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O Bom Professor Conhece os Seus Alunos

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Editora Betâ nia S/C

Rua Padre Pedro Pinto, 2.435

Belo Horizonte (Venda Nova), MG


Prefácio
"Por que será que Joã ozinho sempre se comporta desse jeito
quando lhe pergunto alguma coisa?" Você também já ficou analisando
por que as crianças reagem deste ou daquele modo? A razã o poderia
ser simplesmente que o comportamento delas é normal na idade em
que se encontram.

Seria de grande ajuda a qualquer professor, qualquer que seja a


idade dos seus alunos, entendê-los como sã o. Deus criou o homem à
Sua imagem, demonstrando nele a maravilhosa expressã o de Sua
criatividade. Cada um possui interesses peculiares, passatempos,
gostos, capacidades e maneirismos. Cada aluno é diferente. Por isso, o
professor deve conhecer as diferenças pessoais que existem entre seus
alunos.

Um meio de começar a conhecê-los melhor é estar a par das


diferenças gerais entre as faixas etá rias dos vá rios departamentos. Este
estudo mostra o aluno em cinco dimensõ es da sua personalidade:
física, mental, social, emocional e espiritual. Através dele você poderá
sabe como é o seu aluno e receberá sugestõ es de como suprir melhor
as necessidades dele.

Este livreto só será ú til quando lido e relido vá rias vezes. Pense
especificamente em seus alunos, enquanto estiver lendo as
características da faixa a que eles pertencem. Peça a Deus sabedoria e
entendimento. Com a ajuda divina o seu ministério irá aprofundar-se,
tornando-se mais frutífero.

Que Deus o abençoe neste estudo.

Bill Keyes
Rol de berço
A construçã o começa pelo alicerce. Como nosso alvo é construir
Cristo na vida das pessoas, começamos pelo alicerce, que sã o as
crianças de 2 a 3 anos. Neste artigo, gostaríamos de ver suas
características, e as maneiras como conseguiremos alcançá -las, usando
a Palavra de Deus.

Isto talvez soe estranho aos ouvidos de alguns, porém a verdade


é que a criança nesta idade pode captar muitas verdades acerca de
Deus, por causa do instinto da busca de Deus que existe em todo ser
humano. Damos muita importâ ncia a esta idade porque dela Deus pode
receber muito louvor.

FISICAMENTE

Estã o crescendo rapidamente. Seus mú sculos exigem açã o, por


isso sã o turbulentos. Cansam-se com facilidade e necessitam de longos
períodos de descanso.

2 anos: a criança age impulsionada pelos mú sculos maiores mas


cai quando tenta andar rapidamente. Quebra tudo que tenta alcançar
porque os mú sculos menores nã o se desenvolveram e nã o há uma
perfeita coordenaçã o motora. Por isso, todos os brinquedos devem ser
fortes, grandes e leves.

Gosta de enfileirar objetos: blocos, cadeiras, brinquedos, etc.

É hora de ensiná -la a usar o vasinho para suas necessidades


físicas. Paciência e calma sã o essenciais nessa fase.

3 anos: os mú sculos menores estã o mais desenvolvidos. Tem


uma coordenaçã o motor a mais equilibrada. Consegue equilibrar-se e
controlar o pró prio corpo. Por isso, com frequência, ela pula de um
lugar mais alto; pendura-se na mesa, na maçaneta e até no seu braço.
Nã o fique bravo por isso. Sob sua supervisã o, deixe-a dependurar-se e
balançar-se, pois isto faz parte de seu crescimento normal. Nã o seja um
empecilho para o seu crescimento.
Use carinhos com gestos tais que ela possa participar livremente.
Ex.: histó ria da criaçã o: Deus fez a lua - as crianças fazem um círculo
com as mã os. Deus fez as estrelas - mexer com os dedinhos. Deus fez
tudo isso e colocou no céu - apontar o dedinho indicador para o céu.
Deus fez o sol - fazer o círculo com as mã os; as á rvores - erguer as duas
mã os para cima; as flores - abaixar até o chã o. Os passarinhos voam no
céu que Deus fez - usando as mã os, fazer de conta que estã o voando.

Gosta de brincar com blocos, argolas de plá stico, latinhas, etc.,


mas além de enfileirar já consegue também empilhar os brinquedos.

Tanto as crianças de dois anos como as de três adoecem com


facilidade - o ambiente da sala deve ser o mais sadio possível para
evitar contá gios.

MENTALMENTE

Sã o curiosos e investigadores, por estarem começando a


conhecer as maravilhas que Deus criou.

2 anos: sua atençã o é limitada - um minuto a dois, no má ximo; a


mente cansa-se logo; fala pouco, mas entende quase tudo. Nã o tem a
habilidade de fazer perguntas, nem observaçõ es engenhosas. Devemos
nos lembrar de variar as atividades, contar histó rias ou falar
rapidamente sem entrar em detalhes, e nã o esperar que ela participe
ativamente da aula, respondendo a todas as perguntas e nem
perguntando. Ela entende mais do que fala.

Como ensinar uma criança nessa idade? A melhor maneira é usar


a conversaçã o dirigida, isto é, conduzir cuidadosamente a conversa e o
pensamento da criança na direçã o de uma verdade bíblica ou do
objetivo da liçã o. Ex.: quando ela conseguir virar a pá gina de um livro,
dizer que Deus fez suas mã os e é por isso que ela consegue mexer
naquele livro. Quando uma criança aparecer com uma blusa bonita
dizer: "Como Deus é bom de ter feito um pano tã o macio e quentinho.
Vamos agradecer a Deus por esta blusa." Durante um passeio pelo
jardim da igreja, a criança pode querer tirar a blusa porque ficou com
calor. Aproveitar, entã o, para dizer: "Você já imaginou se Deus nã o
tivesse feito o sol? Morreríamos de frio."

3 anos: "O que é isso?" É a pergunta mais comum entre elas. Nã o tem
noçã o dos dias da semana; gosta de repetiçõ es; fala mais palavras.
Gosta de explorar o desconhecido - quebra a asa do aviã o para ver o
que tem dentro. Arranca a perninha dos bichinhos para ver de que é
feita. Para aproveitar essa curiosidade aguçada, prepare uma mesa
com as coisas que Deus fez e vá sempre acrescentando mais objetos.
Deixe a mesa sempre coberta com plá stico para evitar estragos.

A criança fala através de frases, mas sua mente está , geralmente,


adiante do que diz. Nã o a ajude nem a apresse para encontrar palavras.
Ouça pacientemente, custe o que custar. Por causa da infiltraçã o da TV
e sua maneira marcante de comunicar, as crianças dessa idade, hoje,
falam muito mais que no passado. MESMO ASSIM NUNCA SE ESQUEÇA
DE QUE ELA TEM APENAS TRÊ S ANOS E É UMA CRIANÇA.

SOCIAL E EMOCIONALMENTE

Sã o sensíveis. Gostam de falar de agradar e de serem agradadas.


Precisam da atençã o de todo o mundo. Chamam a atençã o de todos
sendo ou muito boas ou rebeldes demais: gritam, choram, sã o egoístas
ao extremo, etc. Conseguem perceber o humor do professor pelo
timbre de voz, sorriso e contato corporal.

2 anos: certos incidentes ficam gravados na memó ria da criança


para sempre. Ela pode nã o querer ir à escola dominical porque um
amigo bateu nela na saída, ou porque teve uma impressã o má da
professora. Todas as vezes que sabe que terá de ir à igreja começa a
chorar. Demora muito para se ambientar em uma nova situaçã o. Ela se
retrai e torna-se agressiva. Ex.: quando se separa da mã e, pela primeira
vez, para ir à sua classe, chora porque pensa que vai perdê-La ou que
ela vai embora. Leve-a até à classe da mã e e mostre-lhe que ela ainda
está lá . Apó s vá rias tentativas, se nã o se acostumar com a ideia de
separar-se da mã e, traga um guarda-chuva ou capa ou bolsa da mã e e
deixe-a na sua classe. Assim a criança vai sentir que ela nã o foi embora.
Nunca diga: "Você é um menino grande e ainda está chorando? Veja
todas as crianças ao seu redor olhando. Você nã o tem vergonha?"
Antes, abrace a criança que tem o nariz escorrendo e os olhos cheios de
lá grimas, limpe-os com um lenço, mostre a ela um brinquedo, figura ou
livro. Ela precisa de segurança. Ela se sente mais segura e ajustada na
escola dominical quando é saudada todos os domingos pela mesma
professora. .

Nã o consegue ainda brincar com o grupo. Ela brinca sozinha no


meio do grupo. Nunca espere que todos brinquem com ela. Ela nã o
sabe brincar em conjunto.

3 anos: gosta de estar entre outras pessoas. Nã o tem muito


problema para ficar longe da mã e, se conseguir se ajustar ao meio
ambiente. Também gosta de brincar sozinha no meio de todos, mas já
consegue brincar com os outros. É egoísta - pode derrubar os blocos
empilhados por outro menino, para aumentar sua pró pria construçã o.
Pode pegar as bolachas e colocar a maioria na boca, só para nã o dar
para os outros. Por outro lado, gosta de ajudar os outros e sente alegria
em fazê-Lo. Ex.: dá sua boneca para a menina que está chorando e diz
palavras de consolo.

Nã o gosta de ser mandada, mas fará muitas coisas você as


sugerir de maneira clara e diretiva. Ex.: "olhem o reló gio; está na hora
de guardar as bonecas na cama, os blocos dentro das caixas. Tique-
taque, tique-taque, vamos todos trabalhar. Tique-taque, tique-taque,
um pouco mais, um pouco mais e descansar. Tique-taque, tique-taque,
um pouco ali, um pouco aqui, e terminar. Obrigada, obrigada, e até
outro dia começar. "

ESPIRITUALMENTE

Por causa do instinto de busca que existe no ser humano ela


deseja e tem sede de conhecer o Deus vivo e atuante. Ela aprende a
conhecer a Deus através das palavras e açõ es das pessoas que a
cercam.
2 anos: tem capacidade para entender e experimentar o amor de
Deus. Ex.: dizer: "Deus me ama e quer que eu O ame também. Deus fica
contente quando eu ajudo outras pessoas. Deus toma conta de mim.
Deus fez todas as coisas. Ele me ouve e entende quando eu canto e
oro."

A criança aprende essas verdades ouvindo, vendo e


experimentando. Leva tempo para ela ganhar noçã o de uma verdade,
mas um pouco aqui, um pouco ali, e ela consegue aprender. (Is
28:10,13.) Gosta de orar e dizer palavras simples para Deus; aprende a
agradecer a Deus quando as pessoas a seu redor assim o fazem, dando
graças a Deus por todas as coisas. (Ef 5:20.) Ex.: "Vamos agradecer a
Deus porque Joã o está só resfriado e nã o precisou ir para o hospital, e
porque no pró ximo domingo ele já estará aqui para aprender das
coisas de Deus." A prova de que ela aprende é que, durante a semana,
ela tenta cantarolar os corinhos aprendidos. Desafina e inventa
palavras, mas canta com alegria.

A Bíblia se tornará um livro especial se a professora e os pais


assim lhe ensinarem, falando-lhe sobre a Bíblia ou deixando que ela a
carregue com cuidado e respeito. Ex.: dizer: "Eu vou segurar seu
dedinho e colocá -lo sobre a Bíblia no lugar que diz: 'Deus me fez' - Jó
33:4." Assim ela vai aprendendo as coisas de Deus.

3 anos: seu interesse por Deus continua crescendo. Gosta de


ouvir contar que Deus criou tudo: flores, frutos, sol, chuva, noite e dia,
e os animais. Nessa época, comece a ensinar que Deus criou o corpo.
Ex.: "Deus nã o foi bom de nos dar mã os fortes para podermos colocar
os blocos dentro da caixa? Deus nos deu ouvidos e por isso podemos
ouvir esta bonita mú sica que fala de Jesus, nã o é?" Mesmo olhar pela
janela num domingo chuvoso pode dar ocasiã o para uma conversa:
"Deus é bom de dar esta chuva tã o boa que ajuda as plantas a
crescerem. Vamos agradecer a Deus por esta chuva."

Nã o entende ainda as coisas abstratas; por isso deve-se tomar


muito cuidado durante a conversa. Na hora de apresentar Cristo como
Salvador, é perigoso dizer: "Você tem que aceitar Cristo como
Salvador" ou "Cristo morreu como substituto para seus pecados." Ou
entã o: "Cristo está agora no seu coraçã o". Pode-se e deve-se falar estas
coisas sobre Jesus, mas deve-se explicá -las sem simbolismo.

Procure sempre certificar-se, apó s a decisã o, se ela entendeu a


mensagem ou nã o. Se ela nã o entendeu, pode explicar novamente, mas
nã o force sua compreensã o. Um dia, nã o demora, ela vai entender tudo
motivada pelo pró prio Espírito de Deus, pois, como Jesus mesmo disse
em Mateus 18:14: "Assim, pois, nã o é da vontade de vosso Pai celeste
que pereça um só destes pequeninos."

Cuidemos, pois, da criança de hoje, e estaremos garantindo o


desenvolvimento do homem de amanhã .

Jardim de Infâ ncia


É nessa fase, entre 4 e 6 anos, que as impressõ es mais profundas,
provindas do ambiente em que a criança vive, estã o-se interiorizando
nela, para depois serem externadas através de açõ es e reaçõ es,
inclusive na fase adulta. É uma idade propícia para se entender a
realidade de Cristo e Sua atuaçã o na vida diá ria. A criança poderá
entender, sentir e viver Cristo se isso lhe for ensinado através de
palavras e atitude. Procuremos entã o conhecê-la para ajudá -la a se
encontrar com Cristo e ter uma vida que agrade a Deus.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Crescimento muito rá pido. Os mú sculos estã o-se desenvolvendo,


dando-lhe assim um melhor controle motor. Consiga equipamentos
adequados como, por exemplo: cadeiras baixas, para que os pezinhos
nã o fiquem balançando, mesas de altura apropriada para que a criança
nã o tenha que ficar pendurada ou de pé para escrever, desenhar ou
brincar. Materiais tais como crayons, figuras ilustrativas, borrachas,
etc., devem ser grandes. As tesouras pequenas e sem ponta sã o mais
aconselhá veis.

É ativa e, como consequência disso, cansa-se facilmente. Seus


olhos ficam ardendo e os ouvidos cansados quando ouve ou vê algo por
muito tempo. Apesar de ser tã o ativa e aparentar saú de inabalá vel, é
sensível e sujeita a doenças. Deve-se providenciar atividades variadas e
incluir um período de descanso ou de atividades que exijam menos
esforço. Mantenha a sala sempre bem iluminada e fale pouco e de
maneira clara; modifique o tom e a entonaçã o da voz, dependendo dos
personagens e circunstâ ncias. Para evitar que a criança transmita ou
contraia alguma doença, esteja sempre alerta e verifique se algum
aluno está com alguma doença contagiosa como coqueluche, caxumba,
sarna, sarampo, dor d'olho ou com qualquer outro sintoma que revele
possível doença.

CARACTERÍSTICAS MENTAIS

Responda a todas as perguntas de maneira simples e verdadeira,


pois a criança dessa idade é indagadora, curiosa e está pronta a
aprender.

Como sua atençã o é limitada, variando de 5 a 10 minutos,


diversifique as atividades: jogos, descanso, carinhos, lanche, limpeza da
sala, guardar os brinquedos na caixa, ajuntar os copos e colocá -los na
bandeja, colocar as cadeiras no lugar, passear pelo jardim da igreja (se
houver) para conhecer, mexer e sentir as coisas que Deus fez: flores,
folhas, passarinhos, sol, cores, bichinhos, etc. Use recursos visuais
simples, mas significativos para ela. Faça-a participar da aula,
dramatizando, recortando a histó ria, respondendo perguntas, ou
fazendo algum trabalho manual.

Tem boa memó ria, mas nã o tem noçã o exata de tempo nem de
distâ ncia. Sua mente é ativa e quer expressar o que pensa, mas nã o
sabe como. Nã o use comparaçõ es nem palavras figuradas na histó ria.
Esta deve ter sequência ló gica e ser curta. Cada palavra nova deve ser
explicada para evitar que a criança memorize coisas sem sentido. Cada
verdade bá sica deve ser repetida muitas vezes, de vá rias maneiras.
Evite dar duas aplicaçõ es a uma mesma liçã o, pois pode causar
confusã o. Faça perguntas que a ajudem a expressar suas ideias
naturalmente, sem forçá -la, também sem depreciá -la quando nã o
conseguir explicar aquilo que quer falar.
CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

Gosta de estar com os outros e é capaz de brincar em conjunto.


Promova entã o atividades nas quais todos brinquem juntos. Nã o utilize
atividades de grupo, em que seja preciso construir algo definido.
Raramente dará resultado, pois ela nã o consegue continuar o que
outro já começou. A tendência é de destruir. Nesta idade muitos já
estã o demonstrando qualidades de liderança, enquanto outros só agem
baseados em sugestõ es. Encoraje os líderes a tomarem a liderança, mas
nã o egoisticamente, e proporcione oportunidades para que outros
liderem também.

É egoísta e pensa que tudo lhe pertence. Procure ensinar-lhe a


importâ ncia de ser cordial e amá vel com os outros, e também os
princípios bíblicos de posse. Deixe claro que Deus se agrada quando
dividimos nossas coisas com os outros. (Exemplo do menino que deu
os pã es e peixes a Jesus.) Proporcione oportunidades de dar e receber.

Deseja a aprovaçã o do grupo e dos adultos. Elogie-a


sinceramente quando fizer coisas certas. Se fizer algo errado ou mal
feito, em vez de dizer: "Eu sabia que você iria fazer isso ... ", diga: "Nã o
está tã o bom como os que você costuma fazer, mas sei que consegue
fazer melhor. Gostei muito do verde da grama", ou "Gostei de ver como
você caprichou no telhado".

Gosta de palavras e piadas tolas. Ria se forem inocentes e sem


afetaçã o pessoal. Discipline, se nã o forem, mas sem alterar a voz nem o
gesto. Se acontecer de se divertirem à s custas de defeitos físicos de
outras pessoas, ou da dificuldade de alguém aprender a língua do país,
chame-as, uma a uma, à parte e explique-lhes, com amor, sem tom de
recriminaçã o que aquilo fere a outra pessoa. Pode dar uma explicaçã o,
dependendo do caso, de como aquele menino ficou daquele jeito.
Converse com uma criança de cada vez. Em casos de disciplina, isso dá
mais resultado do que falar ao grupo.
CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS

Proporcione um ambiente calmo. Nã o grite, nem crie uma


atmosfera carregada, com imposiçõ es e antagonismo (resultado de
uma disciplina muito rígida), pois a criança é sensível e suas emoçõ es
sã o intensas.

É capaz de controlar o choro. Encoraje-a, quando esfolar o joelho


em consequência de uma queda, simplesmente colocando a mã o na
cabeça dela e dizendo; "Puxa! Como você cresceu!"

Muitas das suas açõ es sã o permeadas de uma atitude egoísta,


invejosa e ciumenta. Evite mostrar favoritismo, elogiando sempre o
trabalho de uma criança só , ou dando oportunidades apenas para
algumas fazerem determinadas coisas.

É explosiva. Nunca lhe peça algo que esteja além de sua


capacidade, pois quando nã o consegue realizar a tarefa, ou chora ou
fica desanimada, e fica com um gostinho amargo de derrota.

É bondosa. Gosta de ajudar os outros, desde que isto nã o traga


ameaça para si. Ensine-a a repartir suas coisas e a mostrar amor e
simpatia pelos outros, orando, dando ou fazendo algo.

É teimosa, e bate o pé quando as coisas nã o saem como ela quer,


ou quando é obrigada a fazer algo que nã o quer fazer. Aprenda a boa
arte de sugerir as coisas firmemente, mas sem rispidez. Ex.: Em vez de
dizer: "Guarde os brinquedos, porque já vamos ouvir a histó ria ", diga:
"Chegou a hora de ouvirmos mais uma parte da histó ria de Jesus. Quem
gosta de ouvir a histó ria de Jesus? Entã o vamos todos guardar os
brinquedos na caixa, antes de ouvir a histó ria."

É medrosa demais. Evite dizer: "Se você nã o ficar quieto, vou


falar com sua mã e." Evite histó rias que causem medo: ... Entã o veio um
homem baixinho, de bigode, com um chapéu preto na cabeça. Ele veio
devagarinho... E zup! Agarrou o irmã o, e ele gritou: "Ahhh!" Além de
ficar com medo, ela vai pensar que todo homem baixinho é um bandido
que agarra as pessoas.
CARACTERÍSTICAS ESPIRITUAIS

Pensa em Deus de um modo pessoal e consegue dar-Lhe


verdadeiro louvor. Leve-a a ter um contato pessoal com o Senhor
através da oraçã o de agradecimento, de petiçã o, e pelas histó rias da
Bíblia. Fale-lhe repetidas vezes que Deus odeia seus pecados, mas a
ama muito.

Ela pergunta com frequência sobre a morte, porque tem dú vidas.


Responda com simplicidade, sem mostrar mistério ou cinismo.

Acredita nos adultos e está pronta a ouvir de Cristo. Seja


verdadeiro e revele-lhe nã o um Cristo histó rico, mas o Cristo real e
vivo. Fale de Cristo de maneira bem simples. Faça um apelo apó s
contar a histó ria, ou em qualquer ocasiã o propícia. Depois que ela
tomar a decisã o, verifique se entendeu e fale-lhe sobre a certeza da
salvaçã o, caso tenha mesmo se decidido.

Plano de Salvação

1. Eu pequei – Rm 3.23 – Sabe que você é pecador? Você diz mentiras,


tem raiva do irmã ozinho e desobedece? Isto tudo é pecado. O pecado
separa você de Deus.

2. Deus me ama – Jo 3.16 – Deus odeia o pecado que você comete, mas
Ele o ama tanto que fez uma coisa para você nã o ficar longe dEle; deu
Cristo ao mundo.

3. Cristo morreu por mim – Rm 5.8 – Cristo morreu em seu lugar para
que você nã o fique mais separado de Deus.

4. Eu O aceito – Jo 1.12 - Se você receber Cristo em seu coraçã o, você se


torna filho de Deus e seus pecados sã o perdoados. Quer orar a Jesus e
pedir-Lhe para vir morar com você para sempre e limpar seu coraçã o?

5. Estou salvo – Jo 1.12 ou Jo 5.24 – O que você fez? Isto: abriu o


coraçã o para Jesus entrar. Onde Ele mora agora? A Bíblia diz que Jesus
nunca vai abandoná -lo. Você está seguro nas mã os de Deus.
Os comunistas dizem: “Deem-nos as crianças de 5 anos e em
breve teremos o mundo em nossas mã os.”

Qual a sua atitude professor?

A Classe de Primá rios


Na idade da classe de primá rios - 7 a 9 anos - a criança tem uma
personalidade vibrante e curiosa, mas que também oferece momentos
de frustraçã o para o professor. Cada uma dessas idades - 7, 8 e 9 - tem
suas características, necessidades e habilidades pró prias. Nã o há dois
alunos iguais; no entanto, há traços comuns a todos eles. Um bom
conhecimento desses pontos aná logos dará ao professor mais base
para enfrentar e solucionar os problemas e necessidades de cada um.

Nessa idade, as crianças descobriram um mundo novo e estã o


vivendo intensamente dentro dele: é a escola secular - aulas, horá rios,
responsabilidades, concorrência em notas, brigas durante o recreio,
disciplina, hostilidades sem a proteçã o dos pais, coleguismo,
realizaçõ es, recompensa, etc. Gostam da escola, da professora, dos seus
cadernos de tarefa, enfim, do seu novo mundo. Sabem fazer
comparaçõ es e descobrir se uma coisa é boa ou nã o, organizada ou nã o.
E a escola dominical pode ficar em segundo plano se você, professor de
primá rios, nã o levar a sério o trabalho de ensino.

Os primá rios sã o parecidos entre si, porém, se formos analisar


com cuidado cada idade, perceberemos que há diferenças bem visíveis
na maneira de agir, de pensar e de aprender de cada idade, como
iremos ver agora:

CARACTERÍSTICAS MENTAIS

Estã o aprendendo a raciocinar. Nã o lhes dê tudo mastigado. Nã o


solucione os problemas deles, mas ajude-os a achar as soluçõ es por si
mesmos.
O período de atençã o é mais prolongado do que o dos alunos do
jardim da infâ ncia; varia mais ou menos de 10 a 15 minutos.

Sete anos: estã o aprendendo a ler e escrever, pois entraram para


o primeiro ano. Estimule-os a ler o livro do aluno e versículos simples,
na pró pria Bíblia ou escritos no quadro-negro. Dê-lhes versos para
copiarem na classe e em casa, como tarefa.

Gostam de fatos reais, mas também de fantasias, e já conseguem


distinguir um do outro. Use ambos, mas com mais frequência os fatos
reais, para evitar o pensamento de que o cristianismo é algo
imaginado.

Sua capacidade de expressã o é limitada, mas têm boa memó ria.


Ajude-os a se expressar em grupo, mas nunca force ninguém a
participar contra a vontade. Se prometer algo, cumpra, pois eles se
lembram sempre e vã o deduzir que você é mentiroso, se nã o cumprir.

Oito anos: gostam de ler, de aprender e de responder


rapidamente. Leve-os a participar ao má ximo da aula.

Gostam de pesquisar, de perguntar sobre o passado e o futuro,


sobre outros povos, etc. Conte-lhes histó rias interessantes, use
ilustraçõ es atuais, faça-os pesquisar sobre costumes e histó rias dos
tempos antigos.

Nove anos: gostam de expor suas ideias, de discutir, de


perguntar, de ouvir histó rias e de dizer coisas engraçadas. Saiba ouvi-
los e dê-lhes respostas simples e claras. Saiba aceitar certas
brincadeiras inofensivas. Conte histó rias bíblicas de uma forma atual,
interessante, prá tica, relacionando as liçõ es bíblicas com os fatos
atuais.

Gostam de ser desafiados. Desafie-os a trabalhar para Cristo.


Evite pensar que sã o muito pequenos e nã o entendem nada sobre
consagraçã o.

Sã o pensadores, críticos e têm boa memó ria. Nã o se espante com


certas perguntas profundas que venham a fazer. Ajude-os a ver a parte
boa das coisas e das pessoas. Dê-lhes oportunidades para memorizar
versículos da Bíblia e princípios cristã os.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Os mú sculos menores estã o-se desenvolvendo vagarosamente, e


eles se cansam muito quando têm que realizar algo com muitos
detalhes; portanto, nã o exija deles perfeiçã o.

Sete anos: estã o aprendendo a escrever. Colabore em seu


desenvolvimento físico dando-lhes oportunidade de escrever
versículos fá ceis, palavras importantes, pintar figuras, etc. Faça-os
participar bastante da classe deixando que segurem cartazes de
carinhos, recontem histó rias, armem quebra-cabeças de versículos, etc.

Oito anos: gostam de se mostrar, fazendo coisas perigosas, como:


sentar apoiando a cadeira num pé só , andar sobre um muro coberto de
cacos de vidro; pegar bichinhos venenosos com garrafas ou brincar
com bombinhas ou espingardas. Nã o mostre aprovaçã o, nem grite para
que parem, e nem mostre cuidado excessivo; porém, seja enérgico e
faça-os parar quando estiverem fazendo algo muito perigoso. Chegue
mais cedo para que a classe nã o vire uma confusã o. Dê-lhes tarefas
difíceis, e desafie-os a realizá -las.

Nove anos: sua coordenaçã o matara já está quase perfeita, mas


nã o é perfeita. Gostam muito de projetos de mesa: construir, armar,
recompor uma cena, etc.

CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

Necessitam de companhia; sã o comunicativos e gostam de ser


considerados alguém. Respeitam autoridade e sã o cooperadores.

Sete anos: gostam de agradar a professora dando-lhe presentes, e


com conversas ou piadas. Mostre que você realmente se agrada dos
presentes, porém deixe claro que isso nã o vai lhes trazer benefícios
especiais nem vantagens sobre os outros. Nã o gostam do sexo oposto;
sã o antagô nicos. Evite colocar meninos e meninas juntos em qualquer
atividade de grupo. Ficam acanhados em ambientes novos. Crie na
classe um ambiente familiar e afetuoso.
Oito anos: sã o egoístas e egocêntricos. Ensine-os a pensar nos
outros. Incentive-os a ajudar outras pessoas.

Nove anos: desejam amizades só lidas. Apresente-lhes Cristo


como Aquele que nunca muda. Gostam de atividades competitivas ou
cooperativas. Proporcione-lhes ambos os tipos de atividade.

CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS

Imaturos. Sã o imprevisíveis e se desanimam com a mesma


facilidade com que se animam a fazer alguma coisa: fogo de palha.

Nã o se impressione com suas reaçõ es. Nã o espere demais deles


só por já estarem mais desenvolvidos. Incentive-os a continuar o que
começaram. Instrua-os dentro de sua pró pria capacidade de açã o.

Rebelam-se contra exigências pessoais, quando se sentem


magoados. Ensine a obediência através de sugestõ es e com amor, e
nunca dando ordens. O ambiente os influencia muito e podem estourar
com facilidade. Aja com calma, sorria sempre, mas nunca ria deles.

Sete anos: dependem muito do ambiente. O ambiente é que vai


determinar o aprendizado. Proporcione um ambiente bem sugestivo
que contribua para o aprendizado.

Oito anos: criam seu pró prio ambiente e fazem com que outros
dependam dele. Cuidado com as panelinhas, pois podem destruir a
classe. Seja um guia bem sensível à s reaçõ es dos alunos e procure
perceber se certo grupo está reagindo contra você, contra a classe ou
contra o ambiente. Quando descobrir a causa, faça tudo para
solucionar o problema.

Nove anos: sã o capazes de cooperar para manter um ambiente


muito agradá vel. Incentive-os a cooperarem para o bom
funcionamento da classe. Vibram quando a classe toda se envolve num
projeto ou quando há competiçã o entre sua classe e outra. Tome
cuidado para que a competiçã o em si nã o seja mais importante do que
o propó sito dela. Ficam arrasados quando o seu grupo perde uma
competiçã o. Ensine-lhes o valor de competir, dizendo: "Faremos tudo
para vencer, mas se nã o formos vencedores continuaremos lutando
para vencermos da pró xima vez. " Ajude-os a se prepararem bem antes
de qualquer disputa.

CARACTERÍSTICAS ESPIRITUAIS

Sete anos: sã o impacientes e querem saber tudo agora. Evite


contar histó rias em capítulos por muito tempo, pois podem ficar
desinteressados.

Gostam da escola dominical e têm fé em Deus. Ensine-lhes a


pedir a Deus a soluçã o de qualquer problema. Nessa idade já podem
entender que Cristo os comprou com o Seu sangue, e que já nã o
pertencem a si mesmos, mas a Ele.

Oito anos: gostam de um cristianismo exclusivo. Ajude-os a


conhecer a Cristo, e a andar com Ele em sua vida diá ria. Ensine-lhes
que Ele é o melhor amigo que exite e que está pronto a ajudá -los em
qualquer situaçã o. Procure entender bem suas reaçõ es, e mostre-se
compreensivo.

Nove anos: estã o saindo do seu exclusivismo, e o mundo à sua


volta os preocupa; querem trabalhar para Cristo. Dê-Ihes bastante
trabalho prá tico: distribuir folhetos, fazer evangelismo individual, dar
o testemunho pessoal, participar de um conjunto musical, trabalhar na
secretaria dobrando folhetos, separando o nome dos aniversariantes,
ou preparando cartõ es para os ausentes, etc.

Sete ... oito ... nove ... Bum! Tã o de repente e ... já estã o prontos
para entrar num outro departamento, o de juniores. Bem... estarã o
prontos de verdade, se vocês, professores de primá rios, se
conscientizarem do fato de que foram chamados por Deus, e se
entregarem a esse ministério tã o glorioso de moldar vidas à imagem de
Cristo, nosso Senhor e Salvador.

A Classe de Juniores
Talvez você pudesse encontrar na igreja uma tarefa mais fá cil e
leve que ocupar-se da classe de juniores - crianças de 10 a 12 anos.
Contudo, nã o poderia encontrar atividade mais compensadora. O
objetivo deste capítulo é ajudá -lo a conseguir mais sucesso em seu
ensino, e a compreender melhor seus alunos.

O Junior nã o é mais uma criança, mas também nã o preenche as


qualificaçõ es de um jovem. Age como criança muitas vezes, porém
zanga-se quando o consideram como tal. Ele vive as mais fantá sticas
aventuras e experiências, e sente necessidade de ser liderado por uma
pessoa que o compreenda e o ajude a se conhecer a si mesmo. Por
causa da atitude crítica, insinuosa e até marginalizadora, pró pria dos
juniores, muitos sã o chamados por alguns adultos de "moleques",
"pestinhas" e "endiabrados". Contudo, vale a pena conhecê-los e ajudá -
los nessa fase tã o difícil e tã o decisiva da vida.

FISICAMENTE

Estã o ganhando força, apesar de haver um estacionamento no


desenvolvimento físico. Tenha um programa ativo, envolvendo-os ao
má ximo em alguma obra onde possam usar as suas forças.

Gostam de lutar e de fazer bagunça. Chegue à classe antes dos


alunos e distribua algo atrativo e ú til para fazerem até o início da liçã o.

Há uma diferença muito grande entre o desenvolvimento físico


das meninas e o dos meninos. Muitas garotas estã o um ano na frente
dos garotos. Algumas já entraram na fase menstrual e sentem que nã o
sã o mais crianças, ao passo que os garotos agem e pensam como
crianças. Enquanto os meninos se divertem com atividades brutas, as
meninas sã o mais reservadas e preferem atividades mais calmas. Você
deve levar em conta estas grandes diferenças, ao fazer o planejamento
de quaisquer atividades.

MENTALMENTE
Sã o vivos e gostam de fazer perguntas. Dê-lhes oportunidade de
pensarem, perguntarem e se expressarem.

Têm boa memó ria, porém nã o pensam em profundidade.


Encoraje e motive a memorizaçã o de versículos, hinos e fatos bíblicos.

Têm consciência de tempo e distâ ncia. Ensine-lhes cronologia e


geografia bíblica. Use mapas e grá ficos em seu ensino.

Gostam de colecionar "coisas". Encoraje-os a ter passatempos


ú teis.

Lêem muito. Ensine-lhes a escolher boa literatura; ajude-os na


formaçã o de bons há bitos de leitura; apresente a Bíblia como sendo o
melhor livro que há .

Têm grande interesse em conhecer pessoalmente ou ler e ouvir a


respeito de heró is. Apresente histó rias de heró is bíblicos e também de
outros como: Hudson Taylor, Livingstone, Carey, etc. Será bom,
algumas vezes, levar à classe irmã os que estã o na obra e cujas
experiências sirvam para despertá -los para o serviço do Senhor.

SOCIALMENTE

Sentem uma necessidade grande de pertencer a um grupo que


lhes dê segurança social. Promova reuniõ es sociais e passeios para a
classe, com o intuito de preencher esta necessidade, dentro de um
ambiente cristã o.

Preferem o seu grupo mais que a família. Lutam pelos direitos do


grupo. Use as panelinhas para dirigir atividades. Aproveite para
motivar a classe a estudar a liçã o da escola dominical, através de uma
competiçã o nã o individual, mas entre grupos. Deve tomar muito
cuidado para que o espírito de "só os do meu grupo" nã o leve à
marginalizaçã o de certos indivíduos de fora do grupo.

Gostam de organizar grupos do mesmo sexo. As meninas pensam


mais em namoro que os meninos. Ocasiã o propícia para
aconselhamento; evite classes mistas.
Adoram heró is e sã o perfeccionistas. Odeiam fraquezas pessoais.
Nã o tente, por sua força, ser um exemplo, mas deixe que Cristo brilhe
através da sua personalidade. Ensine-lhes padrõ es bíblicos através de
princípios bíblicos.

Gostam de ter responsabilidades. Dê-lhes oportunidades de


acordo com as suas capacidades e gostos.

Rebelam-se contra a autoridade. Seja um guia, um líder e nã o um


ditador. Sempre peça sugestõ es à classe, mas nã o de maneira que
demonstre insegurança. Crie um ambiente de liberdade, mas
controlado por você.

Gostam de humorismo. Ensine-lhes a cultivar o humorismo sã o, e


a evitar o mau.

EMOCIONALMENTE

Sã o instá veis emocionalmente. O desequilíbrio é demonstrado


em todas as ocasiõ es: sã o alegres ou fechados demais; mostram
amizade em excesso, e, de repente, voltam-se contra o melhor amigo;
ora estã o calmos, ora preocupados, e assim por diante. Seja amigo
constante, sincero e que inspire confiança e segurança.

Nã o gostam de manifestaçõ es de afeto. Evite abraçar ou colocar a


mã o nos seus ombros. Ame-os nã o com palavras e gestos, mas de
verdade.

Sã o dados a valentias, pois gostam de participar de coisas


empolgantes. Ensine-lhes que muitas vezes é melhor fugir de um
perigo inú til do que enfrentá -la e sofrer conseqü ências graves.

Sã o sensíveis ao desprezo, à falta de amor e à hipocrisia. Fale de


Cristo e leve-os a viver Cristo.

ESPIRITUALMENTE
Têm padrõ es elevados para si. Ensine-lhes o valor de estar firmes
em Cristo, para poderem viver de acordo com Seus padrõ es.

Reconhecem o pecado como algo que desagrada a Deus e a si


mesmos. Explique-lhes o valor do sangue de Cristo. (1 Jo 1.9.)

Têm fome de Deus. Sua fé é simples e sua cabeça está cheia de


dú vidas sobre a Bíblia. Proporcione-lhes oportunidades de
conhecerem melhor a Deus. Desafie-os a orar, fazendo pedidos
específicos e, pela resposta de Deus, vã o saber da realidade de Deus e
Sua atuaçã o hoje na vida diá ria. Envolva-os em diversos ministérios e
responda a todas as perguntas de maneira simples e objetiva.

Gostam de encontrar resposta por si mesmos na Bíblia. Ofereça-


lhes as ferramentas pró prias para descobrir soluçõ es para seus
problemas; por exemplo, um método de estudo bíblico.

Estã o começando a compreender melhor os simbolismos. Use


simbolismo, mas certifique-se de que estã o entendendo.

Querem a Cristo como Salvador e Senhor. Leve-os aos pés do


Salvador, e ajude-os a entender a importâ ncia de colocar a Cristo como
líder de suas vidas.

Nessa fase, o professor deve nutri-los, mais do que lançar desafio


apó s desafio, pois como diz Esther Ellinghouse, uma das fundadoras de
Luz do Evangelho, que trabalhou com juniores durante vinte anos; "O
que o indivíduo apreende na idade de 10 a 12 anos leva consigo até o
tú mulo. "

A Classe de Adolescentes
"Recentemente, algumas pessoas que conversavam comigo
afirmaram o seguinte, referindo-se a adolescentes: "Nã o se pode
ensinar nada aos adolescentes antes de conhecê-los."

"É verdade. Nã o podemos ensinar a Bíblia a eles nem ganhá -los


para Cristo até que os conheçamos bem. Nã o devemos falar-lhes sem
nos preocuparmos com sua reaçã o e pensamentos, falar-lhes como se
fossem autô matos, e nem olhá -los como se fossem inferiores a nó s
pró prios, mas devemos procurar identificar-nos com eles.

"O bom professor de jovens é aquele que conseguiu preservar


pelo menos uma pequena parcela de sua pró pria jovialidade. Ele se
entrosa com seus alunos ao nível deles. Passa algum tempo com eles e
se interessa em saber o que sentem, pensam, e quais sã o, na realidade,
suas dú vidas. Ele se lembra de que as decisõ es que o jovem tem que
tomar quanto aos primeiros problemas sérios que lhe surgem na vida,
podem trazer incerteza e medo. Compreende que os jovens querem,
mais que tudo, encontrar suas pró prias soluçõ es para estes problemas,
e nã o simplesmente aceitar as que lhes sã o dadas por outros. Sabe
também que a chave verdadeira que leva à s soluçõ es certas é a Palavra
de Deus. "

Queremos apresentar-lhe uns indivíduos suspeitos, desajeitados,


problemá ticos, rebeldes, cabeludos, cínicos e inconstantes, que
frequentam a nossa escola dominical: sã o os adolescentes.

Creio que ninguém apresentaria uma pessoa dessa maneira, mas


quantos já pensaram nestes termos, ao depararem com os alunos na
faixa de idade entre 13 e 16 anos, que mal respondem ao seu tã o
cordial "bom dia"?

Por que agem dessa maneira? A causa é terem descoberto a


existência de dois mundos: um, que é o seu, interior, e outro, exterior, o
mundo dos adultos. Sentem o peso e a pressã o vindos tanto de dentro
de si quanto do mundo exterior. Na tentativa de se adaptarem a esses
dois mundos tã o conflitantes entre si é que surge a rebeliã o, que pode
ser expressa de vá rias maneiras. Você terá mais condiçõ es de ajudá -los,
conhecendo-os melhor.

FISICAMENTE
Estã o se desenvolvendo rapidamente e tanto podem estar muito
bem dispostos quanto nã o querendo fazer absolutamente nada. Varie
os métodos de instruçã o para manter o nível de interesse. Faça com
que participem ativamente da aula.

Evite ter classe mista. As moças se desenvolvem mais cedo que


os rapazes. Quando possível, separe a classe.

Ele é desajeitado por causa da sú bita transformaçã o física. Seja


paciente e procure compreender seus atos abrutalhados.

Sua voz está mudando. Principalmente a do rapaz. Nã o o


embarace pedindo que declame ou cante diante da igreja, pois sua voz
pode mudar de tom vá rias vezes e ele teme o vexame.

Frequentemente, a razã o pela qual um adolescente nã o quer ir à


escola dominical sã o as espinhas, que, para seu tormento, começam a
surgir e enfeitar seu rosto.

Peça a Deus discernimento para descobrir as causas dos


problemas do adolescente, pois estes algumas vezes parecem tolos aos
olhos dos adultos, mas sã o terríveis para ele.

MENTALMENTE

Sua capacidade de raciocínio está -se desenvolvendo, e ele está


em busca de novidades. Ajude-o a descobrir verdades bíblicas por si
pró prio, deixando-o procurá -las na classe e em casa.

Sua imaginaçã o adquiriu mais vida e recebe sugestõ es até


demais! Aproveite-as para dar colorido aos textos bíblicos. Estimule-o
a contribuir com ideias e sugestõ es. Recomende-lhes bons livros
evangélicos e traga preletores cristã os para falar sobre sexo e drogas,
pois a curiosidade é tamanha nessas á reas que muitos vã o querer
conhecer mais sobre o assunto através de livros ou colegas, caso a
igreja nã o a satisfaça. Quando responder perguntas, explicar ou
aconselhar sobre sexo, dê respostas corretas e sinceras, sem dar a
impressã o de que o sexo é algo sujo ou proibido. Esteja atento para
descobrir por que o jovem está fazendo aquela pergunta. Tenha
sempre ilustraçõ es prá ticas, claras e reais em mente, para que ele nã o
venha a pensar que é a primeira pessoa a lhe fazer pergunta sobre o
assunto e que você está embaraçado ...

Quer saber para que serve o que ele está fazendo. Por exemplo, a
memorizaçã o de versículos. Nunca o mande fazer algo sem explicar-lhe
o seu objetivo; incuta em sua mente o poder da Palavra de Deus na vida
prá tica. Cristo venceu a tentaçã o usando versos bíblicos. O Salmo 119.9
seria um bom versículo para memorizarem.

SOCIALMENTE

Quer ser adulto. Tenha o cuidado de nã o dar aulas em um nível


inferior à quele em que o adolescente se encontra.

Quer ser independente. Delegue responsabilidades, ensine-o a


respeitar os pais e os outros adultos em geral. Nã o indague
insistentemente quando delegar-lhe responsabilidades. Saiba
perguntar sobre o andamento do projeto e, se for preciso, dê sugestõ es
prá ticas, sem contudo fazer imposiçõ es. Ele detesta ser mandado por
adultos.

Quer pertencer a uma comunidade. Ele gosta de grupos fechados


mostre-lhe a alegria que temos em poder pertencer a Cristo, pois Ele
nos possibilita uma comunhã o genuína com outros cristã os. Faça-o
sentir que é querido pela sua classe, que você o considera importante e
que sua ausência é sentida por todos. Pouco vai adiantar convencê-la
de que os crentes sã o melhores do que os seus amigos do mundo, ou
explicar-lhe as vantagens de frequentar a escola dominical. O que
realmente o prenderá ao meio evangélico será a certeza de que é
realmente querido e que a sua opiniã o é ouvida e valorizada.

Fica encabulado com facilidade e tem consciência de seus


problemas. Mostre-lhe que outras pessoas têm os mesmos problemas,
mas que a vitó ria é pessoal. Incentive-o a ter Cristo como o seu ,melhor
amigo.

Cultua heró is mais sofisticados. As vezes sonha que é o Fittipaldi


correndo nas pistas internacionais; outras ainda, fala, anda e age como
o galã que viu "naquele filme". Quando se sente frustrado por nã o
poder comprar "aquela moto" ou qualquer outra coisa, tem desejo de
ser rico, rico ... riquíssimo. Procure conduzir seus pensamentos em
direçã o a Cristo. Tenha cuidado para nã o dar a ideia de que o apó stolo
Paulo foi melhor do que Cristo ou que Paulo era tã o perfeito quanto
Cristo.

É profundamente leal ao seu grupo. Incentive-o a ser leal


também à sua escola, igreja, grupo de amigos evangélicos, família, etc.

Tem interesse pelo sexo oposto. Providencie reuniõ es sociais


mistas. É sempre bom ter comes bebes nessas reuniõ es, pois nessa
fase de crescimento o adolescente sente muita necessidade de comer.

EMOCIONALMENTE

Seus sentimentos sã o inconstantes. Apresente o evangelho de


maneira positiva. Seja um professor equilibrado.

Suas emoçõ es sã o intensas. Tenha calma quando for aconselhá -


la. Dirija seus pensamentos para Cristo. Explique-lhe a importâ ncia de
se ter autocontrole. Nã o abuse de apelos, pois ele os atenderá levado
somente pela emoçã o. Mostre a importâ ncia de entregar suas emoçõ es
a Cristo.

ESPIRITUALMENTE

Está pronto para a salvaçã o. Leve-o a Cristo. Caso seja crente,


ajude-o no seu crescimento, ensinando-lhe as coisas bá sicas da vida
cristã : oraçã o, hora devocional, estudos bíblicos ...

Quer uma fé que seja prá tica. Aplique as verdades bíblicas à vida
de cada aluno. Faça sempre uma aplicaçã o geral e outra específica,
usando perguntas: como você pode aplicar isto à sua vida diá ria? Por
que isto é importante? Esta verdade vai fazer alguma diferença em sua
vida?
Está cheio de dú vidas sobre o cristianismo. Dê-lhes
oportunidades de fazerem perguntas. Responda sempre apontando os
princípios bíblicos.

Quer fazer algo e está procurando um ideal. Aproveite suas


aptidõ es, apó s um bom treinamento. É importante que ele saiba, em
palavras bem atuais, dar a razã o da sua fé em Cristo. Sua classe deveria
ter como lema: "Há uma só vida e esta logo passará . Somente o que for
feito para Cristo permanecerá ."

Portanto, professores de adolescentes, firmeza! "Que nada vos


impeça de trabalhar para o Senhor, pois podeis ter a certeza que de
tudo o que fizerdes, por Ele, nada se perderá , nem se fará em vã o!" (1
Co 15.58 - Cartas à s Igrejas Novas).

A Classe de Jovens
Apesar da alguns adultos se preocuparem com a insensibilidade
dos jovens para com as coisas espirituais, existem muitos deles que
estã o ansiosos por conhecer a verdade. Nã o se pode mais ignorar o fato
do que os jovens se despertaram para Jesus. Mais do que nunca, eles
estã o interessados nã o só em ouvir o que Deus tem a lhes dizer em Sua
Palavra, como também em praticar o que ouvem. Será que a escola
dominical os está ajudando positivamente? Está encorajando e
sustentando esta onda do avivamento? Será que sua vida, professor,
poderá motivar seus alunos a crescer? Certamente poderá , se você, em
vez de levantar barreiras de preconceitos, incompreensã o, indiferença,
construir pontes do comunicaçã o, compreensã o e respeito. E o
primeiro passo para isso é conhecer bem quem está do outro lado da
ponte.

FISICAMENTE

Marta era uma jovem atraente e popular entre os colegas. Sua


vida espiritual, porém, era um pouco oscilante, embora ela fosse uma
crente sincera. A causa disto estava em ela nã o aceitar seu peso
avantajado, o que resultava em um terrível complexo de inferioridade
e um espírito amargurado. Enquanto ela depositou sua confiança nos
regimes receitados pelos médicos, foi muito infeliz. Contudo, no dia em
que descobriu ser Cristo o Senhor de sua vida, e inclusive do seu peso,
deixou o problema nas mã os de Deus, e ganhou uma grande liberdade
interior que trouxe novo equilíbrio à sua vida espiritual.

Assim como Marta, muitos outros jovens tem problemas sérios


na questã o da auto-aceitaçã o. Acham que seu nariz é grande demais, ou
a pele é muito escura. Outros pensam que sã o baixos demais ou altos
demais; os cabelos sã o lisos demais ou crespos demais, etc. Cada um
gostaria de mudar alguma coisa no modo como Deus o criou, Como
líder, você deve enfatizar o fato de que a verdadeira beleza é a interior,
que surge quando aprendemos a agradecer a Deus pela maneira como
Ele nos fez. Devo também mostrar a diferença entre o julgamento de
Deus e o dos homens ( 1 Sm 16.7).

Na maioria, eles já sã o donos de sua vida, e por isso têm a


tendência de se descuidar da saú de, Você deve alertá -los para o fato do
que o corpo necessita de repouso, higiene e alimentaçã o adequada.

MENTALMENTE

Sua capacidade de raciocínio já está bem desenvolvida. Querem


ter liberdade para discutir assuntos que provoquem polê mica, e os
mais preferidos sã o os de ordem mundial, filosó fica e ideoló gica.
Gostam também de conversar sobre pessoas do sexo oposto. Sentem
necessidade de conversar sobre assuntos prá ticos que estejam
relacionados com a sua vida e carreira. Pensam muito e fazem
perguntas desejando obter respostas bem pensadas. Nã o aceitam nada
sem explicaçã o ou motivo justo ou ló gico.

Geralmente têm problemas com a vida mental José desejava


ardentemente agradar a Deus. Sua vida era uma bênçã o para muitas
pessoas. Entretanto, a luta mental que travava, só ele e Deus sabia.
Tentara em vã o vencê-la, apoiando-se em suas pró prias forças, mas
seus pensamentos eram cada vez mais pornográ ficos e pervertidos.
Participando de um curso sobre a vida vitoriosa, descobriu a chave
para a soluçã o do seu problema. Antes de sua conversã o, ele
alimentara sua mente com lixo do mundo. Mesmo depois de convertido
ele nã o so preocupara em selecionar bem os artigos, as revistas que lia.
Ele era justamente o acú mulo dessas coisas prejudiciais que
perturbava sua mente. Durante o curso, ele aprendeu o valor da
renovaçã o mental {Hb 12.1,2), isto é, de tirar fora as coisas do passado,
e substituí-las por coisas celestiais. Como? Memorizando versículos,
come diz o Salmo 119, e meditando neles durante o dia, a fim de
apropriar-se das verdades aprendidas. Ao surgir um pensamento
impuro (de acordo com 1 Co 1 0 .5) devemos logo levá -lo cativo a
Cristo e deixá -lo nas mã os de Deus, dizendo: Eu sei que isso nã o vem
da ti, Senhor. Deixo-o em tuas mã os, e quero esquecê-lo. Quero
louvarte pelas bênçã os derramadas sobre mim (citar aqui cada uma e
agradecer). Grandes coisas Deus já tem realizado nessa á rea.

Os Jovens têm muitas dú vidas quanto á sua vocaçã o, a encolha do


companheiro, a vontade de Deus. O líder deve procurar relacionar
Cristo aos problemas da vida usando tó picos como: O que é serviço
cristã o? O que é consagraçã o verdadeira? 0 casamento do ponto-de-
vista de Deus." "Como Deus revela Sua vontade.” Uma experiência
pessoal do professor, contada com sinceridade e amor, vale muito mais
do que muitos princípios de teoria,

SOCIALMENTE

Sentem muita necessidade da ter comunhã o fraternal com os


irmã os em Cristo. Gostam de ter contato com o sexo oposto. Há perigo
de o jovem ser descuidado e precipitado na escolha do cô njuge.

Maria era crente há dez anos. Vinha de um lar desfeito e carecia


muito de amor e afeiçã o. Conhecera Joã o numa festinha e loga
começaram a namorar. Ele sempre a ouvia com atençã o, era
compreensivo e a apoiava em todas as decisõ es. Além disso, ele tinha
um bom emprego e vinha de um lar razoavelmente equilibrado. Isto a
fez pensar que ele seria o companheiro ideal para toda a vida. Casou-se
com ele sem pedir a orientaçã o de Deus, Tudo indica que nã o era da
vontade de Deus, pois hoje ela vive infeliz, com três filhos e separada
do marido.
A solidã o e a necessidade de ser amado muitas vezes levam o
jovem a tomar decisõ es que trazem consequências trá gicas: casamento
misto, gravidez prematura, amor livre, etc. Os jovens devem aprender
a esporar em Deus, para experimentar a vontade de Deus em cada
á rea da sua vida, vontade que é boa, agradá vel e perfeita. Devem se
conscientizar do fato de que, se estiverem dentro do plano de Deus,
nada sairá errado.

EMOCIONALMENTE

Geralmente sã o controlados emocionalmente. Já aprenderam


a substituir as explosõ es de temperamento por demonstraçõ es de
cinismo e chacota. Muitos poré m tem dificuldades de controlar as
emoçõ es.

Marcos se preocupava em dar o melhor testemunho possível para os


seus amigos e seus pais que nã o eram crentes, através de sua vida.
Apesar de ter alvos elevados para sua vida espiritual, as suas
emoçõ es nã o estavam o sob controle do Espírito Santo. Ele era o
que chamamos de "temperamental”. O testemunho verbal dado com
tanto poder era anulado por suas frequentes explosõ es de
temperamento. Um dia, seu pai. indignado com suas grosserias disse-
lhe sinceramente que ele nã o poderia crer num Cristo que nã o tinha
poder para modificar o temperamento do filho. Marcos sentiu
bastante vergonha por estar machucando o bom nome de Cristo, e
naquele momento ele pediu desculpas a seu pai e resolveu entregar
suas emoçõ es a Deus. Hoje seu testemunho tem valor, pois vive o que
prega. Recentemente, seu pai aceitou a Cristo como Salvador.

ESPIRITUALMENTE

Eles gostariam que a igreja, ao invés de ser uma organizaçã o


com regrinhas para serem cumpridas, funcionasse como um organismo
vivo e atendesse mais diretamente à s suas necessidades pessoais.
Almejam ver funcionando na prá tica muitos dos princípios bíblicos
pregados do pú lpito, tais como: amor, compreensã o, respeito, etc.
Estã o interessados em aprender e dar uma resposta mais adequada e
menos mística, quando questionados a respeito de sua fé.
O professor deve ensina-lhes o que é verdadeiro e bíblico para
evitar a formaçã o de conceitos falsos acerca do cará ter cristã o. É
necessá rio gastar bastante tempo com eles estudando sobre o Corpo de
Cristo e seus aspectos prá ticos: unidade da Igreja, diversidade dos
membros através dos dons e a interdependência dos membros. O
ideal seria que cada jovem pudesse descobrir seu dom especifico, e seu
ministério e como atuar nele. Assim evitaria gastar o resto da vida em
atividades e lugar nã o determinados pelo Senhor.

Certo seminarista, além de estar enfrentando sérios problemas


no seu ministério, sentia- se deslocado e sem paz interior. Tinha,
porém, a plena convicçã o de que era um homem consagrado, pois
deixara tudo para ser ministro do evangelho. Mais tarde, falando de
sua frustraçã o ao diretor do Seminá rio, este sabiamente o levou a
compreender o seu erro. Por causa da maneira como fora instruído
acerca da consagraçã o, cria que, para fazer a vontade de Deus, teria
que ir para um seminá rio e se tornar pastor ou missioná rio. E lá estava
ele, no lugar errado, fazendo a coisa errada, tentando agradar ao
Senhor. Abandonou o curso teoló gico, quando soube do resultado do
teste vocacional. Hoje é professor em um colégio, e lá ele tem dado um
verdadeiro testemunho de Cristo. Muitos jovens já aceitaram a Cristo
por instrumentalidade dele. Está em paz com Deus e consigo mesmo, e
tem a certeza do que está no lugar certo, fazendo a vontade do Deus,

É possível que, a esta altura, você esteja achando um pouco á rdua


a tarefa do lecionar para a classe dos jovens, Lembra-se, porém» do
que é apenas ,um semeador da boa somente; Deus é quem dá o
crescimento. Importa que o despenseiro seja encontrado fiel no sou
trabalho,

Para sua meditaçã o o estudo leia 1 Tassalooicenses 2.1-12, Nasso texto,


encontrará vários princípios que devem ser seguidos pelos professores
quo desejam conduzir outros à maturidade crista.

Já aconteceu com você o fato de chegar ao final de um trimestre e


fazer uma avaliaçã o do seu trabalho à frente da uma classe da escola
dominical e verificar que nã o sobrou muita coisa positiva? Pois bem, há
dois anos e meio parei para avaliar meus 3 anos de ministério c o m o
p a s t o r . Sabe o que sobrou? Frustraçã o. Alguma c o i s a , pensei, deve
estar profundamente errada, apesar de toda a minha dedicaçã o e
esforço pessoal. Descobri então que duas coisas básicas estavam
erradas: minha vida e minha maneira de trabalhar. A n t e s , porém, de
mudar a segunda, Deus precisou mudar a primeira. Aceitei a Bíblia
como a Palavra de Deus, capaz de resolver todos os meus problemas. De
lá para cá , ela passou a moldar minha vida. É indispensável para quem
ensina a Bíblia aceitá-la como a Palavra do Deus a submeter-se
totalmente aos seus princípios. Nã o posso dizer aos meus alunos que
a Bíblia tem soluçõ es para os seus problemas se ela nã o tem para os
meus. Guardemos bem este fato: a Bíblia precisa ser uma realidade na
vida de quem ensina.

Com a mudança de vida, mudou també m a minha maneira do


trabalhar. Há certos princípios bá sicos da Bíblia que, para serem
colocados em prá tica, requerem métodos apropriados. É , portanto,
nessa á rea que nó s professores de adultos temos que concentrar
nossa atençã o.

Os adultos també m tê m necessidades mentais, sociais,


emocionais e espirituais. A igreja, como corpo de Cristo, tem a
tarefa de suprir essas necessidades. A ED, como agê ncia da igreja
local, pode e deve colaborar muito nesse sentido. Uma das
maneiras é :

ESTUDO BÍBLICO DINÂMICO

Gaste tempo com quem tem interesse. A primeira pergunta que


geralmente faço à pessoa que quer participar de um grupo de estudo
bíblico ou classe da ED dessa natureza é a seguinte: você quer
mesmo levar a sério o que a Bíblia diz? Sem o interesse da pessoa
nã o se conseguirá muita coisa.

Como despertar o interesse? Apresente um desafio a pessoa,


pois os adultos aceitam desafios e querem ser desafiados com
coisas que realmente sejam importantes. A maneira mais prá tica e
dar uma tarefa que eles tenham condiçõ es da executar. Dirigindo, há
algum tempo atrá s, uma classe mista da ED, composta de mais ou
penas 8 pessoas, dei uma tarefa para todos. Sabem quantos fizeram?
Apenas duas pessoas. Daí surgiu a necessidade de se criar um grupo
de estudo bíblico. Mais intensivo. Começamos um grupo especial de
senhoras num dia de semana. O grupo começou com duas e
atualmente tem dez. O programa é bem flexível. Além do estudo
bíblico há períodos quando podem contar suas experiências e assim o
grupo está se edificando. O mais importante, porém, é que Deus está
atuando em suas vidas.

2. Exija de cada um o compromisso de levar a sé rio o estudo bíblico.

a) Nã o faltar à reuniã o. As pessoas precisam dar prioridade ao


encontro.

b) Fazer a tarefa exigida. Os adultos aceitam responsabilidades.


Com relaçã o ao estudo bíblico, a tarefa normalmente consiste em
estudar o assunto que está sendo discutido e memorizar as
Escrituras para se apropriar dos pensamentos de Deus e para
poder aplicar a Sua Palavra na vida diá ria. Se a pessoa sempre
apresenta desculpas, nã o está sendo fiel nem idô nea (II Tm 2.21).

3, Marque um prazo para terminar a sé rie de estudos. Isto


apresenta uma sé rie de vantagens. Uma delas é que se pode exigir
um compromisso sé rio da pessoa durante aquele período. Trê s
meses é um bom período. Na ED podem-se criar grupos de
interesse, onde sã o oferecidos cursos trimestrais dando aos
alunos a chance de escolher o assunto de maior necessidade
pessoal. Exemplos: Lar Cristã o, Finanças, Segunda Vinda de
Cristo, Como Estudar a Bíblia (mé todos de estudos bíblicos), etc.

Uma outra vantagem em determinar a duraçã o d o estudo é


que, no final do período, pode-se fazer uma avaliaçã o do trabalho.
A esse propó sito, em 1 Ts 3.5 e Fp 2.15-16, Paulo nos apresenta
duas coisas importantes, que devem fazer parte de nossa
avaliaçã o no ensino, vitó ria sobre o pecado e testemunho de
Cristo. “A prova que um ensino foi bem sucedido é a estabilidade
do crente sob pressõ es. Paulo afirma aos tessalonicensses que a
eficá cia do seu trabalho entre eles era medida pela capacidade de eles
vencerem o pecado. Se nã o conseguissem vitó ria, ele, Paulo, teria
trabalhado em vã o. Outra prova da solidez de um edifício
espiritual é o testemunho. Paulo dizia aos filipenses q u e , s e e l e s ,
c o m s u a vida e palavras, nã o testemunhassem de Cristo junto
aos quo andavam nas trevas, sua obra entre eles teria sido inú til.”
(Integraçã o segundo o N o v o Testamento, Waylon B. Moore, p,
19).

TORNE PRÁTICO O ESTUDO BÍBLICO

Uma característica marcante dos adultos: sabem mais do


que fazem. Sã o inimigos do trivial. Tê m as preocupaçõ es do dia-
dia, como, por exemplo, finanças e família. Desejam servir e ser
ú teis ao Senhor e desejam desenvolver uma filosofia cristã
prá tica, para a vida. Falando em estuda bíblico, é bom ressaltar
que o professor deve ensinar com seriedade, dando ali mento
espiritual só lido, pois os adultos nã o gostam de coisas
superficiais. Há trê s passos fundamentais no estudo bíblico:

1. Observar o que está no texto. Um bom professor de Bíblia deve


ser um bom observador de texto. Se ele se limita à revista e a uma
lida rá pida do texto, ainda que com boa intençã o, ele nunca
ensinará bem. O segredo é ler, ler, ler. Ê necessá rio dar tempo
para que a passagem fale ao seu coraçã o. As perguntas quem?
Quando? Por quê ? Onde? Como? Ajudam muito na observaçã o do
texto. Observe bem, portanto, para nã o fazer afirmaçõ es que nã o
estã o no texto. Leve seus alunos a serem observadores da Bíblia.

2. Entender o que está no texto. Uma vez observado o texto, é


preciso entender o que ele diz. Um dicioná rio da língua
portuguesa e um dicioná rio bíblico ajudam muito nessa fase.

3. Aplicar na vida aquilo que se observou e entendeu. Como Isto


vai funcionar na minha vida? Eu li e entendi...e daí? Alguns
exemplos: Colossenses 3.18 diz: “Esposas, sede submissas aos
pró prios maridos, como convé m ao Senhor.” Nã o ajuda nada na
vida diá ria apenas observar o texto, entender o que está escrito é
chegar a seguinte conclusã o: a esposa deve ser submissa ao
marido. A pergunta que a esposa crente sincera faz depois disso é
a seguinte: “Eu quero ser submissa, mas como?”
Colossenses 3.19 diz: Maridos, amai as vossas esposas e n ã o
as trateis com amargura.” A pergunta é como amar a esposa? Qual
a atitude correta quando eu chego em casa e encontro a minha
esposa irada? Efé sios 5.21 diz: “Sujeitai-vos uns aos outros no
temor de Cristo.” A pergunta é como eu posso me sujeitar? Como
devo tratar aquele irmã o que me ofendeu?

Um dos grandes problemas encontrados entre os adultos é


que a maioria aprendeu o que deve fazer, mas nunca como faz ê -
lo. Uma senhora batizada recentemente estava na igreja desde
criança e nã o sabia como viver a vida cristã . Quando ela
descobriu isso, sua vida foi modificada. Um outro irmã o, com
mais de trinta anos na igreja, descobriu recentemente como viver
a vida cristã . Que transformaçã o!

Se a Bíblia nã o tiver para as necessidades di á rias, as


pessoas irã o busca-las em outro lugar. Se na sua classe de
alunos nã o encontram respostas praticas para seus
problemas, nã o se admire de eles nã o mostrarem interesse
em frequentá -la. Se a sua classe nã o esta contribuindo para
que vidas sejam modificadas e moldadas à semelhança de
Cristo, alguma coisa deve estar errada.

DÊ OPORTUNIDADES PARA AS PESSOAS CONTAREM SUAS


VITÓRIAS E DERROTAS

Entre outras coisas, isso ajuda a satisfazer certas necessidades


sociais do adulto: o desejo do companheirismo, desejo de aprovaçã o do
grupo e o senso de valor pessoal. Muitos enfrentam problemas quanto
à s relaçõ es humanas e alguns experimentam solidã o. Temos
necessidade de falar e de ouvir. Falar das coisas que Deus está fazendo
em nossa vida e mostrar o que somos. Em grupos pequenos de pessoas
“saem da casca” e mostram o que sã o. Por outro lado, há a necessidade
de ouvir. Tg 1.19 diz: “Todo homem, pois, esteja pronto para ouvir.”
Ouvir pronta e atenciosamente o que o outro tem a dizer é demonstrar
amor. Nã o adianta querer ministrar à pessoa, com matérias, se ele nã o
externar aquelas coisas que estã o causando os problemas. Cuidado
para a reuniã o nã o virar um bate papo sem finalidade. O uso de certas
perguntas ajuda a dirigir a conversa para um fim proveitoso. Por
exemplo: “ O que Deus fez por você nessa semana? Como Deus o usou
para ajudar outras pessoas? Como você colocou em prá tica os
princípios da palavra de Deus, estudados na semana passada?

LEVE OS PARTICIPANTES A SE INTERESSAREM UNS PELOS


OUTROS

1. Oraçã o mú tua. Incentive cada aluno (ou participante) a orar


diariamente pelos outros componentes do grupo, de maneira pessoal,
citando seus nomes.
2. Prestaçã o de serviços. Há poucos dias, uma senhora do grupo foi
hospitalizada. Outras duas senhoras colaboravam com ela na limpeza
de casa, lavagem da roupa, etc. Isso foi algo precioso! Ela sentiu o corpo
de Cristo funcionando de maneira prá tica. Quando alguém está em
dificuldades, o grupo todo tem a responsabilidade de se interessar e
fazer alguma coisa por ele.

ESTABELEÇA ALVOS EM CONJUNTO E DESAFIE O GRUPO A


ALCANÇA-LOS

Quantas novas pessoas vã o ser alcançadas nos pró ximos 6


meses? E no pró ximo ano? Quantos vã o passar adiante o que
estã o recebendo? Para que os alunos possam edificar outros, eles
precisam de uma edificaçã o só lida, esta é sua tarefa.

As sugestõ es acima tê m sido ú teis nesta á rea do meu


ministé rio, Tudo, poré m, torna-se vazio, sem o toque do Espírito
Santo. Somos apenas canais atravé s dos quais Deus transmite a
Sua graça.

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