Você está na página 1de 72

ANTIGO TESTAMENTO

SUMÁRIO
1 - CONHECENDO O ANTIGO TESTAMENTO ............................................................................... 5
1.1. NOMES ESCRITURAIS PARA A BÍBLIA ............................................................................................. 5
1.2. DIVISÕES DO ANTIGO TESTAMENTO .............................................................................................. 7
1.3. A MENSAGEM GERAL ................................................................................................................ 7
2 - O PENTATÊUCO .................................................................................................................. 11
2.1. GÊNESIS ................................................................................................................................ 11
2.2. ÊXODO .................................................................................................................................. 12
2.3. LEVÍTICO ................................................................................................................................ 15
2.4. NÚMEROS ............................................................................................................................. 18
2.5. DEUTERONÔMIO ..................................................................................................................... 20
3 - OS LIVROS HISTÓRICOS ...................................................................................................... 23
3.1. JOSUÉ ................................................................................................................................... 23
3.2. JUÍZES ................................................................................................................................... 27
3.3. RUTE .................................................................................................................................... 30
3.4. 1 SAMUEL.............................................................................................................................. 32
3.5. 2 SAMUEL.............................................................................................................................. 32
3.6. 1 REIS ................................................................................................................................... 33
3.7. SOBRE A DIVISÃO E DECLÍNIO DO REINO ...................................................................................... 33
3.8. 2 REIS ................................................................................................................................... 34
3.9. 1 E 2 CRÔNICAS ...................................................................................................................... 36
3.10. ESDRAS ................................................................................................................................. 36
3.11. NEEMIAS ............................................................................................................................... 38
3.12. ESTER ................................................................................................................................... 41
4 - OS LIVROS POÉTICOS.......................................................................................................... 43
4.1. JÓ ........................................................................................................................................ 43
4.2. OS SALMOS............................................................................................................................ 44
4.3. PROVÉRBIOS........................................................................................................................... 48
4.4. ECLESIASTES ........................................................................................................................... 48
4.5. CANTARES DE SALOMÃO ........................................................................................................... 49
5 - OS LIVROS PROFÉTICOS ...................................................................................................... 51
5.1. ISAÍAS ................................................................................................................................... 53
5.2. JEREMIAS ............................................................................................................................... 56
5.3. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS ...................................................................................................... 56
5.4. EZEQUIEL ............................................................................................................................... 57
5.5. DANIEL.................................................................................................................................. 58

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
2
ANTIGO TESTAMENTO

5.6. OSÉIAS .................................................................................................................................. 60


5.7. JOEL ..................................................................................................................................... 60
5.8. AMÓS ................................................................................................................................... 61
5.9. OBADIAS ............................................................................................................................... 61
5.10. JONAS ................................................................................................................................... 61
5.11. MIQUÉIAS.............................................................................................................................. 62
5.12. NAUM .................................................................................................................................. 62
5.13. HABACUQUE .......................................................................................................................... 62
5.14. SOFONIAS .............................................................................................................................. 63
5.15. AGEU .................................................................................................................................... 63
5.16. ZACARIAS............................................................................................................................... 63
5.17. MALAQUIAS ........................................................................................................................... 64
6 - PERÍODO INTERBÍBLICO ..................................................................................................... 66
6.1. ASPECTOS POLÍTICOS ............................................................................................................... 66
6.2. GRUPOS RELIGIOSOS DOS JUDEUS .............................................................................................. 69
6.3. A LITERATURA ........................................................................................................................ 70
6.4. EVENTOS HISTÓRICOS IMPORTANTES .......................................................................................... 71

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
3
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
01

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
4
ANTIGO TESTAMENTO

1- CONHECENDO O ANTIGO TESTAMENTO


Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo
de Israel mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus.
Igualmente fizeram o registro das mensagens e revelações que receberam do Deus de
Israel. Esses registros tinham grande significado e importância na vida daquele povo e, por
isso, foram copiados muitas vezes e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em três grupos de
livros, assim conhecidos, em hebraico:
– Torah (Lei): reúne os primeiros cinco livros da Bíblia, o assim chamado Pentateuco.
– Neviim (Profetas): seção que inclui os profetas anteriores (Josué, Juízes, Samuel e
Reis) e os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze Profetas Menores).
– Ketubim (Escritos): reúne os demais livros, entre os quais Salmos, Provérbios, Jó,
Eclesiastes, e também Esdras e Neemias, Daniel, e os livros de Crônicas, que aparecem em
última posição no cânone hebraico.
As letras iniciais dessas divisões formam o acrônimo TaNaK, que é o nome que os
judeus dão à Bíblia.

1.1. Nomes Escriturais Para a Bíblia

Há pelo menos três nomes escriturais mais comuns para a Bíblia: A Palavra de Deus,
As Escrituras e Os Oráculos de Deus. (Ef 6.10-17; Mt 21.42; Jo 5.39; At 17.11-38; 2 Tm 3.15;
Hb 4.12).
No entanto, a Bíblia (do grego biblion, biblioteca de pequenos livros) pode ser
identificada por vários nomes em seu próprio conteúdo. Vejamos alguns:
1. Livro da Lei (Deuteronômio 31:26) - "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado
da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha
contra vós." A Bíblia é descrita como um livro de leis, leis as quais não são
destinadas a nos escravizar ou sufocar o nosso relacionamento com Deus, mas
que se destinam a aumentar o nosso conhecimento da justiça de Deus e nos
direcionar a Cristo.
2. Evangelho (Romanos 1:16) - "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê..." A Bíblia nos revela o
Evangelho, a boa nova, sobre o Senhor Jesus Cristo. Através de Filho de Deus, os
nossos pecados são perdoados e recebemos a salvação.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
5
ANTIGO TESTAMENTO

3. Sagradas Escrituras (Romanos 1:2) - "que ele antes havia prometido pelos seus
profetas nas santas Escrituras." A Bíblia é uma coleção de escritos sagrados que
são santos e autoritários porque foram inspirados por Deus.
4. Lei do Senhor (Salmo 19:7) - "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o
testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples." As leis da Bíblia não
devem ser confundidas com quaisquer outras porque são os mandamentos do
Senhor, só dEle, e não ideias do homem.
5. Palavras de Vida (Atos 7:38) - "Este é o que esteve na congregação no deserto,
com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu
palavras de vida para vo-las dar." A Bíblia é um livro vivo, pois cada livro, capítulo
e versículo estão vivos com o conhecimento e a sabedoria de Deus.
6. A Palavra de Cristo (Colossenses 3:16) - "A palavra de Cristo habite em vós
ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros,
com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em
vossos corações." A mensagem de Cristo é a mensagem da salvação do pecado
através do Único que pode realizá-la.
7. Escrituras (2 Timóteo 3:16) - "Toda Escritura é divinamente inspirada e
proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça."
Inspirada por Deus, a Bíblia é uma coleção de escritos como nenhuma outra. É o
único livro escrito por homens movidos, ou "levados", pelo Espírito de Deus (2
Pedro 1:21).
8. O Rolo (Salmo 40:7) - "Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito
a meu respeito." Ao profetizar sobre Jesus, a Bíblia refere-se a si mesma como
um rolo, um rolo de pergaminho documentando o conhecimento de valor
inestimável a ser compartilhado de geração em geração.
9. Espada do Espírito (Efésios 6:17) - "Tomai também... a espada do Espírito, que é
a palavra de Deus." Assim como a espada, a Bíblia pode se defender contra
qualquer ataque com a verdade de Deus. O escritor aos Hebreus diz que a Bíblia é
mais cortante do que qualquer "faca de dois gumes" porque é capaz de dividir a
"alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração" (Hebreus 4:12).
10. Verdade (João 17:17) - "Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade." Já
que a Bíblia é a Palavra de Deus, então ela é a verdade. Cada palavra é da mente
de Deus. Já que Ele é a verdade, então a Sua Palavra também tem que ser
verdade.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
6
ANTIGO TESTAMENTO

11. Palavra de Deus (Lucas 11:28) - "Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os
que ouvem a palavra de Deus, e a observam." A Bíblia é como o porta-voz de
Deus, pois através de cada livro Ele fala diretamente a nós.
12. Palavra da Vida (Filipenses 2:16) - ".... retendo a palavra da vida." A Bíblia nos
revela a diferença entre a vida e a morte - a vida eterna que está diante daqueles
que aceitam a Jesus Cristo como seu Salvador e a morte eterna para aqueles que
não O aceitam.
13. Palavras do Senhor (Salmo 12:6) - "As palavras do Senhor são palavras puras,
como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes." As palavras
da Bíblia são perfeitas e sem falha porque são as palavras do Senhor,
proclamadas pelos profetas e apóstolos para revelar o amor e a glória de Deus.

1.2. Divisões do Antigo Testamento

Os livros do A.T. reúnem-se naturalmente em quatro grupos fáceis de serem


lembrados. Em ordem são:
1. Lei – 5 livros.
2. História – 12 livros.
3. Devoção ou Poesia – 5 livros.
4. Profecia – 17 livros.

1.3. A Mensagem Geral

A. Lei. O primeiro grupo relata a história das comunicações de Deus e Seu trato
direto com seus filhos, no princípio dos tempos, durante a época dos patriarcas, como
Abraão, Isaque e Jacó e até a morte de Moisés pouco antes da ida à Terra Prometida, sob a
direção de Josué. Nestes livros está contido tudo o que é conhecido como Lei, inclusive os
Dez Mandamentos (Êx 20.3-17).
Entretanto, lembramos que, incidentemente, ainda hoje, Moisés, permanece como o
maior dos legisladores, mais do que Drácon, Solon ou outro qualquer. Muitas de nossas
leis comuns vêm das leis Portuguesas que por sua vez vieram das romanas, das quais
muitas vieram de Moisés. Todo o grupo de livros revela Deus como a primeira grande
causa e Criador, mas vai além disto, e O revela como Pai paciente, amoroso, interessado e
sempre tentando abençoar o homem que Ele criou à sua própria imagem.

B. Históricos. Os doze livros de História começam com o de Josué e terminam com o


de Ester.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
7
ANTIGO TESTAMENTO

O mundo registrou muitas Histórias de muitas nações, mas considerando a influência


que a Bíblia e Cristo têm tido no mundo inteiro, lembrando que esta História é a que
registra a preparação para a vinda de Cristo, será facilmente notada que esta é a História
mais significante na vida do mundo, de suas civilizações e religiões, do que qualquer outra
história já registrada.
Estes livros de História cobrem um período de mais de mil anos da conquista da Terra
Santa, em 1400 a.C. ao ano 400 a.C. Naturalmente daí só as altas luzes e os elevados picos
das montanhas ainda existem, os quais tiveram comunicação direta com o cuidado e
preparação de Deus para dar ao mundo o Redentor, o Cristo, Senhor.

C. Devocionais (Poéticos). Os livros do culto e devoção dos Hebreus formam o centro


do culto e da música sacra do mundo até os dias presentes. Os salmos são cantados em
mais de oitocentas línguas, por seiscentos milhões de cristãos, sem dizer os milhões de
judeus.
A poesia lírica dos hebreus estava no auge mil anos antes das líricas de Horácio.
Débora cantou uma canção modelo cem anos antes do nascimento de Sapho. O escritor de
Eclesiastes discutiu o problema do mal 500 anos antes de Sócrates escrever seus diálogos.
Os Salmos são quase mil anos mais velhos do que Ovídio, e hoje esses poemas líricos são
lidos e cantados por mais pessoas do que antes.
Quem quiser usar levianamente qualquer porção da Bíblia, incluindo o Antigo
Testamento, deve considerar estes fatos.

D. Proféticos. Os críticos literários das grandes universidades classificam o primeiro


livro de profecia (Isaías) como um dos maiores trabalhos de literatura de todos os tempos.
Não é isto, entretanto, que o estudante da Bíblia está principalmente interessado. A
questão é: esses livros são, realmente, mensagens de Deus; e qual é a mensagem contida
neles?
Responder tais perguntas em apenas um parágrafo é impossível, mas pode ser dito
que uma das convincentes provas da inspiração divina do A.T. e da divina filiação de Cristo
está contida nestes livros. Esses livros foram escritos aproximadamente, do ano 800 a 400
a.C. Ao lado de suas mensagens ardentes para as gerações, e de suas valiosas lições de
retidão, que foram cumpridas, em seus mínimos detalhes em Cristo, estão nos
acontecimentos do Novo Testamento.
Por exemplo: Oitocentos anos antes de Cristo, a época em que nenhuma nação
praticava a punição capital pela crucificação, foi profetizado que Cristo morreria pela
crucificação. Era para Ele iniciar sua missão na Galiléia. Era para confirmar Sua missão por
milagres. Era para ser homem sensível; era para entrar em Jerusalém com triunfo; era para
ser rejeitado pelos judeus; era para ser traído e até o preço (trinta moedas de prata) foi

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
8
ANTIGO TESTAMENTO

predito. Seu procedimento durante o julgamento foi predito; era para sofrer abusos, era
para morrer sob sentença judicial; era para ser escarnecido; suas vestes haveriam de ser
rasgadas, e sortes sobre elas haveriam de ser lançadas pelos transgressores; era para
perecer em meio de crueldades e zombarias; nenhum de seus ossos deveria ser quebrado;
era para ser traspassado; era para fazer sua sepultura com o rico.
Estas são algumas das coisas que foram preditas e cumpridas em seus mínimos
detalhes. Nenhuma outra explicação razoável pode ser dada, a não ser a que Deus existe
antes e depois dos escritos do Antigo e Novo Testamentos, e que os homens que
manejaram as penas tiveram a mente do Senhor atrás de si.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
9
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
02

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
10
ANTIGO TESTAMENTO

2- O PENTATÊUCO
É composto dos cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Neles vemos como Deus escolheu os israelitas para ser seu povo, libertou-os da escravidão
no Egito e firmou com eles uma aliança no monte Sinai. O Pentateuco também contém os
preceitos da lei judaica instituída por Deus.

2.1. Gênesis

A. Tema. Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”,
porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o
princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. Tem
sido chamado o “viveiro” das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem todos os
começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à
salvação. O primeiro versículo anuncia o propósito do livro. “No princípio criou Deus os
céus e a terra”. Ora, sendo ele o Deus e Criador de toda a terra, devia por fim tornar-se o
Redentor de toda a terra. O livro relata como se tornou necessária a redenção, devido ter
o homem pecado e caído nas trevas; e como Deus escolheu uma nação a fim de que
levasse a luz da verdade divina às demais nações.

B. Autor. A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro
livros que o seguem, juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se
vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele” (Jo 5.46) O próprio
Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu extensivamente.

C. Esfera de Ação. Não temos nenhuma evidência extra bíblica a qual possamos
relacionar a data do livro. O que podemos fazer é remontar uma data tomando como
referência 1 Rs 6.1. Tomando por certo que a cifra 480 nesse texto deve ser entendida
literalmente, podemos concluir que o 4º ano do reinado de Salomão que se deu em 966
a.C., aconteceu 480 anos depois que os israelitas saíram do Egito.
O período de 40 anos da peregrinação de Israel pelo deserto, que durou de 1.446 a.C.
até 1.406 a.C., provavelmente foi a ocasião em que Moisés escreveu o que chamamos hoje
de Pentateuco.
D. Conteúdo. Gênesis é o livro que relata o princípio de todas as coisas. Moisés faz
uma retrospectiva conduzindo-nos à origem de tudo e concentrando-se numa verdade
absoluta: ―Deus criou‖. É o único registro da origem do universo, do homem, da mulher,
da entrada do pecado do homem, da primeira promessa de redenção de Deus e, também,
dos primeiros julgamentos sobrenaturais de Deus.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
11
ANTIGO TESTAMENTO

Em Gn 1.26-28 Deus deixa claro que criou o homem e a mulher para abençoá-los e a
fim de que pudessem exercer domínio em lugar dele sobre toda a criação. A desobediência
humana ameaçou o plano de Deus para a humanidade expresso na criação. Deus
respondeu chamando Abraão, por meio de quem a bênção divina triunfaria por fim.
Em seus primeiros onze capítulos, Gênesis trata de temas universais tendo como
pano de fundo o Oriente Médio (antiga Mesopotâmia). A partir do capítulo 12, o foco
central da história volta-se para Israel, tendo como pano de fundo a Palestina. Israel
começa com um homem (Abraão), cresce em uma família (Isaque) e recebe seu nome
(Jacó).
A terceira parte do livro nos mostra como a providência de Deus intervém na história
para fazer cumprir os Seus propósitos. A história da maldade dos irmãos de José,
vendendo-os ao Egito será usada para preservação do povo de Deus, em meio à grave
fome, então reinante na terra.
Obviamente, Israel fracassou como povo-servo, fracasso este já previsto na Tora. Os
alvos de Deus não podem, porém, ser frustrados. Por isso, um remanescente se levantou
da nação, um remanescente, por fim, reduzido a um único descendente de Abraão - Jesus,
o Cristo - que cumpriu em sua vida e morte os propósitos redentores e soberanos de Deus.

2.2. Êxodo

A. Título. Êxodo vem do grego, significando “sair”, e foi assim chamado porque
registra a saída de Israel do Egito.

B. Tema. Em Gênesis lemos acerca do princípio da redenção. No livro do Êxodo lemos


acerca do progresso da redenção. Em Gênesis a redenção é efetuada através de
indivíduos; em Êxodo, é efetuada através de uma nação inteira: Israel. A idéia central do
livro é a redenção pelo sangue. Em torno dessa idéia concentra-se a história de um povo
salvo pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue. Essa
redenção se apresenta suprindo todas as necessidades da nação. Oprimido pelos egípcios,
Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido salva, a nação
necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e no culto de sua nova
vida. Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas sentem
a necessidade de purificação. Deus provê sacrifícios. Tendo uma revelação de Deus, o povo
sente a necessidade de culto. Deus lhe dá o tabernáculo e estabelece um sacerdócio.

C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. Os acontecimentos registrados em êxodo abrangem um período
de 216 anos, cerca de 1706 a 1490 a.C. Começa com um povo escravizado habitando na

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
12
ANTIGO TESTAMENTO

presença da idolatria egípcia e termina com um povo redimido habitando na presença de


Deus.
O livro em si jamais identifica o faraó com quem Moisés contendeu, mas indica que o
êxodo ocorreu em algum momento durante o auge do império egípcio. A Tradição
conservadora data a morte de Moisés em algum tempo ao redor de 1.400 a.C. Desta
forma, é provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos quarenta anos
anteriores, durante a caminhada pelo Deserto.

E. Conteúdo. A família de Jacó desceu ao Egito para fugir da fome reinante na


Palestina. Mas após saciarem sua fome, contudo, não voltaram à sua terra, fruto da
promessa de Deus, mas permaneceram no Egito. As dinastias que se sucederam no trono
egípcio não eram tão simpáticas ao povo de Israel e por isso o subjugaram e os
escravizaram ali no Egito.
Foram 400 anos de cativeiro. Mas após estes anos de cativeiro, não estavam apenas
os 70 homens da família de Jacó que desceram ao Egito, mas eram, agora, 600.000
homens do povo de Deus. E Deus levanta um libertador, Moisés, com sinais e prodígios,
para livrá-los do cativeiro egípcio. Atravessam em seco o Mar Vermelho e é necessário
atravessar o deserto do Sinai para voltarem do Egito à terra de Canaã e este tempo de
caminhada é fundamental para que Deus forjasse neles algo novo e imprescindível. O
povo precisava ser transformado em nação.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
13
ANTIGO TESTAMENTO

O ÊXODO

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
14
ANTIGO TESTAMENTO

O TABERNÁCULO DE MOISÉS

Tabernáculo era uma tenda itinerante que foi o centro de adoração até a construção
do Templo de Salomão (Êx 25), Confeccionado no deserto, quando da estada do povo no
monte Horebe, tratava-se de uma construção feita de tábuas de madeira revestidas de
ouro que se encaixavam e formavam uma estrutura de 15m x 5m, com 5 m de altura,
coberta por três camadas de tendas. O Tabernáculo em si possuía uma divisória,
separando o Santo Lugar (onde estavam o Candelabro, o Altar do Incenso e a Mesa dos
Pães) do Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança).
O Átrio dos Sacerdotes era a parte externa do Tabernáculo, onde se faziam os
sacrifícios e os ofícios do culto. Tinha cortinas delimitadoras do seu espaço de 50m x 25m,
onde ficavam o Altar do Holocausto (para os sacrifícios de animais) e a Bacia de Bronze
(onde os sacerdotes se lavavam antes de realizarem a oferta).
O Tabernáculo foi o centro da vida nacional de Israel, representando a habitação de
Deus no meio do povo.

2.3. Levítico

A. Título. Chama-se Levítico pelo fato de ser um registro de leis referentes aos levitas
e seu serviço.

B. Tema. No livro do êxodo vimos Israel redimido; a redenção de um povo


escravizado. Levítico diz-nos como um povo redimido pode aproximar-se de Deus pela

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
15
ANTIGO TESTAMENTO

adoração e como pode ser mantida a comunhão assim estabelecida. A mensagem de


Levítico é: o acesso a Deus é somente por meio do sangue e o acesso assim obtido exige a
santidade do adorador. A maioria dos tipos no livro refere-se à obra expiatória de Cristo e
manifesta-se nas diferentes oferendas que ali se escrevem. Êxodo da-nos o relato da
oferenda única que redimiu Israel de uma vez e para sempre. Levítico dá-nos muitos
quadros dessa oferenda no que se relaciona com os diferentes aspectos da redenção. A
mensagem do livro está muito bem exposta no versículo 2 do capítulo 19. Observe o
propósito prático do livro: contém um código de leis divinamente determinado e
designado para tornar Israel diferente de todas as demais nações, espiritual, moral, mental
e fisicamente. Em outras palavras, Israel tornar-se-ia uma nação santa – uma nação
separada dos modos e costumes das nações que a cercavam, e consagrada ao serviço do
único e verdadeiro Deus.

C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. O livro abrange o período de um ano da jornada de Israel no Sinai.
E. Conteúdo. Após caminharem três meses pelo deserto do Sinai, o povo de Israel
chega ao pé do Monte Sinai. Permanecem parados durante algum tempo recebendo as leis
e orientações de Deus. Desde Êxodo 19 e por todo o livro de Levítico, encontramos Deus
comunicando - se com eles, através de Moisés. O livro de Êxodo terminou com o
levantamento do Tabernáculo, construído segundo os padrões que Deus dera a Moisés.
Mas como Israel iria utilizar o Tabernáculo?
As instruções encontradas em Levítico são a resposta dada a esta pergunta e foram
dadas pelo Senhor a Moisés no intervalo de 50 dias entre a inauguração do Tabernáculo
(Êx 40.17) e a partida do povo do Sinai (Nm 10.11). O livro de Levítico é um livro sobre a
santidade de Deus e as exigências para a comunhão com Ele. Em Levítico conhecemos o
Deus Santificador, o Deus que deseja conduzir-nos ao que há de melhor e mais aceitável
no culto, na saúde, no relacionamento interpessoal.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
16
ANTIGO TESTAMENTO

SACRIFÍCIOS DO ANTIGO TESTAMENTO


SACRIFÍCIO REFERÊNCIA ELEMENTOS PROPÓSITO
Ato voluntário de
adoração; expiação por
Novilho, carneiro ou ave
Lv 1; 6.8-13; pecados sem
(rolinhas ou pombinhos no caso
Holocausto 8.18-21; intenção em geral;
dos pobres); totalmente
16.24 expressão de dedicação,
consumidos; sem defeito.
devoção e total entrega a
Deus.
Grãos, a melhor farinha, azeite,
Ato voluntário de
incenso, pães assados (bolos ou
adoração;
pães finos), sal; nenhum
Oferta de Lv 2; reconhecimento da
fermento nem mel. Acompanha
cereal 6.14-23 bondade e providência
o holocausto
divina;
ou a oferta de comunhão (junto
devoção a Deus.
com a oferta derramada).
Ato voluntário de
Qualquer animal sem defeito adoração; ações de graças
Oferta de Lv 3;
dentre as manadas e os e comunhão
comunhão 7.11-34
rebanhos; vários pães. (incluía uma refeição
comunitária).
1. Novilho: para o sumo
sacerdote e a congregação.
Expiação obrigatória para
2. Bode: para o líder.
Lv 4.1-5.13; pecado específico sem
Oferta 3. Ovelha ou cordeiro: para as
6.24-30; intenção; confissão do
pelo pessoas em geral.
8.14-17; pecado; perdão do
pecado 4. Rolinha ou pombinho: para
16.3-22 pecado; purificação da
os pobres.
contaminação.
5. Jarro da melhor farinha: para
os muito pobres.
Expiação obrigatória sem
intenção que quer
restituição; purificação
Oferta Lv 5.14-6.7; sem intenção que requer
Carneiro ou cordeiro
pela culpa 7:1-6 restituição; purificação da
contaminação; fazer
restituição, pagar muita
de 20%.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
17
ANTIGO TESTAMENTO

FESTAS DE ISRAEL
NOME MÊS / DIA REFERÊNCIA SIGNIFICADO
Comemora a libertação que
Deus concedeu a Israel, tirando-
nisã (mar./abr.): Ex 12.2-20;
Páscoa o do Egito. Comemora a
1 4 - 21 Lv 23.5
libertação que Deus concedeu a
Israel, tirando-o do Egito.
Festa dos nisã (mar./abr.): Inclui um Dia das Primícias pela
Lv 23.6-8
Pães Asmos 15 - 21 colheita de cevada.
Festa das
sivã (mai./jun.): 6 Comemora a entrega da lei no
Semanas ou Êx 23. 16; 34.22;
(sete semanas monte Sinai. Inclui um dia das
Colheita Lv 23. 15-21
após a Páscoa) Primícias pela colheita de trigo.
(Pentecostes)
Festa das
Dia em que se tocavam
Trombetas Lv 23.23-25;
tisri (set./out.): 1 trombetas para assinalar o início
(Rosh Nm 29.1-6
do ano civil.
Hashanah)

Nesse dia, o sumo sacerdote faz


Dia da Expiação tisri (set./out.): Lv 23.26-33; Êx
expiação pelo pecado da nação.
(Yom Kippur) 10 30.10
Também um dia de jejum.

Festa das Lv 23.33-43;


tisri (set./out.): Comemora os quarenta anos de
Cabanas Nm 29.1 2-39;
15 - 21 peregrinação no deserto.
(Sukkot) Dt 16.13
Festa da quisleu
Comemora a purificação do
Dedicação (nov./dez.):
Jo 10.22 templo promovida por Judas
ou das Luzes 25 - 30; e tebete
Macabeu em 1 64 a. C.
(Hanukkah) (dez./jan.): 1- 2
Festa de Purim adar (fev./mar.): Comemora o livramento do povo
Et 9
ou de Ester 14 judeu nos dias de Ester.

2.4. Números

A. Título. O livro de Números tem este título porque trata do registro dos dois censos
de Israel antes de entrar em Canaã.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
18
ANTIGO TESTAMENTO

B. Tema. Em Êxodo vimos Israel redimido; em Levítico vimos Israel em adoração; e


agora em Números vemos Israel servindo. O serviço do Senhor não devia ser feito de uma
maneira casual, razão por que o livro nos apresenta o quadro de um acampamento, onde
tudo é feito segundo a primeira lei do céu – a ordem. O povo é numerado conforme as
tribos e famílias; a cada tribo é designado o seu lugar no acampamento; a marcha e o
acampamento são regulados com precisão militar; e no transporte do Tabernáculo cada
levita tem a sua tarefa especial. Além de ser um livro de serviço e ordem, Números é um
livro que registra o fracasso de Israel que, por não crer nas promessas de Deus, não entrou
em Canaã, e, consequentemente, peregrinou no deserto por castigo. Contudo, foi uma
falta que não frustrou os planos de Deus, porque o fim do livro deixa Israel nas fronteiras
da Terra Prometida, aonde a nova geração de israelitas espera entrar. Desta maneira
quatro palavras – serviço, ordem, falha e peregrinação – resumem a mensagem de
Números.

C. Autor. Moisés.
D. Esfera de Ação. 39 anos de jornada do povo de Israel no deserto, desde cerca de
1490 até 1451 a.C.

C. Conteúdo. O livro de Números começa com o povo se preparando para a jornada à


terra prometida. O plano de Deus era que em poucas semanas eles chegassem à terra de
Canaã. Moisés, por ordem de Deus conta todo o povo (600.000 homens) e os organiza para
aquela caminhada. (o número do censo representa homens aptos para uma guerra, 20
anos acima. Isso nos leva a concluir que a nação de Israel, homens mulheres e crianças
chegariam a aproximadamente 2.500.000 pessoas).
Espias são enviados à Terra Prometida e depois de 40 dias retornam com o relatório.
De acordo com este relatório havia gigantes na terra, que ali proliferaram durante os 400
anos em que Israel permaneceu no Egito. Ao ouvir o relatório o povo de Israel se esqueceu
do poder e do cuidado de Deus e por isso não deu ouvido a Josué e Calebe, dando ouvido
aos outros 10 espias e murmuram contra Deus.
Como castigo Deus os faz peregrinar em torno de Cades Barnéia, por
aproximadamente 38 anos, caminhando sem chegar a lugar nenhum (Nm. 33), até que
aquela geração adulta (maiores de 20 anos) incrédula morresse e seus filhos, numa nova
geração, entrassem na posse da terra de Canaã. Aí, então, um novo censo é feito. De
acordo com este novo censo mantém o número de 600.000 homens na nova geração (Nm.
26.63-66). Números é um livro de peregrinações, mas é também um livro de murmurações
e rebeliões.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
19
ANTIGO TESTAMENTO

2.5. Deuteronômio

A. Título. Deuteronômio origina-se de duas palavras gregas que significam “segunda


lei”, e chama-se assim pelo fato de registrar a repetição das leis dadas no Sinai.

B. Tema. Moisés cumpriu a sua missão. Conduziu Israel do Egito às fronteiras da


Terra Prometida. Agora que o tempo de sua partida chegou, ele resume perante a nova
geração, numa série de discursos, a história passada de Israel, e nesse resumo baseia as
admoestações e exortações que tornam Deuteronômio um grande sermão exortativo para
Israel. Exorta a recordar o amor de Jeová para com eles durante as jornadas no deserto,
para que pudessem estar seguros da continuação do seu cuidado quando entrassem em
Canaã. Admoesta-os a observar a lei a fim de prosperarem. Lembra-lhes as suas apostasias
e rebeliões passadas e os adverte das consequências da desobediência futura. A
mensagem de Deuteronômio pode resumir-s em três exortações: Recorda! Obedece!
Cuidado!

C. Autor. Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “Estas são as


palavras que Moisés falou a todo o Israel” (1.1). “Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos
sacerdotes” (31.9) também pode ser indício de que tenha escrito todo o livro. O nome de
Moisés aparece quase quarenta vezes, e o livro reflete claramente a personalidade de
Moisés. O uso corrente da primeira pessoa do singular em todo o livro apoia ainda mais a
autoria mosaica. Tanto a tradição judaica quanto a samaritana são unânimes em identificar
Moisés como o autor. O último capítulo, que contém o relato da morte de Moisés, foi
escrito, provavelmente, por seu amigo íntimo, Josué.

D. Esfera de Ação. Dois meses nas planícies de Moabe, 1451 a.C.


E. Conteúdo. Após 40 anos de caminhada no deserto, aproximava-se o momento de
entrarem novamente na posse da terra de Canaã. Chegam às Campinas de Moabe, na área
em que o Jordão deságua no mar Morto (1.5), e ali avistam a Terra Prometida. O que Deus
havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó séculos antes estava prestes a se tornar realidade.
Deuteronômio é a proclamação de uma segunda chance para Israel. A falta de fé e a
infidelidade de Israel tinham impedido a conquista de Canaã anteriormente.
Toda a primeira geração de israelitas já havia morrido. Chega às portas de Canaã uma
nova geração que não haviam experimentado o livramento do Mar Vermelho, nem a
entrega da Lei do Sinai. Era preciso relembrá-los do poder de Deus e das leis de Moisés.
Por isso, antes de entrarem na posse e gozo da terra prometida, e de transferir a
liderança a Josué, Moisés gasta com esta nova geração um longo tempo em lembranças,

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
20
ANTIGO TESTAMENTO

especialmente da lei do Senhor, expondo novamente os mandamentos e estatutos do


Senhor.
O livro contém os discursos feitos por Moisés durante os seus últimos meses de vida
para esta nova geração de israelitas, quando eles estavam acampados na Planície de
Moabe, antes de sua entrada na Terra Prometida.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
21
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
03

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
22
ANTIGO TESTAMENTO

3- OS LIVROS HISTÓRICOS
Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
Esses livros relatam a história de Israel ao longo de um período de 800 anos, começando
com a entrada do povo na terra prometida (Canaã) sob a liderança de Josué em 1.250 a.C.
Além disso, dão detalhes da conquista daquela terra durante os 200 anos de governo dos
juízes. Contam a vida dos reis Saul, Davi (1.000 a.C.) e Salomão. Relatam a divisão da terra
em dois reinos (Israel e Judá) e a derrota dos judeus nas guerras contra os assírios (721
a.C.) e os babilônios (586 a.C.). Focalizam também o retorno dos exilados para Israel (538
a.C.) e o reassentamento do povo em Jerusalém e na Judéia, sob a liderança de Esdras e
Neemias (aproximadamente em 450 a.C.).

3.1. Josué

A. Tema. Israel está agora em condições de tomar posse de Canaã e cumprir sua
missão de ser testemunha às nações quanto à sua unidade, e defensor da palavra e Lei de
Deus. Nos livros históricos, começando com Josué, veremos se Israel cumpriu ou não a sua
missão. Josué é livro de vitória e de possessão, que apresenta o quadro de Israel, outrora
rebelde, agora transformado num exército disciplinado de guerreiros, subjugando nações,
que lhe eram superiores em número e poder. O segredo de seu êxito não é difícil de
conhecer – “O Senhor pelejou por eles”. Tomando a fidelidade de Deus como pensamento
central, poderíamos fazer um resumo da mensagem de Josué nas palavras de 21.45:
“Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel:
tudo se cumpriu”.

B. Autor. Josué. O Talmude diz que Josué escreveu todo o livro com exceção dos
últimos cinco versículos. Foi escrito durante o tempo em que vivia Raabe (6.25).
O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. Ao que tudo
indica o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante
este período.

Josué 24.1-26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué,
homem de vida notável, repleta de emoção, diversidade, sucesso e honra. Era reconhecido
pela profunda confiança em Deus. Como representante da tribo de Efraim, percorreu a
terra de Canaã com os outros 11 espias, e, assim como Calebe deu relatório positivo de
que mediante a fé em Deus era possível conquistar a terra.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
23
ANTIGO TESTAMENTO

Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é
registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após
a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de
Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e
Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué.
Mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou
editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

C. Esfera de Ação. Desde a morte de Moisés até a morte de Josué, cobrindo um


período de 24 anos, de 1451 1 1427 antes de Cristo.

D. Conteúdo. Os cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco) servem de pano de


fundo para o Livro de Josué. A preparação do povo começou em Gênesis com a promessa
da terra a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3,7; 13.15; 15.7,18; 17.8; 26.3; 28.13). A
preparação continuou durante dois séculos, enquanto os descendentes de Abraão viveram
na Terra Prometida, mas nunca chegaram a controlá-la completamente.
Durante os quatro séculos seguintes os israelitas viveram no Egito. O Livro de Êxodo
registra sua fuga da escravidão e a entrega da lei. Levítico prepara-os para a adoração.
Números e Deuteronômio oferecem-lhes uma estrutura cívica. Até mesmo a linguagem do
relato de Josué descrevendo em detalhes a entrada na terra que iriam possuir é
semelhante à descrição em Deuteronômio da preparação de Israel para entrar na Terra
Prometida, O Livro de Josué faz referência ao Pentateuco como texto normativo para
aquela geração (Js 1.7-8).
Apesar de a lei e de o relacionamento especial de Israel com Deus mediante a aliança
definirem a identidade nacional, Deus também havia prometido aos israelitas sua própria
terra.
O Livro de Josué é o registro da conquista dessa terra sob a liderança de Deus, Canaã,
ponte natural estratégica ligando a África com a Ásia e, por decorrência, com a Europa, é
uma terra singular. Ela une o oceano Índico (por meio do mar Vermelho) ao oceano
Atlântico (através do Mediterrâneo), Sua história tem mais ocupações militares, batalhas e
derramamento de sangue do que a de qualquer outro país do mundo; pelo menos trinta
potências mundiais já marcharam sobre seu solo. Os povos que vivem nessa terra precisam
ter um relacionamento especial com seu defensor.
A Terra Prometida era uma região pagã. Apesar de Deus ter colocado testemunhas
suas ali ao escolher Abraão e seus descendentes como povo eleito, o povo de Canaã
continuou a adorar inúmeros deuses. Na época da conquista, a religião de Canaã havia se
tornado tão decadente, que os hebreus chegaram a desenvolver várias práticas religiosas

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
24
ANTIGO TESTAMENTO

detestáveis expressamente proibidas para os israelitas, inclusive a prostituição cultual e o


sacrifício de crianças (Lv 18.21; Dt 12.31; 23.17).
O Egito, o gigante político da época, mostrou-se pouco preocupado. Outras potências
políticas haviam sucumbido. E os próprios habitantes nativos de Canaã eram desunidos. O
momento era perfeito para a invasão israelita.
Depois de muitos anos de escravidão no Egito e 40 anos no deserto, os israelitas
finalmente receberam permissão para entrarem na terra prometida a seus pais. Após a
morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e entram na posse da terra de Canaã
através de muitas lutas.
Os habitantes de Canaã são inimigos hostis, idólatras, pervertidos. Prostituição de
ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram algumas das
características das religiões dos cananitas. Estes cananitas ocuparam a terra enquanto o
povo esteve no Egito e no deserto. Todos os cananitas deveriam ser desalojados e
destruídos.
O livro de Josué descreve as diversas lutas pela conquista da terra de Canaã pelos
israelitas. Demonstrando a todas as nações que o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, e só
ele deve ser adorado. Também é descrito como foi feita a divisão da terra pelas 12 tribos
de Israel.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
25
ANTIGO TESTAMENTO

CONQUISTA DE CANAÃ

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
26
ANTIGO TESTAMENTO

3.2. Juízes

A. Tema. Josué é o livro da vitória; Juizes, o livro do fracasso. Depois da morte de


Josué, a nova geração de israelitas fez uma aliança com as nações que a antiga geração
havia deixado na terra, atitude que resultou em idolatria e imoralidade. Isso lhes trouxe o
juízo de Deus na forma de servidão às mesmas nações que deviam ter subjugado. Quando
clamaram a Deus, foi-lhes enviado um libertador; durante o tempo em que esse viveu,
permaneceram fiéis a Deus, mas depois da sua morte tornaram a seguir os velhos pecados.
Nos últimos capítulos do livro, o escritor nos dá uma descrição detalhada daqueles tempos
de apostasia e anarquia e explica o fenômeno pelo fato de que “Naqueles dias não havia
rei em Israel: cada qual fazia o que achava mais reto”. A história do livro pode resumir-se
em quatro palavras: Pecado, Servidão, Arrependimento, Salvação.

B. Autor. Segundo a tradição judaica, o autor foi Samuel.


C. Esfera de Ação. Abrange o período que vai da morte de Josué à magistratura de
Samuel.

D. Lista dos Juízes. O estudante deve fazer uma lista de todos os juizes, com os
seguintes fatos a respeito de cada um:
 De quem ele livrou Israel?
 Por quanto tempo ocupou ele o cargo?
 Quais os fatos importantes referentes a ele?
Note que houve 12 juizes (excluindo Abimeleque, que foi um usurpador).

JUÍZES DO ANTIGO TESTAMENTO


NOME REFERÊNCIA IDENTIFICAÇÃO
Otniel Jz 1.12-13; 3.7- Conquistou uma cidade Cananéia.
11

Eúde Jz 3.12-30 Matou Eglom, rei de Moabe, e derrotou os moabitas.


Sangar Jz 3.31 Matou 600 filisteus com uma aguilhada de bois.
Débora Jz 4 — 5 Convenceu Baraque a liderar um exército na vitória contra as
tropas de Sísera.

Gideão Jz 6 — 8 Liderou 300 homens na vitória contra 135.000 midianitas.


Tola Jz 10.1-2 Julgou por 23 anos.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
27
ANTIGO TESTAMENTO

Jair Jz 10.3-5 Julgou por 22 anos.


Jefté Jz 11. 1 — 12.7 Derrotou os amonitas depois de fazer um voto ao Senhor.
Ibsã Jz 12.8-10 Julgou por 7 anos.
Elom Jz 12.11-12 Julgou por 10 anos.
Abdom Jz 12.13-15 Julgou por 8 anos.
Sansão Jz 13 — 16 Matou 1.000 filisteus com uma queixada de jumento; foi
enganado por Dalila; destruiu um templo filisteu; julgou 20
anos.

Samuel 1 e 2 Sm Foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas.

E. Conteúdo. Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1.380 a


1.050 a.C. Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de
Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas pelas tribos
individualmente. Muitos bolsões de resistência cananita tinham sido deixados para que as
tribos os destruíssem.
Mas ao invés de destruí-los o povo de Israel misturou-se e contaminou-se com os
idólatras e o resultado da desobediência foram opressões dos inimigos e seguidos
cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento e clamor, quando, então,
o Senhor lhes suscitava um juiz, um libertador militar e magistrado civil, para conduzi-los
aos caminhos corretos.
Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor e “não havia rei
em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de
forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o
Senhor. Em consequência, o Senhor os entregava nas mãos dos opressores. Cada vez que o
povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação
ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram
militares e civis.
O Livro de Juízes não olha apenas retroativamente para a conquista de Canaã,
liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante o período dos juízes, mas
também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
28
ANTIGO TESTAMENTO

NAÇÕES VIZINHAS DE ISRAEL


FENÍCIA AMON EDOM
Vivendo logo ao norte de Situado a leste de Israel, Nação semita a sudeste do
Israel ao longo da costa do essa nação semita tem suas mar Morto, Edom remonta
Mediterrâneo, os amorreus, raízes em Ló, sobrinho de sua origem a Esaú, irmão de
semitas que habitavam o Abraão. Rabá Amom (atual Jacó. A prosperidade nessa
litoral, eram famosos Amã, na Jordânia) servia- nação montanhosa devia-se
mercantes e marinheiros lhes de capital. Seu deus principalmente aos pedágios
que estabeleceram colônias principal era Milcom. As cobrados das caravanas e à
no norte da África, na relações de Israel com mineração. Durante o
Espanha, na Ásia Menor e Amom eram tempestuosas, êxodo, Edom negou a Israel
em várias ilhas do incluindo conflitos desde o permissão para atravessar
Mediterrâneo. Em geral, período dos juízes até os seu território. Ainda que
Israel manteve relações últimos anos do reiho de Moisés ordenasse que os
pacíficas com o país, Judá. Durante o reinado de israelitas não odiassem os
especialmente sob Davi e Davi, Amom foi conquistada, edomitas, desde então
Acabe. Mas também travou embora tenha declarado passou a existir hostilidade
guerras contra ele. As duas independência logo após o entre os dois povos. Israel
cidades-estados mais reinado de Salomão. dominou Edom durante a
importantes da Fenícia eram Durante o século VI a.C., foi maior parte do período
Sidom e Tiro. Sidom foi dominada primeiro por bíblico.
destruída em 677 a.C. pelo invasores árabes e depois
rei assírio Senaqueribe; em pelos persas.
571 a.C., Nabucodonosor,
rei da Babilônia, apoderou-
se de Tiro.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
29
ANTIGO TESTAMENTO

ARÃ / SÍRIA MOABE FILÍSTIA


Localizado a nordeste de Localizado ao leste do mar Únicos vizinhos não semitas
Israel, esse conjunto de Morto, Moabe, outra nação de Israel, os filisteus vieram
cidades-estados semitas - semita, remonta sua origem de Caftor (provavelmente
principalmente Damasco, a Ló. O principal deus Creta ou alguma outra terra
Zobá e Hamate - é moabita era Quemos. Rute, do Egeu) para se estabelecer
mencionado com freqüência bisavó de Davi, era moabita, nas praias mediterrâneas a
nas Escrituras como um mas ele e outros reis de oeste de Judá. O principal
inimigo agressivo de Israel e Israel travaram muitas deus deles era Dagom,
Judá. A Bíblia registra que batalhas sangrentas contra divindade agrícola. Com
Saul, Davi, Salomão, Baasa, Moabe. Uma importante suas armas metálicas e
Acabe, Jorão, Joás, Jeoacaz e descoberta arqueológica, a tecnologia superior, a
Jeoás travaram batalhas estela de Mesa (cerca de relativa riqueza e
contra Arã. A maior 850 a.C.), descreve a guerra sofisticação dos filisteus
contribuição cultural dos do rei moabita Mesa para foram uma grande ameaça
arameus para o mundo foi o liberta-se de Israel, para a segurança nacional
alfabeto em que se baseia a provavelmente durante o de Israel no início da
escrita "quadrada" hebraica. reinado de Jeorão. Como monarquia. Eles mataram o
Judá, Moabe foi conquistada primeiro rei de Israel (Saul)
por Nabucodonosor em em batalha. Davi lhes impôs
cerca de 587 a.C. e, mais importantes derrotas, mas
tarde, dominada pelos eles causaram grandes
persas. problemas para Israel por
muitos anos.

3.3. Rute

A. Tema. O livro de Juizes fornece, como se vê, um quadro muito triste de Israel, sob
o ponto de vista nacional; Rute apresenta-nos um quadro luminoso desse período em
relação à fidelidade e beleza do caráter de certos indivíduos. A história, uma das mais
formosas da Bíblia, é duplamente interessante pelo fato de ser uma gentia a sua heroína. A
última palavra do livro – Davi – revelará seu valor principal. Seu propósito é traçar a
linhagem de Davi, o progenitor do Messias. O livro inteiro tem seu clímax na genealogia
que se encontra no último capítulo.

B. Autor. A tradição judaica atribui a Samuel a autoria deste livro.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
30
ANTIGO TESTAMENTO

C. Esfera de Ação. O livro abrange um período de dez anos, provavelmente durante a


época de Gideão.

E. Conteúdo. É a história de uma família que vivia no tempo dos juízes de Israel e
onde a desgraça foi transformada em graça familiar e universal.
Elimeleque e Noemi, num período de fome em Belém, mudam-se com seus filhos
Malon e Quilion para Moabe. Morrem Elimeleque e Noemi, viúva, casa seus dois filhos
com mulheres moabitas, Orfa e Rute. Após 10 anos, seus dois filhos também morrem e
Noemi decide retornar para sua terra, oferecendo liberdade às noras. Orfa, com tristeza se
despede e fica em Moabe, mas Rute que havia adotado Noemi como sua família e o Deus
de Noemi como o seu Deus, retornam a Israel.
Em Israel, Rute conhece Boaz, da família de Noemi, rico e possível resgatador, pela lei
do levirato. Casam-se e são geradores de Obede, Jessé e Davi (por consequente, também
de Jesus).
Neste livro destaca-se a graça familiar pelo resgate de Boaz. Mas, também, a graça
universal, pois Boaz é neto da prostituta cananita Raabe e Rute é Moabita.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
31
ANTIGO TESTAMENTO

3.4. 1 Samuel

A. Tema. O Livro de Samuel é um livro de transição. É o registro da passagem do


governo de Israel por juizes ao governo por reis, e da passagem do governo de Deus, ao
governo de um rei visível. O conteúdo pode agrupar-se ao redor de três pessoas:
1. Samuel, um patriota e juiz de coração humilde e consagrado, que servia a Deus
obedientemente.
2. Saul, um rei egoísta, pródigo, ciumento e obstinado, faltoso e infiel na lealdade a
seu Deus.
3. Davi um homem segundo o coração de Jeová, o doce cantor de Israel, um varão
de oração e louvor, provado, disciplinado, perseguido e finalmente coroado
monarca de todo Israel.

B. Autor. Supõe-se, geralmente, que Samuel escreveu os primeiros 24 capítulos; e


pelo fato de serem os profetas Natã e Gade mencionados juntamente com Samuel em 1
Crônicas 29.29, como biógrafos dos acontecimentos da vida de Davi, conclui-se que eles
foram os autores dos capítulos restantes.

C. Esfera de Ação. Vai desde o nascimento de Samuel até a morte de Saul,


abrangendo um período de 115 anos; de mais ou menos 1171 a 1056 a.C.

3.5. 2 Samuel

A. Tema. “O livro todo concentra-se na figura de Davi; É o quadro do ungido de Deus,


para quem nossos olhos se dirigem. É o quadro do homem segundo o coração de Deus
que iremos estudar. E começamos o nosso estudo com esta pergunta: o que há em Davi
que mereça um título tão honorífico? Não o observamos de longe de modo a vê-lo como
rei, em posição elevada, rodeado por toda insígnia da realeza, mas sim observamo-lo de
perto, na sua familiaridade de homem. Vemo-lo, não somente no trono, mas também no
lar. Vemo-lo nas suas tristezas mais profundas, e na hora de seus maiores triunfos; sua
justa indignação, e sua palavras de bondade, ternura e generosidade. Somos testemunhas
do seu pecado, arrependimento, momentos de impaciência e dignidade real. O quadro
todo, apesar de partes sombreadas, apresenta-nos um homem em cuja vida Deus ocupava
o primeiro plano. Para Davi, acima de todas as demais coisas, Deus é uma gloriosa
realidade. Em suma, Davi é um homem que está profundamente consciente de sua própria
debilidade, erro e pecado, mas que conhece a Deus, e confia nele de todo o seu coração” –
Markham.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
32
ANTIGO TESTAMENTO

B. Autor. Os acontecimentos registrados em 2 Samuel foram acrescentados


provavelmente ao livro de Samuel por Natã ou Gade.

C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Saul até a compra do local do templo,
abrangendo um período de 37 anos.

3.6. 1 Reis

A. Tema. Em 1 e 2 Samuel relata-se que a nação judaica exigiu um rei a fim de tornar-
se como as demais nações. Embora contrária à sua perfeita vontade, Deus lhe concedeu
essa petição. Neste livro aprendemos a história de Israel sob os reis. Apesar de
governarem muitos reis de caráter reto, a história da maior parte deles é a de governos
mais iníquos. De acordo com a sua promessa em 1 Samuel 12.18-24, o Senhor não deixou
de abençoar o seu povo quando o buscava, mas, por outra parte, nunca deixou de castigá-
lo quando se separava dele.

B. Autor. O autor é desconhecido. Acredita-se que Jeremias tenha compilado dos


registros escritos por Natã, Gade e outros. (1 Cr 29.29).

C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Davi até o reinado de Jorão sobre Israel,
cobrindo um período de 118 anos, de 1015 a 897 a.C.

3.7. Sobre a Divisão e Declínio do Reino

A maneira mais proveitosa para o aluno aprender esta seção é fazer uma lista dos reis
de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos: o caráter do rei, o tempo que
reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão com seu reinado, e os
acontecimentos principais de seu reino.
A lista que se segue dos reis de Judá e Israel, agrupados tanto quanto possível em
ordem cronológica, servirá de guia ao estudante.
OS REIS DE ISRAEL
A Monarquia Unida
Reis Profetas em Israel
Saul (1020-1000) Samuel
Davi (1000-961) Natã
Salomão (961-922)

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
33
ANTIGO TESTAMENTO

3.8. 2 Reis

A. Tema. O segundo livro dos Reis é uma continuação da história da queda de Judá e
Israel, culminando no cativeiro de ambos. Temos aqui a mesma história de fracasso do rei
e do povo, uma história de apostasia e idolatria. Embora este tenha sido o grande período
profético de Israel, a mensagem dos profetas não foi ouvida. As reformas que se
realizaram sob reis como Ezequias e Josias foram superficiais. O povo logo voltou a seus
pecados e continuou neles até que mais nenhum remédio houve (2 Cr 36.15,16).

B. Autor. O autor humano é desconhecido. Acredita-se que Jeremias tenha


compilado os registros feitos por Natã, Gade e outros.

C. Esfera de Ação. Desde o reinado de Jorão em Judá e Acazias em Israel, até o


cativeiro, cobrindo um período de 308 anos de 896 a 588 a.C.
Enquanto o aluno lê os capítulos, deve fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel,
como fez no primeiro livro. Anexamos aqui uma lista paralela desses reis:

REIS DE ISRAEL E JUDÁ – MONARQUIA DIVIDIDA

Reis de Judá Profetas Reis de Israel Profetas


(922-587) em Judá (922-722) em Israel
Roboão (922-915)
Jeroboão I (922-901)
Abias (915-913)
Nadabe (901-900)
Baasa (900-877)
Asa (913-873)
Elá (877-876)
Zinri (876)
Onri (876-869)
Josafá (873-849) Acabe (869-850)
Elias
Acazias (850-849)
Jeorão (849-843)
Jorão (849-842)
Acazias (843-842)
Atalia (842-837) Jeú (842-815) Eliseu
Joás (837-800) Jeoacaz (815-802)
Amazias (800-783) Jeoás (802-786)
Amós e
Uzias / Azarias (783-742) Jeroboão II (786-746)
Oséias
Jotão (742-735) Isaías e Zacarias (746-745) Oséias

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
34
ANTIGO TESTAMENTO

Miquéias Salum (745)


Menaém (745-737)
Pecaías (737-736)
Peca (736-732)
Acaz (735-715) Oséias (732-724)
Queda de Samaria (722)
Ezequias (715-687)
Manassés (687-642)
Amom (642-640)
Jeremias,
Josias (640-609) Sofonias e
Naum
Jeoacaz (609) Jeremias
Jeremias e
Jeoiaquim (609-598)
Habacuque
Joaquim (598/7) Jeremias
Jeremias e
Zedequias (597-587)
Ezequiel
Queda de Jerusalém (587)

TEMPLO DE SALOMÃO

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
35
ANTIGO TESTAMENTO

3.9. 1 e 2 Crônicas

Como os livros das crônicas abrangem, na sua maioria, a matéria que se encontra em
2 Sm e 1 e 2 Rs, cremos que é suficiente dar uma introdução apenas a estes livros.

A. Tema. Os tradutores gregos da Bíblia referem-se a estes livros como “as coisas
omitidas”, porque fornecem muitas informações que não se encontram nos livros dos Reis.
Embora Reis e Crônicas demonstrem grande similaridade de conteúdo, foram escritos sob
diferentes pontos de vista, o primeiro sob o ponto de vista humano, o último, sob o divino.
Para exemplificar: 1 Reis 14.20, relatando a morte de Jeroboão, diz que “descansou com
seus pais”. É esse o ponto de vista humano. 2 Crônicas 13.20, relatando o mesmo
acontecimento, nos diz que “feriu o Senhor a Jeroboão, que morreu.” Este é o ponto de
vista divino.

B. Autor: Não se sabe ao certo quem foi o autor de Crônicas, mas o Talmude declara
que Esdras foi o redator dos registros deixados por Samuel, Natã, Gade, Ido, etc.

C. Esfera de Ação. Desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, abrangendo um


período de 520 anos; de 1056 a 536 a.C.

DIFERENÇAS ENTRE OS LIVROS DOS REIS E OS LIVROS DAS CRÔNICAS


LIVROS DOS REIS LIVROS DAS CRÔNICAS
Enfatiza a história de Israel e Judá Enfatiza, principalmente, a história de Judá
Enfatiza os profetas Enfatiza os sacerdotes
Trata do Reino e dos reis Trata do Templo e dos sacerdotes
Termina quando o povo vai para o cativeiro Termina quando o povo volta do cativeiro
Termina com esperança Termina com esperança

3.10. Esdras

Por serem os livros de Esdras, Neemias e Ester tão intimamente relacionados, e


tratarem do mesmo período, damos aqui os acontecimentos principais contidos nestes
livros, para que o aluno possa ver de relance a história do período que seguiu ao cativeiro.
A história começa em 538 a.C., durante o primeiro ano de governo do rei Ciro, da Pér-
sia, sobre a Babilônia. Durante o exílio dos judeus de Jerusalém, ocorreram três grandes
deportações (606 a.C.; 597 a.C. e 586 a.C.). Jerusalém e o templo haviam sido destruídos
pela invasão de Nabucodonosor e seu exército babilônio. Muitos judeus foram mortos ou

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
36
ANTIGO TESTAMENTO

exilados. Dentre os que foram levados para o exílio havia líderes políticos, religiosos e
intelectuais da comunidade judaica. Mais tarde, Ciro subjugou os babilônios, e o Império
passou para outras mãos. Acreditando que a adoração a deuses estrangeiros era uma
vantagem política, Ciro tolerava e até incentivava essa prática, o que resultou num edito
aos judeus para que retornassem a Jerusalém, a fim de reconstruir a casa de seu Deus. O
edito permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal foi inscrito no Cilindro de Ciro
(538 a.C.). Descoberto no século XIX, o cilindro repete e confirma o relato bíblico do
tratamento benevolente recebido pelos judeus quando eram cativos do rei Ciro.
Os profetas mais antigos como Jeremias e Isaías, haviam profetizado tanto os
acontecimentos do exílio quanto, finalmente, o regresso do remanescente a Jerusalém.
Os judeus, porém, acreditavam na promessa davídica de uma dinastia que não teria
fim. Ao verem que não tinham mais um rei no trono e, pior ainda, não tinham sequer um
país, começaram a duvidar dos profetas. Alguns acreditavam que os judeus haviam
cometido algum pecado imperdoável, resultando no cancelamento de seu destino por
Deus. Havia pouca esperança no coração do povo de Israel antes do reinado de Ciro, da
Pérsia.
 O regresso dos desterrados sob Zorobabel – 536 a.C.
 A reconstrução do templo – 535 a.C.
 O ministério dos profetas Ageu e Zacarias – 520 a.C.
 A dedicação do templo – 515 a.C.
 Os acontecimentos relatados no livro de Ester – 478 a 473 a.C.
 Esdras visita Jerusalém – 458 a.C.
 Neemias enviado a Jerusalém como governador; reconstrói o muro – 446 a.C.
 Malaquias profetiza.

A. Tema. A idéia predominante de Esdras é a restauração. Uma comparação entre


Reis e Crônicas exporá isto. Reis e Crônicas registram a destruição do templo de Israel; o
último, a sua reconstrução. Esdras dá uma lição admirável da fidelidade de Deus. Fiel à sua
promessa (Jr 29.10-14) ele estende a mão para reconduzir o povo à sua terra, e ao fazê-lo,
usa os reis pagãos – Ciro, Dario, Artaxerxes – como seus instrumentos.

B. Autor. O fato de ser o livro escrito na primeira pessoa, por Esdras, indica que ele
foi o autor.

C. Esfera de Ação. Desde a volta da Babilônia até o estabelecimento na Palestina,


abrangendo um período de 79 anos mais ou menos, de 536 a 457 antes de Cristo.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
37
ANTIGO TESTAMENTO

3.11. Neemias

Desde o princípio Deus havia prometido abençoar o povo de Israel se ele obedecesse
à sua orientação e amaldiçoá-lo se desobedecesse. Os períodos de cativeiro pelos Assírios
(o reino do Norte caiu em 722 a.C.), pelos babilônicos (o reino do Sul caiu em 586 a.C.), e
pelos Medo-persas (que conquistaram os babilônicos em 539 a.C.) foram épocas durante
as quais Deus disciplinou seu povo por causa da sua desobediência. A destruição e o
incêndio de Jerusalém e do templo de Salomão provocados por Nabucodonosor, em 586
a.C., foram uma verdadeira catástrofe, que ameaçou ainda mais a adoração a Javé.
Contudo, a destruição do templo e sua restauração, setenta anos mais tarde, foram
previstas pelo profeta Jeremias (Jr 25.11; 29.10) como garantia de que Deus iria preservar
um remanescente fiel de seu povo.
Apesar de os assírios e babilônios terem deportado seus cativos para seus impérios,
os Medo-persas repatriaram os exilados. Assim, em 536 a.C., Ciro deu ordens para
começar a reconstrução do templo, e o primeiro de três grupos pós-exílicos regressou a
Jerusalém liderado por Sesbazar e Zorobabel. O templo foi concluído em 516 a.C. O
segundo grupo regressou em 458 a.C. com Esdras. Em 444 a.C., o rei Artaxerxes I expediu
um decreto para que Neemias liderasse um terceiro grupo, a fim de iniciar a reconstrução
do muro de Jerusalém.
Esse último decreto de Artaxerxes I foi de importância profética singular, pois marcou
o começo das ―setenta semanas‖ preditas por Daniel (Dn 9.24-27). Tendo em vista que o
termo ―semana‖ significa ―uma semana de anos‖ ou um período de sete anos, essa
profecia admirável de Daniel marcou o tempo do decreto para reconstruir Jerusalém até a
vinda do Messias como sendo de 69 semanas (ou 483 anos).

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
38
ANTIGO TESTAMENTO

FASES DO RETORNO DO EXÍLIO


FASE 1
ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA
536 a.C. Ed 1-6 Zorobabel e Jesua Ciro
DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
(1) Qualquer um que quisesse voltar podia (1) Oferecimento de holocaustos.
fazê-lo. (2) Celebrada a Festa dos Tabernáculos.
(2) O templo de Jerusalém seria (3) Início da reconstrução do templo.
reconstruído. (4) O rei persa ordena que a reconstrução
(3) O tesouro real providenciou fundos para pare.
a reconstrução do templo. (5) Dario, rei da Pérsia, ordena que a
(4) Os utensílios de culto, feitos de ouro e reconstrução recomece em 520 a.C.
prata, tirados do templo por (6) O templo é concluído e dedicado em 516
Nabucodonosor são restituídos. a.C.

FASE 2
ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA
458 a.C. Ed 7-10 Esdras Artaxerxes
Longímano
DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
(1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. Homens de Israel casados com
(2) O tesouro real providenciou fundos. mulheres estrangeiras.
(3) Autorização para instituição de magistrados e
juízes civis judeus.

FASE 3
ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA
444 a.C Ne 1-13 Neemias Artaxerxes
Longímano
DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
Permissão para (1) Reconstrução dos muros de Jerusalém encontra oposição de
reconstrução dos muros Sambalate, o heronita, Tobias, o amonita, e Gesém, o árabe.
de Jerusalém. (2) Reconstrução dos muros completada em 52 dias.
(3) Dedicação dos muros.
(4) Esdras lê o Livro da Lei para o povo.
(5) Neemias inicia reformas.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
39
ANTIGO TESTAMENTO

JERUSALÉM NA ÉPOCA DE NEEMIAS

O SEGUNDO TEMPLO
Em comparação com o Templo de Salomão, era uma miséria e, com o de Herodes,
lastimável. Mas no tempo de Esdras e Neemias foi um fator unificador do povo restaurado
do cativeiro babilônico. Em comparação com os outros templos, temos poucas
informações. Esdras 6.3 dá as dimensões gerais.
O rei Ciro, no seu primeiro ano, baixou o seguinte decreto: com respeito à casa de
Deus em Jerusalém, deve ela edificar-se para lugar em que se ofereçam sacrifícios; seus
fundamentos serão firmes, a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta
côvados, com três carreiras de grandes pedras e uma de madeira nova.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
40
ANTIGO TESTAMENTO

O Talmude nos informa que este Templo não tinha cinco coisas: a arca da aliança; o
fogo sagrado; o Shekinah; o Espírito Santo; o Urim e Tumim. O Santo dos Santos estava
vazio. No Lugar Santo existiam somente um candeeiro e uma mesa do pão de exposição

A. Tema. Este livro gira em torno de uma pessoa – Neemias. É a autobiografia de um


homem que sacrificou uma vida de luxo e prazeres para poder ajudar a seus irmãos
necessitados em Jerusalém. Descreve um homem que combinou a espiritualidade com a
prática – alguém que sabia tanto orar como trabalhar. Absolutamente destemido, ele
recusou fazer pactos com os inimigos externos e com o pecado interno. Depois de
reconstruir o muro de Jerusalém e efetuar muitas reformas gerais entre o povo,
humildemente deu glória a Deus por tudo o que tinha realizado. A lição principal que
ensina a sua vida é que a oração e perseverança vencem todos os obstáculos.

B. Autor. Neemias.
C. Esfera de ação. Desde a viagem de Neemias a Jerusalém até a restauração do culto
no templo, cobrindo um período de mais ou menos 12 anos, de 446 a 434 antes de Cristo.

3.12. Ester

A. Tema. O livro de Ester não menciona o nome de Deus, entretanto, há nele


abundantes sinais de que ele estivesse operando e cuidando de seu povo. Assim como
Deus salvou o seu povo do poder de Faraó, ele livrou Israel da mão do malvado Hamã.
Podemos resumir a mensagem do livro da maneira seguinte: a realidade da providência
divina.

B. Autor. Desconhecido. Provavelmente Mordecai (veja 9.20). Alguns acreditam que


foi Esdras.

C. Esfera de Ação. Entre os capítulos 6 e 7 de Esdras, antes de este partir para


Jerusalém.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
41
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
04

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
42
ANTIGO TESTAMENTO

4- OS LIVROS POÉTICOS
Os Livros Sapienciais, ou Poéticos, são aqueles livros que não se dedicam à narrativa
da grande história da relação entre Deus e Seu Povo, nem possuem conteúdo
propriamente profético. Esses livros, os Salmos, o Livro de Jó, os Provérbios, o Eclesiastes e
o Cântico dos Cânticos, contêm a sabedoria de Deus e de Seu Povo. Para isso, muitas vezes
utilizam uma linguagem poética, repleta de simbolismo, dado que não podemos absorver a
sabedoria como faríamos com o mero conhecimento.

4.1. Jó

A. Tema. O livro de Jó trata de um dos maiores mistérios – o do sofrimento. A


pergunta que ressoa por todo o livro é: Por que sofrem os justos? Jó, um homem descrito
como perfeito, é despojado da riqueza, dos filhos e da saúde. Suporta estas aflições com
paciência.
Jó não compreende a causa dessas calamidades, mas resigna-se com o pensamento
de que Deus envia aos homens tanto o mal como o bem, e que tem o direito de fazer com
as suas criaturas o que lhe aprouver. Assim, pois, os homens devem aceitar o mal sem
fazer queixa. Os amigos de Jó argumentam que, sendo o sofrimento o resultado do
pecado, e sendo Jó o mais aflito dos homens, deveria ele ser o mais ímpio de todos. Jó fica
indignado e nega a acusação de ter cometido pecado, levando sua negação até o ponto da
autojustiça. Na conclusão da discussão entre Jó e seus amigos, Eliú fala, condenando Jó
por sua autojustiça e os outros por sua áspera condenação de Jó. Continua, explicando que
Deus tem um propósito ao enviar o sofrimento aos homens; que ele castiga o homem com
a intenção de trazê-lo para mais perto de si mesmo. Deus usou as aflições para
experimentar o caráter de Jó e como um meio de revelar-lhe um pecado do qual até então
não se tinha dado conta: autojustiça.

B. Autor. O autor de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito


(32.16).

C. Conteúdo. A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em
Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de
Abraão. Conhecia Deus pelo nome de ―Shaddai – o Todo Poderoso. (Há 31 referências a
Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida seminômade.
A história do livro de Jó começa com a apresentação de Jó como um homem íntegro
e temente a Deus, próspero e feliz. Satanás aparece diante de Deus entre os Seus anjos e
ele acusa Jó de ser interesseiro e mercenário, pois sendo rico e feliz não podia servir de

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
43
ANTIGO TESTAMENTO

exemplo de amor e temor a Deus. Deus permite a Satanás tirar-lhes os seus bens materiais
e saúde, sem, contudo tirar-lhe a vida.
Neste momento surgem os três amigos de Jó (Elifaz, Zofar e Beldade), os quais
possuem a virtude de não abandoná-lo na dor, de condoerem-se com ele, de chorarem
com ele e, de uma forma ou outra tentar ajudá-lo. Mas estes três amigos foram maus
conselheiros, porque eles criam que por serem ricos e saudáveis eram justos e que a
doença e a pobreza eram sinais de impiedade castigada. Deus estaria sempre disposto a
abençoar o homem com bens materiais, espirituais e de saúde, desde que o homem
merecesse, não havendo outra forma de Deus revelar Sua graça. E eles transmitiram isto a
Jó, concluindo que ele estava em pecado, portanto, merecedor de castigo.
Jó reage a esta teologia, e o livro é uma resposta certa a esta terrível ―teologia da
prosperidade. Na sua resposta aos seus amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a
experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos
de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as suas tremendas perdas,
expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe
consolo.
Em meio a este debate surge o jovem Eliú, e é ele quem mais se aproxima da
verdade, enaltecendo a perfeita justiça de Deus e o caráter educacional do sofrimento na
vida do justo. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que
qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de
exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas
coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua
ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a
intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó
demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda
está sofrendo aflição.
O apelo de Eliú a Jó é:
 Ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação.
 Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.
Na conclusão do livro, Jó alcança os propósitos de Deus para a sua provação.

4.2. Os Salmos

A. Tema. O livro dos salmos é uma coleção de poesia hebraica inspirada, que mostra
a adoração e descreve as experiências espirituais do povo judaico. É a parte mais íntima do
Antigo Testamento; dá-nos uma revelação do coração do judeu santo, e percorre todas as

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
44
ANTIGO TESTAMENTO

escalas de suas experiências com Deus e a humanidade. Podemos resumir desta maneira o
tema dos Salmos: Deus deve ser louvado em todas as circunstâncias da vida; e isto por
causa da sua fidelidade no passado, que é uma garantia de sua fidelidade no futuro.

B. Autores. Muitos dos Salmos são anônimos e tem-se dúvida quanto a autoria de
alguns. Davi é considerado autor de 71 Salmos que levam o seu nome. Asafe, Salomão,
Moisés, Hemã, Esdras, Etã, Ezequias, Os filhos de Coré, Jedutum e outros.

C. Classificação dos Salmos. Ao estudar um Salmo, é preciso fazer as seguintes


perguntas:
 Ele era cantado por indivíduos ou pela congregação?
 Qual o propósito do Salmo? (Louvor; Clamor por socorro; Ação de graças;
Admoestação?)
 Ele menciona algum tema especial, tal como o rei e a casa real ou Sião?

CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS


Salmos de 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 13, 14, 17, 22, 25, 26, 28, 30, 31, 35, 36, 38,
Lamentação 39, 41, 42, 43, 44, 51, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 64, 69, 70,
71, 74, 77, 79, 80, 83, 85, 86, 88, 90, 94, 102, 109, 120, 123, 125,
126, 129, 130, 137, 139, 140, 141, 142, 143, 144. A maioria destes
salmos são imprecatórios. Subdivisões podem ser alistadas: contra
acusações falsas (3, 4, 5, 7, 17, 26); contra inimigos do corpo, isto
é, doenças (6, 22, 28, 30, 31.9-12). A maioria termina com um
grito de vitória, mas alguns em desespero (como 31.9-12; 38;
88; 123). A categoria de lamentação é, por muito, a maior.
Salmos de Ação de 18, 19, 21, 30, 32, 40, 46, 48, 65, 66, 67, 75, 76, 84, 89, 100, 103,
Graças e Louvor 104, 107, 111, 116, 136, 138, 146, 147, 148, 149.
Hinos Majestáticos 8, 36, 46, 65, 66, 76, 93, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 103, 104, 111,
113, 115, 135, 145, 146, 147, 148, 149, 150. Alisto uma
representação de salmos musicados de qualidade excepcional.
Salmos Reais 2, 18, 20, 21, 45, 47, 72, 89, 93, 96, 97, 98, 99, 101, 110, 132, 144.
Salmos Messiânicos 2, 8, 16, 22, 23, 24, 40, 45, 68, 69, 72, 89, 102, 110, 118.
Salmos Litúrgicos 24, 50, 68, 81, 82, 95, 108, 115, 121, 132, 134, 135, 136, 145, 146,
147, 148, 149, 150. Estes salmos e, sem dúvida, outros, foram
musicados e utilizados nos ritos e cerimônias da adoração pública
do templo.
Salmos de Sabedoria 1, 19, 36, 37, 49, 73, 91, 96, 97, 112, 119, 127, 128, 133. Porções

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
45
ANTIGO TESTAMENTO

de outros refletem esta categoria: 34 e 36 servem de exemplo.


Salmos de História 78, 105, 106, 124, 126, 135, 136. Estes salmos provavelmente
Sagrada eram utilizados em festas de celebração.
Salmos de Adoração 29, 33, 46, 89, 97, 98, 113, 135. Tais salmos são associados,
intimamente, aos salmos intimamente, aos salmos litúrgicos e
podem ser assim classificados.
Salmos de Confiança 4, 11, 16, 23, 27, 62, 131. Muitos outros salmos têm elementos de
confiança, embora não pertençam a esta categoria como
unidades.
Cânticos de Sião 48, 76, 84, 87, 122, 125.
Louvor a Lei 1, 19, 119 e porções de muitos outros.
Salmos Implorando 31, 39 e muitos versículos de outros salmos que não são
Proteção e Louvando especificamente desta classificação.
Salmos Didáticos 1, 15, 32, 78, 105, 106, 135, 136. Estes salmos servem para ensinar
lições importantes.
Doxologia de Louvor 117, 150 e versículos individuais de outros salmos.
Salmos Penitenciais Na liturgia da igreja cristã, vários salmos são utilizados para
expressar remorso ou tristeza por causa de certos pecados
cometidos. O cristão sincero se arrepende de tais atos e
condições. Os 7 salmos penitenciais são:
a) Ira: Salmo 6;
b) Orgulho: Salmo 32;
c) Glutonaria: Salmo 39;
d) Sensualidade; Salmo 51;
e) Avareza: Salmo 102;
f) Inveja: Salmo 130;
g) Preguiça: Salmo 143.

Os Salmos eram o hinário de Israel para muitos rituais e cerimônias. Eram veículos de
expressão do povo através de uma gama de experiências que os tornava aptos a
apresentar os sentimentos e pedidos ao Senhor em termos significativos e intensos. Foram
escritos como reações sinceras diante de Deus, ao experimentarem as inúmeras alegrias,
tristezas e provações da vida.

D. Conteúdo. Os Salmos contêm mais do que cânticos para o templo e hinos de


louvor. Ele inclui alegrias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições,
meditações, instruções e tributos em acrósticos sobre temas nobres.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
46
ANTIGO TESTAMENTO

Os salmos são divididos em cinco livros, cada um dos quais termina com uma
doxologia. A nota inicial de cada Salmo contém um resumo do seu conteúdo:
 1º LIVRO - Salmos 1 a 41 - A maioria dos cânticos são atribuídos a Davi.
 2º LIVRO - Salmos 42 a 72 - É uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos
de Coré, Asafe, Davi e Salomão. Nessa coleção, quatro escritos permanecem
anônimos.
 3º LIVRO - Salmos 73 a 89 - É marcado por uma grande coleção de cânticos de
Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7).
 4º LIVRO - Salmos 90 a 106 - Embora não tenha os seus autores citados, Moisés,
Davi e Salomão também colaboraram.
 5º LIVRO - Salmos 107 a 150 - Registram-se vários cânticos de Davi. A série de
cânticos chamada de Hallel Egípcio (Sl 113-118) também está no 5º Livro.

CRISTO NOS SALMOS


Uma das questões mais polêmicas enfrentadas pelos intérpretes do livro de Salmos é
como compreender as muitas referências ao "rei" ou "ungido" (heb. Messias). Essas
referências falam de um rei humano do antigo Israel ou apontam para Jesus, no futuro,
como o Rei e Messias ideal?
Os autores bíblicos escreveram sobre pessoas e situações da vida real. O rei
desempenhava função da maior importância na vida nacional do antigo Israel. Mais de 60
referências nos salmos destacam o prestígio do rei. Os primeiros leitores dos salmos
naturalmente entendiam que essas referências falavam do rei humano, cuja função era
importantíssima na vida cotidiana deles. Uma vez que o significado básico de um texto é o
que o autor pretendia que os primeiros leitores entendessem, "rei" em Salmos refere-se
primeiramente a um rei humano do antigo Israel.
É possível que referências ao rei, ou ungido, falem do rei humano e também apontem
para Jesus, no futuro, como o rei ideal.
A única passagem clara que descreve um rei humano em seu contexto no A.T., o qual
é visto como o rei messiânico ideal num texto subsequente, é o Salmo 2. (Hb 1.5 considera
esse salmo explicitamente messiânico.) Assim, o rei humano no Salmo 2 funcionava como
um tipo, ou seja, alguém que possuía valor no próprio ambiente histórico, mas também
servia como prenúncio ordenado por Deus de alguém que viria mais tarde na revelação
bíblica.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
47
ANTIGO TESTAMENTO

Em termos genéricos, as referências ao rei em Salmos falam do rei humano na época


do autor bíblico. Por vezes, a referência ao rei era originariamente dirigida a um rei
humano, mas passou a ser aplicada ao Messias ideal. Em um salmo (SI 110), o rei não pode
ser ninguém senão o Rei dos reis messiânico ideal.
O sobrescrito do Salmo 110 retrata-o como descendente de Davi.
Surpreendentemente, o primeiro versículo fala de um sucessor de Davi como seu senhor.
No antigo Israel, isso era inconcebível. Davi fora o maior rei, padrão pelo qual seus
sucessores eram avaliados. Bem cedo na história de Israel, essa passagem passou a ser
compreendida como uma profecia do Messias vindouro. Jesus interpretou Salmos 110.1
desse modo numa discussão com os fariseus (Mt 22.41-45; Mc 12.35-37; Lc 20.41-44). O
enigma de Jesus - "Davi chama-lhe Senhor; como, pois, é ele seu filho?" - capta o mistério
da encarnação. Jesus é o Filho de Davi, mas também mais que Filho de Davi (Rm 1.3-4).

4.3. Provérbios

A. Tema. O livro de Provérbios é uma coleção de expressões curtas e concisas que


contêm lições morais. O propósito do livro é declarado logo no princípio, a saber: dar
sabedoria aos jovens (1.1-7). É o livro prático do A.T., que aplica os princípios de justiça,
pureza e piedade à vida diária. A sabedoria ensinada em Provérbios não é meramente
carnal, ou prudência comum, mas sim, baseada no temor do Senhor (1.7). Podemos assim,
resumir o seu tema: sabedoria prática, tendo como fonte e base o caráter religioso. “O
temor do Senhor é o princípio do saber”.

B. Autores: O próprio Salomão escreveu a maioria dos provérbios (1 Rs 4.32; Ec 1.13;


12.9). Agur e Lemuel escreveram os últimos dois capítulos do livro.

4.4. Eclesiastes

A. Título. A palavra “eclesiastes” significa “o pregador”. Pode Ter sido assim


chamado pelo fato de ter Salomão, depois de sua triste experiência de desviar-se,
ensinado publicamente as suas experiências e as lições aprendidas.

B. Tema. No livro dos Provérbios tomamos conhecimento da sabedoria que tem o


seu princípio em Deus. Agora, em Eclesiastes, tratamos da sabedoria meramente natural,
que, à parte de Deus procura encontrar a verdade e a felicidade. Ambos os livros foram
escritos por Salomão; o primeiro, durante a primeira parte de seu reinando, quando
andava com Deus; o segundo, durante a última parte de seu reinado quando o pecado o
separava de seu Criador. Nos Provérbios se ouve dos seus lábios uma nota de gozo e
contentamento ao meditar sobre as bênçãos da sabedoria divina; em Eclesiastes um tom

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
48
ANTIGO TESTAMENTO

de tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural ao tentar


resolver os problemas humanos e obter a perfeita felicidade. Depois de seu afastamento
de Deus (1 Rs 11.1-8), Salomão ainda tinha riquezas e sabedoria. Possuído destas,
começou a sua investigação da verdade e da felicidade sem Deus. O resultado dessa
pesquisa tem sua expressão na sentença sempre citada, “tudo é vaidade” (Vaidade aqui
significa “vazio, sem valor”). Salomão aprendeu a seguinte verdade que resume o tema do
livro: sem a bênção de Deus, sabedoria, posição e riquezas não satisfazem, muito pelo
contrário, trazem cansaço e decepção.

C. Autor. (Veja 1.1, 16; 12.9).

4.5. Cantares de Salomão

A. Título. O nome deste livro na Bíblia hebraica é “Cântico dos Cânticos” chamado
evidentemente assim, pelo fato de ser este cântico o principal de todos os Cânticos de
Salomão (1 Rs 4).

B. Tema. Cantares de Salomão é uma história de amor, que glorifica o amor puro e
natural e focaliza a simplicidade e a santidade do matrimônio.
O significado típico desta história pode inferir-se do fato de que sob a figura da
relação matrimonial se descreve o amor de Jeová para com Israel (veja Oséias caps. 1-3;
Isaías 62.4), e o amor de Cristo para com a Igreja (Mt 9.15; 2 Co 11.2; Ef 5.25; Ap 19.7;
21.2).
Sugere-se o seguinte tema: o amor do Senhor para com seu povo é tipificado pelo
amor da esposa e do esposo.

Ao ler este livro o estudante deve recordar-se de que está lendo um poema oriental,
e que os orientais usam uma linguagem clara nas mais íntimas das questões – uma
clareza de linguagem estranha e algumas vezes desagradável à maioria dos
ocidentais. Por mais delicada e íntima que seja a linguagem em muitas partes do
livro, deve notar-se que não há nada que ofenderia ao mais modesto oriental. O Dr.
Campbell Morgan disse: “Em primeiro lugar era indubitavelmente um canto de amor
terrestre, mas muito puro e muito lindo. Pessoas há que encontrariam indecências no
céu – se por acaso chegassem lá – mas às ocultariam em suas almas corrompidas.
Para aqueles que vivem vida simples, estes cânticos são cheios de formosura e
expressam a linguagem do amor humano. Finalmente, nas experiências espirituais,
expressam a relação daqueles que tem sido ganhos por Deus em Cristo, a quem
amam e conhecem".

C. Autor. Salomão.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
49
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
05

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
50
ANTIGO TESTAMENTO

5- OS LIVROS PROFÉTICOS
Inclui o compêndio dos quatro profetas maiores — Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel
— e dos doze profetas "menores" — Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias — Há também o livro de Lamentações que
registra a tristeza de Jeremias pela destruição de Jerusalém, efetuada pelos babilônios no
ano de 586 a.C.
A MENSAGEM DOS PROFETAS
Durante o período da monarquia e da divisão dos reinos, Israel tornou-se cada vez
mais idolatra e desobediente a Deus. O Senhor, então, mandou profetas para que
alertassem e exortassem o povo a guardar a aliança feita no monte Sinai. Ordenou que
profetizassem consequências desastrosas se eles ignorassem os mandamentos divinos.
OS PROFETAS
O termo bíblico profeta tem sua origem em um vocábulo grego que significa ―aquele
que fala por outro. Logo, os profetas eram indivíduos chamados por Deus para levar sua
Palavra ao povo de Israel (“Assim diz o Senhor”). Eles não tomavam parte no sacerdócio,
porém nutriam um sentimento especial por Israel. Sabiam que aquele era o povo escolhido
por Deus para tomar parte na aliança. Os primeiros profetas viveram durante o período
dos reis. Eram incumbidos de trazer conselhos e advertências divinas a seus monarcas.
Todavia conheceram seu fim após o exílio, quando já não havia reis em Israel. De acordo
com a tradição judaica, o Espírito de Deus abandonou seu povo após a morte de Malaquias
em 440 a.C.
FUNÇÃO
 REPROVAR o pecado (chamar o povo de volta para os termos das alianças).
 ENSINAR a Palavra de Deus ( suprir vácuo dos sacerdotes)
 ESCREVER a Palavra de Deus (Profetas da Palavra e Profetas da Escrita)
 PREDIZER o Futuro (Por que?)

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
51
ANTIGO TESTAMENTO

PROFETAS NA BÍBLIA
Profeta Data Origem Ref. Bíblica Mensagem principal
Elias 875-850 Tisbe 1Rs 17 a 2Rs 2.18 Javé, e não Baal, é Deus
Micaías 856 Samaria 1Rs 22; 2Cr 18 Prova de profecia
Eliseu 855-800 Abel-Meolá 1Rs 19.15-21; 2Rs O poder miraculoso de
2-9; 13 Deus
Jonas 775 Gate-Hefer 2Rs 14.25; Jonas A preocupação universal
de Deus
Amós 765 Tecoa Amós Chamado de Deus à
justiça e retidão
Oséias 750 Israel Oséias O amor inextinguível de
Deus
Isaías 740-698 Jerusalém 2Rs 19-20; Isaías Esperança por meio de
arrependimento e
sofrimento
Miquéias 735-710 Moresete-Gate; Jr 26.18; Miquéias Chamado á misericórdia
Jerusalém e justiça humildes
Odede 733 Samaria 2Cr 28.9-11 Não vá além do que
Deus ordena
Sofonias 630 ? Sofonias A esperança para os
justos humildes
Naum 625 Elcos Naum O zelo de Deus protege
seu povo
Habacuque 625 ? Habacuque Deus exige fidelidade
Jeremias 626-584 Anatote; 2Cr 36.12; O profeta fiel aponta
Jerusalém Jeremias para a nova aliança
Hulda 621 Jerusalém 2Rs 22; 2Cr 34 O livro de Deus é exato
Ezequiel 593-571 Babilônia Ezequiel A esperança futura para
a nova comunidade de
culto
Joel 588 Jerusalém Joel Chamado ao
arrependimento e

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
52
ANTIGO TESTAMENTO

experiência do Espírito
Santo
Obadias 580 Jerusalém Obadias Julgamento contra Edon
para trazer o Reino de
Deus.
Ageu 520 Jerusalém Ed 5.1; 6.14; Ageu A prioridade da casa de
Deus
Zacarias 520-514 Jerusalém Ed 5.1; 6.14; A fidelidade levará ao
Zacarias domínio universal de
Deus
Malaquias 433 Jerusalém Malaquias Deve-se honrar a Deus e
esperar sua justiça.

5.1. Isaías

A. Tema. De todas as escrituras proféticas o livro de Isaías é a mais formosa e


sublime. Em nenhum dos outros livros obtemos uma visão tão gloriosa do Messias e de seu
reino. Por causa da ênfase dada à graça de Deus e à sua obra redentora com relação a
Israel e às nações, o livro de Isaías tem sido chamado “O Quinto Evangelho”, e seu autor
“o Evangelista do Antigo Testamento”. As duas divisões principais do livro ajudar-nos-ão a
encontrar o seu tema. A chave da primeira divisão (caps. 1-39), é “Denúncia”. Ao ler esta
seção sentimos os estrondos da ira divina contra o apóstata Israel e contra as nações
idólatras que o rodeiam. Nestes capítulos são profetizados o cativeiro de Babilônia, as
tribulações e os julgamentos dos últimos dias. A chave da segunda segunda seção (caps.
40-66) é “Consolação”. Esta seção contém profecias do regresso de Israel do cativeiro
babilônico, de sua restauração e reunião na Palestina, nos últimos dias. Baseando-nos
nessas duas divisões, podemos resumir o tema de Isaías da seguinte maneira: a ira de Deus
resultando na condenação e tribulação de Israel; a graça de Deus resultando na sua
salvação e exaltação.

B. Autor. Isaías. Profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e


talvez durante o reinado de Manassés (entre 757 a 697 a.C).

C. Esfera de Ação. Os acontecimentos históricos registrados em Isaías abrangem um


período de mais ou menos 62 anos. De 760 a 698 a.C.
A maioria dos acontecimentos tratados nos capítulos de 1—39 ocorreu durante o
ministério de Isaías (v. 6.1; 14.28; 36.1), sendo provável que esses capítulos foram

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
53
ANTIGO TESTAMENTO

concluídos não muito depois de 701 a.C., ano em que o exército assírio foi destruído. O
profeta viveu pelo menos até 681 a.C. e pode ter escrito os capítulos de 40—66 em seus
últimos anos. Na mensagem aos exilados do séc. VI a.C., Isaías foi projetado para o futuro,
da mesma maneira que o apóstolo João em Ap de 4—22.

C. Conteúdo. Isaías profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel.


Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e
prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor
importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, caiu num
sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados;
o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer
carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam agradar os
homens (5.7-12,18-23; 22.12-14).
Isaías começa o seu ministério sob os reinados de Uzias e Jotão, falando contra as
alianças com povos pagãos e idólatras. Após estes reis subiu ao trono de Judá o mau rei
Acaz. Este era um rei idólatra declarado e por isso sofreu castigos de Deus como invasões
frequentes em seu reino. É tempo de profetizar juízo e anunciar a esperança messiânica.
Depois dele sobe ao trono o rei Ezequias e maior parte das mensagens e profecias de Isaías
estão relacionadas ao governo deste rei. Um rei piedoso, que começou bem o seu reinado,
mas terminou mal. Durante o 6º ano do seu reinado, a Assíria invadiu o Norte e destruiu
Israel, vindo após oito anos a invadir, também, o reino de Judá. Isaías, frequentemente,
condena a idolatria e as alianças ilegítimas, tal como a que Ezequias fez com o Egito para
livrar-se da Assíria.
Os capítulos 40 a 66 trazem principalmente uma mensagem de consolação e
restauração, enfatizando a graça de Deus e a vinda do Messias - o servo sofredor. O
capítulo 53 é o central, por causa do seu importante tema.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
54
ANTIGO TESTAMENTO

PROFECIAS MESSIÂNICAS EM ISAÍAS


Profecias Isaías Novo Testamento
O Messias, o servo de Deus 49.1 Mc 10.45; 14.24
Nasceu da virgem 7.14 Mt 1.23
Da linhagem de Davi 11.1,10 Mt 1.1
Recebeu seu poder do Espírito 11.2; 42.1 Mt 3.16
Gentil com os fracos 42.3 Mt 11.29,30
Obediência absoluta 50.4-9 Hb 12.8
Servo sofredor 50.6; 53.7,8 Rm 4.25
Rejeitado por Israel 49.7; 53.1,3 1Pd 2.4
Carregou os pecados do mundo 53.4-6,10-12 Jo 1.11
Triunfou sobre a morte 53.10 Jo 1.29
Será exaltado 52.13; 53.12 1 Co 15.4; Ef 4.10
Confortará Israel e julgará os 61.1-3 Fl 2.9
pagãos 49.3 Rm 9
Manifestará a glória de Deus 49.5,8 Jo 17.5
Restaurará Israel 9.7 Rm 11.26; Lc 1.32
Reinará no trono de Davi 9.2 Rm 11.26-32
Trará alegria para Israel 42.6; 49.8,9 Rm 11.25-29
Fará novo pacto com Israel 11.10 Hb 8.6-13; Mt 29.19,20
Restaurará as nações 42.6; 49.8,9 Mt 4.16; Jo 1.9
Uma luz para os gentios 11.10 Ap 5.14; Hb 10.22
Governará o mundo 42.6; 49.6 Ap 21
Julgará com retidão, justiça e 49.7; 52.15 Jo 16.8-11
fidelidade
9.6
11.3-5; 42.1,4

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
55
ANTIGO TESTAMENTO

5.2. Jeremias

A. Tema. Tanto Isaías como Jeremias levaram mensagens de condenação ao Israel


apóstata. Enquanto que o tom de Isaías é vigoroso e severo, o de jeremias é moderado e
suave. O primeiro leva uma expressão da ira de Jeová contra o pecado de Israel; o último,
uma expressão de seu pesar por causa dele. Ao repreeender Israel, Isaías imergiu sua pena
no fogo e Jeremias, nas lágrimas. Isaías, depois de denunciar a iniquidade de Israel,
prorrompe em êxtases de alegria ao ver a antecipação da independência vindoura.
Jeremias teve um vislumbre do mesmo acontecimento feliz, mas esse vislumbre não foi
suficiente para enxugar-lhe as lágrimas ou dissipar a névoa de seu pesar pelo pecado de
Israel. Por causa deste último fato Jeremias é conhecido como “o profeta das lágrimas”. O
que abaixo se segue servirá como tema de seu livro: o amor imutável de Jeová ao seu povo
apóstata e sua tristeza por causa da condição deste.

B. Autor. Jeremias. Foi chamado ao ministério quando era jovem ainda (1.6), no ano
décimo-terceiro do rei Josias, mais ou menos setenta anos depois da morte de Isaías.
Jeremias começou seu ministério (com cerca de 20 anos de idade) no reinado do bom rei
Josias, com quem o profeta mantinha relações cordiais. Depois da morte de Josias a
oposição ao profeta ganhou ímpeto. Ele escapou por pouco à prisão, foi proibido de ir ao
templo, e teve de comissionar Baruque, seu secretário, para anunciar suas profecias. O rei
Jeoaquim destruiu as profecias escritas de Jeremias (que foram depois, reescritas pelo
profeta, 36.22ss.).

C. Esfera de Ação. Desde o ano 13 de Josias até a primeira parte do cativeiro da


Babilônia, cobrindo um período de mais ou menos 40 anos. O seu chamado é datado de
626 a.C, e o seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de Jerusalém, em
586 a.C.

5.3. Lamentações de Jeremias

A. Tema. Lamentações é um apêndice à profecia de Jeremias, que registra a tristeza


aguda e dolorosa do profeta pelas misérias e desolações de Jerusalém, resultantes de seu
sítio e destruição. O objetivo principal do livro era ensinar aos judeus a reconhecerem a
mão castigadora de Deus em suas calamidades e que se voltassem a ele com
arrependimento sincero. Os judeus cantam este livro todas as sextas-feiras junto ao Muro
das Lamentações, em Jerusalém, e o lêem na sinagoga, em jejum, no dia 09 de agosto, o
dia destinado à lamentação das cinco grandes calamidades que sobrevieram à nação.
Resumiremos o tema de Lamentações da seguinte maneira: as desolações de Jerusalém, o

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
56
ANTIGO TESTAMENTO

resultado de seus pecados, e o castigo de um Deus fiel, que visava conduzi-los ao


arrependimento.

B. Autor. Jeremias.
C. Curiosidades do livro.
 Lido pelos Judeus no dia 9 do 4º mês (Julho) – o dia da destruição da cidade de
Jerusalém (Jr 52.6,7).
 Quase todos os profetas contêm exemplos de Lamentações.
 Alguns eventos na destruição da cidade:
o Massacre de reis (2.6,9; 4.20), príncipes (1.6; 2.2,9; 4.7,8; 5.12), profetas
(2.9,20), e cidadãos comuns (2.10-12; 3.48; 4.6).
o Canibalismo: as mães cozinhando os filhos (2.20; 4.10).
o Deportação (1.3,18).
o O fim do centro religioso do culto da nação (1.4,10).

5.4. Ezequiel

A. Tema. Ezequiel exerceu seu ministério de profeta na Babilônia, começando-o sete


anos antes da destruição de Jerusalém, e encerrando-o cerca de quinze anos depois. Como
a de Isaías, a sua mensagem foi de denúncia e consolação.
“O ponto central das predições de Ezequiel é a destruição de Jerusalém. Antes deste
acontecimento seu motivo principal era chamar ao arrependimento aqueles que viviam
em segurança descuidada, admoestando-os a que não abrigassem a esperança de que,
com a ajuda dos egípcios, sacudiram o jugo da babilônia (17.15-17), e assegurando-lhes
que a destruição da cidade e do templo eram inevitáveis e se aproximavam rapidamente.
Depois desse acontecimento, seu cuidado principal foi consolar os judeus desterrados,
dando-lhes promessas de libertação futura e restauração na sua terra; animando-os com a
certeza de bênçãos futuras.” – Angus-Green.
Faremos um resumo do tema, como segue: o afastamento da glória de Deus de
Israel, em vista do juízo vindouro e a volta da sua glória em vista da restauração futura.

B. Autor. Ezequiel. Foi levado cativo juntamente com o rei Jeoiaquim, por
Nabucodonosor, cerca de dez anos antes da destruição de Jerusalém. Seu lar era Telabib
na Babilônia. Ali ministrou aos desterrados, a maioria dos quais resistiam às suas palavras
aderindo à esperança falsa de um regresso rápido.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
57
ANTIGO TESTAMENTO

C. Esfera de Ação. Os acontecimentos históricos registrados neste livro abrangem um


período de cerca de 21 anos – de 595 a 574 a.C.

5.5. Daniel

A. Tema. O livro de Daniel é, na maior parte, uma história profética dos poderes
gentílicos mundiais desde o reinado de Nabucodonosor até a vinda de Cristo. Os profetas
em geral salientam o poder e a soberania de Deus com relação a Israel, e o revelam como
aquele que determina os destinos de seu povo escolhido através dos séculos até a
restauração final. Daniel, por outra parte, destaca a soberania de Deus com relação aos
impérios gentílicos do mundo, e revela Deus como aquele que domina e governa os
negócios desses impérios até a época de sua destruição, na vinda de seu Filho.
“A visão é a de um Deus que governa, cheio de sabedoria e poder; de reis que
desaparecem; de dinastias e impérios que surgem e caem enquanto Deus, entronizado no
céu, governa seus movimentos.”- Campbell Morgan.
O tema de Daniel pode ser resumido da seguinte maneira: Deus revelado como o que
domina a elevação e a queda dos reinos deste mundo até a sua destruição final e que
estabelece seu próprio reino. Por causa de suas muitas visões, o livro de Daniel tem sido
chamado “O Apocalipse do Antigo Testamento”.

B. Autor. Daniel. Quando ainda muito jovem, foi levado cativo à Babilônia no 3º ano
de Jeoaquim (2 Cr 36.4-7), e oito anos antes de Ezequiel. Profetizou durante todo o
cativeiro, sendo proferida a sua última profecia no reinado de Ciro, dois anos antes do
regresso dos judeus à Palestina.

C. Esfera de Ação. Desde Nabucodonosor até Ciro, abrangendo um período de cerca


de 73 anos – de 607 a 534 a.C.

D. Conteúdo. Daniel foi levado com alguns jovens importantes e nobres de Judá para
a Babilônia, na ocasião do primeiro cerco de Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano 606
a.C. Toda a sua vida praticamente é vivida lá na Babilônia, pois com aproximadamente 90
anos, ele assiste à volta dos judeus para Jerusalém, mas ele, já muito idoso, permanece por
lá.
Nestes 70 anos de cativeiro para os judeus, e de vida profética para Daniel, ele
assistiu a ascensão e a queda de grandes impérios, sendo este o tema de suas mensagens,
as quais revelam a soberania de Deus sobre as nações e antecipam muito do calendário
histórico de reinos gentios, que Deus lhe mostrou.
A história de Daniel começa aos 16 anos, quando ele chega cativo na Babilônia. No
ano seguinte, Nabucodonosor tem um sonho e somente Daniel consegue interpretá-lo. Por

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
58
ANTIGO TESTAMENTO

causa da interpretação deste sonho Daniel é colocado como governador da Província da


Babilônia. No capítulo 5 de Daniel já temos Belsazar no trono babilônico (Belsazar é neto
de Nabucodonosor).
Há uma grande festa, onde os utensílios usados eram os do templo do Senhor,
carregados quando Jerusalém foi invadida. Nesta festa, o Senhor escreve na parede, e
Daniel com 82 anos é chamado para interpretar, anunciando o fim do império babilônico e
sua derrota para os medos e persas.
Dario, o medo, é deixado no trono, enquanto Ciro, o persa, prossegue com suas
conquistas. Por causa de um decreto, Dario foi obrigado a lançar Daniel, com 83 anos na
cova dos leões. Daniel foi libertado e continuou a gozar de prestígio entre os reis medo-
persas.
Daniel ficou no palácio real até o ano em que o rei Ciro começou a governar a
Babilônia. Ele sempre foi respeitado, até mesmo pelos governantes, por sua sabedoria.
Não existem registros da data e circunstâncias de sua morte. Mas ele possivelmente
morreu em Susã, com oitenta e cinco anos, onde existe uma provável tumba onde estaria
seu corpo, este lugar é conhecido como 'Shush-Daniel'.

CRONOLOGIA DAS VISÕES DE DANIEL

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
59
ANTIGO TESTAMENTO

5.6. Oséias

A. Tema. O livro de Oséias é uma grande exortação ao arrependimento dirigida às


dez tribos, durante os cinquenta ou sessenta anos antes do cativeiro destas. Seu cálice de
iniqüidade enchia-se rapidamente. Os reis e sacerdotes eram assassinos e libertinos; os
sacerdotes idólatras desviavam o povo do culto a Jeová; em dificuldades, o governo se
voltava ao Egito ou à Assíria pedindo ajuda; em muitos casos o povo imitava a vileza moral
dos cananeus; viviam numa segurança descuidada, interrompida somente em tempos de
perigo por um arrependimento fingido; sobretudo, Deus e sua Palavra eram esquecidos.
Esses pecados da nação, no seu estado de separação de Deus, são resumidos pelo profeta
como o pecado de adultério espiritual, ilustrado pela própria experiência do profeta ao se
casar com uma mulher impudica que o abandonou por outro amante. O pecado de Israel é
mais grave que o das nações vizinhas. Os pecados dessas nações são ofensas cometidas
por aqueles que não tinham relação com Jeová. O pecado de Israel é o de infidelidade a
seu esposo, Jeová, que a libertou do Egito, cuidou dela e com quem fez votos sagrados de
obediência e fidelidade no Monte Sinai. Mas em lugar de matar a esposa adúltera, como
prescrevia a lei, Jeová manifesta para com ela um amor que vai além do humano – ele a
acolhe novamente. É o seguinte o tema de Oséias: Israel, a esposa infiel abandona seu
esposo compassivo, que a acolhe novamente.

B. Autor. Oséias foi um profeta do reino do Norte. Profetizou na mesma época que
Amós, Isaías e Miquéias em Judá. Seus ministério, de cerca de 60 anos, é o mais longo de
todos os profetas.

C. Esfera de Ação. Os acontecimentos históricos a que se refere o livro de Oséias


cobrem um período de mais ou menos 60 anos – desde 785 a.C., até o tempo do cativeiro
das dez tribos.

5.7. Joel

A. Tema. A ocasião da profecia de Joel foi uma invasão extraordinariamente


calamitosa de insetos destrutivos – o gafanhoto – que devastou a terra, destruiu as
colheitas, e trouxe a fome geral. O profeta vê nessa calamidade uma visitação do Senhor e
se refere a ela como um tipo do castigo final do mundo – o dia do Senhor (1.15). Como
muitos dos outros profetas, Joel predisse o futuro à luz do presente, considerando um
acontecimento atual e iminente como símbolo de um acontecimento futuro. Por isso ele
vê na invasão dos gafanhotos um indício da invasão vindoura do exército assírio (2.1-27;
comparar com Isaías caps. 36, 37). Projetando sua visão ainda mais para o futuro, vê a
invasão final da Palestina pelos exércitos confederados do Anticristo. Tomando o “Dia do

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
60
ANTIGO TESTAMENTO

Senhor” como o pensamento central e tendo em mente que a mesma expressão é usada
com referência à invasão dos gafanhotos e dos assírios, resumiremos o tema de Joel da
seguinte maneira: o dia do Senhor visto como imediato (na invasão dos gafanhotos), como
iminente (na invasão assíria), e como futuro (na invasão final).

B. Autor. Pouco se sabe acerca de Joel. Acredita-se que profetizou durante o tempo
de Joás, rei de Judá (2 Rs, cap. 12).

5.8. Amós

A. Tema. Podemos apresentar o tema de Amós da seguinte maneira: exposição dos


pecados de um povo privilegiado, cujos privilégios lhes trouxeram grande responsabilidade
e cujas faltas sob essa responsabilidade lhes acarretaram um castigo de acordo com a luz
que tinham recebido.

B. Autor. Amós. Seu ministério foi especialmente às Dez Tribos, embora tivesse
também uma mensagem para Judá e para os países vizinhos. Profetizou durante os
reinados de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel, cerca de 60 a 80 anos antes do
cativeiro das Dez Tribos.

5.9. Obadias

A. Tema. Podemos notar claramente o tema de Obadias com a primeira leitura do


livro. É o grande pecado de Edom – violência contra Judá; seu castigo – extinção nacional.
Os versículos 10-14, indicam que o livro foi escrito depois da destruição de Jerusalém.

B. Autor. Não se sabe absolutamente nada acerca de Obadias. Há muitos com este
nome no Antigo Testamento.

5.10. Jonas

A. Tema. O livro de Jonas é diferente das outras profecias, por não conter uma
mensagem direta a Israel, sendo a mensagem do profeta dirigida aos ninivitas. O livro de
Jonas é uma repreensão contra o exclusivismo dos judeus que se conservavam a certa
distância dos gentios e consideravam-se superiores a eles. É considerado o livro
missionário do Antigo testamento. O tema do livro pode ser resumido da seguinte
maneira: o amor de Deus para com os gentios revela-se ao enviar-lhes um profeta que os
chama ao arrependimento.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
61
ANTIGO TESTAMENTO

B. Autor. Jonas era galileu, da cidade de Gatehefer, perto de Nazaré. Pregou às Dez
Tribos no reinado de Jeroboão II, durante o qual profetizou a restauração de algum
território israelita (2 Rs 14.25-27).

5.11. Miquéias

A. Tema. Miquéias profetizou, mais ou menos na mesma época de Isaías, com o qual
provavelmente teve contato, havendo semelhanças notáveis nas suas profecias. (compare,
por exemplo, Isaías 2.1-4 com Miquéias 4.1-5). Podemos resumir o tema da seguinte
maneira: Israel destruído pelos chefes falsos e salvo pelo Chefe verdadeiro, o Messias.

B. Autor. Miquéias era natural de Moresete-gate, uma aldeia cerca de 32


quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Era um profeta do campo. Miquéias profetizou
durante os reinados de Pecaías, peca e Oséias em Israel, e de Jotão, Acaz e Ezequias, em
Judá (2 Rs 15.23-30).

5.12. Naum

A. Tema. O livro de Naum tem um único tema saliente: a destruição de Nínive. É a


sequencia da mensagem do profeta Jonas, por cujo ministério os ninivitas foram
conduzidos ao arrependimento e salvos do castigo iminente. É evidente que mudaram de
opinião a respeito de seu primeiro arrependimento e de tal maneira se entregaram à
idolatria, crueldade e opressão, que 120 anos mais tarde, Naum pronunciou contra eles o
julgamento de Deus em forma de uma destruição completa.

B. Autor. Praticamente nada se sabe a respeito de Naum. Crêem alguns que ele era
nativo de El-kosh, uma aldeia da Galiléia. Ele profetizou durante o reinado de Ezequias e
foi testemunha do sítio de Jerusalém por Senaqueribe, acontecimento esse que pode Ter
sido a ocasião da sua profecia.

5.13. Habacuque

A. Tema. O livro de Habacuque apresenta o quadro de um homem de Deus,


embaraçado com a aparente tolerância de Deus pela iniquidade. O profeta está rodeado
por todos os lados da injustiça triunfante e não castigada. A princípio seu clamor pelo
julgamento, aparentemente não é ouvido por Deus. Quando, finalmente, é respondida a
sua oração e pronunciado o julgamento, ele fica ainda mais surpreso, porque os agentes
do julgamento de Deus, os caldeus, são mais ímpios e mais dignos de castigo do que suas
vítimas. Habacuque está cheio de dúvidas. Mas, felizmente ele leva a sua inquietação a

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
62
ANTIGO TESTAMENTO

Deus que logo a dissipa, e apresenta uma solução dos seus problemas resumida na
declaração que é o coração do livro – “O justo viverá pela sua fé” (2.4). Isso quer dizer que,
por mais tenebroso que se apresente o futuro e por mais triunfante que pareça o mal, o
justo não deve julgar pelas aparências, mas sim pela Palavra de Deus. O profeta muito
aprendeu com esta lição, porque, embora sua profecia comece com mistérios, perguntas e
dúvidas, termina com certeza e afirmações de fé. Resumiremos o tema da seguinte
maneira: o conflito e o triunfo final da fé.

B. Autor. Habacuque profetizou durante os reinados de Jeoacaz e Jeoiaquim.

5.14. Sofonias

A. Tema. A repetição frequente da frase “o dia do Senhor” sugere imediatamente


que Sofonias tinha uma mensagem de julgamento. Mas, como acontecia com quase todos
os demais profetas, tem também uma mensagem de restauração. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: a noite do juízo sobre Israel e sobre as nações, seguida da manhã da
restauração do primeiro e da conversão das últimas.

B. Autor. Sofonias era bisneto de Ezequias. Ele profetizou durante o reinado de


Josias, rei de Judá.

5.15. Ageu

A. Tema. Ageu é o primeiro dos profetas conhecidos como profetas pós-exílicos; quer
dizer que profetizou depois do cativeiro. Zacarias e Malaquias são os outros dois.
Sob o decreto favorável de Ciro, o restante dos judeus voltou à sua terra sob a
direção de Zorobabel, o governador, e Josué, o sumo sacerdote. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: o resultado do relaxamento no término do templo – desagrado divino e
castigo; o resultado do término do templo – bênção divina e promessa de glória futura.

B. Autor. Pouco se sabe da vida de Ageu, “o profeta do segundo templo”, exceto que
profetizou depois do cativeiro e que sua missão era animar o povo na reconstrução do
templo.

5.16. Zacarias

A. Tema. O fundo histórico da profecia de Zacarias é o mesmo de Ageu, sendo que


ambos os profetas ministraram no mesmo período e tiveram missão semelhante. A missão
de Zacarias era animar, por meio da promessa do êxito atual e da glória futura, o resto do
povo judeu, que estava desanimado pelas aflições atuais e que hesitava em reconstruir o

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
63
ANTIGO TESTAMENTO

seu templo. O povo tinha bons motivos para estar desanimado. Antes eles foram uma
nação livre, com um rei e uma constituição. Mas agora, tinham regressado a esse país sob
um governo estrangeiro, um país sem rei e despojado de poder. A sua atual condição
apresentava um quadro triste, mas Zacarias transformou essa situação calamitosa em uma
cena gloriosa, enquanto ele, por meio de uma série de visões e profecias, descreve uma
Jerusalém restaurada, protegida e habitada pelo Messias, sendo ela a capital de uma nação
elevada acima de todas as demais nações. Além da promessa de glória futura, o profeta
fez promessas de êxitos e empreendimentos atuais, porque assegurava ao remanescente
que o seu templo seria reconstruído, apesar da oposição. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: um estímulo à nação para servir fielmente ao seu Deus por meio da
aflição atual, com a visão das glórias futuras do tempo do Messias.

B. Autor. Zacarias.

5.17. Malaquias

A. Tema. Em Neemias lemos a última página da história do Antigo Testamento; no


livro do profeta Malaquias, contemporâneo de Neemias, lemos a última página da profecia
do A.T. Malaquias, o último dos profetas, testifica, como fazem os que vieram antes dele, o
triste fato do fracasso de Israel. Ele apresenta o quadro de um povo religioso
externamente, mas interiormente indiferente e falso, um povo para o qual o culto a Jeová
se transformou em formalismo vazio, desempenhado por um sacerdócio corrupto que não
o respeitava. Sob o ministério de Ageu e Zacarias, o povo estava disposto a reconhecer
suas faltas e a corrigi-las, mas agora, endureceram-se tanto que negam insolentemente as
acusações de Jeová (1.1,2; 2.17; 3.7). Pior ainda, muitos professam ceticismo quanto à
existência de um Deus de juízo e outros perguntam se valerá a pena servir ao Senhor (2.17;
3.14,15). Qual raio de luz nesta cena escura, brilha a promessa da vinda do Messias, que
chegará para libertar o resto dos fiéis e julgar a nação. O livro termina com uma profecia
da vinda de Elias, o precursor do Messias, e então cerra-se a cortina sobre a revelação do
A.T., para não mais se levantar até quatrocentos anos mais tarde, quando o anjo do Senhor
anunciou a vinda daquele que irá adiante dele e que virá com o espírito e a virtude de Elias
(Lc 1.17).

B. Autor. Nada se sabe da história pessoal de Malaquias. Crê-se que tenha


profetizado no tempo de Neemias e o apoiou, como Ageu e Zacarias apoiaram Zorobabel.
Escreveu tanto acerca de Cristo que alguém disse: “A profecia do Antigo Testamento
expirou com o Evangelho já em sua língua!”.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
64
ANTIGO TESTAMENTO

AULA
06

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
65
ANTIGO TESTAMENTO

6- PERÍODO INTERBÍBLICO
O período interbíblico, ou período intertestamentário, é o momento histórico que
compreende o espaço de tempo entre o Antigo e o Novo Testamento. Na narrativa bíblica
passaram-se cerda de quatrocentos anos entre a época de Neemias (quando o livro de
Malaquias foi escrito) e o nascimento de Cristo (aproximadamente 433 – 5 a.C.).
Esse período entre os dois testamentos também é chamado por muitos como os
“anos de silêncio”. Isso porque durante esse tempo não houve nenhum registro de uma
palavra profética da parte de Deus para o povo de Israel.
Entretanto, muitas coisas significativas ocorreram no período interbíblico. Durante
esse momento histórico, pode-se dizer que o mundo descrito no Novo Testamento estava
em formação. Logo, o conhecimento dos fatos ocorridos durante o período interbíblico é
fundamental para um melhor entendimento do contexto histórico do Novo Testamento.
É importante observarmos que a expressão “400 anos de silêncio”, freqüentemente
empregada para descrever o período entre os últimos eventos do A.T. e o começo dos
acontecimentos do N.T., não é correta nem apropriada. Embora nenhum profeta inspirado
se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o A.T. já estivesse completo aos
olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua
ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a
proclamação do Seu evangelho.

6.1. Aspectos Políticos

A. Supremacia Persa. Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império


Persa exerceu controle sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os
persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas instituições religiosas. A Judéia era
dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo persa, fato que, ao
mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o
sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu
papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de Joiada (Ne
12.22), é conhecido por ter assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.
A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a
Judéia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o
reino de Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram
deportados para Babilônia e para as margens do mar Cáspio.
B. Alexandre, o Grande. Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor
(333 AC), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
66
ANTIGO TESTAMENTO

foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que
quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu
encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria
vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que
Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis,
isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito
(331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis
aos seus súditos gregos.
C. A Judéia sob os Ptolomeus. Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou
sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte
da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que
havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou
Jerusalém num dia de sábado em 320 AC Ptolomeu foi bondoso para com os judeus.
Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da
cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os
judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta
tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que
seus setenta (mais exatamente 72 – seis de cada tribo) tradutores foram
sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes
todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.
D. A Judéia sob os Selêucidas. Depois de aproximadamente um século de vida dos
judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a
Palestina aos Ptomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas
porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado
por Seleuco I (Nicator).
Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo
sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram
conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao
partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué
para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído
depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau).
Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho
contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e
religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi
erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus
foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi
oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos
judeus.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
67
ANTIGO TESTAMENTO

E. Os Macabeus. Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem


um líder para sua causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina,
cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias,
desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além
de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o oficial sírio que
presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda de
seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velho
sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o
término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte
do pai. Por volta de 164 AC Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e
reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na
Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase
vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos
Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que,
por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi
relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu
irmão mais velho. A essa altura, Antípater, governador da Iduméia, assumiu o partido de
Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Roma entrou em cena e
Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes
e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de
Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos.
Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.
F. Roma. Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio
Cesar e da morte de Antípater (pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro
governante da Judéia, Antígono, o segundo filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do
trono. Por algum tempo chegou a reina em Jerusalém, mas Herodes, filho de Antípater,
regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento com
Mariamne, neta de Hircano, ofereceu um elo com os governantes Macabeus.
Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o
venerável Hircano (31 AC) e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois
filhos. No seu leito de morte, ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra
esposa. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos
em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
68
ANTIGO TESTAMENTO

6.2. Grupos Religiosos dos Judeus

Quando, seguindo-se à conquista de Alexandre, o helenismo mudou a mentalidade


do Oriente Médio, alguns judeus se apegaram ainda mais tenazmente do que antes à fé de
seus pais, ao passo que outros se dispuseram a adaptar seu pensamento às novas idéias
que emanavam da Grécia. Por fim, o choque entre o helenismo e o judaísmo deu origem a
diversas seitas judaicas.
A. Os Fariseus. Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que
haviam lutado contra os helenistas no tempo dos Macabeus. O nome fariseu,
“separatista”, foi provavelmente dado a eles por seu inimigos, para indicar que eram não-
conformistas. Pode, todavia, ter sido usado com escárnio porque sua severidade os
separava de seus compatriotas judeus, tanto quanto de seus vizinhos pagãos. A lealdade à
verdade às vezes produz orgulho e ate mesmo hipocrisia, e foram essas perversões do
antigo ideal farisaico que Jesus denunciou. Paulo se considerava um membro deste grupo
ortodoxo do judaísmo de sua época. (Fp 3.5).
B. Saduceus. O partido dos saduceus, provavelmente denominado assim por causa de
Zadoque, o sumo sacerdote escolhido por Salomão (1Rs 2.35), negava autoridade à
tradição e olhava com suspeita para qualquer revelação posterior à Lei de Moisés. Eles
negavam a doutrina da ressurreição, e não criam na existência de anjos ou espíritos (At
23.3). Eram, em sua maioria, gente de posses e posição, e cooperavam de bom grado com
os helenistas da época. Ao tempo do N.T. controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A
sinagoga, por outro lado, era a cidadela dos fariseus.
C. Essênios. O essenismo foi uma reação ascética ao externalismo dos fariseus e ao
mudanismo dos saudceus. Os essênios se retiravam da sociedade e viviam em ascetismo e
celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrsturas, à oração e às lavagens
cerimoniais. Suas posses eram comuns e eram conhecidos por sua laboriosidade e
piedade. Tanto a guerra quanto a escravidão era contrárias a seus princípios.
O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscrito do Mar Morto
foram encontrados, é considerado por muitos estudiosos como um centro essênio de
estudo no deserto da Judéia. Os rolos indicam que os membros da comunidade haviam
abandonado as influências corruptas das cidades judaicas para prepararem, no deserto, “o
caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e consideravam-se o verdadeiro Israel
para quem Ele viria.
D. Escribas. Os escribas não eram, estritamente falando, uma seita, mas sim,
membros de uma profissão. Eram, em primeiro lugar, copista da Lei. Vieram a ser
considerados autoridades quanto às Escrituras, e por isso exerciam uma função de ensino.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
69
ANTIGO TESTAMENTO

Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem
freqüentemente associados no N.T.
E. Herodianos. Os herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo estavam
na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou
romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um partido político que
uma seita religiosa.
A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas
expressas nas reações sectárias dentro do judaísmo pré-cristão forneceram o referencial
histórico no qual Jesus veio ao mundo. Frustrações e conflitos prepararam Israel para o
advento do Messias de Deus, que veio na “plenitude do tempo” (Gl 4.4).

6.3. A Literatura

Embora esse período interbíblico tenha sido marcado por turbulências e conflitos,
muito material literário foi produzido pelos judeus durante esses anos, desde textos
históricos até obras apocalípticas. Certamente as três principais obras desse período
foram: a Septuaginta, os Apócrifos e os Manuscritos do Mar Morto.
A. A Septuaginta é a versão grega do Antigo Testamento, também conhecida pelo
algarismo romano LXX. Ela possui esse nome porque, segundo as tradições judaicas,
setenta e dois estudiosos teriam se reunido na Ilha de Faros, próximo à cidade de
Alexandria, para traduzir o Antigo Testamento para o grego. Isso teria ocorrido num prazo
de setenta e dois dias.
Entretanto, acredita-se que apenas a Torá (os cinco livros de Moisés) tenha sido
traduzida nesse período. Já os demais livros do Antigo Testamento, juntamente com
alguns outros livros não canônicos, foram incluídos na Septuaginta em algum momento
antes do início da era cristã.
A Septuaginta se tornou a Bíblia dos judeus fora da Palestina. Isso seu deu
principalmente pelo fato de que muitos deles já não falavam mais o hebraico.
Posteriormente a Septuaginta também se tornou a Bíblia mais usada pela Igreja Primitiva.
Embora a Septuaginta tenha sido produzida por volta de 250 a.C., pode-se dizer que as
ações de Alexandre o Grande entre 333 e 323 a.C., quando incentivou os judeus a se
mudarem para Alexandria dando-lhes até mesmo alguns privilégios comuns aos cidadãos
gregos, preparam o caminho para que esse projeto fosse realizado.
B. Os Livros Apócrifos também foram escritos nesse período intertestamentário, com
exceção de 2 Esdras que, provavelmente, data de 90 d.C. Os chamados “Apócrifos”
constituem uma coletânea de livros juntamente com mais alguns acréscimos de textos aos
livros canônicos. Por um lado, sem dúvida essa obra possui sua importância como fonte de

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
70
ANTIGO TESTAMENTO

informação para o estudo do período entre os dois Testamentos. Mas por outro lado, os
Livros Apócrifos não apresentam nenhum valor doutrinário, além de conter erros
cronológicos e várias ideias conflitantes com os textos canônicos.
C. Os Manuscritos do Mar Morto são documentos e fragmentos encontrados em
1947 em uma caverna nas colinas da costa sudoeste do Mar Morto. Esse material incluía:
livros do Antigo Testamento; alguns dos Apócrifos; livros pseudoepígrafos (textos escritos
por autores que se faziam passar por personagens importantes da Antiguidade); obras
apocalípticas; e vários outros livros específicos da seita que os produziu.

6.4. Eventos Históricos Importantes

Abaixo temos uma linha do tempo com os principais acontecimentos que ocorreram
no período entre os Testamentos:
 333-323 a.C. | Domínio de Alexandre o Grande.
 323-198 a.C. | Os Ptolomeus dominam a Palestina.
 320 a.C. | Jerusalém é conquistada por Ptolomeu I Soter.
 311 a.C. | Início da dinastia Selêucida.
 226 a.C. | Antíoco III conquista a Terra Santa.
 223-187 a.C. | Antíoco se torna o governante Selêucida da Síria.
 198 a.C. | Antíoco derrota o Egito e obtém o controle da Terra Santa.
 198-166 a.C. | Governo dos Selêucidas sobre a Palestina.
 175-164 a.C. | Antíoco IV Epífanio governa a Síria e o judaísmo é proibido.
 167 a.C. | Matatias e seus filhos lideram a rebelião contra Antíoco IV.
 166-160 a.C. | Judas Macabeu lidera.
 165 a.C. | Rededicação do Templo.
 160-143 a.C. | O sumo sacerdócio é exercido por Jônatas, filho de Matatias.
 142-134 a.C. | Simão, filho de Matatias, se torna sumo sacerdote e começa a
dinastia dos Hasmoneus.
 134-103 a.C. | O estado independente judeu é expandido com João Hircano.
 104-103 a.C. | Governo de Aristóbulo.
 103-76 a.C. | Governo de Alexandre Janeu.
 76-67 a.C. | Governo de Salomé Alexandra, e Hircano II é o sumo sacerdote.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
71
ANTIGO TESTAMENTO

 66-63 a.C. | Conflito entre Aristóbulo II e Hircano II.


 63 a.C. | Começa o domínio romano, com Pompeu invadindo a Terra Santa.
 63-40 a.C. | Governo de Hircano II sob o controle de Roma.
 48 a.C. | Júlio César derrota Pompeu.
 44 a.C. | Assassinato de Júlio Cesár.
 40-37 a.C. | Antígono governa sob os romanos.
 37-4 a.C. | Herodes se torna governante da Terra Santa.
 27 a.C. | César Augusto (Otaviano) governa o Império Romano.
 19 a.C. | A construção do Templo de Herodes é iniciada.
 4 a.C. | Herodes morre e Arquelau governa em seu lugar.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo:
Editora Vida, 1991.

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br
72

Você também pode gostar