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unidade 2

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professores conveniados ao
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Palavra em

discussão

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professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco Nesta unidade você vai
• comparar textos de diferentes gêneros quanto
ao tratamento temático e aos recursos for-
mais utilizados;
• associar características e estratégias de um
texto ao gênero e ao locutor/interlocutor;
• estabelecer relações temáticas e estilísticas (de
semelhança e de oposição) entre dois textos
de diferentes autores e épocas.
Falar, ouvir, ler e escrever. os textos
estão em jornais, celulares, blogs, livros
didáticos. Podem ser verbais ou não ver-
bais, aflorar a imaginação, dialogar com
outro texto, informar, estimular o espí-
rito crítico, fazer rir. Você está convidado
a explorar esta unidade e aprender mais
sobre a nossa língua.

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Capítulos
• o melhor da história
• Detalhes da informação: reportagem
• aventuras literárias
o melhor da

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história

a partir desta página você será


instigado a refletir sobre o ato de ler,
no que se refere a entretenimento,
informação, divulgação etc.

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professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco Neste capítulo você vai
• realizar antecipações e inferências
a respeito do conteúdo do texto a
partir das características do porta-
dor (suporte);
• articular informações oferecidas em
resenha literária com as constantes
na obra original;
• identificar no texto o termo corre-
ferido por pronomes pessoais.

8
Ponto de Partida

Observando estas capas, qual destes livros você gostaria de ler?


1 2
Imagens: edItOra mOderna/edItOra ÁtIca

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3 4

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relate sua escolha aos colegas. explique se teve alguma dificuldade para to-
mar essa decisão.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 9


1 Você deve ter observado que não havia título nas capas da página anterior.
relacione os títulos a seguir a elas.

capa 1 — Até Passarinho Passa; capa 2 — Tempo de Menino; capa 3 — Uma Aventura

no Mar; capa 4 — O Mistério da Ilha.

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2 Qual título sugere tratar-se de um livro de memórias? Justifique.
Sugestão de resposta — o título Tempo de Menino sugere o relato de um tempo

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passado.

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3 em sua opinião, algum título não condiz com a ilustração da capa? Por quê?
resposta do aluno.

4 Qual a importância do título numa obra?


Sugestão de resposta — ele deve ser atraente para o leitor, despertar curiosidade.

além disso, deve fornecer indícios a respeito do livro.

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1 Você considera esse texto motivador para a leitura do livro? explique seu ponto
de vista.
resposta do aluno.

Protagonista: perso-
nagem principal.

2 Quem é o protagonista descrito na sinopse?


Dom Quixote de la mancha.

3 Segundo a sinopse, o que motivou Dom Quixote a viver aventuras como cava-
leiro andante?
a leitura de livros de histórias sobre os heróis de cavalaria.

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4 Você conhece alguma história de cavalaria? Se a resposta for afirmativa, indi-
que o nome dela. caso contrário, anote as ideias dos colegas.
resposta do aluno.

professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco 5 leia o trecho inicial da história de Dom Quixote.

Deu ao cavalo o nome de Rocinante, um rocim antes de todos os


outros. Decidiu chamar-se Dom Quixote de la Mancha.
machaDo, ana maria. O Cavaleiro do Sonho: as aventuras e Desventuras de
Dom Quixote de la mancha. 3. ed. São Paulo: mercuryo Jovem, 2005. p. 10.

a) a narrativa referente a Dom Quixote está em primeira ou terceira pessoa?


em terceira pessoa.

12 língua portuguesa | 6º. ano | 2


Pegou nos guardados uma velha armadura
do tempo dos bisavós. Levou uma semana pre-
parando uma viseira nova para completar o ca-
pacete. Deu ao cavalo o nome de Rocinante,
um rocim antes de todos os outros. Decidiu
chamar-se Dom Quixote de la Mancha.

b) Reescreva transformando Dom


Quixote em narrador-personagem.
Peguei nos guardados uma velha armadu-

ra do tempo dos bisavós. Levei uma sema-

na preparando uma viseira nova para com-

pletar o capacete. Dei ao cavalo o nome de

Rocinante, um rocim antes de todos os ou- PORTINARI, Cândido. Dom Quixote e Sancho
Pança Saindo para suas Aventuras (Don Quijote y
Sancho Panza Saliendo para sus Aventuras). 1956.
tros. Decidi chamar-me Dom Quixote de la Lápis de cor sobre cartão, color., 28,5 x 21,5 cm.
Col. Museus Castro Maya, Brasil.

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Mancha.

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Troque ideias

1 Releia:

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E Ana Maria Machado, em tão boas companhias, reescreve a história de
Dom Quixote de la Mancha para que você, jovem leitor, lute sempre por um
mundo melhor e mais justo, sem medo de parecer tolo aos olhos dos outros.
Discuta as questões seguintes com os colegas e o professor.
a) Esse texto esclarece que Ana Maria Machado reescreveu a história de Dom
Quixote. Por que ela escreveu sobre algo já conhecido?
b) Qual sua opinião sobre a adaptação de obras clássicas?
c) Você já leu o original de alguma história considerada clássica? Por quê?
Comente isso com os colegas.
d) Esse livro contém ilustrações do importante pintor brasileiro Cândido
Portinari. Qual a função delas?

língua portuguesa | 6º. ano | 2 13


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outros caminhos

observe esta capa.


coSac naiFy

1 o que há de incomum nessa capa?


a história já começa na capa.

2 o que a editora que lançou o livro es-


pera com essa inovação?
a ideia é que o leitor inicie a leitura da his-

tória já na capa e a partir daí se interesse

pela obra.

3 De quem poderiam ser as imagens de

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rostos retratadas na capa?
Sugestão de resposta — Parecem ser da

pessoa que contou a história para o narrador.

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twain, mark. O Roubo do Elefante
Branco. tradução de: coSta, teresa
resende. São Paulo: cosac naify, 2004.

4 Qual sua opinião sobre a capa desse livro?

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resposta do aluno.

5 leia a continuação do texto iniciado na capa.


... de veracidade a cada palavra que lhe vinha aos lábios.
Contou-me ele então:
o que esse senhor da estação de trens vai contar?
Pelo título do livro, deve ser a história de como um elefante branco foi roubado.

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6 crie outra capa para o livro
O Roubo do Elefante Branco.

7 leia este texto, o qual apresenta dados biográficos do autor do livro O Roubo do
Elefante Branco. Depois, com os colegas e o professor, responda às perguntas.

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Nascido em 1835, Samuel Langhorne Clemens, que posteriormente ado-
taria Mark Twain como nome de pena, nasceu em uma pequena cidade do
Missouri, nos EUA. Jovem rebelde, teve seu primeiro contato com os livros na
oficina de um tipógrafo, onde começou a trabalhar. Como escritor, suas pri-
meiras experiências foram no jornal de Hannibal, cidade para onde sua família

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se havia mudado. De vida aventurosa, Mark Twain foi piloto das barcas do Rio
Mississípi, soldado, desertor, garimpeiro, etc. Mas foi sempre no jornalismo
humorístico que encontrou maior sucesso. Em 1876, ao publicar As Aventuras
de Tom Sawyer, sua popularidade cresceu fantasticamente. Outros de seus su-

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cessos foram O Príncipe e o Mendigo (1882), As Aventuras de Huckleberry Finn
(1885). Ele morreu em 1910, não apenas um expoente da literatura americana,
mas um personagem que, como poucos, simbolizou sua época.
twain, mark. O Roubo do Elefante Branco. tradução de: coSta,
teresa resende. São Paulo: cosac naify, 2004. p. 76.

a) liste três informações pessoais do autor.


Sugestão de resposta — data de nascimento e morte; nome de registro; jovem rebelde.

b) cite três informações profissionais do autor.


Sugestão de resposta — primeiras experiências; piloto, soldado, desertor; em 1876,

publicou As aventuras de Tom Sawyer.

16 língua portuguesa | 6º. ano | 2


trilhas da linguagem

DígRAfOS
na escrita, as palavras são formadas por letras que correspondem a fonemas
da língua.
a palavra espelhos, por exemplo, tem oito letras e sete fonemas. isso porque
as letras lh representam apenas um fonema.
o uso de duas letras para representar um único fonema chama-se dígrafo.
conheça, primeiro, os dígrafos consonantais.

ch — cachorro rr — cachorro qu — quebrada


lh — barulho ss — agressivo sc — nascer
nh — cozinha gu — guerra sç — cresça
xc — excede

agora, conheça os dígrafos vocálicos — duas letras que representam uma vo-
gal de som nasal.

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am, an — ambas
em, en — enfeite
im, in — informação

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om, on — ombro
um, un — umbigo, bumba meu boi

1 leia este trecho.

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Era um senhor aparentando setenta e poucos anos, de rosto muito simpá-
tico e amável, dono de maneiras graves e sinceras, as quais imprimiam um tom...

Do trecho, destaque as palavras que apresentam mais letras que fonemas. Depois
justifique sua resposta. observe um exemplo: senhor — seis letras e cinco fonemas.
um, aparentando, setenta, simpático, sinceras, imprimiam, tom.

as palavras destacadas apresentam dígrafos, isto é, o número de letras na escrita é

maior que o de sons na fala.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 17


2 no título do livro, contorne as palavras que apresentam dígrafos vocálicos.

O Roubo do Elefante Branco.

3 observe o quadro seguinte. ele apresenta os três tipos de encontro vocálico:


hiato, ditongo e tritongo. Depois, converse com o professor e os colegas e es-
creva pelo menos outros dois exemplos de cada caso na última coluna.

exemplo: duas, baú, saída


hiato encontro de duas vogais

encontro de vogal com exemplo: abaixo, pátria, qual


Ditongo
semivogal.

encontro de semivogal,
exemplo: Paraguai, uruguai,
tritongo vogal e outra semivogal,
nessa ordem. quaisquer

Encontro vocálico é o encontro de vogal com vogal ou de vogal com semivogal.

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4 considere este conjunto de palavras retirado do texto O Roubo do Elefante Branco.

contada — pessoa — conheci — trens — senhor —

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setenta — rosto — maneiras — graves — quais
a) transcreva as que apresentam dígrafos consonantais e contorne-os.
pessoa, conheci, senhor.

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b) transcreva as que apresentam dígrafos vocálicos e contorne-os.
contada, trens, setenta.

c) Quais palavras possuem o mesmo número de letras e fonemas?


rosto, maneiras, graves, quais.

5 releia esta frase.

A curiosa história que reproduzo abaixo me foi contada por uma pes-
soa que conheci, casualmente, numa estação de trens.

18 língua portuguesa | 6º. ano | 2


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trilhas da linguagem

PRONOmE
observe estes exemplos: meu carro quebrou há três quadras daqui. Deixei-o
parado na rua.
na primeira sentença, meu acompanha/determina carro.
na segunda sentença, o substitui carro.
a palavra que acompanha e determina um nome, bem como a que o substi-
tui, chama-se pronome.

Pronomes pessoais
os pronomes pessoais exercem a função de sujeito. eles se classificam em re-
tos e oblíquos. referem-se aos nomes e os substituem, bem como representam as
pessoas do discurso.
Quem fala com quem se fala De quem/Do que se fala
1ª. pessoa 2ª. pessoa 3ª. pessoa
eu/nós tu/Vós ele(s)/ela(s)

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Pronomes pessoais oblíquos
Pessoas do discurso Átonos tônicos
1ª. pessoa me mim, comigo

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Singular 2ª. pessoa te ti, contigo
3ª. pessoa se, o, a, lhe si, ele/ela, consigo
1ª. pessoa nos nós, conosco
Plural 2ª. pessoa vos vós, convosco

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3ª. pessoa se, os, as, lhes si, eles/elas, consigo

1 reescreva as frases substituindo as palavras em destaque por pronomes. Faça


a atividade em seu caderno.
a) claudia e magda fizeram um ótimo bolo. Claudia e magda são ótimas
confeiteiras.
b) manoel não pôde ir ao futebol. manoel machucou o joelho.
c) carol foi passar as férias com a tia nora. Carol adora ir para lá.
d) marlos e a mãe dele foram à livraria. marlos e a mãe dele encontraram
a livraria fechada.
e) nani e o filho dela adoram soltar pipa. Nani e o filho dela adoram prati-
car essa atividade.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 21


2 Complete as frases usando os pronomes comigo, contigo e consigo.
a) — Magda vai com você ao clube?
— Sim. Magda vai comigo .
b) — Você não respondeu nada ao teu pai.
— Ele estava falando comigo ?
— Isso. Ele falava contigo .
c) O professor saiu da sala. Ele levou consigo as
provas dos alunos.
d) Posso ir contigo ao Congresso?

e) Ao olhar nas mãos dele, percebi que carregava as provas consigo .

Mãos à obra!

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ProPosta 1

IStOCkPhOtO/thInkStOCk/GEtty IMAGES
Romeu e Julieta é uma obra muito importante da li-
teratura mundial, escrita por William Shakespeare.
Se você não lembra bem o enredo da história, pes-

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quise-o. Seu trabalho consiste em escrever um comen-
tário para constar da quarta capa, algo parecido com o
texto da página 11. O objetivo é chamar a atenção do
leitor para a história e para a importância dessa obra, de

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forma a fazê-lo interessar-se por sua leitura.
Primeiro faça um rascunho e revise-o, a fim de evi-
tar repetições de palavras e/ou ideias. Seu texto deve ser
claro e manter o interesse do leitor. Avalie se as ideias estão colocadas em sequên-
cia lógica. Atente para a correta grafia das palavras.
Faça a versão definitiva na folha de redação.

ProPosta 2
Pense nos livros que você leu ultimamente. Escolha aquele de que mais gostou.
Faça um resumo da narrativa e ressalte o que você considera mais interessante dela.
Deixe clara sua opinião. A finalidade da resenha é convencer o leitor a ler esse livro.
Revise seu texto para evitar que ideias e/ou palavras sejam repetidas. Muita
atenção para a grafia das palavras.

22 língua portuguesa | 6º. ano | 2


PRODuçãO DE TExTO
Nome:
Nº.: Turma: Data: / /

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língua portuguesa | 6º. ano | 2 23


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professores conveniados ao Aspectos a considerar na escrita/reescrita do texto

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condições de produção conteúdo Forma
adequação ao
informação ortografia e acentuação
gênero proposto

objetivo da produção clareza de ideias Pontuação

adequação ao interlocutor Sequência de ideias Paragrafação

concordância
adequação ao registro concisão
nominal e verbal

criatividade

24 língua portuguesa | 6º. ano | 2


Detalhes da informação:
reportagem
Helena SHlyapina/iStockpHoto/tHinkStock/Getty imaGeS

Material exclusivo para Não há como falar dos dias atuais

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sem abordar o tema tecnologia. Talvez
uma pessoa não passe um dia sequer
sem ter contato com alguma tecnolo-
gia, seja acordando com um rádio-re-

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lógio, seja acessando a internet. Afinal,
recursos como TV, jogos eletrônicos e in-
ternet ajudam ou atrapalham no desen-
volvimento?

Neste capítulo você vai


• estabelecer relação entre o gênero tex-
tual reportagem e portador (jornal), fun-
ção (informar) e público-alvo (leitores);
• identificar referências ou remissões ex-
plícitas a outros textos;
• estabelecer relações temáticas e estilísti-
cas entre dois textos de diferentes épocas.
25
Ponto de Partida

Você pratica alguma atividade física? Com que objetivo?


Resposta do aluno.

SentidoS do texto

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A maioria das pessoas já se conscientizou de que a prática de exercícios físicos
é fundamental para uma vida saudável. “Malhar” virou moda.
Mas será que toda atividade física faz bem à saúde? Leia o texto a seguir e co-

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nheça alguns dos vilões da “malhação”

É melhor pegar leve

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Fazer academia é bom, mas os adolescentes devem
ficar atentos aos riscos da obsessão pelo corpo

Até alguns anos atrás, o adolescente praticava esporte na rua, na escola, no


clube ou na área de lazer do condomínio. Cada vez mais, no entanto, o público
vem se deixando seduzir pelas academias. Na vida de muitos meninos e meninas,
frequentar esses lugares virou atividade corriqueira.
Academias já oferecem, inclusive, programas específicos para eles. Os
especialistas julgam que esse cultivo do corpo é positivo, porque se trata de um
contraponto a práticas como a alimentação à base de fast-food e o hábito de gastar
horas diante do computador. Mas os jovens devem ficar atentos aos riscos a que
estão expostos.

26 língua portuguesa | 6º. ano | 2


Como seu corpo e sua identidade estão em formação, o adolescente é
naturalmente inseguro com a aparência. E a comparação com os físicos malhados
ao redor — em geral de adultos que já completaram o desenvolvimento do corpo
— pode aumentar suas angústias. Os garotos querem ficar tão musculosos quanto
os veteranos do local. As garotas almejam ter a silhueta esbelta das mulheres.
Quando viram obsessão, esses desejos prejudicam a saúde, causam transtornos
psíquicos e até levam ao caminho das drogas (veja quadro).
Os jovens estão frequentando a academia cada vez mais cedo. No caso dos
garotos, o chamariz é a musculação. Embora se recomende que esse público dê
preferência a esportes como vôlei e natação, o exercício de levantar pesos pode ter
efeito benéfico, se bem orientado. O estudante paulistano Octacílio Costa Neto,
de 12 anos, é um exemplo. Ele pratica musculação há cinco meses, sob a supervisão
de um professor, para corrigir sua postura. “Já sinto a diferença”, diz Neto. Mas
a musculação na adolescência deve ser vista com cautela. Quando observam
os mais crescidos pegarem pesado nos halteres, muitos tendem a imitá-los —
e isso pode ter consequências graves. A prática precoce pode prejudicar o
crescimento do adolescente. “Há riscos de lesões e de atrofia dos músculos”, diz
o professor de educação física Mauro Célio do Carmo, da academia paulistana
Fórmula.

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Ao frequentarem esses ambientes de culto ao físico, os adolescentes
têm de tomar cuidado para não entrar numa espiral de neuroses. Os garotos que
praticam musculação são suscetíveis a um transtorno psíquico conhecido como
vigorexia. Apesar de musculoso, o rapaz se olha no espelho e acha que está flácido.

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Isso leva ao ganho exagerado de massa muscular. E à tentação dos anabolizantes.
O contrário disso — a obsessão de perder peso — não é um perigo menor. Uma
pesquisa do Instituto Central do Hospital de Clínicas de São Paulo mostrou que,
num universo de 588 jovens de 11 a 18 anos, 47% tinham feito dieta mais de oito

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vezes. “Quase 5% deles recorreram a métodos nada ortodoxos para perder peso,
como o uso de laxantes e diuréticos e o vômito autoinduzido”, diz a psicanalista
Mara Cristina de Lúcia, que coordenou o estudo. As meninas são as maiores
vítimas da obsessão pela magreza. No caso das garotas que frequentam academia,
gastar mais tempo que o recomendável na esteira pode ser um indício de que a
preocupação passou dos limites. Num extremo — e aí já se trata de distúrbios
que requerem apoio de terapia —, a fixação pode levar a males como a anorexia
e a bulimia. Não custa lembrar: preocupar-se com o corpo faz bem, mas é melhor
pegar leve.

A paranoia do espelho
Veja os perigos a que se expõe quem passa dos limites na busca da boa forma.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 27


As distorções da
As soluções artificiais Os exageros
autoimagem

São as grandes vítimas Cada vez mais cedo,


Como seu físico está em
do distúrbio conhecido adolescentes que malham
formação, o adolescente
como vigorexia: apesar vêm apelando para o
que pega pesado na
de musculoso, o jovem atalho dos anabolizantes.
musculação, puxando
se acha flácido e magro. Deve-se prestar atenção se
Garotos mais peso do que deveria
O transtorno faz mal a musculatura do jovem
em sua idade, pode
para a autoestima, causa aumenta de forma brusca
prejudicar o próprio
prejuízo nas relações e seu comportamento se
crescimento. Além disso,
sociais e leva ao ganho torna agressivo demais —
corre o risco de ter lesões
exagerado de massa sinais de possível uso
sérias
muscular. dessas drogas.

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O equivalente, para
A fixação em perder
elas, é o uso de táticas A compulsão de passar
peso pode prejudicar a
radicais para emagrecer. horas a fio na esteira para
saúde. Num extremo,

professores conveniados ao
Uma delas é o consumo perder peso pode resultar
desencadeia males como
indiscriminado de em lesões nos joelhos,
a anorexia e a bulimia.
Garotas

moderadores de apetite. entre outras partes do


Preocupações típicas da
Muitas adolescentes corpo. Se não for bem
idade, como em relação

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põem em risco a saúde orientada, a musculação
ao tamanho dos seios,
ao recorrer a substâncias leva ao embrutecimento
são amplificadas pelas
como nicotina, laxantes dos traços físicos da
comparações com as
e diuréticos em busca da jovem.
colegas de academia.
magreza sonhada

. VejA jOVeNs. É melhor pegar leve. Abril, jun. 2004. n. 32, ano 37. p. 36.

1 Consulte um dicionário e transcreva o significado que melhor se adapta a cada


termo destacado.
a) Os garotos querem ficar tão musculosos quanto os veteranos do local.
Sugestão de resposta — Antigo em qualquer ramo de atividade.

28 língua portuguesa | 6º. ano | 2


b) As garotas almejam ter a silhueta esbelta das mulheres.
Sugestão de resposta — Almejam: desejam ardentemente. silhueta: desenho do per-

fil de uma pessoa ou objeto, segundo os contornos que sua sombra projeta. esbelta:

magra, elegante.

c) No caso dos garotos, o chamariz é a musculação.


Sugestão de resposta — Coisa que chama a atenção, atrai.

d) Quando observam os mais crescidos pegarem pesado nos halteres, muitos


tendem a imitá-los — e isso pode ter consequências graves.
Sugestão de resposta — Instrumento ginástico.

e) A prática precoce pode prejudicar o crescimento do adolescente.


Sugestão de resposta — Prematura, antecipada.

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f) E à tentação dos anabolizantes.
Sugestão de resposta — substância que estimula o anabolismo, especialmente o

crescimento de massa muscular.

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g) “Quase 5% deles recorreram a métodos nada ortodoxos para perder peso,
como o uso de laxantes e diuréticos e o vômito autoinduzido”...
Sugestão de resposta — Laxante: purgante ligeiro. Diurético: agente que aumenta a

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diurese (secreção urinária).

h) (...) a fixação pode levar a males como a anorexia e a bulimia.


Sugestão de resposta — Anorexia: redução ou perda de apetite. Bulimia: apetite

insaciável.

2 Considere o contexto das expressões a seguir para escrever o que significam.


a) Na vida de muitos meninos e meninas, frequentar esses lugares virou ati-
vidade corriqueira.
Sugestão de resposta — já se tornou rotina na vida da maioria.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 29


b) Academias já oferecem, inclusive, programas específicos para eles.
Sugestão de resposta — Atividades elaboradas especialmente para os adolescentes.

c) Quando viram obsessão, esses desejos prejudicam a saúde, causam trans-


tornos psíquicos e até levam ao caminho das drogas.
Sugestão de resposta — Dificuldades, problemas psicológicos.

d) (...) o exercício de levantar pesos pode ter efeito benéfico, se bem orientado.
Sugestão de resposta — Positivo, saudável.

e) Mas a musculação na adolescência deve ser vista com cautela.


Sugestão de resposta — Com cuidado, bastante atenção.

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f) Ao frequentarem esses ambientes de culto ao físico, os adolescentes têm

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de tomar cuidado para não entrar numa espiral de neuroses.
Sugestão de resposta — Preocupações excessivas que vão se tornando cada vez mais

sérias.

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g) Os garotos que praticam musculação são suscetíveis a um transtorno psí-
quico conhecido como vigorexia.
Sugestão de resposta — estão sujeitos.

h) “Quase 5% deles recorreram a métodos nada ortodoxos para perder peso,


como o uso de laxantes e diuréticos e o vômito autoinduzido”...
Sugestão de resposta — Nada ortodoxos: incomuns, não convencionais; vômito au-

toinduzido: vomitar de propósito.

30 língua portuguesa | 6º. ano | 2


3 Releia os trechos a seguir, observando as expressões em destaque.

Os especialistas julgam que esse cultivo do corpo é positivo, porque se trata


de um contraponto a práticas como a alimentação à base de fast-food e o hábito
de gastar horas diante do computador.

Fazer academia é bom, mas os adolescentes devem ficar


atentos aos riscos da obsessão pelo corpo.

Ao frequentarem esses ambientes de culto ao físico, os adolescentes têm


de tomar cuidado para não entrar numa espiral de neuroses.

a) Pesquise no dicionário e transcreva a acepção que melhor expressa a ideia


sugerida nos trechos para os seguintes termos:

Obsessão: ideia fixa ou preocupação contínua.

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Cultivo: promover o desenvolvimento ou o aperfeiçoamento de alguém ou alguma
coisa.

Culto: devoção ou admiração extravagante a práticas, princípios.

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b) Qual das expressões sugere atitude positiva?

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Cultivo do corpo.

4 Qual a justificativa para alguns especialistas julgarem o hábito de frequentar


academias benéfico para os adolescentes?
O fato de que o cultivo do corpo é um contraponto a práticas como a alimentação à

base de fast-food e o hábito de gastar horas diante do computador.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 31


5 Considere a afirmação a seguir.

Quando viram obsessão, esses desejos prejudicam a saúde, cau-


sam transtornos psíquicos e até levam ao caminho das drogas.

a) A que desejos o redator se refere nesse trecho?


Os garotos desejam ficar tão musculosos quanto os homens adultos que frequentam

academias; as garotas querem ter a silhueta esbelta das mulheres maduras.

b) Nesse trecho, são enumerados três riscos para os adolescentes que bucam
o corpo perfeito. Qual é apontado como o mais sério? Como foi possível
descobrir?
O mais sério é levar o adolescente ao caminho das drogas. Foi possível descobrir

pelo uso do até.

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c) em que situação exposta nesse trecho a preocupação excessiva com o corpo
pode resultar nas consequências citadas?
Quando esses desejos se tornam obsessão.

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6 O que o texto afirma sobre a prática de musculação pelos garotos?
O texto afirma que a prática da musculação pode ser benéfica, se bem orientada. No

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entanto, deve-se ter cautela, pois a prática precoce desse tipo de atividade pode pre-

judicar o crescimento do adolescente, causando lesões e atrofia dos músculos.

7 De quais distúrbios os adolescentes podem ser vítimas na busca pelo corpo per-
feito, segundo o texto? explique-os.
Os meninos podem ser vítimas da vigorexia, distúrbio que os fazem se achar flácidos,

embora estejam musculosos. As meninas podem ser vitimadas pela anorexia, quan-

do se veem gordas, apesar de muito magras, e da bulimia, induzindo o vômito após

ingerir algum alimento para não engordar.

32 língua portuguesa | 6º. ano | 2


rotaS do gênero

CaraCteríStiCaS da reportagem
Suporte e função
O texto É melhor pegar leve é uma reportagem. Diferente da notícia, a repor-
tagem apresenta mais detalhes sobre os fatos e os interpreta. Por isso, em geral é
mais extensa que a notícia.
A maioria das reportagens não se restringe ao acontecimento em si, mas aborda
diversos aspectos do assunto, muitas vezes por meio de opiniões, citações, entrevistas,
gráficos e outros recursos.

1 em que suporte a reportagem É melhor pegar leve foi publicada?


Na revista Veja Jovens.

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2 em que outros suportes podemos encontrar textos como esse?
em jornais impressos, telejornais, revistas e na internet.

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3 A que público-alvo se destina o texto?

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Destina-se a professores, pais, instrutores de academia, médicos e principalmente aos

adolescentes.

4 Assinale a principal função desse texto.


( ) Narrar um acontecimento
( ) emocionar, comover
( X ) Informar, esclarecer
( ) Opinar, convencer

língua portuguesa | 6º. ano | 2 33


Fato: versão e opinião
5 Reportagem é o núcleo essencial do jornalismo que deve conter a descrição do
fato, versão das partes envolvidas e, se possível, opinião dos especialistas. A
respeito da reportagem É melhor pegar leve, responda aos seguintes questio-
namentos.
a) Qual é o fato descrito?
Na obsessão pelo corpo perfeito, adolescentes estão procurando academias cada vez mais

cedo, muitas vezes cometendo excessos que prejudicam a saúde e o desenvolvimento.

b) As partes envolvidas no assunto da reportagem É melhor pegar leve são os


adolescentes e as academias. Que trecho expressa a opinião de um adoles-
cente sobre a prática de exercícios nas academias?
O estudante paulistano Octacílio Costa Neto, de 12 anos, pratica musculação há cinco

meses, sob a supervisão de um professor, para corrigir sua postura. ele diz já sentir

Material exclusivo para


diferença.

professores conveniados ao
c) A versão do adolescente é favorável ou desfavorável à prática de ativida-
des em academias? explique.
Favorável, pois o estudante pratica musculação para corrigir sua postura e diz que já

Sistema de Ensino Dom Bosco


sente diferença após cinco meses de exercícios.

d) Quais especialistas foram consultados?


O professor de educação Física Mauro Célio do Carmo e a psicanalista Mara Cristina

de Lúcia.

34 língua portuguesa | 6º. ano | 2


6 Releia trecho que reproduz a fala do especialista.

“Há riscos de lesões e de atrofia dos músculos”, diz o


professor de educação física Mauro Célio do Carmo, da
academia paulistana Fórmula.

a) Qual a relação entre a formação do especialista e o campo em que atua?


Mauro Célio do Carmo é professor de educação física e atua na academia paulistana

Fórmula.

b) Que recursos indicam a presença da fala literal do professor Mauro Célio


do Carmo?
O uso das aspas e do verbo de elocução “diz”.

informação x Comentário
Textos jornalísticos, como reportagens e notícias, tratam de assuntos de forma
imparcial, ou seja, sem revelar a opinião do redator.

Material exclusivo para


em algumas situações, no entanto, a linguagem deixa transparecer posiciona-
mentos sobre o tema abordado, geralmente em forma de comentários, conselhos
ou dicas.

professores conveniados ao
7 Identifique os trechos a seguir como informação (I) ou comentário (C).
( I ) Academias já oferecem, inclusive, programas específicos para eles.
( C ) Mas os jovens devem ficar atentos aos riscos a que estão expostos.
( I ) Os jovens estão frequentando a academia cada vez mais cedo.

Sistema de Ensino Dom Bosco


( I ) No caso dos garotos, o chamariz é a musculação.
( C ) Mas a musculação na adolescência deve ser vista com cautela.
( C ) Ao frequentar esses ambientes de culto ao físico, os adolescentes têm de
tomar cuidado para não entrar numa espiral de neuroses.
( I ) As meninas são as maiores vítimas da obsessão pela magreza.
( C ) Não custa lembrar: preocupar-se com o corpo faz bem, mas é melhor pe-
gar leve.

8 A análise dos comentários feitos no texto É melhor pegar leve revela um po-
sicionamento
( ) radical, pois apresenta apenas o lado negativo da prática de exercícios fí-
sicos por adolescentes.
( X ) cauteloso, pois apresenta os riscos da prática excessiva de exercícios sem
negar a importância da atividade física nessa idade.
língua portuguesa | 6º. ano | 2 35
Leitura e anáLiSe da Linguagem

será que a obsessão pela perfeição do corpo é coisa de adolescente? Leia a en-
trevista a seguir e descubra um método de sucesso na busca da boa forma.

Corpo estelar
Programa de personal trainer de Hollywood baseado em cinco ações faz sucesso nos EUA.

O canadense Harley Pasternak, 31 anos, é um dos queridinhos de Hollywood. Ele


não é ator nem diretor, mas, se alguém pensa em filmes de ação, com belas mocinhas
ou que exigem que o protagonista sue a camisa, é seu nome que surge. Pasternak é
personal trainer e criador de um programa de atividade física e nutrição que tem feito
a cabeça de algumas estrelas. Batizado de Five Factor Fitness, ele é seguido por Halle
Berry, a Mulher-Gato, Orlando Bloom, o herói de Cruzada, e Kanye West, o rapper
do momento. O programa virou livro este ano e já vendeu 100 mil cópias nos EUA
(por aqui não há previsão de lançamento). Pelo sistema, basta realizar 25 minutos de
atividade física cinco dias da semana e fazer cinco refeições (café da manhã, lanche,
almoço, lanche da tarde e jantar) para ficar em forma. O personal trainer falou a

Material exclusivo para


ISTOÉ durante o congresso da IHRSA (associação de diversas academias no mundo)
realizado recentemente em São Paulo.
ISTOÉ — O que é o programa?
Harley Pasternak – É um sistema de fitness e nutrição para o dia a dia. Estudei

professores conveniados ao
fisiologia do exercício e nutrição no exército canadense. Vi que os treinamentos
intensos e de curtos períodos eram eficientes e a variação das atividades é essencial.
E o terceiro ponto é o equilíbrio dos músculos trabalhados.
ISTOÉ — O que isso significa?
Pasternak – Homens trabalham bastante peitorais e bíceps. Muitas vezes, têm

Sistema de Ensino Dom Bosco


problemas nos ombros por causa disso. Se exercitarem mais as costas e os tríceps
(músculos da parte de trás dos braços), o equilíbrio é resolvido.
ISTOÉ — Quais são os cinco fatores do programa?
Pasternak — Cinco treinamentos por semana, cinco refeições por dia, cinco
critérios alimentares (proteínas com pouca gordura, carboidratos, fibras, gordura
saudável, como azeite e bebidas sem açúcar), cinco minutos para preparar os pratos.
E uma vez na semana pode-se comer e beber o que quiser.
ISTOÉ — Que exercícios são feitos?
Pasternak — Começar com cinco minutos de aquecimento, com corrida ou
caminhada. Depois, cinco minutos para fortalecer a porção superior do corpo e outros
cinco para a parte inferior. Em seguida, cinco minutos de abdominais e mais cinco
de exercícios aeróbios.
CAsTeLLÓN, Lena. Corpo estelar. istoÉ, são Paulo, n. 1876, 18 set. 2005. p. 72.

36 língua portuguesa | 6º. ano | 2


1 Como a fala dos especialistas é transcrita na reportagem É melhor pegar leve?
e na entrevista Corpo estelar, como se apresenta a fala do personal trainer?
Na reportagem, as citações estão inseridas no texto e identificadas por aspas; na en-

trevista, a fala do personal trainer foi inserida por meio de respostas.

2 O que propõe o programa Five Factor Fitness?


Propõe um mínimo de atividades físicas por dia, apenas cinco minutos.

outroS caminhoS

exercícios em excesso e sem orientação podem acarretar problemas físicos. O


inverso, ou seja, uma vida totalmente sedentária, também é prejudicial.

Material exclusivo para


O texto a seguir mostra como é simples fazer da atividade física uma aliada na
busca da saúde e da boa forma.

Saúde em atividade mínima

professores conveniados ao
Você faz há 20 anos o mesmo exercício para melhorar a saúde? Continue
fazendo, mas esqueça tudo o que lhe ensinaram naquela época sobre atividade
física. Pesquisas feitas nos últimos dez anos revolucionaram todos os conceitos

Sistema de Ensino Dom Bosco


que ligavam os esportes à saúde e trouxeram boas e más notícias. A má é que as
doenças causadas pela falta de exercícios são mais graves e mais disseminadas do
que imaginávamos. A boa é que preveni-las é extremamente fácil.
Só em 1992 a Organização Mundial de Saúde reconheceu o sedentarismo
como um mal em si. Até então, ele era apenas um fator que contribuía para doenças
como obesidade, diabete, colesterol alto e hipertensão. Quando a falta de exercício
físico foi analisada de forma independente, percebeu-se que ela figurava entre os
piores flagelos da humanidade. Um estudo coordenado por Michael Pratt (chefe
da divisão de atividade física e nutrição do Centro para o Controle e Prevenção
de Doenças — CDC, nos Estados Unidos) mostrou que as doenças causadas pelo
sedentarismo consomem por ano 76 bilhões de dólares, o equivalente a 70% dos
gastos hospitalares mundiais. “O prejuízo que a falta de atividade física traz para
o Brasil é semelhante ao encontrado nos países desenvolvidos”, diz Pratt.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 37


Em 1995, um estudo feito com mais de 20 mil pessoas mostrou que um obeso
que faz exercícios tem uma expectativa de vida maior do que um sedentário com
o peso correto. Em seguida, cientistas mostraram que indivíduos com problema
de excesso de colesterol, com diabete ou com hipertensão que são ativos morrem
menos do que sedentários que não possuem nenhum desses males. O sedentarismo
só não mata mais que o cigarro — quem fuma, mas se exercita, tem a mesma
chance de ter doenças crônicas que um não fumante que fica parado dentro de
casa. “A diferença é que o número de pessoas que não fazem atividade física é
muito maior que o de fumantes, o que torna o sedentarismo a maior epidemia
do mundo”, afirma o médico Victor Matsudo, do Celafiscs (Centro de Estudos
do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul) em São Paulo.
A lista de enfermidades causadas pela simples preguiça de se movimentar
inclui ainda derrames, câncer de cólon, fraturas e artrites. Há também o risco
de doenças mentais. (...)

O que fazer?
A descoberta dos malefícios da falta de exercício fez os cientistas esquecerem
a ideia de preparo físico e a busca por melhores desempenhos e se perguntarem
simplesmente o que é preciso fazer para evitar doenças. A resposta foi surpreendente:

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bastam 30 minutos de atividade física por dia, cinco vezes por semana. A intensidade
não importa. Vale qualquer exercício capaz de fazer o seu metabolismo funcionar
mais rápido do que em uma situação de descanso, desde caminhar e jogar futebol
até lavar janelas e subir escadas.(...)
Essa descoberta já foi o suficiente para aposentar os princípios da “educação

professores conveniados ao
física verde-oliva” — a ideia de que exercício bom era aquele que levava o corpo
ao limite, tal como a preparação de soldados para a guerra — e diminuir a
importância daqueles exercícios sérios e calculados dos anos 70 que deram origem
às academias, bicicletas ergométricas e esteiras. O golpe final veio quando se

Sistema de Ensino Dom Bosco


percebeu que os 30 minutos de atividade diária poderiam ser divididos em três
sessões de dez minutos, com resultados praticamente iguais. Ou seja, caminhar
até a padaria de manhã. Até o restaurante na hora do almoço e descer um ponto
de ônibus antes ao voltar pra casa garantem a saúde de qualquer um. Não é mais
preciso pagar academias nem ter um planejamento detalhado de atividades físicas.
Quem optar por exercícios sérios, no entanto, só tem a ganhar. Meia hora de
atividades físicas por dia é o limite a partir do qual surgem os benefícios à saúde,
mas quem prolongar ou aumentar a intensidade dos esforços terá mais vantagens.
O único problema é que exercícios intensos aumentam a pressão sobre músculos
e ossos e podem levar a lesões que afastam a pessoa da atividade física. “Muitas
vezes, o benefício à saúde de treinamento de alta performance é nulo. O atleta
ganha preparo físico no mesmo ritmo em que sofre lesões que o paralisam”, diz
Victor Matsudo. Como a questão essencial é praticar exercícios de forma

38 língua portuguesa | 6º. ano | 2


constante, atividades intensas nem sempre são uma boa opção. “O importante é
fazer atividades físicas com regularidade, não com seriedade”, diz o epidemiologista
Adrian Bauman, da Universidade de New South Wales, na Austrália.
saúde em atividade mínima. Superinteressante, são Paulo, n. 182, dez. 2002, p. 48.

Ao escrever uma reportagem, o redator ou equipe de redação usa diferentes


recursos para tratar determinado assunto, de acordo com o objetivo, assunto, su-
porte e público-alvo do texto.

1 A reportagem Saúde em atividade mínima foi publicada na revista Superinteressante.


Converse com o professor e os colegas sobre o público leitor dessa revista e re-
gistre as conclusões a que chegaram.
Sugestão de resposta — O público leitor da revista Superinteressante é formado, ba-

sicamente, por jovens e adultos interessados em ensaios e descobertas científicas, curio-

sidades a respeito do mundo.

2 Identifique, na reportagem Saúde em atividade mínima, informações que ex-

Material exclusivo para


pressam:
a) a evolução das pesquisas e descobertas no tempo.
Pesquisas feitas nos últimos dez anos revolucionaram todos os conceitos que ligavam

professores conveniados ao
os esportes à saúde. / Só em 1992, a Organização Mundial de Saúde reconheceu o se-

dentarismo como um mal em si. / Em 1995, um estudo feito com mais de 20 mil pes-

soas mostrou que um obeso que faz exercícios tem uma expectativa de vida maior do

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que um sedentário com o peso correto. / Exercícios sérios e calculados dos anos 70 que

deram origem às academias.

b) a qualificação e a área de atuação dos especialistas consultados.


Michael Pratt (chefe da divisão de atividade física e nutrição do Centro para o Controle

e Prevenção de Doenças — CDC, nos Estados Unidos); Victor Matsudo, do Celafiscs,

médico (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul)

em São Paulo; Adrian Bauman, epidemiologista da Universidade de New South Wales,

na Austrália.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 39


c) os números que demonstram os gastos com o sedentarismo.
Doenças causadas pelo sedentarismo consomem por ano 76 bilhões de dólares, o equi-

valente a 70% dos gastos hospitalares mundiais.

3 Nessa reportagem, a análise e a interpretação das informações sugerem maior


ou menor cientificidade em relação à reportagem É melhor pegar leve?
Maior cientificidade.

4 Por que a linguagem empregada na reportagem Saúde em atividade mínima pa-


rece mais científica do que da reportagem É melhor pegar leve?
Por vários motivos: o assunto é tratado de forma mais abrangente na primeira repor-

tagem; o suporte não é voltado ao público adolescente; o público-alvo é formado por

pessoas interessadas em assuntos científicos.

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outroS caminhoS

professores conveniados ao
Fábula Virtual

Sistema de Ensino Dom Bosco


Um Ratinho virtual vinha por uma floresta de signos. Perto de uma caverna,
avistou um Leão, desses grandes, ameaçadores, desenhados em programas colori-
dos, bem modernos.
— Vou te devorar — disse o Leão. — E não adianta disfarce de Ratinho vir-
tual, cibernético ou seja lá o que for.
— Não faz isso — suplicou o Ratinho.
— Por que, se sou o Leão?
— Não sou compatível.
— Ah — rugiu Leão — essa é boa. Vou te processar no meu texto. Mas eu
acordei de bom humor, perdoo tua arrogância.
— Arrogância? Que arrogância?

40 língua portuguesa | 6º. ano | 2


— Arrogância de existir. O Ratinho percebeu que aquele seria um diálogo difícil.
Estava diante de um Leão que ignorava o direito dos mais fracos. Melhor afastar-se
dali o mais depressa possível.
— Ah! — exclamou o Ratinho — me perdoa por existir.
— Está bem, mas desaparece.
Antes de sumir no mato, o Ratinho disse:
— Um dia vou te salvar. Ou vou salvar outro Leão. Nem que seja numa fábula.
— Essa é boa — disse o ciberleão, achando acintosa a atitude do Ratinho.
Alguns anos depois, porém, o Leão estava ao computador. Aperta uma tecla
aqui, outra ali, e teve a ideia de conversar, via internet, com os leões do zoológico de
Tóquio. Acontece que ele deu um comando errado e caiu numa rede de caçadores.
Esses homens, virtuais, rudes, riram de satisfação e discutiram o que fazer com tão
preciosa caça.
Sem chegar a nenhuma conclusão, deixaram o Leão na rede e foram conversar
com seus companheiros. O Leão lutou ainda muito tempo, mas, mesmo assim, não
conseguiu sair. Cansado, ficou cibertriste. Sabia que os caçadores iriam apagá-lo.
Ou então levá-lo para um zoológico bem longe. Passado algum tempo, ouviu uma
voz junto de seu ouvido. Era a voz do Ratinho virtual.
— O que estás fazendo aí, nessa rede? — quis saber o Ratinho, que passava por

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ali, procurando um Leão preso em rede, a fim de cumprir sua promessa.
— Caí aqui por acaso e não consigo sair.
— Vou te livrar dessa armadilha.
Como um animal tão insignificante poderia ajudá-lo?

professores conveniados ao
— Chama alguém maior e mais forte. Nem disco rígido tens. Nunca conseguirás
me tirar daqui — rugiu o ciberleão, rei dos programas mais sofisticados do mundo
e amigo pessoal do Bill Gates.
— Sou pequeno, mas tenho os bits afiados — disse o Ratinho. O Ratinho roeu
então algumas malhas da internet, e o Leão pôde escapar. Quando os caçadores

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voltaram, a rede estava vazia.
CAPAReLLI, sérgio. 33 Ciberpoemas e uma Fábula Virtual. Porto Alegre: L&PM, 1996.

1 Onde se passa a história?


Sugestão de resposta — Numa floresta virtual, de signos, perto de uma caverna.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 41


2 explique a resposta do rato virtual para a pergunta do ciberleão neste trecho:

— Não faz isso — suplicou o Ratinho.


— Por que, se sou o Leão?
— Não sou compatível.

Resposta do aluno.

3 Por que o leão virtual ameaçou devorar o ratinho cibernético?


Sugestão de resposta — Pelo simples fato de ser um leão.

4 Compare a fábula virtual com a tradicional versão de esopo.

O Leão e o Rato
Pôs-se a dormir um Leão; uns ratos, cheios de imprudente intrepidez, vieram
brincar ao redor dele, e com os seus saltos o acordaram. Todos fugiram; um único,

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por mais descuidado, ficou no poder do Leão. Felizmente é nobre como um rei, o
rei dos animais; condoído dos sustos do mísero ratinho, desdenhou tão mesquinha
vingança, e soltou o animalejo. Daí a dias, andando desprevenido, deixou-se o Leão
enlear em uma rede, e sem embargo da sua força, estava no poder dos caçadores. O

professores conveniados ao
Ratinho soube deste desastre, e logo foi ter com o seu benfeitor, para retribuir-lhe
o favor que dele recebera. De feito, agarrou-se à rede e com tal diligência pôs-se a
roer malhas e cordéis, que logo o Leão pôde desenlear-se, e voltar para suas brenhas.
Moral: uma boa ação nunca fica perdida.
Domínio público.

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a) O Ratinho retribui a ação do Leão e o salva tanto na Fábula Virtual quanto
na versão de esopo. Como o Ratinho faz isso nas duas histórias?
Sugestão de resposta — Na fábula de esopo salva o Leão roendo as cordas que o

prendiam; na virtual, rói algumas malhas da internet.

b) em sua opinião, qual a melhor representação para o rei dos animais: o leão
da ciberfábula ou o da fábula não virtual? Por quê?
Resposta do aluno.

42 língua portuguesa | 6º. ano | 2


c) Vivemos num mundo interativo, de influências mútuas. Como podemos
torná-lo um lugar melhor para viver? Agindo como um ciberleão ou como
um ratinho virtual? justifique sua resposta.
Resposta do aluno.

triLhaS da Linguagem

proNomeS poSSeSSiVoS e demoNStratiVoS


Observe as sentenças:

— Li de novo meu livro favorito.


— seria este?

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Para você, qual termo indica noção de posse? e qual possibilita relacionar a
localização de objeto no discurso? se você respondeu meu e este, acertou. eles são
pronomes possessivo e demonstrativo, respectivamente.

professores conveniados ao
pronomes possessivos
Indicam noção de posse. Além de determinarem o objeto, têm relação com a
pessoa gramatical possuidora.
Observe alguns pronomes possessivos.

Sistema de Ensino Dom Bosco


singular
meu
Masculino
Plural
meus
singular
minha
Feminino
Plural
minhas
teu teus tua tuas
seu seus sua suas
nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas

língua portuguesa | 6º. ano | 2 43


pronomes demonstrativos
Possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas e ao tempo, além de
sua posição num discurso.

Pronomes espaço Tempo Ao dito enumeração


Algo ou alguém está Referente ao Referente ao último
perto de quem fala Presente que ainda não elemento citado
este,
(1ª. pessoa). foi dito. numa enumeração.
esta,
ex.:
isto, ex.:
ex.: Compraram pastas,
estes, ex.: Nesta semana,
esta notícia me envelopes e cola.
estas Apreciei este livro. faremos nossa
deixou triste. esta, infelizmente,
confraternização.
veio quase vazia.

Pronomes espaço Tempo Ao dito enumeração


Algo ou alguém está Passado Referente
perto de quem ouve ou futuro àquilo que já
(2ª. pessoa). próximos. foi dito.

Material exclusivo para


esse, ex.:
essa, ex.: Vi alguém
esses, Nessa última chegar com a
ex.:
essas semana, compra dos
Gostei desse livro

professores conveniados ao
comprei o materiais de
que você está lendo.
material de escritório. isso
escritório. me deixou
surpresa.

Sistema de Ensino Dom Bosco


Algo ou alguém está
Referente ao primeiro
perto de outro (3ª. Passado ou
elemento citado
pessoa), distante dos futuro remotos.
aquele, numa enumeração.
interlocutores.
aquela,
aquilo, ex.:
ex.:
aqueles, Tenho
ex.: Gostei daquele Compraram pastas,
aquelas lembranças
livro que está na envelopes e cola.
de 1990, pois
estante 8. aquelas, infelizmente
naquele ano
vieram estragadas.
eu me formei.

Esta: refere-se à cola Isso: refere-se à cena inteira Aquelas: refere-se às pastas

44 língua portuguesa | 6º. ano | 2


1 Complete as frases com os pronomes possessivos indicados entre parênteses.
a) Marcos e Aline já compraram os livros de que precisavam. e você, já com-
prou o seu ? (3ª. pessoa do singular)
b) Minhas férias acabaram! (1ª. pessoa do singular)
c) Meu caderno ficou em casa! (1ª. pessoa do singular)
d) Tua crença é bela! (2ª. pessoa do singular)
e) eu conto com vossa graça! (2ª. pessoa do plural)

2 escreva os pronomes demonstrativos que faltam nas frases.

a) De quem é aquela caneta lá perto da porta?


b) esse cachorro aí tentou passar pelo portão. Precisamos
prendê-lo melhor.

c) este violão que tenho em mãos já foi de um grande

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compositor.

d) Você está sempre com essa feição fechada.


e) Veja o que tenho neste pacote: delícias para o café

professores conveniados ao
da manhã.
aquele
f) Você está vendo bando de pássaros? são pardais.
essa
g) Traga-me caixa que está ao seu lado.

Sistema de Ensino Dom Bosco


h) Ajude-me a carregar estas sacolas aqui.
esta
i) O noivo sempre chega à cerimônia antes que a noiva.

sempre se atrasa.

SubStaNtiVoS
Leia este período.
Batizado de Reader, o aparelho é capaz de armazenar na memória
centenas de livros e apresentá-los, página por página, numa tela.

Dependendo da situação, os substantivos assumem diferentes funções numa


frase. Podem dar nome aos seres, ou indicar ações ou estados deles. Observe que
nesse trecho não há só substantivos. Há termos que ligam ou substituem os nomes,
bem como palavras que qualificam esses nomes. língua portuguesa | 6º. ano | 2 45
3 Com a ajuda do professor, analise a função gramatical das palavras nesse período
e escreva-as nos quadros. já começamos para você.
Palavras que
Palavras que dão Palavras que Palavras
caracterizam,
nome aos seres indicam ação ou que indicam
qualificam os
em geral estado dos seres quantidade
nomes
Reader batizado é centenas
aparelho capaz armazenar página por página

memória apresenta

livros
página

tela

Palavras que ligam


Palavras que Palavras que Palavras que
duas partes da frase (a
acompanham substituem os ligam os
informação principal e a
os nomes nomes nomes

Material exclusivo para


secundária)
o los de e
na

professores conveniados ao
por

numa

Lembre-se: palavras que dão nomes a seres, coisas e sentimentos são

Sistema de Ensino Dom Bosco


substantivos.

4 Observando os quadros, pode-se concluir que


( X ) se trata um período que possui mais palavras que dão nome aos seres em
geral.
( ) a principal palavra do período é livros.
( X ) o período é expositivo, pois explica o que é Reader, por isso o uso de mais
palavras que indicam nomes e dão características a esse objeto.

5 Leia esta frase.

O videogame está para os meninos do início do século XXI assim como


a bola estava para os moleques de meados do século XX.

46 língua portuguesa | 6º. ano | 2


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b) Quais palavras, além do substantivo, foram modificadas?
o e rico.

Houve alterações na oração porque, quando modificamos o gênero do substan-


tivo, todas as palavras ligadas a ele também se modificam para concordar com ele.

Além do gênero, os substantivos também variam em número: singular e plural.

c) Reescreva o verso passando o substantivo destacado para o plural.


somos os meninos mais ricos do mundo.

Assim como ocorreu com o gênero, na variação de número algumas palavras


também foram modificadas para que houvesse concordância.

Outra variação possível do substantivo é quanto ao grau: aumentativo ou diminutivo.

d) Reescreva o mesmo verso, passando o substantivo destacado para o dimi-


nutivo.
sou o menininho mais rico do mundo.

Material exclusivo para


e) Complete o quadro com versos do poema da página anterior que possuem
substantivos que se encaixem nas indicações a seguir. Destaque-os.

professores conveniados ao
Masculino Nunca tive brinquedos.

Gênero
Brinco com as conchas do mar.

Sistema de Ensino Dom Bosco


Feminino

singular sou o menino mais rico do mundo.

Número
Plural Nas águas da enxurrada.

Diminutivo Faço barquinhos de papel.


Grau
Aumentativo são bichões, são cidades.

48 língua portuguesa | 6º. ano | 2


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CompreeNSão do texto
1 Grilo era realmente um adivinho? justifique.
ele não adivinhou nada; apenas teve sorte.

2 O que levou o marujo a se candidatar ao emprego?


A necessidade de ter, ao menos, três refeições por dia.

3 Releia o trecho a seguir:

— Aí, Grilo, em que mão tu te meteste! O marujo exclamou.

a) A quem se dirige o marujo nesse trecho?


A si mesmo.

b) Qual das expressões a seguir corresponde à “em que mão tu te meteste”,


usada pelo personagem nesse trecho? Assinale.

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• Você arrasou! ( ) • Abalou geral! ( )
• em que fria você entrou! (X) • De que planeta você veio? ( )

4 Releia os trechos destacados do conto Grilo, o Adivinho, depois responda ao

professores conveniados ao
que se pede.

Aflito para recuperar a joia, o rei publicou um anúncio que dizia:


“Procura-se adivinho”.

Sistema de Ensino Dom Bosco


Um marinheiro pobre e faminto, chamado Grilo, leu o anúncio e pen-
sou: “Com um emprego desse eu poderia comer três vezes ao dia”.

a) O que indicam as aspas no primeiro trecho?


Destacam a mensagem do anúncio.

b) O que indicam as aspas no segundo trecho?


O pensamento do Grilo.

Normalmente, a fala dos personagens é indicada por travessões. As as-


pas são mais usadas em textos informativos de jornais e revistas, como re-
curso para economizar espaço.

54 língua portuguesa | 6º. ano | 2


mãoS à obra!

propoSta 1
Reúna-se com dois colegas para escrever uma reportagem para a edição espe-
cial de uma revista feita para crianças e pré-adolescentes como você. Para isso, faça
um planejamento de texto.

Assunto escolhido Objetivo da reportagem Perfil do leitor

Resposta do aluno.

Coleta de dados (registre os tópicos coletados e as fontes).

Material exclusivo para


Informações de livros,
Informações da internet Depoimentos e fotos
revistas e jornais
Resposta do aluno.

professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco
Após a redação da reportagem, a equipe deve reler o texto, fazendo a seguinte
autoavaliação:
1. Consta título em letras maiores?
2. Há uma chamada logo abaixo do título?

língua portuguesa | 6º. ano | 2 55


3. As fotos incluídas têm legenda?
4. Foi possível cumprir o objetivo pretendido no planejamento?
5. Ficou clara a opinião defendida?
6. Foram apresentados argumentos para sustentar a opinião de vocês?
7. Há trechos de depoimentos no texto? eles estão entre aspas?
8. A conclusão reforça o ponto de vista da equipe sobre o assunto?

propoSta 2
escolha e assista a um filme indicado para sua idade. suponha que uma revista
produzida por sua escola solicitou que você escreva uma resenha sobre esse filme.
Ao escrever a resenha, primeiro decida se será uma crítica favorável (mostrar
como o filme é bom) ou desfavorável (argumentar que o filme é ruim). Dessa forma,
seu texto destina-se a estimular os leitores a assistir (no primeiro caso) ou não (no
segundo).
a) Apresente os dados do filme (título, ano de produção, atores etc.) no pri-
meiro parágrafo e deixe clara sua opinião sobre ele.
b) No segundo parágrafo, resuma o enredo do filme.
c) Nos parágrafos seguintes, argumente de modo a comprovar sua opinião
num texto coerente.

Material exclusivo para


d) No parágrafo final, apresente a conclusão, que pode ser uma retomada de
sua opinião acrescida de um dado diferente.
e) se possível, use uma imagem do filme (você pode encontrar em revistas,
jornais ou na internet) e crie uma legenda para ela.

professores conveniados ao
f) Crie um título para seu texto.

Quadro de revisão de texto


Releia o texto algumas vezes, para verificar as seguintes questões:

Sistema de Ensino Dom Bosco


• Que palavras podem ser eliminadas?
• É preciso acrescentar algo: palavra, sinal de pontuação?
• Há termos impróprios que precisem ser substituídos?
• É necessário deslocar algum trecho ou parágrafo no texto?

propoSta 3
Você concorda com a ideia de que o computador tem tomado muito tempo
de crianças e jovens? Isso prejudica seu desenvolvimento intelectual? escreva uma
carta para a coluna do leitor de uma revista, expondo sua opinião. Considere os as-
suntos tratados neste capítulo.

56 língua portuguesa | 6º. ano | 2


produção de texto
Nome:
Nº.: turma: data: / /

Material exclusivo para


professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco

língua portuguesa | 6º. ano | 2 57


Material exclusivo para
professores conveniados ao aspectos a considerar na escrita/reescrita do texto

Sistema de Ensino Dom Bosco


Condições de produção Conteúdo Forma
Adequação ao
Informação Ortografia e acentuação
gênero proposto

Objetivo da produção Clareza de ideias Pontuação

Adequação ao interlocutor sequência de ideias Paragrafação

Concordância
Adequação ao registro Concisão
nominal e verbal

Criatividade

58 língua portuguesa | 6º. ano | 2


mARLON VIEIRA | DIA3 | 12/01/2012

Aventuras
literárias
COmSTOCk ImAgES/THINkSTOCk/gETTy ImAgES

Material exclusivo para É difícil encontrar uma pessoa que

professores conveniados ao
não goste de aventura. Um filme, uma
canção, uma cena da rua, qualquer si-
tuação de nosso cotidiano pode nos
despertar sentimentos aventureiros.

Sistema de Ensino Dom Bosco


Leia o verbete de dicionário ao lado.
Aventura: circunstân-
Depois, prepare-se para começar uma
cia ou lance acidental, ines-
incrível aventura literária! perado; peripécia, incidente.

AVENTURA. In: HOUAISS, Antônio.


Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2009.

Neste capítulo você vai


• analisar textos narrativos;
• estudar os elementos textuais que compõem uma narrativa;
• revisar o discurso direto e o indireto.

59
Material exclusivo para
professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco
Imagine que você e seus colegas de turma viajaram para uma ilha como esta.

ANDREw JALbERT/SHUTTERSTOCk
1 Complete os quadros e crie o enredo de uma história cheia de aventuras.

Resposta do aluno.
O que vocês

Material exclusivo para


foram fazer na
ilha?

professores conveniados ao
O que aconte-
Resposta do aluno.

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ceu lá?

Resposta do aluno.
Como terminou
a aventura?

língua portuguesa | 6º. ano | 2 61


2 Imagine agora que você se perdeu nessa ilha e teve a ideia de colocar uma men-
sagem dentro de uma garrafa para jogá-la ao mar. O pedaço de papel era pe-
queno e havia apenas um resto de tinta de uma caneta velha achada na areia.
O que você escreveria?
Resposta do aluno.

Depois de pronta sua mensagem, compare-a com as produzidas por seus colegas.

Material exclusivo para


3 Na atividade 1, você criou o enredo para uma história de aventura em uma ilha
desabitada. mas histórias como essa não ocorrem apenas em ilhas.
Se você pudesse escolher um local para uma história cheia de aventuras, qual

professores conveniados ao
seria? Desenhe (ou faça colagens) esse local, que você conhece ou imagina e
descreva-o, compondo uma legenda.

Resposta do aluno.

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62 língua portuguesa | 6º. ano | 2


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professores conveniados ao
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1 Alice e sua irmã estão à beira de um lago no que parece uma situação de harmonia.
a) O que faz a irmã de Alice?
Lê um livro.

b) Você já viu livros assim, sem desenhos nem diálogos? Dê sua opinião.
Resposta do aluno.

c) O que podemos deduzir sobre Alice, considerando este seu pensamento:


“E de que serve um livro sem desenhos ou diálogos?”
Sugestão de resposta — Pode-se deduzir que a preocupação de Alice com o fato de

o livro não ter desenhos nem diálogos (elementos que, em geral, dão agilidade ao tex-

to) revela que ela não tem muita paciência para a leitura.

d) Você concorda com a opinião de Alice sobre os livros? Justifique sua resposta.

Material exclusivo para


Resposta do aluno.

professores conveniados ao
e) A situação inicial de harmonia, mesmo considerando a impaciência de Alice,
é alterada por qual fato?
Um coelho branco passa correndo perto de Alice.

Sistema de Ensino Dom Bosco


f) Acontece, então, algo surpreendente que revela ser essa uma história fan-
tástica. O que aconteceu?
O Coelho retira do colete um relógio e afirma estar atrasado.

g) Toda história é formada por fatos que se sucedem, alterando o comporta-


mento dos personagens. O que faz, então, Alice? Qual sua próxima ação?
Alice persegue o Coelho e cai num poço profundo.

66 língua portuguesa | 6º. ano | 2


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professores conveniados ao
Sistema de Ensino Dom Bosco
5 Um texto ficcional reúne elementos semelhantes à realidade com outros fantasio-
sos. Preencha o quadro considerando o trecho de Alice no País das Maravilhas.
Elementos semelhantes à realidade Elementos fantasiosos

— Alice e a irmã descansam perto de — O coelho branco usa colete.

um lago. — Um coelho que fala.

— A irmã de Alice lê um livro. — A queda em câmera lenta de Alice

num poço, cujas paredes contêm pra-

teleiras de livros e louças.

6 Lewis Carroll é pseudônimo de Charles Dodgson. Você sabe o que significa


pseudônimo?

Material exclusivo para


a) Consulte um dicionário e registre a definição de pseudônimo.
Sugestão de resposta — Nome falso adotado por escritores e artistas.

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b) Nas propostas de produção, no final do capítulo, você terá que produzir
uma narrativa. Crie um pseudônimo para assinar o texto que vai produzir.
Resposta do aluno.

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c) Por que escolheu esse pseudônimo? Registre sua explicação.
Resposta do aluno.

68 língua portuguesa | 6º. ano | 2


Trilhas da linguagem

Discursos Direto e inDireto


1 Em geral, as falas dos personagens num texto são marcadas por qual sinal de
pontuação?
Por travessões.

2 Em Alice no País das Maravilhas, há outro sinal para marcar os diálogos. Qual?
Aspas.

3 As falas de uma história podem aparecer na forma de discurso direto, quando


reproduzem as falas dos personagens, ou na forma de discurso indireto, em
que o narrador conta o que eles dizem. Compare os quadros.

Discurso direto Discurso indireto

Material exclusivo para


O Coelho disse para si mesmo: O Coelho disse a si mesmo que chegaria
— Vou chegar tarde! tarde.

professores conveniados ao
Com a ajuda do professor, preencha o quadro, passando as frases para o dis-
curso direto ou indireto, conforme o caso.
sugestões de resposta
Discurso direto Discurso indireto

Sistema de Ensino Dom Bosco


— Quem é você? — disse a Lagarta. A Lagarta perguntou quem era ela.

Não era um começo de conversa


muito estimulante. Alice respondeu Não era um começo de conversa mui-
um pouco tímida: to estimulante. Um pouco tímida, Alice
— Eu... eu... no momento não sei, respondeu que, no momento, não sa-
bia, mas que pelo menos sabia quem
minha senhora... pelo menos sei
era quando se levantara pela manhã.
quem eu era quando me levantei Continuou dizendo que achava ter mu-
hoje de manhã, mas acho que devo dado várias vezes desde então.
ter mudado várias vezes desde
então.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 69


Discurso direto Discurso indireto
A Lagarta perguntou de forma ríspida o
Disse a Lagarta de forma ríspida:
que ela queria dizer com aquilo e exigiu
— O que você quer dizer? Explique-se.
que ela se explicasse.

Acho que infelizmente não posso me Alice respondeu que não podia explicar-se,
explicar, minha senhora, disse Alice, porque já não era mais ela mesma. E per-
porque já não sou eu, entende? guntou se a Lagarta a entendia.

— Não entendo, disse a Lagarta. A Lagarta respondeu que não a entendia.

— Receio não poder expressar-me mais Alice, muito polida, respondeu que recea-
claramente, respondeu Alice muito po- va não poder expressar-se mais claramente,
lida, pois, para começo de conversa, não pois, para início de conversa, não entendia
a si mesma.
entendo a mim mesma.

VerboS De eLocução
Observe esta frase:

Material exclusivo para


— Quem é você? — disse a Lagarta.
O verbo destacado se refere ao modo de expressão, portanto é um verbo de
elocução.

professores conveniados ao
Observe que disse é o modo como a lagarta se expressou. Em vez de dizer algo,
a Lagarta poderia ter gritado, sussurrado, exclamado.
Verbos de elocução são aqueles que iniciam ou anunciam a fala. Exemplos:

Sistema de Ensino Dom Bosco


Falar Perguntar Responder
Replicar Afirmar Indagar
Pedir Implorar bradar
Exclamar Comentar Sussurrar

4 Use outro verbo de elocução para a passagem a seguir, transformando-a em


discurso direto.
Assim ela ficou pensando consigo mesma se o prazer de fazer uma corrente
de margaridas valeria o esforço de se levantar e colher as margaridas.
Sugestão de resposta — Ela falou a si mesma: “O prazer de fazer uma corrente de

margaridas valeria o esforço de me levantar e colher as margaridas?”.

70 língua portuguesa | 6º. ano | 2


5 Use verbo de elocução para transformar as passagens em discurso indireto.
“E de que serve um livro”, pensou Alice, “sem desenhos ou diálogos?”
Sugestão de resposta — Alice refletiu sobre a serventia de um livro, pois não havia

desenhos ou diálogos.

Nem Alice achou assim tão estranho escutar o Coelho dizer para si mesmo:
“Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Vou chegar tarde!”.
Sugestão de resposta — Nem Alice achou assim tão estranho escutar o Coelho falar

repetitivamente para si mesmo que chegaria tarde.

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uSo De G e J

professores conveniados ao
Alice fez uma viagem ao interior de um poço profundo.

Complete as frases com o substantivo viagem ou com as formas do verbo viajar.


viagem
a)

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Esse é o mapa da .
viajem
b) Desejo que eles tranquilos.
viagem
c) Nunca me esquecerei desta .
viagem
d) A dos meus sonhos está prestes a se realizar.
viajou
e) Ele de navio.
viajo
f) Eu sempre com meus pais nas férias.
viajem
g) Não quero que vocês sozinhos.

h) Essa viagem não foi planejada.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 71


OuTrOs caminhOs

Será que dois primos numa pescaria com o tio vivem uma aventura? Leia o
texto seguinte.

O Tubarão
O tio pesca com os sobrinhos, cada um filho de uma irmã, portanto parecidos
em algumas coisas, em outras tão diferentes quanto seus pais. E é com a cara dos avós
que os dois meninos olham entediados o mar, sentados ali no rochedo de onde ele
joga a linha longe nas espumas. Estão de bonés e camisetas, o rosto e os braços mela-
dos de protetor solar — e, por mais e maiores camarões que o tio ponha no anzol, os
peixes nem beliscam; enquanto ali do lado, só de calção e sandálias, com uma linha
enrolada em garrafa, um velho pega o terceiro robalinho de palmo e meio.
O tio pergunta ao velho que peixe dá ali.
— Dava de tudo — o velho está atento na linha. — Quando quase ninguém pes-
cava aqui, dava de tudo.
E tira do mar mais um robalo.
— O senhor não pode reclamar muito — o tio fica olhando o velho botar outra

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isca, ver se tem algum segredo.
— O segredo — o velho fala baixinho — é isca pequena, que aqui não dá mais
peixe grande.
Um menino fala com o jeito do avô italiano.
— Bota um camarãozinho, tio, pra pegar um tubarão!

professores conveniados ao
— Bobagem — o outro fala como o vô mineiro. — Melhor pegar um peixinho
com um camarãozinho.
O tio põe um camarão em cada mão, um grandão e um miudinho. Olha para o
velho e o velho olha o mar:

Sistema de Ensino Dom Bosco


— Do mar pode vir tudo, né.
O tio bota no anzol o camarão grande, o anzol é bem maior que o do velho.
Jogam as linhas e ficam olhando o mar.
Pescar é chato — diz um menino, com o jeito do pai.
— Chato é apelido — o outro fala com o jeito da mãe, — é chato demais, tio,
vambora!
— Só mais este camarão — o tio suspira: o velho pegou outro robalo.
Ele tá certo — diz o menino mineiro. — Com anzol grande não vamos pegar nada.
— Nada — diz o menino italiano. — Vai vir um tubarão, quer ver?
Fica em pé, abre as pernas e faz um passe de mágica para o mar:
— Vem, tubarão!
No mesmo instante, um puxão na linha quase arranca a vara das mãos do tio.
Ele se firma nas pernas, a vara arqueando, a linha cortando as ondas com sargaços
pendurados. O menino grita pulando de alegria:
72 língua portuguesa | 6º. ano | 2
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— Pode ficar. Mas não é venenoso?
— É só saber limpar.
O tio vai para um barzinho na praia, os meninos vão nadar. Veem o velho ir para
um casebre na ponta da praia. Mais tarde, já enjoados do mar, veem fumaça na cha-
miné do casebre. Vão espiar, e o velho convida para comer:
— Baiacu bem fritinho é muito gostoso.
Experimentam uma mordidinha, pegam outros pedaços, acabam comendo de
se lambuzar. De repente, o vento traz a voz do tio chamando, chamando por eles na
praia. Saem correndo, voltam para agradecer, mas o velho sumiu.
O tio repara nas mãos e bocas lambuzadas, eles contam que comeram peixe com
o velho.
— Mas não baiacu, não é?
— Não, tio, robalo.
— Mas tinha gosto de tubarão.
PELLEgRINI, Domingos. bicho-Gente. São Paulo: Ática, 1988. p. 54-58.

Domingos Pellegrini, escritor paranaense nascido em Londrina em 1949, desde


pequeno se interessou pelas histórias que ouvia na barbearia de seu pai. Começou
a escrever e, ao publicar seu primeiro livro, O Homem Vermelho, foi premiado com

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o Prêmio Jabuti. Observe que, em suas histórias, ele adota a linguagem coloquial, e
não a padrão. Se você gostou dessa história, leia o livro Bicho-Gente, que contém
muitos outros contos.

professores conveniados ao
1 De qual parte da história você mais gostou? Por quê?
Resposta do aluno.

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2 Há algumas diferenças entre a pescaria do tio com os sobrinhos e a do velho.
Releia este trecho.
Estão de bonés e camisetas, o rosto e os braços melados de protetor so-
lar — e, por mais e maiores camarões que o tio ponha no anzol, os peixes
nem beliscam; enquanto ali do lado, só de calção e sandálias, com uma linha
enrolada em garrafa, um velho pega o terceiro robalinho de palmo e meio.
O que indica a diferença na maneira como o velho e as crianças se vestem?
Indica que o velho já está acostumado ao clima da região (não precisa de muita prote-

ção contra o sol), ao contrário dos meninos.

74 língua portuguesa | 6º. ano | 2


3 De acordo com o texto, os meninos apresentam algumas características de seus
familiares. E você, quais características têm de seus familiares?
Resposta do aluno.

4 Por que os meninos mentiram para o tio no final da história?


Porque não queriam que o tio brigasse com eles nem com o velho.

5 Copie do texto as palavras ou expressões que representam marcas da fala (ora-


lidade).
Pra, vô, né, vambora, tá, não deixa ele escapar, bem fritinho, mordidinha, comendo

de se lambuzar.

oraLiDaDe

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Que atividade você pratica com a família? Já pescou com parentes ou amigos?
Conhece alguém que pratica a pesca?
Comente a importância de realizar atividades em família.
É importante sua participação nessa conversa. Lembre-se de que todos os co-

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legas devem se manifestar, por isso espere a vez para emitir opinião e observações.

Trilhas da linguagem

Sistema de Ensino Dom Bosco


artiGo
Releia este trecho do conto.

(...) Estão de bonés e camisetas, o rosto e os braços melados de protetor so-


lar — e, por mais e maiores camarões que o tio ponha no anzol, os peixes nem
beliscam; enquanto ali do lado, só de calção e sandálias, com uma linha enro-
lada em garrafa, um velho pega o terceiro robalinho de palmo e meio.
O tio pergunta ao velho que peixe dá ali.
— Dava de tudo — o velho está atento na linha. — Quando quase nin-
guém pescava aqui, dava de tudo.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 75


1 Nesse trecho, velho é a maneira de chamar, de designar uma pessoa. Essa pa-
lavra está empregada como substantivo ou adjetivo?
Trata-se de um substantivo em uma de suas características: nomear seres, coisas e subs-

tâncias.

2 Em destaque nesse trecho, a palavra velho é, inicialmente, antecedida de um


e, depois, de o. Qual dessas palavras indica que o velho ainda não é alguém
conhecido do leitor?
A palavra um.

artigos são palavras que acompanham os substantivos e modi-


ficam-lhes o sentido.
Classificam-se em:
artigos definidos — definem o substantivo, indicando que se

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trata de um ser conhecido — o, a, os, as.
artigos indefinidos* — indefinem o substantivo, indicando um
ser qualquer — um, uma, uns, umas.
*Em narrativas, o artigo indefinido também tem a função de in-

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cluir um personagem na história, como acontece no caso de um velho.

Sistema de Ensino Dom Bosco


3 No mesmo trecho, que outra palavra acompanhada de artigo recebe o mesmo
tratamento que o termo velho? Explique o processo.
A palavra linha, porque a primeira vez em que é citada está acompanhada do artigo

uma. mais adiante, a mesma palavra (linha) aparece, dessa vez acompanhada de na

(preposição em + artigo a).

76 língua portuguesa | 6º. ano | 2


4 Como ficaria a frase abaixo se houvesse mais de um velho sorrindo próximo ao tio?
Ele vê que o velho sorri, então diz que é melhor esperar pra ver.
Ele vê que os velhos sorriem, então diz que é melhor esperar pra ver.

5 Se o velho não fosse homem, mas mulher, como ficaria esta frase?
Vão espiar, e o velho convida para comer...

Vão espiar, e a velha convida para comer...

6 Observe o funcionamento dos artigos nos exercícios 4 e 5 e escreva a regra para


o emprego do artigo.

Os artigos flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo.

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mãOs à Obra!

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ProPoSta 1
No texto narrativo, é comum haver trechos descritivos, ou seja, que recriam a
imagem de um ser ou um ambiente, por meio da apresentação de suas característi-
cas. No início deste capítulo você descreveu um lugar em que ocorreria uma aven-
tura. Agora descreva o personagem principal para viver a aventura nesse local.
Primeiro faça um esquema inicial: quem é o personagem, qual a idade, do que
ele gosta e não gosta de fazer, como ele se sente em relação aos amigos, se é al-
guém inteligente, se é leal... Após descrevê-lo, pense numa ação para ele: acordar,
almoçar, conversar com amigos, pensar numa viagem...
Em seguida, conte uma aventura vivida pelo personagem que você criou.
Releia o texto e verifique se as ações dele estão coerentes com sua idade, com
seus sentimentos.
Após revisar o texto, copie-o com capricho na folha de redação.

língua portuguesa | 6º. ano | 2 77


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ProDução De texto
Nome:
Nº.: turma: Data: / /

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língua portuguesa | 6º. ano | 2 79


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professores conveniados ao aspectos a considerar na escrita/reeescrita do texto

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Condições de produção Conteúdo Forma
Adequação ao
Informação Ortografia e acentuação
gênero proposto

Objetivo da produção Clareza de ideias Pontuação

Adequação ao interlocutor Sequência de ideias Paragrafação

Concordância
Adequação ao registro Concisão
nominal e verbal

Criatividade

80 língua portuguesa | 6º. ano | 2

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