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Nujeen

Ano de publicação: 2017


Autoras: Nujeen Mustafa, Christina Lamb
238 páginas

Você já deve ter visto nos jornais sobre a crise dos refugiados, e
talvez já pensou em como as rotas que enfrentam, alguns
utilizando pequenos botes, são difíceis. Agora, já imaginou
alguém passar por tudo isso sendo cadeirante?

No livro “Nujeen”, escrito em parceria com a jornalista Christina


Lamb (coautora de “Eu sou Malala”), você vai poder conhecer a
história de superação da jovem Nujeen Mustafa. Ela, que já
enfrentava desafios devido a sua deficiência, realiza uma
trajetória desafiadora de fuga da Síria, por causa da guerra.

Imagine não conseguir sair de casa devido à falta de


acessibilidade nas ruas de sua cidade e, de repente, fazer uma
jornada de 5.782 quilômetros, passando por vários países!

Quer conhecer mais dessa história? Então, continue lendo este


resumo e saiba mais sobre esse emocionante relato de
sobrevivência.

Ideias principais do livro


• A palavra “refugiados” passou a remeter a ideia de dados estatísticos e números, e não a de pessoas com
histórias, dores e desafios;
• Os curdos são o maior povo apátrida (pessoas que não têm a nacionalidade reconhecida por nenhum país)
do mundo;
• A “Primavera Árabe” composta por protestos populares contra os governos totalitários e sua repercussão
foi impulsionada por redes sociais, como o Facebook;
• A intervenção do Ocidente nas guerras do Oriente Médio e a falta de ações militares no conflito sírio é algo
questionado pela comunidade internacional;
• As condições oferecidas nas travessias são insalubres e desumanas, além de não terem nenhuma garantia
de sobrevivência e serem extremamente caras;
• Apesar de todas as dificuldades, a jovem Nujeen Mustafa permanecia otimista e se importava sempre em
poder contribuir de alguma forma com seu grupo.

Esse livro é indicado para quem?

“Nujeen” é indicado para estudiosos ou pessoas interessadas em migração, crise dos refugiados, primavera
árabe ou ainda os conflitos sírios.
A obra é indispensável também para quem deseja conhecer mais sobre migração forçada, entender o que tem
levado essas pessoas a abandonarem sua terra natal e também para aqueles que se interessam pela história
impressionante da jovem.

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Visão geral do livro
Morar sem pertencer
Nujeen inicia a obra com a narrativa da preparação para sua travessia de bote, o qual tinha capacidade
máxima de 15 pessoas, mas iria transportar 38!
Na primeira parte, a autora conta que é de etnia curda, um povo que mesmo tendo sua história, língua e
costumes, não tem um território com um Estado. Logo, são ou perseguidos nos países onde se encontram, ou
privados de direitos básicos.
Em meio aos dados ou informações do seu povo, Nujeen Mustafa também fala de si e do significado de seu
nome, que é “nova vida”. Ela relata que tem grande diferença de idade para seus irmãos, por isso sempre foi
cuidada por todos. Além disso, ela relata que precisava de apoio devido às limitações da deficiência.
A autora narra as dificuldades de tratamento e a falta de acessibilidade para se deslocar pela cidade de Alepo,
Síria. Também conta que não conseguia frequentar a escola, mas aprendeu a ler com sua família e aprendeu
inglês com programas de televisão.
A escritora cita alguns pensamentos que denomina como “princípios de Nujeen”:

• Ela não compreende porque alguém iria mergulhar no sofrimento enquanto existe um belo mundo lá fora;
• Nujeen crê que ninguém nasce ruim, nem mesmo o ditador de seu país.

A primavera começou…

De acordo com a autora, começaram a surgir notícias do Egito sobre protestos populares contra os governos
totalitários, que responderam com forte repressão, através de tanques de guerra indo em direção a
população, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Apesar disso, o povo permaneceu firme e conseguiu a
renúncia do presidente.
Nujeen relata que esse clima de mudança foi se espalhando por outros países e como isso deu forças e
esperança para outros indivíduos. Com o florescer desse sentimento, nasceu o movimento chamado
“Primavera Árabe”.
A autora diz que inicialmente acompanhavam as revoltas pela televisão, mas depois os regimes tentaram
suprimir as notícias e conter a informação. Por conta disso, eles passaram a acompanhar pelo YouTube e
marcar os protestos pelo Facebook.
A jovem relata que mesmo com o momento favorável para mudanças, a Síria não foi bem sucedida em suas
tentativas de fazer brotar mudanças políticas. O povo sofreu repressão brutal e cruel, e a família Assad não
poupou esforços contra os opositores.
Os embates entre grupos rebeldes e o governo geraram um ambiente ainda mais instável, resultando em um
cenário de guerra, com vítimas de ataques fatais e desumanos. Nujeen Mustafa questiona do porquê não ter
ocorrido intervenção militar dos países ocidentais no conflito sírio, assim como houve em outros países.
Ela conta que a família decidiu sair da cidade de Alepo e ir para Manbij, uma cidade do interior, em busca de
mais segurança. Infelizmente, pouco depois, se deparam com uma situação tão hostil que passaram a
conhecer os tipos de bombas ou de mísseis lançados apenas pelo som ou impacto causados.
A família, então, considera se deslocar outra vez, partindo para a Turquia com o objetivo de, em seguida, irem
para um lugar mais distante.
Em meio a tanta catástrofe, a obra traz a visão leve da adolescente e seu desejo de fazer algo, revelando sua
crença de que cada pessoa tem um propósito e motivo para estar nesse mundo.

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Ampliando os horizontes

A segunda parte do livro “Nujeen” é considerada por muitos como angustiante por conta de toda
ansiedade gerada diante da incerteza das situações relatadas.
Primeiramente, a autora relata que apesar de estarem mais seguros em terras turcas, ainda não eram bem-
vindos ali, o que levou ao planejamento da ida de Nujeen e sua irmã, Nasrine, até a Alemanha ao encontro
de seu irmão. Devido ao alto custo cobrado nas travessias e à idade dos pais, a família não iria completa.
No caminho, as migrantes enfrentam muitas coisas, desde atravessadores que não comparecem no horário
marcado até períodos na prisão, mesmo que isso seja ilegal segundo a ONU. Apesar de toda a gravidade
da situação, a garota tem uma surpreendente postura otimista que surpreende a todos e incomoda a
muitos.
E assim, as irmãs seguem, impressionando os demais migrantes, ao passarem longos e difíceis trechos
empurrando a cadeira de rodas. Nujeen Mustafa conta como ainda assim pôde vislumbrar os países pelos
quais passaram e se fascinar com cada paisagem.
Ao avançar da jornada, ainda com outros parentes, é narrado um dos pontos mais perigosos: a travessia em
um bote, com mais do dobro da sua capacidade máxima, até a Grécia. Um trajeto curto, mas que, de acordo
com Nujeen, era conhecido como “rota da morte”.
A autora e sua irmã concluíram a rota com vida, e ela relata que, ao serem recebidas na ilha de Lesbos,
ouviu uma voz comunicando-se em inglês e teve sucesso em responder. Naquele momento, ela percebeu o
seu sentimento de satisfação por ser útil e atuar como “intérprete”.
A narração segue trazendo mais etapas e surpresas, como as condições precárias dos campos de
refugiados, muito acima da capacidade, com escassez de recursos, o que, segundo a garota, gerava
conflitos internos tanto pela tentativa de garantir para si, quanto pela desesperança e medo que gerava um
ambiente inóspito.
Nujeen relata sobre as pessoas que encontrou no caminho e as assistências que recebeu devido à sua
deficiência. Dentre elas, descreve que conheceu um jornalista espanhol que a entrevistou, fazendo com que
ela fosse vista e reconhecida a partir da reportagem.
Com isso, traz a reflexão de que a condição de refugiados não é aquilo que os define, e que não são dados
ou números. Afirma que são pessoas com histórias, famílias e suas profissões, mas que tiveram que fugir.
Em determinado momento do livro, Nujeen Mustafa aponta a insensibilidade ou ignorância das pessoas
diante da crise migratória. Lembra-se de ter passado por turistas com câmeras, enquanto pessoas, que
fugiram de bombardeios, dormiam na estrada.

Abram-se os portões

Nos capítulos finais da segunda parte, ainda são contados pela jovem algumas situações que enfrentaram,
como quando chegaram algumas horas após ter sido colocada uma cerca para impedir a entrada de
refugiados na fronteira da Hungria.
A narrativa é sempre marcada pelo medo de terem que retornar para o contexto da guerra ou ainda não
conseguirem chegar ao destino esperado, já que a chanceler alemã Angela Merkel havia anunciado abertura
para receber a população migrante com boas condições.
Antes que pudessem chegar a terras germânicas, foram presas, e de acordo com Nujeen, até fotografadas
como criminosas.
Após utilizarem vários meios de transporte, além de passarem por centros de acolhida e campos de
refugiados, a garota diz que estavam confusas sem saber se de fato haviam chegado. Foi preciso perguntar
onde ficava a Alemanha, e então, receberam como resposta: bem-vindas à Alemanha!

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Abram-se os portões
Depois de tanta luta nessa trajetória, finalmente chegaram ao destino. A autora do livro relata os trâmites
legais que passaram para solicitar refúgio, ainda mais por ser menor de idade e também conta sobre sua
ânsia em ter uma rotina normal como uma adolescente, poder finalmente ir à escola, estar segura e ter
amigos.
Dentre as surpresas e boas novidades relatadas por Nujeen, está o fato de ter sua história contada em um
programa de TV estadunidense. Além disso, ela pôde finalmente receber tratamento e acompanhamento
adequados, além do diagnóstico mais preciso da sua deficiência.
Com o crescente número de migrantes forçados na Europa, a escritora conta que a população fica dividida
entre apoiadores e opositores. Segundo ela, os ataques ocorridos no período de alta da crise foram
atribuídos aos refugiados sem a devida comprovação, gerando desgastes e medo de serem vítimas de
repressão.
Ela conclui contando sobre os desafios que continuam sendo enfrentados, mesmo com o status de
refugiados no país de acolhimento. Entre eles, a xenofobia e as saudades da família são os mais frequentes,
porém a esperança continua sendo a mais fiel companheira.
A história de Nujeen Mustafa é inspiradora e atua “abrindo os olhos” para a luta dos refugiados e todos os
desafios que enfrentam, mas também a força e esperança que carregam consigo. Sendo assim, nos instiga
a ações práticas e transformadoras.
Atualmente, ela é apoiadora do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Ela é
também um símbolo da luta dos jovens refugiados e realiza palestras inspiradoras.

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O que outros autores dizem a respeito?
Protagonista de uma jornada também muito sofrida e difícil, Nelson Mandela explica na sua biografia “Longa
Caminhada até a Liberdade” como enxergava os obstáculos que lhe eram impostos e suas atitudes a partir
disso.

Barack Obama, ao contar sua história em “A Origem dos Meus Sonhos”, destaca a importância e os
benefícios proporcionados pela construção de uma comunidade com aceitação, esperança e empatia.

Por fim, Gandhi relata no livro “Autobiografia: Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade” sobre o
seu compromisso com suas crenças e como isso o ajudou durante sua trajetória.

Certo, mas como aplicar isso na minha vida?


• Saiba que independente das limitações ou dos poucos recursos que possui, alcançar um objetivo, como
aprender uma nova língua, é sempre possível com dedicação;
• Precisamos lutar e buscar mais informações sobre Direitos Humanos, especialmente no tocante aos
refugiados;
• Saiba da importância da conscientização sobre a migração forçada, combate à xenofobia e apoio a
população migrante;
• Tenha em mente que, por mais difícil que seja lutar e defender uma causa tão complexa como essa, ações
benéficas sempre trarão algum impacto, por menor que pareçam ser;
• Busque observar sempre o que você pode aprender em cada situação, mesmo nas mais difíceis e
traumáticas;
• Tente encontrar a beleza da vida, mesmo em meio a cenários mais improváveis.

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