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Curso: Economia – Curso Regular p/ Área

Fiscal
Teoria e Questões comentadas
Prof. Thomaz Milani - Aula 15

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Professor: Thomaz Milani
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Aula 15 – Setor Público

Sumário
1 – Introdução ..................................................................................... 4
2 – Funções Econômicas do Governo ................................................... 5
2.1 – Função Alocativa ......................................................................... 5
2.2 – Função Distributiva ...................................................................... 8
2.3 – Função Estabilizadora ................................................................. 10
3 – Conceitos de Dívida e Déficit Público ........................................... 12
3.1 – Metodologia “Acima da Linha” x “Abaixo da Linha” ......................... 13
3.2 – Conceitos de Dívida Pública ......................................................... 15
3.3 – Conceitos de Déficit Público......................................................... 21
3.4 – Regime de Caixa x Regime de Competência .................................. 23
3.5 – A Necessidade de Financiamento do Governo ................................ 24
3.6 – A Sustentabilidade da Dívida Pública ............................................ 26
3 – Questões Comentadas ................................................................. 28
4 – Lista de Exercícios ....................................................................... 71
5 – Gabarito ....................................................................................... 95
6 – Referencial bibliográfico .............................................................. 95

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Pessoal,

Nessa aula vamos estudar conceitos introdutórios de Finanças Públicas.


Vamos compreender como o governo endereça os problemas básicos das
finanças públicas, problemas de alocação de recursos, de distribuição de renda
e de estabilidade de nível de preços e crescimento. Na sequência estudaremos
os conceitos básicos de finanças públicas: dívida pública, os tipos de déficit
público e as suas formas de financiamento. Estudaremos ainda conceitos
importantes para apuração do déficit.
Então vamos lá, pessoal? Essa aula é mais introdutória e, por isso, repleta
de definições conceituais. Praticando com os exercícios trazidos ao final dela,
vocês estarão suficientemente preparados para encarar esse tema no dia da
prova. Qualquer dúvida, é só me procurar no fórum.

Bons estudos!

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1 – Introdução

O objeto de estudo das Finanças Públicas abrange toda a atividade


financeira do Estado, isto é, as receitas públicas, as despesas, a dívida pública
e as formas de financiamento dos gastos públicos. Essa atividade financeira
decorre da crescente participação do setor público no âmbito econômico para
atender a diversas necessidades de interesse coletivo como a oferta de bens e
serviços públicos (ex. educação e saúde), infraestrutura (ex. rodovias e
aeroportos), segurança nacional (ex. defesa das fronteirar), seguridade social
(assistência social e previdência), entre outras demandas.
Essas necessidades públicas são reveladas pela população por meio do
processo político democrático, em que a população vai às urnas e elege os
representantes que endereçam essas demandas e, por meio da atividade
financeira do Estado, viabilizam a execução de políticas públicas que abordem
essas questões. Nesse sentido, pode-se concluir que a atividade financeira do
Estado tem natureza instrumental, ou seja, é apenas um meio pelo qual o
Estado busca satisfazer as necessidades da população.

1- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) As justificativas clássicas


para a intervenção estatal na economia incluem a possibilidade de obtenção de
lucros extraordinários para elevar receitas, externalidades e também motivos
políticos e nacionalistas.

Comentários: O Estado não intervém na economia com objetivo de extrair


lucro em atividades econômicas, mas buscando suprir as necessidades públicas
não alcançadas pelo sistema de mercado.

Gabarito: Errado

Iniciaremos a seguir o estudo das funções econômicas do setor público,


vamos entender qual a natureza de cada necessidade pública e como o estado
atua para tentar supri-la. Na sequência, estudaremos os conceitos básicos para
o estudo da economia do setor público.

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2 – Funções Econômicas do Governo

A necessidade da intervenção do governo sobre a economia se deve à


constatação de que o sistema de mercado não consegue cumprir
adequadamente algumas funções. Segundo a doutrina, são três as funções que
o governo exerce na economia:

1. Função alocativa: está associada ao fornecimento de bens e serviços


não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado;
2. Função distributiva: o governo funciona como um agente
redistribuidor de renda; e
3. Função estabilizadora: está relacionada com a intervenção do
Estado na economia, para alterar o comportamento dos níveis de
preços e emprego.

Estabilizadora Alocativa

Funções do
Governo

Distributiva

2.1 – Função Alocativa

A função alocativa prevê ajustamentos na alocação de recursos com


vistas à maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis na economia.
Esses ajustamentos objetivam gerar economias externas (externalidades
positivas) e atender necessidades públicas, como infraestrutura, segurança e
saúde. Assim, o provimento de bens e serviços públicos não oferecidos
adequadamente pelo mercado corresponde à função alocativa do Estado. Mas
não apenas bens públicos como também os bens meritórios (ou semipúblicos),
aqueles cujo consumo, ainda que sujeito ao princípio da exclusão, são providos
pelo Estado pelo fato de gerarem altos benefícios sociais e externalidades
positivas, como saúde e educação. De uma maneira geral, a função alocativa se
refere às escolhas de como o governo gasta seus recursos.

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Sendo assim, pode-se dizer que a função alocativa do Estado é primordial


na correção das disfunções de mercado derivadas de externalidades,
existência de bens públicos, assimetrias de informação, entre outras falhas que
impedem a alocação eficiente dos recursos.

2- (CESPE/AFCE – TCE-SC/2016) A obrigatoriedade de


divulgação, pelas instituições financeiras, do custo efetivo total dos
empréstimos e financiamentos a pretendente de crédito, estabelecida pelo
Conselho Monetário Nacional, constitui forma de intervenção do Estado na
economia no âmbito de sua função alocativa.

Comentários: Ao corrigir falhas de mercado, como a assimetria de informações


a que se refere a assertiva, o Estado busca aumentar o bem-estar da sociedade,
melhorando a eficiência alocativa dos recursos da economia.

Gabarito: Correto

3- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) A instituição do defeso é


uma ação do governo no âmbito de sua função alocativa, uma vez que, nessa
ação, é estabelecido o nível de pesca ao longo de determinado período.

Comentários: A instituição do defeso visa à proteção do estoque de peixes


durante o período de reprodução. Trata-se de uma medida condizente com a
função alocativa do governo, visto que busca garantir a sustentabilidade de um
bem de uso comum.

Gabarito: Correto

4- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) Para incrementar a


produção de empregos, a atuação do Estado como produtor geralmente ocorre
em setores intensivos em trabalho e de prazo mais curto de maturação do
investimento.

Comentários: A função alocativa do Estado ocorre para suprir os bens e


serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. No entanto,
normalmente o mercado não demonstra interesse em setores de uso intensivo
de capital e de longo prazo de maturação do investimento, como é o caso do
setor elétrico. Por isso, é comum a existência de estatais nesse setor, como
Eletrobrás, Cemig, Copel, CEB, etc.

Gabarito: Errado

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Nesse contexto, cumpre observar que o mecanismo eleitoral é


imprescindível para que uma sociedade revele suas preferências alocativas em
relação à provisão de bens e serviços por parte do Estado. Digamos que um
certo país tenha problemas com imigração ilegal em suas fronteiras e, então,
surge um candidato que promete construir um muro entre esses dois países.
Por mais insana que possa parecer essa proposta, um país que elege esse
candidato está revelando suas preferências, esse país quer ver sanada a questão
da imigração ilegal, nem que para isso a estratégia seja erguer o muro.

5- (CESPE/Analista – SEDF/2017) Por meio da


implantação de UPPs em comunidades carentes dominadas pelo crime
organizado, o Estado atuou no âmbito de sua função alocativa, garantindo a
oferta do bem público segurança.

Comentários: A função alocativa se refere ao provimento pelo Estado de bens


e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado, como é o
caso da segurança pública.

Gabarito: Correto

Provisão de bens
públicos e meritórios

Função Correção das falhas de


Alocativa mercado

Preferências reveladas
pelo processo político

Ficou claro que as escolhas sobre produzir ou não um bem público e


quanto produzir estão associadas à função alocativa do Estado. Nesse contexto,
cabe elucidar a diferença essencial entre dois conceitos: produção e provisão.
Por exemplo, a Constituição Federal de 1988 conferiu à União a titularidade dos
serviços de navegação aérea e infraestrutura aeroportuária, os quais poderiam
ser explorados diretamente ou mediante concessão. O governo brasileiro pode
produzir diretamente o serviço aeroportuário, como o faz no aeroporto de
Congonhas, operado pela estatal Infraero, ou também pode ofertar esse serviço
indiretamente mediante a concessão do direito de exploração a um agente
privado, como é o caso do aeroporto de Confins, operado pela BH Airport, um
consórcio integrado pelo Grupo CCR e Zürich Airport. Em ambos os casos, o
governo é quem provê esse serviço público e essa provisão se refere à sua
função alocativa.

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2.2 – Função Distributiva

A distribuição natural de renda está intimamente ligada à produtividade


do trabalho e dos demais fatores de produção, de tal forma que aqueles
indivíduos com melhor nível de educação ou com maior estoque de patrimônio
concentram em si os redimentos resultantes da atividade econômica,
desconsiderando o princípio da equidade social. A função distributiva do
Estado busca justamente tornar compatíveis entre si a distribuição das
remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica via mercado e
aquela que atende aos princípios de justiça social.
A Constituição Federal de 1988 deu tanta importância a essa função do
Estado que gravou como um dos objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução
das desigualdades sociais e regionais. Para alcançar esse objetivo, seja
minimizando o número de pessoas em situação de vulnerabilidade seja
corrigindo a distribuição de renda, há vários instrumentos de que dispõe o
governo. O Estado pode gastar diretamente com as pessoas, como no programa
Bolsa-Família, oferecer empréstimos subsidiados para habitação, educação bem
como atividades econômicas de interesse social. Outra forma de redistribuir
renda é a partir da progressividade da tributação, recolhendo impostos dos
segmentos mais ricos da sociedade e desonerando os mais pobres.

6- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) A função


distributiva atribui ao Estado a responsabilidade pela distribuição dos recursos
existentes na economia quando, pela livre iniciativa de mercado, esta
distribuição não ocorrer.

Comentários: A função distributiva busca tornar compatíveis entre si a


distribuição das remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica
via mercado e aquela que atende aos princípios de justiça social.

Gabarito: Correto

Os programas de transferência de renda, como o próprio nome diz,


transfere recursos diretamente aos indivíduos e famílias em situação de pobreza
e extrema pobreza. Trata-se de um benefício que, diferente da previdência
social, independe de contribuição prévia. Essa transferência pretende
complementar os rendimentos da família, permitindo a retirada de crianças e
adolescentes da rua e de trabalhos precoces, interrompendo o ciclo vicioso e
intergeracional de reprodução da pobreza.

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Além da transferência de renda, o governo também pode executar sua


função distributiva a partir de uma estrutura tributária que onere mais
aqueles com maior capacidade de contribuição. Nesse sentido, o imposto de
renda dividido em faixas de rendimentos, cuja alíquota aplicável varia
progressivamente em função de seus valores, também é instrumento
compatível com a atividade distributiva do Estado. Adicionalmente, os impostos
que incidem sobre o consumo também podem ser escalonados conforme a
essencialidade do bem. Produtos supérfluos, como jóias de ouro e carros
importados, podem ser tributados a uma alíquota bem maior que os produtos
essenciais, como arroz e feijão. Por fim, os impostos sobre a herança e sobre
as grandes fortunas também são alternativas para se implementar políticas de
distribuição de renda.
Cumpre observar que as decisões de alocação dos recursos públicos,
embora guardem mais relação à função alocativa do governo, também podem
convergir no sentido de melhorar a distribuição de renda. Quando o governo
decide construir escolas públicas nas periferias para atender às famílias de
menor renda, o objetivo é dar oportunidade de um futuro melhor àquelas
famílias, enaltecendo o princípio da equidade social.

Princípio da Equidade
Social

Função
Redistribuição da Renda
Distributiva

Tributação progressiva e
gastos sociais

Um outro instrumento essencial para a distribuição de renda entre a


população é a previdência social, que funciona como um seguro social que
oferece proteção contra diversos riscos que comprometem o sustento daqueles
que não estão mais aptos a extrair rendimentos de seu trabalho, seja em função
de doença incapacitante, velhice, acidente, desemprego involuntário, entre
outros. No Brasil, o Estado cobra uma fração dos salários de todos os que
trabalham formalmente, que são aqueles com registro na carteira de trabalho,
para cobrir as despesas daqueles que já estão aposentados ou de seus
dependentes, na forma de pensões. Esse sistema ou regime de repartição
envolve redistribuição de renda dos que trabalham para os que estão
aposentados. Cada geração financia a aposentadoria da anterior, na suposição
de que na sua vez receberá da geração seguinte. Ao Estado cabe o papel de
fiador do sistema, isto é, desequilíbrios nas contas previdenciárias são cobertos
pelos demais impostos.

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7- (CESPE/AFCE – TCE-SC/2016) A previdência social


brasileira cumpre função distributiva no que diz respeito às funções básicas do
Estado na economia, razão por que, nesse aspecto, ela é tida como instrumento
de política fiscal.

Comentários: A previdência social funciona como um programa de seguro


público que oferece proteção contra diversos riscos sociais como doença, velhice
e desemprego. Ainda que os cidadãos elegíveis sejam aqueles que contribuíram
para o programa, a previdência transfere renda da população economicamente
ativa àqueles que, por alguma razão, estão incapacitados de gerar renda a partir
do trabalho. Esse tipo de transferência direta condiz com a função distributiva
do governo.

Gabarito: Correto

2.3 – Função Estabilizadora

A função estabilizadora do Estado ganhou destaque com a publicação


de A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de John Maynard Keynes,
em 1936. Àquela época, a economia mundial atravessava a Grande Depressão
deflagrada em 1929 com o crack da bolsa de Nova York e os mercados, por si
só, não conseguiam se ajustar e retomar um equilíbrio estável de emprego e
preços. Como o sistema de mercado não era capaz de alcançar a estabilidade,
Keynes defendia uma atuação mais efetiva do Estado. Nesse contexto, a função
estabilizadora surge como uma atribuição do governo direcionada às grandes
variáveis macroeconômicas, cujo desempenho afeta a economia em uma
dimensão nacional, isto é, está relacionada à manutenção da estabilidade dos
preços e de um nível adequado de emprego. Para isso, os principais
instrumentos macroeconômicos à disposição do governo são as políticas
fiscais e monetárias.
Ao longo da década de 80, o Brasil viveu um período de hiperinflação e
as atenções estiveram todas voltadas às políticas de estabilização. Diversos
planos foram implementados na tentativa de estancar o processo inflacionário:
Plano Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor e, enfim, Plano
Real. Todos esses planos traduzem o exercício (ou a tentantiva de exercer) a
função estabilizadora do Estado.

8- (CESPE/Economista – MPOG/2015) A função


estabilizadora é responsável por manter a estabilidade e o equilíbrio da
economia por meio da política fiscal e da monetária.

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Comentários: A função estabilizadora está relacionada à manutenção da


estabilidade dos preços, de um nível adequado de emprego e crescimento
econômico. Para isso, o governo lança mão dos instrumentos de política fiscal e
monetária.

Gabarito: Correto

Além da estabilidade de preços e da manutenção de um elevado nível de


emprego, a promoção do crescimento econômico também é usualmente
atribuída como objetivo da função estabilizadora do governo, embora não seja
um consenso entre os autores.

Estabilidade dos preços

Função Nível adequado de


Estabilizadora emprego

Crescimento econômico

Por fim, cumpre deixar bem claro que as funções do governo não são
mutuamente exclusivas, isto é, uma não impede a outra. O governo pode
perseguir a estabilidade econômica e a distribuição de renda ao mesmo tempo.
No entanto, cada gestão costuma dar mais destaque a uma ou outra função na
agenda política, o que não significa que um governo é pior ou melhor.

9- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) Política


fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e
realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização
macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função
estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com
baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa
assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste
no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas
de mercado.

Comentários: A questão versa sobre as três principais funções do governo na


economia: alocativa, que diz respeito a provisão de bens públicos; distributiva,
que transfere renda da parcela mais rica da população para estratos de menor
renda; e estabilizadora, que cuida de grandes variáveis macroeconômicas.

Gabarito: Correto

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3 – Conceitos de Dívida e Déficit Público

Antes de apresentar os conceitos de dívida e déficit público, é essencial


compreender a diferença entre uma variável estoque e uma variável fluxo. A
variável estoque é uma variável que é medida em uma determinada data,
seu conceito é estático, como se fosse uma fotografia. Já a variável fluxo é
medida para um determinado período, trata-se de um conceito dinâmico. Um
exemplo de variável estoque é a dívida pública, que pode ser mensurada a
qualquer momento e apura a realidade da dívida naquela data precisa. Já o
déficit público é uma variável fluxo, pois é apurado de ano em ano e mede
justamente a variação da dívida pública a cada ano.
O déficit público corresponde à diferença entre despesas e receitas
públicas em um determinado período, isto é, quanto o governo gastou a mais
daquilo que arrecadou. Como não existe almoço grátis, esse excesso de gastos
precisa ser financiado de alguma forma e uma delas é através do
endividamento. Assim, a dívida pública corresponde ao volume de todos os
déficits acumulados ao longo da história que foram financiados a partir da
contração de dívida pelo governo. Desse modo, é correto dizer que a variação
da dívida pública em determinado período corresponde ao déficit público
apurado nesse período.

Dívida Pública Déficit Público

Variável estoque Variável fluxo

Acumulado de déficits Variação da dívida pública em


financiados por endividamento determinado período

10- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) Os indicadores fiscais


incluem as medidas de fluxos, como receitas e despesas, e de estoques, como
o endividamento.

Comentários: A variável estoque é uma variável que é medida em uma


determinada data, seu conceito é estático. Já a variável fluxo é medida para
um determinado período. Um exemplo de variável estoque é a dívida pública,
que pode ser mensurada a qualquer momento e apura a realidade da dívida
naquela data precisa. Já o déficit público (diferença entre despesas e receitas)
é uma variável fluxo, pois é apurado de ano em ano e mede justamente a
variação da dívida pública a cada ano.

Gabarito: Correto

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11- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) O déficit do


governo pode ser medido pela variação da dívida pública.

Comentários: A variação da dívida pública entre dois períodos nada mais é que
a necessidade de financiamento do setor público apurada no exercício corrente,
que corresponde ao conceito déficit público.

Gabarito: Correto

3.1 – Metodologia “Acima da Linha” x “Abaixo da Linha”

O déficit público pode ser apurado a partir duas maneiras: pelo critério
“acima da linha”, que corresponde ao cotejo entre despesas e receitas, e
pelo critério “abaixo da linha”, que corresponde à variação do
endividamento público. Vou explicar o porquê dessa nomenclatura a partir de
um exemplo, vamos esquecer por enquanto que estamos lidando com as
finanças públicas e vamos considerar nossas finanças pessoais. Vejamos abaixo
a tabela de receitas e despesas de um cidadão qualquer.
Data Descrição Despesa Receita Saldo Atual
01/12 Saldo inicial - - -
01/12 Salário R$ 25.000 R$ 25.000
02/12 Escola dos filhos R$ 3.000 R$ 22.000
02/12 Manutenção do carro R$ 4.000 R$ 18.000
03/12 Combustível R$ 1.000 R$ 17.000
06/12 Alimentação R$ 3.000 R$ 14.000 Acima
da linha
10/12 Aluguel recebido R$ 2.000 R$ 16.000
12/12 Financiamento do carro R$ 6.000 R$ 10.000
15/12 Financiamento da casa R$ 5.000 R$ 5.000
24/12 Presentes de Natal R$ 2.000 R$ 3.000
31/12 Festa de Ano Novo R$ 5.000 R$ 2.000
Abaixo
TOTAL R$ 29.000 R$ 27.000 R$ 2.000
da linha

O método de apuração “acima da linha” olha para todas as rubricas de


receitas e despesas, isto é, tudo aquilo que está acima da linha “TOTAL”, para
determinar em quanto os gastos superaram as receitas. Por sua vez, o método
“abaixo da linha” olha direto para o rombo na conta, ou seja, aquele número
vermelho que aparece no seu extrato bancário e que você precisa de alguma
forma cobrir para não ficar em débito com o banco.

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No mundo ideal, ambos os métodos deveriam convergir para o mesmo


valor. No entanto, quanto maior o número de linhas daquela tabela, maior é a
chance de ter algum erro ali no meio e, portanto, os resultados apurados em
cada método serem discrepantes. Se esse tipo de erro é comum às finanças
pessoais de qualquer família, por menor que seja o seu volume de operações,
imaginem para o governo, que tem uma lista gigante de receitas e despesas.
Por esta razão é que a necessidade de financiamento do setor público (NFSP) é
apurada pelo método “abaixo da linha”, embora o outro método também seja
usado, mas com outro objetivo.
No Brasil, a NFSP é apurada pelo Banco Central medindo em quanto
variou a dívida pública, isto é, usando o método “abaixo da linha”. Ao fim de
2015, a dívida pública brasileira somava R$ 2,79 trilhões. Já ao fim de 2016, a
dívida alcançou os R$ 3,11 trilhões. Desse modo, a diferença de R$ 320 bilhões
entre os dois períodos corresponde ao déficit público apurado no exercício de
2016. Percebam que esse método é bem pobre em informações e não nos
permite descobrir as principais despesas responsáveis por esse déficit tão
elevado. No entanto, o método “abaixo da linha” é muito menos suscetível a
erros de cálculo.
Por sua vez, o déficit público apurado pelo método “acima da linha” é
de responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério
da Fazenda. Esse método é muito mais minucioso e permite aos gestores
públicos buscarem explicações para a evolução da dívida, identificarem as
principais rubricas de receitas e despesas que estão afetando o resultado fiscal
do governo, bem como a elaborarem propostas mais assertivas no sentido de
melhorar a gestão das finanças públicas.

"Abaixo da linha" "Acima da linha"

Necessidade de Financiamento Diferença entre despesas e


do Setor Público (NFSP) receitas do período

Apurado pelo Banco Central Apurado pela STN

12- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O Tesouro Nacional


aplica a metodologia “abaixo da linha” para obter o resultado fiscal decorrente
das diferentes rubricas de despesas e receitas dos órgãos do governo.

Comentários: Na verdade, o Tesouro Nacional aplica a metodologia “acima da


linha” para obter o resultado fiscal a partir do cotejo entre despesas e receitas
dos órgãos do governo. Diversamente, o conceito “abaixo da linha” mede o
resultado pelo lado do financiamento.

Gabarito: Errado

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3.2 – Conceitos de Dívida Pública

Dois conceitos muito importantes referentes à dívida pública são: dívida


líquida do setor público (DLSP) e dívida fiscal líquida (DFL). Primeiramente,
vamos definir o conceito de setor público para fins de apuração da dívida e do
déficit público. Tal conceito se refere ao setor público não-financeiro mais
Banco Central, que compreende:
• Administrações diretas federal, estaduais e municipais;
• Administrações indiretas;
• Sistema público de previdência social;
• Empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e
municipais, além da Itaipu Binacional.

Banco Central

Administrações diretas
e indiretas
Setor
Público Todas as esferas
Previdência social de governo

Estatais não-financeiras

O Banco Central do Brasil é incluído na apuração da dívida líquida pelo


fato de transferir seu resultado automaticamente para o Tesouro Nacional, além
de ser o agente arrecadador do imposto inflacionário.

13- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) As necessidades


de financiamento do setor público são influenciadas pelo resultado fiscal da
União, dos estados e dos municípios no período de 1.º de janeiro a 31 de
dezembro de cada exercício.

Comentários: O conceito de setor público utilizado para mensuração da dívida


líquida e do déficit público é o de setor público não-financeiro mais Banco
Central, que compreende:

• Administrações diretas federal, estaduais e municipais;


• Administrações indiretas;
• Sistema público de previdência social;
• Empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais, além
da Itaipu Binacional.

Gabarito: Correto

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A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) consolida o endividamento


líquido do setor público não financeiro e do Banco Central junto ao sistema
financeiro (público e privado), setor privado não financeiro e resto do mundo.
Isto é, corresponde à soma das dívidas interna e externa do setor público
(governo central, Estados e municípios e empresas estatais) junto ao setor
privado, incluindo a base monetária (o dinheiro que o BACEN imprimiu)
e excluindo-se ativos do setor público, tais como reservas internacionais,
créditos com o setor privado e os valores das privatizações.
O conceito de DLSP é bastante simples, basta pegar tudo que o governo
deve (dívida interna e externa) e descontar o que o governo tem que poderia
ser usado para abater a dívida (reservas internacionais, créditos tributários a
receber, multas aplicadas pelas agências reguladoras, receitas de privatizações
das estatais, etc), lembrando que não se inclui o setor público financeiro nesse
cálculo. Importante ressaltar também que o conceito se refere a ativos e
passivos financeiros. Assim, não se incluem os ativos reais do governo
(empresas, imóveis e terrenos), que embora tenham valor contábil, não são
usados para abater a dívida do setor público.
Cabe aqui esclarecer um ponto que costuma suscitar dúvidas. Por que a
base monetária da economia integra dívida líquida do setor público, isto é, por
que é considerada um passivo do Banco Central? A base monetária corresponde
ao papel-moeda em circulação na economia mais o estoque de reservas
mantidas pelos bancos, de outra forma, o conceito corresponde à quantidade
inicial de moeda que a autoridade monetária imprimiu. Não é um direito, mas
uma obrigação do Banco Central. Por exemplo: um exportador que acaba de
receber o pagamento da venda de seu produto em dólares procura o Banco
Central para trocar seus dólares por reais. Os dólares que o Banco Central
recebe vão aumentar as reservas internacionais do país, que tornam-se
propriedade, são o ativo, do Banco Central. Da mesma maneira, esta emissão
feita ao exportador aumenta a base monetária, o passivo, compromisso do
Bacen.

Setor Público

Ativos (financeiros) Passivos (financeiros)

Tudo aquilo que o setor público tem:

reservas internacionais; Tudo aquilo que o setor público deve:


créditos a receber;
receitas de privatizações; dívidas interna e externa;
outros direitos. base monetária;
outras obrigações.

DLSP

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Seria correto dizer que o acúmulo de necessidades de financiamento do


setor público (NFSP), isto é, de déficits nominais, ao longo dos anos
correspondesse ao conceito de dívida líquida do setor público (DLSP). No
entanto, é possível que haja uma variação da DLSP sem que o governo apure
qualquer NFSP. Isso acontece porque existem alguns ajustes patrimoniais
contabilizados pelo governo que, ainda que não criem direito ou obrigação, ou
seja, não afetem a NFSP do ano corrente, podem aumentar ou diminuir o
estoque da dívida pública.
Vejamos um exemplo, digamos hipoteticamente que o estoque da DLSP
do país no final de 2018 e 2019 foi de R$ 3,5 e R$ 3,7 trilhões, respectivamente.
Ainda, o Banco Central informou ao Tesouro que o país operou um milagre e
não apurou necessidade de financiamento nenhum, quer dizer, fechou o ano
com resultado nominal igual a zero. Se o governo não precisa emitir nova dívida
para financiar seus gastos de 2019, o que explica a dívida líquida do setor
público ter aumentado em R$ 200 bilhões? Digamos que, ao longo desse ano
de 2019, ocorreram alguns eventos com efeito patrimonial sobre as finanças
públicas: o governo privatizou a Caixa Econômica Federal, operação que rendeu
receitas no valor de R$ 100 bilhões; e, em auditoria realizada pelo Tribunal de
Contas da União, foram apurados gastos não contabilizados de governos
anteriores que somavam o valor de R$ 300 bilhões. Assim, são esses ajustes
patrimoniais sobre as contas públicas que justificam a variação da dívida líquida
do setor público sem que houvesse apuração de necessidade de financiamento.
Os ajustes patrimoniais englobam o reconhecimento de dívidas do
setor público geradas no passado ("esqueletos") e que já produziram
impacto macroeconômico; os efeitos do processo de privatização de
empresas (receitas de venda e transferências de dívidas para o setor privado);
e o ajuste metodológico da dívida do setor externo, devido à conversão
dos saldos pela taxa de câmbio de final do período e dos fluxos pela taxa de
câmbio média do mês.

Contabilização de dívidas
do passado ("esqueletos")

Ajustes
Receitas de privatizações
Patrimoniais

Ajuste metodológico da
dívida externa

Percebam, então, que os ajustes patrimoniais não têm efeito fiscal


algum. Há apenas uma variação da dívida pública em virtude de alterações na
estrutura patrimonial do setor público.

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Quando o governo privatiza uma empresa estatal, ocorre a conversão de


um ativo real (a empresa) em um ativo financeiro (caixa). No entanto, a dívida
líquida do setor público, que antes desconsiderava os ativos reais, sofre redução
em virtude do ingresso dessas receitas de privatizações no caixa do Tesouro.
Do mesmo modo, quando o governo reconhece os “esqueletos” – ou “passivos
ocultos” – não contabilizados anteriormente, mas que já provocaram impacto
nas contas públicas, ocorre um aumento do estoque da dívida pública. Em todo
caso, os ajustes patrimoniais provocam efeitos sobre o estoque da dívida pública
desacompanhados de impactos fiscais.
Se os ajustes patrimoniais provocam uma variação na dívida líquida do
setor público sem trazer consigo um impacto fiscal, qual seria a parcela da DLSP
que mensura esse impacto? Esse componente que mensura o impacto fiscal
da atividade financeira do Estado recebe o criativo nome de dívida fiscal
líquida (DFL). Desse modo, a variação da dívida fiscal líquida entre dois
exercícios corresponde à necessidade de financiamento do setor público apurada
nesse período. Essa é a variável relevante para analisar os efeitos da atividade
financeira do Estado sobre os agregados macroeconômicos, se o governo está
implementando uma política fiscal expansionista, aumentando renda e
emprego, ou uma política fiscal contracionista, se esforçando para conter a
inflação.

NFSP Resultado da variação


(conceito nominal) da dívida fiscal líquida

Isto é muito importante! O déficit público medido pela necessidade de


financiamento do setor público corresponde à variação da dívida fiscal líquida,
isto é, corresponde apenas ao componente da dívida líquida do setor público
que gera impacto (que desloca a curva de demanda agregada).

14- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O resultado nominal


medido pela variação da dívida fiscal líquida é um conceito fiscal restrito que
não está relacionado à necessidade de financiamento do setor público (NFSP).

Comentários: A variação da dívida fiscal líquida (DFL) corresponde justamente


à necessidade de financiamento do setor público (NFSP). Trata-se da parcela de
variação da dívida líquida do setor público (DLSP) decorrente tão somente da
diferença entre despesas e receitas apuradas no exercício, isto é,
desconsiderando os ajustes patrimoniais.

Gabarito: Errado

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Nesses termos, podemos resumir que a variação da dívida líquida do setor


público (DLSP) têm dois componentes: a variação da dívida fiscal líquida (DFL),
que nada mais é que a necessidade de financiamento do setor público (NFSP);
e os ajustes patrimoniais (reconhecimento de “esqueletos”, ajuste metodológico
da dívida externa e receitas de privatizações).

Variação da DLSP

Variação da DFL
Ajustes Patrimoniais
(NFSP conceito nominal)

(+)
(-) Receitas de Outros ajustes
Reconhecimento
Privatizações patrimoniais
de "Esqueletos"

Algebricamente,

ΔDLSP = NFSP – Privatizações + Outros ajustes patrimoniais

Sem impacto fiscal

15- (CESPE/ACE – TCDF/2014) Um pagamento já liquidado


pelo governo federal, mas não sensibilizado na Conta Única do Tesouro
Nacional, não impacta o indicador de superávit primário.

Comentários: Um pagamento já liquidado pelo governo, mas não contabilizado


tempestivamente, é futuramente reconhecido e apurado como ajuste
patrimonial. Afinal, não houve qualquer movimentação de caixa no ano em que
esse ajuste foi feito e, desse modo, não surge nenhuma nova necessidade de
financiamento por parte do governo. Esse ajuste patrimonial afeta tão somente
o estoque da dívida líquida do setor público, mas não seu resultado primário e
nominal.

Gabarito: Correto

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Vamos a um exemplo numérico para facilitar a compreensão, digamos


hipoteticamente que o governo tenha fechado 2017 com uma DLSP de R$ 3,3
trilhões e 2018 com R$ 3,8 trilhões. Ainda, no intuito de desonerar o orçamento,
melhorar a eficiência das estatais e gerar caixa para amortização da dívida
pública, o governo lançou um programa de privatizações, leiloando diversas
empresas estatais, o que gerou receitas que somaram R$ 200 bilhões. Por fim,
mediante auditoria das contas públicas, o Tribunal de Contas da União constatou
inconsistências e omissões no balanço de 2014 decorrentes de pedaladas fiscais
na tentativa de alcançar a meta fiscal por meio de fraude, as quais somaram
um valor de R$ 280 bilhões. Nesse contexto, qual foi a necessidade de
financiamento do setor público apurada no exercício de 2018?
A NFSP em 2018, isto é, a variação da dívida fiscal líquida, corresponde
à diferença entre a variação da dívida líquida do setor público e os ajustes
patrimoniais. Dessa forma, vamos equacionar os valores:
NFSP = ΔDFL = ΔDLSP + Privatizações – Outros ajustes patrimoniais
NFSP = (3.800 – 3.300) + 200 – 280
NFSP = 500 + 200 – 280 = 420 bilhões
A variação da dívida fiscal líquida, que mede o impacto fiscal da atividade
financeira do Estado e corresponde ao conceito de necessidade de financiamento
do setor público, somou R$ 420 bilhões. Por sua vez, a dívida líquida do setor
público variou em R$ 500 bilhões. Essa diferença de R$ 80 bilhões a mais na
variação da dívida líquida foi devida aos ajustes patrimoniais do período: a
contabilização de R$ 280 bilhões em “esqueletos” de governos passados e o
ingresso em caixa de R$ 200 bilhões em receitas de privatizações.

16- (CESPE/Auditor Governamental – CGE-PI/2015) Se


eventual elevação da taxa básica de juros por parte do Banco Central acarretar
a entrada líquida de capitais no país, haverá expansão das reservas
internacionais e contração da dívida líquida do setor público.

Comentários: A dívida líquida do setor público (DLSP) é dada pela soma das
dívidas interna e externa do setor público (governo central, Estados e municípios
e empresas estatais) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e
excluindo-se ativos do setor público, tais como reservas internacionais,
créditos com o setor privado e os valores das privatizações. Assim, o aumento
das reservas contrai a DLSP.

Gabarito: Correto

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3.3 – Conceitos de Déficit Público

As principais variações acerca do déficit público são os conceitos nominal,


operacional e primário. De maneira bem resumida, o resultado nominal abrange
tudo (juros, correção monetária e as demais despesas), o resultado operacional
exclui a correção monetária e, por fim, o resultado primário exclui os juros
nominais.
O resultado nominal corresponde à variação da dívida líquida do setor
público descontatos os efeitos dos ajustes patrimoniais, isto é, corresponde à
variação da dívida fiscal líquida. É o conceito mais abrangente de déficit
público, visto que abarca a totalidade de despesas descontadas as receitas do
governo em um determinado período.

17- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) O resultado


operacional é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença, em
determinado período, entre o fluxo agregado de receitas totais (inclusive de
aplicações financeiras) e de despesas totais (inclusive despesas com juros).

Comentários: O resultado nominal é o conceito fiscal mais amplo, visto que


engloba as despesas primárias e financeiras, sem excluir o efeito da correção
monetária como faz o conceito operacional.

Gabarito: Errado

O resultado operacional corresponde ao resultado nominal excluída


a parcela referente à atualização monetária da dívida líquida. O conceito
de resultado operacional é relevante em países de inflação alta, uma vez que
exclui o impacto da inflação sobre a NFSP. A função da atualização monetária é
simplesmente repor a parcela do estoque da dívida corroída pela variação dos
preços. Em países com baixa inflação, onde o fator correção monetária é pouco
expressivo, o conceito de resultado operacional perde relevância e tende a ser
próximo do resultado nominal.

Resultado Resultado nominal excluída a


operacional atualização monetária da DLSP

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O resultado primário corresponde ao resultado nominal excluída a


parcela referente aos juros nominais (juros reais mais atualização
monetária) incidentes sobre a dívida líquida. O resultado primário, uma vez que
não considera a apropriação de juros sobre a dívida existente, evidencia o
esforço fiscal do setor público livre da “carga” dos deficits incorridos no
passado, já que as despesas líquidas com juros (também chamada carga de
juros) dependem do estoque total da dívida pública e das taxas de juros que
incidem sobre esse estoque. Se o setor público gasta menos do que arrecada,
desconsiderando a apropriação de juros sobre a dívida existente, há superavit
primário.

Resultado Resultado nominal excluídos


primário os juros nominais

18- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O resultado primário do


setor público corresponde ao déficit nominal deduzido dos juros nominais
incidentes sobre a dívida pública.

Comentários: O resultado nominal incorpora o total das despesas e receitas


do governo. Já o conceito primário exclui o pagamento dos juros e das
amortizações da dívida pública, além de outras despesas e receitas financeiras.

Correção Monetária

Juros
Nominais
Resultado
Nominal Juros Reais
(NFSP)

Resultado
Operacional

Resultado Primário

Percebe-se, pois, que o resultado primário corresponde ao resultado nominal


descontados os juros nominais sobre a dívida pública.

Gabarito: Correto

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3.4 – Regime de Caixa x Regime de Competência

As receitas e despesas fiscais podem ser contabilizadas pelo regime de


caixa ou de competência. Pelo regime de caixa, são computadas no período
do efetivo recebimento/desembolso de recursos; no regime de
competência, no período do fato gerador da receita/despesa. Por exemplo,
quando um servidor público de certo Estado da federação trabalha direitinho
durante o mês de outubro de 2017, mas só recebe esse salário em janeiro de
2018, essa despesa será contabilizada em outubro/17 se for apurada pelo
regime de competência, afinal o trabalho executado pelo servidor no referido
mês fez surgir a obrigação ao Estado de pagar seu salário. Por outro lado, a
despesa seria contabilizada em janeiro/18, quando o Estado efetivamente
pagou o salário atrasado desse servidor, se fosse apurada pelo regime de caixa.
O resultado primário divulgado pelo BCB é contabilizado pelo regime
de caixa. Já as despesas financeiras líquidas (juros nominais) são
apuradas pelo regime de competência; com isso, as NFSP no conceito
nominal, formadas pela soma do resultado primário e dos juros nominais, são
computadas de forma híbrida.

Regime de Caixa Regime de Competência

Efetivo pagamento ou Momento do fato gerador do


recebimento de recursos direito ou obrigação

Usado para apurar o Usado para apurar os juros


resultado primário nominais

“O resultado nominal é apurado de forma híbrida: regime de caixa para


o resultado primário e regime de competência para os juros nominais”

19- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) No Brasil, despesas e


receitas fiscais não podem ser contabilizadas de forma híbrida pelo regime de
caixa e pelo regime de competência.

Comentários: O resultado primário é apurado pelo regime de caixa, isto é,


considerando o momento em que as receitas e despesas são arrecadadas ou
pagas. Já as despesas financeiras líquidas (juros nominais) são apuradas pelo
regime de competência, isto é, considerando o momento de ocorrência do fato
gerador daquela obrigação. Visto que o resultado nominal compreende o
resultado primário e financeiro, sua apuração adota regime híbrido.

Gabarito: Errado

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3.5 – A Necessidade de Financiamento do Governo

A necessidade de financiamento do governo (NFG), ou seja, o déficit


do governo, pode ser definido como

NFG = CG + JG + IG – T

Em que CG é o consumo do governo, JG são os juros da dívida pública,


IG é o investimento do governo e T é a receita tributária. Ainda, a poupança
do governo (SG) é definida como sendo a parte da receita tributária (T) que
não foi consumida (CG + JG), ou seja,

SG = T – (CG + JG)

Logo,

NFG = IG – SG

Conclui-se, pois, que a necessidade de financiamento do governo


corresponde ao excesso de investimentos públicos sobre a poupança do
governo. Assim, é incorreto dizer que a existência de déficit público implica uma
poupança negativa. O que ocorre, na verdade, é que a poupança do governo
não é suficiente para cobrir seus investimentos.
Para suprir essa necessidade de financiamento, o governo dispõe de duas
medidas: emissão de moeda ou emissão de dívida. A primeira delas é a forma
inflacionária de se financiar, o governo imprime dinheiro e paga a sua dívida,
processo conhecido por monetização da dívida. A segunda é a forma de se
financiar a partir do endividamento, o governo emite títulos públicos e os
coloca à venda no mercado.

Emissão Banco Central


empresta recursos
Monetária
diretamente ao Tesouro
Financiamento
do Déficit
Emissão Tesouro emite títulos
e os coloca à venda no
de Dívida
mercado

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Em relação ao financiamento mediante emissão monetária, o processo


funciona da seguinte forma: o Banco Central emite moeda, aumentando a base
monetária da economia e, consequentemente, o passivo do banco, e empresta
esses recursos ao Tesouro Nacional, constituindo um ativo em igual valor. Como
a dívida consolidada do setor público engloba todo o setor público não-financeiro
mais o Banco Central, essa operação não afeta em nada a dívida líquida do setor
público, afinal o empréstimo tomado pelo Tesouro compensa aquele concedido
pela autoridade monetária. O efeito final desse tipo de financiamento é
puramente inflacionário, visto que o Banco Central estará expandindo a oferta
de moeda da economia por motivo alheio à sua política monetária. Nesse
contexto, a Constituição Federal de 1988 vedou expressamente esse tipo de
financiamento, protegendo, pois, a função do Banco Central de órgão regulador
da oferta de moeda.

ART. 164. A COMPETÊNCIA DA UNIÃO


PARA EMITIR MOEDA SERÁ EXERCIDA
EXCLUSIVAMENTE PELO BANCO
CENTRAL.

§ 1º É VEDADO AO BANCO CENTRAL CONCEDER, DIRETA OU INDIRETAMENTE,


EMPRÉSTIMOS AO TESOURO NACIONAL E A QUALQUER ÓRGÃO OU ENTIDADE QUE
NÃO SEJA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.

§ 2º O BANCO CENTRAL PODERÁ COMPRAR E VENDER TÍTULOS DE EMISSÃO DO


TESOURO NACIONAL, COM O OBJETIVO DE REGULAR A OFERTA DE MOEDA OU A
TAXA DE JUROS.

Percebam que o § 1º do Art. 164 da CF/88 impede o financiamento do


déficit público mediante emissão monetária. Por sua vez, o § 2º autoriza o Banco
Central a realizar operações em mercado aberto, que se trata de um
instrumento de política monetária de que dispõe a instituição para regular a
oferta de moeda da economia.
Em relação ao financiamento mediante emissão de dívida, não há
deflagração de processo inflacionário, em contrapartida o estoque da dívida
pública aumenta e, por conseguinte, maiores serão as despesas financeiras
dessa dívida no futuro, o que pode vir a restringir cada vez mais o orçamento
público. No entanto, não há problema em emitir novas dívidas, desde que sua
trajetória seja sustentável.

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3.6 – A Sustentabilidade da Dívida Pública

A dívida pública é dita sustentável quando o valor do fluxo futuro de


receitas menos despesas é suficiente para liquidar o estoque da dívida, isso
implica que o valor da dívida pública não deve ser superior ao valor presente de
todos os superávits primários futuros.

“A dívida pública é dita sustentável quando o valor


do fluxo futuro de receitas menos despesas é
suficiente para liquidar o estoque da dívida”

Um indicador útil para avaliar a capacidade de solvência de um país é a


sua relação dívida/PIB, visto que o valor da dívida, por si só, não diz muito
se não soubermos o tamanho da economia, já que o valor dos superávits
potenciais depende, entre outras variáveis, do total de recursos que essa
economia é capaz de produzir. Além disso, toda avaliação de sustentabilidade
requer a formação de crenças acerca da capacidade do país de fazer o
necessário sacrifício para gerar os superávits que garantam que a dívida não
será "rolada" eternamente, mas amortizada aos poucos ao longo do tempo.

20- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) A presença de superávits


primários recorrentes é condição insuficiente para garantir a sustentabilidade
do endividamento público.

Comentários: A dívida pública é dita sustentável quando o valor do fluxo futuro


de receitas menos despesas é suficiente para liquidar o estoque da dívida. Os
superávits primários recorrentes são fundamentais para a amortização da dívida
pública ao longo do tempo. No entanto, se tais superávits não forem suficientes
para cobrir as despesas com juros, o estoque da dívida seguirá uma trajetória
crescente e insustentável.

Gabarito: Correto

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Pessoal, finalizamos nossa aula sobre setor público. A princípio, toda essa
exposição de conceitos e nomenclaturas novas pode parecer um pouco
maçante, mas com um pouco de prática e fazendo exercícios, vocês pegarão o
jeito e estarão bem preparados para o dia da prova. Na sequência, trago uma
lista contendo algumas dicas a respeitos desse tema:
1 – Funções Econômicas do Governo: é muito importante saber
diferenciar cada função. As questões costumam dar um exemplo de alguma
ação do Estado para então pedirem a sua devida classificação.
2 – Conceitos de Dívida Pública: tudo que foi apresentado na aula é
potencial objeto de cobrança, em especial a diferença entre os tipos de déficit
público (nominal, operacional e primário).

Pessoal, é isso aí!


Qualquer dúvida, estarei disponível no fórum! Não hesitem em me
procurar por lá!

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3 – Questões Comentadas

21- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) A atuação do


governo na economia tem como objetivo promover a melhoria do bem-estar
coletivo por meio da eliminação das distorções causadas pelos mercados. NÃO
faz parte das funções do governo

a) arrecadar impostos.

b) determinar os bens que o mercado deve produzir.

c) efetuar gastos para a manutenção da máquina pública, como o funcionalismo


estatal e o cuidado com o patrimônio estatal.

d) fornecer bens e serviços públicos.

e) efetuar transferências, como pensões e seguro-desemprego.

Comentários: O governo não determina o que o mercado deve produzir, mas


apenas introduz alguns estímulos para induzir a produção privada no intuito de
minimizar uma externalidade negativa ou aumentar uma positiva.

Gabarito: B

22- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) No que se refere


ao desenvolvimento econômico, cabe ao Estado, dentre outras funções,

a) garantir apenas o direito à propriedade e a manutenção dos contratos por


meio de uma administração eficiente do poder judiciário.

b) fornecer crédito em condições favoráveis às empresas de acordo com a


contribuição feita por estas à campanha eleitoral do governo eleito.

c) deixar ao mercado a resolução completa dos problemas econômicos por meio


da definição de bons contratos particulares.

d) ajustar-se aos objetivos econômicos dos grupos economicamente mais


relevantes, buscando sempre reduzir a tributação incidente sobre os
empresários.

e) investir em infraestrutura, promover o investimento privado em setores


estratégicos e garantir o acesso da população à educação e saúde.

Comentários: A respeito das funções do Estado que visem ao desenvolvimento


econômico, analisemos as alternativas:

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a) garantir apenas o direito à propriedade e a manutenção dos contratos por


meio de uma administração eficiente do poder judiciário.

Errado. O Estado também deve garantir o direito de propriedade e a


manutenção do judiciário, mas suas funções não se esgotam aí.

b) fornecer crédito em condições favoráveis às empresas de acordo com a


contribuição feita por estas à campanha eleitoral do governo eleito.

Errado. Nosso amigo Joesley, daquela indústria de alimentos, erraria essa


questão. O governo pode fornecer crédito em condições favoráveis às empresas
de determinados setores entendidos como estratégicos ao desenvolvimento
nacional, mas jamais em forma de troca de favores.

c) deixar ao mercado a resolução completa dos problemas econômicos por meio


da definição de bons contratos particulares.

Errado. Como existem falhas de mercado, que impedem a alocação eficiente


de recursos, nem sempre o livre mercado é a melhor solução.

d) ajustar-se aos objetivos econômicos dos grupos economicamente mais


relevantes, buscando sempre reduzir a tributação incidente sobre os
empresários.

Errado. Pelo contrário, a tributação deve ser progressiva, isto é, paga-se mais
imposto quem tem mais capacidade contributiva.

e) investir em infraestrutura, promover o investimento privado em setores


estratégicos e garantir o acesso da população à educação e saúde.

Correto. A afirmação resume bem o que o Estado deve buscar ao intervir no


domínio econômico.

Gabarito: E

23- (FCC/Auditor – TCM-RJ/2015) A função desenvolvida pelo Estado com


o objetivo de assegurar o ajustamento necessário na apropriação de recursos
na economia, visando a correção das imperfeições inerentes à própria lógica de
mercado, denomina-se função

a) normativa.

b) distributiva.

c) estabilizadora.

d) administrativa.

e) alocativa.

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Comentários: Ao corrigir falhas de mercado, como externalidades e


assimetrias de informação, o Estado busca aumentar o bem-estar da sociedade,
melhorando a eficiência alocativa dos recursos da economia.

Gabarito: E

24- (FCC/Analista Legislativo – ALEPE/2014) Em relação às funções do


Estado na economia,

a) para que o Estado possa cumprir adequadamente sua função distributiva,


necessariamente terá de abrir mão das funções alocativa e estabilizadora,
levando o país a suportar surtos inflacionários.

b) a adoção de políticas de transferência de renda em favor de populações mais


carentes é um instrumento para que o Estado cumpra sua função distributiva.

c) os instrumentos de política monetária não são adequados para que o Estado


cumpra sua função estabilizadora.

d) a criação de empresas estatais é o único meio pelo qual o Estado poderá


cumprir suas funções alocativa e distributiva.

e) para que o Estado possa cumprir com suas funções alocativa e distributiva
acabará necessariamente incorrendo em déficit orçamentário, sacrificando
assim a função estabilizadora.

Comentários: A respeito das funções do Estado na economia, analisemos as


alternativas:

a) para que o Estado possa cumprir adequadamente sua função distributiva,


necessariamente terá de abrir mão das funções alocativa e estabilizadora,
levando o país a suportar surtos inflacionários.

Errado. As funções do governo não competem necessariamente entre si. É


possível que o governo institua imposto sobre grandes fortunas no intuito de
alocar esses recursos no fornecimento de educação pública básica nas regiões
menos desenvolvidas do país e, com isso, melhorar o nível de renda e emprego
no médio prazo. Esse exemplo mostra como as funções podem ser
harmonizadas.

b) a adoção de políticas de transferência de renda em favor de populações mais


carentes é um instrumento para que o Estado cumpra sua função distributiva.

Correto. A função distributiva busca tornar compatíveis entre si a distribuição


das remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica via mercado
e aquela que atende aos princípios de justiça social.

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c) os instrumentos de política monetária não são adequados para que o Estado


cumpra sua função estabilizadora.

Errado. Os instrumentos de política monetária são fundamentais na consecução


de níveis estáveis de preços e emprego.

d) a criação de empresas estatais é o único meio pelo qual o Estado poderá


cumprir suas funções alocativa e distributiva.

Errado. A função alocativa diz respeito ao provimento de bens públicos, como


defesa nacional, justiça e segurança das fronteiras. Ainda que as estatais
possam prover outros tipos de bens públicos, para os exemplos anteriores isso
não é necessário.

e) para que o Estado possa cumprir com suas funções alocativa e distributiva
acabará necessariamente incorrendo em déficit orçamentário, sacrificando
assim a função estabilizadora.

Errado. Uma boa gestão das finanças públicas pode fazer com que a função
alocativa seja adequadamente cumprida sem precisar incorrer em déficit.

Gabarito: B

25- (FCC/Auditor – TCE-SP/2013) Segundo a classificação de Richard


Musgrave sobre as funções do setor público (Estado), em economias de
mercado, é correto afirmar:

a) Faz parte da função distributiva do Estado a produção de bens e serviços de


infraestrutura, já que estes beneficiam principalmente a população carente.

b) O Estado desempenha sua função estabilizadora na economia ao diminuir


impostos quando a economia está em depressão.

c) O programa bolsa-família é um exemplo da função alocativa do Estado, já


que o Estado minimiza a pobreza ao alocar recursos para os mais pobres.

d) Produzir bens públicos é um exemplo da função estabilizadora desempenhada


pelo Estado.

e) O Estado desempenha bem sua função distributiva quando cobra impostos


progressivos sobre a renda e efetua gastos que beneficiam as pessoas de maior
nível de renda.

Comentários: A respeito das três funções básicas do Estado na economia,


analisemos as alternativas:

a) Faz parte da função distributiva do Estado a produção de bens e serviços


de infraestrutura, já que estes beneficiam principalmente a população carente.

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Errado. A provisão de bens por parte do Estado corresponde a sua função


alocativa.

b) O Estado desempenha sua função estabilizadora na economia ao diminuir


impostos quando a economia está em depressão.

Correto. Ao diminuir impostos o governo pratica uma política fiscal


expansionista, estimulando a demanda agregada e, com isso, aumentando a
atividade econômica, o que condiz com sua função estabilizadora.

c) O programa bolsa-família é um exemplo da função alocativa do Estado, já


que o Estado minimiza a pobreza ao alocar recursos para os mais pobres.

Errado. O programa bolsa-família é um programa de transferência de renda da


população mais rica para a mais pobre, o que condiz com a função distributiva
do Estado.

d) Produzir bens públicos é um exemplo da função estabilizadora


desempenhada pelo Estado.

Errado. A função alocativa diz respeito ao provimento de bens e serviços


públicos.

e) O Estado desempenha bem sua função distributiva quando cobra impostos


progressivos sobre a renda e efetua gastos que beneficiam as pessoas de maior
nível de renda.

Errado. A função distributiva busca maior equidade na distribuição de renda e,


por isso, a política de gastos deve se voltar aos estratos de menor renda da
sociedade.

Gabarito: B

26- (FCC/Analista – SEAD-PI/2013) No Sistema Único de Saúde, o


fornecimento de serviços hospitalares e ambulatoriais de alta complexidade
para toda a população pelo governo estadual se relaciona com a sua função

a) alocativa, com a produção de bens privados.

b) distributiva, com a provisão de bens públicos.

c) alocativa, com a provisão de bens públicos.

d) estabilizadora, com a produção de bens públicos.

e) alocativa, com a provisão de bens semipúblicos.

Comentários: A provisão de bens por parte do Estado corresponde a sua


função alocativa. Por sua vez, os bens semipúblicos ou bens meritórios são

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aqueles cujo consumo, ainda que sujeito ao princípio da exclusão, são providos
pelo Estado pelo fato de gerarem altos benefícios sociais e externalidades
positivas, como saúde e educação.

Gabarito: E

27- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) Dentre as funções


econômicas do governo, a função

a) econômica moderadora do Estado atua por meio da expansiva criação de


empresas estatais que substituem o setor privado quando o poder econômico
deste último tende a violar os princípios de justiça social, no sentido de Pareto.

b) distributiva do Estado, faz uso da política monetária para efetuar


transferências de recursos entre contribuintes com diferentes níveis de
conhecimento técnico e educacional, por serem estes os principais fatores
condicionantes do sucesso econômico via mercado.

c) estabilizadora faz uso das políticas fiscal e monetária para garantir o bom uso
qualitativo dos recursos nacionais, direcionando o setor privado na produção de
externalidades positivas e na mitigação daquelas de natureza danosa à
eficiência econômica.

d) econômica normativa do governo, decorre diretamente da possibilidade de


violação dos princípios da economia pública, como a desigualdade social e
elevação da criminalidade, bem como o descontrole do gasto público em esferas
subnacionais.

e) alocativa prevê ajustamentos na alocação de recursos com vistas à maior


eficiência na utilização dos recursos disponíveis na economia e refere-se à
possibilidade de economias externas ou necessidades coletivas, como
infraestrutura econômica.

Comentários: A necessidade da intervenção do governo sobre a economia se


deve à constatação de que o sistema de mercado não consegue cumprir
adequadamente algumas funções. Segundo a doutrina, são 3 as funções que o
governo exerce na economia:

1. Função alocativa: está associada ao fornecimento de bens e serviços


não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado;
2. Função distributiva: o governo funciona como um agente redistribuidor
de renda; e
3. Função estabilizadora: está relacionada com a intervenção do Estado
na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e
emprego.

Analisemos as alternativas:

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a) econômica moderadora do Estado atua por meio da expansiva criação de


empresas estatais que substituem o setor privado quando o poder econômico
deste último tende a violar os princípios de justiça social, no sentido de Pareto.

Errado. Não existe essa função moderadora. Ademais, a criação de estatais não
se justifica pela existência de poder econômico do setor privado. Nesse caso, o
Estado deve atuar como agente regulador, não como empresário.

b) distributiva do Estado, faz uso da política monetária para efetuar


transferências de recursos entre contribuintes com diferentes níveis de
conhecimento técnico e educacional, por serem estes os principais fatores
condicionantes do sucesso econômico via mercado.

Errado. A função distributiva não é exercida por meio de políticas monetárias,


mas por meio de políticas fiscais. Ainda, o parâmetro adotado pelo Estado para
decidir as fontes e os destinos das transferências de renda é justamente a renda
do contribuinte, não o conhecimento técnico e educacional.

c) estabilizadora faz uso das políticas fiscal e monetária para garantir o bom
uso qualitativo dos recursos nacionais, direcionando o setor privado na produção
de externalidades positivas e na mitigação daquelas de natureza danosa à
eficiência econômica.

Errado. Direcionar o setor privado na produção de externalidades positivas está


mais associado à função alocativa. Por meio dela, o Estado cria incentivos
(positivos ou negativos) ao setor privado que os direciona nesse sentido. Já a
função estabilizadora está relacionada à manutenção da estabilidade dos
preços, de um nível adequado de emprego e crescimento econômico.

d) econômica normativa do governo, decorre diretamente da possibilidade de


violação dos princípios da economia pública, como a desigualdade social e
elevação da criminalidade, bem como o descontrole do gasto público em esferas
subnacionais.

Errado. Não existe essa função normativa na literatura. Ademais, desigualdade


social e criminalidade não são violações de princípios da economia pública, na
verdade são questões afetas a políticas sociais.

e) alocativa prevê ajustamentos na alocação de recursos com vistas à maior


eficiência na utilização dos recursos disponíveis na economia e refere-se à
possibilidade de economias externas ou necessidades coletivas, como
infraestrutura econômica.

Correto. A função alocativa está associada ao fornecimento de bens e serviços


não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. Por meio dela, o
Estado oferta aos cidadãos escolas, estradas, hospitais, etc.

Gabarito: E

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28- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) Sobre as funções


dos governos, considere:

I. A função distributiva busca tornar compatíveis entre si a distribuição das


remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica via mercado e
aquela que atende aos princípios de justiça social.

II. A função competitiva do governo decorre diretamente da presença de bens


comuns, os quais são oferecidos simultaneamente pelo Estado e pelo setor
privado, como é o caso da educação básica e do sistema de saúde.

III. A função alocativa decorre da existência de bens públicos.

IV. A função estabilizadora implica o uso das políticas fiscal e monetária para
garantir o bom uso dos recursos apenas em momentos de recessão, quando o
desemprego aumenta e a taxa de câmbio se valoriza.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) I e III.

c) I e II.

d) II, III e IV.

e) I, III e IV.

Comentários: A necessidade da intervenção do governo sobre a economia se


deve à constatação de que o sistema de mercado não consegue cumprir
adequadamente algumas funções. Segundo a doutrina, são 3 as funções que o
governo exerce na economia:

• Função alocativa: está associada ao fornecimento de bens e serviços


não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado;
• Função distributiva: o governo funciona como um agente redistribuidor
de renda; e
• Função estabilizadora: está relacionada com a intervenção do Estado
na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e
emprego.

Analisemos as afirmativas:

I. A função distributiva busca tornar compatíveis entre si a distribuição das


remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica via mercado e
aquela que atende aos princípios de justiça social.

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Correto. A afirmativa descreve exatamente a função distributiva que o governo


exerce na economia. Para alcançá-la o governo deve harmonizar equidade
(justiça social) e eficiência econômica (livre interação dos agentes de mercado).

II. A função competitiva do governo decorre diretamente da presença de bens


comuns, os quais são oferecidos simultaneamente pelo Estado e pelo setor
privado, como é o caso da educação básica e do sistema de saúde.

Errado. Não existe essa função do governo. Ademais, a oferta de bens semi-
públicos (educação e saúde) pelo Estado se justifica pela necessidade de
estender tais bens essenciais àqueles incapazes de obtê-los diretamente do
mercado. Não se trata de uma competição entre público e privado.

III. A função alocativa decorre da existência de bens públicos.

Correto. Conforme descrito acima, a oferta de bens públicos está associada à


função alocativa do governo.

IV. A função estabilizadora implica o uso das políticas fiscal e monetária para
garantir o bom uso dos recursos apenas em momentos de recessão, quando o
desemprego aumenta e a taxa de câmbio se valoriza.

Errado. A função estabilizadora não se limita apenas aos momentos de


recessão. O Estado deve dispor dos instrumentos de política fiscal e monetária
continuamente a fim de perseguir os objetivos de crescimento econômico,
controle da inflação e baixo desemprego.

Gabarito: B

29- (FCC/Profissional Superior – ELETROSUL/2016) Sobre finanças


públicas, considere:

I. A Necessidade de Financiamento do Setor Público − NFSP, no conceito


nominal, exclui os juros sobre a dívida pública.

II. Para o cálculo do resultado das contas públicas, o conceito “abaixo da linha”
mede o resultado pelo lado do financiamento.

III. No conceito operacional da NFSP, considera-se o componente financeiro real


do resultado fiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) III.

b) II.

c) I.

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d) I e II.

e) II e III.

Comentários: A respeito dos conceitos de dívida e déficit público, analisemos


as assertivas:

I. A Necessidade de Financiamento do Setor Público − NFSP, no conceito


nominal, exclui os juros sobre a dívida pública.

Errado. O conceito nominal inclui tudo, juros e correção monetária.

II. Para o cálculo do resultado das contas públicas, o conceito “abaixo da linha”
mede o resultado pelo lado do financiamento.

Correto. O critério “abaixo da linha”, aplicado pelo Banco Central para apurar
o déficit nominal, mensura a necessidade de financiamento do setor público
(NFSP) no ano corrente.

III. No conceito operacional da NFSP, considera-se o componente financeiro real


do resultado fiscal.

Correto. O conceito operacional da NFSP exclui os efeitos da correção


monetária sobre os juros da dívida pública.

Gabarito: E

30- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) De acordo com a


teoria das finanças públicas,

a) o financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de


senhoriagem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

b) o orçamento público é constituído pelo conjunto de recursos arrecadados na


forma de tributos e pelo direcionamento desses recursos ao suprimento das
necessidades da sociedade, na forma de gastos públicos. O equilíbrio entre os
dois lados do orçamento, caracteriza um superávit fiscal primário.

c) o teorema do orçamento equilibrado estabelece que um aumento no gasto


financiado inteiramente por meio de maior arrecadação gera efeitos nulos sobre
a atividade econômica.

d) as necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre


investimento do governo e poupança do governo.

e) a obtenção de um superávit primário é condição suficiente para garantir o


equilíbrio das contas públicas, mesmo na presença de obrigações na forma de
serviço de juros sobre a dívida pública.

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Comentários: A questão versa sobre os conceitos de financiamento do setor


público. Vejamos as alternativas:

a) o financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de


senhoriagem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

Errado. Entende-se por senhoriagem a receita do governo resultante do poder


de monopólio de emissão de moeda. Entretanto, o governo não pode justificar
a adoção desse mecanismo de financiamento apenas porque perdeu o controle
das contas públicas, uma vez que o financiamento do déficit via senhoriagem
(monetização do déficit) gera fortes pressões inflacionárias.

b) o orçamento público é constituído pelo conjunto de recursos arrecadados na


forma de tributos e pelo direcionamento desses recursos ao suprimento das
necessidades da sociedade, na forma de gastos públicos. O equilíbrio entre os
dois lados do orçamento, caracteriza um superávit fiscal primário.

Errado. Se há equilíbrio entre receitas primárias (tributos) e despesas primárias


(gastos públicos não financeiros), não há que se falar em déficit ou superávit
primário, uma vez que o resultado primário é nulo nessas condições.

c) o teorema do orçamento equilibrado estabelece que um aumento no gasto


financiado inteiramente por meio de maior arrecadação gera efeitos nulos sobre
a atividade econômica.

Errado. Enuncia o teorema do orçamento equilibrado (ou teorema de


Haavelmo) que “se o governo efetuar gastos no mesmo montante dos tributos
recolhidos (orçamento equilibrado), a renda, em vez de permanecer constante,
como se poderia supor, aumentará de um montante igual ao aumento de G e
T”. Em que G e T representam os gastos e a receita tributária, respectivamente.

d) as necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre


investimento do governo e poupança do governo.

Correto. A necessidade de financiamento do governo (NFG), ou seja, o déficit


do governo, pode ser definido como

NFG = CG + JG + IG – T

Em que CG é o consumo do governo, JG são os juros da dívida pública, IG é o


investimento do governo e T é a receita tributária. Ainda, a poupança do
governo (SG) é definida como sendo a parte da receita tributária (T) que não
foi consumida (CG + JG), ou seja,

SG = T – (CG + JG)

Rearranjando a expressão da NFG,

T – (CG + JG) = IG – NFG = SG

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Logo,

NFG = IG – SG

Portanto, conclui-se que as necessidades de financiamento do governo são


dadas pela diferença entre investimento do governo e poupança do governo.

e) a obtenção de um superávit primário é condição suficiente para garantir o


equilíbrio das contas públicas, mesmo na presença de obrigações na forma de
serviço de juros sobre a dívida pública.

Errado. O equilíbrio das contas públicas significa um resultado nominal nulo,


ou seja, o superávit primário deve ser igual ao déficit financeiro (juros da
dívida). Assim, não basta alcançar um superávit primário para garantir o
equilíbrio. Esse superávit deve ser grande o suficiente para conseguir pagar os
juros da dívida. Logo, a obtenção de um superávit primário não é condição
suficiente para garantir o equilíbrio, mas uma condição necessária.

Gabarito: D

31- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) As Necessidades


de Financiamento do Setor Público − NFSP NÃO

a) dependem, dentre outros fatores, do déficit fiscal do governo.

b) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

c) denotam a variação da dívida líquida do setor público somada ao saldo líquido


dos ajustes patrimoniais do setor público.

d) representam o estoque total da dívida pública de um país.

e) dependem da diferença entre o serviço de juros da dívida pública e o


superávit primário.

Comentários: Essa questão versa sobre os conceitos de financiamento do setor


público. A NFSP corresponde à variação do endividamento do setor público entre
dois períodos. Segundo Rezende, a dívida fiscal líquida (DFL) compreende a
dívida líquida do setor público (DLSP) descontada dos ajustes patrimoniais
(passivos contingentes e privatizações).

A questão pede a alternativa incorreta quanto à NFSP. Vejamos:

a) dependem, dentre outros fatores, do déficit fiscal do governo.

Correto. A NFSP depende do déficit fiscal do governo, afinal ambos os conceitos


nos remetem à variação do endividamento do setor público entre dois períodos.

b) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

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Correto. O governo tem quatro alternativas para financiar a NFSP: emissão


monetária, lançamento de títulos públicos, empréstimos bancários (internos e
externos) e tributação. Cada alternativa produz um efeito sobre a economia, a
emissão de títulos público, por exemplo, aumenta o estoque da dívida, porém
não gera pressão inflacionária.

c) denotam a variação da dívida líquida do setor público somada ao saldo líquido


dos ajustes patrimoniais do setor público.

Correto. A NFSP corresponde a variação da dívida líquida do setor público


somada ao saldo líquido dos ajustes patrimoniais do setor público.

ΔDLSP = NFSP – Privatizações + Outros ajustes patrimoniais

NFSP = ΔDLSP + Saldo líquido dos ajustes patrimoniais do setor público

d) representam o estoque total da dívida pública de um país.

Errado. Não se deve confundir déficit e dívida pública, enquanto o primeiro é


uma variável fluxo, a segunda é uma variável estoque. O conceito de déficit
(NFSP) é dinâmico, ou seja, é contabilizado ao longo de um período específico.
Já a dívida pública é um conceito estático, medido em uma data específica. A
alternativa estaria correta se dissesse que a NFSP representa a variação do
estoque total da dívida pública.

e) dependem da diferença entre o serviço de juros da dívida pública e o


superávit primário.

Correto. O resultado nominal corresponde ao superávit primário descontados


os juros da dívida pública e as correções monetárias, como ilustra o esquema
abaixo. Se o resultado nominal é deficitário, obviamente há NFSP.

Correção Monetária

Juros
Nominais
Resultado
Nominal Juros Reais
(NFSP)

Resultado
Operacional

Resultado Primário

Gabarito: D

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32- (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ-PI/2015) Considere que


a condição de equilíbrio da relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:

h = d . [(i − y) / (1 + y)] − s

Onde:

h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB

d = relação Dívida Pública/PIB

y = taxa de variação nominal do PIB

i = taxa nominal de juros

s = relação de senhoriagem/PIB

Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como


proporção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função

a) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

b) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função


inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem negativa.

c) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

d) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

e) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

Comentários: A questão versa sobre o equilíbrio da dívida pública. Entretanto,


para resolver essa questão, basta fazer uma interpretação matemática da
fórmula fornecida. Para isso, deve-se saber que uma variação direta significa
que as duas variáveis variam no mesmo sentido (se uma aumentar, a outra
também aumenta) e uma variação inversa significa que as variáveis variam em
sentidos opostos. A tabela abaixo resume a relação das variáveis da fórmula e
o superávit primário do setor público (h).

Aumento Efeito sobre o


Relação
da variável Superávit (h)
d Aumenta Direta
y Diminui Inversa
i Aumenta Direta
s Diminui Inversa

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Da análise, conclui-se que o superávit primário do setor público é uma função


direta da própria relação dívida/PIB (d) e da taxa de juros nominal (i) e uma
função inversa do crescimento nominal da economia (y) e da razão
senhoriagem/PIB (s).

Gabarito: C

33- (FCC/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – SEFIN-RO/2010)


Considere as assertivas a seguir.

I. Os bens públicos são caracterizados por terem elasticidade-renda negativa,


apesar de serem meritórios, motivo pelo qual devem ser oferecidos pelo
governo.

II. O déficit público nominal não inclui os juros da dívida pública, mas contabiliza
todos os débitos pendentes registrados na rubrica "Restos a Pagar".

III. Quando, na produção de um determinado bem, o custo marginal social é


superior ao preço de mercado praticado, diz-se que há externalidade negativa.
Uma das formas para se corrigir essa falha de mercado pode ser a imposição de
uma taxa sobre a produção do referido bem.

IV. Um dos principais indicadores do déficit público no Brasil é sua medida


financeira dada pela "Necessidade de Financiamento do Setor Público"
mensurado e divulgado pelo Banco Central do Brasil.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários: A respeito do setor público, analisemos as assertivas:

I. Os bens públicos são caracterizados por terem elasticidade-renda


negativa, apesar de serem meritórios, motivo pelo qual devem ser oferecidos
pelo governo.

Errado. Uma elasticidade-renda negativa significa que quanto maior a renda do


indivíduo, menor é o consumo do bem. Quando pensamos nos hospitais e nos
meios de transporte público, isso até faz sentido, mas essa afirmação está
equivocada. Tomemos como contraexemplo as estradas e a iluminação pública.

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II. O déficit público nominal não inclui os juros da dívida pública, mas
contabiliza todos os débitos pendentes registrados na rubrica "Restos a Pagar".

Errado. O esquema abaixo ilustra a relação entre os diferentes conceitos de


déficit público.

Correção Monetária

Juros
Nominais
Resultado
Nominal Juros Reais
(NFSP)

Resultado
Operacional

Resultado Primário

Percebam que o conceito nominal inclui sim os juros bem como a correção
monetária.

III. Quando, na produção de um determinado bem, o custo marginal social é


superior ao preço de mercado praticado, diz-se que há externalidade negativa.
Uma das formas para se corrigir essa falha de mercado pode ser a imposição de
uma taxa sobre a produção do referido bem.

Correto. Quando o custo marginal social na produção de um bem é superior ao


preço de mercado, isso significa que o sistema de preços não consegue
internalizar todos os custos da produção daquele bem. Esta falha de mercado é
chama de externalidade negativa. Uma forma de tentar corrigi-la é mediante a
imposição de um imposto sobre a produção (imposto de Pigou), de forma que o
produtor internalize os custos sociais em excesso.

IV. Um dos principais indicadores do déficit público no Brasil é sua medida


financeira dada pela "Necessidade de Financiamento do Setor Público"
mensurado e divulgado pelo Banco Central do Brasil.

Correto. A necessidade de financiamento do setor público (NFSP) corresponde


ao conceito de déficit nominal, referindo-se à variação da dívida fiscal líquida
entre dois períodos de tempo. Trata-se de um indicador do déficit público
apurado pelo Banco Central segundo o critério “abaixo da linha”.

Gabarito: E

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34- (FCC/Economista – AL-MS/2016) Avalie a afirmação: "Quando o déficit


público é positivo, ele aumenta a dívida pública e, quando negativo, reduz a
dívida pública".

Essa afirmação é

a) incorreta, pois o déficit não influencia a dinâmica da dívida pública.

b) incorreta, pois déficit e dívida representam conceito de fluxo.

c) correta, sendo déficit um conceito de fluxo e dívida um conceito de estoque.

d) incorreta, pois déficit é um conceito de dispêndio usado para medir o gasto


agregado enquanto a dívida pública é medida pelo Tesouro Nacional.

e) incorreta, pois ambos, déficit e dívida são conceitos de estoques e um não


influencia o outro.

Comentários: A variável estoque é uma variável que é medida em uma


determinada data, seu conceito é estático. Já a variável fluxo é medida para
um determinado período. Um exemplo de variável estoque é a dívida pública,
que pode ser mensurada a qualquer momento e apura a realidade da dívida
naquela data precisa. Já o déficit público é uma variável fluxo, pois é apurado
de ano em ano e mede justamente a variação da dívida pública a cada ano.

Gabarito: C

35- (FCC/Analista Previdenciário – MANAUSPREV/2015) Em caso de


desequilíbrio no orçamento público (déficit ou superávit fiscal),

a) as necessidades de financiamento do setor público serão tão maiores quanto


menor for a capacidade arrecadadora dos governos em diferentes níveis e
quanto menor for a flexibilidade dos gastos governamentais para baixo.

b) se o superávit primário for menor do que o montante requerido para o


pagamento dos serviços de juros da dívida pública, o país deve declarar
moratória da dívida externa.

c) um déficit público nominal pode ser financiado apenas por emissão


monetária, uma vez que a incapacidade do governo em honrar seus
compromissos financeiros levaria o mercado a automaticamente rejeitar a
compra de títulos públicos.

d) a obtenção de um superávit primário é suficiente para garantir o equilíbrio


das contas públicas.

e) um déficit primário do setor público significa necessariamente que os gastos


estão excessivamente elevados por conta de má gestão dos recursos públicos.

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Comentários: A respeito das finanças públicas, analisemos as alternativas:

a) as necessidades de financiamento do setor público serão tão maiores quanto


menor for a capacidade arrecadadora dos governos em diferentes níveis e
quanto menor for a flexibilidade dos gastos governamentais para baixo.

Correto. Essa alternativa descreve o quadro fiscal brasileiro a partir de 2013:


menor capacidade arrecadadora decorrente da queda da atividade econômica e
gastos públicos dominados por despesas obrigatórias, como benefícios
previdenciários e despesas de pessoal. Esses fatores combinados agravam o
resultado nominal, ampliando as necessidades de financiamento do setor
público.

b) se o superávit primário for menor do que o montante requerido para o


pagamento dos serviços de juros da dívida pública, o país deve declarar
moratória da dívida externa.

Errado. A moratória da dívida externa é o famoso “calote”, trata-se de uma


medida extrema, quando o país não consegue saldar suas obrigações externas.
Se o superávit primário é inferior à despesa financeira, basta financiar a
diferença com a emissão de títulos públicos.

c) um déficit público nominal pode ser financiado apenas por emissão


monetária, uma vez que a incapacidade do governo em honrar seus
compromissos financeiros levaria o mercado a automaticamente rejeitar a
compra de títulos públicos.

Errado. Por mais difícil que seja para o governo alcançar um resultado
superavitário, o mercado não rejeita os títulos públicos, mas exige o pagamento
de juros cada vez maiores, conforme aumenta o risco soberano.

d) a obtenção de um superávit primário é suficiente para garantir o equilíbrio


das contas públicas.

Errado. Esse superávit primário deve ser pelo menos suficiente para liquidar a
despesa financeira, de forma que o estoque da dívida pública não siga uma
trajetória crescente.

e) um déficit primário do setor público significa necessariamente que os gastos


estão excessivamente elevados por conta de má gestão dos recursos públicos.

Errado. Um déficit primário pode ser influenciado por fatores externos como o
câmbio. Pode ser que uma crise internacional tenha afetado a atividade
econômica com impacto negativo sobre a arrecadação e, consequentemente,
sobre o resultado primário.

Gabarito: A

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36- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) Sobre os conceitos


de déficit fiscal e dívida pública, é correto afirmar que

a) superávits fiscais mais elevados tornam mais difícil o controle do


endividamento público, pois significam que o governo está gastando mais com
investimentos públicos.

b) quanto maior for a taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro para
comprar os títulos públicos, mais sustentável será o estoque de dívida.

c) o resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e despesas


primárias não financeiras.

d) a Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída no Brasil no ano 2000, passou a


transferir o déficit fiscal de estados e municípios para o governo federal, para
evitar a interrupção dos serviços públicos locais.

e) há uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e


o aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio
de senhoriagem real.

Comentários: A respeito das finanças públicas, analisemos as alternativas:

a) superávits fiscais mais elevados tornam mais difícil o controle do


endividamento público, pois significam que o governo está gastando mais com
investimentos públicos.,

Errado. Quanto mais superávit fiscal, mais recursos dispõe o governo para
amortizar o estoque da dívida e, consequentemente, controlar o endividamento.

b) quanto maior for a taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro para
comprar os títulos públicos, mais sustentável será o estoque de dívida.

Errado. Quanto maior for a taxa de juros, maior será a despesa financeira e,
portanto, pior será o resultado nominal e a sustentabilidade da dívida.

c) o resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e despesas


primárias não financeiras.

Errado. O resultado nominal do setor público abrange o resultado primário e o


financeiro.

d) a Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída no Brasil no ano 2000, passou a


transferir o déficit fiscal de estados e municípios para o governo federal, para
evitar a interrupção dos serviços públicos locais.

Errado. O governo federal não assumiu dívida de ninguém. O que a LRF fez foi
definir limites para o endividamento dos entes, de tal forma que a gestão fiscal
dos entes subnacionais não comprometesse a condução da política
macroeconômica na esfera federal.

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e) há uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e


o aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio
de senhoriagem real.

Correto. Se o governo não lançar mão da emissão monetária como meio de


financiar seus gastos, a alternativa será a emissão de títulos. Logo, existe uma
correspondência direta entre déficits fiscais e o aumento do estoque da dívida
pública.

Gabarito: E

37- (FCC/Auditor Fiscal – SEFAZ-PE/2014) Sobre a evolução recente da


economia brasileira, considere:

I. Os recorrentes superávits operacionais das contas públicas são explicados


pela necessidade de se pagar elevadas taxas de juros referentes à dívida
externa brasileira.

II. A elevação da taxa de juros doméstica propiciou a troca da dívida pública


externa por dívida pública interna, inclusive porque houve forte entrada de
capitais estrangeiros para aplicação no mercado financeiro brasileiro.

III. A Política Fiscal brasileira tem como principal meta zerar o déficit público
em seu conceito primário, pois dessa forma será recuperada a confiança dos
investidores internacionais.

IV. A elevação da dívida interna brasileira é um dos fatores que limita a


capacidade de investimento do setor público, visto requerer superávits
primários cada vez maiores para o pagamento de seus juros.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

Comentários: A respeito das finanças públicas, analisemos as assertivas:

I. Os recorrentes superávits operacionais das contas públicas são explicados


pela necessidade de se pagar elevadas taxas de juros referentes à dívida
externa brasileira.

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Errado. Os recorrentes superávits operacionais são necessários para pagar os


juros da dívida pública (interna e externa).

II. A elevação da taxa de juros doméstica propiciou a troca da dívida pública


externa por dívida pública interna, inclusive porque houve forte entrada de
capitais estrangeiros para aplicação no mercado financeiro brasileiro.

Correto. O aumento da taxa de juros interna atraiu um imenso fluxo de


recursos do exterior, aumentando consideravelmente as reservas
internacionais, o que reduziu, e até eliminou, a dívida externa. Por outro lado,
esses recursos foram usados na compra de títulos públicos, o que aumentou a
dívida pública interna.

III. A Política Fiscal brasileira tem como principal meta zerar o déficit público
em seu conceito primário, pois dessa forma será recuperada a confiança dos
investidores internacionais.

Errado. O objetivo é alcançar superávit primário para, pelo menos, pagar as


despesas com juros da dívida pública.

IV. A elevação da dívida interna brasileira é um dos fatores que limita a


capacidade de investimento do setor público, visto requerer superávits
primários cada vez maiores para o pagamento de seus juros.

Correto. É inegável que um estoque elevado da dívida pública é responsável


por demandar superávits primários cada vez maiores para pagar o serviço dessa
dívida em detrimento de outros gastos públicos, como investimento em saúde,
infraestrutura e educação.

Gabarito: D

38- (FCC/ACE – TCE-GO/2014) Para o cálculo do superávit primário NÃO são


levados em consideração,

a) a contribuição para o financiamento da seguridade social.

b) o imposto de renda de pessoas físicas.

c) o imposto sobre operações financeiras.

d) os juros e correção monetária da dívida pública.

e) os cortes na folha de pagamento dos funcionários públicos.

Comentários: O resultado primário corresponde à necessidade de


financiamento do setor público descontados os juros e a correção monetária.

Gabarito: D

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39- (FCC/Analista Legislativo – ALEPE/2014) Considere:

I. Para financiar seus déficits orçamentários o governo poderá emitir títulos


públicos, os quais poderão ser vendidos ao mercado, implicando assim em
enxugamento da base monetária, ou serão vendidos ao Banco Central do Brasil,
que os adquirirá mediante a emissão de moeda, com o objetivo único de regular
a oferta monetária.

II. O endividamento público de uma economia só terá efeito sobre a taxa de


juros vigente quando for financiado por meio da emissão de moeda.

III. O aumento do endividamento público pode ser uma das causas de elevação
dos déficits públicos futuros, na medida em que seus juros constituem uma das
despesas orçamentárias de um país.

IV. Não há qualquer limite para o endividamento público de um país como


proporção de seu Produto Interno Bruto, posto que os adquirentes de títulos
públicos sempre considerarão tais títulos de risco zero, já que eles deverão ser
honrados pelo governo desse país.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) III e IV.

c) II e III.

d) I e III.

e) II e IV.

Comentários: A respeito do financiamento da dívida pública, analisemos as


assertivas:

I. Para financiar seus déficits orçamentários o governo poderá emitir títulos


públicos, os quais poderão ser vendidos ao mercado, implicando assim em
enxugamento da base monetária, ou serão vendidos ao Banco Central do Brasil,
que os adquirirá mediante a emissão de moeda, com o objetivo único de regular
a oferta monetária.

Correto. Há duas formas de se financiar o déficit público: endividamento ou


monetizando o déficit. O endividamento nada mais é que a emissão de títulos
ao público, que os compra e, com isso, reduz os encaixes monetários da
economia. A monetização do déficit é o seu financiamento a partir da emissão
de moeda.

II. O endividamento público de uma economia só terá efeito sobre a taxa de


juros vigente quando for financiado por meio da emissão de moeda.

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Errado. Como explicado acima, o déficit público financiado pela emissão de


títulos reduz os encaixes monetários da economia, deslocando a curva LM para
a esquerda e, consequentemente, aumentando a taxa de juros que equilibra
simultaneamente o mercado real e monetário.

III. O aumento do endividamento público pode ser uma das causas de elevação
dos déficits públicos futuros, na medida em que seus juros constituem uma das
despesas orçamentárias de um país.

Correto. O aumento do endividamento público aumenta as despesas futuras


com o serviço dessa dívida, o que agrava ainda mais os déficits públicos futuros.

IV. Não há qualquer limite para o endividamento público de um país como


proporção de seu Produto Interno Bruto, posto que os adquirentes de títulos
públicos sempre considerarão tais títulos de risco zero, já que eles deverão ser
honrados pelo governo desse país.

Errado. Não é porque o devedor é o Estado que não existe risco de “calote”.
Existe sim o risco de inadimplência referente às operações de crédito concedidas
a um Estado soberano, esse risco é conhecido justamente por risco soberano.

Gabarito: D

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40- (FGV/AFTRM – ISS-Cuiabá/2016) Em relação às funções do governo,


analise as afirmativas a seguir.

I. A tributação sobre grandes fortunas e heranças pode ter função distributiva


ou estabilizadora, a depender de como o governo irá alocar os valores
arrecadados.

II. A expansão do sistema de água e esgoto para áreas desfavorecidas está


relacionada à função distributiva.

III. Um programa de estímulo às contratações de jovens por empresas, em


contrapartida de abono fiscal, é considerado função estabilizadora.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Comentários: A respeito das funções de governo, analisemos as assertivas:

I. A tributação sobre grandes fortunas e heranças pode ter função distributiva


ou estabilizadora, a depender de como o governo irá alocar os valores
arrecadados.

Correto. A tributação sobre grandes fortunas pode ter um caráter distributivo,


quando sua receita financia programas sociais, ou um caráter estabilizador,
quando é usada como instrumento de política fiscal contracionista para conter
a elevação de preços.

II. A expansão do sistema de água e esgoto para áreas desfavorecidas está


relacionada à função distributiva.

Errado. Na verdade, o provimento de bens e serviços públicos não oferecidos


adequadamente pelo mercado se refere à função alocativa do Estado.

III. Um programa de estímulo às contratações de jovens por empresas, em


contrapartida de abono fiscal, é considerado função estabilizadora.

Correto. O referido programa, ainda que focalizado na população jovem, busca


ampliar o emprego e a renda e, portanto, condiz com a função estabilizadora do
Estado.

Gabarito: E

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41- (FGV/Tecnologista – IBGE/2016) Associe as funções do Estado a suas


respectivas características:

1. Alocativa

2. Estabilizadora

3. Distributiva

( ) A arrecadação de um tributo sobre movimentações financeiras pode ser


destinada a melhorar os serviços públicos de saúde, utilizados principalmente
pelos mais pobres.

( ) A escolha pelo voto de um político pode ser entendido como um mecanismo


revelador das preferências verdadeiras do eleitorado.

( ) O abandono do regime de metas inflacionárias tende a abalar o nível de


confiança do consumidor e das empresas.

A associação correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 2 e 3;

b) 1, 3 e 2;

c) 2, 1 e 3;

d) 3, 2 e 1;

e) 3, 1 e 2.

Comentários: A respeito das funções de governo, analisemos as assertivas:

(3) A arrecadação de um tributo sobre movimentações financeiras pode ser


destinada a melhorar os serviços públicos de saúde, utilizados principalmente
pelos mais pobres.

Distributiva. A tributação sobre movimentações financeiras acaba onerando


mais aqueles que mais movimentam recursos, normalmente a parcela de maior
renda da sociedade. Ao destinar tais recursos a serviços acessados pela parcela
de menor renda, o Estado cumpre tanto a sua função alocativa quanto a sua
função distributiva.

(1) A escolha pelo voto de um político pode ser entendido como um mecanismo
revelador das preferências verdadeiras do eleitorado.

Alocativa. A escolha pelo voto de um político revela as preferências da


população a respeito de como alocar os recursos públicos. Se a população deseja
a construção de mais hospitais na cidade, o candidato eleito seguramente será
aquele que fez campanha prometendo essa entrega. Se a população quer a

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expansão das linhas de metrô, o candidato que defendeu sua concessão terá
preferência nas urnas.

(2) O abandono do regime de metas inflacionárias tende a abalar o nível de


confiança do consumidor e das empresas.

Distributiva. O regime de metas de inflação é condizente com a função


estabilizadora do Estado, que diz respeito às grandes variáveis
macroeconômicas, cujo desempenho afeta a economia em uma dimensão
nacional.

Gabarito: E

42- (FGV/Analista – CODEBA/2016) Relacione as funções econômicas do


governo às respectivas características.

1. Função Alocativa

2. Função Distributiva

3. Função Estabilizadora

( ) nessa função, justifica-se a intervenção do setor público no investimento em


infraestrutura, dado o potencial deste na geração de externalidades positivas
para toda a economia.

( ) nessa função, a imposição de um imposto sobre heranças pode subsidiar o


aumento da faixa de renda isenta do Imposto sobre a Renda (IR).

( ) nessa função, com o esgotamento do modelo de crescimento baseado na


expansão da demanda, o governo pode adotar políticas que estimulem o lado
da oferta da economia.

Assinale a alternativa que mostra a relação correta, de cima para baixo.

a) 3 – 2 – 1.

b) 3 – 1 – 2.

c) 2 – 1 – 3.

d) 1 – 3 – 2.

e) 1 – 2 – 3.

Comentários: A respeito das funções de governo, analisemos as assertivas:

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(1) nessa função, justifica-se a intervenção do setor público no investimento em


infraestrutura, dado o potencial deste na geração de externalidades positivas
para toda a economia.

Alocativa. O investimento em infraestrutura normalmente demanda uso


intensivo de capital e longo prazo de maturação do investimento, o que acaba
afastando o interesse do setor privado. A intervenção do Estado busca corrigir
esse problema de mercado incompleto, melhorando a eficiência alocativa.

(2) nessa função, a imposição de um imposto sobre heranças pode subsidiar o


aumento da faixa de renda isenta do Imposto sobre a Renda (IR).

Distributiva. Ao tributar heranças e ampliar a faixa de isenção do IR, o governo


extrai parcela do estoque de riqueza dos herdeiros em contrapartida à renúncia
tributária da parcela de menor renda da população, contribuindo para uma
distribuição de renda mais justa.

(3) nessa função, com o esgotamento do modelo de crescimento baseado na


expansão da demanda, o governo pode adotar políticas que estimulem o lado
da oferta da economia.

Estabilizadora. Políticas de estímulo à produção com vistas ao crescimento


econômico afetam as grandes variáveis macroeconômicas como PIB e emprego,
o que condiz com a função estabilizadora do Estado.

Gabarito: E

43- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Segundo muitos analistas, a economia


brasileira apresentou um crescimento próximo de 0% em 2014. Aliado a uma
taxa de inflação próxima de 6,5%, podemos dizer que a economia se encontra
em um cenário de estagflação, mas ainda mantendo uma baixa taxa de
desemprego.

Nesse sentido, o governo não tem cumprido totalmente a sua função

a) alocativa, por meio da política fiscal.

b) distributiva, por meio da política monetária.

c) estabilizadora, por meio de uma combinação das políticas monetária e fiscal.

d) estabilizadora, por meio do melhor provimento de serviços públicos.

e) alocativa, por meio da elevação das contribuições relativas a seguridade


social.

Comentários: A função estabilizadora diz respeito às grandes variáveis


macroeconômicas, cujo desempenho afeta a economia em uma dimensão

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nacional. Se o governo não consegue estimular o crescimento, nem conter a


inflação, mediante o uso de instrumentos de política macroeconômica, então
sua função estabilizadora não está sendo bem executada.

Gabarito: C

44- (FGV/Analista -DPE-RO/2015) Em relação às funções do Estado,


considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) ou F para a(s) falsa(s):

( ) Um candidato eleito que eleva os gastos com segurança pública, está


exercendo a sua função alocativa.

( ) A implementação de um imposto sobre grandes fortunas e a redução


daqueles cobrados sobre os extratos menores de renda estão relacionados à
função distributiva.

( ) Políticas que reduzam os custos admissionais a fim de elevar o emprego


estão relacionadas à função estabilizadora.

A sequência correta é:

a) V – V – V;

b) V – V – F;

c) F – V – V;

d) F – F – V;

e) F – F – F.

Comentários: A respeito das funções de governo, analisemos as afirmativas:

( ) Um candidato eleito que eleva os gastos com segurança pública, está


exercendo a sua função alocativa.

Correto. A escolha pelo voto de um político revela as preferências da população


a respeito de como alocar os recursos públicos.

( ) A implementação de um imposto sobre grandes fortunas e a redução


daqueles cobrados sobre os extratos menores de renda estão relacionados à
função distributiva.

Correto. Ao tributar grandes fortunas e reduzir a tributação sobre os extratos


menores de renda, o governo extrai parcela do estoque de riqueza daqueles
com maior capacidade de contribuição em contrapartida à renúncia tributária
daqueles com menor capacidade, exercendo, assim, sua função distributiva.

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( ) Políticas que reduzam os custos admissionais a fim de elevar o emprego


estão relacionadas à função estabilizadora.

Correto. A função estabilizadora está relacionada com a intervenção do Estado


na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego.

Gabarito: A

45- (FGV/Agente de Fiscalização – TCM-SP/2015) Relacione as funções


do governo com suas respectivas características ou descrições.

1. Função Alocativa

2. Função Distributiva

3. Função Estabilizadora

( ) O mecanismo eleitoral é imprescindível para que uma sociedade revele suas


preferências de distribuição dos recursos públicos disponíveis na provisão de
bens e serviços por parte do Estado.

( ) Uma taxa de inflação elevada tende a impactar mais fortemente os mais


pobres, visto que estes têm maior perda de poder de compra de seus
rendimentos. Essa é uma das razões pelas quais o governo deve usar a política
monetária e fiscal para combater a inflação.

( ) A tributação de grandes fortunas pode ser um mecanismo importante para


financiar programas de construção de moradias populares.

A relação correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 2 e 3;

b) 1, 3 e 2;

c) 2, 1 e 3;

d) 2, 3 e 1;

e) 3, 1 e 2.

Comentários: A respeito das funções do governo, analisemos as afirmativas:

(1) O mecanismo eleitoral é imprescindível para que uma sociedade revele suas
preferências de distribuição dos recursos públicos disponíveis na provisão de
bens e serviços por parte do Estado.

Alocativa. A escolha pelo voto de um político revela as preferências da


população a respeito de como alocar os recursos públicos. Se a população deseja

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a construção de mais hospitais na cidade, o candidato eleito seguramente será


aquele que fez campanha prometendo essa entrega. Se a população quer a
expansão das linhas de metrô, o candidato que defendeu sua concessão terá
preferência nas urnas.

(3) Uma taxa de inflação elevada tende a impactar mais fortemente os mais
pobres, visto que estes têm maior perda de poder de compra de seus
rendimentos. Essa é uma das razões pelas quais o governo deve usar a política
monetária e fiscal para combater a inflação.

Estabilizadora. Políticas que afetam as variáveis macroeconômicas como


inflação, PIB e emprego, condizem com a função estabilizadora do Estado.

(2) A tributação de grandes fortunas pode ser um mecanismo importante para


financiar programas de construção de moradias populares.

Distributiva. Ao tributar grandes fortunas e destinar esses recursos a


programas de construção de moradias populares, o governo extrai parcela do
estoque de riqueza daqueles com maior capacidade de contribuição e os
redistribui àqueles que mais necessitam.

Gabarito: B

46- (FGV/Analista Judiciário – TJ-RO/2015) O ajuste fiscal promovido pelo


governo pode ser entendido como uma forma de se restabelecer um dos tripés
da macroeconomia brasileira, que é o equilíbrio das contas públicas, com
redução dos efeitos nefastos sobre a inflação de uma política fiscal expansionista
e desenfreada.

Adicionalmente, o ajuste fiscal pode ter consequências sobre o


contingenciamento de verbas para alguns programas sociais, com redução das
transferências de renda.

Por fim, a redução de transferências para provisão de educação pública pode


reduzir as oportunidades para a população.

Esses três parágrafos descrevem, respectivamente, exemplos, das seguintes


funções do governo:

a) alocativa, distributiva e estabilizadora;

b) orçamentária, social e educativa;

c) estabilizadora, distributiva e alocativa;

d) fiscal, distributiva e social;

e) orçamentária, alocativa e social.

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Comentários: O primeiro parágrafo aborda a necessidade de um ajuste fiscal


para conter a inflação, o que condiz com a função estabilizadora. O segundo
parágrafo fala do contingenciamento de recursos para programas sociais, o que
compromete a distribuição de renda entre a população. Finalmente, o último
parágrafo se refere à oferta de um serviço público, isto é, aborda as decisões
alocativas do governo.

Gabarito: C

47- (FGV/Analista Judiciário – TJ-BA/2015) Em relação aos diferentes


papéis do Estado, considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para
a(s) falsa(s):

( ) No papel regulador, o Estado utiliza as funções alocativas, estabilizadoras e


distributivas, que são implementadas através das políticas monetária, fiscal,
creditícia, de comércio exterior, cambiais, de controle de preços, dentre outras.

( ) No papel de órgão financiador, o Estado utiliza suas instituições financeiras


para financiar o desenvolvimento em setores estratégicos.

( ) No papel de produtor, o Estado já atuou na produção de setores de


mineração, infraestrutura, serviços de utilidade pública dentre outros.

A sequência correta é:

a) V, V e V;

b) V, V e F;

c) F, V e V;

d) F, V e F;

e) F, F, e V.

Comentários: A respeito do papel do Estado na economia, analisemos as


assertivas:

( ) No papel regulador, o Estado utiliza as funções alocativas, estabilizadoras e


distributivas, que são implementadas através das políticas monetária, fiscal,
creditícia, de comércio exterior, cambiais, de controle de preços, dentre outras.

Correto. No papel regulador, o Estado exerce suas três principais funções:


alocativa, que diz respeito a provisão de bens públicos; distributiva, que
transfere renda da parcela mais rica da população para estratos de menor
renda; e estabilizadora, que cuida de grandes variáveis macroeconômicas.

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( ) No papel de órgão financiador, o Estado utiliza suas instituições financeiras


para financiar o desenvolvimento em setores estratégicos.

Correto. No papel de órgão financiador, cabe ao Estado investir em


infraestrutura e promover o investimento privado em setores estratégicos.

( ) No papel de produtor, o Estado já atuou na produção de setores de


mineração, infraestrutura, serviços de utilidade pública dentre outros.

Correto. No papel de produtor, o Estado pode deter empresas em setores


estratégicos competindo em paridade com o setor privado.

Gabarito: A

48- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Suponha que existam 3 tipos


de governo: A, B e C. O governo A prioriza a qualidade na oferta de bens
públicos para a população. Por sua vez, o governo B prioriza reformas tributárias
que visem à redução do índice de Gini dos rendimentos da população. Por fim,
o governo C lança mão de uma política econômica que estimule a geração de
empregos, mas, ao mesmo tempo, mantenha os preços estáveis. Logo, os
governos A, B e C exercem, respectivamente, funções

a) alocativa, distributiva e estabilizadora.

b) distributiva, alocativa e estabilizadora.

c) alocativa, estabilizadora e distributiva.

d) distributiva, estabilizadora e alocativa.

e) estabilizadora, alocativa e distributiva.

Comentários: A respeito das funções de governo, analisemos cada um dos


governos:

Governo A (função alocativa): a provisão de bens públicos se refere à


maneira como o governo aloca os recursos da economia.

Governo B (função distributiva): a redução do índice de Gini, que mensura


a desigualdade na distribuição de renda em um país, visa justamente a corrigir
essa desigualdade.

Governo C (função estabilizadora): políticas econômicas orientadas às


grandes variáveis macroeconômicas, como emprego e inflação, cujo
desempenho afeta a economia em uma dimensão nacional, é condizente com a
função estabilizadora do governo.

Gabarito: A

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49- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) O governo FHC ficou marcado


pelo fim das altas taxas de inflação. Por sua vez, o governo Lula ficou marcado
pela redução da pobreza e desigualdade. Nesse sentido, os governos FHC e Lula
atenderam, respectivamente, às seguintes funções básicas do governo:

a) alocativa e distributiva.

b) alocativa e estabilizadora.

c) distributiva e alocativa.

d) estabilizadora e distributiva.

e) estabilizadora e alocativa.

Comentários: A questão versa sobre as três principais funções do governo na


economia: alocativa, que diz respeito a provisão de bens públicos; distributiva,
que transfere renda da parcela mais rica da população para estratos de menor
renda; e estabilizadora, que cuida de grandes variáveis macroeconômicas.
Dessa forma, o governo FHC atendeu a função estabilizadora, enquanto o
governo Lula atendeu a função distributiva.

Gabarito: D

50- (FGV/Analista – CODEBA/2016) Para se medir o esforço fiscal do


governo no pagamento da dívida pública deve-se tomar como parâmetro:

a) o resultado primário, que é computado como a variação da dívida fiscal


líquida do setor público.

b) o resultado primário, que é computado a partir do resultado nominal


descontados os juros nominais.

c) o resultado nominal acima da linha, que é o indicador oficial para efeitos de


cumprimento da meta fiscal.

d) o resultado nominal abaixo da linha, que é apurado e consolidado pela


Secretaria do Tesouro Nacional.

e) o resultado operacional, que é a diferença entre as necessidades de


financiamento primárias do setor público e a inflação.

Comentários: O parâmetro que indica o empenho do governo em alcançar um


resultado positivo sobre as contas públicas é o resultado primário, que apura a
diferença entre as receitas e as despesas não financeiras do governo, isto é,
aquelas rubricas sob controle da autoridade pública. Ademais, o resultado
primário é apurado a partir do resultado nominal descontados os juros nominais.

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Por sua vez, o resultado nominal corresponde à variação da dívida fiscal líquida
do setor público entre dois períodos de apuração.

Gabarito: B

51- (FGV/Analista – CODEBA/2016) As opções a seguir listam as condições


e os fatores importantes para se ter uma dívida púbica sustentável, à exceção
de uma. Assinale-a.

a) A taxa de crescimento real do PIB maior que a taxa real de juros.

b) A existência de superávits primários.

c) A menor dependência da dívida pública externa.

d) A maior taxa de inflação de países estrangeiros.

e) A existência de dominância fiscal.

Comentários: A dívida pública é dita sustentável quando o valor do fluxo futuro


de receitas menos despesas é suficiente para liquidar o estoque da dívida. Nesse
sentido, analisemos as alternativas:

a) A taxa de crescimento real do PIB maior que a taxa real de juros.

Correto. O endividamento público é medido pela razão entre o estoque da


dívida e o PIB. Se o crescimento real do PIB supera o aumento da taxa de juros,
é possível reduzir a dívida pública como proporção do PIB, ainda que não se
alcance um resultado primário suficiente para cobrir a déficit financeiro.

b) A existência de superávits primários.

Correto. Os superávits primários são fundamentais para a amortização da


dívida pública ao longo do tempo.

c) A menor dependência da dívida pública externa.

Correto. A menor dependência da dívida pública externa reduz o risco cambial


decorrente de oscilações na taxa de câmbio.

d) A maior taxa de inflação de países estrangeiros.

Correto. Quanto maior o índice de preços externo, mais moeda é necessária


para comprar os mesmos produtos estrangeiros, isto é, há uma desvalorização
real do câmbio, o que estimula as exportações e, consequentemente, aumenta
as reservas internacionais. Esse aumento das reservas reduz a dívida externa
líquida bem como os juros dessa dívida.

e) A existência de dominância fiscal.

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Errado. A dominância fiscal corresponde a uma situação em que a política


monetária de um país pode ter efeitos contrários aos normalmente esperados
em virtude de um contexto fiscal marcado por dívida pública elevada, obrigações
indexadas a moedas estrangeiras e deterioração da percepção de risco
soberano. Trata-se, pois, de um contexto desfavorável à trajetória sustentável
da dívida pública.

Gabarito: E

52- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Considere o conceito de Necessidade


de Financiamento do Setor Público (NFSP) e de Dívida Líquida do Setor Público
(DLSP).

Assinale a opção que indica a situação na qual o NFSP é positivo e o DLSP está
diminuindo.

a) A receita da privatização supera a diferença entre o investimento público e a


poupança pública e os ajustes patrimoniais.

b) Os juros da dívida são maiores do que o ajuste patrimonial.

c) A valorização cambial reduz a dívida externa contabilizada em dólares.

d) Os “esqueletos” (dívidas antigas do governo), que antes não eram


contabilizadas, passam a ser reconhecidos.

e) A soma do consumo do governo e os juros da dívida não superam a


arrecadação tributária.

Comentários: O conceito de déficit público (ou NFSP) desconsidera as receitas


de privatização das estatais porque não existe efeito econômico sobre a
demanda agregada, mas apenas a transferência de um ativo real do governo
para o setor privado. Acontece que tais receitas podem ser usadas para
amortizar o estoque da dívida e, portanto, reduzir a DLSP. A conclusão disso é
que a variação da dívida líquida do setor público não é idêntica ao conceito de
déficit público, é necessário descontar as receitas de privatização. Por outro
lado, o reconhecimento de dívidas antigas não contabilizadas – os chamados
“esqueletos” – também não afetam a necessidade de financiamento do governo
naquele ano de apuração, porém aumentam o estoque da dívida pública e, por
isso, deve entrar no cálculo da variação da dívida líquida. Esse último
componente é conhecido por “outros ajustes patrimoniais”. Desse modo, a
variação da dívida líquida é dada por:

ΔDLSP = NFSP – Privatizações + Outros ajustes patrimoniais

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Se a NFSP foi positiva, mas a DLSP diminuiu, isto é, a variação da dívida líquida
foi negativa, então certamente as receitas de privatizações superaram a NFSP
e os ajustes patrimoniais.

Gabarito: A

53- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Uma forma pela qual o governo pode


reduzir a razão da dívida pública sobre o PIB é, ceteris paribus,

a) por meio da redução da taxa de inflação.

b) elevar a senhoriagem.

c) com medidas que reduzam a taxa de crescimento real do PIB.

d) por meio da rolagem da dívida pública.

e) por meio da redução da emissão monetária.

Comentários: Sobre as medidas para redução da razão dívida/PIB, analisemos


as alternativas:

a) por meio da redução da taxa de inflação.

Errado. Na verdade, é em um contexto de inflação elevada que o governo


aumenta sua capacidade de se financiar, seja mediante a emissão de moeda
para suprir o aumento da demanda por encaixes monetários, seja para a
corrosão do valor real da dívida pela inflação.

b) elevar a senhoriagem.

Correto. A receita de senhoriagem corresponde à receita decorrente da


expansão nominal da base monetária da economia. A partir dela o governo
consegue “monetizar” a dívida imprimindo dinheiro.

c) com medidas que reduzam a taxa de crescimento real do PIB.

Errado. Uma redução no crescimento real do PIB faz aumentar a razão


dívida/PIB.

d) por meio da rolagem da dívida pública.

Errado. A rolagem da dívida apenas estende o seu prazo para pagamento


mediante o pagamento de mais juros, o que agrava ainda mais seu estoque.

e) por meio da redução da emissão monetária.

Errado. A emissão monetária é um dos meios pelo qual o governo pode


financiar sua dívida.

Gabarito: B

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54- (FGV/Analista – DPE-RO/2015) Em relação às necessidades de


financiamento do setor público (NFSP), em um cenário de inflação nula,
considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) ou F para a(s) falsa(s):

( ) A existência de déficit público implica poupança pública negativa.

( ) Um aumento do investimento público deve ser compensado por um aumento


da poupança pública.

( ) O NFSP positivo implica que a dívida líquida do setor público está crescendo.

A sequência correta é:

a) V – V – V;

b) V – V – F;

c) F – V – F;

d) F – F – V;

e) F – F – F.

Comentários: A respeito das finanças públicas, analisemos as assertivas:

( ) A existência de déficit público implica poupança pública negativa.

Errado. A necessidade de financiamento do governo (NFG), ou seja, o déficit


do governo, pode ser definido como

NFG = CG + JG + IG – T

Em que CG é o consumo do governo, JG são os juros da dívida pública, IG é o


investimento do governo e T é a receita tributária. Ainda, a poupança do
governo (SG) é definida como sendo a parte da receita tributária (T) que não
foi consumida (CG + JG), ou seja,

SG = T – (CG + JG)

Logo,

NFG = IG – SG

Assim, a existência de déficit público não implica poupança pública negativa,


mas investimento público maior que poupança pública.

( ) Um aumento do investimento público deve ser compensado por um aumento


da poupança pública.

Errado. O governo não precisa necessariamente cobrir o aumento do


investimento com um aumento da sua poupança. Uma alternativa é financiar o
aumento do déficit com a emissão de novos títulos públicos.

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( ) O NFSP positivo implica que a dívida líquida do setor público está crescendo.

Errado. A variação da dívida líquida é dada por:

ΔDLSP = NFSP – Privatizações + Outros ajustes patrimoniais

A assertiva estaria correta se fossem desconsideradas as receitas de


privatizações. No entanto, se essas receitas superarem a NFSP e os ajustes, a
DLSP estará reduzindo.

Gabarito: E

55- (FGV/Auditor do Estado – CGE-MA/2014) Sobre o Resultado Nominal,


assinale a afirmativa correta.

a) Representa o resultado entre todas as receitas arrecadadas (fiscais e não


fiscais) e todas as despesas (fiscais e não fiscais).

b) Representa a diferença entre as receitas fiscais e despesas fiscais.

c) Representa a diferença entre as receitas fiscais, as despesas fiscais e o


pagamento de juros da dívida.

d) Representa o resultado entre as receitais financeiras e as despesas


financeiras.

e) Representa o resultado entre as receitas e as despesas não fiscais.

Comentários: O resultado nominal incorpora o total das despesas e receitas


do governo. Sendo assim, abrange tanto as rubricas fiscais quanto as
financeiras.

Gabarito: A

56- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Considere o conceito de déficit


do governo (necessidade de financiamento do governo) em um contexto de
inflação nula. O déficit se reduz quando o governo, ceteris paribus

a) eleva o seu investimento na economia.

b) reduz a poupança pública.

c) reduz a taxa de juros paga para os títulos públicos.

d) eleva os gastos em obras públicas.

e) reduz temporariamente o imposto sobre produtos industrializados.

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Comentários: A necessidade de financiamento do governo (NFG), ou seja, o


déficit do governo, pode ser definido como

NFG = CG + JG + IG – T

Em que CG é o consumo do governo, JG são os juros da dívida pública, IG é o


investimento do governo e T é a receita tributária. Ainda, a poupança do
governo (SG) é definida como sendo a parte da receita tributária (T) que não
foi consumida (CG + JG), ou seja,

SG = T – (CG + JG)

Logo,

NFG = IG – SG

Considerando isso, agravam o déficit público o aumento do investimento


público, a redução da poupança pública, o aumento dos gastos em obras
públicas e a redução dos impostos. Por outro lado, a redução da taxa de juros
dos títulos públicos reduz as despesas financeiras (JG), reduzindo o déficit do
governo.

Gabarito: C

57- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Se o resultado primário de um


governo for positivo e o resultado operacional for negativo, então
necessariamente

a) a receita é maior do que a soma das despesas financeiras e não financeiras.

b) os juros reais são maiores do que o resultado operacional.

c) o componente de atualização monetária da dívida é maior do que o resultado


primário.

d) a receita não monetária é maior do que a despesa não financeira.

e) o resultado nominal é superavitário.

Comentários: Basta saber que o resultado operacional corresponde ao


resultado primário acrescido dos juros reais. Se o resultado primário é positivo
e o resultado operacional é negativo, então os juros reais são superiores ao
resultado primário, de forma que essa rubrica financeira foi suficiente para
inverter o saldo do resultado operacional.

Gabarito: B

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58- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) Com relação aos conceitos de


déficit e dívida pública, analise as afirmativas a seguir.

I. A venda de títulos públicos ao setor privado e ao Banco Central é uma forma


de financiar o déficit público e reduzir o endividamento do setor público.

II. O déficit operacional do setor público deduz as correções monetária e cambial


pagas sobre a dívida pública.

III. Um aumento do investimento público em relação a poupança pública reduz


a necessidade de financiamento do setor público.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários: A respeito das finanças públicas, analisemos as assertivas:

I. A venda de títulos públicos ao setor privado e ao Banco Central é uma forma


de financiar o déficit público e reduzir o endividamento do setor público.

Errado. A venda de títulos públicos é o meio pelo qual o governo financia seu
déficit mediante endividamento.

II. O déficit operacional do setor público deduz as correções monetária e cambial


pagas sobre a dívida pública.

Correto. O déficit operacional corresponde ao déficit primário acrescido dos


juros reais, ou seja, exclui os efeitos da correção monetária.

III. Um aumento do investimento público em relação a poupança pública reduz


a necessidade de financiamento do setor público.

Errado. A necessidade de financiamento do governo (NFG), ou seja, o déficit


do governo, pode ser definido como

NFG = CG + JG + IG – T

Em que CG é o consumo do governo, JG são os juros da dívida pública, IG é o


investimento do governo e T é a receita tributária. Ainda, a poupança do
governo (SG) é definida como sendo a parte da receita tributária (T) que não
foi consumida (CG + JG), ou seja,

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SG = T – (CG + JG)

Logo,

NFG = IG – SG

Assim, um aumento do investimento público em relação a poupança pública


aumenta ainda mais a necessidade de financiamento do setor público.

Gabarito: B

59- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) Um governo que vise à redução


do déficit público (necessidade de financiamento do setor público), em uma
situação de inflação nula, deve

a) estimular o crescimento da indústria local por meio de mais compras públicas


de seus produtos, o que elevaria a arrecadação por parte das empresas.

b) incentivar o consumo privado por meio de políticas de desoneração da folha


salarial, que permitiria a manutenção de um crescimento elevado da renda real
do trabalho.

c) adotar uma política fiscal contracionista, que elevaria a poupança pública e


reduziria a taxa de juros, de tal forma, que o investimento privado substituiria
o investimento público.

d) tomar empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional, o que permitiria


elevar os gastos em prioridades da sociedade.

e) elevar o repasse a fundos que redistribuam recursos entre os entes


federativos, orientado por algum indicador que medisse a desigualdade
regional.

Comentários: A respeito das medidas para redução do déficit público,


analisemos as alternativas:

a) estimular o crescimento da indústria local por meio de mais compras


públicas de seus produtos, o que elevaria a arrecadação por parte das
empresas.

Errado. Se o governo quer conter o déficit público, então ele precisa fechar a
torneira para novos gastos.

b) incentivar o consumo privado por meio de políticas de desoneração da folha


salarial, que permitiria a manutenção de um crescimento elevado da renda real
do trabalho.

Errado. Reduzir a receita tributária do governo só agrava o déficit público.

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c) adotar uma política fiscal contracionista, que elevaria a poupança pública e


reduziria a taxa de juros, de tal forma, que o investimento privado substituiria
o investimento público.

Correto. Uma política fiscal contracionista, além de reduzir o déficit público,


desloca a curva IS para esquerda, reduzindo renda e taxa de juros. Com uma
menor taxa de juros, o setor privado aumenta os investimentos na economia
real.

d) tomar empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional, o que permitiria


elevar os gastos em prioridades da sociedade.

Errado. Redução de déficit público implica redução de gastos.

e) elevar o repasse a fundos que redistribuam recursos entre os entes


federativos, orientado por algum indicador que medisse a desigualdade
regional.

Errado. Novamente, medidas que aumentem o gasto agravam ainda mais o


déficit público.

Gabarito: A

60- (ESAF/Analista Administrativo – ANAC/2016) Os governos são


necessários, da mesma forma que as instituições, para regular o funcionamento
de uma sociedade. Com relação ao papel do Estado na economia, assinale a
opção incorreta.

a) O livre funcionamento do sistema de mercado não soluciona problemas como


a existência de altos níveis de desemprego e inflação.

b) O Estado moderno desempenha o papel econômico fundamental de


institucionalizar os mercados e de promover o desenvolvimento.

c) A busca de novas formas de solidariedade social, sustentadas em parcerias


do Estado com a sociedade, pode reduzir a necessidade de mobilização
compulsória de recursos pelo Estado.

d) A aferição do tamanho do Estado é uma tarefa trivial, uma vez que sua forma
de atuação e os instrumentos que utiliza não variam ao longo do tempo.

e) A parte mais visível da intervenção do Estado é a representada pelo montante


de tributos que arrecada.

Comentários: A respeito do setor público, analisemos as alternativas:

a) O livre funcionamento do sistema de mercado não soluciona problemas como


a existência de altos níveis de desemprego e inflação.

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Correto. Uma das funções econômicas do setor público é justamente a


estabilizadora, que busca conduzir a economia ao pleno emprego e estabilizar o
nível de preços.

b) O Estado moderno desempenha o papel econômico fundamental de


institucionalizar os mercados e de promover o desenvolvimento.

Correto. A institucionalização dos mercados é representada pela definição de


normas e regras que organizam as relações econômicas, cuja competência cabe
ao Estado. Por sua vez, a promoção do desenvolvimento nacional também é
função essencial do Estado, a qual é buscada a partir de incentivos a inovações,
empreendedorismo e investimentos privados.

c) A busca de novas formas de solidariedade social, sustentadas em parcerias


do Estado com a sociedade, pode reduzir a necessidade de mobilização
compulsória de recursos pelo Estado.

Correto. É inegável que novas formas de solidariedade social, como as ONGs


destinadas a atender as parcelas mais vulneráveis da sociedade, aliviam,
embora não eliminem, a necessidade de mobilização compulsória de recursos
públicos.

d) A aferição do tamanho do Estado é uma tarefa trivial, uma vez que sua forma
de atuação e os instrumentos que utiliza não variam ao longo do tempo.

Errado. O tamanho do Estado varia muito ao longo do tempo. Em países menos


desenvolvidos, o Estado acaba assumindo diversas atividades que o setor
privado não tem interesse, como aconteceu no Governo Vargas. Conforme a
economia vai se tornando mais robusta, o Estado passa a atuar como regulador,
deixando a oferta de bens e serviços ao setor privado.

e) A parte mais visível da intervenção do Estado é a representada pelo montante


de tributos que arrecada.

Correto. A carga tributária é um ótimo indicador para medir o nível de


intervenção estatal. Um país com elevada carga tributária em razão do PIB,
como a Dinamarca e a França, normalmente entregam mais bens e serviços
públicos à sociedade.

Gabarito: D

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4 – Lista de Exercícios

1- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) As justificativas clássicas para a


intervenção estatal na economia incluem a possibilidade de obtenção de lucros
extraordinários para elevar receitas, externalidades e também motivos políticos
e nacionalistas.

2- (CESPE/AFCE – TCE-SC/2016) A obrigatoriedade de divulgação, pelas


instituições financeiras, do custo efetivo total dos empréstimos e financiamentos
a pretendente de crédito, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional,
constitui forma de intervenção do Estado na economia no âmbito de sua função
alocativa.

3- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) A instituição do defeso é uma ação do


governo no âmbito de sua função alocativa, uma vez que, nessa ação, é
estabelecido o nível de pesca ao longo de determinado período.

4- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) Para incrementar a produção de empregos,


a atuação do Estado como produtor geralmente ocorre em setores intensivos
em trabalho e de prazo mais curto de maturação do investimento.

5- (CESPE/Analista – SEDF/2017) Por meio da implantação de UPPs em


comunidades carentes dominadas pelo crime organizado, o Estado atuou no
âmbito de sua função alocativa, garantindo a oferta do bem público segurança.

6- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) A função distributiva atribui


ao Estado a responsabilidade pela distribuição dos recursos existentes na
economia quando, pela livre iniciativa de mercado, esta distribuição não ocorrer.

7- (CESPE/AFCE – TCE-SC/2016) A previdência social brasileira cumpre


função distributiva no que diz respeito às funções básicas do Estado na
economia, razão por que, nesse aspecto, ela é tida como instrumento de política
fiscal.

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8- (CESPE/Economista – MPOG/2015) A função estabilizadora é


responsável por manter a estabilidade e o equilíbrio da economia por meio da
política fiscal e da monetária.

9- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) Política fiscal reflete o


conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza despesas
de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a
redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função estabilizadora
consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo
desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a
distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste no
fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de
mercado.

10- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) Os indicadores fiscais incluem as medidas


de fluxos, como receitas e despesas, e de estoques, como o endividamento.

11- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) O déficit do governo pode ser


medido pela variação da dívida pública.

12- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O Tesouro Nacional aplica a metodologia


“abaixo da linha” para obter o resultado fiscal decorrente das diferentes rubricas
de despesas e receitas dos órgãos do governo.

13- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) As necessidades de


financiamento do setor público são influenciadas pelo resultado fiscal da União,
dos estados e dos municípios no período de 1.º de janeiro a 31 de dezembro de
cada exercício.

14- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O resultado nominal medido pela variação


da dívida fiscal líquida é um conceito fiscal restrito que não está relacionado à
necessidade de financiamento do setor público (NFSP).

15- (CESPE/ACE – TCDF/2014) Um pagamento já liquidado pelo governo


federal, mas não sensibilizado na Conta Única do Tesouro Nacional, não impacta
o indicador de superávit primário.

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16- (CESPE/Auditor Governamental – CGE-PI/2015) Se eventual


elevação da taxa básica de juros por parte do Banco Central acarretar a entrada
líquida de capitais no país, haverá expansão das reservas internacionais e
contração da dívida líquida do setor público.

17- (CESPE/Analista – FUNPRESP/2016) O resultado operacional é o


conceito fiscal mais amplo e representa a diferença, em determinado período,
entre o fluxo agregado de receitas totais (inclusive de aplicações financeiras) e
de despesas totais (inclusive despesas com juros).

18- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) O resultado primário do setor público


corresponde ao déficit nominal deduzido dos juros nominais incidentes sobre a
dívida pública.

19- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) No Brasil, despesas e receitas fiscais não


podem ser contabilizadas de forma híbrida pelo regime de caixa e pelo regime
de competência.

20- (CESPE/ACE – TCE-PA/2016) A presença de superávits primários


recorrentes é condição insuficiente para garantir a sustentabilidade do
endividamento público.

21- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) A atuação do


governo na economia tem como objetivo promover a melhoria do bem-estar
coletivo por meio da eliminação das distorções causadas pelos mercados. NÃO
faz parte das funções do governo

a) arrecadar impostos.

b) determinar os bens que o mercado deve produzir.

c) efetuar gastos para a manutenção da máquina pública, como o funcionalismo


estatal e o cuidado com o patrimônio estatal.

d) fornecer bens e serviços públicos.

e) efetuar transferências, como pensões e seguro-desemprego.

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22- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) No que se refere


ao desenvolvimento econômico, cabe ao Estado, dentre outras funções,

a) garantir apenas o direito à propriedade e a manutenção dos contratos por


meio de uma administração eficiente do poder judiciário.

b) fornecer crédito em condições favoráveis às empresas de acordo com a


contribuição feita por estas à campanha eleitoral do governo eleito.

c) deixar ao mercado a resolução completa dos problemas econômicos por meio


da definição de bons contratos particulares.

d) ajustar-se aos objetivos econômicos dos grupos economicamente mais


relevantes, buscando sempre reduzir a tributação incidente sobre os
empresários.

e) investir em infraestrutura, promover o investimento privado em setores


estratégicos e garantir o acesso da população à educação e saúde.

23- (FCC/Auditor – TCM-RJ/2015) A função desenvolvida pelo Estado com


o objetivo de assegurar o ajustamento necessário na apropriação de recursos
na economia, visando a correção das imperfeições inerentes à própria lógica de
mercado, denomina-se função

a) normativa.

b) distributiva.

c) estabilizadora.

d) administrativa.

e) alocativa.

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24- (FCC/Analista Legislativo – ALEPE/2014) Em relação às funções do


Estado na economia,

a) para que o Estado possa cumprir adequadamente sua função distributiva,


necessariamente terá de abrir mão das funções alocativa e estabilizadora,
levando o país a suportar surtos inflacionários.

b) a adoção de políticas de transferência de renda em favor de populações mais


carentes é um instrumento para que o Estado cumpra sua função distributiva.

c) os instrumentos de política monetária não são adequados para que o Estado


cumpra sua função estabilizadora.

d) a criação de empresas estatais é o único meio pelo qual o Estado poderá


cumprir suas funções alocativa e distributiva.

e) para que o Estado possa cumprir com suas funções alocativa e distributiva
acabará necessariamente incorrendo em déficit orçamentário, sacrificando
assim a função estabilizadora.

25- (FCC/Auditor – TCE-SP/2013) Segundo a classificação de Richard


Musgrave sobre as funções do setor público (Estado), em economias de
mercado, é correto afirmar:

a) Faz parte da função distributiva do Estado a produção de bens e serviços de


infraestrutura, já que estes beneficiam principalmente a população carente.

b) O Estado desempenha sua função estabilizadora na economia ao diminuir


impostos quando a economia está em depressão.

c) O programa bolsa-família é um exemplo da função alocativa do Estado, já


que o Estado minimiza a pobreza ao alocar recursos para os mais pobres.

d) Produzir bens públicos é um exemplo da função estabilizadora desempenhada


pelo Estado.

e) O Estado desempenha bem sua função distributiva quando cobra impostos


progressivos sobre a renda e efetua gastos que beneficiam as pessoas de maior
nível de renda.

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26- (FCC/Analista – SEAD-PI/2013) No Sistema Único de Saúde, o


fornecimento de serviços hospitalares e ambulatoriais de alta complexidade
para toda a população pelo governo estadual se relaciona com a sua função

a) alocativa, com a produção de bens privados.

b) distributiva, com a provisão de bens públicos.

c) alocativa, com a provisão de bens públicos.

d) estabilizadora, com a produção de bens públicos.

e) alocativa, com a provisão de bens semipúblicos.

27- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) Dentre as funções


econômicas do governo, a função

a) econômica moderadora do Estado atua por meio da expansiva criação de


empresas estatais que substituem o setor privado quando o poder econômico
deste último tende a violar os princípios de justiça social, no sentido de Pareto.

b) distributiva do Estado, faz uso da política monetária para efetuar


transferências de recursos entre contribuintes com diferentes níveis de
conhecimento técnico e educacional, por serem estes os principais fatores
condicionantes do sucesso econômico via mercado.

c) estabilizadora faz uso das políticas fiscal e monetária para garantir o bom uso
qualitativo dos recursos nacionais, direcionando o setor privado na produção de
externalidades positivas e na mitigação daquelas de natureza danosa à
eficiência econômica.

d) econômica normativa do governo, decorre diretamente da possibilidade de


violação dos princípios da economia pública, como a desigualdade social e
elevação da criminalidade, bem como o descontrole do gasto público em esferas
subnacionais.

e) alocativa prevê ajustamentos na alocação de recursos com vistas à maior


eficiência na utilização dos recursos disponíveis na economia e refere-se à
possibilidade de economias externas ou necessidades coletivas, como
infraestrutura econômica.

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28- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) Sobre as funções


dos governos, considere:

I. A função distributiva busca tornar compatíveis entre si a distribuição das


remunerações dos fatores resultantes da atividade econômica via mercado e
aquela que atende aos princípios de justiça social.

II. A função competitiva do governo decorre diretamente da presença de bens


comuns, os quais são oferecidos simultaneamente pelo Estado e pelo setor
privado, como é o caso da educação básica e do sistema de saúde.

III. A função alocativa decorre da existência de bens públicos.

IV. A função estabilizadora implica o uso das políticas fiscal e monetária para
garantir o bom uso dos recursos apenas em momentos de recessão, quando o
desemprego aumenta e a taxa de câmbio se valoriza.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) I e III.

c) I e II.

d) II, III e IV.

e) I, III e IV.

29- (FCC/Profissional Superior – ELETROSUL/2016) Sobre finanças


públicas, considere:

I. A Necessidade de Financiamento do Setor Público − NFSP, no conceito


nominal, exclui os juros sobre a dívida pública.

II. Para o cálculo do resultado das contas públicas, o conceito “abaixo da linha”
mede o resultado pelo lado do financiamento.

III. No conceito operacional da NFSP, considera-se o componente financeiro real


do resultado fiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) III.

b) II.

c) I.

d) I e II.

e) II e III.

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30- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) De acordo com a


teoria das finanças públicas,

a) o financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de


senhoriagem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

b) o orçamento público é constituído pelo conjunto de recursos arrecadados na


forma de tributos e pelo direcionamento desses recursos ao suprimento das
necessidades da sociedade, na forma de gastos públicos. O equilíbrio entre os
dois lados do orçamento, caracteriza um superávit fiscal primário.

c) o teorema do orçamento equilibrado estabelece que um aumento no gasto


financiado inteiramente por meio de maior arrecadação gera efeitos nulos sobre
a atividade econômica.

d) as necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre


investimento do governo e poupança do governo.

e) a obtenção de um superávit primário é condição suficiente para garantir o


equilíbrio das contas públicas, mesmo na presença de obrigações na forma de
serviço de juros sobre a dívida pública.

31- (FCC/Analista de Controle Externo – TCE-CE/2015) As Necessidades


de Financiamento do Setor Público − NFSP NÃO

a) dependem, dentre outros fatores, do déficit fiscal do governo.

b) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

c) denotam a variação da dívida líquida do setor público somada ao saldo líquido


dos ajustes patrimoniais do setor público.

d) representam o estoque total da dívida pública de um país.

e) dependem da diferença entre o serviço de juros da dívida pública e o


superávit primário.

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32- (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ-PI/2015) Considere que


a condição de equilíbrio da relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:

h = d . [(i − y) / (1 + y)] − s

Onde:

h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB

d = relação Dívida Pública/PIB

y = taxa de variação nominal do PIB

i = taxa nominal de juros

s = relação de senhoriagem/PIB

Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como


proporção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função

a) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

b) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função


inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem negativa.

c) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

d) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

e) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função


direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

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33- (FCC/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – SEFIN-RO/2010)


Considere as assertivas a seguir.

I. Os bens públicos são caracterizados por terem elasticidade-renda negativa,


apesar de serem meritórios, motivo pelo qual devem ser oferecidos pelo
governo.

II. O déficit público nominal não inclui os juros da dívida pública, mas contabiliza
todos os débitos pendentes registrados na rubrica "Restos a Pagar".

III. Quando, na produção de um determinado bem, o custo marginal social é


superior ao preço de mercado praticado, diz-se que há externalidade negativa.
Uma das formas para se corrigir essa falha de mercado pode ser a imposição de
uma taxa sobre a produção do referido bem.

IV. Um dos principais indicadores do déficit público no Brasil é sua medida


financeira dada pela "Necessidade de Financiamento do Setor Público"
mensurado e divulgado pelo Banco Central do Brasil.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

34- (FCC/Economista – AL-MS/2016) Avalie a afirmação: "Quando o déficit


público é positivo, ele aumenta a dívida pública e, quando negativo, reduz a
dívida pública".

Essa afirmação é

a) incorreta, pois o déficit não influencia a dinâmica da dívida pública.

b) incorreta, pois déficit e dívida representam conceito de fluxo.

c) correta, sendo déficit um conceito de fluxo e dívida um conceito de estoque.

d) incorreta, pois déficit é um conceito de dispêndio usado para medir o gasto


agregado enquanto a dívida pública é medida pelo Tesouro Nacional.

e) incorreta, pois ambos, déficit e dívida são conceitos de estoques e um não


influencia o outro.

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35- (FCC/Analista Previdenciário – MANAUSPREV/2015) Em caso de


desequilíbrio no orçamento público (déficit ou superávit fiscal),

a) as necessidades de financiamento do setor público serão tão maiores quanto


menor for a capacidade arrecadadora dos governos em diferentes níveis e
quanto menor for a flexibilidade dos gastos governamentais para baixo.

b) se o superávit primário for menor do que o montante requerido para o


pagamento dos serviços de juros da dívida pública, o país deve declarar
moratória da dívida externa.

c) um déficit público nominal pode ser financiado apenas por emissão


monetária, uma vez que a incapacidade do governo em honrar seus
compromissos financeiros levaria o mercado a automaticamente rejeitar a
compra de títulos públicos.

d) a obtenção de um superávit primário é suficiente para garantir o equilíbrio


das contas públicas.

e) um déficit primário do setor público significa necessariamente que os gastos


estão excessivamente elevados por conta de má gestão dos recursos públicos.

36- (FCC/Técnico de Controle Externo – TCE-CE/2015) Sobre os conceitos


de déficit fiscal e dívida pública, é correto afirmar que

a) superávits fiscais mais elevados tornam mais difícil o controle do


endividamento público, pois significam que o governo está gastando mais com
investimentos públicos.

b) quanto maior for a taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro para
comprar os títulos públicos, mais sustentável será o estoque de dívida.

c) o resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e despesas


primárias não financeiras.

d) a Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída no Brasil no ano 2000, passou a


transferir o déficit fiscal de estados e municípios para o governo federal, para
evitar a interrupção dos serviços públicos locais.

e) há uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e


o aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio
de senhoriagem real.

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37- (FCC/Auditor Fiscal – SEFAZ-PE/2014) Sobre a evolução recente da


economia brasileira, considere:

I. Os recorrentes superávits operacionais das contas públicas são explicados


pela necessidade de se pagar elevadas taxas de juros referentes à dívida
externa brasileira.

II. A elevação da taxa de juros doméstica propiciou a troca da dívida pública


externa por dívida pública interna, inclusive porque houve forte entrada de
capitais estrangeiros para aplicação no mercado financeiro brasileiro.

III. A Política Fiscal brasileira tem como principal meta zerar o déficit público
em seu conceito primário, pois dessa forma será recuperada a confiança dos
investidores internacionais.

IV. A elevação da dívida interna brasileira é um dos fatores que limita a


capacidade de investimento do setor público, visto requerer superávits
primários cada vez maiores para o pagamento de seus juros.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

38- (FCC/ACE – TCE-GO/2014) Para o cálculo do superávit primário NÃO são


levados em consideração,

a) a contribuição para o financiamento da seguridade social.

b) o imposto de renda de pessoas físicas.

c) o imposto sobre operações financeiras.

d) os juros e correção monetária da dívida pública.

e) os cortes na folha de pagamento dos funcionários públicos.

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39- (FCC/Analista Legislativo – ALEPE/2014) Considere:

I. Para financiar seus déficits orçamentários o governo poderá emitir títulos


públicos, os quais poderão ser vendidos ao mercado, implicando assim em
enxugamento da base monetária, ou serão vendidos ao Banco Central do Brasil,
que os adquirirá mediante a emissão de moeda, com o objetivo único de regular
a oferta monetária.

II. O endividamento público de uma economia só terá efeito sobre a taxa de


juros vigente quando for financiado por meio da emissão de moeda.

III. O aumento do endividamento público pode ser uma das causas de elevação
dos déficits públicos futuros, na medida em que seus juros constituem uma das
despesas orçamentárias de um país.

IV. Não há qualquer limite para o endividamento público de um país como


proporção de seu Produto Interno Bruto, posto que os adquirentes de títulos
públicos sempre considerarão tais títulos de risco zero, já que eles deverão ser
honrados pelo governo desse país.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) III e IV.

c) II e III.

d) I e III.

e) II e IV.

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40- (FGV/AFTRM – ISS-Cuiabá/2016) Em relação às funções do governo,


analise as afirmativas a seguir.

I. A tributação sobre grandes fortunas e heranças pode ter função distributiva


ou estabilizadora, a depender de como o governo irá alocar os valores
arrecadados.

II. A expansão do sistema de água e esgoto para áreas desfavorecidas está


relacionada à função distributiva.

III. Um programa de estímulo às contratações de jovens por empresas, em


contrapartida de abono fiscal, é considerado função estabilizadora.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

41- (FGV/Tecnologista – IBGE/2016) Associe as funções do Estado a suas


respectivas características:

1. Alocativa

2. Estabilizadora

3. Distributiva

( ) A arrecadação de um tributo sobre movimentações financeiras pode ser


destinada a melhorar os serviços públicos de saúde, utilizados principalmente
pelos mais pobres.

( ) A escolha pelo voto de um político pode ser entendido como um mecanismo


revelador das preferências verdadeiras do eleitorado.

( ) O abandono do regime de metas inflacionárias tende a abalar o nível de


confiança do consumidor e das empresas.

A associação correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 2 e 3;

b) 1, 3 e 2;

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c) 2, 1 e 3;

d) 3, 2 e 1;

e) 3, 1 e 2.

42- (FGV/Analista – CODEBA/2016) Relacione as funções econômicas do


governo às respectivas características.

1. Função Alocativa

2. Função Distributiva

3. Função Estabilizadora

( ) nessa função, justifica-se a intervenção do setor público no investimento em


infraestrutura, dado o potencial deste na geração de externalidades positivas
para toda a economia.

( ) nessa função, a imposição de um imposto sobre heranças pode subsidiar o


aumento da faixa de renda isenta do Imposto sobre a Renda (IR).

( ) nessa função, com o esgotamento do modelo de crescimento baseado na


expansão da demanda, o governo pode adotar políticas que estimulem o lado
da oferta da economia.

Assinale a alternativa que mostra a relação correta, de cima para baixo.

a) 3 – 2 – 1.

b) 3 – 1 – 2.

c) 2 – 1 – 3.

d) 1 – 3 – 2.

e) 1 – 2 – 3.

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43- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Segundo muitos analistas, a economia


brasileira apresentou um crescimento próximo de 0% em 2014. Aliado a uma
taxa de inflação próxima de 6,5%, podemos dizer que a economia se encontra
em um cenário de estagflação, mas ainda mantendo uma baixa taxa de
desemprego.

Nesse sentido, o governo não tem cumprido totalmente a sua função

a) alocativa, por meio da política fiscal.

b) distributiva, por meio da política monetária.

c) estabilizadora, por meio de uma combinação das políticas monetária e fiscal.

d) estabilizadora, por meio do melhor provimento de serviços públicos.

e) alocativa, por meio da elevação das contribuições relativas a seguridade


social.

44- (FGV/Analista -DPE-RO/2015) Em relação às funções do Estado,


considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) ou F para a(s) falsa(s):

( ) Um candidato eleito que eleva os gastos com segurança pública, está


exercendo a sua função alocativa.

( ) A implementação de um imposto sobre grandes fortunas e a redução


daqueles cobrados sobre os extratos menores de renda estão relacionados à
função distributiva.

( ) Políticas que reduzam os custos admissionais a fim de elevar o emprego


estão relacionadas à função estabilizadora.

A sequência correta é:

a) V – V – V;

b) V – V – F;

c) F – V – V;

d) F – F – V;

e) F – F – F.

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45- (FGV/Agente de Fiscalização – TCM-SP/2015) Relacione as funções


do governo com suas respectivas características ou descrições.

1. Função Alocativa

2. Função Distributiva

3. Função Estabilizadora

( ) O mecanismo eleitoral é imprescindível para que uma sociedade revele suas


preferências de distribuição dos recursos públicos disponíveis na provisão de
bens e serviços por parte do Estado.

( ) Uma taxa de inflação elevada tende a impactar mais fortemente os mais


pobres, visto que estes têm maior perda de poder de compra de seus
rendimentos. Essa é uma das razões pelas quais o governo deve usar a política
monetária e fiscal para combater a inflação.

( ) A tributação de grandes fortunas pode ser um mecanismo importante para


financiar programas de construção de moradias populares.

A relação correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 2 e 3;

b) 1, 3 e 2;

c) 2, 1 e 3;

d) 2, 3 e 1;

e) 3, 1 e 2.

46- (FGV/Analista Judiciário – TJ-RO/2015) O ajuste fiscal promovido pelo


governo pode ser entendido como uma forma de se restabelecer um dos tripés
da macroeconomia brasileira, que é o equilíbrio das contas públicas, com
redução dos efeitos nefastos sobre a inflação de uma política fiscal expansionista
e desenfreada.

Adicionalmente, o ajuste fiscal pode ter consequências sobre o


contingenciamento de verbas para alguns programas sociais, com redução das
transferências de renda.

Por fim, a redução de transferências para provisão de educação pública pode


reduzir as oportunidades para a população.

Esses três parágrafos descrevem, respectivamente, exemplos, das seguintes


funções do governo:

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a) alocativa, distributiva e estabilizadora;

b) orçamentária, social e educativa;

c) estabilizadora, distributiva e alocativa;

d) fiscal, distributiva e social;

e) orçamentária, alocativa e social.

47- (FGV/Analista Judiciário – TJ-BA/2015) Em relação aos diferentes


papéis do Estado, considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para
a(s) falsa(s):

( ) No papel regulador, o Estado utiliza as funções alocativas, estabilizadoras e


distributivas, que são implementadas através das políticas monetária, fiscal,
creditícia, de comércio exterior, cambiais, de controle de preços, dentre outras.

( ) No papel de órgão financiador, o Estado utiliza suas instituições financeiras


para financiar o desenvolvimento em setores estratégicos.

( ) No papel de produtor, o Estado já atuou na produção de setores de


mineração, infraestrutura, serviços de utilidade pública dentre outros.

A sequência correta é:

a) V, V e V;

b) V, V e F;

c) F, V e V;

d) F, V e F;

e) F, F, e V.

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48- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Suponha que existam 3 tipos


de governo: A, B e C. O governo A prioriza a qualidade na oferta de bens
públicos para a população. Por sua vez, o governo B prioriza reformas tributárias
que visem à redução do índice de Gini dos rendimentos da população. Por fim,
o governo C lança mão de uma política econômica que estimule a geração de
empregos, mas, ao mesmo tempo, mantenha os preços estáveis. Logo, os
governos A, B e C exercem, respectivamente, funções

a) alocativa, distributiva e estabilizadora.

b) distributiva, alocativa e estabilizadora.

c) alocativa, estabilizadora e distributiva.

d) distributiva, estabilizadora e alocativa.

e) estabilizadora, alocativa e distributiva.

49- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) O governo FHC ficou marcado


pelo fim das altas taxas de inflação. Por sua vez, o governo Lula ficou marcado
pela redução da pobreza e desigualdade. Nesse sentido, os governos FHC e Lula
atenderam, respectivamente, às seguintes funções básicas do governo:

a) alocativa e distributiva.

b) alocativa e estabilizadora.

c) distributiva e alocativa.

d) estabilizadora e distributiva.

e) estabilizadora e alocativa.

50- (FGV/Analista – CODEBA/2016) Para se medir o esforço fiscal do


governo no pagamento da dívida pública deve-se tomar como parâmetro:

a) o resultado primário, que é computado como a variação da dívida fiscal


líquida do setor público.

b) o resultado primário, que é computado a partir do resultado nominal


descontados os juros nominais.

c) o resultado nominal acima da linha, que é o indicador oficial para efeitos de


cumprimento da meta fiscal.

d) o resultado nominal abaixo da linha, que é apurado e consolidado pela


Secretaria do Tesouro Nacional.

e) o resultado operacional, que é a diferença entre as necessidades de


financiamento primárias do setor público e a inflação.

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51- (FGV/Analista – CODEBA/2016) As opções a seguir listam as condições


e os fatores importantes para se ter uma dívida púbica sustentável, à exceção
de uma. Assinale-a.

a) A taxa de crescimento real do PIB maior que a taxa real de juros.

b) A existência de superávits primários.

c) A menor dependência da dívida pública externa.

d) A maior taxa de inflação de países estrangeiros.

e) A existência de dominância fiscal.

52- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Considere o conceito de Necessidade


de Financiamento do Setor Público (NFSP) e de Dívida Líquida do Setor Público
(DLSP).

Assinale a opção que indica a situação na qual o NFSP é positivo e o DLSP está
diminuindo.

a) A receita da privatização supera a diferença entre o investimento público e a


poupança pública e os ajustes patrimoniais.

b) Os juros da dívida são maiores do que o ajuste patrimonial.

c) A valorização cambial reduz a dívida externa contabilizada em dólares.

d) Os “esqueletos” (dívidas antigas do governo), que antes não eram


contabilizadas, passam a ser reconhecidos.

e) A soma do consumo do governo e os juros da dívida não superam a


arrecadação tributária.

53- (FGV/Analista – DPE-MT/2015) Uma forma pela qual o governo pode


reduzir a razão da dívida pública sobre o PIB é, ceteris paribus,

a) por meio da redução da taxa de inflação.

b) elevar a senhoriagem.

c) com medidas que reduzam a taxa de crescimento real do PIB.

d) por meio da rolagem da dívida pública.

e) por meio da redução da emissão monetária.

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54- (FGV/Analista – DPE-RO/2015) Em relação às necessidades de


financiamento do setor público (NFSP), em um cenário de inflação nula,
considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) ou F para a(s) falsa(s):

( ) A existência de déficit público implica poupança pública negativa.

( ) Um aumento do investimento público deve ser compensado por um aumento


da poupança pública.

( ) O NFSP positivo implica que a dívida líquida do setor público está crescendo.

A sequência correta é:

a) V – V – V;

b) V – V – F;

c) F – V – F;

d) F – F – V;

e) F – F – F.

55- (FGV/Auditor do Estado – CGE-MA/2014) Sobre o Resultado Nominal,


assinale a afirmativa correta.

a) Representa o resultado entre todas as receitas arrecadadas (fiscais e não


fiscais) e todas as despesas (fiscais e não fiscais).

b) Representa a diferença entre as receitas fiscais e despesas fiscais.

c) Representa a diferença entre as receitas fiscais, as despesas fiscais e o


pagamento de juros da dívida.

d) Representa o resultado entre as receitais financeiras e as despesas


financeiras.

e) Representa o resultado entre as receitas e as despesas não fiscais.

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56- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Considere o conceito de déficit


do governo (necessidade de financiamento do governo) em um contexto de
inflação nula. O déficit se reduz quando o governo, ceteris paribus

a) eleva o seu investimento na economia.

b) reduz a poupança pública.

c) reduz a taxa de juros paga para os títulos públicos.

d) eleva os gastos em obras públicas.

e) reduz temporariamente o imposto sobre produtos industrializados.

57- (FGV/Técnico Superior – DPE-RJ/2014) Se o resultado primário de


um governo for positivo e o resultado operacional for negativo, então
necessariamente

a) a receita é maior do que a soma das despesas financeiras e não financeiras.

b) os juros reais são maiores do que o resultado operacional.

c) o componente de atualização monetária da dívida é maior do que o resultado


primário.

d) a receita não monetária é maior do que a despesa não financeira.

e) o resultado nominal é superavitário.

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58- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) Com relação aos conceitos de


déficit e dívida pública, analise as afirmativas a seguir.

I. A venda de títulos públicos ao setor privado e ao Banco Central é uma forma


de financiar o déficit público e reduzir o endividamento do setor público.

II. O déficit operacional do setor público deduz as correções monetária e cambial


pagas sobre a dívida pública.

III. Um aumento do investimento público em relação a poupança pública reduz


a necessidade de financiamento do setor público.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

59- (FGV/Técnico Superior – AL-BA/2014) Um governo que vise à redução


do déficit público (necessidade de financiamento do setor público), em uma
situação de inflação nula, deve

a) estimular o crescimento da indústria local por meio de mais compras públicas


de seus produtos, o que elevaria a arrecadação por parte das empresas.

b) incentivar o consumo privado por meio de políticas de desoneração da folha


salarial, que permitiria a manutenção de um crescimento elevado da renda real
do trabalho.

c) adotar uma política fiscal contracionista, que elevaria a poupança pública e


reduziria a taxa de juros, de tal forma, que o investimento privado substituiria
o investimento público.

d) tomar empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional, o que permitiria


elevar os gastos em prioridades da sociedade.

e) elevar o repasse a fundos que redistribuam recursos entre os entes


federativos, orientado por algum indicador que medisse a desigualdade
regional.

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60- (ESAF/Analista Administrativo – ANAC/2016) Os governos são


necessários, da mesma forma que as instituições, para regular o funcionamento
de uma sociedade. Com relação ao papel do Estado na economia, assinale a
opção incorreta.

a) O livre funcionamento do sistema de mercado não soluciona problemas como


a existência de altos níveis de desemprego e inflação.

b) O Estado moderno desempenha o papel econômico fundamental de


institucionalizar os mercados e de promover o desenvolvimento.

c) A busca de novas formas de solidariedade social, sustentadas em parcerias


do Estado com a sociedade, pode reduzir a necessidade de mobilização
compulsória de recursos pelo Estado.

d) A aferição do tamanho do Estado é uma tarefa trivial, uma vez que sua forma
de atuação e os instrumentos que utiliza não variam ao longo do tempo.

e) A parte mais visível da intervenção do Estado é a representada pelo montante


de tributos que arrecada.

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5 – Gabarito

1 E 16 C 31 D 46 C
2 C 17 E 32 C 47 A
3 C 18 C 33 E 48 A

4 E 19 E 34 C 49 D
5 C 20 C 35 A 50 B
6 C 21 B 36 E 51 E

7 C 22 E 37 D 52 A
8 C 23 E 38 D 53 B
9 C 24 B 39 D 54 E
10 C 25 B 40 E 55 A
11 C 26 E 41 E 56 C
12 E 27 E 42 E 57 B
13 C 28 B 43 C 58 B
14 E 29 E 44 A 59 A
15 C 30 D 45 B 60 D

6 – Referencial bibliográfico
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 4.ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. de. Manual de Macroeconomia Básico
e Intermediário. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2009
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
RIANI, F. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2009.
VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia: Micro e Macro. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2006.

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