológica e infeçlão).
Há uma incapacidade, muitad das vezes, do copor libertar calo
179
• Idosos
o A exposição a temperaturas extremas coloca os idosos em risco de dano ou morte
o “70% das vítimas do calor são pessoas acima dos 60 anos de idade”
o Mais sujeita a acidentes do que os adultos mais jovens,
o Fatores Internos
Processo fisiológico de envelhecimento – vasoconstrição ineficaz, débito cardíaco
diminuído, redução do tecido subcutâneo e sudorese diminuída, menos sede
Aumento da doença crónica
Maior uso de medicação
Alterações cognitivas e emocionais
o Fatores Externos
(…)
Condições de temperatura e humidade
o Perceção mais difusa do frio e do calor – pode não encontrar estimulo para iniciar
medidas protetoras ou ter dificuldades em detetar mudanças de temperatura
o O mecanismo de sede torna-se menos eficaz – rim com menor capacidade para
concentrar urina (maior risco de desidratação relacionada com o calor)
o A inatividade e a imobilidade aumentam a suscetibilidade para hipotermia, suprimindo
os tremores e reduzindo a atividade muscular geradora de calor. A imobilidade e
desnutrição implicam menos temperatura corporal.
• Intervenção de enfermagem
o As atividades do paciente que visam manter a sua temperatura corporal são suscetíveis
de ser modificadas por uma intervenção do enfermeiro
o A Intenção da Intervenção do Enfermeiro é:
Ajudar a manter a temperatura corporal dentro dos limites considerados normais
(cliente apirético)
Identificar fatores de risco
Manter as condições do ambiente no nível de conforto para o cliente (Henderson,
2007:43)
o Como fazer:
Ações em complementaridade
Ações de orientação/educação do cliente/família
180
Temperatura extremas – evitar exposições
181
- Manter ambiente em temperatura confortável e sem correntes de ar
- Adequar a quantidade de vestuário e roupa de cama – atenção à quantidade
e tipo de roupa quando fora do leito
- Atenção às perdas hídricas por ambiente sobreaquecido – reforçar a
hidratação particularmente – orientar/supervisionar ou fornecer líquidos
- Destapar o mínimo possível durante o banho no leito e sacar rapidamente e
tapar para evitar exposições (irradiação)
- Atenção às perdas de calor corporal associadas a: administração de fluídos
frios (soros), às perdas de sangue, sudação intensa, taquipneia, imobilidade
182
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Trabalho autónomo
− Descreva como o enfermeiro pode ajudar a pessoa idosa a “Manter a temperatura do corpo
num nível normal”: com que intenção, quais os modos de intervenção e ainda quais as ações a
desenvolver
− Descreva como o enfermeiro pode ajudar a pessoa idosa a “Manter a temperatura do corpo
num nível normal”: com que intenção, quais os modos de intervenção e ainda quais as acções
a desenvolver
Bibliografia
Leitura obrigatória
183
3.6 Ajudar a Manter o corpo limpo, com boa aparência e a proteger os tegumentos
● Funções da pele
✓ Proteção (epiderme: evita a entrada de microrganismo, pH ácido – 4,6 a 5,8
atrasa do crescimento bacteriano);
✓ Termorregulação (controlada por radiação, evaporação, condução e
transmissão)
✓ Sensibilidade – devido aos recetores sensoriais para o tato, dor, calor, frio,
pressão (reduzir fricção, retirar anéis, água tépida, roupa macia) sensação do
quente, do frio…
✓ Metabolismo celular (elasticidade, manter-se hidratada, com a idade a pele
torna-se mais fina);
✓ Excreção (transpiração – perda de calor por evaporação e gordura – lubrifica a
pele e o cabelo; de notar que ambos podem fomentar o desenvolvimento de MO
daí a importância do banho, de forma a remover o excesso de secreções
corporais, embora em excesso possa causar pele seca).
184
Conhecimento Força de
Capacidade Vontade
● Objetivos
Proporcionar a limpeza da pele e mucosas
✓ Eliminação do odor corporal
✓ Melhorar a autoestima e autoimagem -> ser aceite pelos outros
✓ Prevenção de lesões e infeções da pele e mucosas
Proporcionar conforto, relaxamento e repouso
Estimular a circulação, nomeadamente quando se faz alternância de jatos de água fria e
quente.
Prevenir outras doenças
Promover a função articular- especialmente importante quando levamos a pessoa com défices de
mobilidade à casa de banho, tentamos mobilizar com água (movimentos atios e passivos)
Avaliar a pele, cabelo, couro cabeludo, cavidade oral, pés unhas e genitais momento
mais oportuno para avaliar as pessoas
Estabelecer relação (parentalidade, enfermeiro-pessoa)
Promover o auto cuidado
Manter a limpeza e integridade cutânea
185
Relação e comunicação
Confiança/
Apreciação
segurança
Conhecimento
186
Apreciação para assistir a pessoa na sua higiene pessoal (continuação)- Aspetos a
avaliar para assistir a pessoa na sua higiene pessoal
● Comportamentos/capacidades da pessoa
o Capacidade para cuidar da higiene pessoal
Manter um padrão contínuo de higiene, manter o corpo limpo e bem arranjado,
sem odor corporal, lavar regularmente as mãos, limpar as orelhas, nariz e área
perineal, manter a pele macia, usando princípios de preservação e manutenção
da limpeza.
o Capacidade para tomar banho
Enxaguar o corpo ou partes dele em água, por exemplo entrando e saindo da
banheira, providenciando todo o material necessário para o banho, lavando e
secando o corpo.
o Capacidade para se arranjar
Manter-se asseado, cuidado do cabelo e da barba, barbear-se, pentearse,
escovar ou encaracolar o cabelo, lavar e arranjar as unhas, aplicar
desodorizante, cosméticos, maquilhagem, manter as roupas limpas sem odor e
em ordem, verificar a aparência ao espelho.
o Capacidade para uso sanitário
Desempenhar atividades para manter a higiene íntima, limpando-se após
urinar ou evacuar, deitar fora os produtos de eliminação, puxando o autoclismo
de maneira adequada no sentido de manter o ambiente limpo e evitar infeções.
187
Condições da pessoa que aumentam necessidade de frequência de
satisfação das NHF
•Febre
•Vómitoa
•Expetoração
•Cheiro e odores
•Transpiração
•Incontinência vesical e intestinal
•Diarreia
•Menstruação
•Halitose
● Frequência da higiene
o Diariamente, 2 vezes por semana?
188
Intervenção de enfermagem na higiene total e na higiene parcial
● Na higiene oral;
o Objetivos
✓ Apreciar a cavidade oral e dentes (nº de dentes, estado dos dentes, cáries,
integridade e hidratação da mucosa e língua, halitose…)
✓ Lavar os doentes e/ou prótese dentárias, contribuindo para a diminuição da
flora bacteriana
✓ Massajar as gengivas
✓ Aliviar o desconforto provocado por odores e sabores desagradáveis
✓ Estimular o apetite
✓ Promover a saúde oral
✓ Promover o bem estar
189
> na higiene oral à pessoa com reflexo faríngeo diminuído
190
● Na higiene da pele, couro cabeludo, barba, unhas e genitais:
o Objetivos:
✓ Manter a limpeza e integridade cutânea
✓ Promover o conforto
✓ Apreciar a pele e as mucosas:
- coloração, integridade, hidratação, elasticidade
- limpeza
- alterações – ex.: edema, inflamação, prurido, eczema
╚ Higiene da pele
Lavar/ secar as mãos, o pavilhão auricular, o nariz, região perineal,
genitais e pés e o resto do corpo (lavar com produto específico – alguns
produtos podem ficar na pele mas outros produtos têm que ser bem
retirados)
✓ Cuidado com a textura e a hidratação da pele, o cuidado à boca,
ao cabelo, à barba, aos pés e unhas, à região genital, perineal e
anal
✓ Aplicar desodorizante
✓ Aplicar cremes hidratantes
✓ Aplicar cosméticos/ maquilhagem
191
Higiene da pele com produto rico em
óleos
Aplicação de creme hidratante
Aumentar a ingestão de líquidos, se
for possível
Pele húmida
Higiene frequente
Acne: erupção inflamatórias
Higiene da pele 2 vezes por dia e
papulopustular da pele que envolve
lavagem diária do cabelo com água
habitualmente uma lesão bacteriana
tépida e produto específico para pele
de gordura, frequentemente
acneica
localizada na face, pescoço, ombros e
costas Evitar aplicação de produtos
cosméticos não específicos
Eritema da pele
Higiene com água tépida para
diminuir a inflamação
Aplicação de produtos específicos
192
> Barbear no sentido do crescimento do pelo
193
NOTA: a dor nos pés pode frequentemente alterar o modo de andar,
causando tensão em diferentes grupos musculares, para além de
provocar stress físico e emocional.
Onicomicose
Consulta de podologia – tratamento
(infeção fúngica das unhas – micose)
Resultam do excesso de humidade
com associação de antifúngicos orais
e tópicos ou apenas tópico
Manter os pés sempre limpos e
secos, sem esquecer os espaços
interdigitais, evitando a proliferação
dos fungos
Odor dos pés
Resultado de uma sudorese intensa que Usar calçado limpo e seco
promove o desenvolvimento de MO. Os Alternar o uso dos sapatos
maus cuidados de higiene ao pé ou o
calçado inapropriado também podem Pés bem arejados
contribuir para o odor
Secar bem
Uso de meias de algodão
Minimizar as situações de stress e
praticar atividades de relaxamento (o
stress aumenta a sudorese)
194
╚ na higiene das unhas
As unhas saudáveis são de cor transparente, lisas e
convexas com uma matriz cor de rosa e uma ponta
translúcida branca. As doenças podem alterar a forma,
espessura e curvatura das mesmas.
✓ Cortar as unhas a direito (no bebé e na pessoa
agitada segurar num dedo de cada vez)
✓ Pode ser necessário colocar as mãos dentro de água morna para
amolecer as unhas
✓ Limpar as unhas
✓ Pintar as unhas
195
Cuidados de higiene: Idades e necessidades específicas
Idades Necessidades específicas
Latente ● Crosta látea – aplicar óleo (ex.: óleo de amêndoas doces) e
lavar de imediato com sabão para não obstruir os poros
capilares
● Hidratação da pele com óleo (tem efeito antidesidratante)
Pré-escolar ● Aumento da frequência da higiene devido às atividades
lúdicas, desportivas …
● Parasitoses
● Higiene oral 3x/dia (sendo uma delas ao deitar) – pasta
dentífrica com flúor só após os 3 anos
Escolar ● Aumento da frequência da higiene devido às características
lúdicas, desportivas…
● Pudor (pode levar à recusa da higiene)
● Pediculose ou outras parasitoses
● Higiene oral 3x/ dia (sendo uma delas ao deitar)
● Fio dentário a partir dos 8 anos
Adolescência ● Aumento da frequência da higiene devido ao aumento da
sudorese (alterações hormonais), atividades desportivas…
● Utilização de desodorizante
Adulto ● O estado da pele depende dos hábitos de higiene e da
exposição a produtos ambientais irritantes
Idosos ● A pele perde a sua elasticidade, a hidratação e as gladulas
sebáceas e sudoríparas tornam-se menos ativas pele mais
seca e mais propensa a ferir
● Redução da frequência da higiene (pele fina, poucas
glândulas sebáceas)
● Lavar a pele com água morna e usar sabonetes líquidos com
pH neutro
● Aumento da hidratação cutânea (2-3x/ dia) – reduzida
reserva água na pele
● Evitar o uso de tópicos que contenham perfumes ou corantes
● Uso de cremes de barreira/ protetores (prevenção de
dermatoses) e evitar o contacto com tecidos sintéticos
196
Risco de queimadura Risco de aspiração Risco de queda
Princípios na satisfação da NHF “Manter o corpo limpo com boa aparência e proteger
os tegumentos”
✓ O conforto
✓ O controlo do ambiente (calmo, adequado, portas e janelas fechadas, sem
correntes de ar)
✓ A promoção do autocuidado
✓ A privacidade (manter a pessoa coberta durante o procedimento, uso de
cortinas, biombos, porta fechada…)
✓ O respeito:
- Pessoa/ Intimidade/ corpo/ pudor
- Preferências e hábitos da pessoa
✓ Prevenção de IACS
197
3.6.2 Ajudar a Manter o corpo limpo: o cuidado de enfermagem na higiene do recém-
nascido; na realização de banho e cuidados parciais e arranjo pessoal, por duche ou no leito
(com realização de cama ocupada); no cuidado à boca e na lavagem de cabelo
● Considerações
✓ O primeiro banho é dado pela enfermeira, que ensina à mãe como se dá o
banho; o segundo banho já é dado pela mãe, com a supervisão da
enfermeira.
✓ O primeiro banho é dado conforme as maternidades e o estado do bebé;
muitas vezes é de acordo com a preferência da mãe.
✓ Devem ser envolvidos os pais no procedimento, de forma a capacitá-los
para o cuidado ao RN nesta NHF
● Frequência do banho
✓ O banho de água poderá ser dado 3 vezes por semana;
✓ Nos restantes dias poderá efetuar-se o banho parcial de água ou o
banho de loção/óleo.
● Duração do banho
Nos permaturos
•Banho deve ser rápido e observar sinais de
instabilidade - não exceder 5 min
199
Banho de água
14. Coloque a criança na água 15. Lave a parte anterior do 16. Coloque uma mão no tórax e
pelos pés corpo (pescoço, tórax, abdómen, rode a criança para lavar a parte
membros inferiores e genitais) posterior do corpo
17. Segure a criança pela 18. Lave as costas, 19. Seque a criança
axila membros inferiores e
região nadegueira e anûs
20. Coloque a criança 21. Coloque a fralda 22. Lave com água e
sobre outro lençol seco aberta sob a criança sabão ou faça fricção
das mãos com SABA
Assegure-se de que a criança
não fica só por risco de queda
201
23. Limpeza do coto 24. Limpe com 25. Repita se
umbilical segue movimentos necessário
norma da instituição circulares de baixo
Secar o coto umbilical com para cima
compressa esterilizada
depois do banho e manter
seca ou
Limpar com àgua
esterilizada e secar ou
Álcool a 70º ou
Outro desinfetante
segundo protocolo.
● Registos
o Hora do banho
o Tipo de banho
o Reação da criança
o Observação efetuada
o Caraterísticas do coto umbilical
o Colaboração dos pais, informação transmitida e feedback dos pais
o Intercorrências/complicações
202
● Banho do recém nascido/latente/criança na banheira Shantala
Conhecida como banheira shantala, banheira anti-
cólica, tummy tub
✓ Permite a posição fetal;
✓ Dá conforto e segurança;
✓ Promove o relaxamento e acalma;
✓ Diminui as cólicas;
✓ Precisa de menos água e pelo formato mantém a água
a uma temperatura confortável durante aproximadamente 20
minutos;
✓ A(s) mão(s) sob o maxilar inferior - apoio da cabeça
1. Preparação do material 2. Preparar a roupa pela ordem que 3. Manter a criança vestida e sobre o
vai ser usada lençol de banho
Utilizar compressas esterilizadas e
soro fisiológico a 37ºC para a
lavagem dos olhos e da face
4. Segure a compressa pelos 5. Segure a cabeça da criança 6. Lave a face com soro
cantos - técnica no-touch, e deite para lavar os olhos fisiológico a 37º
sobre esta soro fisiológico morno
(aquecudi em banho maria)
203
7. Seque a face 8. Lave o pavilhão 9. Lave a parte
auricular posterior do pavilhão
auricular
13. Segure a criança para 14. Dispa a criança 15. Mantenha a criança
lavar a cabeça; manter a tapada com a toalha
criança vestida
Limpe a vulva com compressa esterilizada e soro fisiológico com movimento da parte
anterior para a posterior (vulva períneo ânus)
Nos meninos utilize uma compressa esterilizada e soro fisiológico para limpar o meato.
Limpar o corpo do pénis, o escroto e sob o escroto.
28. Coloque a fralda 29. Lave com água e sabão 30. Para limpeza do coto
aberta sob o bebé ou faça fricção das mãos umbilical compressa
com SABA esterilizada seca
31. Limpe com 32. Repita se necessário 33. Por fim, limpe a
movimentos circulares extremidade do coto
de baixo para cima umbilical
205
Registar:
• Hora do banho
• Tipo de banho
• Reação da criança
• Observação efetuada
• Caraterísticas do coto umbilical
• Colaboração dos pais, informação
transmitida e feedback dos pais
• Intercorrências/complicações
206
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
7. Descrever em que consiste a capacidade para cuidar da higiene pessoal, a capacidade para
tomar banho, a capacidade para se arranjar e a capacidade para usar o sanitário;
10. Descrever a intervenção de enfermagem relativa à higiene oral; na higiene oral à pessoa com
reflexo faríngeo diminuído; na higiene oral à pessoa com próteses dentárias; na higiene da pele;
na higiene do cabelo, couro cabeludo e barba; na higiene dos pés; na higiene das unhas; na
higiene do genital feminino e masculino;
11. Descrever a intervenção de enfermagem à pessoa com incapacidade para fazer a sua higiene
oral por diminuição da mobilidade; com secura da mucosa por desidratação ou com presença
de sonda nasogástrica, cateteres e máscaras de O2; úlceras na mucosa oral e mucosite; risco de
problemas orais devido ao uso de alguns medicamentos (antitússicos, antiácidos,
multivitaminas); próteses dentárias mal-adaptadas;
14. Descrever a intervenção de enfermagem à pessoa com problemas dos pés e unhas,
nomeadamente queratopatia; tínea pedis; onicocriptose; odor dos pés;
207
19. Substituir a roupa da cama ocupada; 20. Assistir o recém-nascido/lactente no banho de água
e no banho de loção/ óleo;
Trabalho autónomo
2 - Imagine que passaram 3 dias desde o início do internamento do Sr.º José e este iniciou
terapêutica anticoagulante com Varfarina por problema vascular:
a) Que cuidados teria face à satisfação da NHF Ajudar a manter o corpo limpo?
b) Tendo em conta o planeamento da alta, que ensino faria ao Sr.º face à sua higiene?
3 – O Recém-nascido Miguel tem 7h de vida e pesa 3100g. Nasceu de parto eutócico e com
Índice de Apgar 10 ao 1min e 10 ao 5º min:
a) Indique 5 aspetos que deverá ter em conta antes de proceder à realização do banho de água.
b) Qual o mecanismo de perda de calor mais importante durante a realização do banho (total
ou parcial)?
c) Indique alguns cuidados que são fundamentais para minimizar a perda de calor. d) Qual a
informação a dar aos pais relativamente ao horário do banho e aos produtos a utilizar?
Teste formativo
1. Exemplificar situações de alteração da NHF manter o corpo limpo, com boa a aparência e
proteger os tegumentos face à:
2. Referir:
208
4. Qual a especificidade na realização da higiene oral à pessoa com reflexo faríngeo diminuído?
5. Refira as intervenções face à pessoa com úlceras na mucosa oral e mucosite.
Bibliografia
Downey L, Lloyd H (2008) Bed bathing patients in hospital. IN Nursing Standard. 22 (34) , p. 35-
40. Disponível em
http://web.b.ebscohost.com/ehost/pdfviewer/pdfviewer?vid=5&sid=1631d19f-21c5-4f69-
8aaafa133a41fc3a%40sessionmgr110&hid=106
Martins, S. I. G. (2009). Cuidados de Higiene: o banho no leito. (Capítulo III-1.1). In: Martins, S. I.
G. (2009). O banho no leito em contexto de internamento Hospitalar. Vivências de pessoas
idosas. Dissertação de Mestrado em Ciências de Enfermagem do Instituto de Ciências
Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, p. 92-97. Acedido13/09/7.
Disponível em:
http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/19116/2/O%20banho%20no%20leito%20em
%20contexto%20de %20internamento%20hospitalar.pdf
Pinheiro, Luis A.; Pinheiro, Ana Ehrhardt (2007). A pele da criança. A cosmética infantil será um
mito? Acta Pediátrica Portuguesa. Sociedade Portuguesa de Pediatria. 38 (5), p. 200-208.
Potter, P. & Perry, A. (2006). Higiene (cap. 26). In Potter P. & Perry, A (2006). Fundamentos de
Enfermagem. Conceitos e Procedimentos, 5ª edição. Loures: Lusociência, p. 671-720
Timby, Barbara Kuhn (2013) Fundamental Nursing Skills and concepts.10th ed. Lippincott,
Williamson and Wilkins; p.345-373
209
3.6.3 Ajudar a proteger os tegumentos: cuidado de enfermagem à pessoa na
manutenção e recuperação da integridade cutânea
A úlcera de pressão é uma alteração da pele que surge por um fator externo que em qualquer
local do corpo da pessoa se encontra a provocar a lesão. Para além deste fator extrínseco há
outros fatores: cisalhamento, humidade, fricção, idade, nutrição…
mobilidade
atividade PRESSÃO
perceção sensorial
Desenvolvimento de úlceras por
pressão (UPP)
Fatores extrínsecos:
Humidade
Fricção
Tolerância tecidular diminuída
Cisalhamento
Fatores intrínsecos:
Idade
Nutrição
Pressão Arteriolar
210
• Fatores de risco extrínsecos à pessoa
A partir do momento em que há pressão tanto no osso numa direção como numa superfície
dura noutra diminuição leva à diminuição do lúmen dos capilares podendo os capilares colapsar,
deixando de haver circulação. Este aspeto é crucial do ponto de vista da intervenção do
enfermeiro
o FRICÇÃO
Muito comum de ocorrer nos calcanhares. As macas da urgência têm uma superfície de
borracha, plastificada pouco comoda e a pessoa escorrega, tentando reposicionar-se leva a que
haja uma fricção continua. Há um excesso de pressão e ocorre o colapso do capilar, não havendo
O2 nem nutrientes leva a necrose.
211
• Fisiopatologia do aparecimento das UPP
O enfermeiro deve de então, controlar estes fatores, caso não dê tentar tornar reversível a
diminuição do aporte sanguíneo
Lesão localizada na pele ou no tecido subjacente normalmente sobre uma proeminência óssea
em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de torção.
Surge devido a uma insuficiência venosa (etiologia dos fatores de risco associadas a esta) ou
insuficiências arteriais; pode também haver ulceras mistas. Estas pessoas são mais suscetíveis à
pressão.
“Todas as ulceras são feridas, mas nem todas as feridas são ulceras”
o Etiologia
Advém da pressão exercida sobre a pele, o que ocasiona a oclusão do fluxo sanguíneo do
paciente que permanece na mesma posição no leito. À medida que a pressão se mantem e/ou
aumenta, maior será o risco de instalação e desenvolvimento das UPP
A tolerância do tecido à pressão é algo muito próprio do cliente. Há doentes que estão acamados
há anos em decúbito dorsal e nunca desenvolveram ulceras por pressão, ao passo que há
pessoas que estão em macas há 2horas e já se encontram a desenvolver uma UPP.
212
• Intervenção de Enfermagem à pessoa na prevenção das UPP
Por isso quando selecionamos as almofadas temos que ter atenção em quais são os locais
onde as vamos colocar.
Cadeira de rodas: região poplítea, região isquiática, sacrococcígea; se o calcanhar ficar mal
apoiado também pode levar a uma UPP.
o Levante
o Mudanças de decúbito da pessoa no leito
o Manter pele limpa e seca, pois há um maior risco de maceração da pele
o Utilizar ph equilibrado para limpeza da pele NÃO ph neutro!! Mas sim manter o Ph da
pele (5.5 – ideal porque é o intermedio para toda a gente, pois o ph da pele é de 4.5 a 6.5)
o Não massajar vigorosamente a pele que esteja com risco de UPP, porque ao fazer fricção
há uma maior pressão e um aumento do risco de quebrar os capilares e espalhar metabólicos
tóxicos da própria destruição capilar para os tecidos secundários
o Desenvolver e implementar um plano individualizado de tratamento da incontinência
Muitas das vezes quando temo uma pessoa com incontinência estas necessitam de
fraldas, contudo estas devem de ser boas, no sentido em que absorvem a água. Deste
modo, é importante escolher uma fralda com características absorventes (ex.:
capacidade de absorção diferente, absorção na vertical – o períneo fica sempre seco;
ter em conta a absorção ao longo do dia: quando é que perde mais ou menos urina,
durante o dia ou à noite e consoante essa característica escolher a fralda; em casa
muitas das vezes o idoso encontra-se em casa com outro idoso e por isso há dificuldade
em mudar as fraldas. De notar que também já existem pensos para homens.
o Utilizar produtos de barreira
o Considerar a utilização de emolientes em pele seca
213
C- TERAPIAS EMERGENTES PARA A PREVENÇÃO DE UPP
B- NUTRIÇÃO ADEQUADA
o Tipos de dispositivos
▪ Colchões anti-escaras
Colchões de silicone
Colchões de pressão alternada – têm que ter mais 11cm de diâmetro os faros
(imagem ao lado)
Colchões de espuma
NOTA: o fecho da capa do colchão tem de ficar para baixo, porque se cair água
do banho ou urina passa para baixo e não se torna um reservatório.
214
▪ Outros dispositivos de redução de
pressão
Calcanheira
Cotoveleira
Almofadas próprias para cadeirão e
cadeira de rodas
MAS ATENÇÃO
o Consentimento informado
o Administrar analgésicos em SOS
o Proporcionar privacidade:
▪ Puxar as cortinas
▪ Descobrir apenas a área para ter acesso ao local do penso
215
o Posicionar as pessoas confortavelmente
o Se possível, fazer o penso após os cuidados de higiene
o Informar a pessoa e/ou significativas sobre o processo de cicatrização, como identificar
sinais de cicatrização ou deterioração da ferida, os sinais/sintomas que devem ser
comunicados aos profissionais de saúde
o Identificar sinais de cicatrização ou deterioração da ferida, os sinais/ sintomas que
devem ser comunicados aos profissionais de saúde
C – AVALIAR A UPP
o Localização
o Categoria/ grau
Classificação das UPP – NPUAP/ EPUAP/ PPPIA (2014)
▪ Categoria/ Grau I – eritema não branqueável em pele intacta (início da UPP)
▪ Categoria/ Grau II – perda da integridade cutânea (epiderme e/ou derme),
ferida superficial rasa com leito vermelho-rosa e sem tecido desvitalizado –
flictena, úlcera brilhante ou seca
▪ Categoria/ Grau III – perda total da espessura da pele (tecido subcutâneo
visível mas sem exposição do osso, tendões e músculos). Pode ter tecido
desvitalizado mas não oculta a profundidade dos tecidos lesados. Podem ser
cavitadas ou fistulizadas.
▪ Categoria/ Grau IV – perda total da espessura dos tecidos (músculos e ossos
visíveis). Pode ter tecido desvitalizado (húmido) ou necrose (Seca).
Frequentemente cavitadas ou fistulizadas.
▪ Não graduáveis/ inclassificáveis – perda total da espessura dos tecidos, na
qual a base da UPP está coberta de tecido desvitalizado ou necrótico não
se consegue determinar a verdadeira profundidade.
▪ Suspeita de lesão nos tecidos profundos: profundidade indeterminada – área
vermelho escura ou pupura em pele intacta e descolorada ou flitena
preenchida com sangue. Área pode estar rodeiada por tecido doloroso, firme,
mole, húmido, mais quente ou mais frio.
216
A (appearence) – aspeto da ferida, tipos de tecidos, cor inflamação
S (suffering) – tipo e intensidade da dor
U (undermining) – presença ou ausência de locas ou sinus tractus
R (re-evaluate) – monitorização regular de todos os parâmetros
E (edge) – condição dos bordos da ferida e pele circundante
o Deve de ser feita uma avaliação inicial que serve de ponto de partida
o A partir daí devem fazer-se avaliações regulares:
▪ Cada vez que se muda o penso procurar sinais que indiquem necessidade de
mudança de tratamento
▪ Reavaliação completa pelo menos semanal (espera-se sinais de cicatrização no
espaço de 2 semanas) documentar todas as avaliações
o Devem ser usados instrumentos de avaliação do estado de cicatrização da ferida
▪ Instrumento de avaliação do estado da ulcera por pressão (PSST PT)
Permite a leitura rápida da regeneração ou degradação da ferida
Avaliação de 13 dimensões
Score 13-65 (quanto mais elevado o score, pior o estado da UPP)
Só pode ser usado em úlceras por pressão
▪ Escala de cicatrização da úlcera por pressão (PUSH TOOL PT)
Avaliação de 3 dimensões: comprimento x largura, quantidade de
exsudado e tipo de tecido
Score 0-17 (quanto mais elevado pior o estado da ferida
Pode-se usar para outras feridas além das úlceras por pressão (UPP)
o Deve-se reavaliar a pessoa e o plano de tratamento da ferida assim que se observem
sinais de deterioração na ferida e/ou pessoa.
o Limpar sempre que se substituir penso com SF é o soluto de limpeza ideial pelas suas
propriedades isotónicas e por não interferir no processo de cicatrização´
Ver se é uma ferida aguda ou crónica.
o Água potável, mas desde que corra durante 15s antes de ser utilizada e, deve ter em
conta a natureza da UP e o estado geral da pessoa
o Há autores que não recomendam a água potável no contexto hospitalar pelo risco de
infeção
o As soluções de limpeza devem estar mornas – atividade mitótica abranda com a baixa
temperatura (40min para retomar a temperatura originais e 3h para a atividade
mitótica retomar na sua plenitude)
o Considerar a utilização de técnica asséptica (sobretudo se for uma ferida aguda)
quando a pessoa, a ferida ou ambiente de cicatrização da ferida estiverem
comprometidos.
Ferida crónica – técnica assética, mas não é utilizado soro fisiológico, porque normalmente
já tem exsudado purulento e por isso o soro não é suficiente para limpar a ferida. Assim, é
recomendado o uso de águia, nomeadamente a água corrente.
o A limpeza das UPP deve ser feita por irrigação. Esfregar não é indicado
o A pressão de irrigação deverá ser a idêntica à pressão de uma seringa de 20ml
adaptada a cateter de 18G (entre 5-8 psi)
o Não usar antissépticos em UP abertas, Só usar, com precaução, em caso de infeção e
que não mostre sinais positivos de cicatrização.
217
o Biguanida (PHMB) com Betaína, promove a gestão de odores, redução do nível de
exsudado, bem como a redução da dimensão da UPP FERIDA ABERTA NÃO LEVA
BETADINE nem uso de corante, APENAS soro fisiológico!!
Agua oxigenada NÃO: porque tem mais uma molécula de O2 e promove a colonização
dos micróbios anaeróbicos. Em feridas muito extensas pode provocar uma embolia.
o Privilegiar o uso de luvas e compressas de tecido-não-tecido em oposição às pinças ou
compressas de gaze. Pois estas, podem deixar resíduos no leito da ferida atrasando a
cicatrização, além disso as pinças não são de fácil manejo para os profissionais e não
impedem a contaminação das UPP.
Sinais/ sintomas
218
Dor ou calor novos ou em crescendo
Drenagem purulenta
Aumento do tamanho da UPP
Crepitação, flutuação ou descoloração da pele circundante
Febre, mal-estar e linfonodomegalia
Confusão/ delírio e anorexia (principalmente em idosos)
o Controlo de exsudado
219
EM SÍNTESE
3- TRATAMENTO DAS
UPP
1- PREVENÇÃO DAS UPP 2- PREVENÇÃO E
•A- Avaliar a pessoa com UPP
•A- avaliação do risco de TRATAMENTO DAS UPP •B- Preparação da pessoa
desenvolvimento UPP •A- Levante e mudanças de para o tratamento
•B- Cuidados preventivos com decúbito da pessoa no leito (esclarecimento e
a pele •B- Nutrição adequada consentimento informado)
•C- Terapias emergentes para •C- Uso de superfícies de •C- Avaliar a UPP
a prevenção de UPP apoio •D- Preparar o leito da UPP
•E - Seleção do tratamento
(materiais de penso)
E – SELEÇÃO DO TRATAMENTO
SORO FISIOLOGICO – FERIDA AGUDA + O PRODUTO A APLICAR DE ACORDO COM O TIME
Nota:
Remover exsudado - se não houver exsudado, o objetivo é colocar humidade para permitir o
processo de cicatrização.
Nomeadamente a entrada de bactérias pra o leito da ferida. É importante ter em conta o
conceito de ferida aguda (porque estas têm bactérias, nem que sejam circudantes) e de ferida
cronica
220
ALGODÃO NÃO SE UTILIZA!!! porque para além de não se encontrar esterilizado, deixa ficar
vários filamentos no meio da ferida e ao ser removido pode causar dor, para alem de causar
contaminação no leito da ferida. O algodão irá ficar agarrado ao coagulo que entretanto se
formou, em caso de estar: usar algodão com soro morno
FATORES A CONSIDERAR NA SELEÇÃO DO MATERIAL DE PENSO:
• Análise da UPP:
o Necessidade de tratar a carga bacteriana (caso haja infeção ou inflamação, para que
esta não progredida e culmine numa sptisemia)
o Natureza e volume do exsudado da ferida (seropurulentas – preocupação,m porque há
uma infeção ativa)
o Estado do tecido no leito da ferida (tecido necrosado – perioridade a ser removido; se
for tecido de epitelização a prioridade é garantir um meio húmido qb de modo a
promover a regeneraçãoda peçe> ferida totalmente cicattizada)
o Condição da pele perilesional
o Tamanho, profundidade e localização da ferida
o Presença de tunelizações e/ou cavitações
o Penso com capacidade de manter o leito da ferida húmido.
o Proteção da pele perilesional ( a apele perilesional tem de estar capaz de realizar
mitose para fechar a ferida da periferia para o centro)
o Objetivos dos cuidados (consoante o tipo de feridas, o objetivo do cuidado será
cicatrizar ou controlar o exsudado ou odor que a ferida deita. Na verdade, nem sempre
o nosso objetivo é cicatrizar a ferida, por vezes é somente garantir alguma qualidade
de vida à pessoa)
o Avaliação da pessoa na globalidade da sua saúde física e psicossocial.
o Custo do tratamento (relação custo - eficácia – durabilidade e capacidade de atuar face
à exsudação da ferida).
o Grau requerido de intervenção de enfermagem (Nem todos os pensos necessitam de
cuidados de enfermagem, contudo existem pensos que têm que ser garantidos que
mais ninguém mexe – ex.: diabético com uma pequena ferida, pode levar à amputação,
logo é crucial uma intervenção de enfermagem atenta)
o Disponibilidade dos pensos.
o Questões sociais, psicológicas, ambientais (pessoas em tratamento na comunidade ou
no hospital)
• Tipos de apósito
o Apósito
o Em bisnaga
o Em pó
221
o Em gel
o Em spray
o Para feridas cavitárias
• Tipos de pensos
o Pensos Primários Pensos que entram em contato com o leito da ferida.
o Pensos Secundários Pensos que cobrem os pensos primários ou fixam o penso primário
ao local. (ajudam a fixar os pensos primários) – os apósitos não precisam de penso
secundário, contudo há pensos que não ficam colados em cima do leito da ferida e por
isso ser essencial um penso secundário,
Nota: Há vários pensos que atuam como penso primário e secundário.
222
o Polímeros acrílicos
223
o Hidrogel (pode manter 3 dias - depende das indicações do fabricante e da avaliação da
ferida)
o Alginato (pode manter até o penso saturar - depende das indicações do fabricante e da
avaliação da ferida)
224
o Espuma (Hidropolímeros e Hidrocelulares) (pode manter até 7 dias - depende das
indicações do fabricante e da avaliação da ferida)
o Pensos impregnados de prata (pode manter até 7 dias - depende das indicações do
fabricante e da avaliação da ferida)
225
o Penso impregnados de mel (pode manter até 2 dias - depende das indicações do
fabricante e da avaliação da ferida)
226
o Hidrofibras (pode manter até 7 dias - depende das indicações do fabricante e da
avaliação da ferida)
o Colagenase (diário)
227
o Colagénio (diário – seguir as indicações do fabricante e da avaliação da ferida)
228
o Ácidos gordos esterificados (pode manter até 3 dias - depende das indicações do
fabricante e da avaliação da ferida)
o Ácido hialurónico (pode manter até 3 dias - depende das indicações do fabricante e da
avaliação da ferida)
229
o Polihexametileno biguanidas (associado a poliacrilato) (pode manter até 3 dias -
depende das indicações do fabricante e da avaliação da ferida)
╞ EM SUMA
230
• Tipos de apósitos – considerações
Apósito para ferida superficial (ex: hidrocolóide…):
• A região central do penso deve ficar no leito da ferida.
• Deve ficar uma margem do apósito de cerca de 2-3 cm para fora do leito da ferida para
proteger a pele circundante.
• Não cortar o rebordo dos apósitos que os têm – sai exsudado.
• Não cortar os pensos sem rebordo porque alguns não podem ser cortados (ler
indicações do fabricante).
Terapia por pressão negativa em feridas complexas e UPP – VACCUM ASSISTED CLOSURE
(V.A.C.)
• A pressão negativa atua no leito da UPP por uma esponja hidrofóbica de poliuterano
conectada por um tudo de plástico à bomba de vácuo;
• A pressão pode ser de 50 a 125 mmHg e usada de forma contínua ou intermitente;
• Coloca-se a esponja (HIDROFÓBICA que é constituída por fibras de poliuterano) no leito
da UPP de forma a cobrir toda a sua extensão e veda-se com película transparente
ficando hermeticamente fechado;
• A bomba quando ligada, produz uma pressão negativa na UPP;
• A pressão negativa promove a drenagem do excesso de fluidos do leito da UPP e do
espaço intersticial, reduzindo as bactérias e o edema, aumentando o fluxo sanguíneo
local e a formação de tecido de granulação por restauro do fluxo vascular e linfático
conduzindo a uma melhor cicatrização.
231
As esponjas podem ser de tamanhos diferentes, para conseguirem tapar o leito da ferida. As
esponjas não devem de ser cortadas, porque pode levar a que filamentos se depoistem no leito
da ferida. Depois coloca-se um plástico para que quando se liga a máquina se preencha com
vácuo.
• A V.A.C. ( a esponja) deve ser mudada a cada 48 ou 72 h ( e deve de ser feita apreciação/
caracterização da ferida); reduz o tempo de recuperação e permite melhorar as
condições locais da ferida.
• Usada em várias feridas, com perda de partes moles, em exposição ósseas, com grande
exsudado ou ainda para fixação de enxertos e retalhos.
Pode ser usada em feridas com exsudado, porque a esponja é hidrofóbica.
• Não se deve aplicar sobre tecido necrótico, osteomielite sem tratamento com AB,
cavidades abdominais ou fístulas, neoplasias ou aplicar diretamente sobre veias ou
artérias. Porque o objetivo é promover a granulação e para isso primeiro tem de ser
removido o tecido necrosado.
Em fistulas pode levar a uma peritonite.
Ter atenção aos AC ou AG para ponderar se se aplica ou não, devido ao risco de
hemorragia
• Usar cautelosamente quando há sangramento ativo da ferida, em casos de coagulopatia
ou em hemóstase difícil.
232
• Elaboração dos registos de enfermagem
Realização do procedimento;
Motivo da realização do penso;
Características do penso retirado (presença, cheiro, cor, quantidade e consistência do
exsudado);
Características da ferida (localização, forma, dimensões, bordos e tecido da região
circundante, tipo de tecidos da ferida e presença e características do exsudado);
Presença de dor e intervenções;
Presença de complicações e intervenções;
Solutos e/ou terapêutica tópica e apósitos
Colaboração e reação do cliente;
Intercorrências observadas;
Estado final/percepção pelo cliente.
Exercicio 1
A Srª Dª Maria tem 83 anos e está internada há 1 semana. Tem uma úlcera por pressão (UPP)
na região sacrococcígea. Faça a avaliação da UPP e identifique qual o seu tratamento. Faça o
respetivo registo.
233
O penso por cima tem de ser compatível com o que se colocou inicialmente e de seguida
tem-se que ver qual é que ajuda no processo de cicatrização.
Pensos hidrocoloides são os mais indicados porque são capazes de manter o ambiente
húmido de cicatrização de feridas. Espuma não tem ação terapêutica.
Pele circundante – ligeiramente macerada
Necrose húmida
Poliarquilado – não é indicado para a ferida em questão, porque esta tem necrose
húmida e este utiliza-se para necrose seca.
Utilizar: colagenase + hidrocoloide
Exercício 2
O Srº José tem 90 anos, foi internado hoje e tem um penso na região trocanteriana direita.
Faça a avaliação da UPP e identifique qual o seu tratamento. Faça o respetivo registo.
234
Assistir a pessoa na prevenção e tratamento de UPP
235
IMPORTANTE: lavagem da roupa contaminada com sangue, exsudado deverá de ser
feita isoladamente, para não contaminar a restante roupa, devido à multiplicação dos
MO.
5. Utilizar o biombo
6. Levar o material
7. Ver se a bancada esta em condições, caso contrario realizar a sua desinfeção
8. SABA
9. Ver se há uma zona de repasse na zona da ferida
10. Colocar luvas limpas, mesmo que seja um penso cirúrgico, mas fazê-lo de forma que a
mão nunca vá ao leito da ferida.
Os adesivos são retirados no sentido do crescimento do pelo. Os pelos são importantes
para o controlo de algumas infeções do sistema imunitário. Para alem de que ao
contrario do sentido do crescimento do pelo podemos causar um traumatismo cutâneo.
11. Retirar
12. Voltar a olhar para o que pode estar na compressa. Ex.: queda do alcatrão pode ter no
penso ainda bocados de alcatrão ou então fragmentos que não se visualiza inicialmente
aquando da realização do penso
13. Colocar o penso no lixo
14. Observar a ferida
15. SABA
16. Preparar o material (parte absorvente para cima)
Pacote da compressa virado para tras; taça atras
Deixar a extremidade das pinças fora do campo (2,5-3cm) e 1/3 desta dentro do campo.
– pode ser inicialmente ou após de utilizar, pois já não posso coloca dentro do campo.
O cateter sem mandril não provoca danos na pessoa, caso esta se mexa, para além de
ser esterilizado.
236
Linhas orientadoras
• Limpar com SF sempre que se substituir penso à SF é o soluto de limpeza ideal pelas
suas propriedades isotónicas e por não interferir no processo de cicatrização.
• Limpar com Água Potável, mas desde que corra durante 15 segundos antes de ser
utilizada, e deve ter em conta a natureza das UP e o estado geral da pessoa (há centros
de saúde que têm capacidade para tal, colocando o membro da pessoa por baixo da
pressão do chuveiro. Mas ter em atenção: a pressão pode levar a uma hemorragia. Esta
pressão é importante para a remoção de exsudado, finalmentos… Em situações contra
indicadas utiliza-se a seringa.
• Há autores que não recomendam a Água Potável no contexto hospitalar pelo risco de
infeção acrescido, mesmo que seja uma ferida crónica. Contudo, no centro de saúde
pode-se utilizar água potável, se por exemplo tiver uma pessoa com uma ferida crónica,
mas antes de colocar deixar correr durante 15s.
• As soluções de limpeza devem estar mornas à atividade mitótica abranda com a baixa
de temperatura (40 min para retomar a temperatura original e 3 h para a atividade
mitótica retomar na sua plenitude).
• Considerar a utilização de técnica asséptica quando a pessoa, a ferida ou o ambiente de
cicatrização da ferida estiverem comprometidos.
• A limpeza das UPP deve ser feita por irrigação. Esfregar não é indicado. mais importan
te do que se coloca na ferida é a técnica utilizada para tal.
Outra justificação para a não utilização de betadine é não colorir a ferida.
• A pressão de irrigação deverá ser a idêntica à pressão de uma seringa de 20 ml adaptada
a um cateter de 18 G.
• Não usar antissépticos em UPP abertas. Só usar, com precaução, em caso de infeção e
que não mostre sinais positivos de cicatrização.
17. Depois de decidir o que aplicar na ferida, aplicar o tratamento selecionado de acordo
com as caraterísticas da ferida e tendo em conta o acrónimo TIME
237
18. Lavar as mãos
19. Registos:
- Realização do procedimento;
- Motivo da realização do penso;
-Características do penso retirado (presença, cheiro, cor, quantidade e consistência do
exsudado);
- Características da ferida (localização, forma, dimensões, bordos e tecido da região
circundante, tipo de tecidos da ferida e presença e características do exsudado);
- Presença de dor e intervenções;
- Presença de complicações e intervenções; - Solutos e/ou terapêutica tópica e apósitos
- Colaboração e reação do cliente; - Intercorrências observadas; - Estado final/perceção
pelo cliente
238
Ligaduras
Definição de ligaduras
• Ligadura é uma tira de material que se usa para envolver determinados segmentos do
corpo
• Intervenção de enfermagem que consiste em segurar ou em proteger através de
ligaduras… determinados segmentos do corpo
Finalidades:
✓ Fixar pensos ou talas no segmento/ local desejado
✓ Fazer pressão/ compressão
✓ Facilitar a circulação de retorno nos membros inferiores
Devido aos edemas existentes ou então em situações de alguém que vai ser submetido a
cirurgias de grande tempo, logo é essencial fazer-se para prevenir fenómenos
tromboembolicos pós cirurgia
✓ Dar suporte a membros e articulações
✓ Imobilizar um ou mais segmentos do corpo
Contensão
•Manter um penso
•Fixar uma aplicação terapêutica
•Fixar uma imobilização
Compressão
•Promover a hemostase
•Favorecer a reabsorção
•Suster penso compressivo
Proteção e oclusão
Imobilização
•Fraturas e entorses
•Luxação
•Correção de deformidades
Extensão
239
✓ Só podem ser usadas uma vez, pois desfiam-se com muita facilidade, pelo que
não é habitual a sua reutilização zonas que causam vincos/ pressão
o Ligaduras elásticas
✓ Feitas essencialmente de algodão e látex
✓ Utiliza-se para conseguir uma pressão firme, uma pressão firme, moldando-se bem
às superfícies a ligar.
✓ Previne o edema das extremidades, facilitando o retorno venoso.
240
✓ Ter a área a ligar limpa e seca. porque se a pele estiver transpirada a maceração será
muito maior
✓ Proteger com algodão (para evitar que o próprio drene faça pressão levando a uma
UPP) as proeminências ósseas, os ângulos e as concavidades.
✓ Não iniciar ou terminar uma ligadura diretamente sobre uma ferida (ou
queimadura), ou uma área onde o doente provavelmente exercerá pressão.
✓ Nunca ligar duas superfícies de pele em contato uma com a outra, sem as isolar
previamente com algodão (por exemplo: entre os dedos, axilas, sob os seios e
região inguinal). - não colocar em contacto pele a pele
✓ Nas ligaduras dos membros deixar descoberta uma parte das extremidades (por
ex.: os dedos das mãos ou dos pés). Exceção: diabético com isquemia nos dedos
dos pés, mas em geral deixa-se descobertos para observar complicações neuro
circulatórias.
✓ Enquanto se faz a ligadura e após terminar observar e perguntar sempre ao cliente
como se sente. No caso de este não poder colaborar (ex: doentes inconscientes e
crianças) à observação constante das extremidades para despiste de compromisso
circulatório.
✓ Observar as áreas circunvizinhas da área ligada para despiste de sinais e sintomas
de compromisso circulatório (edema, palidez e cianos)m, compromisso
neurológico; dor, parestesias, diminuição da sensibilidade… que podem indicar
que a ligadura está demasiado apertada.
✓ Remover a ligadura pelo menos uma vez por dia – lavar e secar as superfícies da
pele subjacente e verificar se existem áreas de pressão ou lesões
Relativamente à ligadura
✓ A ligadura deve de ser adequada à região a ligar (a ligadura deve de ter 2/3 do
diâmetro do membro a ligar)
✓ Começa a aplicar a ligadura, segurando o rolo com uma das mãos e a extremidade
inicial com a outra. Aplicar a ligadura com rolo para fora (em relação à pessoa)
✓ Ao iniciar uma ligadura fazer duas voltas circulares sobre a ponta inicial, para
assegurar a sua fixação
✓ Deve-se também terminar com duas voltas circulares.
✓ Aplicar a ligadura, exercendo uma pressão uniforme e moderada.
✓ Não se deve desenrolar mais ligadura do que a necessária
✓ A direção da ligadura deve seguir a da circulação venosa e deve-se aplicar a partir
da parte mais distal em relação ao tronco
✓ Evitar o excesso de ligadura a fum de prevenir calor excessivo nas partes cobertas
✓ Mantenha as ligaduras esticadas, limpas, firmes e funcionais por razões estéticas e
assépticas remova e aplique de novo as ligaduras que não satisfaçam esses
critérios.
241
o Capacidades de movimento do membro ou dedos.
• CIRCULAR
o Volta mais simples e mais usada.
o Utiliza-se sempre para iniciar e terminar a ligadura ->
fixar o início de uma ligadura ou o seu termo.
o Usa-se numa porção pequena
o Utiliza-se para ligar porções do corpo circulares como
um braço.
o Utiliza-se quando se deseja cobrir completamente
voltas anteriores.
• ESPIGA
o Este tipo de volta é uma variante da volta em oito.
o Todas as voltas se sobrepõem num ângulo agudo e sobem
e descem alternadamente.
o Do ponto de vista da circulação estas não são boas e em
pessoas com edema a pressão que se faz aumenta o risco
de ter vincos na pele causada pela própria pressão.
• ESPIRAL
o Tipo de volta que apenas se sobrepõe
parcialmente à anterior (por ex. metade a três
quartos da largura da ligadura). Usa-se mais
frequentemente em porções cilíndricas.
• VOLTA RECORRENTE
242
Nota: Todas as ligaduras começam-se com circulares
• Leque do cotovelo
O Leque do Cotovelo utiliza-se sobretudo para manter
um penso no cotovelo, mantendo o movimento do
mesmo. É usada a volta em oito
• Leque do joelho
Utiliza-se sobretudo para manter um penso no joelho.
Material: Ligadura com 5 m x 7 cm
o Espiga da perna
• Esta ligadura destina-se à contenção de pensos
da perna
• Material: 2 ou 3 ligaduras com 5 m x 7 cm.
Registos de enfermagem
• Após a aplicação de uma ligadura (ou quando em
vigilância dos efeitos de uma ligadura aplicada anteriormente) deve fazer-se os registos:
o Preparação da pessoa;
o Material usado;
o Qual o motivo da aplicação da ligadura;
o Quando é que a ligadura foi aplicada, removida e reaplicada;
o Situação da pele e cuidados à pele efetuados;
o Avaliação neurocirculatória e mobilidade da porção distal à ligadura /
Intercorrências
o Orientação/ensino dada ao próprio /família
o Colaboração, reação da pessoa e autoavaliação do conforto.
243
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Teste formativo
Trabalho autónomo
Falanga, V.(sd) Preparação do leito da ferida: ciência aplicada à prática. Acedido a 10/11/2016
em: http://www.gaif.net/sites/default/files/Doc%20EWMA.pdf
Santos, V., et al (2014) DIM+E: uma visão mais abrangente da preparação do leito da ferida.
Journal of Aging & Inovation, 3 (1): 3-14. Acedido a 10/11/ 2016 em:
http://journalofagingandinnovation.org/volume-3-edicao-1- 2014/dime-uma-visao-mais-
abrangente-do-leito-da-ferida/
244
3.7 Ajudar a Comer e beber adequadamente
Consultar ANEXO 1
Ainda é pouco frequente existirem consultas pre concecionais. “Ser mãe ou pai é um projeto
para toda a vida”.
• O planeamento da gravidez é importante dado que ser mãe ou pai é um projeto para
toda a vida
• Uma alimentação equilibrada é imprescindível para que a gravidez e o parto e o pós
parto decorram da melhor forma
• Uma nutrição saudável antes da conceção é a melhor forma para assegurar que
nutrientes adequados estão disponíveis para o desenvolvimento embrionário e fetal
• O primeiro trimestre da gravidez é crucial para o desenvolvimento dos órgãos do
embrião/ feto (para a organogénese e por isso todosd os nutrientes já devem de estar
presentes aquando da conceção)
• Sabe-se que o ácido fólico (Vitamina B. 9) é de extrema importância no período pré
concecional e durante a gravidez. uma mulher quando pensa que pode vir a
engravidar deve de começar logo o ácido fólico, dado que este interfere na formação do
sistema nervoso do bebé, logo no primeiro trimestre.
- 70% de ocorrências de deficiências no tubo neural, não ocorrem após a mulher tomar
o ácido fólico.
Como é que se adquire ácido fólico?
245
o Fontes de Folato
▪ Carnes - figado de: galinha, peru, ganso, borrego, vaca, vitela
▪ Legumes - Brócolos, feijão, couve, espinafres (também na casca da batata)
▪ Frutos - abacate, laranja/sumo de laranja, Massa ou arroz cozidos
NOTA: devemos de comer os alimentos que são produzidos a um raio de distancia curto
do local onde vivemos, porque os que são distantes são apanhados ainda verdes e
podem possuir produtos que nos causam danos.
• Durante a fase da pré conceção é importante que
a grávida ingira alimentos frescos e fáceis de
digerir, isto é, os alimentos da época.
• É desejável optar por alimentos com baixo índice
de glicemia O QUE É O INDICE GLICEMICO?
Índice glicêmico é um indicador que nos aponta com
que velocidade um alimento que tem carboidrato
aumenta a glicose no sangue. A ingestão de alimentos
com IG alto faz com que as pessoas que não têm
diagnóstico de diabetes secretem insulina
rapidamente e em grande quantidade para não
aumentar a glicemia.
• Faça refeições fracionadas (8-10/dia), com intervalo noturno não superior a 7/8 h
(informação válida para todas as pessoas)
• Evite alimentos flatulentos (alimentos que provocam gases), fritos e/ou muito
condimentados tem que ver com a resposta individual de cada um, sendo que cada
pessoa tem as suas bactérias no intestino
Informações à Grávida/Casal
• Nutrição e Aumento ponderal
o Idealmente todas as mulheres deveriam alcançar o peso ideal antes da conceção.
porque pode ter influência no peso do bebé; a gravidez é uma fase de desequilíbrio que
pode agravar desequilíbrios já existentes
o O risco materno-fetal está aumentado quando a mãe é excessivamente obesa ou
magra.
Calorias: 1800 (+ 300)
Proteínas: 0,9 g/kg + 15g = 60 g/dia
Ferro: 30 mg/dia (60-120 mg se gestação múltipla) – adequado aos resultados analíticos
Ácido Fólico: 0,1 a 0,4 mg
246
• Aumento de peso - IMC
247
• Balanço do ganho total de peso
Alimentação do lactante
• De onde provem a energia para produzir o leite materno?
o 200 Calorias
o 500 Caloria
Necessita de mais 700 calorias/ dia – é importante que a mulher que amamenta o saiba
0 meses 24 meses
6 meses
248
Quando a alimentação do bebé não é de leite materno exclusivo, a diversificação alimentar é introduzida
aos 4 meses.
Anatomia da Mama
• Tecido Glandular
A quantidade de tecido é igual em todas as mulheres, a quantidade de
gordura é que difere.
o O tecido glandular é o local de produção do leite
o O leite é sintetizado pelas células epiteliais secretoras
(lactocitos), que revestem os alvéolos
Fisiologia da Lactação
Três fases a considerar no ciclo da lactação:
Mastogénese
•compreende o desenvolvimento da mama durante o período da gravidez.
Nesta etapa há um aumento evidente da glândula mamária apesar de só a
partir do segundo trimestre de gravidez estar completamente desenvolvida e
preparada para produzir leite.
Lactogénese
•é o processo inicial da produção do leite para nutrir o recém-nascido. Começa desde a
última fase da gravidez até logo após o parto com a secreção do colostro, resultante da
estimulação dos lactocitos pela hormona lactogenia plancetaria (HLP) e pela prolactina.
Depois do parto, o sistema nervoso materno produz duas importantes hormonas –
prolactina e ocitocina – ativadas pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção.
Galactopoiese
•esta fase caracteriza-se pela manutenção da produção de leite, que ocorre
principalmente a partir do 3º dia após o nascimento. Apesar de estar presente uma
pequena concentração de prolactina, o grande interveniente desta fase é o estímulo
de sucção que é dado à mama quando o lactente suga. Normalmente a mãe já se
encontra em casa; é a fase do desafio maior, logo há um maior risco de ingurgitamento
mamário
• Prolactina
o Entra na circulação DEPOIS da mamada para produzir leite para a mamada
SEGUINTE
249
Impulsos sensoriais Prolactina em
Sucção do bebé
sobre o mamulo circulação
✓ Estimulam o reflexo de ocitocina: pensar ternamente no bebé, tocar, olhar ou ouvir o bebé
e Sentir-se segura de si mesma
Por isso o papel do enfermeiro é capacitar a mulher, reforçar a sua auto confiança
através de expressões como: toda a mulher tem leite suficiente, todas as mulheres
conseguem amamentar
250
mantem-se firmes, o leite em excesso é frequentemente expelido. A quantidade de
colostro é justamente o volume próprio para as primeiras refeições do bebé.z
o Nutricionais
> Relação caseína albumina mais adequada o que facilita a digestão (20%
caseína e 80% lactoalbumina)
> Proteínas do Leite de vaca (LV):
Caseína (formação de grandes micelas – difícil digestão)
Beta – lactoglobulina (intolerância ás proteínas LV)
> Proteínas do Leite Humano (LH):
Menor quantidade de proteínas em comparação com outros leites. Em
100 ml LH: 0,9 a 1 g LV: 3,5g
Lactoferrina – atividade imunológica
Alfa-lactoalbumina - uma das principais fontes de aminoácidos
Lisozima adjuvante do sistema imunitário
IgA secretora
o Psicológicas
> Ligação afetiva mãe/bebe
A mãe e o bebé têm um estreito contacto físico e emocional
A mãe sente apego emocional
O bebé chora menos
A mãe é mais afetuosa
Bebés amamentados têm menos probabilidade de serem maltratados ou
abandonados
> Desenvolvimentos – existem estudos que sugerem que as competências
intelectuais das crianças amamentadas são mais elevadas
251
o Económicas
> Não implica a aquisição de biberões nem a sua manipulação
> Menor custo para a família com a alimentação da criança (cada lata 17
euros/semana)
> Menor custo no tratamento de cáries dentárias e da má oclusão dos dentes
> Pelo facto da criança ser mais saudável, verifica-se uma diminuição dos custo
pela menor incidência de alergias, doenças infeciosas, certos tipos de cancros,
diabetes, esclerose múltipla, doença de Crohn, entre outras
> Menor absentismo ao trabalho por parte dos pais Menos infeções
hospitalares, menos custos na aquisição de fórmulas lácteas, o aumento de
resíduos sólidos e o seu tratamento, o aumento do recurso aos serviços de
urgência dos internamentos associados
o Ecológicas
> O leite materno é um produto bio ecológico, natural, renovável, não utiliza
equipamentos nem recipientes que em muitos casos não podem ser
reciclados nem são biodegradáveis, não existe gastos energéticos nem
consome recursos para a sua produção, não origina desperdícios, libertação
de toxinas ou gases poluentes
o Orofaciais
> A pega correta favorece o normal crescimento e desenvolvimento das
estruturas maxilo-mandibular, promovendo a adequada oclusão dentária
(melhor alinhamento da dentição, diminuindo a necessidade futura do uso de
aparelhos ortodônticos) e as funções vitais intermediadas pelo sistema
estomatognático (respiração, sucção, deglutição e mastigação)
> Promove o desenvolvimento dos músculos que ajudarão na fala. Durante a
amamentação, aprende-se a respirar corretamente pelo nariz, evitando
amigdalites, pneumonias, entre outras doenças
> A amamentação prepara a criança para a mastigação, quando esta é incorreta
pode levar também a problemas de obesidade e gástricos
> Boa pega: local de transição do palato duo para o palato mole.
> Apontar o mamilo para a ponta do nariz e se o bebé não o fizer dizer “não
bebé, vamos tentar novamente”
252
Iniciativa hospitais amigos dos bebés (IHAB) - O enfermeiro e o Cumprimento das 10
Medidas
2. Dar formação a toda a equipa de cuidados de saúde para que implemente esta política. Na
comunidade é exatamente igual.
5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas
dos filhos temporariamente. Na comunidade: Encorajar o aleitamento materno após os 6 meses
e até os 2 anos ou mais, conjuntamente com a introdução de alimentação complementar
adequada, apropriada e segura.
✓ Facilitar permanência pais na UCIN Favorecer e incentivar Canguru care (contacto pele
a pele)
✓ Informar sobre estimulação da lactação
✓ Incentivar a recolha de leite
✓ Após alta: explicar transporte e congelação
6. Não dar ao RN nenhum alimento ou liquido além do leite materno a não ser que exista
justificação. Na comunidade/ centro de saúde: providenciar ambiente acolhedor, que favoreça
a prática do AM – cantinho da amamentação.
8. Dar de mamar sempre que o RN queira (horário livre), quando o bebé dá sinais para tal.
9. Não dar chupetas ou tetinas às crianças amamentadas, porque isso faz com que a criança
perca a capacidade de se adaptar e fazer uma boa pega à mama da mãe.
10. Incentivar a criação de grupos de apoio ao AM, encaminhando as mães para estes, após a
alta do hospital ou maternidade
NOTA: regresso ao trabalho: redução horário, pausas para amamentar, local para retirar o leite
e o conservar (temperatura ambiente < ou igual a 25º dura 6horas; no frigorifico deve de ser
conservado a 4º, durante 24h, na prateleira de cima; pode durar 3 meses (-19ºC) 6 meses (-
20ºC).
Há linhas de apoio: SOS grávida, SOS amamentação e mama mater. Contudo, são instituições
voluntárias.
253
3.7.4 Ajudar a comer e beber: O cuidado de enfermagem na amamentação, na
alimentação por biberão e na introdução de alimentos
Alimentação complementar
Todos os alimentos sólidos e líquidos para além do aleitamento materno ou fórmula
infantil.
• Aspetos Biológicos e de Desenvolvimento Associados à Diversificação Alimentar
Maturação
fisiológica e
neurológica
Nutricionais • Ex.: o estimulo da cor
dos aliemntos
estimulam a sua
maturação
254
o Respeitar um intervalo de 3 a 7 dias entre a introdução de um novo alimento
e o seguinte, ou 2 semanas se existir história familiar de alergias.
o Privilegiar o uso da colher, evitando-se o biberão, pois a criança tem de
perceber que existe um intervalo/ movimento da colher e ao mesmo tempo
tem espaço para saborear os alimentos. Até mesmo a água no intervalo das
refeições deve ser dada à colher ou no copo.
o A introdução de novos alimentos deve ser feita lenta e gradualmente com
aumento progressivo da quantidade e da consistência.
Não se deve forçar o lactente à ingestão da totalidade do volume da
refeição oferecida, deixando que este controle a sua saciedade.
o Devem ser utilizadas diferentes texturas, temperaturas e gostos
o A sequência da consistência:
▪ Homogénea
▪ granulosa
▪ fragmentos de alimentos
o Não se deve adicionar sal nem açúcar à alimentação do lactente.
o O horário das refeições deve ser respeitado, não forçar
o Se a criança rejeitar um alimento não se deve lutar e insistir demasiado mas
sim repetir (oferecer o alimento) durante 8 a 9 dias
o Alimentação saudável para toda a família
o Privilegiar cozidos e estufados
Sopa de Legumes
o Podem ser introduzidas entre o 5º e 6º mês
o Estimula precocemente o treino de paladares
para sabores não doces
o A sua consistência deve ser grossa e macia,
passando gradualmente a grumosa
o Deve ser iniciada com 3 legumes: cenoura,
abóbora, batata introduzindo-se outros vegetais,
progressivamente, um de cada vez (cebola, alho,
255
alho francês, alface, curgete, brócolo, couve branca).
o A partir dos 12 meses: introduzir espinafre, nabo, nabiça, beterraba e aipo que
contêm elavdo teori de nitrtato e fitato, interferem na digestabilidade.
o Os produtos hortícolas e os tubérculos têm baixo valor energético (40-80 cal/100g).
- riscos em micronutrientes: vitaminas e minerais
o Azeite uma colher de chá no final, em cri, (5-7.5 ml) a cada dose de puré ou caldo
de legumes
Frutos
o Nunca deve constituir uma refeição
o Rico em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes
o A maça e a pera (cozidas ou assadas com casca e caroço ou
em vapor) e a banana são habitualmente os primeiros frutos
a serem utilizados
o Durante o primeiro ano devem ser evitados os frutos
potencialmente alergénicos ou libertadores de histamina
(morango, amora, kiwi, maracujá)
o Devem de ser utilizadas as frutas frescas, da época, maduras
e cruas, descascando-as no momento do seu consumo
o Não adicionado açúcar ou mel na sua preparação
o Devem ser oferecidos individualmente e não sob a forma de
puré de vários frutos
o Devem ser consumidos inteiros e não sob a forma de sumo
o Deve oferecer-se em cada dia frutos de cor variada
Carne e Peixe
o A carne deve ser introduzida aos 7 meses de idade;
o o peixe depois do 9º mês
o São importantes fornecedores de proteínas (20% de proteína de alto valor biológico por
100g de alimento, e outros nutrientes – a carne branca e vermelha é uma fonte
importante de zinco e ferro
o O peixe é rico em aminoácidos e em ácidos gordos polisaturados de cadeia longa da
série n-3 (salmão, arenque, atum, sardinha, cavala …) em iodo (peixe do mar), mas
também em ferro
o Dar preferência às carnes de aves (frango, peru e avestruz) ou de coelho e peixes magros
com a pescada, linguado, solha ou faneca.
o A sua introdução deve ocorrer no caldo/puré de legumes, com porções de 10 g e
aumentando gradualmente até atingir a dose de cerca de 25-30 g de carne ou peixe,
isentos de peles e gordura visíveis, por dia
o Oferecer toda numa refeição ou metade desta dose nas suas refeições principais
o Oferecer 4x por semana carne e 3 x peixe por semana
o Introduzir a partir dos 8/9 meses:a rroz branco ou massa, cozidos sempre com, legumes
aumentado progressivamente textura
256
Ovo
o Rico em proteínas , lipioso e ferro
o Introduzir-se a gema a partir do 9º mês, de uma forma progressiva e lenta (1/2
gema/refeição/semana durante 2-3 semanas seguidas de 1 gema/refeição/semana por
2-3 semana)
o Não deve exceder a 2-3 gemas por semana
o Deverá ser consumida apenas 1 gema de cada vez e não deve ser excedido o número de
2-3 gemas por semana
o A utilização da gema numa refeição obriga à ausência de oferta de qualquer outra fonte
de proteína animal (carne ou peixe), mesmo na fase inicial de introdução
o A clara poderá ser introduzida a partir dos 11 meses, devendo ser protelada a sua
introdução para os 24 meses caso haja história individual de atopia
Leguminosas Secas
o Introduzir cerca dos 9-11 meses de idade
o Ricas em:
> Proteínas (8-16g/100g) e em hidratos de carbono complexos (30-54 g/100g)
> Minerais (cobre e selénio a lentilha; magnésio e fósforo o feijão; cálcio, vitamina
B1 e fósforo e soja) e em fibra.
o Num latente a efetuar uma dieta vegetariana, a sua introdução deverá ocorrer mais
precocemente.
Iogurte
o Introduzir aos 9 meses num lanche em alternativa ao leite ou papa
o Dose diária de 150-200 ml
o Deve ser natural, sem aromas nem quaisquer aditivos de açúcar (adocicados) ou de
natas (cremoso)
o É um alimento lácteo fresco obtido pela fermentação do leite por bactérias
(Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus) e contém leveduras. Contém
proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais de entre os quais o cálcio
o É um alimento bem tolerado regularizador e protetor da flora intestinal.
o Tem um importante papel pré e pró-biótico.
> Probióticos são microrganismos vivos que administrados em quantidades
adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os ingere
> Pré-bióticos são componentes alimentares não digeríveis que estimulam
seletivamente a proliferação ou atividades de populações de bactérias desejáveis
no cólon.
257
o Utilizar “leites de crescimento” para além dos 12 meses e até aos 24 a 36 meses de
vida
o O leite da vaca tem um baixo teor em ferro e um conteúdo elevado de ácidos gordos
saturados
o À medida que o volume de alimentação complementar aumenta, o volume de leite
diminui
258
❖ Nutrição da Criança 1 – 4 Anos
• Preocupações Nutricionais Frequentes
o A prevalência da obesidade tem aumentado nestas idades
o As crianças que são obesas nestas idades têm maior probabilidade de se manterem
obesas na idade adulta
o As deficiências de ferro e consequente anemia são comuns nas crianças,
principalmente nas famílias com carência económica
259
> Prevenção da aspiração de alimentos
▪ Sentar a criança enquanto come
▪ Evitar alimentar a criança no carro
▪ Evitar alimentos como amendoins, pastilhas elásticas, pipocas, batatas
fritas, rodelas de salchichas, cenouras bebes, uvas inteiras, rebuçados,
pedaços grandes de vegetais e frutas cruas, carne dura.
> Aconselhamento aos pais para expor a criança de forma continuada a uma
variedade de alimentos familiares e novos.
> Envolver as crianças na preparação dos alimentos, o que os pode ajudar a aceitar
os novos alimentos
• Intervenções de Enfermagem
> Supervisão nutricional
> Avaliação dos comportamentos alimentares e da dieta, dos recursos
alimentares e da atividade física
> Avaliação do peso, estatura e IMC
> Avaliação da aparência da pele, cabelo, dentes, gengivas, língua e olhos
Avaliação da Pressão Arterial
> Avaliação do risco de hiperlipidémia familiar
> Avaliação de fatores de risco para a anemia por insuficiência de ferro (dieta
vegetariana sem suplementação de ferro, ingestão insuficiente de ferro,
diagnóstico prévio de anemia por insuficiência de ferro)
> Determinação acerca de visitas regulares ao dentista
> Avaliação do risco para cáries dentárias (ex: frequência de ingestão de
alimentos e bebidas açucaradas)
> Avaliação do tempo despendido a ver televisão ou em outras atividades
(computador, videojogos) e visualização de televisão durante as refeições
260
> 3 Refeições principais e 2 a 3 snacks por dia
> Tomar as refeições em família, numa atmosfera relaxada e livre de distrações
(televisão).
> Limitação de alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes, alimentos
ricos em gordura (batata frita) e alimentos e bebidas ricas em açúcar (doces,
bolos, sumos, refrigerantes).
> Ingerir água quando de tem sede e durante a atividade física
> Realizar 60 ou mais minutos de atividade física diária
> Utilizar equipamentos de segurança apropriado durante a atividade física.
• Intervenções de Enfermagem
> Supervisão nutricional
> Avaliação dos comportamentos alimentares e da dieta, dos recursos alimentares, da
imagem corporal e da atividade física
> Avaliação do peso, estatura e do IMC
> Avaliação da aparência da pele, cabelo, dentes, gengivas, língua e olhos
> Avaliação nos adolescentes de 12 a 21 anos de fatores de risco para a anemia por
insuficiência de ferro (menstruação extensa ou outras perdas de sangue)
> Determinação acerca de visitas regulares ao dentista
> Avaliação do risco de cáries dentárias (ex: frequência de ingestão de alimentos e
bebidas açucaradas)
> Realização de escolhas de alimentos saudáveis
> Alterações físicas e preocupações
> Referências de Ingestão de Ferro:
▪ Adolescentes do sexo feminino e masculino 9-13 anos: 8 mg/dia
▪ Feminino 14-18 anos: 15 mg/dia
▪ Masculino 14-18 anos: 11 mg/dia
> Referências de Ingestão de Cálcio
▪ 9-18 Anos: 1300 mg/dia
▪ 9 e mais velhos: 1000 mg/dia
261
> Cuidados Antecipatórios (discutir com o adolescente, pais e/ou ambos)
> O corpo saudável baseado na determinante genética do tamanho e forma ao invés
do peso socialmente definido como o ideal
> Os métodos seguros para ter um peso saudável (prática de comportamentos
alimentares saudáveis, limitação de ingestão de alimentos e líquidos altamente
calóricos e pobres em nutriente, prática de exercício físico regular, redução de
atividade sedentária)
> Desencorajamento de “dietas” (ênfase na alimentação saudável)
> Imagem corporal positiva (as pessoas surgem com tamanho e formas únicas numa
diversidade de corpos saudáveis)
> Os adolescentes são amados e aceites como são, independentemente do seu
tamanho e forma
> Realização de 60 minutos ou mais de atividade física por dia
> Incorporação da atividade física nas AVD (educação física na escola e atividades com
a família e amigos)
> Procura de locais seguros para a prática de atividade física
> Ingestão de água
> Proibição da televisão no quarto do adolescente
> Limitação do tempo de ecrã (ver televisão, jogar computador ou vídeo jogos) para
não mais de 1 a 2 horas de programas de qualidade por dia
> Redução dos comportamentos sedentários (ver televisão, especialmente se o
adolescente tem excesso de peso)
> Avaliar o tempo dispendido a ver TV ou entrar atividades medias (PC, videojogos),
fazer exercício
> Perigos associados ao consumo de produtos que aumentam a performance
(suplementos de proteínas, esteroides anabólicos)
> Perigo de consumo excessivo de bebidas com cafeína (café, bebidas energéticas,
álcool, tabaco e outras drogas)
A idadade leva à
perda de cálcio, de
Mastigação dentes..., por isso a
alimentação tem
que ser adaptada
História Expetatitvas
familiar da pessoa
Dieta
Valores
laboratoriais Massa
Exame físico
(ex.: muscular
creatinina)
portanto:
262
• Alimentação saudável
Princípios para uma alimentação saudável – chaves para uma alimentação mais segura
NOTA: o funcionamento da tiroide é um aspeto que tem influência nas questões alimentares.
263
• Climatério
O climatério, também conhecido como peri menopausa, representa a transição da vida
reprodutiva para não reprodutiva. Dentro deste período de tempo ocorre a menopausa que
corresponde à última menstruação fisiológica da mulher.
• Recomendações na Alimentação
Ingerir diariamente 0.8 a 1g de proteínas por quilo de peso
Avaliar regularmente a PA, glicemia, níveis de colesterol e triglicéridos
Reduzir 200 a 400 kcal diárias (gorduras, açúcar e sódio)
- tabelas para classificação: taxa de gordura
Sexo e idade Muito baixo Saudável Excesso Obeso
♀: 20 a 39 anos < 21% 21 a 33% 33 a 39% >39%
♀: 40 a 59 anos < 23% 23 a 34% 34 a 40% >40%
♀: 60 a 79 anos < 24% 24 a 36% 36 a 42% >42%
♂: 20 a 39 anos < 8% 8 a 20% 20 a 25% >25%
♂: 40 a 59 anos < 11% 11 a 22% 22 a 28% >28%
♂: 60 a 79 anos < 13% 13 a 25% 25 a 30% >30%
264
> Tofu ou queijo de sojo (livre de transgenia, 100mg tem 100 a 350mg,
preferencialmente, grelhado sem óleo, teperado, em patê, etc.
> Couve crua tem 131mg em 100mg, couve refogada tem 177mg
> Agrião: 1 xícara crua ou duas cozidas, tem 133mg
> Rúcula crua: 117mg em 100mg ou 160mg em 2 xícaras cruas
> Bróculos cru tem 86mg em 100g
> Figo seco
> Oleaginosas (como amêndoas e avelã)
> Sementes (como linhaça, chia, gergelim e girassol)
> Frutas: mamão, tangerina, figo e o morango. Três porções destas frutas vão
oferecer aproximadamente 150mg de cálcio num dia
• Outras recomendações
Apanhar sol, sem protetor solar para a síntese vitamina D pela pele (20 minutos por
semana em horários de menor intensidade de calor)
Praticar uma atividade física com impacto como a caminhada ou futebol
• Recomendações no idoso
Alimentação equilibrada e adequada às suas necessidades
completa e variada, com todos os grupos da roda dos
alimentos, ingerindo as doses diárias recomendadas de
cada um dos nutrientes
Grande parte dia dos idosos têm dificuldades de mastigação
e de digestão, por isso, é essencial que faça refeições
265
saudáveis e saborosas, fáceis de mastigar, engolir e digerir para que se sina bem
diariamente
Deve incluir alimentos de pouco volume e calorias, ricos em proteínas, vitaminas e
minerais
Diminuir doces e consumo de sal
Praticar exercício físico regularmente
Incentivar a ingestão de água
Variar e fracionar e adequar consistência
Porquê?
> os idosos têm uma necessidade de ingestão de líquidos semelhantes à dos jovens
adultos
> o mecanismo de reposta de sede diminui com a idade, a quantidade total de água no
organismo também é menor em virtude da perda de massa muscular e ocorre
igualmente uma diminuição da função renal
• Ações de enfermagem face aos riscos e compromissos na satisfação da necessidade
comer e beber do idoso
Diagnóstico
Défice de
Risco Compromisso
conhecimento
Aspiração,
Preparar Mastigar e Gerir o regime Comer e
desidratação, Se alimentar Autocuidado
alimentos deglutir alimentar beber
desnutrição
Riscos
> Risco de aspiração: Inalação de substâncias provenientes do exterior ou do estômago
para as vias aéreas inferiores.
Presença de
secreções
Distúrbios da
Próteses
motilidade
dentárias mal
muscular
adaptadas
DISFAGIA
Incorreta Ausência de
Fatores
colocação da peças
etiológicos
SNG dentárias
Volmes
residuais Redução da
gástricos produção de
elevados (> saliva
200ml)
Obstrução
mecânica
DISFAGIA
266
> Ações de enfermagem para prevenir aspiração
30min de descanso antes da alimentação
Sentar ou manter a cabeceira a 30º (durante a alimentação contínua)
Ensinar a DEGLUTIR/ ajustar consistência da dieta
Minimizar o uso de sedativos e hipnóticos
Diarreia e
vómitos
Doenças/
medicamentos
Diminuição da
que aumentam
ingestão de
a diurese/
líquidos
trânsito
intestinal
Alterações Transpiração
cognitivas excessiva
Fatores
etiológicos
267
> Ações de enfermagem para prevenir desidratação
Identificar e corrigir causas de risco de desidratação
Educar sobre a importância da hidratação ao longo do dia
Assegurar-se que a pessoa idosa ingere líquidos
Adequar líquidos ao exercício
> Desnutrição: É uma doença causada pela dieta inapropriada, hipocalórica e hipoproteíca;
Também pode ser causada por má absorção de nutrientes ou anorexia; Tem influencia
de fatores sociais, psiquiátricos ou simplesmente patológicos.
IMC < 23
períodos de Polimedicação/
jejum tratamentos
frequente oncológicos
Compromisso
< 3 referições da capacidade
diárias para se
alimentar
Fatores
etiológicos
Stress Auto-imagem
psicológico alterada
Redução da
Alterações
ingestão
cognitivas
proteíca
Perda de
apetite
268
Compromissos
> Capacidade para comer e beber (de se alimentar)
Depressão
Limitações
Fadiga
físicas
Fatores
etiológicos
Alterações da
Anorexia
consciência
As ações a este nível são de educação para a saúde sobre a aquisição de bens alimentares, sua
conservação, modo de preparação, higiene alimentar e de pessoas, ajudas técnicas
facilitadoras:
269
> Capacidade de mastigar
Diminuição ou
ausência de
dentes
Alterações da
Alterações
integridade da
musculares
boca
Mastigar
Diminuição da
Salivação sensibilidade
diminuída da cavidade
oral
Obstrução
mecânica
> Sintomas
▪ Tossir durante as refeições
▪ Voz rouca após as refeições
▪ Babar-se
▪ Regurgitação nasal/oral
▪ Sudorese intensa
▪ Alterações respiratórias
270
Oferecer pequenas quantidades de alimentos moles – fáceis de deglutir
Fracionar a dieta
Verificar se existe uma boa adaptação dos lábios ao copo
Usa copo com rebordo/recortado evita extensão cabeça
Ensinar a colocar o talher na boca – depositar comida na parte posterior da língua
Dar líquidos por colher e colocar na parte posterior da língua
Estimular a mastigar de boca fechada
• Tipos de dietas
> Quanto à consistência
271
• Ações autónomas de enfermagem
• Registos de enfermagem
> Tipo de dieta
> Hora
> Quantidade de alimento ingerido – sopa (totalidade: metade, 1/3), prato principal, fruta,
água (um copo 100ml)
> Tolerância alimentar
> Satisfação
> Informação proporcionada aos familiares
• Objetivo
Contribuir para a preparação das fórmulas láteas de modo adequado
• Princípios
o O leite artificial (LA) só deverá ser administrado segundo prescrição médica, pelo que
o ensino é individualizado
o A administração de LA tem em conta:
> Idade do bebé
> Peso
> Estado geral
272
• Material
o Copo graduado esterilizado
o Biberões e tetinas esterilizadas
o Se a desinfeção for com produtos químicos (passar o copo com
água esterilizada)
o Água fervida da torneira
o Leite artificial - Latas tapadas e guardadas em local seco, duração
após a abertura de 3 semanas (colocar data)
• Procedimento
o Higiene das mãos
o Cumprir a prescrição (1colher medida rasa para 30ml)
o Água fervida (durante 10m, pode ser guardada em termos
durante 8h) – Colocar 1º a água e depois o pó
o Agitar bem
o Verificar a temperatura na face anterior punho
o Avaliar a saída de leite pela tetina
o Posicionar o bebé ao colo
> se biberão - semi-fowler;
> se copo - sentado
Se copo: manter o copo encostado aos cantos da
boca e em contacto com o lábio superior; não retirar
nas pausas do bebé
o Posicionar para o bebé eructar – Manobra de Epstein
o Após a alimentação deite fora o leite que sobrou e
providencie a lavagem do biberão
• Administração
273
• Registos
o Motivo para administração de LA
o Tipo de leite administrado
o Forma de administração
o Hora da mamada
o Características da sucção e deglutição (se tem disfagia ou não)
o Quantidade de leite ingerida (quanto é que deixou? Bebeu todo)
o Tolerância alimentar
o Informação proporcionada aos pais
Entubação nasogástrica
• Definição de alimentação
Ingestão, digestão e absorção de água, de electrólitos e de nutrientes essenciais para a
vida.
o Oral – per os (PO)
o Entérica
> Por sonda: orogástrica ou nasogástrica
> Por sonda percutânea de gastronomia endoscópia – SPGE
274
• Preparar o material
o Sonda gástrica (de comprimento e diâmetro adequado à finalidade)
> Tipos de sondas
Levin – sonda nasogástrica de silicone para alimentação/ hidratação
prolongada
Salem
Sengstaken-blakemore
Minnesotta
Evald
Miler-aboth
Cantor
Duken
> Mudança
De acordo com o material da própria SNG:
• 7 em 7 dias, pois são deterioradas pelo suco gástrico (as de polivinil – PVC)
• A sonda de látex ou poliuretado, duma forma geral, pode permanecer
colocada até 15 dias
• As de poliuretano – PUR - são inertes e mais resistentes ao suco gástrico,
podendo estar aplicadas até 4 semanas.
• As de silicone são as de duração mais longa, requerem substituição de 3 em 3
meses.
Estes prazos são estabelecidos de acordo com o fabricante e as normas do
serviço e devem ser ajustados às condições do cliente e do material.
o Gel hidrossolúvel.
o Luvas limpas
o Avental
o Lenços de papel ou toalhetes
o Compressas
o Resguardo impermeável
275
o Adesivo hipoalérgico para fixar
o Contentores de resíduos adequados ao grau de contaminação (biológico, químico ou
equiparado a urbano
o Estetoscópio – se a sonsa estiver no estomago vai borbulhar
o Seringa de 50/60 cc com ponta adaptável à sonda gástrica; na criança pequena
seringa de 5 cc.
o Copo com água e respectiva palhinha
o Tina reniforme
o Tiras reagentes ao pH
o Clamp
o Spigot
o Tesoura
o Material de aspiração.
276
o Fixação da sonda nasogástrica
• Complicações
o Cólicas abdominais
o Diarreia
o Náuseas e vómitos
o Regurgitação
o Aspiração de conteúdo gástrico
o Obstrução da sonda
o Perfuração
o Extubação
• Registos
o Data e hora Motivo da entubação
o Via selecionada
o Características da sonda e nº Métodos utilizados para confirmação da localização
da SNG
o Características do conteúdo…
o Intercorrências/complicações
o Reação e estado de conforto da pessoa
277
O nutricionista ou dietista é solicitado aquando há necessidade de alimentação.
De notar que há espessantes que podem ser utilizados, contudo, é sempre crucial
pedir ajuda/ aconselhamento, devido à textura dos alimentos que serão
administrados.
o Realiza lavagem higiénica das mãos
o Prepara o alimento
o Informa a pessoa e ajuda a posicionar
Verifica 5-9 certos: pessoa certo, medicamento certo, a via certa, o tempo (hora
certa), a dose certa, a ação, a orientação certa, a forma certa e a resposta certa.
• Alimentação contínua
o Tabuleiro com:
✓ Frasco/ saco com alimentação
✓ Copo com água
✓ Seringa 20 cc
✓ Aparadeira
✓ Sistema de soro
✓ Bomba infusora
✓ Resguardo
✓ Tampa para clampar sonda
✓ Suporte para pendurar saco
✓ Estetoscópio
✓ Compressas
o Avalia a motilidade intestinal
o Bomba infusora e seringa infusora no caso das crianças
o Prepara o sistema
o Conecta o sistema ao saco/ frasco
o Conecta o sistema ao saco/ frasco
o Identificar saco de alimentação
> Nome
> Ata
278
> Hora (início e fim)
> Serviço
> Cama
> Assinatura de quem preparou
o Preenche o sistema – atenção rodinha fechada
o Regular o débito
Fator gota – olhar para o sistema (parte detrás do sistema) mas se não disser nada
considera-se 20 (constante)
Tradução de uma gota para 20ml.
o Programa débito
o Vigia e verifica resÍdUos a cada 4 a h
o Mantem cabeceira elevada durante o procedimento
o No fim: lavar a sonda (30/60 ml de água) e clampa extremidade
o Retira luvas e realiza a lavagem higieniza das mãos
o Observar a resposta da pessoa antes após a alimentação por sonda
o Documentar o procedimento (tipo e quantidade de alimento, resposta da
pessoa,…)
o O sistema deve ser mudado a cada 24h ou de acordo com o/a procedimento/
norma do serviço
EXERCÍCIOS
CASO 1
Situação:
• A Dona Rosa tem 84 anos, é viúva e vive sozinha num segundo andar sem elevador.
• Ontem de manhã por apresentar alteração do estado de consciência foi levada ao
hospital tendo ficado internada.
• Na avaliação inicial foi identificado desidratação e desnutrição. Por se recusar a ingerir
a dieta prescrita foi ENG, sendo-lhe prescrita alimentação contínua 1000ml 12h.
279
• Desenvolva os cuidados necessários para responder à necessidade do cliente nesta
situação.
1000𝑥20
= 27,7 ≈ 28 𝑔𝑜𝑡/𝑚𝑖𝑛
720
Resultado: 12hx60mn= 720 mn; (1000ml x 20mn) / 720 mn = 27,7 got/ mn= 28 got/ mn
CASO 2
Situação: O Senhor João tem prescrito 2000 ml de uma solução salina via SNG nas 24h.
CASO 3
A Dona Maria tem dificuldade em deglutir razão pela qual se encontra internada no serviço de
medicina. Está intubada por via nasogástrica desde hoje, sendo-lhe prescrito 500ml de solução
de alimentação entérica durante 12h a iniciar às 8h. Desenvolva os cuidados necessários para
responder à necessidade do cliente nesta situação.
CASO 4
O Sr. Alfredo, tem prescrito 1500ml de solução de alimentação entérica, SNG, durante 24h,
com pausa noturna de 6h. Calcule o débito da alimentação entérica contínua.
CASO 5
280
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Teste formativo
1. A ser respondido em sala de aula na primeira aula, deste tema: Defina: Nutrição;
Nutriente; Alimento
2. Quais os nutrientes essenciais que conhece? Descreva as funções dos nutrientes essenciais
e refira-se às suas principais fontes alimentares?
3. Refira-se à importância da pirâmide alimentar enquanto instrumento no planeamento das
intervenções de enfermagem.
4. Refira qual a importância da ingestão de ácido fólico durante a pré-conceção e em que
altura deverá ser iniciado.
5. Qual o aumento ponderal desejável para a mulher grávida no final da gravidez?
6. Qual a principal hormona implicada na produção do leite humano?
7. Refira cinco benefícios do aleitamento materno para a criança.
8. Enumere 3 propriedades do colostro
9. Refira 3 intervenções do enfermeiro na promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno
Bibliografia
Leitura obrigatória
Amarantos, Eleni; et al (2001). Nutrition and quality of life in older adults. The Journal of
Gerontology, 56, 54-64.
American academy of pediatrics (2011). Bright Futures Nutrition, 3rd edition. AAP. Disponível
em http://brightfutures.aap.org/Nutrition_3rd_Edition.html
281
Berger, Louise; Mailloux-Poirier, Danielle (2001). Capítulo 12. pp.215-256 Pessoas Idosas – uma
abordagem global. Loures: Lusodidacta.
Dinsdale, Paul (2006). Malnutrition - the real eating problem. Nursing Older People., 18 (3), 8-
11.
Hockenberry, M.J., & Wilson, D. (2011). Wong’s nursing care of infants and children, 9th ed..
St. Louis, Missouri: Mosby Elsevier.
Guerra, António, et al. (2000). Alimentação e nutrição do lactente. Acta Pediátrica Portuguesa.
2012, 43 (2), S17-S40.
Levy, L.; Bértolo, H. (2012). Manual de Aleitamento Materno. Lisboa: Unicef. Disponível em
www.unicef.pt
Perry; Hockenberry & Lowdermilk; Wilson (2010). Maternal Child Nursing Care – 4th ed.
Mosby.
Mendes, Sónia (2006). Comer em segurança é obrigatório. Revista Qualidade em Saúde. 15,
18-22.
Teo, YK & Wynne, HA (2011). Malnutrition of the ederly patient in hospital: risk factors,
detection and management. Reviews in Clinical Gerontology, 11, 229-236.
282
3.8 Ajudar a Dormir e descansar
283
284
3.9 Ajudar a Comunicar com os outros expressando emoções, necessidades, medos ou
opiniões
Virgínia Henderson (1961): Expressar emoções (enquanto necessidade) para reduzir a tensão, o
medo, a ansiedade…
Desde Virgínia Henderson até à atualidade há uma grande evolução acerca das conceções acerca
das emoções.
Jean Watson (2005, 2008): a ciência do cuidar não pode permanecer desligada ou indiferente às
emoções humanas – dor, alegria, sofrimento, medo, raiva… gestão da experiência emocional…
Atenção que os enfermeiros deverão de ter para gerir essas mesmas emoções;
“O que é que é ser terapêutico? O que é mais macro é promover o bem estar da pessoa e aliviar
o seu sofrimento”
285
contêm a emocionalidade com a sua calma e disponibilidade, e desmontam o conflito
interno proporcionando um espaço físico e um ambiente propício para ventilação de
sentimentos.
• Se o estado emocional é gerador de sofrimento associado à situação de doença, os
enfermeiros ajudam a encontrar sentido para a vivência e a ter “força” para enfrentar a
situação, dando esperança, ajudando a tranquilizar e a capacitar para a gestão das
emoções dos clientes, podendo ser necessário administrar um ansiolítico ou encaminhar
para uma ajuda psicológica especializada.
“a empatia é inata, mas pode perder-se, devido, por exemplo, a uma falha na relação com os
pais, pondendo culminar em psicopatia ou pode ser no caso de autismo.”
286
o Espinosa (1675) – “Ética” – Aceitar e compreender as nossas emoções é
fundamental para ser libertado dos seus efeitos compulsivos: moderação e controlo
emocional
• Psicologos:
o James (1890)
o Mesquita & Frijda (1992)
- as bases neurofisiológicas do mecanismo das emoções
- abordagem da psicologia cognitiva: as emoções modificam-nos corporalmente
- o processo emocional: emoção como um conjunto de estados
Etimologia
A origem da palavra emoção é molere (do latim que significa “mover”; mais o prefixo “e”,
para dar “mover para”); sugerindo que a tendência para agir está implícita em todas as
emoções.
É muito difícil definir emoção até pela própria construção da própria palavra remete
para a ação que por sua vez é influenciada pela cognição.
O processo emocional
Uma emoção como um conjunto de estados
Apreciação: o sujeito avalia o evento como perigosos, mau, bom, agradável…
Contexto de avaliação: o sujeito pensa em como lidar com o acontecimento, pensa em
planos…
Prontidão da ação: o sujeito prepara-se para pôr os seus planos em ação
Alteração psicológica, expressão, ação: efeitos corporais e expressivos da emoção
Cognição
Ação
Emoção
Emoções/ sentimentos
Os sentimentos são necessariamente invisíveis para o publico, tal como outras imagens
mentais, escondidas de quem quer que seja, exceto do seu devido proprietário, a
propriedade mais privada do organismo que ocorrem no cérebro.
As emoções desenvolvem-se no teatro do corpo e os sentimentos no teatro da mente.
287
o Dão cor e melodia às evidências … sem elas tudo seria baço … seriamos autómatos…
o Não somos meras máquinas lógicas nem simples feixes de emoções à solta, mas sim
combinação de ambos. As emoções e os sentimentos são uma parte integrante da
racionalidade. Sem as emoções a razão não é possível, porque são elas que validam
a escolha desta ou daquela estratégia de tomada de decisões. O que sentimos
influencia aquilo em que pensamos e vice-versa. As emoções e sentimentos
permitem-nos uma avaliação dos estados internos e das circunstâncias externas, o
que lhe confere um importante papel cognitivo. As emoções são os nossos atos e
pensamentos, a razão de ser e são capazes de assegurar o estabelecimento de
relações interpessoais (Damásio, 2001).
• Emoções em Enfermagem
o Cuidar em enfermagem envolve a compreensão da experiência humana associada
aos processos de saúde doença
o O desenvolvimento da relação enfermeiro-cliente que é facilitadora da expressão e
gestão emocional.
288
- Focos/ diagnósticos CIPE 2
Ansiedade; bem estar; Burnout, confiança, culpa, esperança, ambivalência, medo,
crise familiar, apoio da família, apoio emocional.
289
Estratégias que facilitam a gestão emocional na relação com o Jovem
Não interromper quando está a falar; Evitar comentários ou indicações de reprovação ou
surpresa
Reforço positivo
Disponibilidade
Falar na sua linguagem, música, modas e não interpretar “à letra”
Jornal jovem, leitura, jogos de computador, acesso telemóvel e internet, música, Espaço
Jovem
Programas de preparação para procedimentos (filmes, fotos, partilha de experiências)
290
cuidados a pessoas com demência, perda cognitiva e confusão) (Phaneuf, 2005, p.
504) aplicada a idosos com demências
291
o Dificuldades profissionais e pessoais que interferem na dinâmica e na
assistência prestada aos clientes
PI: como é que os enfermeiros usam as emoções enquanto instrumento terapêutico em contexto
pediátrico?
292
o Huynh, Alderson & Thompson (2008): treino de autoconhecimento, sessões de
grupo para análise de situações (supervisão clínica, prática reflexiva)
o
Caso 1
A Dª Margarida Dias recorre ao serviço de urgência pediátrica om o seu filho João de 4 anos, que
deu uma queda no parque infantil, enquanto andava de baloiço. A mãe está muito ansiosa
enquanto a enfermeira punciona a criança, com um discurso agressivo e com dificuldade em
compreender as indicações. O João encontra-se choroso, muito assustado e com medo.
Como proceder, tendo em conta a expressão e gestão das emoções na perspetiva do cliente, do
enfermeiro e da
Relativamente à mãe
Relativamente ao menino
Relativamente a mim
Como é que eu estou a gerir esta relação? – assentuar os aspetos que garantam uma maior
confiança em mim; que a mãe comece a acalmar-se, através do brinquedo, d cantar para o
menino (afeto para a criança) atenuar o conflito, desmontá-lo.
293
CASO 2
Sr. Carlos, 44 anos, encontra-se hospitalizado para correção cirúrgica de uma hérnia discal.
Encontra-se muito preocupado e ansioso durante a preparação operatória realizada pelo
enfermeiro, pois os dias de baixa por doença podem por em causa o seu emprego e desconhece
se irá ficar com a situação resolvida após a cirurgia.
Como proceder, tendo em conta a expressão e gestão das emoções na perspetiva do cliente, do
enfermeiro e da relação enfermeiro – cliente?
O enfermeiro também pode recorrer a recursos externos. No serviço podem existir análises das
práticas para discutir determinadas situações – recursos internos.
294
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de aprendizagem
Descreve a expressão de emoções enquanto NHF e a sua inter-relação com as outras NHF
Justifica a importância das emoções no cuidar de enfermagem
Reconhece as emoções e as experiências emocionais na comunicação com os clientes
nos processos de saúde-doença
Caracteriza a expressão das emoções dos clientes nas diferentes etapas do ciclo vital
Descreve as estratégias fundamentais na intervenção de enfermagem que facilitam a
expressão e gestão de emoções dos clientes
Identifica estratégias de gestão das emoções no processo de cuidados – Trabalho
Emocional em Enfermagem
Trabalho autónomo
Bibliografia
Leitura obrigatória
295
3.10 Ajudar a Eliminar
Conceitos fundamentais
• Definição de micção
o Eliminação da urina da bexiga através do meato urinário [por vezes pode não sair pelo
meato urinário] com contração da bexiga [do detrusor] e relaxamento dos esfíncteres.
[tenho vontade de urinar mas não o faço porque não posso, porque há controlo o esfíncter
externo, portanto a micção só ocorre no momento e na condição social correta]
o O primeiro desejo de urinar é percebido pelos sensores da base da bexiga aos 150
ml e a sensação de plenitude ocorre aos 400 ml. Estes níveis podem ser alterados
pelos hábitos. Quando os impulsos nervosos são enviados à região sagrada da
espinal medula inicia-se a micção, com contração do detrusor e abertura dos
esfíncteres uretrais. A contração do detrusor aumenta a pressão intravesical e força
a urina a passar pela uretra que se contrai e encurta, ao mesmo tempo que os
músculos perineais se relaxam. Os impulsos nervosos também são enviados ao
córtex cerebral que controlam o esfíncter externo. Se a pessoa acha que o ambiente
não é adequado à micção o esfíncter externo permanece contraído interrompendo
o fluxo da urina.
Componente automática (contração do musculo detrusor – feito de fibras
musculares cruzadas e ao mesmo tempo o relaxamento dos esfíncteres – mais
interno começa a relaxar-se, sendo que o externo é voluntário e o interno não)
O sistema simpático impede-nos de urinar.
Os ureteres mais o colo da bexiga denominam-se por trigono vesical
Como é que os ureteres entram dentro da bexiga? Não entram na vertical, mas
sim na diagonal e isso faz toda a diferença! É feita obliquamente e funciona com
uma válvula anti refluxo.
Se não houvesse uma válvula anti refluxo não existia uma limitação tão grande
da infeção
Os barro recetores ficam ao pé do colo da bexiga; os barro recetores são
estimulados quando estão em pé. quando os clientes rferem que não
conseguem elkiminar, coloca-los sentados na cama primeiramente
• Definição de defecação
o Eliminação de fezes e gases do intestino pelo ânus através do relaxamento dos
esfíncteres anais e contração do reto
296
1. As fezes distendem o reto e estimulam sensores locais.
2. Os recetores enviam sinais ao longo das fibras aferentes para os neurónios da espinal medula.
Produz-se um reflexo espinal que através do parassimpático estimula a contração do reto e da
sigmoide e o relaxamento do esfínter anal interno.
3. Se o momento for conveniente para defecar, os nervos voluntários são inibidos e permitem
que o esfínter anal externo relaxe para a saída das fezes
Algumas pessoas que tenham um prejuízo da condução cerebral – ex.: lesão neurológica, na
medula ou pessoas que têm espinha bífida ocorre o seguinte: há um estimulo, mas não volta
para baixo, ou seja, a pessoa pode não conseguir urinar, porque a bexiga tende a reter em vez
de disparar o seu funcionamento e como tal estas pessoas têm que aprender a algaliar-se todos
os dias. As infeções urinárias nos doentes com lesões vertebrais são uma das principais causas
de morte, porque se repetem sistematicamente.
NOTA: uma das funções do colon é reabsorver água alterações se a pessoa se encontra
imobilizada
297
o Ansiedade
o Hábitos
• Fatores fisiológicos
o Idade (ex.: as crianças geralmente têm um jato urinário forte)
o Distúrbios neurológicos
o Alterações hormonais
o Gravidez
o Tónus mucular
o Hidratação
o Medicação (ex.: anestesias)
o Traumatismos (ex.: fraturas da uretra)
o Patologias e cirurgias (hemorroidas, por exemplo)
o Parto
Fatores que influenciam a eliminação intestinal
• Fatores psicológicos e sociais
o Estado mental
o Treino intestinal
o Hábitos culturais
o Privacidade
• Fatores fisiológicos
o Idade
o Hábitos pessoais
o Ingestão de aliemntos
o Tónus mucular
o Gravidez
o Patologias (hemorrodias crescem para dentro e o individuo está sempre com
vontade de evacuar, mas nunca expulsa; ampolas retais ou tumor que está a
crescer e a funcionar como carag)
o Cirurgias
o Exames de diagn´sotico
o Smedicação
o Distúrbios neurológicos
298
o polaquiúria (urinar muitas vezes em poucas quantidades) pode dever-se a
estenose, a infeção ou à ação dos diuréticos
• Quantidade de urina
o A diurese (24h) varia com a idade,
Poliuria – muita volume de líquidos ingeridos e
urina, por beber perdas insensíveis
muita água o Primeira semana de vida (200-
300ml), Lactentes (+/-
≠ 60ml/kg/dia), Pré-escolar (+/-
48ml/kg/dia), Escolares (+/- 35
Poliquiuria – ml/kg/dia), Adolescente (+/-
pessoa com 18mg/kg/dia), Adultos (1000-1500ml)
infeção urinária o No adulto, a oligúria (diminuição da quantidade de urina) (< 400-500 ml) reflete
défice de líquidos, doença renal ou obstrução urinária
o Anúria (ausência de urina) indica insuficiência renal, enquanto poliúria
(eliminação de volume de urina superior ao normal) pode dever-se a doença
renal ou a diabetes ou então uma
Curiosidade: doença diabetes insipida (nome que se dava quando o problema
era ao nível da ADH)
• Cor
o Reflete a concentração da urina
o É normal variar de amarelo pálido a âmbar
o A urina exposta ao ar tende a escurecer
o Urina rosada ou vermelha sugere hematúria
o A beterraba e os corantes também podem tingir a urina de vermelho
o O caroteno torna a urina alaranjada
o Medicamentos também alteram a cor da urina
• Aspeto
o A urina normal é transparente
o Quando é turva sugere infeção urinária, presença de tecidos em suspensão ou
proteinúria
• Cheiro
o A urina recente tem um odor amoniacal
o O odor mais intenso sugere estase e infeção urinária
o Um odor adocicado sugere cetonúria
Eliminação Intestinal
• Frequência das dejeções
o Menos de 3 dejeções por semana pode significar obstipação
o Elevada frequência pode significar diarreia
o Recém-nascidos podem apresentar até 8 dejeções diárias
299
o Os lactentes têm 3 a 5 dejeções por dia
o É comum a grávida apresentar obstipação
• Quantidade de fezes
o Geralmente de 150 a 200 g/dia no adulto
o Depende da dieta e da frequência das dejeções
o Na oclusão completa do intestino não há emissão de
gases e fezes
o Na obstipação pode haver emissão de gases (flatulência)
• Consistência
o Depende do teor de água
o A consistência pode indicar obstipação ou diarreia
o Podem ser: liquidas, moles, pastosas, moldadas, secas ou duras
o Esteatorreia significa presença de gorduras ou muco nas fezes e deve-se a má
absorção de gorduras do tubo digestivo
• Cor
o A cor normal é castanha devido aos pigmentos biliares
o Fezes acólicas devem-se à falta de bílis
o As primeiras fezes do RN são escuras e esverdeadas (mecónio)
o Durante o aleitamento artificial as fezes são amarelo-pálido ou castanho claro
o No aleitamento materno as fezes são de cor ocre ou mostarda
o A hemorragia digestiva alta causa melenas (fezes escuras tipo borra de café)
o As hemorragias baixas causam retorragia
o Os medicamentos também alteram a cor das fezes
• Forma
o A forma ideal é a da estrutura do reto
o Fezes em fita ou muito finas sugerem obstrução distal do intestino ou estenose
do esfínter anal
o Escala de Bristol
• Odor
O odor característico é acre, devido à ação das bactérias sobre os alimentos e medicamentos
ingeridos (couve flor – doentes naõ comer )
http://www.scielo.br/img/revistas/ag/v49s1/a08dia01.jpg
Moldadas
FOTO
• (à forma interna do intestino)
Eliminação urinária
• Colostomia do cego, típidas,
nomeadamente do transverso
300 Líquidas
• Trânsito intestinal mais rápido
o Manter uma adequada higiene perineal – na mulher limpar o períneo de frente
para trás, para evitar a infeção urinária
o O duche é preferível ao banho de emersão
o A realização de exames laboratoriais de controlo (uroculturas) e a medicação
devem ser cumpridas como prescrito
• Dieta
o Ingerir cerca de 1500 ml de líquidos por dia O reforço hídrico dilui a urina, ajuda
a eliminar as bactérias da urina ao aumentar a frequência das micções Alimentos
com vitamina C ou citrinos acidificam a urina, criando um ambiente que inibe o
crescimento bacteriano
• Roupa Adequada
Evitar calças ou collants apertados, e usar preferencialmente roupa íntima de algodão
• Cateterização vesical
É um procedimento invasivo indicado para avaliar a função renal em pessoas em situação
crítica para resolver uma retenção urinária após uma cirurgia à bexiga ou à uretra, para
instilar fármacos na bexiga, ou ainda para avaliar a urina residual depois de urinar
• Exercício
Fortalece a musculatura abdominal e pélvica e promove o trânsito intestinal. Recomendar
caminhadas diárias de 30min.
301
• Medicação
o Os laxantes com celulose absorvem água e aumentam o conteúdo intestinal,
estimulando o peristaltismo.
o Laxantes com sais ou açúcares pouco absorvíveis como a lactose, chamam água para o
intestino, aumentado o conteúdo intestinal e amolecendo as fezes. Em excesso podem
desencadear cólicas, timpanismo e flatulência
o Os laxantes de contacto aumentam o peristaltismo intestinal ao irritarem a muscosa
gastrointestinal
o Os emolientes lubrificam a massa fecal e limitam absorção de líquidos das fezes
• Obstipação
o Avaliar o padrão de eliminação
o Dieta (consumo de fibras) (se não for contraindicado)
o Reforço hídrico (se não for contraindicado)
o Treino intestinal
o Exercício físico
o Terapia de relaxamento
o Controlo da dor
o Medicação
• Incontinência urinária
o Avaliar o padrão de eliminação
o Reforço hídrico (se não for contraindicado)
o Controlo do peso
o Exercícios de Kegel
o Higiene perineal
o Medicação
o Cateterização vesical (se não for contraindicado)
Recomendações
Usar bacio para criança ou tampo adaptado à sanita de adulto Evitar treino de
controlo de esfínteres em fases de stress (perdas, internamento) Ajudar a
reconhecer sinais de necessidade de evacuar
Treinos de 10 minutos na companhia de um adulto que assegura a higiene
Elogiar as tentativas bem-sucedidas de evacuar e urinar
Mostrar à criança o resultado da eliminação para relacionar esforço com efeito
Lembrar à criança que o horário de tentar evacuar e urinar
302
• Idade entre os 22 e os 30meses
FÍSICA • Permanece com a fralda seca por duas horas (mínimo)
• Movimentos intestinais regulares e previsíveis
• Consegue andar, sentar-se e ajudar a despir-se (controlo motor fino)
• Revela vontade de eliminar através da expressão facial, postura e palavras
MENTAL
• Objetivos:
Diminuir o desconforto associado à incontinência urinária; bem como em doentes
em coma
Prevenir o risco de alteração da integridade cutânea;
Promover a segurança (questão da integridade da pele
• Indicações:
o Utentes do género masculino com:
Incontinência urinária
Em coma – implica uma alteração do estado de consciência induzida
farmacologicamente, pode haver uma alteração muito significativa das funções
vitais. A algaliação permite avaliar o debito urinário, mas é também um sinal de
uma boa função cardíaca (bom debito urinário boa função cardíaco); débito
303
urinário também é um bom indicador de volémia. – nos quadros onde é
necessário avaliar parâmetros é preferível algaliar
Pessoas com UPP ou outras
feridas, de modo a
conseguir promover uma
boa cicatrização.
• Precauções:
o Reforçar a higiene (perineal e
genital; na parte da glande requer um cuidado redobrado) para reduzir o risco de
infeção urinária; perceber qual a posição natural do pénis e da glande para não
provocar nenhuma alteração; o prepúcio ao ficar retraído pode provocar alterações
na glande.
o Um adesivo (base ou corpo do pénis) mal colocado pode causar edema (ter cuidado
com a circulação periférica e a circulação de retorno hipoxia, anoxia e
consequentemente situações de necrose ter atenção ao garrote)
o Pode causar irritar a pele
o Necessita de avaliação da permeabilidade da drenagem (se não está permeável
pode ter deixado de funcionar; temos que perceber se existem condições para que
a drenagem continue a funcionar; nunca fase inicial as drenagem podem ser
hemáticas, depois passam para serosas… logo temos que garantir que a drenagem
não esta ocluída, não tem coágulos, não tem sedimentos; ver também se existem,
ou não, dobras para que a drenagem não deixe de funcionar)
Para ver se a drenagem está permeável ou não temos de ver a quantidade de líquido.
As monitorizações das drenagens são extremamente importantes.
• Material:
o Tabuleiro
o Luvas limpas
o Dispositivo urinário externo
o Saco coletor de urina
o Tesoura
o Adesivo
o Protetor cutâneo
• Procedimento
1. Avaliar o padrão de eliminação (incontinência urinária)
2. Explicar o procedimento e os cuidados de manutenção
3. Avaliar a capacidade do cliente colaborar no procedimento
4. Obter consentimento verbal
5. Preparar o material
6. Manter a privacidade
7. Lavar as mãos
8. Colocar o cliente em posição dorsal (com a elevação da cabeceira), expondo
apenas os genitais;
9. Efetuar a higiene perineal
304
10. Aparar pelos da base do pénis, se necessário (tricotomia)
11. Aplicar adesivo ou protetor cutâneo (opcional)
12. Com a mão não dominante, colocar o dispositivo sobre a glande (mantendo o
prepúcio na posição natural).
13. Com a mão dominante, desenrolar o dispositivo sobre o pénis com o mínimo
de pregas (como um preservativo);
14. Fixar o dispositivo com adesivo:
a) Dispositivo com adesivo: comprimir o dispositivo contra a pele para colar a
borracha e alisar as pregas;
b) Dispositivo sem adesivo: aplicar um adesivo sobre a borracha em redor do
pénis sem apertar
15. Conectar a extremidade do dispositivo ao tubo do saco coletor de urina. Fixar
o saco coletor de urina à pele ou prender no suporte da estrutura inferior da
cama; ter atenção ao local onde se baixa e aumenta a cama para não levar a
traumatismos. Ter atenção para o membro não ficar por cima do membro,
primeiro tem de haver um ponto de fixação.
16. Manter o sistema de drenagem permeável e sem dobras;
17. Remover as luvas e colocar o utente confortável
18. Arrumar o material;
19. Lavar as mãos;
20. Efetuar os registos
305
Tipos de cateter vesical
Cateter / Sonda vesical: é um tubo que se insere na bexiga através da uretra, para drenar ou
recolher urina ali armazenada.
306
B- extremidade
C- fixação
D- número de vias
E- calibre
307
F- Tipos de sonda vesical
Cateterização vesical
• Definição: Procedimento invasivo que exige técnica assética e que consiste na
introdução de uma sonda na bexiga através do meato urinário e uretra.
• Indicações:
o Avaliar a função renal em clientes em situação crítica;
o Resolver uma retenção urinária (obstrução; estenose);
o Avaliar a urina residual após a micção;
o Após cirurgia da bexiga ou da uretra;
o Para exames de diagnóstico, tratamento e lavagem vesical;
o Colheita de amostra de urina;
o Necessidade de imobilização da coluna e região pélvica;
o Incontinência urinária *
o Promover o conforto em fim de vida*
*se adequado
308
• Tipos de Cateterização vesical
Intermitente - para
esvaziar a bexiga;
colher urina
Tipos de
Curta duração
Cateterização Vesical
Permanente - exige
substituição periódica
do cateter vesical
Longa duração
• Riscos
o Infeção (exige assepsia; evitar refluxo para a bexiga)
o Perfuração / Falso trajeto
o Estenose (devido a lesão da mucosa da uretra)
• Material
o Tabuleiro;
o Taça/Tina reniforme estéril
o Luvas esterilizadas (2 pares)
o Luvas limpas (cuidado higiene)
o Campo cirúrgico sem janela
o Campo cirúrgico com janela
o Lubrificante hidrossolúvel estéril
o Solução de limpeza (NaCl a 0,9%)
o Fixador ou adesivo
o Compressas esterilizadas
o Compressas limpas
o Avental e Resguardo
o Seringa (10ml) estéril
o Agulha de diluição estéril
o Ampola de água destilada (10ml)
o Contentor (objetos corto-perfurantes)
o Sonda Vesical
o Sistema de drenagem estéril
o Suporte para saco coletor
o Contentor de resíduos adequado ao grau de contaminação
309
• Procedimento
1. Higiene das mãos;
2. Avaliar a necessidade de cateterização vesical (características da urina; última micção;
globo vesical; prescrição médica);
3. Avaliar a situação clínica do cliente (idade; estado consciência; patologias geniturinária;
mobilidade; alergias);
4. Explicar os objetivos e etapas do procedimento;
5. Obter consentimento informado;
6. Assegurar a privacidade;
7. Higiene das mãos;
8. Preparar o material e colocá-lo junto da cama;
310
14. Colocar o material esterilizado no tabuleiro com campo esterilizado
17. Conectar a sonda vesical ao sistema de drenagem estéril; Fechar a válvula do saco
coletor de urina.
311
18. Lubrificar a extremidade da sonda vesical;
312
22. Solicitar ao cliente que respire profundamente durante a introdução do cateter;
313
28. Colocar o saco coletor de urina no suporte
36. Registos
✓ Identificação do cliente;
✓ Hora;
✓ Data;
✓ Motivo;
✓ Tipo e calibre da sonda; características da urina; colaboração do cliente;
✓ Incidentes;
✓ Ensino
• Cuidados de manutenção
a) Vigiar a permeabilidade do sistema de drenagem e características da urina;
b) Reforçar a ingestão hídrica se indicado
c) Manter o saco coletor de urina sem tocar no chão
d) Despejar o saco coletor de urina no contentor limpo e desinfetar a válvula com álcool a
70º
e) Manter a higiene perineal diária e a fixação externa da sonda
f) Substituir a sonda vesical de acordo com a recomendação do fabricante;
g) Atualizar o calendário de substituição do cateter vesical;
h) Manter a drenagem vesical o mínimo tempo possível; Educar sobre a manutenção da
drenagem vesical;
314
315
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS
Resultados de Aprendizagem
Leituras obrigatórias
Leitura recomendada
Cristóvão, A. Filipe; Sá; Eunice (2012). O papel do enfermeiro em urologia. In SILVA et al.
Enfermagem em urologia, LIDEL, Edições Técnicas, Lisboa: 2012.
Marinez, A. P; Azevedo, G. S. (2012) Tradução, adaptação cultural e validação da Bristol Stool
Form Scale para a população brasileira. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 20(3).
Acedido em Outubro 2013. Disponível em www.eerp.usp.br/rlae
316
317
3.11 Ajudar a Agir/praticar de acordo com as suas crenças
4.2 A ajuda na satisfação das NHF com vista a uma morte serena: a ação paliativa na
fase agónica.
318
319
320
321
322
323
ANEXO 1
Compilação dos documentos de apoio: “Alimentação”
324
Gorduras
No contexto de uma alimentação saudável, as gorduras
provenientes de diferentes alimentos são essenciais ao bom
funcionamento do nosso organismo e, quando consumidas nas
proporções recomendadas (não excedendo os 30% do valor
energético diário), são bem toleradas e têm diversos efeitos
benéficos. Mas, quando consumidas em excesso e
desregradamente os efeitos prejudiciais são muitos e rapidamente
se fazem sentir no nosso estado de saúde.
• Gorduras alimentares
o No contexto de uma alimentação saudável, as gorduras provenientes de
diferentes alimentos são essenciais ao bom funcionamento do nosso
organismo e, quando consumidas nas proporções recomendadas (não
excedendo os 30% do valor energético diário), são bem toleradas e têm
diversos efeitos benéficos. Mas, quando consumidas em excesso e
desregradamente, os efeitos prejudiciais são muitos e rapidamente se fazem
sentir no nosso estado de saúde.
325
- Desregulam o funcionamento da vesícula biliar (especialmente quando são
gorduras sobreaquecidas), uma vez que é necessária uma quantidade muito
superior de secreções biliares;
- Alteram o funcionamento da flora intestinal e as reações por elas mediadas,
irritando a parede do cólon, aumentando a exposição deste a agentes
potencialmente carcinogénicos e favorecendo o aparecimento de lesões
estruturais;
- Quando sobreaquecidas, decompõem-se, dando origem à formação de
substâncias tóxicas e cancerígenas altamente prejudiciais à saúde.
• Gordura Saturada
A gordura saturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser sólida à
temperatura ambiente. Este tipo de gordura é predominantemente constituído
por ÁCIDOS GORDOS SATURADOS. Estes ácidos gordos dizem-se saturados
porque não dispõem na sua estrutura química de ligações entre os átomos de
carbono livres para reagir com outros átomos.
O consumo excessivo de gordura saturada está associado ao aumento do risco
de doenças cardiovasculares, aumento do colesterol sanguíneo,
particularmente do colesterol LDL (“mau colesterol”), doença aterosclerótica,
etc. Assim, recomenda-se que a ingestão de gorduras saturadas não ultrapasse
os 10% do valor energético total.
Alimentos ricos em gordura saturada: manteiga, queijos gordos, produtos de
charcutaria gordos (chouriço, alheiras, salsichas, etc.), banha de porco, óleo de
palma, óleo de coco, gordura da carne de vaca, margarinas (sobretudo as
duras).
• Gordura Polinsaturada
326
A gordura polinsaturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser líquida à
temperatura ambiente podendo, tal como as gorduras monoinsaturadas,
solidificar naturalmente se submetida a temperaturas ambientes muito baixas.
Este tipo de gordura é predominantemente constituído por ÁCIDOS GORDOS
POLINSATURADOS. Estes dizem-se polinsaturados, porque dispõem na sua
estrutura química de ligações livres, entre os átomos de carbono, o que lhes
permite reagir com outros átomos.
Os ácidos gordos polinsaturados são componentes fundamentais da nossa
alimentação. Desempenham papéis essenciais na resposta à infecção, são
essenciais no crescimento e desenvolvimento do nosso organismo, na
produção de metabolitos essenciais que contribuem de modo decisivo para a
modelação da resposta cardiovascular, entre muitas outras funções.
No seu conjunto, estes ácidos são considerados essenciais, porque o nosso
organismo não os consegue sintetizar a partir de outras substâncias, por isso
têm que ser fornecidos pelo regime alimentar.
Entre os ácidos gordos polinsaturados, temos os ácidos gordos da série ómega
6 e os ácidos gordos da série ómega 3, que se distinguem com base na sua
estrutura química e nas diferentes funções que cada um desempenha. São boas
fontes de gordura polinsaturada: óleos vegetais, frutos oleaginosos, cereais
integrais, sementes, gordura de peixe, óleo de fígado de peixe e hortícolas de
cor verde escura.
327
adequado consumo deste tipo de ácidos e o normal desenvolvimento do córtex
cerebral e das capacidades cognitivas da criança. Planos alimentares pobres em
ómega 3 aumentam o risco da ocorrência de: tromboses, aterosclerose,
doenças cardíacas, alterações neurológicas, dificuldades de aprendizagem,
diminuição da acuidade visual, entre outros. Se consumidos em excesso, os
ácidos gordos ómega 3 têm efeitos indesejáveis, como por exemplo, dificultar
a resposta à infecção e alterações da coagulação sanguínea com tendência para
a hemorragia. O consumo excessivo destes ácidos é raro, mas pode acontecer,
especialmente se o consumidor ingerir suplementos de óleos de peixe e
adicionalmente consumir com regularidade alimentos enriquecidos em ómega
3, actualmente disponíveis no mercado. São boas fontes alimentares de ómega
3 a gordura e o óleo de fígado de peixes (ex.: salmão, arenque, sável, chicharro,
congro, sardinha, enguia, óleo de fígado de bacalhau, etc.) e hortícolas de cor
escura (ex.: bróculos, espinafres).
• Colesterol
O colesterol é um tipo de gordura que existe apenas nos alimentos de origem
animal e é um dos compostos pertencentes à vasta família dos esteróides.
Apesar de desempenhar funções muito importantes no nosso organismo, este
tipo de gordura, se consumida em excesso,
pode também revelar-se muito prejudicial.
Quando se ingerem grandes quantidades de
colesterol diariamente, este pode elevar os
níveis do nosso colesterol sanguíneo (do
colesterol total e do “mau colesterol”) e, por
isso, aumentar o risco do aparecimento de
doenças circulatórias e cardíacas.
As recomendações nutricionais atuais indicam que, por dia, não se deve ingerir
mais de 300 mg de colesterol. Assim é aconselhável reduzir o consumo de
alimentos ricos neste tipo de gordura: produtos de salsicharia e charcutaria
(ex.: presuntos, chouriços, alheiras, salsichas, ...), vísceras alimentares e
miúdos, banha, toucinho, massas folhadas, caldos concentrados, gema do ovo,
leite gordo, queijos gordos, manteiga, margarina, camarão, caranguejo,
lagostim, polvo fresco, enguia, amêijoa, etc.
Adicionalmente procure aumentar o seu consumo de alimentos vegetais, uma
vez que nestes o colesterol é praticamente inexistente, e, como têm um
elevado teor em fibras, contribuem para a diminuição da absorção do restante
colesterol alimentar.
• Fitosteróis
Os fitosteróis são um tipo de gordura,
estruturalmente semelhante ao colesterol, mas
que ao contrário deste, tem origem vegetal. São
elementos essenciais da componente lipídica
das plantas e da estrutura das suas membranas
celulares.
328
Os estudos actuais demonstram que os fitosteróis desempenham um
importante papel na diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo,
contribuindo para a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. Parecem
promover um melhor controlo das glicemias nas diabetes tipo 1 e 2 e
contribuem para a prevenção do aparecimento de diversos tipos de cancro
(cólon, mama e próstata), entre muitos outros efeitos benéficos.
As melhores fontes alimentares de fitosteróis são: hortícolas, legumes,
leguminosas secas, óleos vegetais pouco refinados, sementes e frutos
oleaginosos.
Os fitosteróis são facilmente removidos durante o processamento alimentar,
por isso procure consumir alimentos de origem vegetal pouco processados
industrialmente.
Se consumir diariamente frutos e vegetais em abundância, não necessitará de
recorrer aos produtos industrializados fortalecidos com fitosteróis e com um
preço elevado. No entanto, se o seu dia alimentar é nutricionalmente mais
pobre, estes produtos (ex.: margarinas e iogurtes enriquecidos em fitosteróis
que ajudam a diminuir o colesterol) podem ser uma alternativa útil.
Até à data não se conhecem efeitos indesejáveis, de grande gravidade,
resultantes do uso dos alimentos enriquecidos em fitosteróis. Alguns estudos
parecem mostrar, no entanto, a ocorrência de uma diminuição dos valores
sanguíneos de vitaminas antioxidantes, que pode ser compensada com o
aumento do consumo de hortofrutícolas (de preferência dos mais coloridos),
que são ricos neste tipo de vitaminas.
Sabe-se que estes ácidos gordos são muito prejudiciais para a saúde (mais ainda
do que a gordura saturada), porque aumentam os níveis sanguíneos de
colesterol LDL (“mau colesterol”) e triglicéridos, e diminuem os de colesterol
HDL (“bom colesterol”), estando portanto, associadas a uma maior incidência
de doenças cardíacas e vasculares. Apenas 1% do valor energético total diário
(no máximo), pode corresponder a estas gorduras. As principais fontes
alimentares dos ácidos gordos trans são os alimentos que contêm gordura
329
hidrogenada e os cozinhados em óleos vegetais submetidos a um
sobreaquecimento, ex.: pão de forma de produção industrial, bolachas,
biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de chocolate,
alguns cereais de pequenoalmoço, produtos de pastelaria e confeitaria, bolos
embalados, refeições prontas a consumir, refeições congeladas e embaladas
prontas a consumir, alguns gelados, etc.
• Gordura Hidrogenada
Diz-se que uma gordura sofreu hidrogenação quando, por um processo natural
ou artificial, os átomos de carbono dos seus ácidos gordos reagem com o
hidrogénio e perdem as ligações livres. Ora, se possuíam ligações livres e por
algum motivo deixam de as ter, estes ácidos gordos passam de mono ou
polinsaturados a saturados, designando-se ácidos gordos hidrogenados.
Os óleos vegetais são frequentemente submetidos ao processo de
hidrogenação pela indústria alimentar, o que faz com que estes passem do
estado líquido para o estado sólido. Com este processo pretende-se obter uma
gordura consistente e macia que é mais fácil de usar na produção alimentar.
Esta gordura também parece aumentar o tempo de vida dos alimentos onde se
insere e atribui-lhes um sabor apreciado pelos consumidores. A hidrogenação
dos ácidos gordos polinsaturados é um dos processos que induz a formação dos
prejudiciais ácidos gordos trans. São imensos os alimentos que contêm gordura
hidrogenada, sendo de notar que o processo de obtenção de margarinas, e
outras gorduras para barrar de origem vegetal, é o da hidrogenação de óleos
vegetais (através da hidrogenação, os óleos alimentares passam do estado
líquido ao estado sólido/pastoso). Os alimentos muito processados
industrialmente são habitualmente ricos em gordura hidrogenada, por
exemplo: pão de forma de produção industrial, bolachas, biscoitos, fast-food,
batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de chocolate, alguns cereais de
pequenoalmoço, produtos de pastelaria e confeitaria, bolos embalados,
refeições prontas a consumir, refeições congeladas e embaladas prontas a
consumir, alguns gelados, etc
330
• Sugestões práticas para reduzir o seu consumo diário de gordura
Procure ler o rótulo dos alimentos que compra, e sempre que a informação
nutricional estiver disponível, escolha o produto com menor quantidade de gordura;
Reduza a quantidade de gordura que usa para cozinhar, preferindo sempre o azeite
a outros tipos de gorduras de adição (ex.: óleos, margarinas, manteiga ou banha);
Evite o consumo regular dos seguintes alimentos:
• Rissóis, croquetes, bolinhos ou pastéis de bacalhau, chamuças e outros
“salgadinhos”;
• Folhados, quiches, empadas e outras tartes;
• Produtos de pastelaria e confeitaria (ex.: croissants, bolas de Berlim, natas, etc.);
• Produtos de charcutaria e salsicharia (ex.: salsichas, fiambre, chouriço, linguiças,
alheiras, paio, chourição, toucinho, etc.);
• Refeições tipo fast-food (ex.: pizzas, hambúrgueres, cachorros quentes, etc.);
• Panados de carne, peixe, queijo ou fiambre;
• Batatas fritas e outros aperitivos;
• Maionese, mostarda, molhos com natas e outros muito gordurosos, etc.
• Caldos concentrados (ex.: galinha, vaca, marisco, etc.);
• Patês (ex.: fígado, atum, etc.);
• Bolachas e biscoitos;
• Chocolates, bombons, snacks de chocolate e gorduras para barrar de chocolate;
• Determinados tipos de queijo. Limite a gordura usada para o tempero de
alimentos no prato, preferindo sempre o azeite a outros molhos;
Evite fritar os alimentos; opte por processos que requerem menor quantidade de
gordura (ex.: cozer, grelhar ou estufar). Se assar no forno adicione pouca gordura,
preferencialmente azeite, e rejeite o molho que fica na assadeira;
Retire toda a gordura visível dos alimentos, antes de os confecionar e também no
prato;
Dê preferência ao peixe e a carnes magras (ex.: aves e coelho, retirando-lhes sempre
a pele), em detrimento de carnes de mamíferos ou outras com maior quantidade de
gordura. Lembre-se que o peixe ultracongelado pode ser uma alternativa segura e
perfeitamente aceitável como substituto do peixe fresco;
Consuma leite e seus derivados com baixo teor de gordura (meio gordo ou magro);
Se habitualmente recheia o pão com manteiga ou margarina, use apenas pequenas
porções destas gorduras.
331
• Quando fizer peixe ou carne assados no forno: retire as gorduras visíveis do
alimento a assar, faça uma marinada rica em vinho, alho, cebola, ervas e especiarias
ao seu gosto; mergulhe a peça nesta marinada e deixe-a no frigorífico de um dia
para o outro em recipiente fechado, procurando rodá-la frequentemente para que
esta fique bem impregnada com o sabor da marinada. Para a levar ao forno, encha
o fundo da assadeira com rodelas de cebola e deite parte da marinada preparada
no fundo da assadeira, reservando uma porção para regar a peça no momento de ir
ao forno e outra pequena porção para deitar enquanto a peça está a assar. Coloque
a carne ou o peixe na assadeira por cima da cebola, regue-a com a marinada e
apenas um fio de azeite. Asse a peça lentamente em forno brando para que esta
fique mais tenra. Quando o assado estiver pronto, retire a carne ou peixe para fora
da assadeira e rejeite todo o molho que está no fundo - apesar dos cuidados
anteriormente referidos este molho vai ser rico em gorduras (porque contém o
azeite adicionado e as gorduras que exsudaram da própria peça).
• Faça o habitual refogado da seguinte forma: ponha a cebola a estalar, usando o
dobro da quantidade de cebola que usaria habitualmente, numa mistura de água,
com um pouco de azeite, e vá acrescentando água para a cebola não queimar. Deste
modo, o resultado final deste refogado, quer seja arroz ou um apetitoso estufado,
vai ter sempre muito menos gordura.
• Para gratinar utilize pão ralado ou queijo magro. Se não encontrar à venda queijo
magro já ralado, compre queijo magro com antecedência e deixe-o no frigorifico
durante alguns dias para que este possa secar. Quando o queijo já estiver mais seco,
rale-o num ralador comum e utilize-o normalmente nos seus gratinados.
• Para temperar saladas, opte por molhos pouco gordurosos: use sumo de limão e
um pouco de sal, ou experimente fazer um simples molho de iogurte usando iogurte
natural não açucarado, temperando-o com uma pitada de sal, pimenta, outras
especiarias e ervas a seu gosto.
• Lembre-se que nas frigideiras anti-aderentes pode cozinhar sem adição de
gordura, assim pode fazer bifes grelhados, omeletes ou ovos mexidos sem gordura,
preservando o sabor destes alimentos!
Vitaminas
• As vitaminas são nutrientes indispensáveis ao crescimento e à manutenção da vida.
Como o nosso organismo não tem a capacidade de as sintetizar, temos que
assegurar a sua ingestão através da alimentação.
• São ativas em quantidades muito pequenas e estão envolvidas em vários processos
relacionados com a transferência e armazenamento de energia, proteção e reforço
do nosso sistema imunitário (defesas do organismo), formação de ossos e tecidos,
atividade de outros nutrientes, formação e manutenção da estrutura e funções
celulares, etc.
• As vitaminas não fornecem energia (calorias), mas como estão envolvidas em
diversos processos metabólicos são essenciais para a nossa vitalidade, vigor e
energia diária.
• Tradicionalmente as vitaminas agrupam-se de acordo com um critério de
solubilidade em hidrossolúveis (se forem solúveis em água) e lipossolúveis (solúveis
em gordura e que têm que ser veiculadas através de gorduras alimentares).
332
• Cada vitamina desempenha funções próprias e específicas, por isso o excesso de
uma vitamina não pode ser usado para compensar a falta de outra. O excesso de
vitaminas hidrossolúveis é excretado principalmente na urina pois o organismo não
tem capacidade para as armazenar. O consumo excessivo de vitaminas lipossolúveis
pode conduzir à sua acumulação nos depósitos de gordura, o que tem poucas
vantagens funcionais, podendo mesmo assumir proporções de toxicidade no caso
de um consumo excessivo prolongado. No grupo das lipossolúveis incluem-se as
vitaminas A, D, E e K; todas as restantes vitaminas fazem parte do grupo de
vitaminas hidrossolúveis.
333