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Doutrina da Contenção

Geoorge F.Kennan (1904-2005)

Long telegram

Kennan, que é um diplomata dos EUA em Moscovo , e propõe uma política a longo
prazo, fazendo o trabalho de um diplomata que é tentar obter informações sobre o país
ajudando a orientar as decisões sobre a política externa de um determinado país. Nesta
altura nos EUA há um grande debate em relação à política externa que se vai
desenvolver.

Porque há um grande debate nos EUA? Há um debate sobre se se deveria voltar ao


isolacionismo da Doutrina Monroe ou se deveriam abandonar esse isolacionismo.

A questão vem no seguimento de uma conjuntura internacional de guerra fria e há a


necessidade de se perceber se deveriam voltar a adotar o isolacionismo antes da guerra
com a doutrina Monroe ou abandonar o isolacionismo (o contrário de uma política
isolacionista não é necessariamente uma política intervencionista).

Kennan diz que o importante neste debate é responder


da alguma forma ao aumento de influência da URSS,
porque as forças do exército vermelho que haviam
libertado os países do domínio nazi, no final da guerra
não se retiraram do território que libertaram, mas pelo
contrário, ficam nesses países.

Kennan propõe face a isto e aos eventos que estavam a


acontecer ele aconselha a conter o avanço soviético,
impedindo e bloqueando (e não empurrando) o
avanço, adotando uma política vigilante constante e
persistente e uma lógica de contra força (lógica de equilíbrio de poder), em pontos
específicos do globo que fossem importantes para os interesses dos EUA.

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Ele é um diplomata e está a propor uma ação e uma doutrina de ação a partir daquilo
que é o conhecimento profundo que ele tem da maneira como o líder soviético olha
para a realidade internacional e age. É claro para Kennan que as forças soviéticas que
estão ate metade de Berlim não vão voltar para trás e em relação a esta constatação é
necessário agir. Eles não vão voltar para trás porque eventualmente querem voltar a
avançar. A união soviética é claramente um projeto expansionista.

A URSS é um projeto expansionista e face a isso, deve os EUA regressar à sua posição
isolacionista?

Kennan: o isolacionismo não deve voltar porque os desafios que são colocados ao
interesse nacional norte americano não devem voltar à sua posição anterior e como tal
devem concretizar uma política de contenção. Conter e fazer contra poder às tendências
expansionistas da URSS.

Ele não está a falar de uma ideologia e do comunismo, está a falar de uma potência
concreta que tem um determinado poder e que avançou em determinadas regiões e
partes dessas regiões que têm um grande peso no equilíbrio de poder, na acessão dos
EUA, e para os interesses vitais dos EUA → como tal estes deveriam abandonar o
isolacionismo e colocar-se numa postura estratégica em relação à Política Externa o que
implicaria desenvolver uma política de contenção.

Doutrina da Contenção – características:

→ Kennan diz que os EUA deviam conter o avanço do poder soviético em pontos
concretos onde este se realizasse desde que considerados vitais para o equilíbrio
mundial de poder e especificamente os interesses vitais norte-americanos.

→ Essa estratégia de contenção deveria ser desenvolvida através de apoios seletivos


principalmente económicos, políticos e nalguns casos também militares, tendo em vista

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a manutenção desse mesmo equilíbrio de poder e a concretização de objetivos
específicos norte americanos e nas capacidades concretas e limitadas dos EUA.

O que é que Kennan propõe?

Kennan está a propor então que se adote uma nova doutrina de política externa norte
americana.

Onde? Em pontos específicos, nomeadamente naqueles que são vitais aos EUA,
naqueles que são do interesse nacional definido em termos de poder.

Como? Através de apoios seletivos, essencialmente, económicos, políticos e


eventualmente militares.

Tendo em vista que limites? As capacidades concretas dos EUA, cujas capacidades são
limitadas.

Olhando para estas características estamos claramente perante uma proposta


paradigmática realista e numa proposta de ação realista das relações internacionais

➔ Estamos perante uma proposta realista das RI

Isto acabou por ter uma grande influencia, pois enquanto este debate estava a decorrer
e já os EUA começavam a desenvolver algumas políticas que na verdade estavam
enquadradas nesta doutrina e neste raciocínio, nomeadamente o Plano Marshall.

Porque é que o plano Marshall é tipicamente uma política e uma proposta que decorre
desta visão doutrinas das RI?

Plano Marshall: plano para recuperar do ponto de vista material toda a Europa, foi
proposto a todos os países europeus inclusive à URSS. A Europa está completamente
destruída pois foi o principal palco de guerra e num contexto de destruição há uma
grande suscetibilidade a descontentamento (causado pela pobreza e doença).

Como a Europa era o principal mercado de exportação de produtos americanos, era


necessário dar estabilidade política e material que estes comprem os produtos

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americanos. Os EUA propõe ajudar a reconstrução dos países europeus dando apoio
financeiro à reconstrução dos países, com uma serie de regras e com a ajuda de uma
organização internacional a OECE, mais tarde OCDE que vai ajudar a gerir essa ajuda.

É necessário que os países que estão interessados façam um balanço sobre as perdas
que resultaram da guerra (destruição das infraestruturas). A maioria dos países da
Europa Central, Oriental e Balcãs sofreram dois momentos: a invasão e o avanço da
Alemanha e das forças nazis para oriente e depois da URSS para ocidente e como tal
necessitavam de ajuda. Os EUA também vão propor este plano de ajuda aos países que
não tinham participado na guerra.

(Marshall porque o Secretário de Estado, equivalente do Ministro do Negócios


Estrangeiros, da altura nos EUA chamava-se George Marshall).

Isto é um instrumento claramente do tipo da doutrina da contenção, isto é um


instrumento essencialmente económico com uma dimensão política que visa impedir
que os países que estão destruídos estejam disponíveis ao avançar da influência
soviética. A melhor maneira de o impedir é recuperar rapidamente estes países,
colocando-os a funcionar bem e aumentar a sua prosperidade. A grande parte dos países
europeus vai aceitar esta ajuda, como é o caso de Portugal.

É necessário que a prosperidade cresça e alguns dos países que não participaram na
guerra também podem beneficiar da ajuda. Mas os grandes países que beneficiam deste
plano são a Alemanha Ocidental, Bélgica, Holanda, França, Grã bretanha.

No entanto esta proposta é feita a todos os países europeus, à Rússia, à Checoslováquia,


à polonia, à Hungria, á Roménia, à Bulgária e estes países querem muito aceitar, mas a
URSS percebe que aquilo é claramente um instrumento da política de contenção e como
tal não permite que os países satélites adiram. É um interesse de contenção que vai de
encontro aos interesses vitais dos EUA porque vai ajudar a sua economia e
simultaneamente impede que outros países se tornem satelizados.

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➔ O plano Marshall é de facto um plano que se insere no contexto doutrinal de
uma política de contenção e é um instrumento típico de uma política realista

O plano Marshall serve também para os EUA porque é do seu interesse vital que os
países europeus, que é o principal mercado de exportação da economia americana,
esteja a funcionar bem e seja uma economia de mercado.

Há uma componente de preocupação com os países europeus, mas a principal razão da


ajuda é porque serve como instrumento político de contenção que defende os interesse
vitais dos estados Unidos, nomeadamente que a sua economia continue a funcionar
bem. Ao mesmo tempo que defende os seus interesses vitais, ajuda a economia
europeia e reforça os laços próximos com esses países e impede que esse países estejam
suscetíveis a serem satelizados como estava a acontecer com os países que não iam
poder aceitar a ajuda do plano Marshall.

O presidente Truman, que é do partido democrata, acha as ideias de Kennan boas,


mas dá-lhes uma interpretação diferente.

Na verdade, no contexto do grande debate depois da segunda guerra mundial, sobre a


política externa norte americana, não há apenas uma posição determinante no debate,
mas duas. Esta doutrina, a doutrina Truman vai defender em grande parte as ideias de
Kennan, mas como presidente democrata que parte de uma perspetiva liberal das RI, o
que esta em causa não é a contenção de uma potência concreta, mas é sobretudo a
contenção de um conjunto de ideias e ideais e de uma mundivisão sobre o mundo, isto
é uma ideologia. O que está para Truman em causa é a contenção do comunismo. Ao
substituir a contenção de uma potência concreta, por uma contenção de uma ideologia,
necessariamente a natureza da doutrina da contenção será alterada, porque se
queremos conter uma ideologia teremos de a conter em vários pontos do globo, onde
ela acontecer.

O princípio da logica da contenção mantem-se por isso haverá não uma, mas duas
doutrinas de contenção que ao longo da guerra fria vão alterar-se entre si num debate

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continuo e manifestar-se em políticas que são diferentes, consoante as administrações
que têm inclinações mais realistas (republicanas) ou mais idealistas (democratas).

Para diferenciar esta doutrina da contenção da outra chamamos de Doutrina Truman.

Kennan: conter o avanço soviético, em pontos específicos com vista a manter o


equilíbrio de poder e sempre tendo em conta o interesse nacional definido em termos
de poder dos EUA que é o do poder

Truman: é preciso conter o avanço comunista onde quer que ele aconteça, segundo um
enquadramento liberal que está associada a uma visão essencialmente moralista das RI.

1. A doutrina Monroe vai ser abandonada,


2. Os EUA passam a ter uma doutrina de contenção,
3. Na verdade, não haverá apenas uma doutrina da contenção, mas haverá duas
interpretações da doutrina de contenção que resultam em práticas políticas
diferentes consoante a escola realista ou idealista.

Haverá uma doutrina da contenção realista a que chamamos a doutrina da contenção


ou a doutrina Kennan. Haverá uma outra doutrina conhecida como doutrina Truman
que é também uma doutrina da contenção, mas que está enquadrada por uma visão
paradigmática liberal das RI e ambas resultam em práticas políticas que são diferentes.

O papel que os EUA desenvolvem como grande potencia durante grande parte da
Guerra Fria explica-se se percebermos o debate e a alternância entre estas duas
perspetivas. Às vezes elas são confundidas, no entanto, do ponto de vista paradigmático
diferentes e as suas consequências políticas também são diferentes.

O tom e o teor com que Truman aborda a questão da ação dos EUA em matéria de
política externa é totalmente diferente da de Kennan. Ele está a falar de casos específico
que são casos onde existem guerras civis ou de grande avanço da influência do
comunismo, caso da Grécia e da Turquia, e é a propósito disso que os EUA devem de

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facto segundo ele adotar uma política de contenção, mas apoiando sobretudo aqueles
países que estão a fazer um combate ao avanço dos extremismos ideológicos.

Truman diz que aquilo que querem defender é “um modo de vida livre do arbítrio e da
coerção”, i.e., é o poder viver em liberdade. Ele está a por os termos da questão e a por
no centro da equação o poder viver em liberdade, algo que Kennan nunca mencionou.
Kennan nunca falou de liberdade, mas sim em poder, influencia e contra poder, em
interesses vitais, nunca tendo falado em ideologia ou em liberdade.

Truman não fala de interesses vitais norte americanos, mas sim “the foundations of
international peace” da paz ameaçada pelos regimes totalitários. É uma política de
contenção, mas tem em vista uma mundivisão, que é uma mundivisão liberal
democrática. E é nesse sentido que os EUA devem abandonar a doutrina Monroe para
passar a agir agora do ponto de vista de conter o avanço da ameaça comunista,
nomeadamente em todos os pontos do globo onde esta se faz sentir, pois isso põe em
causa a paz internacional e os fundamentos da paz internacional. Este debate ocorre
praticamente em simultâneo, por isso por vezes há uma certa dificuldade em perceber
se as ações são manifestações de uma doutrina ou de outra.

O plano Marshall é uma manifestação da doutrina de Kennan, não é contra o comunismo


e não é para conter o comunismo, é para realizar sobretudo o interesse nacional
definido em termos de poder. A criação da Nato é também uma proposta como a do
Kennan, só e só se, a NATO for essencialmente na sua ação aquilo que é por definição,
uma aliança regional.

No entanto, podemos perceber que se há uma interpretação da NATO ou do conjunto


das outras alianças que são criadas no momento que é sobretudo a criação de alianças
militares tendo em vista o combate ao comunismo, então já estamos a passar para a
outra interpretação da política de contenção, a política de contenção de Truman.

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Ao mesmo tempo que a NATO é criada a 4 de abril de 1949, os EUA nesta altura estão a
estabelecer alianças com uma série de outros países. Muitas dessas alianças que vão ser
estabelecidas nomeadamente na Asia começam a ter um enquadramento que não é
meramente regional e que não é um enquadramento da segurança nacional definida no
critério de interesse nacional como poder, mas sim para fazer de contrapeso ao avanço
do comunismo.

Essa segunda interpretação vai ter influencia quando vemos que em abril de 1950, ainda
Truman era presidente, numa das reuniões dos mais importantes órgãos da
administração que é o National Security Council (ainda hoje a ser talvez o principal órgão
de decisão e aconselhamento do Presidente), decide e fica consagrado no seu relatório
NSC 68, por influencia da administração Truman uma estratégia de contenção mais
alargada. Esta é uma estratégia de contenção mais largada que vai no sentido de triplicar
a percentagem do orçamento norte americano para a área da defesa em três anos
porque de facto nesta altura, porque a administração é democrata, torna sobretudo
predominante o entendimento da Doutrina Truman de contenção do comunismo.

Política de Contenção e seus instrumentos

• Junho de 1947 – Plano Marshall – para realizar o interesse nacional definido em


termos de poder → reconstrução económica da Europa (OECE.OCDE)

• 4 de abril de 1949 – NATO – tratado do Atlântico Norte (Washington)

Artigo 5 – Clausula de assistência mútua da base regional

• 14 de abril de 1950 – NSC-68 – relatório do National Security Council

(comprehensive containment startegy)

(Defence spending tripled as a percentage of the gross domestic product between 1950
and 1953 from 5 to 14,2%)

Decide e fica consagrado no relatório nº58 uma estratégia de contenção mais alargada

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Vai haver constantemente um debate entre dois estados unidos, uns que são mais
prudentes e realistas, mais coma atenção à realização do interesse nacional só querer,
por exemplo, agir ou intervir que dizem diretamente respeito ao seu interesse nacional,
visível na América Latina.

Quando há um presidente democrata, já há uma visão mais liberal e como tal a


mentalidade e a ação é de fazer intervenções – guerra do Vietname por exemplo.

Estas duas perspetivas paradigmáticas influenciam a prática dos países e por isso vemos
este entendimento doutrinal diferente e que vai marcar o comportamento dos EUA.

Nota de perguntas:

A certa altura começa a dar-se apoio a regimes autoritários na América latina nos anos
80 para conter movimento de guerrilha maoista ou marxista, mas vão apoiar ditaduras
autoritárias que torturam os EUA vão apoiá-los segundo o critério realista. É uma política
realista porque o que interessa mais ao governo americano é continuar a ter uma
economia de mercado e estabilidade, o interesse nacional definido em termos de poder
que é completamente realista levou a que os EUA atuassem para tentar conter as
guerrilhas.

Como os EUA sendo o principal exemplo de democracia, conseguem apoiar inclusive


através de apoios militares, países que são verdadeiros regimes autoritários?
Claramente o critério utilizado é o realista. Não tem haver com ideologias, mas sim a ver
com o interesse nacional definido em termos de poder. Uma ótica não ideológica. A
política internacional não é haver com aquilo que é bom ou mau, é uma lógica de poder.

A coreia foi por uma definição de zona de interesses e esfera de influência, há realista
que dizem que aquela zona está dentro do interesse vital dos EUA, mas há outros
realistas que dizem que isso já não está dentro do interesse vital e a intervenção é feita
pelo princípio ideológico. A crise da coreia que originou a guerra civil da coreia e a
intervenção dos EUA sob a bandeira das Nações Unidas foi a primeira grande crise do
equilíbrio de poder pós segunda guerra mundial e, portanto, ainda se estavam a apurar
os critérios e limites.

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Contextualizar a posição na União Soviética

Já sabemos qual foi o debate nos EUA e sabemos o que aconteceu do ponto de vista
doutrinal nos EUA. A guerra fria é determinada pela ação das duas potências.

Quando acaba a segunda guerra mundial não vai haver um debate, pois não é um regime
democrático, é um regime totalitário. Uma época de pleno Estalinismo em que debates
não existem devido ao seu próprio regime. Ou seja, se existem decisões a tomar,
existem. Se são frutos de um debate, NÃO. A decisão sabe a uma pessoa, Joseph
Estaline.

Existem decisões a tomar sobre qual vai ser a política externa da URSS desse momento
para a frente. A decisão é unipessoal e por isso é que Kennan ouvia com atenção
Estaline, pois ele conhecendo a natureza do regime totalitário sabia que as decisões dos
interesses soviéticos seriam aquilo que Estaline decidiria. Percebendo essa decisão, era
o passo essencial para puder aconselhar os Estados Unidos para a decisão destes em
relação á sua política de resposta aquela que seria a da união soviética.

Na união soviética encontramos não necessariamente duas abordagens doutrinais,


devido a não ser um debate doutrinal, mas notamos que na união soviética,
contrariamente às democracias e aos EUA em particular tem não uma, mas duas
políticas externas. De maneira muito evidente vai evidenciar essas duas políticas
externas e vamos ver que essas duas políticas são diferente pelo tipo de canis de
natureza diferentes pela qual são feitas, como essas duas politicas são diferentes do
ponto de vista substantivo. Ou seja, são feitas por canais e através de meios diferentes,
mas essas suas PE também são diferentes da sua natureza, mas não inconciliáveis. Têm
narrativas diferentes e justificações diferentes para «aquilo que se vão fazer e muito
interessante é que um desses canais é oficial e formal e a outra é informal e oficiosa.
Muitas vezes é aquela mais informal que é instrumentalizada pela outra.

➔ Canal oficial coma a política externa por meios convencional. Como todos os
países a URSS tem meios próprios para desenvolver a sua politica externa. O
executivo, que no caso da URSS é Estaline, decide qual a politica e vai

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implementar essa politica através meios como o ministério dos negócios
estrangeiro e através da rede diplomática e através das organizações
internacionais – interesse nacional definido em termos de poder – num
enquadramento nacional. (através do Executivo e do MNE)

➔ Canal mais informal e oficioso. Esta é uma outra dimensão da política externa
que é através da estrutura da internacional comunista. Esta é uma federação
internacional onde estão todos os outros partidos comunistas um pouco por
todo o mundo. Não é só através das relações diplomáticas que a URSS faz
avançar os seus interesses, é através dos contactos que o partido comunista
da União Soviética tem com todos os outros partidos comunistas, que são uma
espécie de segundas embaixadas. É através dessa rede partidária com uma
estrutura federal que a URSS vai avançar os seus interesses desenvolvendo a
sua PE, só que neste domínio vai fazer sempre num enquadramento
ideológico.

Constantemente vamos ver uma justificação do estado, mas também ao mesmo tempo
dos partidos comunistas que são sempre os interesses da união soviética. É a partir
daqui que olhamos para a política externa.

Quando a URSS decide a intervenção na Checoslováquia, essa decisão não é expressa


como um estado que decide fazer uma intervenção militar em outro estado, não isso
não poderia acontecer. A justificação é que é a União soviética como irmão mais velho
dos outros partidos irmãos do PCUS, que pede se podem fazer uma intervenção para
ajudar a Checoslováquia.

É através de argumentos ideológicos que vai servir o interesse nacional de


superpotência definido em termos de poder que asseguram a URSS como
superpotência.

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