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SEGUNDO ANO: AS REVOLUÇÕES INGLESAS

As Diferenças Inglesas

A Inglaterra como país, um Estado Nacional, em primeiro lugar, é


muito diferente dos demais Estados, tanto na Idade Média quanto na
Idade Moderna.
A Inglaterra tem as suas peculiaridades. A Inglaterra foi um país
diferente politicamente, diferente economicamente, e passou por uma
série de processos revolucionários. Claro, o primeiro e mais importante
para a história foram as tais revoluções do Século XVII: A Revolução
Puritana, A Revolução Gloriosa, mas esse processo revolucionário do
século XVII confirmou determinadas características que a Inglaterra já
tinha. E acabou tendo como grande consequência um processo
econômico e social que é a Revolução Industrial. Então a Revolução
Industrial também está dentro dessas revoluções Inglesas.

 1215 – Magna Carta: Rei Dialogaria com o Parlamento.


 Parlamentarismo. A burguesia vai participar politicamente.

Por isso que a nossa aula de hoje vai de 1215, claro que
rapidamente, até o século XVIII quando ocorre essa Primeira Revolução
Industrial ou essa primeira fase dessa Revolução Industrial.
Quais são essas diferenças e peculiaridades? É muito comum em
vestibular de uma forma geral, cobrar isso de você. Cobrar que você
entenda a diferença, por exemplo, entre França e Inglaterra. Houve por
muito tempo essa conversa de que Ingleses e Franceses não se gostam e
tal. Hoje, isso é mito. Quem já viajou para lá sabe que isso não é verdade.
Mas, de fato, ao longo da história, houve uma grande animosidade, até
porque na formação do Estado Inglês e na formação do Estado Frances,
eles se deram basicamente pelo confronto entre esses Estados, pela
disputa de territórios, por guerras feudais.
Vamos entender essas diferenças:

A Primeira delas, em 1215, inicio do Século XIII quando o Rei João


Sem Terra, pressionado pela nobreza Inglesa, assina a famosa Magna
Carta. Um documento espetacular. Um documento que é celebrado pela
humanidade. Não é só pelos ingleses, mas pela humanidade.
Em 2015 nós tivemos as comemorações dos 800 anos da Magna
Carta. Porque na verdade, a Magna Carta é um documento frisava que na
Inglaterra, à partir daquele momento, o rei iria sempre dialogar ou ter
que dialogar com o parlamento para tomar decisões. As decisões
consideradas muito importantes, estratégicas para o Estado, ele teria que
discutir com o seu Parlamento. Então aqui é o inicio de um conceito de
uma Monarquia Parlamentarista.
Então na Inglaterra, você nunca vai imaginar um Absolutismo
Clássico, daquele que a gente viu na França de Luís XIV.
“Ah, o rei sol”, isso não tem na Inglaterra. A Inglaterra nunca viveu
esse estágio. Henrique VIII foi um grande Absolutista, mas não foi nos
moldes dessa monarquia Absolutista Francesa.
Já guardem isso: aqui nós já temos o Parlamento onde a burguesia
vai participar politicamente.

Agora vamos para a Segunda Peculiaridade: Formação do Estado


Francês.

 A Guerra dos 100 Anos.


 França X Inglaterra.
 Guerra dos 100 anos (1337/1453): Vitória francesa –
fragilização inglesa.

Eu não quero falar da guerra em si, eu quero falar do resultado


dessa guerra. Uma guerra feudal entre França e Inglaterra que levou 116
anos, e qual o principal resultado disso? Vamos lá: Quem venceu a Guerra
dos Cem anos? A França. E qual o resultado de uma vitória feudal por
parte dos Franceses? Um rei Frances extremamente forte, com a sua
nobreza feudal extremamente forte, a aristocracia Francesa muito
fortalecida depois da Guerra. E é exatamente o contrário com os
Ingleses. A derrota em uma guerra feudal fragiliza a monarquia, fragiliza a
nobreza.
Então, de certa forma, eu estou abrindo espaços para que uma
burguesia Inglesa se desenvolva um pouco mais, eu vou abrindo espaço
para que aquele modelo aristocrático se enfraqueça dentro da
Inglaterra.
Então essa monarquia já dentro de um modelo parlamentarista,
com divisão de poderes, enfraquecida pela Guerra Dos Cem Anos, veem
então dentro do seu território a Inglaterra entrando em uma nova guerra,
a Guerra das Duas Rosas.
Esse conflito, que durou de 1455 a 1485, foi a disputa entre duas
famílias nobres pela posse da Coroa. A Guerra das Duas Rosas devastou o
reino, enfraqueceu a nobreza e despertou nos habitantes o anseio por um
governo que acabasse com as agitações e a insegurança.
E daí então surge a sua monarquia e uma terceira família surge
montando o Estado Inglês, a dinastia Inglesa.
Mas olha que peculiaridade: aqui é diferente. Você tem uma
burguesia mais fortalecida, uma aristocracia menos poderosa, menos
influente como por exemplo, na França.

A Terceira Peculiaridade pula para o século XVI.

 Ato de Supremacia (1534).


 Anglicanismo.
 Henrique VIII – Início dos cercamentos.

Nós já estamos falando aqui de Reforma Protestante. E quando


falamos em Reforma Protestante, os ingleses também tiveram o seu
momento protestante. Quando Henrique VIII, junto com o seu
parlamento aprovam o Ato de Supremacia.
O que foi o Ato de Supremacia? “Ah professor, foi a criação da
Igreja Anglicana... O rei passa a ser o chefe da igreja”!
Mas não é bem isso que eu quero falar agora não. Parece mais
agora com um caráter absolutista onde o rei passa a ter um poder político
e religioso, mas eu quero que você perceba que nesse momento aqui, as
terras da igreja foram nacionalizadas pelo Estado Inglês, e o que que o
Estado Inglês fez aqui com essas terras? Ele arrendou para uma espécie
de burguesia rural, que era o inicio do cercamento dos campos dentro da
Inglaterra.
Então a Inglaterra já está com a sua terra voltada para a produção,
por exemplo, de artigos para a cidade, produção de lã, eles já tem um
processo de cercamento dos campos ainda na primeira metade do século
XVI. Por isso a Inglaterra, no inicio da Idade Moderna, no início do
chamado “Antigo Regime”, ela tem diferenças marcantes em relação ao
restante da Europa.

A REVOLUÇÃO PURITANA.

 A Dinastia Stuart: Tentativa de Implantação do Absolutismo.


 Absolutismo
 Anglicanismo
 Puritanismo: Busca por um Anglicanismo puro, diferente da
proposta dos Stuart.
 Petição de Direitos: Transferência de poder do Rei para o
Parlamento.
 Guerra Civil: enfrentamento entre o rei e o parlamento: Rei
X Parlamento (cabeças redondas – Liderança de Cromwell)
 Rei e Parlamento. Cavalheiros X Cabeças Redondas:
Roundheads (cabeças redondas) devido ao corte de cabelo
que usavam, característico dos puritanos.

O que a revolução Puritana simbolizou para gente? O que está


acontecendo na Inglaterra nesse momento?
A morte de Elizabeth I, em 1603, criou um grave problema
sucessório, pois a rainha não havia deixado herdeiros diretos. O trono
inglês passou a seu primo, Jaime Stuart, rei da Escócia (figura 2). O
sucessor de Elizabeth não recebeu apoio político dos ingleses, pois
defendia a teoria absolutista do direito divino dos reis e as concepções
anglicanas do poder repartido entre o soberano e os bispos. Para os
puritanos, que representavam uma das correntes do protestantismo, isso
era quase tão grave quanto ser católico. Com a morte de Jaime I em 1625,
seu filho Carlos Stuart tornou-se rei da Inglaterra e da Escócia. Adotou um
governo autoritário aos moldes do pai para as políticas econômica e
religiosa.
O que esse governo, não só o Jaime I, mas Carlos Stuart no governo
desses homens significou para a Inglaterra, para a história política, social
da Inglaterra?
Significou o seguinte: Eram homens que vieram da Escócia com a
da morte da Elizabet, não havia herdeiro direto, então vieram da Escócia
de uma outra formação e principalmente não estavam inseridos naquelas
peculiaridades Inglesas que nós conversamos agora pouco. Eles não
entendiam efetivamente ou não queriam entender ou não queriam
respeitar aquela estrutura política, aquela ideia de um rei com os seus
dois corpos: o rei e o parlamento, um corpo político dividido entre rei e
parlamento.
Então, desde Jaime I e depois com Carlos I, há uma tentativa de
impor um absolutismo clássico dentro dessa Inglaterra no inicio de século
XVII. Quando claro, o absolutismo vigora no restante da Europa e a
Dinastia Stuart acredita que pode fazer isso ai na Inglaterra.
Mas a resistência vai ser muito grande. E junto disso há uma
imposição do que? Do Anglicanismo. Agora, só uma atenção especial
aqui:

Porque nós chamamos de revolução Puritana? Porque alguns


autores inclusive dizem que a revolução Puritana ela é uma guerra entre
protestantes? Porque nós temos um fortalecimento muito grande da
burguesia dentro da Inglaterra que foi um dos fatores que nós vimos
anteriormente.
Pois bem, quando a gente fala de anglicanismo aqui, a gente está
falando de um anglicanismo ainda muito influenciado pelo catolicismo.
Essa burguesia protestante inglesa ela defende um anglicanismo puro,
puritanismo vem exatamente disso, a ideia é de um anglicanismo sem as
influências Católicas.
Na verdade, o que acontece é que essa burguesia cada vez mais
influenciada pelo Calvinismo. A ideia do trabalho como penitência, da
riqueza como um sinal de predestinação, eles querem um anglicanismo
puro, sem influência do catolicismo. Diferente do anglicanismo que a
dinastia Stuart queria impor.
Então são exatamente esses atritos que vão levar a Inglaterra a
uma guerra civil. Claro, tem a questão financeira, imposições do
parlamento. Um parlamento que exige um rei Carlos I que tenta submeter
a Escócia, tenta estabelecer o controle político sobre a Escócia. Uma
Escócia que se rebela, entre em Guerra com a Inglaterra que precisa de
dinheiro, pede dinheiro ao Parlamento e o Parlamento diz o seguinte:
“tudo bem, nós damos o dinheiro se vocês assinarem a chamada Petição
de direitos”.
O que seria essa Petição de Direitos? Seria o momento em que o
rei transferiria o poder legislativo ao Parlamento. Ai haveria de fato uma
divisão de poderes. O que acontece? Carlos I não aceita isso. E acaba
fechando o parlamento e perseguindo os seus principais líderes. É nesse
momento então que parte da Nobreza e grande parte da Burguesia
inglesa se mobilizam para uma guerra contra o Rei. E esse é o grande
momento.

A Guerra Civil é o grande momento. Quem são os cavalheiros do


Rei? São os representantes do rei versus os cabeças redondas que era o
exército do Parlamento liderados por Oliver Cromwell. Um homem que
vai dar uma nova cara para os cabeças redondas. Homens que cortavam
os seus cabelos, rompendo aquela tradição dos cabelos longos.
E quem são os líderes? Aqueles homens mais qualificados para
liderarem o exército, diferente dos cavalheiros que pensavam que o nobre
mais importante deveria ser o líder das tropas. A própria organização do
exército era diferenciada. E quem vence essa guerra? O Parlamento.
Por isso que eu digo que isso aqui é definidor para a gente. A vitória
de Oliver Cromwell, a derrota de Carlos I é o que vai dar um novo capítulo
para a História da Inglaterra. Carlos I vai ser derrotado, vai ser “julgado” e
vai ser condenado à norte.
Carlos I Stuart, rei da Inglaterra será decapitado. Isso para a Europa
tem um impacto gigantesco. Cortar a cabeça de Carlos I de fato, chocaria o
mundo e daria inicio então a uma nova era para a Inglaterra.
E o que nós temos agora aqui? Uma pausa nessa monarquia Inglesa
e vamos começar com um outro governo, uma espécie de uma República
liderada por quem? Liderada por Oliver Cromwell.

A REVOLUÇÃO GLORIOSA.

 O Governo de Cromwell
 Lorde Protetor
 Atos de Navegação de 1651
 Atos de Supremacia de Cromwell fortaleceram a indústria
naval e a economia Inglesa.
 Jaime II (Católico) no poder na Inglaterra – temor da
População.
 Guilherme de Orange: Assina a Bill of Right

Nós já matamos Carlos I, na verdade foi Oliver Cromwell foi quem


matou. Agora nós não temos rei, agora quem agora vai assumir o poder?
Oliver Cromwell. Eu quero que você entenda que, gradativamente
Oliver Cromwell vai tomar as feições de um rei. Ele vai se declarar Lorde
Protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Vai submeter esses países,
inclusive esse é um momento histórico muito importante. A submissão da
Irlanda, a submissão da Escócia leva problemas históricos até hoje. Até
hoje nós temos os católicos da Irlanda, com choques com a Inglaterra,
tudo isso vem daqui, de Cromwell, lá da primeira metade do século XVII.
Então ele é um homem que tem grande prestígio no exército,
consegue esse processo político de se impor. Ele vai se submeter a
levantes populares nesse momento.
Oliver Cromwell, de certa forma, é um conservador. Todo o
processo revolucionário é muito liberal, ele é liberal politicamente
falando porque ele está restringindo aquele poder da monarquia, ele
acabou com a monarquia absolutista na Inglaterra. Mas não é porque ele
é liberal na política que ele vai agir como um liberal, bonzinho socialmente
falando. Ele não vai dar as mãos aos pobres. Ele vai punir violentamente
esses movimentos e quem vai se beneficiar muito nesse momento é a
burguesia.
Inclusive o ato que mais aparece, ato são leis que mais aparecem
nos livros didáticos quando se fala de Oliver Cromwell, que são os Atos de
Navegação de 1651 onde simplesmente Oliver Cromwell estabelece que
todo e qualquer país que comercializasse com a Inglaterra tinha que usar
os seus próprios navios ou então teriam que utilizar os navios Ingleses.
O que significa isso? A Inglaterra está proibindo que os outros
países contratassem fretes marítimos para fazerem comércio com a
Inglaterra. Isso já prejudica diretamente os Holandeses que faziam muitos
fretes marítimos, inclusive fizeram muitos fretes marítimos do açúcar
brasileiro.
Esse domínio de mares era uma coisa muito importante e aqui o
momento em que a Inglaterra ela vai começar essa longa história de ser a
senhora dos mares. Inclusive vai ter uma grande guerra de navegação
entre a Inglaterra e a Holanda e os Ingleses vão vencer.
Então os atos de navegação vão estimular a indústria naval
inglesa, vão estimular a indústria inglesa de uma forma geral e estimular
o crescimento dessa burguesia dessas atividades econômicas mercantis
principalmente.

E agora o Oliver Cromwell vai morrer. O filho dele, Ricardo assume


o seu lugar. Porém, um homem sem prestígio vai acabar sofrendo um
golpe militar e vai ser derrubado.
E agora, quem vai governar a Inglaterra? Carlos II Stuart. Você
pode pensar? O que isso significa? Os ingleses, o Parlamento inglês,
depois de uma Guerra Civil, depois de derrotar militarmente Carlos I, de
assistir Oliver Cromwell decapitar Carlos I Stuart, pegar o filho mais velho
de Carlos I Stuart e colocar no trono? Isso faz parte de uma tradição!!
Os ingleses tem uma tradição monárquica. Eles então querem
colocar alguém no poder. Não é a toa que a Inglaterra até hoje sustenta a
sua monarquia.
O governo de Carlos II foi um governo tranquilo. Depois da sua
morte o seu irmão Jaime II assume. E aí o governo de Jaime II foi um
pouco conturbado, principalmente pela sua aproximação com o governo
francês.
Jaime II era uma criança quando ele foi para a França quando o seu
pai morreu na Revolução Puritana e ele acabou sendo visto como um
homem de grande influência católica, na questão religiosa, na questão
política que vai reger a Inglaterra nesse momento.
Então a influência de Jaime II católica, por exemplo, a abertura de
espaço para parte do Clero Católico dentro da estrutura política inglesa e
a própria aproximação política com o Luís XIV, levou um grande temor à
população e ao parlamento inglês.
O fato de Jaime II ter filhas mulheres dava uma certa
tranquilidade, então quando ele morresse, se faria um casamento das
filhas, mas quando nasce um filho homem, abrindo a possibilidade de uma
sucessão direta, eles então pressionam Jaime II e ele foge e é por isso
que eles chamam essa revolução de gloriosa. É uma revolução sem
morte, uma revolução sem derramamento de sangue.
A Revolução Puritana gerou nos Ingleses um trauma muito grande,
um desgaste muito grande. Então essa é a Revolução Gloriosa, é a fuga de
Jaime II e eles vão casar a filha dele com um príncipe holandês chamado
Guilherme de Orange. E é este homem então que assume o trono nesse
momento e assina o Bill of Rights. Assina o documento de fato e transfere
o poder ao parlamento. Com isso, o rei perdeu a prerrogativa de
suspender execuções de leis e implementar impostos sem a permissão do
Parlamento. Tinha início na Inglaterra a primeira monarquia
parlamentar. É nesse momento que está consolidado, ratificada a
monarquia Parlamentar na Inglaterra.
AULA 02: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – A PRIMEIRA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL.

Os Antecedentes
 Ascensão política da burguesia: primordial para a revolução –
cercamentos
 Proletarização do campesinato inglês: êxodo rural devido aos
cercamentos.
 Sistema Bancário
 Transporte.
 Indústria Têxtil: máquinas à vapor – primeiro grande setor.

Agora vamos ver uma outra Revolução Inglesa. A Revolução


Industrial Inglesa, ou a Primeira Revolução, que na verdade é uma
Revolução só que nós vamos dividir em fases, ela também é fruto desse
processo que vimos até aqui. Como eu disse, é um processo. A Inglaterra
está passando por um processo, e agora o que acontece?
Vamos ver os Antecedentes. Tivemos um período onde governou
uma Monarquia pseudo absolutista Inglesa que foi a Dinastia Tudor.
A dinastia Tudor durou mais de cem anos, do final do século XV ao
início do século XVII. Governaram sucessivamente Henrique VII, Henrique
VIII e sua filha, Elizabeth I. Apesar do Parlamento atuante, os reis dessa
dinastia conseguiram impor suas decisões a todos os grupos religiosos e
camadas sociais. Com os Tudor, a autoridade da Coroa ganhou força e a
Inglaterra tornou-se uma potência comercial e marítima.
Houve ali um grande apoio à burguesia inglesa. Houve um grande
investimento nessa burguesia. Houve uma grande ampliação de negócios.
Oliver Cronwell, os Atos de Navegação, A Indústria Naval, abrindo
espaços...
Pense nisso...: Então eu tenho ali um processo de crescimento da
burguesia Inglesa, um período de um processo de fomento de uma
sociedade industrial, que é o que vai acontecer. Então a Revolução
Industrial é consequência de um processo.
O Principal antecedente nós já falamos, que é a Ascensão política
da burguesia. A burguesia já tinha um prestígio econômico, mas com as
Revoluções Inglesas, com a ratificação da monarquia Parlamentar, a
burguesia dominando esse parlamento, a burguesia chegou ao poder
político. Então ela pode intensificar, por exemplo, os Cercamentos.
E para ficar mais claro para você, é o momento em que você tem
aquela terra, onde você tem uma parte que vai continuar produzindo
grãos para o sustento, mas você tem uma outra parte que. Vai produzir o
que? Vai produzir lã. Para abastecer o que? Para abastecer as indústrias,
ainda bem pequenas, mas as futuras indústrias.
Então agora você passa a ter um campo que agora dialoga com a
sua cidade. E isso tem grandes consequências importantes, como por
exemplo, a diminuição da mão de obra. Agora você precisa de menos
homens. Os homens não tem terra para trabalhar e comer, então você
tem uma expulsão dos homens do campo. É um período complicado com
muita fome nos campos da Inglaterra. E esses homens vão para onde?
Vão para as cidades.
Ocorre um Êxodo Rural e aí você tem um processo de
proletarização do campesinato inglês. Eu posso dizer que nessa época a
Inglaterra vai ter mão de obra abundante e barata, em grande parte
porque? Porque você tem um Êxodo graças ao Cercamento. Os
Cercamentos têm esse efeito negativo, claro se olharmos pelo lado do
camponês e que vai virar mão de obra barata nas cidades, explorada.
Os Cercamentos dos campos vão se intensificar como uma medida
política. Agora a burguesia está no poder! E uma burguesia que tem
dinheiro. A Inglaterra ganhou muito dinheiro na sua fase mercantilista,
com pirataria, frete marítimo, manutenção de Balança Comercial
Favorável, acordos vantajosos com os Estados Unidos. A Inglaterra tem
dinheiro.
E tem um sistema bancário que vai promover o que? As
manufaturas. Vai gerar crédito para que? Para as futuras indústrias. Isso
é importante:
“A chegada da burguesia ao poder político com o dinheiro nas mãos
é um grande antecedente que vai fazer com que esses outros
antecedentes aconteçam”.

Não podemos nos esquecer do eficiente sistema de transporte


também. Não só em terra, mas também naquilo que a Inglaterra se
transformou a Senhora, a senhora dos mares. E por isso então estoura na
indústria o que? A indústria têxtil que é o primeiro grande setor. Na
Segunda Revolução Industrial nós vamos falar que é o setor
automobilístico quem vai sofrer as grandes transformações. Agora é o
setor têxtil onde, na verdade, você tem ali as grandes manufaturas que já
eram o carro chefe dessa economia Inglesa, agora são substituídas pelo
que? Pelas máquinas.
Então você vai ter o Tear Mecânico. Primeiro então nós temos as
máquinas à vapor para depois termos às Maquinas à Combustão.
Agora temos o processo de aumentar a produção, aquela ideia de
produzir mais em menos tempo e com maior qualidade. Pelo menos isso
na teoria, aqui não se tem preocupação ainda com o meio ambiente,
vamos economizar matéria prima!! Não tem isso.
E lembrando também que a Inglaterra tem carvão e ferro no seu
subsolo. Carvão que vai ser a principal fonte para essas máquinas à vapor
para a queima desse carvão que vai gerar esse vapor, essa energia então.
E ferro, ferro para a produção das máquinas. Então carvão e ferro no
subsolo inglês também é importante a gente entender o boomm dessa
indústria têxtil, o boom das máquinas à vapor e o inicio então aqui
quando a gente começa a transformar, diminuir a necessidade da força
do homem, substituindo por máquinas movidas à outras fontes de
energia, isso para a gente configura um processo de Revolução
Industrial.

A Inglaterra então é a pioneira nesse processo em meados do


século XVIII. Mas é muito importante a gente entender o que todo esse
processo que a gente viu até agora gerou como consequência política,
econômica, social dentro desse país.

A INGLATERRA INDUSTRIAL

 Crescimento das cidades.


 Urbanização
 Proletarização
 Classe operária
 Capitalismo Liberal
 Não intervenção do Estado
 Divisão da Sociedade
 Burguesia X Proletariado – superexploração do trabalhador.

Qual é a principal característica dessa Inglaterra industrial? Toda a


sociedade inglesa está em processo de transformação até hoje. Mas as
principais características mais marcantes naquele momento é que começa
o crescimento do número de cidades.
Isso então é um processo que se dá de urbanização. Agora nós
temos aquela fumaça que começa a trazer um novo visual e isso hoje cada
vez mais importante na história. A ideia de você enxergar a paisagem
como patrimônio, inclusive todas as cidades industriais inglesas começam
a se formar aqui. Então você tem ai uma nova paisagem, uma nova
organização de sociedade, um novo dia a dia, um novo cotidiano. Uma
coisa era o cara que vivia no campo, agora é uma outra realidade. Do cara
que tem a mulher, o filho. Agora ele trabalha na fábrica, ele vai para a
mina de carvão. Isso vai gerando novas organizações, novos trabalhos,
novas relações.
Esse é um processo de proletarização e aí claro, nós temos então a
formação da classe operária. E isso aqui vai trazer para nós infinitas
discussões.
Imagine a cena daquele cara que mora naquele bairro pobre na
Inglaterra, perto da fábrica onde ele trabalha, e daí ele vai andando cedo
para a fábrica e trabalha pra caramba... e quando ele sai dali ele vai para a
casa encontrar a família, isso se os filhos e a mulher não trabalhassem, ai
eles se encontrar e depois vão dormir para acordar cedo e trabalhar...
Ao mesmo tempo, politicamente falando e economicamente
falando, a Inglaterra está vivendo o seu capitalismo liberal. É aquela
burguesia que se desvencilhou e em breve esse movimento vai dominar o
mundo, um modelo que vai acabar dominando o mundo, se desvencilhou
daquela intervenção do Estado. Agora, cada vez mais, vai se falar de livre
iniciativa, agora você pode montar o seu negócio, vai lá, pega dinheiro no
banco, monta o seu negócio, ganha o seu dinheiro e explora os seus
trabalhadores.
Então a não intervenção do Estado é visto como um grande
conquista neste momento.
Então eu tenho o crescimento das cidades, os empresários, as
fábricas, o capitalismo liberal, os políticos burgueses estabelecem as leis,
e essas leis são exatamente para dar liberdade ao empresariado, a
economia como um todo, e aí a sociedade inglesa, numa visão bastante
marxista eu diria, essa sociedade está dividida em duas classes:

Essa Inglaterra Industrial é dividida entre os burgueses, o dono dos


meios de produção, é o dono da fábrica, é o dono da matéria prima, é o
dono, o dono o dono... e
Esse proletariado pobre que, destituído dos meios de produção,
ele vende a sua força de trabalho para sobreviver. Isso vai trazer para a
gente uma série de consequências, por quê? Essa sociedade divida, essa
proletarização dentro de um Estado Liberal onde a presença do Estado é
muito pontual, acaba gerando um processo complicadíssimo que é um
processo de superexploração do trabalhador.
Então nós temos aqui essa burguesia explorando esse proletariado
e enriquecendo às custas dessa exploração. Então daqui vem as péssimas
condições de vida e trabalho. Muitas horas nas fábricas, sem condição de
segurança, sem condições de higiene, exploração do trabalho feminino e
infantil. E na vida, o homem trabalha demais, se alimenta mal, dorme
pouco, então vive cansado.
Então por isso esse processo todo nos leva a uma série de eventos.
Como por exemplo, os movimentos operários de contestação direta a
essa exploração, o Ludismo, o Cartismo, dois movimentos operários assim
também como as novas doutrinas sociais.
Os ludistas eram também chamados de “Quebradores de
Máquinas”, pois se caracterizavam pela invasão das fábricas destruindo os
equipamentos existentes como uma forma de protesto contra a situação
dos empregados no ambiente de trabalho.
Já o Cartismo, se pronunciava de maneira mais leve, tendo seu
direcionamento focado na política, por meio da qual conseguiu conquistar
diversos direitos políticos para o grupo de trabalhadores.
E aí já são eventos mais significativos que vão questionar esse
capitalismo, essa sociedade industrial. E aí a gente está falando de que?
Estamos falando do socialismo utópico, dos anarquistas, estamos falando
dos socialistas científicos marxistas.
Então essa sociedade desigual, essa sociedade injusta onde ricos e
pobres convivem no pátio da fábrica ela será questionada de diversas
formas...

INDUSTRIALIZAÇÃO: 1º FASE – CARACTERÍSTICAS DA


INDUSTRIALIZAÇÃO.

 A Afirmação do Capitalismo como modo de produção


dominante.
 A 1º Fase Industrial: 1770-1850 (aproximadamente).
 O Setor Têxtil.
 Propulsão à vapor. Queima de carvão. (James Watt).
 Metalurgia do Ferro.

Tendo visto os fatores para o pioneirismo na Inglaterra na


Revolução Industrial, você agora se depara com a industrialização
Primeira Fase. Então pensarmos em industrialização primeira fase, de
imediato, nós precisamos colocar as Principais Características dessa
industrialização.
Em primeiro lugar nos temos a Afirmação do Capitalismo. É o
chamado fim da transição. Aqui estavam vivendo uma transição do
sistema Feudo Capitalista, lembram? Você estava num processo de
transição. Eles estavam vivendo com elementos feudais e capitais
simultaneamente.
Não à toda se chama a Idade Moderna de Antigo Regime. Antigo
Regime porque o Velho e o Novo conflitavam. Elementos feudais e
elementos capitais.
Em que momento você põe fim a transição? Na primeira fase, na
Primeira industrialização. Por isso, nós apresentamos o capitalismo como
modo de produção dominante. E isso é até hoje. O dinheiro para tudo,
para comer, para beber, dinheiro para ir, dinheiro para vir... Você está
dentro de uma lógica capitalista em que você estuda buscando formação,
trabalho para adquirir salário e com esse dinheiro você viver bem. Esta é a
ideia, esta é a proposta.
Em se tratando de Primeira Fase Industrial, temos a segunda
metade do século XVIII e primeira metade do século XIX. É uma exatidão
essas datas? Não, é uma aproximação porque é um processo.
Então você costuma estudar primeira Revolução Industrial como
segunda metade do século XVIII até a primeira metade do século XIX.
De 1860 em diante você já está em aula de segunda Revolução
Industrial.
Essa primeira fase é caracterizada pelo setor Têxtil. O primeiro setor
industrializado: Os tecidos.
Outro fato importante que você precisa lembrar é que antes da
Maquinofatura Têxtil a Inglaterra era muito famosa pela Manufatura
Têxtil. Haja vista os panos e linhos. Você lembra que bem antes da
industrialização das máquina para a produção têxtil, você dispunha do
trabalho manual.
A Inglaterra era muito famosa no setor têxtil com manufatura e,
posteriormente com Maquinofatura.
Cuidado esse termo manufatura ele vai se referir ao produto final,
vai se referir à produção. Então é possível você em questões de prova se
deparar com o seguinte termo:

“a manufatura das industrias inglesas...” Ai você vai pensar: “ué,


manufatura das industrias?” É, o produto final promovido pelas
indústrias, pelas máquinas inglesas. Então ele se refere a manufaturas
enquanto bens de produção. O termo manufatura não vai se restringir a
trabalho manual.
Posteriormente temos a Máquina à Vapor de James Watt. Muita
queima de carvão.
Outro destaque também é para a Metalurgia do Ferro. Porque eu
estou destacando isso? Porque o aço é marca da segunda Revolução
Industrial. Aquele processo Bessemer, transformação de ferro em aço, é
característica de segunda Revolução Industrial.
Nesse primeiro momento, o setor Têxtil, a queima do carvão para as
máquinas à vapor, nos aperfeiçoamentos de James Watt e na Metalurgia
o destaque é para o ferro.
As vias férreas que será desenvolvida gradativamente. O destaque
para o aço, segunda Revolução Industrial. Aqui, muito mais metalúrgicas
do que siderúrgicas. Esses são os elementos básicos para a primeira fase
da Revolução Industrial.

A LEI DA OFERTA E DA PROCURA

 Lei de Say de 1803.


 Liberalismo Econômico. (Adam Smith) – Não intervenção do
Estado na Economia. Mão Invisível.
 A Mais-Valia (Marx). Você sempre trabalha mais do que
recebe. Marx realiza uma perspectiva individual do
trabalhador.

Dentro desse contexto devemos destacar a famosa Lei da Oferta e


da Procura, ou Oferta e Demanda. Para muitos, a conhecida Lei de Say de
1803. Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede
muito à procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a
demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço. A
ideia de que a economia ela regula-se por si só, por si mesma.
Claro que isso será duramente questionado posteriormente quando
pensarmos em politicas intervencionistas na economia. Nesse contexto
aqui da Lei de Say, você está estudando o liberalismo Clássico. Lembre-se
que esse cenário é de liberalismo econômico. A não intervenção do
Estado na economia. Lembram do princípio da mão invisível? A proposta
de que a economia regula-se naturalmente?

Outro ponto importante: A Mais-Valia com Karl Marx. Mais-Valia é


a diferença entre o que você produz e o que você recebe de salário. Na
visão de Karl Marx, você às vezes trabalha, por exemplo, 250 horas no
mês. O seu salário pode equivaler a 30 horas. 220 de mais-valia. Você
sempre trabalha mais do que recebe. Você tem 250 horas no mês para
cumprir. Nas primeiras 30 horas você já trabalhou o equivalente ao seu
salário. Isso dependendo da função ao qual você esteja designado. Só que
para você receber o seu salário equivalente a 30 horas, você tem ainda as
outras 220 horas de mais-valia para cumprir.
Você está em um cenário em que o dono dos bens de produção
podre de rico e você podre de pobre. Principalmente dependendo da
função estabelecida. No cenário aqui de Karl Marx, isto era gritante
porque a força de trabalho é considerada simples para a época, enquanto
que o dono dos bens de produção ele está enriquecendo diante e sobre a
exploração de cada trabalhador. Marx apresenta esse cenário de mais-
valia, por trabalhador, por funcionário explorado. Isso vai gerar inúmeros
elementos questionadores que trabalharemos.
Pois bem, vimos a lei da oferta e da procura que até hoje você
aplica em mercado. Até hoje você tem a ideia de oferta e demanda.
Liberalismo econômico você tem mudanças ao longo da história. Esse
princípio de mão invisível de não intervenção do Estado na economia ele
vai até o ano de 1929. Com a crise de 29, você passa agora para o
intervencionismo. Esse intervencionismo ele vai de 1930 até 1980 quando
você apresenta a ação Neo-Liberal com a retomada de alguns princípios
de Adam Smith, só que com outros elementos aplicáveis.
Vamos recapitular aqui para concluirmos essa parte:
Mercantilismo: Século do XV ao XVIII – Intervenção. O Estado
metendo a mão. Regulação do Estado na economia.
Século XVIII, Liberalismo. A mão invisível. Retira a mão do Estado.
Século XVIII, XIX e XX até a crise de 1929. Com a crise de 29 se apresenta
no New Deal, O keynesianismo. O New Deal (cuja tradução literal em
português seria "novo acordo" ou "novo trato") foi o nome dado à série de
programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o
governo do Presidente Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar
a economia norte-americana, e assistir os prejudicados pela Grande
Depressão. O keynesianismo é uma teoria econômica do começo do
século XX, baseada nas ideias do economista inglês John Maynard Keines,
que defendia a ação do Estado na economia com o objetivo atingir o pleno
emprego.
Então nós temos mais uma vez aqui a Intervenção do Estado. 1930,
50, 70, 1980 temos a Globalização, a crise do socialismo, a queda do
muro, o fim da União soviética em 91 e o mundo conhecendo o Neo-
liberalismo, a ideia do Estado mínimo. Um Estado Gestor, mínimo na
economia. como as privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação,
livre comércio, e o corte de despesas governamentais a fim de reforçar o
papel do setor privado na economia.
INDUSTRIALIZAÇÃO 1º FASE: Divisão entre Capital e Trabalho.
 A Intensa Divisão entre Capital e Trabalho.
 Burgueses x Proletariados
 A Inglaterra vem sem concorrência comercial por muito
tempo.

Quem representa o capital? A Burguesia, o patrão, a força


patronal. Os donos dos meios de produção. E quem representa o
trabalho? O Proletariado. Aquele que vai vender sua força de trabalho em
troca de um salário miserável.
Você começa a prejudicar e muito corporações de oficio, aquelas
oficinas específicas, estratégicas, que você estuda desde a baixa Idade
Média. Então, você vai enfraquecer e muito corporações de ofício,
enfraquecer e muito o trabalho artesanal.
Questões de prova: eles colocam muito isso em múltipla escolha
para você. Ele diz que a Revolução Industrial fortaleceu as corporações
de ofício. Isso é mentira! Ele vai dizer que a Revolução Industrial vai
ampliar o trabalho artesanal, não!! É o poder da fábrica, o poder da
indústria, o poder da máquina. Eles colocam em prova que a Revolução
Industrial vai, por exemplo, acelerar a produção familiar. Não, a produção
familiar é subsistência. Cuidado, não erra isso!
A industrialização é a produção em larga escala. Você começa a se
deparar com elementos de produção em larga escala que mais tarde vai te
apresentar um fordismo de produção. O fordismo surge na Segunda
Revolução Industrial. Mas na primeira revolução você já se depara com
esses elementos gradativamente. Produção em larga escala, em série, em
massa.
Nesse contexto, você tem ainda a Inglaterra pioneira. A Inglaterra
ficou um bom período sozinha. Em seguida, vem a França em 1830, mas
olha só: A Inglaterra já começa em 1770.
Se você pensar em James Watt aperfeiçoando a máquina à vapor é
em 1765. Aqui nós temos elementos de século XVIII. E aí, quase meio
século depois, vem a França resultante de Revolução Francesa. A França
sonha com esse ideal industrializador de sua burguesia a partir da
Revolução Francesa, final do século XVIII. Só que nós sabemos que a
França não consegue consolidar isto. Foi só consolidar em 1830 em
diante.
Porque eu estou contando isso? Porque a Inglaterra vem muito
tempo sozinha nesse cenário. Promovendo essa dominação durante um
bom período. Na década de 1830 que você conhece, França, você tem
Bélgica, e os Estados Unidos em seu processo de formação territorial
marcha para o Oeste, os Estados Unidos vem promovendo esse
movimento industrializador destacadamente no Norte.
Ai sim você vai apresentar na segunda metade do século XIX a
Segunda Revolução Industrial. E ai Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, a
Alemanha poderosíssima na segunda Revolução Industrial, Estados
Unidos da América, e o Japão na Ásia.
Não perca então esse processo que você tem a Inglaterra
acompanhada de longe das demais e só na segunda Revolução Industrial
você tem aquela disputa mais acirrada que vai te levar a aulas, como por
exemplo, de capitalismo monopolista e imperialismo.
Agora eu estou falando que a Revolução Industrial vai promover
uma intensa divisão, separação entre os donos dos meios de produção, a
burguesia versus o proletariado. O proletariado é aquele que vende a sua
força de trabalho em troca de um salário miserável gerando reações já
nesse processo industrializador.

CONDIÇÕES DE TRABALHO.

 As Precárias Condições de Vida e Trabalho do Proletariado.


 O Proletariado não tinha direitos constitucionais.
 Longas jornadas diárias
 Salários baixíssimos.
 Ampla exploração do trabalho infantil e feminino. (A maioria
mulheres e crianças que aceitavam receber menos ainda).
 Muitas crianças perdiam as mãos neste processo.
 Ausência de Leis trabalhistas.
 Condições Insalubres.

Papai na fábrica, o salário de papai era miserável. A prole não


conseguia sustentar a família, então a mamãe tem que estar na fábrica
para poder somar o salário com o salário do marido. Eles não tinham onde
deixar os filhos, então o pai, a mãe e os filhos; crianças de 5, 7, 9 anos
ajudando.
O que essas crianças de 5 anos poderiam fazer? Carregar pequenas
toras de carvão e madeira para poder alimentar a fornalha, a produção à
vapor. As fábricas eram em galpões fechados, temperaturas
elevadíssimas, um calor de 45 até 55 graus. Muitos problemas
respiratórios... as crianças com as suas pequenas mãos ajudam a retirar
com as suas mãos lã e algodão atolados nas máquinas de fiar. Muitos
trabalhadores tomados pela sonolência ficavam com o dedo preso nas
máquinas. Cabelos das mulheres prendendo nas máquinas. Tem muitos
filmes que retratam isso.
As máquinas eram precárias, rudimentares. Quando a pessoa se
acidentava e não podia mais trabalhar, tinha um monte de gente lá fora
querendo tomar o lugar dele, o chamado Exército industrial de reserva.

A REAÇÃO DO PROLETARIADO.

 As primeiras manifestações de resistência do proletariado ou


operariado.
 Ludismo – Movimento Quebra Máquinas - Ned Ludd (1811)
 Não havia um raciocínio para o depois do quebra-quebra.
 As Trade Unions (1825) – Associações Operárias.
 Cartismo – (1838) : Politização do proletariado - Primeiro
Movimento Político da classe trabalhadora.
 O Parlamento era composto por burgueses proprietários.
 A sociologia propõe inúmeras teorias para esta situação.

Diante desse cenário de exploração que você está vendo, é natural


você compreender que o proletariado vai reagir. No inicio do século XIX
nós temos as primeiras manifestações.
Primeiro eles quebram as máquinas, o chamado movimento
Ludismo. Tem esse nome por causa de um dos líderes, Ned Ludd, 1811. O
movimento quebra máquinas. Se há tanto desemprego, é porque a
maquina está tomando o lugar do trabalhador. Ocorria a Destruição de
fábricas, incendiavam galpões.
Esse movimento foi associado a barbárie, a selvageria. Por quê? O
Proletariado não apresentou uma proposta de mudanças. O patrão
tratou isso como selvageria. O patrão tem dinheiro, manda consertar a
máquina, compra outras novas e o patrão ainda consegue pena de morte
junto ao parlamento e o parlamento assina em baixo porque o
parlamento é o patrão. O parlamento é formado pelos burgueses. Então o
movimento Ludista é considerado um movimento fracassado. Sem um
resultado consistente.
Pensando nisso, nós temos a formação das primeiras associações
operárias, inclusive vários patrões vão permitir a formação de associações
operárias, as Trade Unions. Melhor do que o proletariado ficar quebrando
tudo por ai.
Por volta de 1820 e 1825, você se depara com associações
operárias. Para muitos autores é o embrião dos sindicatos. E aí eles
promovem encontros, eles trocam ideias... Eles começam a apresentar
propostas e começam a se destacar algumas lideranças e vão promover a
alfabetização de muitos operários.
Destas associações você tem um primeiro movimento político da
classe trabalhadora. O Cartismo. O proletariado agora documenta as suas
reivindicações e emite-as ao parlamento. Ele mostra o poder de
organização. Ele deixa bem claro ao patrão que ele não somente age
como bicho não, ele também tem politização, consciência. É Considerado
o primeiro movimento político da classe trabalhadora em 1838.
A primeira carta do povo, ou seja, do proletariado emitida ao
parlamento em 1838. Porque é que nós podemos dizer que o Cartismo é
político? Porque ele não somente vai pedir redução da jornada diária e
melhores salários, isso qualquer um sabe pedir. O Cartismo é político
porque o proletariado, através da carta do povo ele pede ao parlamento
para votar. Eles querem votar. O voto era censitário, só vota por
comprovação de renda e o operário jamais poderia votar. No Cartismo
eles pedem que o sufrágio seja universal. O voto Universal é aquele voto
que independe de renda, é o voto não censitário. Então olha que
interessante: eles querem ter direito de voto para participar das
mudanças e decisões.
No Cartismo eles pedem o fim da exigência de propriedades para
compor o Parlamento. Só podia ser membro parlamentar se você
comprovasse posses, propriedades. Então eles querem o fim da exigência
de propriedades para compor o Parlamento. Olha que interessante:
“Não somente queremos votar, como queremos escolher alguém
que faça parte de nós para estar no parlamento”.
O Cartismo foi atendido? Não! Inicialmente não. Foi engavetado.
Porém, deixou bem clara a atuação do trabalhador, ficou bem evidente o
poder de organização desse proletariado.
E à partir dessas primeiras manifestações, você vai ter vários outros
movimentos manifestos, surgirão doutrinas sociais no século XIX. À partir
desses primeiros atos, você vai passar a conhecer melhor mentes
brilhantes. Robert Owen e Karl Marx e outros. Você vai conhecer uma
série de teóricos.
A Sociologia vem anunciando as teorias sociais do século XIX. Você
vai conhecer Socialismo Utópico, o Socialismo Científico, o Anarquismo,
o Catolicismo Social. O Socialismo Cristão. São as doutrinas Sociais do
Século XIX. Esse é o nosso cenário de industrialização.
Doutrina do Socialismo - Utópico e Científico
 Rousseau: faz forte crítica ao grave abuso da propriedade
privada.
 Socialismo Utópico: Defendiam a conciliação de classe.
Robert Owen/Louis Blanc. Socialismo Científico: a luta de
classes – Karl Marx/ Frederich Engels.

Analisando as nossas doutrinas principais, o socialismo. Socialismo


que nós vamos entender como uma doutrina que busca combater a
propriedade privada. Ou, pelo menos, o abuso da propriedade privada.
Jean Jacques Rousseau em seu contrato social do século XVIII,
conhecemos Jean Jacques Rousseau como um dos ícones dos séculos das
luzes, do movimento iluminista. Rousseau ele apresenta duas críticas à
propriedade privada. O abuso da propriedade privada como um dos
principais males da sociedade capitalista. O fato de termos podres de
ricos e podres de pobres, esse extremo faz com que tenhamos muitas
problemáticas sociais, as barbáries, as revoltas, as rebeliões, e a própria
ameaça a sociedade como um todo. A disparidade econômica gerando
uma disparidade social.
Rousseau ele vem com duras críticas ao abuso de propriedade. Não
é a toa que muitos iluministas citam Rousseau. Muitos socialistas citam
Rousseau. Muitos defensores da causa proletária citam Rousseau em seus
primórdios. Porque mesmo sendo do movimento iluminista, que é um
movimento capitalista, o iluminista vem com uma ideologia do
liberalismo, predominantemente os iluministas defendem a propriedade
privada e Rousseau critica esse abuso de propriedade, gerando abuso de
poder e tamanha exclusão dos demais segmentos. Sendo uma das
principais razões para as problemática socioeconômicas mundiais.
No século XIX, começamos a conhecer as doutrinas sociais,
destaque para o socialismo. Socialismo tipo utópico, socialismo científico.
E aí como é que diferenciamos isso? Conhecemos personalidades como
Robert Owen, Louis Blanc e outros.
Robert Owen e Louis Blanc eles defendiam a conciliação entre as
classes. A ideia de que patrões e empregados poderiam se entender
harmoniosamente. Os ricos deixariam de ser tão ricos para que os pobres
fossem menos pobres a fim de alcançarmos um equilíbrio
socioeconômico. Uma equivalência de propriedades a fim de todos
viverem uma harmonia. Uma nova harmonia socioeconômica,
pensamentos de Robert Owen, Louis Brande, Charles Fourier são
socialistas que defendiam conciliação de classes. Patrões e empregados se
entendendo harmoniosamente. Repito: a ideia de que os ricos deixariam
de ser tão ricos a fim de que os pobres fossem menos pobres numa ação
harmônica, conciliatória. Dai eles serão classificados como utópicos.
O socialismo tipo utópico, serão chamados utópicos por Karl Marx
e Frederich Engels. Eles vão classificar isso como utopia, sonho. Robert
Owen, Louis Blanc, vocês estão sonhando!!
Isso é utopia. Jamais os ricos vão deixar de ser tão ricos para que os
pobres sejam menos pobres, uma conciliação de classes. Eles classificam
isso por utopia.
Eles vão defender o socialismo racional, científico. Usem a ciência,
a razão, Jamais os ricos vão deixar de ser tão ricos para que os pobres
sejam menos pobres. Nada de conciliação de classes, eles defendem
lutas de classes. O proletariado tem que se mobilizar em nome da
revolução contra o capitalismo e contra a burguesia.
Karl Marx e Engels defendem lutas de classes, proletários de todo o
mundo unidos. É através da ditadura do proletariado, da revolução, não
há como haver conciliação. O socialismo defende todas as riquezas
dominadas pelo Estado a fim de se promover um equilíbrio de bens.
Ninguém diz que nada é seu, porém todas as coisas nos são comuns. Só
que existe o tipo conciliador, chamado utópico, e o do tipo
revolucionário, a luta de classes. O socialismo marxista. Socialismo
utópico, conciliação, socialismo científico, luta de classes.

O anarquismo.
 Anarquismo – ausência imediata de toda e qualquer forma de
poder.
 Defende a Ausência Total de classes.
 A maior indignação do povo é a instituição de poder.
 Doutrinas contra o capitalismo, visto como maior fonte da
diferença.
 Comunismo: estágio final do socialismo – ausência de Estado
após o socialismo.

O anarquismo de Mikhail Bakunin defende a ausência imediata,


retirada imediata de toda e qualquer forma de poder. Sem Estado, sem
Igreja, sem partido político, sem polícia. Retirada imediata de toda e
qualquer forma de governo. A ideia de que eu me governo, você se
governa, nós nos governamos. A ideia, o princípio de que a sua liberdade
vai até onde começa a do próximo. Então, se nos policiarmos, se
conduzirmos nossas próprias ações e limites, não precisaremos do Estado
determinando o que devemos e o que não devemos fazer. O anarquismo a
abolição de classes. A ideia da igualdade e a equivalência sem um Estado
necessário para ditar as regras. Retirada imediata do Estado, polícia,
partido, Igreja, toda e qualquer forma de poder. Tudo bem?
A ideia de que o Estado, a polícia, as instituições não representam
ordem. O Fato de você ter Estado, ter polícia, ter partidos, ter igrejas, não
necessariamente significa uma sociedade ordenada. Uma sociedade
ordeira, uma sociedade harmoniosa. Para o anarquismo, um dos principais
fatores para a rebeldia social, é o fato das instituições de poder existirem.
Na visão do anarquismo, o fato da igreja existir faz com que haja subjugos
sobre a população, gerando a indignação popular e dai as revoltas.
Na visão anarquista o Estado, a Polícia, as formas de poder de
governo são responsáveis pela inquietação da massa. E dai toda a ação
de rebeldia, toda a ação de insurreição, toda ação de violência. A maior
indignação de povo é a instituição de poder.
Para a visão anarquista, exatamente a retirada das instituições de
poder levaria a harmonia entre os povos porque eles não se sentiriam
subjuldados e dominados por ninguém.
Bem sabemos que a teoria anarquista ela foi classificada como
insana, como geradora de rebeldia, geradora de protestos e
manifestações. Claro que as elites proprietárias, as elites econômicas vão
cuidar de transformar tais doutrinas em doutrinas maléficas a fim de
manter a dominação do capitalismo. Lógico, essas doutrinas elas são
notoriamente contrarias ao capitalismo, contrarias à propriedade privada,
contrárias a dominação da força capital sobre a força populacional, sobre
a força da grande massa desprovida. Então as elites proprietárias, os
banqueiros, os empresários, os comerciantes, os latifundiários, os setores
da igreja vão cuidar de tornar tais doutrinas ligada ao mal, ligadas a
insurreição, ligadas a todo sentimento de ódio e destruição.
Eu estou enfatizando isso porque muita gente confunde o
anarquismo com o comunismo. O comunismo seria o Estágio final do
socialismo cientifico segundo a visão de Karl Marx.
Para Karl Marx você primeiro passa a ter um socialismo com
Estado, promovendo a socialização de bens. A Eliminação da lógica
capitalista. Talvez gerações e gerações para isso acontecer. O Estado
socializando a sociedade e retirando a mentalidade capital da propriedade
privada. Até que alcançamos a ausência de Estado na visão de Karl Marx.
A ausência de Estado quando alcançamos o comunismo. Na visão
marxista, ninguém diz que nada é seu, todas as coisas lhe são comuns. O
comunismo é a ausência de um Estado após o Estágio socialista.
Para o anarquismo, é a ausência do Estado imediata, sem passar
pelo socialismo. Comunismo e Anarquismo é ausência de Estado,
realmente. Agora, o anarquismo é a ausência imediata do Estado, da
polícia, dos partidos, da igreja, imediatamente. O comunismo seria após
uma transição muito lenta, passando para o socialismo a fim de
alcançarmos a ausência de Estado.

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