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1.

Argumentação e
lógica formal
1.2. Formas de inferência válida e
principais falácias

2. A Filosofia na
cidade
Silogismo condicional

Modos válidos

Modo Modo negativo


afirmativo

Modus ponens Modus tollens

Há uma relação necessária entre as


premissas e a conclusão.
Modus ponens

Modo que consiste em afirmar o antecedente na premissa menor e em


afirmar, de seguida, o consequente na conclusão.

Forma lógica Exemplos


Se P, então Q. Se compro a casa, então gasto muito dinheiro.
P. Compro a casa.
Logo, Q. Logo, gasto muito dinheiro.
 
Se não gasto dinheiro, então faço uma boa poupança.
Não gasto dinheiro.
Logo, faço uma boa poupança.
Modus tollens

Modo que consiste em negar o consequente na premissa menor


e em negar depois o antecedente na conclusão.

Forma lógica Exemplos


Se P, então Q. Se compro a casa, então gasto muito dinheiro.
Não Q. Não gasto muito dinheiro.
Logo, não P. Logo, não compro a casa.

Se estiver sol, então não fico em casa.


Fico em casa.
Logo, não está sol.
Silogismo condicional: falácias

Falácia da afirmação do consequente: afirma-se o consequente


na premissa menor e o antecedente na conclusão.
Falácia da negação do antecedente:
nega-se o antecedente na premissa menor e o
consequente na conclusão.

Forma lógica Se P, então Q. Forma lógica Se P, então Q.


Q. Não P.
Logo, P. Logo, não Q.

Exemplos Exemplos
Se chove, então fico em casa. Se chove, então fico em casa.
Fico em casa. Não chove.
Logo, chove. Logo, não fico em casa.

Se não chove, então não fico em casa. Se não chove, então não fico em casa.
Não fico em casa. Chove.
Logo, não chove. Logo, fico em casa.
Silogismo disjuntivo

Silogismo cuja premissa maior é uma


proposição disjuntiva (que pode ser
exclusiva ou inclusiva).

A premissa menor afirma ou nega uma das


alternativas. A conclusão, por sua vez, afirma
ou nega a outra, em função do que se passar
na premissa menor.

Exemplo
Premissa maior Ou sou inocente ou sou culpado.

Premissa menor Sou inocente.


Conclusão Logo, não sou culpado.
Silogismo disjuntivo
(disjunção exclusiva)

Modos válidos

Modus ponendo tollens Modus tollendo ponens


(modo que, afirmando, nega) (modo que, negando, afirma)

Há uma relação necessária entre as


premissas e a conclusão.
Modus ponendo tollens

Modo cuja premissa maior é uma disjunção exclusiva, cuja premissa menor
afirma uma das alternativas e cuja conclusão nega a outra.

Forma lógica Exemplos


Ou P ou Q. Ou penso ou sinto.
P. Penso.
Logo, não Q. Logo, não sinto.
OU:
Ou não estou desconcentrado ou estou cansado.
Ou P ou Q. Estou cansado.
Q. Logo, estou desconcentrado.
Logo, não P.
Modus tollendo ponens

Modo cuja premissa maior é uma disjunção exclusiva, cuja premissa menor
nega uma das alternativas e cuja conclusão afirma a outra.

Forma lógica Exemplos


Ou P ou Q. Ou chove ou faz sol.
Não P. Não chove.
Logo, Q. Logo, faz sol.
OU:  
Ou não fico em casa ou não vou para a rua.
Ou P ou Q. Vou para a rua.
Não Q. Logo, não fico em casa.
Logo, P.
Proposições disjuntivas

Disjunção completa ou Disjunção inclusiva.


exclusiva.

Uma das alternativas Uma alternativas não


exclui a outra. exclui a outra.

Exemplo: Exemplo:
Ou danço ou estou quieto. Escrevo ou sorrio.
Falácia no silogismo disjuntivo Modus tollendo ponens

A premissa maior é uma disjunção inclusiva, a premissa Modo cuja premissa maior é uma disjunção
menor apresenta a afirmação de uma das alternativas inclusiva, cuja premissa menor apresenta a negação
(que não se excluem) e a conclusão nega a outra. de uma das alternativas (que não se excluem) e cuja
conclusão afirma a outra.

Forma Exemplos Forma Exemplos


lógica lógica
P ou Q. Sou marinheiro ou cantor. P ou Q. Escrevo ou sorrio.
P. Sou marinheiro. Não P. Não escrevo.
Logo, não Logo, não sou cantor. Logo, Q. Logo, sorrio.
Q. Sou marinheiro ou cantor. Ou:
Ou: Sou cantor. P ou Q. Os pássaros voam ou não
P ou Q. Logo, não sou marinheiro. Não Q. cantam.
Q. Logo, P. Os pássaros cantam.
Logo, não Logo, voam.
P.
1.2.2. Lógica proposicional
PROPOSIÇÃO

Pensamento ou conteúdo expresso por uma frase declarativa, suscetível


de ser considerada verdadeira ou falsa.

As proposições têm valor de verdade.

Simples ou elementares Complexas ou compostas

São proposições em que não São proposições em que está


estão presentes quaisquer presente um operador ou mais
operadores. do que um.

Exemplos Exemplos

As casas são brancas. As casas são amarelas. As casas são brancas ou as casas são amarelas.
Gertrudes é arquiteta. Paulo é engenheiro. Gertrudes é arquiteta e Paulo é engenheiro.

Deus existe. O mundo foi criado por Se Deus existe, então o mundo foi criado por
ele.
Eu sou jogador de futebol.Deus. Eu não sou jogador de futebol.
Proposições

Simples Complexas

O seu valor de verdade O seu valor de verdade


depende do facto de elas depende do valor de verdade
estarem ou não de acordo das proposições simples e dos
operadores utilizados.
com a realidade.

Gertrudes é arquiteta. Paulo é engenheiro. Gertrudes é arquiteta e Paulo é engenheiro.

verdadeira falsa falsa

Gertrudes é arquiteta ou Paulo é engenheiro.

verdadeira
Operadores Proposicionais

Trata-se de palavras ou expressões que, sendo ligadas a determinada(s) proposição(ões),


permitem formar novas proposições.

«Penso que», «visto que», «E», «ou», «se…,


«acredito que», «é possível
que», etc. então», etc.

Operadores
verofuncionais
(operadores lógicos ou
conetivas
proposicionais).
Proposição complexa função de verdade

Operadores que nos permitem, uma vez conhecidos os valores de verdade das proposições simples,
determinar, apenas com base nessa informação, o valor de verdade da proposição resultante.
P: Deus existe.
Variáveis Letras Q: A vida tem sentido.
proposicionais
proposicionais

Exemplo Forma lógica


Deus existe e a vida tem sentido. P e Q.
Logo, Deus existe. Logo, P.

Argumento dedutivamente válido.

É possível determinar, com base nos operadores


verofuncionais, a validade dos argumentos em que as
proposições se integram.
OPERADORES VEROFUNCIONAIS

Símbolo Leitura Formas proposicionais


não Negação
¬
e Conjunção
Constantes

ou Disjunção
lógicas ∨
→ se..., então Condicional

↔ se, e só se Bicondicional
Forma lógica Exemplos
¬P Não P. Deus não existe.
P∧Q P e Q. Deus existe e a vida tem sentido.
P∨Q P ou Q. Deus existe ou a vida tem sentido.
P→Q Se P, então Q. Se Deus existe, então a vida tem sentido.

P↔Q P se, e só se, Q. Deus existe se, e só se, a vida tiver sentido.

Operador singular, Aplica-se apenas a uma proposição. «Não».


unário ou monádico

Operador binário Aplica-se a duas proposições. «E», «ou», «se...,


ou diádico então», «se, e só se».
Negação Tabela de verdade

P: Portugal é um país asiático. Tabela que apresenta as diversas condições de


verdade de uma forma proposicional específica,
permitindo determinar de modo mecânico a sua
¬ P (Não P) verdade ou falsidade.
A tabela de verdade exibe os valores de verdade possíveis
da(s) proposição(ões) e os valores de verdade resultantes
Portugal não é um país asiático. das operações efetuadas.

Expressões
alternativas
Não é verdade que Portugal é um país asiático.
É falso que Portugal seja um país asiático.
É errado afirmar que Portugal é um país asiático.
Tabela de verdade da
negação

A negação é uma proposição com a forma P ¬


«Não P», representando-se por «¬ P». Se P
V P
F
é verdadeira, ¬ P é falsa; se P é falsa, ¬ P
é verdadeira. Coluna de referência F V

A negação de uma negação (ou dupla negação) Primeira parte Segunda parte
– que se representa por «¬ ¬ P» – equivale a
uma afirmação. Sendo o operador da negação o único operador unário,
só haverá duas filas na tabela.
Tabela de verdade da conjunção
Conjunção
P: A vida é enigmática.
P Q P∧Q
Q: A morte é enigmática. V V V
V F F
F V F
P ∧ Q (P e Q)
F F F
A vida é enigmática e a morte é
enigmática.
Sendo o operador da conjunção, à semelhança dos que
estudaremos a seguir, um operador binário, haverá na
tabela quatro condições de verdade.
Expressões
alternativas
A vida é enigmática e a morte também o é. A conjunção é uma proposição com a
A vida e a morte são enigmáticas. forma «P e Q», simbolizando-se por «P
A vida é enigmática, mas a morte é-o igualmente. ∧ Q», a qual é verdadeira se as
Quer a vida quer a morte são enigmáticas.. proposições conectadas – que também
se chamam «proposições conjuntas» –
forem verdadeiras e é falsa desde que
pelo menos uma dessas proposições seja
falsa.
Disjunção P: Descartes era racionalista. Tabela de verdade da
inclusiva Q: Locke era empirista. disjunção inclusiva
P Q P∨Q
D
i
s
P ∨ Q (P ou Q) V V V
j
u Descartes era racionalista ou Locke era V F V
n
t
empirista. F V V
a F F F
s

A disjunção inclusiva é uma proposição com a forma «P ou Q», simbolizando-se por «P ∨ Q», a qual
será sempre verdadeira, exceto quando P e Q forem simultaneamente falsas.

Tabela de verdade da
Disjunção P: Vou ao cinema. disjunção exclusiva
exclusiva Q: Fico em casa.
P Q P∨Q
V V F
P ∨ Q (Ou P ou Q)
V F V
Ou vou ao cinema ou fico em F V V
casa. F F F
A disjunção exclusiva é uma proposição com a forma «Ou P ou Q», simbolizando-se por «P ∨ Q», a qual é verdadeira se P e Q
possuem valores lógicos distintos e falsa se P e Q possuem o mesmo valor lógico.
Tabela de verdade da condicional
Condicional P: Marco golos.
(implicação
material)
Q: Sou desportista.
P Q P→Q
P → Q (Se P, então Q) V V V
V F F
Se marco golos, então sou desportista.
F V V
F F V

Expressões
Antecedente É uma condição suficiente para
alternativas (P) o consequente.
Sou desportista, se marco golos.
Sou desportista, caso marque golos. Consequente É uma condição necessária para
Desde que eu marque golos, sou desportista. (Q) o antecedente.
Ser desportista é condição necessária para eu marcar
golos. A condicional é uma proposição
Marcar golos é condição suficiente para eu ser desportista.
Se marco golos, sou desportista.
composta com a forma «Se P, então Q»,
Não sou desportista, a menos que marque golos. simbolizando-se por «P → Q», a qual só
é falsa se P – o antecedente – é
 
verdadeira e Q – o consequente – é
falsa. Em todas as restantes situações, a
nova proposição é verdadeira.
Tabela de verdade da
Bicondicional P: Sou escritor. bicondicional
(equivalência Q: Publico livros.
material) P Q P↔Q
P ↔ Q (Se, e só se) V V V
V F F
Sou escritor se, e só se, publico livros.
F V F
F F V

Expressões
alternativas
A bicondicional é uma proposição
Sou escritor se, e somente se, publico livros.
Sou escritor se, e apenas se, publico livros.
composta com a forma «P se, e só se,
Publicar livros é condição necessária e suficiente para eu Q», simbolizando-se por «P ↔ Q», a
ser escritor. qual é verdadeira se ambas as
Se sou escritor, publico livros e vice-versa. proposições tiverem o mesmo valor
  lógico e falsa se as proposições
tiverem valores lógicos distintos.
Proposições Formas proposicionais e operadores verofuncionais
simples
Negação Conjunção Disjunção Condicion Bicondicion
al al
inclusiva exclusiva

P Q ¬ ¬ P∧Q P∨Q P∨Q P→Q P↔Q


P Q
V V F F V V F V V
V F F V F V V F F
F V V F F V V V F
F F V V F F F V V
Âmbito dos operadores P: Eu sonho.
Q: Eu estudo.

Operador Eu sonho e não estudo. P∧¬Q


principal: ∧

Uma conjunção e uma negação que incide sobre a proposição


Q.

Operador É falso afirmar que eu sonho e não estudo. ¬ (P ∧ ¬


principal: ¬ Q)

Uma negação que incide sobre a conjunção de P e de ¬ Q.

Âmbito de um operador: refere-se à proposição (ou


proposições) sobre a qual (ou sobre as quais) esse operador
incide.
No segundo exemplo, o operador da negação (enquanto operador principal)
apresenta um âmbito diferente do do outro operador da negação.
Formalizar proposições complexas

Colocar as proposições na Isolar as proposições Simbolizar ou formalizar a


forma canónica, simples que as constituem e proposição complexa.
identificando os operadores atribuir variáveis
verofuncionais envolvidos. proposicionais a cada uma.
A isto se chama «construir o
dicionário» dessas
proposições ou proceder à
sua «interpretação».

Exemplo: Não sou bom aluno a Filosofia, a não ser que estude lógica.
Expressão canónica Interpretação (dicionário) Formalização

Se estudo lógica, então sou P: Estudo lógica. P→ Q


bom aluno a Filosofia. Q: Sou bom aluno a
Filosofia.
Exemplo: Não sou rico se, e só se, não tenho dinheiro.
Expressão canónica Interpretação (dicionário) Formalização

Não sou rico se, e só se, não P: Sou rico. ¬P↔¬Q


tenho dinheiro. Q: Tenho dinheiro.

Exemplo: O ser humano não é feliz, a não ser que o dizer-se que Deus não existe e
a vida é absurda constitua uma falsidade.
Expressão canónica Interpretação (dicionário) Formalização

Se é falso que Deus não P: Deus existe. ¬ (¬ P ∧ Q) → R


existe e que a vida é Q: A vida é absurda.
absurda, então o ser R: O ser humano é feliz.
humano é feliz.
O método das tabelas de verdade

Expressão canónica Interpretação Formalização

Não é verdade que se está P: Está sol. ¬ (P → Q))


sol então está bom tempo. Q: Está bom tempo.

1tabela,
Desenhar a
colocando
P Q ¬ (P → 2tabela
Colocar na
os valores
P Q ¬ (P →
. aí as letras Q) .de verdade das Q)
proposicionais e proposições V V
a proposição simples,
complexa. esgotando as V F
possibilidades. F V
F F

3 Calcular os
valores de
P Q ¬ (P → 4 Calcular os
valores de
P Q ¬ (P →
. verdade das Q) . verdade da
proposições, V V V proposição V V F Q)V
excetuando os relativa ao
daquela que é V F F operador V F V F
relativa ao
operador
F V V principal. F V F V
principal. F F V F F F V
 
Para duas variáveis, são necessárias quatro filas;
para três, oito; para quatro, dezasseis, etc.

P Q R [R ∨ (P ∧ Q)] ↔ (R ∨ Q) Determinamos primeiro os valores


de verdade da conjunção «P ∧ Q»
V V V V V V V e da disjunção «R ∨ Q» (a ordem
V V F V V V V neste caso é irrelevante). De
V F V V F V V seguida, determinamos os valores
V F F F F V F da disjunção «R ∨ (P ∧ Q)». Por
F V V V F V V fim, determinamos os valores da
F V F F F F V bicondicional a partir dos valores
F F V V F V V obtidos para as duas disjunções.
F F F F F V F
Tautologias ou
verdades lógicas

Fórmulas proposicionais que são sempre verdadeiras, qualquer que seja o


valor de verdade das proposições simples que as constituem.

Exemplo Forma lógica

Se acendo e apago a luz, (P ∧ Q) → P


então acendo a luz.

P Q (P ∧ Q) →
V V VP V
V F F V
F V F V
F F F V
Contradições ou
falsidades lógicas

Fórmulas proposicionais que são sempre falsas, independentemente do


valor de verdade das proposições simples que as compõem.

Exemplo Forma lógica

Não penso ou não sonho se, (¬ P ∨ ¬ Q) ↔ (P ∧ Q)


e só se, penso e sonho.

P Q (¬ P ∨ ¬ Q) ↔ (P
V V ∧FQ) F F F V
V F
F V F V V F F
F F
V V F F F
Contingências ou proposições indeterminadas

Fórmulas proposicionais que tanto podem ser verdadeiras como falsas,


consoante os valores lógicos das proposições simples que as compõem.
Exemplo Forma lógica
Se passeio ou corro, então (P ∨ Q) → R
mantenho a saúde.

P Q R (P ∨ Q) →
V V V RV V
V V F V F
V F V V V
V F F V F
F V V V V
F V F V F
F F V F V
F F F F V
Equivalências lógicas

Duas proposições são logicamente equivalentes se apresentarem as mesmas


condições de verdade: quando uma for verdadeira, a outra também o será
e, quando uma for falsa, a outra sê-lo-á também. Tal significa que a sua
bicondicional constitui uma verdade lógica ou uma tautologia.

Bicondicional ou Equivalência lógica


equivalência material
Pode ser verdadeira ou É sempre verdadeira.
falsa.
Exemplo: P Q P↔Q
As duas proposições
Trabalho se, e só se, tenho saúde. V V V complexas são
V F F equivalentes, pois
Forma lógica F V F apresentam as mesmas
condições de verdade:
F F V têm o mesmo valor de
P↔Q
verdade em qualquer
circunstância.

Exemplo: P Q (P → Q) ∧ (Q → P)
Se trabalho, então tenho saúde e,
se tenho saúde, então trabalho.
V V V V V
V F F F V
Forma lógica F V V F F
F F V V V
(P → Q) ∧ (Q → P)
P Q (P ↔ Q) ↔ [(P → Q) ∧ (Q →
P)]
V V V V V V V
V F F V F F V
F V F V V F F
F F V V V V V

Tautologia

P ↔ Q ⇔ (P → Q) ∧ (Q → P)
ALGUMAS EQUIVALÊNCIAS
LÓGICAS
Símbolo de
equivalência P → Q ⇔ ¬ (P ∧ ¬ Q)
lógica P→Q⇔ ¬ P∨ Q
P ∧ Q ⇔ ¬ (¬ P ∨ ¬ Q)
P ∨ Q ⇔ ¬ (¬ P ∧ ¬ Q)
P⇔¬¬P
P↔Q⇔¬Q↔¬P
Tautologias e formas de inferência válida

Condicional Passagem das


ou implicação premissas à conclusão
material

P Q [(P → Q) ∧ P] → Q
V V V V V
V F
F V F F V
F F
V F V

V F V
Uma forma de inferência dedutiva é válida se, e somente se, a fórmula
proposicional (implicativa) que lhe corresponde for uma tautologia.
Inspetores de Argumento Interpretação Formalização
circunstâncias
Se sou português, P: Sou português. P→ Q
então sou conhecedor Q: Sou conhecedor P
Num inspetor de de Camões. de Camões. ∴Q
circunstâncias, um Sou português.
argumento válido Logo, sou
será aquele no qual conhecedor de
não existe nenhuma Camões.
linha que torne todas
Nota: Em vez do símbolo ∴, também poderemos usar o símbolo
as premissas
, que se designa por «martelo semântico». Ambos se leem «Logo»,
verdadeiras e a
um indicador de conclusão.
conclusão falsa.

Premissa Premissa Conclusã


1 2 o
P Q P → Q, P Q A primeira linha exprime a
única circunstância em que
V V V V V ambas as premissas são
verdadeiras. Ora, dado que tal
V F F V F circunstância também torna a
F V V F V conclusão verdadeira, o
F F V F F argumento é considerado
válido.
Argumento Interpretação Formalização

Se corro, então sinto- P: Corro. P→ Q


me bem. Q: Sinto-me bem. Q
Sinto-me bem. ∴P
Logo, corro.

Premissa Premissa Conclusã


1 2 o A primeira e a terceira linhas
exprimem as únicas
P Q P → Q, Q P circunstâncias em que ambas
as premissas são verdadeiras.
V V V V V Contudo, se na primeira linha
V F F F V a circunstância torna a
F V V V F conclusão verdadeira, já na
terceira linha a circunstância
F F V F F em causa torna a conclusão
falsa. O argumento é, por isso,
inválido.
Argumento Interpretação Formalização

Se leio, aumento a minha P: Leio. P→Q


inteligência. Q: Aumento a minha Q→R
Se aumento a minha inteligência, inteligência. ∴P→R
aumento a minha autoestima. R: Aumento a minha
Logo, se leio, aumento autoestima.
a minha autoestima.

Premissa Premissa Conclusã


1 2 o

P Q R P → Q, Q→R P→
R
V V V V V V
V V F V F F Estamos perante um
V F V F V V argumento válido, pois nas
circunstâncias em que ambas
V F F F V F as premissas são verdadeiras,
F V V V V V a conclusão também o é.
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V
Alguma Modus Exemplo Formalização
ponens:
s formas afirmação do Se está sol, então vou à praia. P→Q
de antecedente na Está sol. P
inferênci segunda Logo, vou à praia. ∴Q
premissa e do
a válida consequente na
conclusão.
Modus Exemplo Formalização
tollens:
negação do Se está sol, então vou à praia. P→Q
consequente na Não vou à praia. ¬Q
segunda Logo, não está sol. ∴¬ P
premissa e do
antecedente na
conclusão.
Contraposiçã Exemplo Formalização
o
Se Deus existe, então o mundo é P→Q
finito. ∴¬ Q → ¬ P
Logo, se o mundo não é finito, então
Deus não existe.
Exemplo Formalização
Se o mundo não é finito, então Deus ¬Q→¬P
não existe. ∴P → Q
Logo, se Deus existe, então o mundo é
finito.
Silogismo Exemplo Formalização
disjuntivo
(disjunção Canto ou assobio. P∨ Q
inclusiva) ou Não canto. ¬P
modus Logo, assobio. ∴Q
tollendo
ponens Exemplo Formalização
Canto ou assobio. P∨ Q
Não assobio. ¬Q
Logo, canto. ∴P

Silogismo Exemplo Formalização


hipotético
Se viajar, então aprendo novas coisas. P→ Q
Se aprendo novas coisas, então torno- Q→R
me melhor pessoa. ∴P → R
Logo, se viajar, então torno-me
melhor pessoa.
Leis de De Negação Exemplo Formalização
Morgan: da
conjunçã Não é verdade que fumo e que tenho ¬ (P ∧ Q)
indicam- saúde.
o ∴¬ P ∨ ¬ Q
nos que de Logo, não fumo ou não tenho saúde.
uma
conjunção Exemplo Formalização
negativa
podemos Não fumo ou não tenho saúde. ¬P∨ ¬Q
inferir Logo, não é verdade que fumo e que ∴¬ (P ∧ Q)
uma tenho saúde..
disjunção
de Negação Exemplo Formalização
negações, da
e que de disjunção Não é verdade que há sol ou chuva. ¬ (P ∨ Q)
Logo, não há sol e não há chuva. ∴¬ P ∧ ¬ Q
uma
disjunção
negativa Exemplo Formalização
podemos
inferir Não há sol e não há chuva. ¬P∧ ¬Q
uma Logo, não é verdade que há sol ou ∴ ¬ (P ∨ Q)
conjunção chuva.
de
negações.
Formas argumentativas inválidas
Falácia da Exemplo Formalização
afirmação do
consequente Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
Dizes-me sempre a verdade. Q
Logo, és meu amigo. ∴P

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se afirma o consequente na segunda premissa,
concluindo-se com a afirmação do antecedente.

Falácia da Exemplo Formalização


negação do
antecedente Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→Q
Não és meu amigo. ¬P
Logo, não me dizes sempre a verdade. ∴¬Q

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se nega o antecedente na segunda premissa,
concluindo-se com a negação do consequente.
Variáveis de fórmula
Representam qualquer tipo de proposição (simples ou complexas). Usam-se as letras iniciais do
alfabeto: A, B, C, etc.

P: Tenho Exemplo 1 Formalização


livros.
Q: Estudo. Se tenho livros, então estudo. P→Q
R: Sou feliz. Não estudo. ¬Q
Logo, não tenho livros. ∴¬ P

Exemplo 2 Formalização

P → (Q ∧ R)
¬ (Q ∧ R)
∴¬ P

Exemplo 2 Formalização
Se tenho livros, então estudo e sou feliz. A→B
Não é verdade que estudo e que sou feliz.
Logo, não tenho livros. ¬B
∴¬ A
FORMAS Modus ponens Modus tollens
DE
INFERÊN A→B A→B
CIA A ¬B
VÁLIDA ∴B ∴¬ A
Silogismo disjuntivo Silogismo hipotético
A∨B A∨ B A→B
¬A ¬B B→C
∴B ∴A ∴A → C
Contraposição Leis de De Morgan
A→B ¬B→¬A ∧ ¬ (A ∧ B) ¬A∨ ¬B
∴¬ B → ¬ A ∴A→B ∴¬ A ∨ ¬ B ∴ ¬ (A ∧ B))

O A→B ≡ ¬B →¬A O ¬ (A ∧ B) ≡ ¬ A ∨ ¬ B
U U
Nota: o símbolo ≡ significa, no presente ∨ ¬ (A ∨ B) ¬A∧ ¬B
contexto, que tanto se pode inferir ∴¬ A ∧ ¬ B ∴ ¬ (A ∨ B)
validamente num como noutro sentido.
O ¬ (A ∨ B) ≡ ¬ A ∧ ¬ B
U
FORMAS Afirmação do consequente Negação do antecedente
FALACI
OSAS A→B A→B
B ¬A
∴A ∴¬B

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