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Euardo Nascimento
Silva, Felipe Harrison
Gomes Agra
PALAVRAS-CHAVES: Bordetella Pertussis, Coqueluche, Tosse Convulsa.
1. INTRODUÇÃO
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria. Ela
está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode
atingir, também, tranqueia e brônquios. Ela pode também ser conhecida como tosse
comprida, tosse ruidosa, tosse convulsa ou tosse com guincho, sendo uma doença infecciosa
aguda, imunoprevenível e altamente contagiosa, causada pelo coco-bacilo gram-negativo
Bordetella Pertussis.
Paciente masculino, 50 anos, preto, aposentado. O paciente Relatou o inicio dos sintomas há 15 dias com
quadro de resfriado comum, e foi evoluindo com tosse seca intensa, convulsiva e quintosa, que se
apresentava como um ruído inspiratório em forma de guincho. Esses sintomas estavam associados a vômitos e
pioravam quando o paciente ia dormir. Eram crises que causavam dores intensas, que deixavam o paciente em
estado de quase desmaio e em risco de lipotimia. O paciente relatava temor de vir a sofrer queda de
proporção perigosa durante esses episódios. Não havia febre, diarreia, anorexia, dispneia ou sibilância e tampouco
história prévia semelhante.
Figura 1- Identificação das manifestações clínicas apresentadas pelos casos de coqueluche, Rio Grande do Norte, Brasil, 2011-2014
Fonte - 6 Cad. Saúde Colet., 2017, Rio grande do norte, 25 (4): 453-459
Paciente não tabagista, não etilista, sem relatos de tuberculose, exposição a poeiras, uso crônico de
medicamentos, drogas ilícitas ou contato com pessoas com quadro semelhante ao seu. Após ter sido tratado para
infecção respiratória na sua cidade de origem, sem melhora clínica, foi encaminhado ao consultório para
avaliação pneumológica. Ao exame físico, estava em bom estado geral, sem adenopatias axilares ou
supraclaviculares palpáveis, acianótico, anictérico, afebril, eupneico, sem hipocratismo digital. Ausculta pulmonar
e cardíaca normal. Pressão arterial normal, exame cardiovascular e do abdome sem particularidades. Tórax
simétrico, sem abaulamentos e/ou retrações, expansibilidade torácica preservada e simétrica. Investigação
laboratorial: hemograma com 15.000 leucócitos, sem desvio, hemoglobina de 15,9 g/dl e hematócrito de 50,4%,
VSG normal. Rx de Tórax normal. Função renal preservada e glicemia normal. Diante desse
quadro clínico, solicitamos cultura e PCR de material colhido com swab alginatado do rinofaringe para Bordetella
pertussis. Enquanto esperava o resultado desses exames, foi-lhe prescrito azitromicina. Esses exames foram ambos
positivos. Não foi solicitado pesquisa de adenovírus e clamídia devido à positividade da cultura e PCR. Com o
correr dos dias, a intensidade e o número de crises de tosse convulsa foi reduzindo paulatinamente e, após 2 meses,
o paciente estava assintomático.
Foi solicitado o exame clinico de hemograma completo, colesterol, EAS, exame de bacilocópico onde foi dado o
resultado:
Glicose
Resultado ................... 104 Valor de Referência:
Prematuro: 20-60
RN : 40-60
Crianças : 60-100
Adultos : 60-99
Tligicerídios
Resultado ................... 65 Valor de Referência:
Ótimo : < 150
Moderado : 150 a 199
Elevado : 200 a 499
Muito elevado: > 500
EAS Negativo
Baciloscopia de raspado intradérmico Negativo
EXAME RESULTADO
PCR de material colhido com swab alginatado do rinofaringe para Bordetella pertussis Positivo
Figura 2 - Radiografia de tórax normal
Fonte – Freepik
3. DISCUSSÃO
A causa de jovens e adultos contraírem a doença está atribuída à perda da imunidade vacinal
ou da imunidade conferida pela doença natural e sabe-se que após cerca de dez anos da
última dose vacinal, ocorre perda da proteção, tornando o adolescente suscetível à infecção
(10). A partir de jovens infectados, a doença seria contraída pelos adultos e crianças
pequenas.
O caso que foi relatado, alerta para que incluamos a coqueluche nas hipóteses diagnósticas
dos casos de tosse de mais de 14 dias e para a importância das doses de reforço da vacina a
cada 10 anos, a partir de 12 anos de idade, para toda a população. Concluindo que, a
manutenção de altas coberturas vacinacinais e de um sistema de vigilância epidemiológica
eficiente e eficaz são fundamentais para evitar a reemergência da coqueluche no Brasil.
4. ANEXOS
5. REFERÊNCIA
1. STEFFEN, Paulo Vartan; STEFFEN, Mairam Santos. Coqueluche em paciente adulto: relato de caso
e revisão da literatura. Revista da AMRIGS, v. 54, n. 1, p. 59-62, 2010. Disponivel em:
https://web.archive.org/web/20180411194447id_/http://www.amrigs.com.br/revista/54-01/14-
337_coqueluche.pdf. Data de acesso: 18 setembro de 2022.