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02 Antigo Testamento
02 Antigo Testamento
SUMÁRIO
1 - CONHECENDO O ANTIGO TESTAMENTO ............................................................................... 5
1.1. NOMES ESCRITURAIS PARA A BÍBLIA ............................................................................................. 5
1.2. DIVISÕES DO ANTIGO TESTAMENTO .............................................................................................. 7
1.3. A MENSAGEM GERAL ................................................................................................................ 7
2 - O PENTATÊUCO .................................................................................................................. 11
2.1. GÊNESIS ................................................................................................................................ 11
2.2. ÊXODO .................................................................................................................................. 12
2.3. LEVÍTICO ................................................................................................................................ 15
2.4. NÚMEROS ............................................................................................................................. 18
2.5. DEUTERONÔMIO ..................................................................................................................... 20
3 - OS LIVROS HISTÓRICOS ...................................................................................................... 23
3.1. JOSUÉ ................................................................................................................................... 23
3.2. JUÍZES ................................................................................................................................... 27
3.3. RUTE .................................................................................................................................... 30
3.4. 1 SAMUEL.............................................................................................................................. 32
3.5. 2 SAMUEL.............................................................................................................................. 32
3.6. 1 REIS ................................................................................................................................... 33
3.7. SOBRE A DIVISÃO E DECLÍNIO DO REINO ...................................................................................... 33
3.8. 2 REIS ................................................................................................................................... 34
3.9. 1 E 2 CRÔNICAS ...................................................................................................................... 36
3.10. ESDRAS ................................................................................................................................. 36
3.11. NEEMIAS ............................................................................................................................... 38
3.12. ESTER ................................................................................................................................... 41
4 - OS LIVROS POÉTICOS.......................................................................................................... 43
4.1. JÓ ........................................................................................................................................ 43
4.2. OS SALMOS............................................................................................................................ 44
4.3. PROVÉRBIOS........................................................................................................................... 48
4.4. ECLESIASTES ........................................................................................................................... 48
4.5. CANTARES DE SALOMÃO ........................................................................................................... 49
5 - OS LIVROS PROFÉTICOS ...................................................................................................... 51
5.1. ISAÍAS ................................................................................................................................... 53
5.2. JEREMIAS ............................................................................................................................... 56
5.3. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS ...................................................................................................... 56
5.4. EZEQUIEL ............................................................................................................................... 57
5.5. DANIEL.................................................................................................................................. 58
AULA
01
Há pelo menos três nomes escriturais mais comuns para a Bíblia: A Palavra de Deus,
As Escrituras e Os Oráculos de Deus. (Ef 6.10-17; Mt 21.42; Jo 5.39; At 17.11-38; 2 Tm 3.15;
Hb 4.12).
No entanto, a Bíblia (do grego biblion, biblioteca de pequenos livros) pode ser
identificada por vários nomes em seu próprio conteúdo. Vejamos alguns:
1. Livro da Lei (Deuteronômio 31:26) - "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado
da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha
contra vós." A Bíblia é descrita como um livro de leis, leis as quais não são
destinadas a nos escravizar ou sufocar o nosso relacionamento com Deus, mas
que se destinam a aumentar o nosso conhecimento da justiça de Deus e nos
direcionar a Cristo.
2. Evangelho (Romanos 1:16) - "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê..." A Bíblia nos revela o
Evangelho, a boa nova, sobre o Senhor Jesus Cristo. Através de Filho de Deus, os
nossos pecados são perdoados e recebemos a salvação.
3. Sagradas Escrituras (Romanos 1:2) - "que ele antes havia prometido pelos seus
profetas nas santas Escrituras." A Bíblia é uma coleção de escritos sagrados que
são santos e autoritários porque foram inspirados por Deus.
4. Lei do Senhor (Salmo 19:7) - "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o
testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples." As leis da Bíblia não
devem ser confundidas com quaisquer outras porque são os mandamentos do
Senhor, só dEle, e não ideias do homem.
5. Palavras de Vida (Atos 7:38) - "Este é o que esteve na congregação no deserto,
com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu
palavras de vida para vo-las dar." A Bíblia é um livro vivo, pois cada livro, capítulo
e versículo estão vivos com o conhecimento e a sabedoria de Deus.
6. A Palavra de Cristo (Colossenses 3:16) - "A palavra de Cristo habite em vós
ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros,
com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em
vossos corações." A mensagem de Cristo é a mensagem da salvação do pecado
através do Único que pode realizá-la.
7. Escrituras (2 Timóteo 3:16) - "Toda Escritura é divinamente inspirada e
proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça."
Inspirada por Deus, a Bíblia é uma coleção de escritos como nenhuma outra. É o
único livro escrito por homens movidos, ou "levados", pelo Espírito de Deus (2
Pedro 1:21).
8. O Rolo (Salmo 40:7) - "Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito
a meu respeito." Ao profetizar sobre Jesus, a Bíblia refere-se a si mesma como
um rolo, um rolo de pergaminho documentando o conhecimento de valor
inestimável a ser compartilhado de geração em geração.
9. Espada do Espírito (Efésios 6:17) - "Tomai também... a espada do Espírito, que é
a palavra de Deus." Assim como a espada, a Bíblia pode se defender contra
qualquer ataque com a verdade de Deus. O escritor aos Hebreus diz que a Bíblia é
mais cortante do que qualquer "faca de dois gumes" porque é capaz de dividir a
"alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração" (Hebreus 4:12).
10. Verdade (João 17:17) - "Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade." Já
que a Bíblia é a Palavra de Deus, então ela é a verdade. Cada palavra é da mente
de Deus. Já que Ele é a verdade, então a Sua Palavra também tem que ser
verdade.
11. Palavra de Deus (Lucas 11:28) - "Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os
que ouvem a palavra de Deus, e a observam." A Bíblia é como o porta-voz de
Deus, pois através de cada livro Ele fala diretamente a nós.
12. Palavra da Vida (Filipenses 2:16) - ".... retendo a palavra da vida." A Bíblia nos
revela a diferença entre a vida e a morte - a vida eterna que está diante daqueles
que aceitam a Jesus Cristo como seu Salvador e a morte eterna para aqueles que
não O aceitam.
13. Palavras do Senhor (Salmo 12:6) - "As palavras do Senhor são palavras puras,
como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes." As palavras
da Bíblia são perfeitas e sem falha porque são as palavras do Senhor,
proclamadas pelos profetas e apóstolos para revelar o amor e a glória de Deus.
A. Lei. O primeiro grupo relata a história das comunicações de Deus e Seu trato
direto com seus filhos, no princípio dos tempos, durante a época dos patriarcas, como
Abraão, Isaque e Jacó e até a morte de Moisés pouco antes da ida à Terra Prometida, sob a
direção de Josué. Nestes livros está contido tudo o que é conhecido como Lei, inclusive os
Dez Mandamentos (Êx 20.3-17).
Entretanto, lembramos que, incidentemente, ainda hoje, Moisés, permanece como o
maior dos legisladores, mais do que Drácon, Solon ou outro qualquer. Muitas de nossas
leis comuns vêm das leis Portuguesas que por sua vez vieram das romanas, das quais
muitas vieram de Moisés. Todo o grupo de livros revela Deus como a primeira grande
causa e Criador, mas vai além disto, e O revela como Pai paciente, amoroso, interessado e
sempre tentando abençoar o homem que Ele criou à sua própria imagem.
predito. Seu procedimento durante o julgamento foi predito; era para sofrer abusos, era
para morrer sob sentença judicial; era para ser escarnecido; suas vestes haveriam de ser
rasgadas, e sortes sobre elas haveriam de ser lançadas pelos transgressores; era para
perecer em meio de crueldades e zombarias; nenhum de seus ossos deveria ser quebrado;
era para ser traspassado; era para fazer sua sepultura com o rico.
Estas são algumas das coisas que foram preditas e cumpridas em seus mínimos
detalhes. Nenhuma outra explicação razoável pode ser dada, a não ser a que Deus existe
antes e depois dos escritos do Antigo e Novo Testamentos, e que os homens que
manejaram as penas tiveram a mente do Senhor atrás de si.
AULA
02
2- O PENTATÊUCO
É composto dos cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Neles vemos como Deus escolheu os israelitas para ser seu povo, libertou-os da escravidão
no Egito e firmou com eles uma aliança no monte Sinai. O Pentateuco também contém os
preceitos da lei judaica instituída por Deus.
2.1. Gênesis
A. Tema. Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”,
porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o
princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. Tem
sido chamado o “viveiro” das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem todos os
começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à
salvação. O primeiro versículo anuncia o propósito do livro. “No princípio criou Deus os
céus e a terra”. Ora, sendo ele o Deus e Criador de toda a terra, devia por fim tornar-se o
Redentor de toda a terra. O livro relata como se tornou necessária a redenção, devido ter
o homem pecado e caído nas trevas; e como Deus escolheu uma nação a fim de que
levasse a luz da verdade divina às demais nações.
B. Autor. A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro
livros que o seguem, juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se
vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele” (Jo 5.46) O próprio
Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu extensivamente.
C. Esfera de Ação. Não temos nenhuma evidência extra bíblica a qual possamos
relacionar a data do livro. O que podemos fazer é remontar uma data tomando como
referência 1 Rs 6.1. Tomando por certo que a cifra 480 nesse texto deve ser entendida
literalmente, podemos concluir que o 4º ano do reinado de Salomão que se deu em 966
a.C., aconteceu 480 anos depois que os israelitas saíram do Egito.
O período de 40 anos da peregrinação de Israel pelo deserto, que durou de 1.446 a.C.
até 1.406 a.C., provavelmente foi a ocasião em que Moisés escreveu o que chamamos hoje
de Pentateuco.
D. Conteúdo. Gênesis é o livro que relata o princípio de todas as coisas. Moisés faz
uma retrospectiva conduzindo-nos à origem de tudo e concentrando-se numa verdade
absoluta: ―Deus criou‖. É o único registro da origem do universo, do homem, da mulher,
da entrada do pecado do homem, da primeira promessa de redenção de Deus e, também,
dos primeiros julgamentos sobrenaturais de Deus.
Em Gn 1.26-28 Deus deixa claro que criou o homem e a mulher para abençoá-los e a
fim de que pudessem exercer domínio em lugar dele sobre toda a criação. A desobediência
humana ameaçou o plano de Deus para a humanidade expresso na criação. Deus
respondeu chamando Abraão, por meio de quem a bênção divina triunfaria por fim.
Em seus primeiros onze capítulos, Gênesis trata de temas universais tendo como
pano de fundo o Oriente Médio (antiga Mesopotâmia). A partir do capítulo 12, o foco
central da história volta-se para Israel, tendo como pano de fundo a Palestina. Israel
começa com um homem (Abraão), cresce em uma família (Isaque) e recebe seu nome
(Jacó).
A terceira parte do livro nos mostra como a providência de Deus intervém na história
para fazer cumprir os Seus propósitos. A história da maldade dos irmãos de José,
vendendo-os ao Egito será usada para preservação do povo de Deus, em meio à grave
fome, então reinante na terra.
Obviamente, Israel fracassou como povo-servo, fracasso este já previsto na Tora. Os
alvos de Deus não podem, porém, ser frustrados. Por isso, um remanescente se levantou
da nação, um remanescente, por fim, reduzido a um único descendente de Abraão - Jesus,
o Cristo - que cumpriu em sua vida e morte os propósitos redentores e soberanos de Deus.
2.2. Êxodo
A. Título. Êxodo vem do grego, significando “sair”, e foi assim chamado porque
registra a saída de Israel do Egito.
C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. Os acontecimentos registrados em êxodo abrangem um período
de 216 anos, cerca de 1706 a 1490 a.C. Começa com um povo escravizado habitando na
O ÊXODO
O TABERNÁCULO DE MOISÉS
Tabernáculo era uma tenda itinerante que foi o centro de adoração até a construção
do Templo de Salomão (Êx 25), Confeccionado no deserto, quando da estada do povo no
monte Horebe, tratava-se de uma construção feita de tábuas de madeira revestidas de
ouro que se encaixavam e formavam uma estrutura de 15m x 5m, com 5 m de altura,
coberta por três camadas de tendas. O Tabernáculo em si possuía uma divisória,
separando o Santo Lugar (onde estavam o Candelabro, o Altar do Incenso e a Mesa dos
Pães) do Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança).
O Átrio dos Sacerdotes era a parte externa do Tabernáculo, onde se faziam os
sacrifícios e os ofícios do culto. Tinha cortinas delimitadoras do seu espaço de 50m x 25m,
onde ficavam o Altar do Holocausto (para os sacrifícios de animais) e a Bacia de Bronze
(onde os sacerdotes se lavavam antes de realizarem a oferta).
O Tabernáculo foi o centro da vida nacional de Israel, representando a habitação de
Deus no meio do povo.
2.3. Levítico
A. Título. Chama-se Levítico pelo fato de ser um registro de leis referentes aos levitas
e seu serviço.
C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. O livro abrange o período de um ano da jornada de Israel no Sinai.
E. Conteúdo. Após caminharem três meses pelo deserto do Sinai, o povo de Israel
chega ao pé do Monte Sinai. Permanecem parados durante algum tempo recebendo as leis
e orientações de Deus. Desde Êxodo 19 e por todo o livro de Levítico, encontramos Deus
comunicando - se com eles, através de Moisés. O livro de Êxodo terminou com o
levantamento do Tabernáculo, construído segundo os padrões que Deus dera a Moisés.
Mas como Israel iria utilizar o Tabernáculo?
As instruções encontradas em Levítico são a resposta dada a esta pergunta e foram
dadas pelo Senhor a Moisés no intervalo de 50 dias entre a inauguração do Tabernáculo
(Êx 40.17) e a partida do povo do Sinai (Nm 10.11). O livro de Levítico é um livro sobre a
santidade de Deus e as exigências para a comunhão com Ele. Em Levítico conhecemos o
Deus Santificador, o Deus que deseja conduzir-nos ao que há de melhor e mais aceitável
no culto, na saúde, no relacionamento interpessoal.
FESTAS DE ISRAEL
NOME MÊS / DIA REFERÊNCIA SIGNIFICADO
Comemora a libertação que
Deus concedeu a Israel, tirando-
nisã (mar./abr.): Ex 12.2-20;
Páscoa o do Egito. Comemora a
1 4 - 21 Lv 23.5
libertação que Deus concedeu a
Israel, tirando-o do Egito.
Festa dos nisã (mar./abr.): Inclui um Dia das Primícias pela
Lv 23.6-8
Pães Asmos 15 - 21 colheita de cevada.
Festa das
sivã (mai./jun.): 6 Comemora a entrega da lei no
Semanas ou Êx 23. 16; 34.22;
(sete semanas monte Sinai. Inclui um dia das
Colheita Lv 23. 15-21
após a Páscoa) Primícias pela colheita de trigo.
(Pentecostes)
Festa das
Dia em que se tocavam
Trombetas Lv 23.23-25;
tisri (set./out.): 1 trombetas para assinalar o início
(Rosh Nm 29.1-6
do ano civil.
Hashanah)
2.4. Números
A. Título. O livro de Números tem este título porque trata do registro dos dois censos
de Israel antes de entrar em Canaã.
C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. 39 anos de jornada do povo de Israel no deserto, desde cerca de
1490 até 1451 a.C.
2.5. Deuteronômio
AULA
03
3- OS LIVROS HISTÓRICOS
Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
Esses livros relatam a história de Israel ao longo de um período de 800 anos, começando
com a entrada do povo na terra prometida (Canaã) sob a liderança de Josué em 1.250 a.C.
Além disso, dão detalhes da conquista daquela terra durante os 200 anos de governo dos
juízes. Contam a vida dos reis Saul, Davi (1.000 a.C.) e Salomão. Relatam a divisão da terra
em dois reinos (Israel e Judá) e a derrota dos judeus nas guerras contra os assírios (721
a.C.) e os babilônios (586 a.C.). Focalizam também o retorno dos exilados para Israel (538
a.C.) e o reassentamento do povo em Jerusalém e na Judéia, sob a liderança de Esdras e
Neemias (aproximadamente em 450 a.C.).
3.1. Josué
A. Tema. Israel está agora em condições de tomar posse de Canaã e cumprir sua
missão de ser testemunha às nações quanto à sua unidade, e defensor da palavra e Lei de
Deus. Nos livros históricos, começando com Josué, veremos se Israel cumpriu ou não a sua
missão. Josué é livro de vitória e de possessão, que apresenta o quadro de Israel, outrora
rebelde, agora transformado num exército disciplinado de guerreiros, subjugando nações,
que lhe eram superiores em número e poder. O segredo de seu êxito não é difícil de
conhecer – “O Senhor pelejou por eles”. Tomando a fidelidade de Deus como pensamento
central, poderíamos fazer um resumo da mensagem de Josué nas palavras de 21.45:
“Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel:
tudo se cumpriu”.
B. Autor. Josué. O Talmude diz que Josué escreveu todo o livro com exceção dos
últimos cinco versículos. Foi escrito durante o tempo em que vivia Raabe (6.25).
O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. Ao que tudo
indica o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante
este período.
Josué 24.1-26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué,
homem de vida notável, repleta de emoção, diversidade, sucesso e honra. Era reconhecido
pela profunda confiança em Deus. Como representante da tribo de Efraim, percorreu a
terra de Canaã com os outros 11 espias, e, assim como Calebe deu relatório positivo de
que mediante a fé em Deus era possível conquistar a terra.
Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é
registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após
a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de
Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e
Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué.
Mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou
editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.
CONQUISTA DE CANAÃ
3.2. Juízes
D. Lista dos Juízes. O estudante deve fazer uma lista de todos os juizes, com os
seguintes fatos a respeito de cada um:
De quem ele livrou Israel?
Por quanto tempo ocupou ele o cargo?
Quais os fatos importantes referentes a ele?
Note que houve 12 juizes (excluindo Abimeleque, que foi um usurpador).
3.3. Rute
A. Tema. O livro de Juizes fornece, como se vê, um quadro muito triste de Israel, sob
o ponto de vista nacional; Rute apresenta-nos um quadro luminoso desse período em
relação à fidelidade e beleza do caráter de certos indivíduos. A história, uma das mais
formosas da Bíblia, é duplamente interessante pelo fato de ser uma gentia a sua heroína. A
última palavra do livro – Davi – revelará seu valor principal. Seu propósito é traçar a
linhagem de Davi, o progenitor do Messias. O livro inteiro tem seu clímax na genealogia
que se encontra no último capítulo.
E. Conteúdo. É a história de uma família que vivia no tempo dos juízes de Israel e
onde a desgraça foi transformada em graça familiar e universal.
Elimeleque e Noemi, num período de fome em Belém, mudam-se com seus filhos
Malon e Quilion para Moabe. Morrem Elimeleque e Noemi, viúva, casa seus dois filhos
com mulheres moabitas, Orfa e Rute. Após 10 anos, seus dois filhos também morrem e
Noemi decide retornar para sua terra, oferecendo liberdade às noras. Orfa, com tristeza se
despede e fica em Moabe, mas Rute que havia adotado Noemi como sua família e o Deus
de Noemi como o seu Deus, retornam a Israel.
Em Israel, Rute conhece Boaz, da família de Noemi, rico e possível resgatador, pela lei
do levirato. Casam-se e são geradores de Obede, Jessé e Davi (por consequente, também
de Jesus).
Neste livro destaca-se a graça familiar pelo resgate de Boaz. Mas, também, a graça
universal, pois Boaz é neto da prostituta cananita Raabe e Rute é Moabita.
3.4. 1 Samuel
3.5. 2 Samuel
C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Saul até a compra do local do templo,
abrangendo um período de 37 anos.
3.6. 1 Reis
A. Tema. Em 1 e 2 Samuel relata-se que a nação judaica exigiu um rei a fim de tornar-
se como as demais nações. Embora contrária à sua perfeita vontade, Deus lhe concedeu
essa petição. Neste livro aprendemos a história de Israel sob os reis. Apesar de
governarem muitos reis de caráter reto, a história da maior parte deles é a de governos
mais iníquos. De acordo com a sua promessa em 1 Samuel 12.18-24, o Senhor não deixou
de abençoar o seu povo quando o buscava, mas, por outra parte, nunca deixou de castigá-
lo quando se separava dele.
C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Davi até o reinado de Jorão sobre Israel,
cobrindo um período de 118 anos, de 1015 a 897 a.C.
A maneira mais proveitosa para o aluno aprender esta seção é fazer uma lista dos reis
de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos: o caráter do rei, o tempo que
reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão com seu reinado, e os
acontecimentos principais de seu reino.
A lista que se segue dos reis de Judá e Israel, agrupados tanto quanto possível em
ordem cronológica, servirá de guia ao estudante.
OS REIS DE ISRAEL
A Monarquia Unida
Reis Profetas em Israel
Saul (1020-1000) Samuel
Davi (1000-961) Natã
Salomão (961-922)
3.8. 2 Reis
A. Tema. O segundo livro dos Reis é uma continuação da história da queda de Judá e
Israel, culminando no cativeiro de ambos. Temos aqui a mesma história de fracasso do rei
e do povo, uma história de apostasia e idolatria. Embora este tenha sido o grande período
profético de Israel, a mensagem dos profetas não foi ouvida. As reformas que se
realizaram sob reis como Ezequias e Josias foram superficiais. O povo logo voltou a seus
pecados e continuou neles até que mais nenhum remédio houve (2 Cr 36.15,16).
TEMPLO DE SALOMÃO
3.9. 1 e 2 Crônicas
Como os livros das crônicas abrangem, na sua maioria, a matéria que se encontra em
2 Sm e 1 e 2 Rs, cremos que é suficiente dar uma introdução apenas a estes livros.
A. Tema. Os tradutores gregos da Bíblia referem-se a estes livros como “as coisas
omitidas”, porque fornecem muitas informações que não se encontram nos livros dos Reis.
Embora Reis e Crônicas demonstrem grande similaridade de conteúdo, foram escritos sob
diferentes pontos de vista, o primeiro sob o ponto de vista humano, o último, sob o divino.
Para exemplificar: 1 Reis 14.20, relatando a morte de Jeroboão, diz que “descansou com
seus pais”. É esse o ponto de vista humano. 2 Crônicas 13.20, relatando o mesmo
acontecimento, nos diz que “feriu o Senhor a Jeroboão, que morreu.” Este é o ponto de
vista divino.
B. Autor: Não se sabe ao certo quem foi o autor de Crônicas, mas o Talmude declara
que Esdras foi o redator dos registros deixados por Samuel, Natã, Gade, Ido, etc.
3.10. Esdras
exilados. Dentre os que foram levados para o exílio havia líderes políticos, religiosos e
intelectuais da comunidade judaica. Mais tarde, Ciro subjugou os babilônios, e o Império
passou para outras mãos. Acreditando que a adoração a deuses estrangeiros era uma
vantagem política, Ciro tolerava e até incentivava essa prática, o que resultou num edito
aos judeus para que retornassem a Jerusalém, a fim de reconstruir a casa de seu Deus. O
edito permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal foi inscrito no Cilindro de Ciro
(538 a.C.). Descoberto no século XIX, o cilindro repete e confirma o relato bíblico do
tratamento benevolente recebido pelos judeus quando eram cativos do rei Ciro.
Os profetas mais antigos como Jeremias e Isaías, haviam profetizado tanto os
acontecimentos do exílio quanto, finalmente, o regresso do remanescente a Jerusalém.
Os judeus, porém, acreditavam na promessa davídica de uma dinastia que não teria
fim. Ao verem que não tinham mais um rei no trono e, pior ainda, não tinham sequer um
país, começaram a duvidar dos profetas. Alguns acreditavam que os judeus haviam
cometido algum pecado imperdoável, resultando no cancelamento de seu destino por
Deus. Havia pouca esperança no coração do povo de Israel antes do reinado de Ciro, da
Pérsia.
O regresso dos desterrados sob Zorobabel – 536 a.C.
A reconstrução do templo – 535 a.C.
O ministério dos profetas Ageu e Zacarias – 520 a.C.
A dedicação do templo – 515 a.C.
Os acontecimentos relatados no livro de Ester – 478 a 473 a.C.
Esdras visita Jerusalém – 458 a.C.
Neemias enviado a Jerusalém como governador; reconstrói o muro – 446 a.C.
Malaquias profetiza.
B. Autor. O fato de ser o livro escrito na primeira pessoa, por Esdras, indica que ele
foi o autor.
3.11. Neemias
Desde o princípio Deus havia prometido abençoar o povo de Israel se ele obedecesse
à sua orientação e amaldiçoá-lo se desobedecesse. Os períodos de cativeiro pelos Assírios
(o reino do Norte caiu em 722 a.C.), pelos babilônicos (o reino do Sul caiu em 586 a.C.), e
pelos Medo-persas (que conquistaram os babilônicos em 539 a.C.) foram épocas durante
as quais Deus disciplinou seu povo por causa da sua desobediência. A destruição e o
incêndio de Jerusalém e do templo de Salomão provocados por Nabucodonosor, em 586
a.C., foram uma verdadeira catástrofe, que ameaçou ainda mais a adoração a Javé.
Contudo, a destruição do templo e sua restauração, setenta anos mais tarde, foram
previstas pelo profeta Jeremias (Jr 25.11; 29.10) como garantia de que Deus iria preservar
um remanescente fiel de seu povo.
Apesar de os assírios e babilônios terem deportado seus cativos para seus impérios,
os Medo-persas repatriaram os exilados. Assim, em 536 a.C., Ciro deu ordens para
começar a reconstrução do templo, e o primeiro de três grupos pós-exílicos regressou a
Jerusalém liderado por Sesbazar e Zorobabel. O templo foi concluído em 516 a.C. O
segundo grupo regressou em 458 a.C. com Esdras. Em 444 a.C., o rei Artaxerxes I expediu
um decreto para que Neemias liderasse um terceiro grupo, a fim de iniciar a reconstrução
do muro de Jerusalém.
Esse último decreto de Artaxerxes I foi de importância profética singular, pois marcou
o começo das ―setenta semanas‖ preditas por Daniel (Dn 9.24-27). Tendo em vista que o
termo ―semana‖ significa ―uma semana de anos‖ ou um período de sete anos, essa
profecia admirável de Daniel marcou o tempo do decreto para reconstruir Jerusalém até a
vinda do Messias como sendo de 69 semanas (ou 483 anos).
FASE 2
ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA
458 a.C. Ed 7-10 Esdras Artaxerxes
Longímano
DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
(1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. Homens de Israel casados com
(2) O tesouro real providenciou fundos. mulheres estrangeiras.
(3) Autorização para instituição de magistrados e
juízes civis judeus.
FASE 3
ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA
444 a.C Ne 1-13 Neemias Artaxerxes
Longímano
DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
Permissão para (1) Reconstrução dos muros de Jerusalém encontra oposição de
reconstrução dos muros Sambalate, o heronita, Tobias, o amonita, e Gesém, o árabe.
de Jerusalém. (2) Reconstrução dos muros completada em 52 dias.
(3) Dedicação dos muros.
(4) Esdras lê o Livro da Lei para o povo.
(5) Neemias inicia reformas.
O SEGUNDO TEMPLO
Em comparação com o Templo de Salomão, era uma miséria e, com o de Herodes,
lastimável. Mas no tempo de Esdras e Neemias foi um fator unificador do povo restaurado
do cativeiro babilônico. Em comparação com os outros templos, temos poucas
informações. Esdras 6.3 dá as dimensões gerais.
O rei Ciro, no seu primeiro ano, baixou o seguinte decreto: com respeito à casa de
Deus em Jerusalém, deve ela edificar-se para lugar em que se ofereçam sacrifícios; seus
fundamentos serão firmes, a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta
côvados, com três carreiras de grandes pedras e uma de madeira nova.
O Talmude nos informa que este Templo não tinha cinco coisas: a arca da aliança; o
fogo sagrado; o Shekinah; o Espírito Santo; o Urim e Tumim. O Santo dos Santos estava
vazio. No Lugar Santo existiam somente um candeeiro e uma mesa do pão de exposição
B. Autor. Neemias.
C. Esfera de ação. Desde a viagem de Neemias a Jerusalém até a restauração do culto
no templo, cobrindo um período de mais ou menos 12 anos, de 446 a 434 antes de Cristo.
3.12. Ester
AULA
04
4- OS LIVROS POÉTICOS
Os Livros Sapienciais, ou Poéticos, são aqueles livros que não se dedicam à narrativa
da grande história da relação entre Deus e Seu Povo, nem possuem conteúdo
propriamente profético. Esses livros, os Salmos, o Livro de Jó, os Provérbios, o Eclesiastes e
o Cântico dos Cânticos, contêm a sabedoria de Deus e de Seu Povo. Para isso, muitas vezes
utilizam uma linguagem poética, repleta de simbolismo, dado que não podemos absorver a
sabedoria como faríamos com o mero conhecimento.
4.1. Jó
C. Conteúdo. A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em
Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de
Abraão. Conhecia Deus pelo nome de ―Shaddai – o Todo Poderoso. (Há 31 referências a
Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida seminômade.
A história do livro de Jó começa com a apresentação de Jó como um homem íntegro
e temente a Deus, próspero e feliz. Satanás aparece diante de Deus entre os Seus anjos e
ele acusa Jó de ser interesseiro e mercenário, pois sendo rico e feliz não podia servir de
exemplo de amor e temor a Deus. Deus permite a Satanás tirar-lhes os seus bens materiais
e saúde, sem, contudo tirar-lhe a vida.
Neste momento surgem os três amigos de Jó (Elifaz, Zofar e Beldade), os quais
possuem a virtude de não abandoná-lo na dor, de condoerem-se com ele, de chorarem
com ele e, de uma forma ou outra tentar ajudá-lo. Mas estes três amigos foram maus
conselheiros, porque eles criam que por serem ricos e saudáveis eram justos e que a
doença e a pobreza eram sinais de impiedade castigada. Deus estaria sempre disposto a
abençoar o homem com bens materiais, espirituais e de saúde, desde que o homem
merecesse, não havendo outra forma de Deus revelar Sua graça. E eles transmitiram isto a
Jó, concluindo que ele estava em pecado, portanto, merecedor de castigo.
Jó reage a esta teologia, e o livro é uma resposta certa a esta terrível ―teologia da
prosperidade. Na sua resposta aos seus amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a
experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos
de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as suas tremendas perdas,
expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe
consolo.
Em meio a este debate surge o jovem Eliú, e é ele quem mais se aproxima da
verdade, enaltecendo a perfeita justiça de Deus e o caráter educacional do sofrimento na
vida do justo. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que
qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de
exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas
coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua
ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a
intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó
demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda
está sofrendo aflição.
O apelo de Eliú a Jó é:
Ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação.
Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.
Na conclusão do livro, Jó alcança os propósitos de Deus para a sua provação.
4.2. Os Salmos
A. Tema. O livro dos salmos é uma coleção de poesia hebraica inspirada, que mostra
a adoração e descreve as experiências espirituais do povo judaico. É a parte mais íntima do
Antigo Testamento; dá-nos uma revelação do coração do judeu santo, e percorre todas as
escalas de suas experiências com Deus e a humanidade. Podemos resumir desta maneira o
tema dos Salmos: Deus deve ser louvado em todas as circunstâncias da vida; e isto por
causa da sua fidelidade no passado, que é uma garantia de sua fidelidade no futuro.
B. Autores. Muitos dos Salmos são anônimos e tem-se dúvida quanto a autoria de
alguns. Davi é considerado autor de 71 Salmos que levam o seu nome. Asafe, Salomão,
Moisés, Hemã, Esdras, Etã, Ezequias, Os filhos de Coré, Jedutum e outros.
Os Salmos eram o hinário de Israel para muitos rituais e cerimônias. Eram veículos de
expressão do povo através de uma gama de experiências que os tornava aptos a
apresentar os sentimentos e pedidos ao Senhor em termos significativos e intensos. Foram
escritos como reações sinceras diante de Deus, ao experimentarem as inúmeras alegrias,
tristezas e provações da vida.
Os salmos são divididos em cinco livros, cada um dos quais termina com uma
doxologia. A nota inicial de cada Salmo contém um resumo do seu conteúdo:
1º LIVRO - Salmos 1 a 41 - A maioria dos cânticos são atribuídos a Davi.
2º LIVRO - Salmos 42 a 72 - É uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos
de Coré, Asafe, Davi e Salomão. Nessa coleção, quatro escritos permanecem
anônimos.
3º LIVRO - Salmos 73 a 89 - É marcado por uma grande coleção de cânticos de
Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7).
4º LIVRO - Salmos 90 a 106 - Embora não tenha os seus autores citados, Moisés,
Davi e Salomão também colaboraram.
5º LIVRO - Salmos 107 a 150 - Registram-se vários cânticos de Davi. A série de
cânticos chamada de Hallel Egípcio (Sl 113-118) também está no 5º Livro.
4.3. Provérbios
4.4. Eclesiastes
A. Título. O nome deste livro na Bíblia hebraica é “Cântico dos Cânticos” chamado
evidentemente assim, pelo fato de ser este cântico o principal de todos os Cânticos de
Salomão (1 Rs 4).
B. Tema. Cantares de Salomão é uma história de amor, que glorifica o amor puro e
natural e focaliza a simplicidade e a santidade do matrimônio.
O significado típico desta história pode inferir-se do fato de que sob a figura da
relação matrimonial se descreve o amor de Jeová para com Israel (veja Oséias caps. 1-3;
Isaías 62.4), e o amor de Cristo para com a Igreja (Mt 9.15; 2 Co 11.2; Ef 5.25; Ap 19.7;
21.2).
Sugere-se o seguinte tema: o amor do Senhor para com seu povo é tipificado pelo
amor da esposa e do esposo.
Ao ler este livro o estudante deve recordar-se de que está lendo um poema oriental,
e que os orientais usam uma linguagem clara nas mais íntimas das questões – uma
clareza de linguagem estranha e algumas vezes desagradável à maioria dos
ocidentais. Por mais delicada e íntima que seja a linguagem em muitas partes do
livro, deve notar-se que não há nada que ofenderia ao mais modesto oriental. O Dr.
Campbell Morgan disse: “Em primeiro lugar era indubitavelmente um canto de amor
terrestre, mas muito puro e muito lindo. Pessoas há que encontrariam indecências no
céu – se por acaso chegassem lá – mas às ocultariam em suas almas corrompidas.
Para aqueles que vivem vida simples, estes cânticos são cheios de formosura e
expressam a linguagem do amor humano. Finalmente, nas experiências espirituais,
expressam a relação daqueles que tem sido ganhos por Deus em Cristo, a quem
amam e conhecem".
C. Autor. Salomão.
AULA
05
5- OS LIVROS PROFÉTICOS
Inclui o compêndio dos quatro profetas maiores — Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel
— e dos doze profetas "menores" — Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias — Há também o livro de Lamentações que
registra a tristeza de Jeremias pela destruição de Jerusalém, efetuada pelos babilônios no
ano de 586 a.C.
A MENSAGEM DOS PROFETAS
Durante o período da monarquia e da divisão dos reinos, Israel tornou-se cada vez
mais idolatra e desobediente a Deus. O Senhor, então, mandou profetas para que
alertassem e exortassem o povo a guardar a aliança feita no monte Sinai. Ordenou que
profetizassem consequências desastrosas se eles ignorassem os mandamentos divinos.
OS PROFETAS
O termo bíblico profeta tem sua origem em um vocábulo grego que significa ―aquele
que fala por outro. Logo, os profetas eram indivíduos chamados por Deus para levar sua
Palavra ao povo de Israel (“Assim diz o Senhor”). Eles não tomavam parte no sacerdócio,
porém nutriam um sentimento especial por Israel. Sabiam que aquele era o povo escolhido
por Deus para tomar parte na aliança. Os primeiros profetas viveram durante o período
dos reis. Eram incumbidos de trazer conselhos e advertências divinas a seus monarcas.
Todavia conheceram seu fim após o exílio, quando já não havia reis em Israel. De acordo
com a tradição judaica, o Espírito de Deus abandonou seu povo após a morte de Malaquias
em 440 a.C.
FUNÇÃO
REPROVAR o pecado (chamar o povo de volta para os termos das alianças).
ENSINAR a Palavra de Deus ( suprir vácuo dos sacerdotes)
ESCREVER a Palavra de Deus (Profetas da Palavra e Profetas da Escrita)
PREDIZER o Futuro (Por que?)
PROFETAS NA BÍBLIA
Profeta Data Origem Ref. Bíblica Mensagem principal
Elias 875-850 Tisbe 1Rs 17 a 2Rs 2.18 Javé, e não Baal, é Deus
Micaías 856 Samaria 1Rs 22; 2Cr 18 Prova de profecia
Eliseu 855-800 Abel-Meolá 1Rs 19.15-21; 2Rs O poder miraculoso de
2-9; 13 Deus
Jonas 775 Gate-Hefer 2Rs 14.25; Jonas A preocupação universal
de Deus
Amós 765 Tecoa Amós Chamado de Deus à
justiça e retidão
Oséias 750 Israel Oséias O amor inextinguível de
Deus
Isaías 740-698 Jerusalém 2Rs 19-20; Isaías Esperança por meio de
arrependimento e
sofrimento
Miquéias 735-710 Moresete-Gate; Jr 26.18; Miquéias Chamado á misericórdia
Jerusalém e justiça humildes
Odede 733 Samaria 2Cr 28.9-11 Não vá além do que
Deus ordena
Sofonias 630 ? Sofonias A esperança para os
justos humildes
Naum 625 Elcos Naum O zelo de Deus protege
seu povo
Habacuque 625 ? Habacuque Deus exige fidelidade
Jeremias 626-584 Anatote; 2Cr 36.12; O profeta fiel aponta
Jerusalém Jeremias para a nova aliança
Hulda 621 Jerusalém 2Rs 22; 2Cr 34 O livro de Deus é exato
Ezequiel 593-571 Babilônia Ezequiel A esperança futura para
a nova comunidade de
culto
Joel 588 Jerusalém Joel Chamado ao
arrependimento e
experiência do Espírito
Santo
Obadias 580 Jerusalém Obadias Julgamento contra Edon
para trazer o Reino de
Deus.
Ageu 520 Jerusalém Ed 5.1; 6.14; Ageu A prioridade da casa de
Deus
Zacarias 520-514 Jerusalém Ed 5.1; 6.14; A fidelidade levará ao
Zacarias domínio universal de
Deus
Malaquias 433 Jerusalém Malaquias Deve-se honrar a Deus e
esperar sua justiça.
5.1. Isaías
concluídos não muito depois de 701 a.C., ano em que o exército assírio foi destruído. O
profeta viveu pelo menos até 681 a.C. e pode ter escrito os capítulos de 40—66 em seus
últimos anos. Na mensagem aos exilados do séc. VI a.C., Isaías foi projetado para o futuro,
da mesma maneira que o apóstolo João em Ap de 4—22.
5.2. Jeremias
B. Autor. Jeremias. Foi chamado ao ministério quando era jovem ainda (1.6), no ano
décimo-terceiro do rei Josias, mais ou menos setenta anos depois da morte de Isaías.
Jeremias começou seu ministério (com cerca de 20 anos de idade) no reinado do bom rei
Josias, com quem o profeta mantinha relações cordiais. Depois da morte de Josias a
oposição ao profeta ganhou ímpeto. Ele escapou por pouco à prisão, foi proibido de ir ao
templo, e teve de comissionar Baruque, seu secretário, para anunciar suas profecias. O rei
Jeoaquim destruiu as profecias escritas de Jeremias (que foram depois, reescritas pelo
profeta, 36.22ss.).
B. Autor. Jeremias.
C. Curiosidades do livro.
Lido pelos Judeus no dia 9 do 4º mês (Julho) – o dia da destruição da cidade de
Jerusalém (Jr 52.6,7).
Quase todos os profetas contêm exemplos de Lamentações.
Alguns eventos na destruição da cidade:
o Massacre de reis (2.6,9; 4.20), príncipes (1.6; 2.2,9; 4.7,8; 5.12), profetas
(2.9,20), e cidadãos comuns (2.10-12; 3.48; 4.6).
o Canibalismo: as mães cozinhando os filhos (2.20; 4.10).
o Deportação (1.3,18).
o O fim do centro religioso do culto da nação (1.4,10).
5.4. Ezequiel
B. Autor. Ezequiel. Foi levado cativo juntamente com o rei Jeoiaquim, por
Nabucodonosor, cerca de dez anos antes da destruição de Jerusalém. Seu lar era Telabib
na Babilônia. Ali ministrou aos desterrados, a maioria dos quais resistiam às suas palavras
aderindo à esperança falsa de um regresso rápido.
5.5. Daniel
A. Tema. O livro de Daniel é, na maior parte, uma história profética dos poderes
gentílicos mundiais desde o reinado de Nabucodonosor até a vinda de Cristo. Os profetas
em geral salientam o poder e a soberania de Deus com relação a Israel, e o revelam como
aquele que determina os destinos de seu povo escolhido através dos séculos até a
restauração final. Daniel, por outra parte, destaca a soberania de Deus com relação aos
impérios gentílicos do mundo, e revela Deus como aquele que domina e governa os
negócios desses impérios até a época de sua destruição, na vinda de seu Filho.
“A visão é a de um Deus que governa, cheio de sabedoria e poder; de reis que
desaparecem; de dinastias e impérios que surgem e caem enquanto Deus, entronizado no
céu, governa seus movimentos.”- Campbell Morgan.
O tema de Daniel pode ser resumido da seguinte maneira: Deus revelado como o que
domina a elevação e a queda dos reinos deste mundo até a sua destruição final e que
estabelece seu próprio reino. Por causa de suas muitas visões, o livro de Daniel tem sido
chamado “O Apocalipse do Antigo Testamento”.
B. Autor. Daniel. Quando ainda muito jovem, foi levado cativo à Babilônia no 3º ano
de Jeoaquim (2 Cr 36.4-7), e oito anos antes de Ezequiel. Profetizou durante todo o
cativeiro, sendo proferida a sua última profecia no reinado de Ciro, dois anos antes do
regresso dos judeus à Palestina.
D. Conteúdo. Daniel foi levado com alguns jovens importantes e nobres de Judá para
a Babilônia, na ocasião do primeiro cerco de Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano 606
a.C. Toda a sua vida praticamente é vivida lá na Babilônia, pois com aproximadamente 90
anos, ele assiste à volta dos judeus para Jerusalém, mas ele, já muito idoso, permanece por
lá.
Nestes 70 anos de cativeiro para os judeus, e de vida profética para Daniel, ele
assistiu a ascensão e a queda de grandes impérios, sendo este o tema de suas mensagens,
as quais revelam a soberania de Deus sobre as nações e antecipam muito do calendário
histórico de reinos gentios, que Deus lhe mostrou.
A história de Daniel começa aos 16 anos, quando ele chega cativo na Babilônia. No
ano seguinte, Nabucodonosor tem um sonho e somente Daniel consegue interpretá-lo. Por
5.6. Oséias
B. Autor. Oséias foi um profeta do reino do Norte. Profetizou na mesma época que
Amós, Isaías e Miquéias em Judá. Seus ministério, de cerca de 60 anos, é o mais longo de
todos os profetas.
5.7. Joel
Senhor” como o pensamento central e tendo em mente que a mesma expressão é usada
com referência à invasão dos gafanhotos e dos assírios, resumiremos o tema de Joel da
seguinte maneira: o dia do Senhor visto como imediato (na invasão dos gafanhotos), como
iminente (na invasão assíria), e como futuro (na invasão final).
B. Autor. Pouco se sabe acerca de Joel. Acredita-se que profetizou durante o tempo
de Joás, rei de Judá (2 Rs, cap. 12).
5.8. Amós
B. Autor. Amós. Seu ministério foi especialmente às Dez Tribos, embora tivesse
também uma mensagem para Judá e para os países vizinhos. Profetizou durante os
reinados de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel, cerca de 60 a 80 anos antes do
cativeiro das Dez Tribos.
5.9. Obadias
B. Autor. Não se sabe absolutamente nada acerca de Obadias. Há muitos com este
nome no Antigo Testamento.
5.10. Jonas
A. Tema. O livro de Jonas é diferente das outras profecias, por não conter uma
mensagem direta a Israel, sendo a mensagem do profeta dirigida aos ninivitas. O livro de
Jonas é uma repreensão contra o exclusivismo dos judeus que se conservavam a certa
distância dos gentios e consideravam-se superiores a eles. É considerado o livro
missionário do Antigo testamento. O tema do livro pode ser resumido da seguinte
maneira: o amor de Deus para com os gentios revela-se ao enviar-lhes um profeta que os
chama ao arrependimento.
B. Autor. Jonas era galileu, da cidade de Gatehefer, perto de Nazaré. Pregou às Dez
Tribos no reinado de Jeroboão II, durante o qual profetizou a restauração de algum
território israelita (2 Rs 14.25-27).
5.11. Miquéias
A. Tema. Miquéias profetizou, mais ou menos na mesma época de Isaías, com o qual
provavelmente teve contato, havendo semelhanças notáveis nas suas profecias. (compare,
por exemplo, Isaías 2.1-4 com Miquéias 4.1-5). Podemos resumir o tema da seguinte
maneira: Israel destruído pelos chefes falsos e salvo pelo Chefe verdadeiro, o Messias.
5.12. Naum
B. Autor. Praticamente nada se sabe a respeito de Naum. Crêem alguns que ele era
nativo de El-kosh, uma aldeia da Galiléia. Ele profetizou durante o reinado de Ezequias e
foi testemunha do sítio de Jerusalém por Senaqueribe, acontecimento esse que pode Ter
sido a ocasião da sua profecia.
5.13. Habacuque
Deus que logo a dissipa, e apresenta uma solução dos seus problemas resumida na
declaração que é o coração do livro – “O justo viverá pela sua fé” (2.4). Isso quer dizer que,
por mais tenebroso que se apresente o futuro e por mais triunfante que pareça o mal, o
justo não deve julgar pelas aparências, mas sim pela Palavra de Deus. O profeta muito
aprendeu com esta lição, porque, embora sua profecia comece com mistérios, perguntas e
dúvidas, termina com certeza e afirmações de fé. Resumiremos o tema da seguinte
maneira: o conflito e o triunfo final da fé.
5.14. Sofonias
5.15. Ageu
A. Tema. Ageu é o primeiro dos profetas conhecidos como profetas pós-exílicos; quer
dizer que profetizou depois do cativeiro. Zacarias e Malaquias são os outros dois.
Sob o decreto favorável de Ciro, o restante dos judeus voltou à sua terra sob a
direção de Zorobabel, o governador, e Josué, o sumo sacerdote. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: o resultado do relaxamento no término do templo – desagrado divino e
castigo; o resultado do término do templo – bênção divina e promessa de glória futura.
B. Autor. Pouco se sabe da vida de Ageu, “o profeta do segundo templo”, exceto que
profetizou depois do cativeiro e que sua missão era animar o povo na reconstrução do
templo.
5.16. Zacarias
seu templo. O povo tinha bons motivos para estar desanimado. Antes eles foram uma
nação livre, com um rei e uma constituição. Mas agora, tinham regressado a esse país sob
um governo estrangeiro, um país sem rei e despojado de poder. A sua atual condição
apresentava um quadro triste, mas Zacarias transformou essa situação calamitosa em uma
cena gloriosa, enquanto ele, por meio de uma série de visões e profecias, descreve uma
Jerusalém restaurada, protegida e habitada pelo Messias, sendo ela a capital de uma nação
elevada acima de todas as demais nações. Além da promessa de glória futura, o profeta
fez promessas de êxitos e empreendimentos atuais, porque assegurava ao remanescente
que o seu templo seria reconstruído, apesar da oposição. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: um estímulo à nação para servir fielmente ao seu Deus por meio da
aflição atual, com a visão das glórias futuras do tempo do Messias.
B. Autor. Zacarias.
5.17. Malaquias
AULA
06
6- PERÍODO INTERBÍBLICO
O período interbíblico, ou período intertestamentário, é o momento histórico que
compreende o espaço de tempo entre o Antigo e o Novo Testamento. Na narrativa bíblica
passaram-se cerda de quatrocentos anos entre a época de Neemias (quando o livro de
Malaquias foi escrito) e o nascimento de Cristo (aproximadamente 433 – 5 a.C.).
Esse período entre os dois testamentos também é chamado por muitos como os
“anos de silêncio”. Isso porque durante esse tempo não houve nenhum registro de uma
palavra profética da parte de Deus para o povo de Israel.
Entretanto, muitas coisas significativas ocorreram no período interbíblico. Durante
esse momento histórico, pode-se dizer que o mundo descrito no Novo Testamento estava
em formação. Logo, o conhecimento dos fatos ocorridos durante o período interbíblico é
fundamental para um melhor entendimento do contexto histórico do Novo Testamento.
É importante observarmos que a expressão “400 anos de silêncio”, freqüentemente
empregada para descrever o período entre os últimos eventos do A.T. e o começo dos
acontecimentos do N.T., não é correta nem apropriada. Embora nenhum profeta inspirado
se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o A.T. já estivesse completo aos
olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua
ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a
proclamação do Seu evangelho.
foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que
quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu
encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria
vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que
Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis,
isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito
(331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis
aos seus súditos gregos.
C. A Judéia sob os Ptolomeus. Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou
sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte
da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que
havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou
Jerusalém num dia de sábado em 320 AC Ptolomeu foi bondoso para com os judeus.
Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da
cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os
judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta
tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que
seus setenta (mais exatamente 72 – seis de cada tribo) tradutores foram
sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes
todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.
D. A Judéia sob os Selêucidas. Depois de aproximadamente um século de vida dos
judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a
Palestina aos Ptomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas
porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado
por Seleuco I (Nicator).
Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo
sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram
conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao
partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué
para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído
depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau).
Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho
contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e
religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi
erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus
foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi
oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos
judeus.
Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem
freqüentemente associados no N.T.
E. Herodianos. Os herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo estavam
na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou
romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um partido político que
uma seita religiosa.
A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas
expressas nas reações sectárias dentro do judaísmo pré-cristão forneceram o referencial
histórico no qual Jesus veio ao mundo. Frustrações e conflitos prepararam Israel para o
advento do Messias de Deus, que veio na “plenitude do tempo” (Gl 4.4).
6.3. A Literatura
Embora esse período interbíblico tenha sido marcado por turbulências e conflitos,
muito material literário foi produzido pelos judeus durante esses anos, desde textos
históricos até obras apocalípticas. Certamente as três principais obras desse período
foram: a Septuaginta, os Apócrifos e os Manuscritos do Mar Morto.
A. A Septuaginta é a versão grega do Antigo Testamento, também conhecida pelo
algarismo romano LXX. Ela possui esse nome porque, segundo as tradições judaicas,
setenta e dois estudiosos teriam se reunido na Ilha de Faros, próximo à cidade de
Alexandria, para traduzir o Antigo Testamento para o grego. Isso teria ocorrido num prazo
de setenta e dois dias.
Entretanto, acredita-se que apenas a Torá (os cinco livros de Moisés) tenha sido
traduzida nesse período. Já os demais livros do Antigo Testamento, juntamente com
alguns outros livros não canônicos, foram incluídos na Septuaginta em algum momento
antes do início da era cristã.
A Septuaginta se tornou a Bíblia dos judeus fora da Palestina. Isso seu deu
principalmente pelo fato de que muitos deles já não falavam mais o hebraico.
Posteriormente a Septuaginta também se tornou a Bíblia mais usada pela Igreja Primitiva.
Embora a Septuaginta tenha sido produzida por volta de 250 a.C., pode-se dizer que as
ações de Alexandre o Grande entre 333 e 323 a.C., quando incentivou os judeus a se
mudarem para Alexandria dando-lhes até mesmo alguns privilégios comuns aos cidadãos
gregos, preparam o caminho para que esse projeto fosse realizado.
B. Os Livros Apócrifos também foram escritos nesse período intertestamentário, com
exceção de 2 Esdras que, provavelmente, data de 90 d.C. Os chamados “Apócrifos”
constituem uma coletânea de livros juntamente com mais alguns acréscimos de textos aos
livros canônicos. Por um lado, sem dúvida essa obra possui sua importância como fonte de
informação para o estudo do período entre os dois Testamentos. Mas por outro lado, os
Livros Apócrifos não apresentam nenhum valor doutrinário, além de conter erros
cronológicos e várias ideias conflitantes com os textos canônicos.
C. Os Manuscritos do Mar Morto são documentos e fragmentos encontrados em
1947 em uma caverna nas colinas da costa sudoeste do Mar Morto. Esse material incluía:
livros do Antigo Testamento; alguns dos Apócrifos; livros pseudoepígrafos (textos escritos
por autores que se faziam passar por personagens importantes da Antiguidade); obras
apocalípticas; e vários outros livros específicos da seita que os produziu.
Abaixo temos uma linha do tempo com os principais acontecimentos que ocorreram
no período entre os Testamentos:
333-323 a.C. | Domínio de Alexandre o Grande.
323-198 a.C. | Os Ptolomeus dominam a Palestina.
320 a.C. | Jerusalém é conquistada por Ptolomeu I Soter.
311 a.C. | Início da dinastia Selêucida.
226 a.C. | Antíoco III conquista a Terra Santa.
223-187 a.C. | Antíoco se torna o governante Selêucida da Síria.
198 a.C. | Antíoco derrota o Egito e obtém o controle da Terra Santa.
198-166 a.C. | Governo dos Selêucidas sobre a Palestina.
175-164 a.C. | Antíoco IV Epífanio governa a Síria e o judaísmo é proibido.
167 a.C. | Matatias e seus filhos lideram a rebelião contra Antíoco IV.
166-160 a.C. | Judas Macabeu lidera.
165 a.C. | Rededicação do Templo.
160-143 a.C. | O sumo sacerdócio é exercido por Jônatas, filho de Matatias.
142-134 a.C. | Simão, filho de Matatias, se torna sumo sacerdote e começa a
dinastia dos Hasmoneus.
134-103 a.C. | O estado independente judeu é expandido com João Hircano.
104-103 a.C. | Governo de Aristóbulo.
103-76 a.C. | Governo de Alexandre Janeu.
76-67 a.C. | Governo de Salomé Alexandra, e Hircano II é o sumo sacerdote.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo:
Editora Vida, 1991.