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TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

ACÓRDÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO ELEITORAL Nº 0002007-51.2014.6.15.0000 –


JOÃO PESSOA – PARAÍBA

Relator: Ministro Luis Felipe Salomão


Embargante: Renato Costa Feliciano
Advogados: Walber de Moura Agra – OAB: 757/B/PE e outros
Embargante: Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues
Advogados: Thiago Paes Fonseca Dantas – OAB: 15254/PB e outros
Embargante: Ricardo Vieira Coutinho
Advogados: Arthur Vieira Duarte – OAB: 46693/DF e outros
Embargado: Ministério Público Eleitoral
Embargada: Coligação A Vontade do Povo
Advogados: Harrison Alexandre Targino – OAB: 5410/PB e outros
Embargado: Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) – Estadual
Advogados: Harrison Alexandre Targino – OAB: 5410/PB e outros
Embargado: Waldson Dias de Souza
Advogado: Francisco das Chagas Ferreira – OAB: 18025/PB
Embargada: Ana Lígia Costa Feliciano
Advogados: Walber de Moura Agra – OAB: 757/B/PE e outros
Embargada: Márcia de Figueiredo Lucena Lira
Advogados: Diego Fabricio Cavalcanti de Albuquerque – OAB: 15577/PB e outro
Embargado: Ricardo Vieira Coutinho
Advogados: Arthur Vieira Duarte – OAB: 46693/DF e outros
Embargado: Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues
Advogados: Thiago Paes Fonseca Dantas – OAB: 15254/PB e outros
Embargado: Renato Costa Feliciano
Advogados: Walber de Moura Agra – OAB: 757/B/PE e outros
Embargado: Francisco Cesar Gonçalves
Advogados: André Leandro de Carvalho Lemes – OAB: 15000/PB
Embargado: Antônio Eduardo Albino de Moraes Filho
Advogado: Marcos Antônio Viana de Oliveira Júnior – OAB: 14975/PB

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2014. GOVERNADOR.


AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). ART. 22 DA LC 64/90. ABUSO DE
PODER POLÍTICO. REPRESENTAÇÃO. ART. 73, V, DA LEI 9.504/97. CONDUTA VEDADA A
AGENTES PÚBLICOS. GRAVIDADE. VÍCIOS. INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO.

Assinado eletronicamente por: LUIS FELIPE SALOMÃO em 2021-05-14 12:41:29.616


https://pje.tse.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 21051115084227100000131366434
1. No aresto embargado, reformou-se acórdão do TRE/PB a fim de majorar a multa por
conduta vedada imposta ao governador da Paraíba reeleito em 2014, bem como reconhecer a
prática de abuso de poder político por ele e demais agentes públicos, cominando-lhes
inelegibilidade por oito anos.

2. Inexistem vícios a serem supridos. O envolvimento na conduta ilícita, por parte do secretário
de Estado do Turismo e do Empreendedorismo ao tempo dos fatos e do secretário-executivo
do Empreender PB no período de 1º/1/2014 a 22/4/2014, foi amplamente debatido, assentando-
se que ambos figuraram no polo passivo da lide por exercerem cargos vinculados à gestão e
execução do programa, de modo que suas ações ou omissões foram decisivas para o
desvirtuamento eleitoreiro em benefício do então governador, restando inequívoca sua
responsabilidade.

3. No tocante aos declaratórios do ex-governador, de igual forma, não se verificam as


deficiências arguidas.

4. Consoante a remansosa jurisprudência desta Corte, a obscuridade que motiva os


aclaratórios é aquela existente entre as premissas e a conclusão adotada no decisum condutor
do aresto, e não na que em tese possa haver entre o voto vencedor e o vencido. Precedentes.

5. Afastou-se a tese de suposto bis in idem quanto aos fatos apurados na AIJE 1514-74/PB,
consignando-se de modo expresso que “em ambas as ações há a alegação de que houve a
nomeação de servidores em diversas áreas do governo do Estado da Paraíba. Entretanto, na
ação ora em julgamento, também se discutem exonerações nas mesmas secretarias, sendo
também diverso o conjunto probatório”. Ademais, destacou-se que, na espécie, os fatos foram
analisados sob a ótica do abuso de poder político, ilícito eleitoral diverso da conduta vedada.

6. Analisou-se a contento a tese defensiva de que a precariedade da gestão pública da Paraíba


induziu a contratar “codificados” para se manterem serviços essenciais, como saúde e
educação. No ponto, restou claro no aresto embargado que “o fato de a contratação de
‘codificados’ se tratar de medida contumaz no Governo da Paraíba desde gestões anteriores
não justifica a intensificação da manobra durante o ano eleitoral”.

7. Outrossim, frisou-se que o chefe do Poder Executivo “já havia sido notificado em 2011, em
2012 e em janeiro de 2014, pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, acerca da
ilegalidade da manutenção dos servidores precários e da necessidade de se realizar concurso
público para o preenchimento dos respectivos cargos, porém, permaneceu inerte”.

8. Acerca do programa Empreender PB, enfrentaram-se todos os argumentos da parte,


firmando, todavia, conclusão de que as provas dos autos são incontornáveis para fins de

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reconhecimento do abuso de poder político, pois: a) o laudo pericial demonstrou vultoso
incremento nas verbas do programa em ano eleitoral (quase 100%); b) o então governador e
candidato à reeleição fez amplo uso publicitário do programa de microcrédito; c) não se pode
descaracterizar a ilegalidade sob a mera ótica de desorganização administrativa.

9. Os supostos vícios apontados denotam propósito de rediscutir matéria já decidida,


providência inviável na via aclaratória. Precedentes.

10. Embargos de declaração rejeitados.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em rejeitar os embargos


de declaração, nos termos do voto do relator.

Brasília, 22 de abril de 2021.

MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO – RELATOR

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO: Senhor Presidente, trata-se de três embargos
de declaração, sendo os primeiros opostos por Renato Costa Feliciano, Secretário de Estado do Turismo e do
Empreendedorismo ao tempo dos fatos, os segundos por Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues, Secretário-
Executivo do programa Empreender PB no período de 1º/1/2014 a 22/4/2014, e os últimos por Ricardo Vieira
Coutinho, Governador da Paraíba reeleito em 2014, contra aresto assim ementado (ID 56.298.238):

RECURSOS ORDINÁRIOS. ELEIÇÕES 2014. GOVERNADOR. VICE-GOVERNADOR. AÇÃO DE


INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). ART. 22 DA LC 64/90. ABUSO DE PODER POLÍTICO.
REPRESENTAÇÃO. ART. 73, V, DA LEI 9.504/97. CONDUTA VEDADA A AGENTES PÚBLICOS. GRAVIDADE.
PROVIMENTO.

1. Recursos ordinários interpostos por ambas as partes contra aresto do TRE/PB proferido por maioria de cinco
votos a dois em que se reconheceu a prática de condutas vedadas (art. 73, V, d, e VI, b, da Lei 9.504/97),
impondo-se multa ao governador e à vice-governadora da Paraíba eleitos em 2014, bem como aos agentes
públicos envolvidos.

2. No tocante às preliminares: a) defere-se o ingresso, como assistente simples, do partido ao qual a vice-
governadora é filiada; b) é lícita a prova colhida em Procedimento Preparatório Eleitoral e confirmada em juízo
sob o manto do contraditório e da ampla defesa; c) inexiste perda de objeto, pois, ainda que findos os mandatos,
remanesce a possibilidade de cominar inelegibilidade; d) o entendimento sobre o litisconsórcio passivo
necessário entre os detentores de mandato e terceiros que tenham contribuído com os ilícitos vale apenas para
as Eleições 2016, ao passo que o presente caso refere-se às Eleições 2014.

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3. No mérito, o exame do conjunto probatório revela que, entre julho e outubro do ano eleitoral, o Governo da
Paraíba promoveu 1.739 nomeações e 1.369 exonerações de servidores “codificados” nas secretarias estaduais
de saúde e educação, sem qualquer prova do requisito de excepcionalidade exigido pela norma.

4. No ponto, além da inequívoca prática da conduta vedada do art. 73, V, d, da Lei 9.504/97, há nos autos
elementos a respeito da gravidade dos fatos que permitem enquadrá-los também como abuso de poder político:
a) “a quantidade de vínculos em 2014, a partir de maio, supera os mesmos meses dos outros anos”; b) em
setembro de 2014, apurou-se o maior desembolso líquido a título de “codificados”, somando-se R$
30.600.707,09, em comparação a pagamentos que alcançaram R$ 14.000.000,00 nos meses anteriores; c) “a
Secretaria de Educação contempla em média 59% do total de servidores não efetivos do Estado”; d) falta de
transparência nas contratações precárias, pois os pagamentos eram feitos mediante depósito bancário sem o
respaldo de contracheques. Precedentes.

5. No que concerne ao programa “Empreender PB”, a despeito de sua implementação por lei estadual e de sua
execução contínua desde 2011, os fatos ocorridos em 2014 revelam o desvirtuamento em benefício do então
Governador, pois as linhas de crédito foram concedidas a pessoas físicas e jurídicas sem observância dos
critérios legais e houve incremento substancial nas verbas (quase 100% de aumento no ano eleitoral),
circunstâncias incontornáveis para fim de reconhecimento de abuso de poder político.

6. Relativamente à distribuição de kits escolares pela Secretaria de Educação, contendo o slogan “pra sua vida
ficar melhor, o governo faz diferente do Estado”, de igual modo, o abuso de poder está plenamente caracterizado
devido a três fatores: vultosa quantidade distribuída (mais de 340 mil), o período em que essa entrega ocorreu
(de julho a setembro do ano eleitoral, ou seja, em momento muito distante do início do ano letivo) e a mensagem
aposta nos materiais apta a evidenciar notória publicidade institucional no curso do período de campanha.

7. De outra parte, inexistiu ilicitude quanto aos eventos realizados pela Secretaria de Cultura (“Plenárias da
Cultura”), haja vista que se tratou de atos políticos de campanha, realizados em locais abertos e fora do horário
de expediente, sem emprego de recursos públicos ou da estrutura do governo.

8. Recursos Ordinários do governador reeleito em 2014, da vice-governadora e dos agentes públicos envolvidos
a que se nega provimento e recursos ordinários das partes contrárias providos a fim de reconhecer a prática de
abuso de poder político e cominar inelegibilidade ao governador e aos agentes públicos, bem como majorar a
multa do governador e da secretária de educação pela prática de condutas vedadas.

Nos seus declaratórios, Renato Costa Feliciano alega omissão desta Corte, sob os seguintes
fundamentos, em síntese (ID 105.771.238):

a) não se individualizaram as supostas condutas ilícitas do embargante envolvendo o programa Empreender PB,
descabendo responsabilizá-lo apenas por ocupar o cargo de Secretário de Estado do Turismo e do
Desenvolvimento Econômico;

b) o programa estava ligado a uma subsecretaria, de modo que o embargante não detinha ingerência no aporte
dos recursos. Assim, “não havia [...] nexo causal entre qualquer tipo de conduta, omissiva ou comissiva” (fl. 4).

Por sua vez, em suas razões, Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues, argui, em suma,
contradição, pois, ele “não foi indicado como responsável pelo abuso de poder político, com viés econômico, em

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nenhuma das ações eleitorais em exame”, de maneira que sua condenação fere os princípios da ampla defesa
e do contraditório (ID 108.350.388).
De outra parte, em seus embargos, Ricardo Vieira Coutinho sustenta, em resumo (ID
108.367.638):

a) obscuridade entre os termos do voto do relator originário, em que se aplicou a inelegibilidade


exclusivamente em decorrência de abuso de poder político com viés econômico no âmbito do
programa Empreender PB, e o voto do relator designado, no qual referida sanção “não derivaria
apenas do programa Empreender PB, mas também das contratações e exonerações dos
servidores temporários e da entrega dos kits escolares” (fl. 4);

b) erro de premissa e omissão quanto ao argumento de que a “conduta vedada envolvendo as


contratações e exonerações dos servidores codificados não poderia ser analisada porque o
mesmo tema já tinha sido apreciado por meio da AIJE 1514-74, que foi provida para aplicar a
multa pecuniária no valor de R$ 30.000,00” (fl. 5). No ponto, alega que “a existência de uma
única prova divergente não é capaz de alterar o fundamento jurídico das ações (fl. 8);

c) omissão, pois os mesmos fatos (contratação e exonerações de servidores codificados)


ensejaram multa nos dois processos (AIJE 1514-74 e AIJE 2007-51), fazendo com que o valor
total ficasse acima do teto permitido pela lei;

d) “o acórdão recorrido foi omisso porque desconsiderou as peculiaridades que permeiam a


gestão pública da Paraíba, as quais demonstram que a contratação e exoneração dos
‘codificados’ constituem prática imposta pela realidade local e que se mostra necessária para a
manutenção de serviços essenciais como o da saúde e educação” (fl. 12);

e) “o aresto deixou de se pronunciar acerca do fato de que as referidas contratações se inserem


na álea da discricionariedade administrativa, sendo revestidas por presunção de legitimidade, de
forma que a avaliação do mérito de tais condutas vulnera o princípio constitucional da separação
dos poderes” (fl. 12);

f) esta Corte foi omissa por olvidar os limites de sua competência, realizando “investigação
minuciosa da regularidade de atos administrativos perpetrados em programa social [Empreender
PB]” (fl. 14);

g) “o acórdão embargado foi omisso porque não demonstrou quais são os elementos que
sustentam a caracterização do suposto abuso de poder”, levando-se em conta que: i) é
necessária prova robusta acerca da prática ilícita; ii) os valores empregados no programa não
destoam da média histórica; iii) a participação do embargante na entrega dos bens não gera
abuso, visto que os eventos ocorreram antes do período de campanha e sem caráter eleitoreiro.

Pugnam, ao final, pelo acolhimento dos embargos com efeitos modificativos,


Contrarrazões apresentadas (IDs 112.606.438 e 117.433.538).
É o relatório.

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VOTO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (relator): Senhor Presidente, no aresto


embargado, reformou-se acórdão do TRE/PB a fim de majorar a multa por conduta vedada imposta ao
governador da Paraíba reeleito em 2014, bem como reconhecer a prática de abuso de poder político com viés
econômico por ele e demais agentes públicos, cominando-lhes inelegibilidade por oito anos.
Seguiram-se três aclaratórios, os quais analiso separadamente.

1. Embargos de Renato Costa Feliciano

Renato Costa Feliciano, Secretário de Estado do Turismo e do Empreendedorismo ao tempo dos


fatos, alega omissão desta Corte sob o argumento de que não restou individualizada suposta conduta ilícita de
sua parte envolvendo o programa Empreender PB (que ensejou inelegibilidade de oito anos por abuso de poder
político com viés econômico), descabendo responsabilizá-lo unicamente em virtude do cargo que ocupava.
Todavia, inexiste o alegado vício.
Consignou-se de forma categórica ser indubitável a responsabilidade, pois ele era o titular da
secretaria sob a qual o programa se encontrava vinculado, assentando-se que suas ações ou omissões na
respectiva gestão foram decisivas para o desvirtuamento eleitoreiro em benefício do então governador. Confira-
se a seguinte passagem (ID 56.298.238):

Assim, resta indene de dúvidas a intenção eleitoral da expansão do programa, bem como a gravidade dessa
ação à luz dos bens jurídicos tutelados pelo art. 22, XIV, da LC nº 64/1990.

Foram indicados, como responsáveis pelo abuso do poder político, com viés econômico, Ricardo Vieira
Coutinho e Ana Lígia Costa Feliciano, que compuseram a chapa eleita, Tárcio Handel da Silva Pessoa
Rodrigues, Antonio Eduardo Balbino (secretários-executivos do programa Empreender PB, nos períodos de 1º.
1.2014 a 22.4.2014 e de 23.4.2014 a 31.12.2014, respectivamente) e Renato Costa Feliciano (secretário de
estado do Turismo e do Empreendedorismo).

De fato, com relação ao governador, ao secretário estadual do Turismo e do Empreendedorismo, ao qual o


programa Empreender PB está vinculado, e aos dois secretários-executivos do programa durante o ano de
2014, não resta dúvida quanto à necessidade de serem responsabilizados.

Eram eles os diretamente responsáveis pela execução do programa, bem como é inegável que eram eles
os agentes sem os quais o seu incremento e uso eleitoral não seriam possíveis.

Dessa forma, a pena de inelegibilidade de 8 anos, contados a partir do ano da eleição, nos termos do art.
22, XIV, da LC nº 64/1990, deve ser aplicada a cada um dos responsáveis citados.

(sem destaques no original)

Assim, a alegação do embargante de que não detinha ingerência no aporte de recursos no


âmbito do Empreender PB, pois o programa estava ligado a uma subsecretaria, demonstra mero inconformismo
com o resultado do julgamento, circunstância que não enseja o manejo de declaratórios.

2. Embargos de Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues

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Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues, Secretário-Executivo do programa Empreender PB no
período de 1º/1/2014 a 22/4/2014, argui contradição, sob o fundamento de que “não foi indicado como
responsável pelo abuso de poder político, com viés econômico, em nenhuma das ações eleitorais em exame”,
de modo que sua condenação fere os princípios da ampla defesa e do contraditório.
Diferentemente do que se supõe, o embargante integrou o polo passivo da lide por exercer cargo
vinculado à execução do programa Empreender PB e, nesse contexto, esta Corte assentou de forma expressa
a sua responsabilidade tendo em vista que suas condutas gerenciais foram decisivas para o desvirtuamento
eleitoreiro em benefício do então governador. É o que se infere da seguinte passagem (ID 56.298.238):

Assim, resta indene de dúvidas a intenção eleitoral da expansão do programa, bem como a gravidade dessa
ação à luz dos bens jurídicos tutelados pelo art. 22, XIV, da LC nº 64/1990.

Foram indicados, como responsáveis pelo abuso do poder político, com viés econômico, Ricardo Vieira
Coutinho e Ana Lígia Costa Feliciano, que compuseram a chapa eleita, Tárcio Handel da Silva Pessoa
Rodrigues, Antonio Eduardo Balbino (secretários-executivos do programa Empreender PB, nos períodos de 1º.
1.2014 a 22.4.2014 e de 23.4.2014 a 31.12.2014, respectivamente) e Renato Costa Feliciano (secretário de
estado do Turismo e do Empreendedorismo).

De fato, com relação ao governador, ao secretário estadual do Turismo e do Empreendedorismo, ao qual o


programa Empreender PB está vinculado, e aos dois secretários-executivos do programa durante o ano de
2014, não resta dúvida quanto à necessidade de serem responsabilizados.

Eram eles os diretamente responsáveis pela execução do programa, bem como é inegável que eram eles
os agentes sem os quais o seu incremento e uso eleitoral não seriam possíveis.

Dessa forma, a pena de inelegibilidade de 8 anos, contados a partir do ano da eleição, nos termos do art.
22, XIV, da LC nº 64/1990, deve ser aplicada a cada um dos responsáveis citados.

(sem destaques no original)

Portanto, inexiste vício a ser suprido.

3. Embargos de Ricardo Vieira Coutinho

Os embargos de Ricardo Vieira Coutinho, de igual modo, veiculam apenas pretensão de


rejulgamento da causa a pretexto de se imputarem deficiências no aresto.
De início, alega-se obscuridade entre os termos do voto do relator originário e o voto do relator
designado quanto aos fatos que ensejaram a inelegibilidade.
Contudo, consoante a remansosa jurisprudência desta Corte Superior, a obscuridade que os
aclaratórios é aquela existente entre as premissas e a conclusão adotada no decisum condutor do aresto, e não
a que em tese possa haver entre o voto vencedor e o vencido. Nesse sentido, entre outros:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INQUÉRITO POLICIAL.


COAÇÃO ELEITORAL. ART. 301 DO CÓDIGO ELEITORAL. OUTROS CRIMES COMUNS CONEXOS. FORO
POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. PREFEITO. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL.
TESE DE USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. INVESTIGAÇÃO OCULTA. CONTRADIÇÕES, OMISSÕES E
OBSCURIDADES. NÃO OCORRÊNCIA. DOCUMENTO NOVO. JUNTADA COM AS RAZÕES
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
PRETENSÃO DE REDISCUSSÃO DA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE NA VIA DOS ACLARATÓRIOS. PREMISSA

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FÁTICA EQUIVOCADAMENTE EXTRAÍDA DO ACÓRDÃO REGIONAL. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA.
REJEIÇÃO.

[...]

2. Na linha da jurisprudência desta Corte Superior, "a contradição que possibilita o conhecimento e o acolhimento
dos aclaratórios é aquela interna no acórdão hostilizado, examinada entre as respectivas premissas e
a conclusão, e não relativa ao entendimento da parte acerca da valoração da prova ou da escorreita
interpretação do direito" (ED-AgR-AR nº 955-71/MT, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 2.8.2017).

[...]

(ED-RHC 0600058-16/CE, Rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, DJE de 6/10/2020)

De outra parte, argumenta-se que o aresto padece de erro de premissa, pois as contratações e
exonerações dos servidores codificados não poderiam ser analisadas no presente feito, porquanto já foram
objeto da AIJE 1514-74, na qual houve imposição de multa por conduta vedada.
A matéria foi amplamente debatida pela Corte, concluindo-se não existir bis in idem na hipótese
dos autos, visto que “em ambas as ações há a alegação de que houve a nomeação de servidores em diversas
áreas do governo do Estado da Paraíba. Entretanto, na ação ora em julgamento, também se discutem
exonerações nas mesmas secretarias, sendo também diverso o conjunto probatório”.
Ademais, na espécie, os fatos foram analisados também sob a ótica do abuso de poder político,
ilícito eleitoral diverso da conduta vedada. No particular, veja-se a extensa fundamentação contida no voto do
relator originário (ID 56.298.238):

Os investigados devolveram a este Tribunal Superior a discussão a respeito da incidência de bis in idem,
especificamente com relação ao alegado ilícito na contratação de servidores temporários pelo governo do Estado
da Paraíba, em desobediência ao disposto no art. 73, V, da Lei nº 9.504/1997.

Alegam que os mesmos fatos foram apurados nos autos da AIJE nº 1514-74.2014.6.15.0000, ocasião em que foi
aplicada multa, no valor de R$ 30.000,00, ao ex-governador Ricardo Vieira Coutinho.

O acórdão regional enfrentou a questão da seguinte forma (fls. 7.426-7.429 dos autos físicos):

Ainda como preliminar alegam os investigados RICARDO VIEIRA COUTINHO ANA LIGIA COSTA
FELICIANO – e também o PSB – que este Regional não pode julgar conduta vedada objeto da
Representação nº 2016-13.2014.6.15.0000 – na qual se alega supostas nomeações/admissões e
exonerações/demissões de servidores não efetivos, nos 03 meses que antecederam o pleito de 2014 –- ao
aceno de que tal fato já fora apreciado e julgado por esta Corte, quando do julgamento da AIJE 1514-
74.2014.6.15.0000, ocasião em que foi aplicada ao ex Governador [sic] Ricardo Vieira Coutinho, multa reais)
pecuniária no valor de R$ 30.000.00 (trinta mil reais), como se depreende do Acórdão nº 61/2018, anexado.

Argumentam que não se mostra razoável a reapreciação de matéria, sob pena de ofensa ao princípio do “non
bis in idem”.

Ao final requererem que seja declarado prejudicado o rejulgamento da mesma conduta vedada em relação ao
investigado Ricardo Vieira Coutinho, a fim de se evitar a ocorrência do “bis in idem”.

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Passo à apreciação da preambular que, na minha ótica, merece ser analisada à luz do que dispõe o artigo 96-
B, § 2º da lei das eleições, cuja redação reproduzo:

Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum as ações eleitorais propostas por partes diversas
sobre o mesmo fato, sendo competente para apreciá-las o juiz ou relator que tiver recebido a primeira.

[...]

§ 2º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão ainda não transitou em
julgado, será ela apensada ao processo anterior na instância em que ele se encontrar, figurando a parte
como litisconsorte no feito principal.

[...]

Extrai-se das lições do ilustre jurista supramencionado que a reunião de ações eleitorais não é uma
imposição forçosa da Lei, mas deve ser considerada no caso concreto à luz dos princípios da efetividade da
celeridade e da duração razoável do processo, bem como das peculiaridades que digam respeito a cada fato
referente às situações analisadas, argumento também utilizado pelo eminente Desembargador Romero
Marcelo para rejeitar o pedido de reunião daquela ação com a presente AIJE 2007 formulado pelo Órgão
Ministerial com a solidariedade da coligação A Vontade do Povo requerimento de que, diga-se de passagem
foi feito naquela oportunidade – após a inclusão do processo na pauta para julgamento e já com publicação
no Diário de Justiça Eletrônico.

[...]

Em uma análise apressada, poderíamos entender que se o fato foi examinado e sancionado sob o viés de
conduta vedada – o que também objeto da Representação Eleitoral n 2016 – não poderia o mesmo Tribunal
reapreciar a matéria. Porém é relevante enfatizar que o objeto das ações em análise é mais amplo, pois
alicerçado em prova pericial documento novo, não examinado no procedimento julgado (AIJE 1514) que
ainda se encontra em grau de recurso na órbita do Colendo Tribunal Superior Eleitoral. Além disso, a AIJE
2007, ora em debate, examina a conduta de eventual abuso de poder político, assim vista na ótica do
Ministério Público, situação que será melhor esmiuçada quando da análise do mérito. Sobre este aspecto, o
TSE já teve a oportunidade de se pronunciar:

[...] Não há falar em violação ao princípio do non bis idem se um mesmo fato é analisado e sancionado
por fundamentos distintos.

[...] Nada impede que o mesmo fato descrito como conduta vedada, nos termos do art. 73 da Lei nº 9.504
/97, seja também apurado em AIJE sob a perspectiva do abuso, hipótese em que, se provada a gravidade
das circunstâncias, é de rigor a aplicação de sanção de inelegibilidade por oito anos, nos termos do art.
22, XIV, da LC nº 64/90.

Por respeito ao debate, é de se ressaltar como ponto de destaque, que ainda que a ação anterior (AIJE 1514)
tivesse sido alcançada pela coisa julgada formal, não haveria impedimento para o julgamento da presente
lide, uma vez que o ineditismo da prova pericial na qual se baseia a AIJE 2007, não constava na demanda
anterior (AIJE 1514) conforme restou bem explicitado pelo eminente Relator o Desembargador Romero
Marcelo, no Acórdão 61/2018, da Ação de Investigação Eleitoral citada.

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Em resumo, o entendimento do TRE/PB foi no sentido que afasta a incidência da vedação ao bis in idem o fato
de que a apuração levada a efeito nestes autos, no tocante à contratação e à demissão de “codificados” dentro
do período vedado, fundamenta-se em “[...] prova pericial, documento novo, não examinado no procedimento
julgado (AIJE 1514) [...]” (fl. 7.429 dos autos físicos).

A fim de confirmar esse entendimento, cita a existência de precedente deste Tribunal Superior nos autos do AgR-
AI nº 348-38/RJ (rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, julgado em 2.4.2019, DJe de 23.4.2019).

Impende colacionar, no que interessa, a ementa do referido julgado:

ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. AIJE.


ABUSO DE PODER POLÍTICO E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. BIS IN IDEM.
NÃO CONFIGURAÇÃO. PRELIMINAR REJEITADA. REITERAÇÃO DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL EM
PERÍODO VEDADO. GRAVIDADE DA CONDUTA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS Nº 24 E 28/TSE.
DESPROVIMENTO.

1. Não há falar em violação ao princípio do non bis in idem se um mesmo fato é analisado e sancionado por
fundamentos distintos. Precedente.

2. Nada impede que o mesmo fato descrito como conduta vedada, nos termos do art. 73 da Lei nº 9.504/97,
seja também apurado em AIJE sob a perspectiva do abuso, hipótese em que, se provada a gravidade das
circunstâncias, é de rigor a aplicação de sanção de inelegibilidade por oito anos, nos termos do art. 22, XIV,
da LC nº 64/90.

[...]

11. Agravo regimental desprovido.

Extraio do inteiro teor desse julgado os fundamentos que levaram o eminente Ministro Tarcisio a afastar o bis in
idem na hipótese:

Nos termos da jurisprudência desta Corte, "não ocorre bis in idem se um mesmo fato é analisado e
sancionado por fundamentos diferentes (RO n° 6432-571SP, ReI. Mm. Fátima Nancy Andrighi, DJe de
2.5.2012).

Logo, nada impede que o mesmo fato descrito como conduta vedada, nos termos do art. 73 da Lei n° 9.504
/97, seja também apurado em AIJE sob a perspectiva do abuso, hipótese em que, se provada a gravidade
das circunstâncias, é de rigor a aplicação de sanção de inelegibilidade por oito anos, nos termos do art. 22,
XIV, da LC n° 64/90.

Em outras palavras, com a correção que lhe é característica, o ilustre ministro bem apontou que não se
caracteriza bis in idem quando a Justiça Eleitoral, mesmo com base em fatos idênticos, exerce seu juízo a partir
de institutos eleitorais diversos, por exemplo, analisa os mesmos fatos à luz dos pressupostos das condutas
vedadas e o faz, em outro processo, sob a ótica do abuso de poder.

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Nessa hipótese, ao menos em tese, respeitados os institutos de cada investigação, os mesmos fatos podem
levar a apurações distintas no âmbito desta Justiça especializada.

A existência de massiva propaganda eleitoral extemporânea, por exemplo, será analisada em representação por
propaganda eleitoral antecipada, nos termos do art. 96 da Lei º 9.504/1997, bem como pode vir a ser examinada
por meio de AIJE, disciplinada pelo art. 22, XIV, da LC nº 64/1990, que investigará abuso do poder econômico.

No entanto, a apuração, nestes autos, no tocante à contratação de servidores “codificados”, não é a


mesma levada a efeito nos autos da AIJE nº 1514-74.2014.6.15.0000.

Em ambas as ações, há a alegação de que houve a nomeação de servidores em diversas áreas do


governo do Estado da Paraíba. Entretanto, na ação ora em julgamento, também se discutem exonerações
nas mesmas secretarias.

Em outras palavras, nesta ação, tanto as nomeações quanto as exonerações são discutidas.

Anoto, ainda, que o acórdão do TRE/PB ressalta o “[...] ineditismo da prova pericial na qual se baseia a
AIJE 2007, [que] não constava na demanda anterior (AIJE 1514) [...]” (fl. 7.429 dos autos físicos).

Tal fato, que amplia e concede contornos mais amplos à apuração, afasta, definitivamente, a tese de
violação ao bis in idem.

(sem destaques no original)

O ex-governador aduz, ainda, que esta Corte não considerou o contexto da gestão pública da
Paraíba, cuja precariedade induziu a contratar “codificados” para se manterem serviços essenciais, como saúde
e educação, bem como deixou de se pronunciar sobre o fato de que as referidas admissões se inserem na área
da discricionariedade administrativa, sobre a qual não cabe ingerência do Poder Judiciário.
Todavia, restou claro no aresto embargado que “o fato de a contratação de ‘codificados’ se tratar
de medida contumaz no Governo da Paraíba desde gestões anteriores não justifica a intensificação da manobra
durante o ano eleitoral” (ID 56.298.238).
Além disso, frisou-se que o chefe do Poder Executivo “já havia sido notificado em 2011, em 2012
e em janeiro de 2014, pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, acerca da ilegalidade da manutenção dos
servidores precários e da necessidade de se realizar concurso público para o preenchimento dos respectivos
cargos, porém, permaneceu inerte”. Transcreva-se a parte do voto do relator designado no ponto (ID
56.298.238):

No que diz respeito às contratações e exonerações de servidores “codificados” no decorrer do ano de 2014,
inclusive durante o período eleitoral, o TRE/PB consignou apenas a conduta vedada do art. 73, V, d, da Lei 9.504
/97, cominando multa aos envolvidos.

Como se relatou, uma das partes pretende a improcedência dos pedidos neste item e a outra que se majore a
sanção pecuniária e se reconheça o abuso de poder político, impondo-se inelegibilidade (art. 22 da LC 64/90).

4.1. A título de esclarecimento inicial, anoto que a expressão “codificados” é usual naquele Estado e define
pessoas contratadas temporariamente pelo governo estadual que não se enquadram em nenhuma das formas de

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provimento admitidas no art. 37 da CF/88. A dispensa do cargo, nessas hipóteses, pode ocorrer a qualquer
tempo, à margem da lei e sem nenhuma espécie de garantia a quem desempenhou função pública sob esse
regime, o que, por si só, causa espécie.

A propósito, como bem salientou o douto Relator,

[...] são estarrecedoras as informações relacionadas a essas contratações.

Primeiro, porque existem à margem do Direito. Apesar de serem pagas pelo erário estadual, não estão
cobertas por nenhum dos institutos jurídicos conhecidos pelo Direito Administrativo.

A força de trabalho não tem proteção alguma, existindo apenas segundo a talante do administrador público.

Destaco, no ponto, que não impressiona o fato reconhecido pelo TRE/PB de esse tipo de contratação
precária ser recorrente ou, nas palavras do acórdão regional, um “problema de décadas”. A reiteração de
determinada prática ilícita, como se sabe, jamais terá o condão de retirar-lhe o ranço da ilegalidade.

4.2. Dito isto, consoante o art. 73, V, d, da Lei 9.504/97, são vedadas, dentro dos três meses que antecedem o
pleito até a posse dos eleitos, contratações e exonerações de servidores, ressalvadas, dentre outras hipóteses,
as nomeações para o funcionamento de serviços públicos essenciais. Confira-se:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a
igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

[...]

V – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens
ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou
exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos
eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:

[...]

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos


essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; [...]

O exame dos autos revela que, entre julho e outubro do ano eleitoral, o Governo da Paraíba promoveu 1.739
nomeações e 1.369 exonerações de servidores “codificados” nas secretarias estaduais de saúde e educação –
chefiadas à época pelos recorrentes Waldson Dias e Márcia de Figueiredo, por sua vez subordinados de forma
direta a Ricardo Coutinho – sem qualquer prova do requisito de excepcionalidade exigido pela norma. [...]

Ainda acerca dos fatos, constam da perícia os seguintes elementos:

a) “a quantidade de vínculos em 2014, a partir de maio, supera os mesmos meses dos outros anos” (ID
39.384.788, fl. 18);

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b) em setembro de 2014, apurou-se o maior desembolso líquido a título de “codificados”, somando-se R$
30.600.707,09 (ID 39.385.338, fl. 7), em comparação a pagamentos que alcançaram R$ 14.000.000,00 nos
meses anteriores;

c) “a Secretaria de Educação contempla em média 59% do total de servidores não efetivos do Estado” (ID
39.384.788, fl. 21);

d) falta de transparência nas contratações precárias, pois os pagamentos eram feitos mediante depósito bancário
sem o respaldo de contracheque.

Ao contrário do que aduzem os recorrentes, esses elementos evidenciam que a desorganização


administrativa verificada no regime de contratações do governo da Paraíba repercutiu de modo
inequívoco na seara eleitoral.

Além dos aspectos jurídicos já referidos quanto à ilicitude da forma de ingresso e exoneração dos servidores
“codificados”, com nomeações e dispensas livres de qualquer formalismo e à margem do controle dos órgãos
fiscalizadores, no caso específico se observa o grande quantitativo de pessoas contratadas e exoneradas,
os vultosos gastos públicos para essas operações, sua intensificação no período crítico de campanha e a
ausência de prova de que os serviços eram de natureza essencial.

Acerca especificamente do caráter essencial, relevante destacar que, nos termos da jurisprudência desta
Corte, os serviços de educação não se enquadram nesse conceito e, quanto aos de saúde, não basta a
mera prova de que as nomeações se destinam a essa área, exigindo-se que os cargos tenham efetivo
liame com a urgência da atividade desenvolvida. Nesse sentido:

ELEIÇÕES 2016. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.


CONDUTA VEDADA. RENOVAÇÃO DE CONTRATOS DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS. NOVO VÍNCULO
DE DIREITO PÚBLICO. CONFIGURAÇÃO DA CONDUTA VEDADA. SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL. AUSÊNCIA DE ESSENCIALIDADE. JURISPRUDÊNCIA DO TSE. OBRAS
PÚBLICAS. DESNECESSIDADE DE INAUGURAÇÃO. NATUREZA OBJETIVA DA CONDUTA VEDADA.
PROVIMENTO.

[...]

7. O conceito de “serviço público essencial” é interpretado pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral
de maneira restritiva, abarcando apenas aqueles relacionados à sobrevivência, saúde ou segurança da
população. Exclui-se, portanto, a contratação de profissionais das áreas de educação e assistência
social. Precedentes.

[...]

(REspe 387-04/PB, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 20/9/2019) (sem destaque no original)

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AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREFEITO E VICE. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL (AIJE). CONDUTA VEDADA. ART. 73, V, DA LEI 9.504/97. CONTRATO TEMPORÁRIO.
PERÍODO DEFESO. ILICITUDE. REENQUADRAMENTO JURÍDICO DOS FATOS. POSSIBILIDADE.
OFENSA À SÚMULA 24/TSE. INOCORRÊNCIA. DESPROVIMENTO.

[...]

3. A teor do entendimento desta Corte, conceitua-se como serviço público essencial, para os fins do art. 73,
V, d, da Lei 9.504/97, aquele de natureza emergencial, umbilicalmente ligado à sobrevivência, à saúde ou à
segurança da população. Interpretação em sentido diverso esvaziaria o comando legal e permitiria o uso da
máquina pública em benefício de candidaturas.

4. No caso, apesar de as contratações estarem ligadas à Secretaria Municipal de Saúde, não se verifica o
caráter essencial quanto aos cargos de auxiliar de serviços gerais e de agente de vigilância ambiental
(prevenção e controle de fatores de risco ambiental).

5. A simples circunstância de os cargos estarem lotados na Secretaria Municipal de Saúde não lhes
confere, ipso facto, a inescusável premência a que alude o referido dispositivo, sendo forçoso reconhecer a
ilicitude das contratações na espécie.

[...]

(AgR-REspe 1012-61/PB, Rel. Min. Jorge Mussi, DJE de 24/5/2019) (sem destaques no original)

Assim, ante a inequívoca conduta vedada, mantém-se o aresto regional no ponto. O valor das respectivas
multas, objeto de pedidos das partes no sentido ora da majoração, ora da redução, serão tratadas em tópico
específico.

4.3. De outra parte, nos termos da jurisprudência, “o abuso do poder político configura-se quando o agente
público, valendo-se de sua condição funcional e em manifesto desvio de finalidade, compromete a legitimidade
do pleito e a paridade de armas entre candidatos, o que se aplica igualmente às hipóteses de condutas
aparentemente lícitas, mas com eventual desvirtuamento apto a impactar na disputa” (AgR-AI 518-53/MA, Rel.
Min. Sérgio Banhos, DJE de 6/3/2020).

No plano doutrinário, Walber de Moura Agra destaca que referido ilícito “dá-se com os atos praticados com
desrespeito aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, ou seja, os
princípios basilares da Administração Pública” (Manual Prático de Direito Eleitoral. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum,
2020, p. 257).

Ademais, com o advento da LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), acrescentou-se ao art. 22 da LC 64/90 o inciso
XVI, dispondo que “para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o
resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam”.

Em acréscimo, de acordo com a jurisprudência desta Corte, “para configuração do abuso de poder, faz-se mister
a comprovação da gravidade das circunstâncias do caso concreto suscetível a adelgaçar a igualdade de chances
na disputa eleitoral” (AgR-RO 0602518-85/PA, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 18/3/2020).

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Na espécie, além da notória prática de conduta vedada, entendo, na esteira dos três votos divergentes na origem
e do voto do douto Relator nesta Corte, que o conjunto probatório denota gravidade suficiente para caracterizar o
abuso de poder político (art. 22 da LC 64/90).

Em outras palavras, as inúmeras contratações e demissões precárias, em completo descompasso com os


princípios e regras do regime jurídico constitucional, no trimestre anterior ao pleito, e com grande amplitude
financeira em cotejo com períodos anteriores, qualificam a abusividade da conduta e seu caráter eleitoreiro, tal
como sobejamente se demonstrou ao se analisarem os fatos sob a perspectiva do art. 73 da Lei 9.504/97. Além
disso, o fato de a contratação de “codificados” se tratar de medida contumaz no Governo da Paraíba
desde gestões anteriores não justifica a intensificação da manobra durante o ano eleitoral.

A propósito, o recorrente Ricardo Coutinho já havia sido notificado em 2011, em 2012 e em janeiro de
2014, pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, acerca da ilegalidade da manutenção dos servidores
precários e da necessidade de se realizar concurso público para o preenchimento dos respectivos
cargos, porém, permaneceu inerte.

Assim, se o Governador nem sequer poderia manter esse tipo de vínculo precário, sem respaldo legal,
muito menos caberia ampliá-lo durante o ano em que disputou a reeleição.

Em suma, as milhares de contratações de servidores “codificados”, de natureza precária, à margem da lei, com
intensificação no período de campanha e incremento de gastos de mais de quinze milhões de reais nesse
interregno, autorizam reconhecer o abuso.

(sem destaques no original)

Acerca do reconhecimento do abuso de poder político com viés econômico no âmbito do


programa Empreender PB, sustenta-se omissão sob as seguintes razões: a) esta Corte ultrapassou a barreira
de sua competência, analisando a irregularidade de atos administrativos; b) não se demonstraram elementos
caracterizadores da gravidade, tendo em vista que os valores pagos não destoam da média histórica, inexiste
prova robusta acerca da prática ilícita, bem como a mera participação do governante na entrega das benesses
não denota caráter eleitoreiro.
Ao contrário do que se supõe, referidas teses foram exaustivamente enfrentadas, firmando-se,
todavia, entendimento sobre a inequívoca prática do ilícito, pois: a) o laudo pericial demonstrou vultoso
incremento nas verbas do programa em ano eleitoral (quase 100%); b) o então governador e candidato à
reeleição fez amplo uso publicitário do programa de microcrédito; c) não se pode descaracterizar a ilegalidade
sob a mera ótica de desorganização administrativa. É o que se infere (ID 56.298238):

No que concerne ao programa “Empreender PB”, destinado à concessão de microcrédito a pessoas físicas e
jurídicas, observo que a despeito de sua implementação por lei estadual e de sua execução contínua desde
2011, os fatos ocorridos em 2014 revelam o desvirtuamento em benefício do então Governador, como consignou
o douto Relator.

Extraem-se do laudo pericial que integra os autos os seguintes dados relativos ao programa, que, por si sós,
causam espécie:

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a) em 98% dos processos de concessão para pessoas físicas, não se comprovou o emprego dos valores do
empréstimo e não se juntou documentação que demonstrasse a capacidade de endividamento dos beneficiários,
gerando índice de inadimplência próximo de 80%;

b) 94% das pessoas jurídicas beneficiadas não preencheram os requisitos legais e, em 25% das operações, não
se emitiram sequer as parcelas para pagamento;

c) houve aumento de 91,1% de recursos liberados em 2014, comparativamente com 2013 (ID 39.385.138, fl. 15);

d) a Controladoria-Geral do Estado, vinculada ao Executivo, constatou diversas irregularidades, que, porém,


foram ignoradas pelo Governador no ano da eleição;

e) quanto às pessoas físicas: i) os beneficiários “com empréstimos concedidos pelo Programa Empreender – PB,
no exercício de 2014, [superaram] a quantidade de 2013 em 77,9%” (ID 39.385.138, fl. 19) e “o montante
financeiro despendido através de empréstimos em 2014 foi superior ao montante despendido em 2013 em
87,21%” (ID 39.384.988, fl. 7); ii) 39% dos processos não foram instruídos com o Plano de Negócios, documento
essencial para se deferir o crédito (ID 39.384.988, fl. 17); iii) apenas “0,64% dos processos [...] tiveram os Planos
de Negócios avaliados mediante análise técnica suficiente e por critérios objetivos”, ao passo que “60,36% que
possuíam referido documento, nem sequer foram avaliados (ID 39.384.988, fl. 17);

f) no tocante às pessoas jurídicas: i) “o montante financeiro despendido através de empréstimos em 2014


superou o montante despendido em 2013 em 170,06%” (ID 39.384.988, fl. 8); ii) apenas nos meses de julho e
agosto do ano eleitoral, foram gastos R$ 898.334,24, ultrapassando o que se desembolsou sob a mesma rubrica
durante todo o ano de 2013 (R$ 792.625,88); iii) “nem todas as [...] beneficiárias do programa, cumpriram os
requisitos necessários para a contratação dos empréstimos, mediante prova da adequação ao perfil exigido pelo
programa para ter acesso às linhas de crédito” (ID 39.384.988, fl. 9).

No meu modo de pensar, assim como no tópico atinente às contratações e dispensas temporárias de servidores,
a concessão de microcréditos no âmbito do programa “Empreender PB” claramente ultrapassou a seara da
mera desorganização administrativa e repercutiu de modo inequívoco no plano eleitoral, evidenciando o
uso da máquina pública em benefício do projeto de Ricardo Vieira Coutinho de se reeleger.

No voto-vista da lavra do Juiz Sérgio Murilo Wanderley Queiroga, sintetiza-se em detalhes a distorção ocorrida
no âmbito do programa em 2014 – e não apenas falhas procedimentais, como argumenta a defesa – a partir
das seguintes circunstâncias (ID 39.388.938, fl. 9):

1. Inexistência de Plano de Negócio (PN) ou de sua análise;

2. Cessão de crédito sem observância dos critérios legais;

3. Subjetivismo preponderante na liberação dos recursos, ante a não observância de requisitos minimamente
objetivos, inclusive quanto à competência para o ato;

4. Inexistência de um mínimo formalismo procedimental, a emprestar segurança jurídica à dinâmica do


programa (sequer autos devidamente formalizados e individualizados foram encontrados);

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5. Incremento substancial nas verbas do programa em ano eleitoral (quase 100% de aumento);

6. Inexistência de estudos quanto ao sucesso e impacto positivo do programa na economia local;

7. Constatação de elevado índice de inadimplência;

8. Consequência natural;

9. Na prática, natureza de efetiva doação (a pessoas hipossuficientes).

Ademais, na linha do parecer ministerial, “apenas a partir do exercício de 2015 – ou seja, após a eleição – há
registro de que a gestão do programa Empreender PB passou a adotar procedimentos efetivos voltados à
cobrança dos valores em atraso, compreendendo o período retroativo de 2011 a 2015”.

Não bastasse isso, a prova dos autos demonstra que o então Governador e candidato à reeleição fez
amplo uso publicitário do programa de microcrédito e estava presente em diversos eventos de entrega
dos benefícios.

A meu sentir, essas circunstâncias, sobejamente demonstradas nos autos, são incontornáveis para fim
de reconhecimento do abuso de poder e não podem, reitero, ser justificadas sob a mera ótica de
desorganização administrativa. O fato de o programa estar previsto em lei e em execução orçamentária em
anos anteriores não autoriza concluir, apenas por essa razão, que inexistiu ilicitude.

Em caso com dinâmica similar, o AgR-AI 283-53/RJ, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJE de 31/5/2019, decidiu
esta Corte que

[c]onfigura abuso do poder político a intensificação atípica de programa de regularização fundiária nos meses
anteriores ao pleito, com a realização de eventos para entrega de títulos de direito real de uso pessoalmente
pelo prefeito candidato à reeleição. A quebra da rotina administrativa para que a fase mais relevante do
programa social fosse realizada às vésperas do pleito, com nítida finalidade eleitoreira, somada à grande
repercussão que a conduta atingiu justificam a imposição da sanção de cassação dos diplomas dos
candidatos.

4. Conclusão

Em resumo, as razões dos embargantes demonstram mero inconformismo com o juízo veiculado
no aresto e manifesto intuito de promover novo julgamento da causa, providência que não se coaduna com a
sistemática dos embargos declaratórios, de acordo com precedentes desta Corte Superior: ED-AgR-Al 724-43
/MA, Rel. Min. Og Fernandes, DJE de 2/8/2019 e ED-AgR-REspe 27-53/RJ, Rel. Min. Tarcisio Vieira de
Carvalho Neto, DJE de 23/5/2019.
Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração.
É como voto.

EXTRATO DA ATA

ED-RO-El nº 0002007-51.2014.6.15.0000/PB. Relator: Ministro Luis Felipe Salomão.


Embargante: Renato Costa Feliciano (Advogados: Walber de Moura Agra – OAB: 757/B/PE e outros).

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Embargante: Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues (Advogados: Thiago Paes Fonseca Dantas – OAB:
15254/PB e outros). Embargante: Ricardo Vieira Coutinho (Advogados: Arthur Vieira Duarte – OAB: 46693/DF e
outros). Embargado: Ministério Público Eleitoral. Embargada: Coligação A Vontade do Povo
(Advogados: Harrison Alexandre Targino – OAB: 5410/PB e outros). Embargado: Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) – Estadual (Advogados: Harrison Alexandre Targino – OAB: 5410/PB e outros).
Embargado: Waldson Dias de Souza (Advogado: Francisco das Chagas Ferreira – OAB: 18025/PB).
Embargada: Ana Lígia Costa Feliciano (Advogados: Walber de Moura Agra – OAB: 757/B/PE e outros).
Embargada: Márcia de Figueiredo Lucena Lira (Advogados: Diego Fabricio Cavalcanti de Albuquerque –
OAB: 15577/PB e outro). Embargado: Ricardo Vieira Coutinho (Advogados: Arthur Vieira Duarte – OAB: 46693
/DF e outros). Embargado: Tárcio Handel da Silva Pessoa Rodrigues (Advogados: Thiago Paes Fonseca
Dantas – OAB: 15254/PB e outros). Embargado: Renato Costa Feliciano (Advogados: Walber de Moura Agra –
OAB: 757/B/PE e outros). Embargado: Francisco Cesar Gonçalves (Advogados: André Leandro de Carvalho
Lemes – OAB: 15000/PB). Embargado: Antônio Eduardo Albino de Moraes Filho
(Advogado: Marcos Antônio Viana de Oliveira Júnior – OAB: 14975/PB).
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do voto
do relator.
Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (presidente), Edson Fachin, Alexandre de
Moraes, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Tarcisio Vieira de Carvalho Neto e Sérgio Banhos.
Vice-Procurador-Geral Eleitoral: Renato Brill de Góes.

SESSÃO DE 22.4.2021.

Assinado eletronicamente por: LUIS FELIPE SALOMÃO em 2021-05-14 12:41:29.616


https://pje.tse.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 21051115084227100000131366434

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