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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Planejamento 1: Compreendendo e interpretando um texto ....................... pág 01


Planejamento 2: O que é fato e opinião?................................................... pág 09
Planejamento 3: : Identificando a finalidade e interpretando textos com
auxílio de material gráfico ........................................................................ pág 15
Planejamento 4: Relação entre textos ....................................................... pág 24
Planejamento 5: Coerência e coesão textual.............................................. pág 33
Planejamento 6: O texto e os efeitos de sentidos ...................................... pág 41
Planejamento 7: O texto, seus locutores e interlocutores ........................... pág 49

ANEXO

Caderno de Questões .............................................................................. pág 56

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA SAEB 2023
ANO DE ESCOLARIDADE SEGMENTO
9 o ano
COMPONENTE CURRICULAR
Língua Portuguesa

TÓPICO: DESCRITOR:

I. Procedimentos de leitura. D1 - Localizar informações explícitas em um texto.


D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 - Identificar o tema de um texto.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Compreendendo e interpretando um texto.
DURAÇÃO: 3 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para o entendimento do que é leitura é fundamental compreendê-la como uma atividade ou conforme
Delaine Cafieiro, "um processo cognitivo de construção de sentidos realizado por sujeitos sociais inseridos
num tempo histórico, numa dada cultura." (CAFIEIRO, 2005). Portanto, a construção de sentido dá-se
partindo do material escrito que o autor fornece numa situação real de comunicação do leitor. A
proposição de aulas a seguir leva em conta, no processo de leitura, além do texto puramente escrito, mas
provocando o ato de compreender em outras dimensões, que vão além do verbal e inclui a compreensão
de todo o entorno que concretiza as condições de produção de sentido no leitor em processo de
aprendizagem.
Apresentamos uma proposta para o trabalho com a leitura. O professor poderá ampliar o seu trabalho
pedagógico, a cada exploração de leitura, trabalhando outras habilidades de outros eixos, conforme seu
planejamento e as possibilidades que o texto oferece.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Professor, um elemento de especial importância é o suporte do texto. Por meio do suporte, que denomina-
se também portador do texto, pode-se identificar as pretensões que o autor deseja provocar no leitor.
Nesta perspectiva, na primeira aula atearemos à capa da obra “Mais respeito, eu sou criança!” de Pedro
Bandeira. A aquisição do livro físico contribuirá de modo excepcional para o êxito da aula, complementada
com as atividades sugeridas de exploração dos recursos gráficos do suporte. O diálogo dos recursos
gráficos e verbais do suporte dá ao leitor uma predisposição para a compreensão do texto, propriamente
dito.
Antes de apresentar a sugestão para o desenvolvimento da aula, leia a seguir um pequeno parágrafo do
livro. Esta pequena descrição tem o objetivo de dar maior conhecimento a respeito do livro que será
trabalhado em sala de aula.

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“Todo mundo diz que as crianças devem respeitar os adultos. E os adultos? Não têm de respeitar as
crianças? Este é um assunto sério, mesmo... E, toda vez que um assunto é sério, mesmo, o jeito é
pensar nele através da poesia. Por meio dela, a gente consegue dizer melhor o que sente, o que
sonha e o que nos incomoda. A poesia é uma maneira gostosa de tirar o retrato dos nossos
sentimentos. E este livro é uma maneira muito gostosa de responder aos adultos quando eles vêm
com abusos, como "Cala a boca, menino!”“ Pare quieto, menino!", "Vá pro seu quarto, menino, que
isso não é conversa pra criança! “E coisas do tipo...”
Fonte: http://www.americanas.com.br/produto/6958967/livro-mais-respeito-eu-sou-criança.

Texto:

Fonte: (Livraria da Travessia, [2023])

Sem informar que se trata de um livro, apresente aos estudantes, em cartaz, projetor multimídia ou no
próprio quadro, a frase que dá título a ele: “Mais respeito, eu sou criança!” e instigue-os
expressar a opinião e o entendimento que têm acerca do exposto, procurando questioná-los sobre os
argumentos que sustentam suas colocações, perguntando-lhes, por exemplo:

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• Qual o significado de respeito para vocês?
• É o mesmo da frase?
• Por que se utilizou a palavra “mais” antes da palavra “respeito”?
• Vocês se consideram crianças? Por quê?
• Quem poderia estar dizendo essa frase?
• Quais pistas ajudam vocês a identificar qual será o locutor dessa frase ?
• Com que entonação você leria essa frase? (Professor, escute várias entonações diferentes e
pergunte porque os estudantes as escolheram).
• Por que o locutor está pedindo/exigindo mais respeito? Dentre outras.
Professor, aproveite a oportunidade para trabalhar com os estudantes o uso da vírgula – separando
duas ideias – e do ponto de exclamação na frase – expressar emoção, sentimento, ênfase, representar
entonação na escrita, etc.
Em seguida, apresente aos estudantes, em cartaz ou projetor multimídia, somente a imagem que
ilustra a capa do livro e incentive-os a expressar suas percepções sobre o que veem. Questione-os
sobre os argumentos que sustentam as observações relatadas. Para isso, faça perguntas como:

• O que esse menino está fazendo?


• Ele está em cima de quê?
• Por que ele precisou subir em uma escada?
• Pela fisionomia do menino, pode-se dizer que ele está feliz?
• O que pode ter gerado essa indignação/raiva?
• Ele está falando alguma coisa, o que pode ser?
Surpreenda os estudantes, com a imagem que ilustra a capa, em cartaz ou projetor multimídia,
acrescida da frase que dá título ao livro em um balão de fala. Instigue-os a exporem suas posições e
questione-os sobre os argumentos que as sustentam, fazendo perguntas como:

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• Vocês acham que o garoto poderia estar falando a frase “Mais respeito, eu sou criança!”?
• Olhando para a imagem, vocês acham que os motivos de ele estar dizendo essa frase são os
mesmos que levantamos anteriormente?
• Onde poderíamos encontrar essa imagem? Por quê?

AULA 2
Retome com os estudantes a leitura do texto verbal e não verbal, da aula anterior. Informe-os que a
ilustração e a frase fazem parte da capa do livro de Pedro Bandeira.
Situe o autor dando-lhes dados biográficos, o que ajuda na compreensão da obra. Pedro Bandeira
nasceu em Santos, São Paulo, em 9 de março de 1942. Pedro Bandeira recebeu vários prêmios,
como o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e o Prêmio Jabuti, da
Câmara Brasileira do Livro, entre outros. É o autor de literatura juvenil mais vendido no Brasil e,
como especialista em letramento e técnicas especiais de leitura, profere conferências para professores
em todo o país. É autor da série “Os Karas”, de “O fantástico mistério de Feiurinha” e de “A
marca de uma lágrima”, entre mais de 80 títulos publicados.
Professor, neste momento apresente a capa do livro “Mais respeito, eu sou criança!”, lançando
perguntas aos estudantes para que levantem hipóteses acerca da temática do livro. tais como:

• Qual(is) gêneros textuais este livro pode ter? (poesias, contos, romance, história de aventura,
etc.)?
• Na verdade, o livro é uma coletânea de poesias escritas por Pedro Bandeira, isso muda alguma
coisa no que vocês imaginam que seja a temática dos textos dele? Por quê?
Consolide esta aula, retomando as hipóteses que os estudantes levantaram na primeira aula, relativas
às imagens segmentadas da capa do livro projetadas. Este é o momento propício para a disposição do
livro físico, que pode ser manuseado pela turma.
Professor, conduza os estudantes a levarem em consideração o título, a ilustração, o autor e o gênero
na hora de levantarem suas hipóteses sobre o tema, chamando a atenção para esses aspectos no
momento em que eles estiverem levantando as suas hipóteses.

AULA 3
Inicie a aula, levando os estudantes a uma reflexão metalinguística, quando concluirão que, através
dos procedimentos das AULAS 1 e 2, foi possível prever qual é o tema do texto, que foram capazes de
identificar sobre o que ele trata, ou seja, quando conseguimos definir o assunto do texto.
Professor, o SAEB traz na escala de itens, o descritor para aferir esta habilidade. O próprio descritor
poderá auxiliá-lo no momento de retomada com os estudantes: “O tema é o eixo sobre o qual o texto
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se estrutura”. A percepção do tema responde a uma questão essencial para a leitura: “O texto trata de
quê?”. Em muitos textos, o tema não vem explicitamente marcado, mas deve ser percebido pelo leitor
quando identifica a função dos recursos utilizados. Neste planejamento priorizamos: a capa do livro na
qual o texto se materializa.
Uma vez consolidados os recursos levantados, disponibilize o texto para a turma.

Mais respeito, eu sou criança.


Pedro Bandeira

Prestem atenção no que eu digo,


pois eu não falo por mal:
os adultos que me perdoem,
mas ser criança é legal!

Vocês já esqueceram, eu sei.

Por isso eu vou lhes lembrar:


pra que ver por cima do muro,
se é mais gostoso escalar?
Pra que perder tempo engordando,
se é mais gostoso brincar?
Pra que fazer cara tão séria,
se é mais gostoso sonhar?

Se vocês olham pra gente,


é chão que vêem por trás.
Pra nós, atrás de vocês,
há o céu, há muito, muito mais!

Quando julgarem o que eu faço,


olhem seus próprios narizes:
lá no seu tempo de infância,
será que não foram felizes?

Mas se tudo o que fizeram


já fugiu de sua lembrança,
fiquem sabendo o que eu quero:
mais respeito eu sou criança!

Professor, faça a leitura oral de modo que os estudantes acompanhem e atentem para a entonação e
ritmo adequados. Desta forma, será possível oportunizar aos estudantes a apresentação do poema em
forma de jogral. Terminada a leitura, chame a atenção dos estudantes para as características do
gênero poema:
• No poema, a voz que fala nem sempre é a do poeta. Da mesma maneira que no romance ou
conto nem sempre o narrador da história é o autor da obra, em um poema nem sempre o
poeta está falando por si próprio. Assim, chamamos de eu lírico (ou eu poético ou sujeito) ao
ser abstrato cuja voz fala no poema. Esse ser abstrato tanto pode consistir em uma invenção
do poeta, quanto representar o poeta, sendo a expressão do que ele pensa e sente.
• O poema se organiza em versos, consequentemente em estrofes. Verso é uma sucessão de
sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e melódica, corresponde em geral a uma
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linha do poema. Os versos organizam-se em estrofes. Estrofe ou estância é um agrupamento
de versos.
• Destaque a predominância da linguagem conotativa e desenvolva atividades para tratar da
composição linguística do poema: a métrica, o ritmo e as rimas.

Faça as intervenções necessárias na interação com os estudantes, auxiliando-os a expressarem suas


próprias conclusões. Após as discussões, solicite aos estudantes que escrevam no caderno um
pequeno parágrafo resumindo o que foi desenvolvido no decorrer da aula. Socialize as produções, dos
estudantes, verificando se o que foi trabalhado no decorrer da aula foi adequadamente compreendido
por eles.

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, cópias do texto “Mais respeito, eu sou criança”.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamneto: leitura, produção e socialização
do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura e produção.

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ATIVIDADES
1 − (Proeb) Leia o texto abaixo.

Ritmo No arroio
a lavadeira bate roupa
Na porta bate roupa
a varredeira varre o cisco bate roupa
varre o cisco até que enfim
varre o cisco se desenrola
toda a corda
Na pia
a menininha escova os dentes e o mundo gira imóvel
escova os dentes como um pião.

(Mário Quintana. Apontamentos de história


sobrenatural, 1987)

Esse texto trata, principalmente:

a) ( ) da descrição de atividades.
b) ( ) de ações feitas no dia-a-dia.
c) ( ) dos trabalhos feitos em casa.
d) ( ) do movimento rítmico do pião.

2 − Observe como informações implícitas podem aparecer em questões. Leia o texto a seguir.

O Homem que entrou pelo cano

Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se
acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez
ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era
interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as
engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara
da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem
dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu
pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.

O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o
esperado porque

a) ( ) a menina agiu como se fosse um fato normal.


b) ( ) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
c) ( ) as engrenagens da tubulação não funcionaram.
d) ( ) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
CAPA de livro: Mais respeito, eu sou criança. Pedro Bandeira. Editora Moderna. [s. l.], [2023].
Disponível em: https://www.travessa.com.br/mais-respeito-eu-sou-crianca/artigo/a380808e-0d8f-4799-
81d9-4bd893d09962. Acesso em: 05 ago. 2023.
GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação de Goiânia. Língua Portuguesa – Os explícitos e os
implícitos do texto. Conexão Escola, Goiânia, 2021. Disponível em:
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/lingua-portuguesa-os-explicitos-e-
os-implicitos-do-
texto/#:~:text=As%20informa%C3%A7%C3%B5es%20expl%C3%ADcitas%20s%C3%A3o%20aquela
s,%2C%20n%C3%ADtidas%2C%20claras%2C%20objetivas./. Acesso em: 05 ago. 2023.
PROVA BRASIL. Porf. FG. D4 – Inferir uma informação implícita em um texto. Disponível em:
https://atividadesescolaresprontas.com.br/wp-content/uploads/2022/05/DESCRITOR-04-pdf.pdf.
Acesso em 07 ago. 2023.
QUIZ 8: Português 9° ano. Educação em primeiro lugar. Blog do Prof. Warles.[s.l.], 1 de fevereiro
de 2017. Disponível em: https://profwarles.blogspot.com/2017/03/quiz-8-portugues-9-ano.html.
Acesso em: 06 ago. 2023.
VALLADARES, Andra. Mais respeito, sou criança! Cara de Criança, [s. l.], 3 de maio de 2013.
Disponível em: http://caradecrianca.blogspot.com/2023/05/mais-respeito-eu-sou-crianca-pedro.html.
Acesso em: 09 ago. 2023.

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TÓPICO: DESCRITOR:

I. Procedimentos de leitura. D 14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O que é fato e opinião?
DURAÇÃO: 3 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
É comum, sobretudo em textos dissertativos que, a respeito de determinados fatos, algumas opiniões
sejam emitidas. Ser capaz de localizar a referência aos fatos, distinguindo-a das opiniões relacionadas
a eles, representa uma condição de leitura eficaz.

É importante que o estudante identifique uma opinião marcada por elementos do texto ou aquelas
deixadas por um elemento modalizador só percebido por um leitor maduro ou professor consciente.
Esse exercício diário da leitura permite que o estudante compreenda o texto, quem são os locutores e,
consequentemente, tenha uma visão global do texto.
Sugerimos que o professor, para trabalhar a habilidade do estudante em estabelecer a diferença entre
fato e opinião sobre o fato, recorra a gêneros textuais variados, especialmente os que apresentam
estrutura narrativa, tais como contos (fragmentos), notícias, crônicas. Os textos argumentativos
também se prestam para trabalhar essa habilidade. Entretanto, torna-se necessário trabalhar, nos
textos, as situações criadas por instrumentos gramaticais, como as expressões adverbiais e as
denotativas em relações de mera referencialidade textual ou de influência externa de intromissão do
locutor/produtor/narrador.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1 - QUIZ SOBRE FATO OU OPINIÃO
Professor, para começar, pergunte aos estudantes se eles sabem o conceito de fato e de opinião.
Solicite-os que falem o que entendem sobre essas duas palavras, depois divida a turma em dois grupos
- grupo “A” e grupo “B”.
Apresente em slides ou fichas várias frases e o grupo responderá se é fato ou opinião. Cada hora é vez
de um grupo. Marque no quadro os pontos de cada grupo. O grupo que fizer mais pontos ganhará o
quiz.
Professor, separe as frases erradas e no final apresente-as novamente, solicite aos estudantes que
expliquem porque erraram. Após este momento, faça suas considerações para que haja consolidação
do ensino aprendizagem.
Sugestões de frases - Fatos para o Jogo:
• A internet é o maior arquivo público do mundo
• O vírus pode se espalhar pela boca ou pelo nariz de uma pessoa infectada.
• Cidadania é poder votar em quem quiser.
• Círculos são redondos.
• Moramos no Estado de Minas Gerais.
• Um acidente aconteceu na manhã de ontem.
• A copa do mundo acontece de 4 em 4 anos.
• Ofensas a Vinicius Jr. fazem parte do histórico de racismo no futebol.
• Ninguém liga para futebol feminino? Audiência da Copa prova o contrário.
Sugestões de frases – Opinião para o jogo.
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− A agricultura é mais importante do que a pecuária.
− A soneca é ótima para quem vai trabalhar à tarde.
− Carlos é um homem alto. Deve, portanto, ser um bom jogador de basquete.
− Vera é uma ótima professora. Gosto muito dela.
− O trágico acidente ocorrido na manhã de ontem poderia ter sido evitado.
− Futebol feminino é mais legal do que o futebol masculino.
− A médica prescreveu um remédio muito caro ao paciente.
Observação: Professor, o jogo do quiz é um ótimo momento para trabalhar a interdisciplinaridade.
Escolha um componente curricular e elabore as frases a partir do assunto estudado.
Para finalizar a aula comente com os estudantes que, na sociedade, diariamente nos deparamos com
situações em que pessoas apresentam opiniões as quais, muitas vezes, são divergentes e isso pode ser
manifestado nos textos argumentativos com mais ênfase. Por isso, devem ficar atentos a isso e saber
distinguir as opiniões que podem ser apresentadas em um texto sobre um fato específico.

AULA 2
Professor, no início da aula, faça uma revisão do que foi visto na última aula, atentando para frisar aos
estudantes a diferença entre fato e opinião.
Organize a turma em quatro grupos e distribua os textos a seguir.
Solicite aos estudantes que leiam os textos abaixo e analisem o que há em comum e diferente entre os
mesmos.

TEXTO 1
POR QUE SOU CONTRA O UBER?
Marcelo Freitas

Primeiramente por que não te oferece segurança. O Uber é um aplicativo criado por um
americano chamado travis kalanick que não se importa com nada além do seu bolso,
transferindo todo o risco do negócio para o escravocrata motorista contraventor (Art. 47
e 43 da LCP). Hoje em dia ele vive em Singapura, tem três holdings no Panamá e após
vários processos nos EUA com condenações por violar leis trabalhistas na ordem 300
milhões de dólares, duas condenações uma na ordem 22 milhões de dólares por não
checar os antecedentes criminais dos seus motoristas e outra de 12 milhões de dólares
por vender os dados dos usuários e partners para outras empresas e em decorrência
mudou a sede para Amsterdam. Também nos EUA três Estados Linoia, Kansas e Ohaio
por meio de referendo a própria população por bem decidiu proibir. Foram 6000 casos
de crimes sexuais entre os anos de 2013/2015(Fonte olhar digital e etc.) e 4.754
reclamações de toda a sorte no site reclame aqui só em 2015 com aproximadamente
20.000 carros, já as concorrentes 99 e easy táxis com 250.000 taxis tiveram juntas
aproximadamente 1500 reclamações. Quanto as leis brasileiras o Uber fere as normas
[...]
Fonte: (Prefeitura Municipal de Ribeirão Corrente, 2021)

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TEXTO 2
O UBER E AS MUDANÇAS (NECESSÁRIAS) NA SOCIEDADE
Victório Galli - Fragmento

Nos últimos meses tenho acompanhado diversas notícias divulgadas pela imprensa
envolvendo discussões sobre o tema. Há, na classe política, quem defenda,
equivocadamente, a proibição do UBER. No Brasil, um cidadão não pode ser impedido
de exercer um trabalho honesto e lícito. Logo pensei, só ocorre isso no Brasil: um país
onde não se pode trabalhar e inovar. Estou tratando sobre este tema desde fevereiro do
ano corrente. E, tenho estudado para tratar o assunto com justiça. Uma das conclusões
é pela liberação do serviço. O lucro sadio proveniente da livre iniciativa é desejável e
defendido na Constituição do Brasil desde o seu artigo 170 até o 192. Além disso, temos
nas Escrituras Sagradas em vários trechos do Velho e do Novo Testamento a defesa do
trabalho e da livre iniciativa. Cito como exemplos: 2 Tessalonicenses 3:1-18, em
Provérbios 22:29, dentre tantos. Este é o momento de aceitar o novo, ainda que cause
estranheza em alguns.
Fonte: (Só Notícias, 2016)

Professor, escolha aleatoriamente, dois estudantes para que cada um faça a leitura oral de um texto.
Após os estudantes terem realizado a leitura dos dois textos, peça-os que respondam oralmente aos
seguintes questionamentos:
• Os textos apresentam a mesma opinião?
• Qual opinião é defendida no texto 1?
• Qual opinião é defendida no texto 2?
• Qual o fato que é presente em ambos textos?
Logo após a apresentação das respostas dos estudantes, realize as considerações gerais sobre os
textos. Os textos apresentam o mesmo fato – o Uber na sociedade, o texto I é contra e o texto II é a
favor da circulação do Uber.
Para finalizar a aula mostre a charge abaixo no slide e faça o questionamento:
• O que vocês acharam da opinião do último personagem? Incentive os estudantes a
argumentarem seu posicionamento.

Fonte: (Tudo Sala de Aula, [2022])

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RECURSOS:
Projetor multimídia, fichas, cópias dos textos que serão estudados.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início da sequência: leitura, produção e socialização do
trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura e participação no quiz.

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ATIVIDADES
1−
CIDADANIA, DIREITO DE TER DIREITOS
Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem
constrangimento. [...] Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania:
respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás
desse comportamento está o respeito à coisa pública. [...] Foi uma conquista dura. Muita gente lutou e
morreu para que tivéssemos o direito de votar.
DIMENSTEIN, Gilberto. “O Cidadão de papel”. São Paulo: Ed. Ática, 1998.
Fonte: (Acessaber, 2022)

O trecho que indica uma opinião em relação à cidadania é

a) ( ) ...“é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la...”.


b) ( ) ...“É poder votar em quem quiser...”.
c) ( ) ...“Foi uma conquista dura.”
d) ( ) “Muita gente lutou”.

2 − Leia o texto e resolva à questão.

TÍMIDA DE 18 ANOS DÁ PRIMEIRO BEIJO E MORRE MINUTOS DEPOIS


Jemma Benjamin, 18 anos, elegeu o colega de universidade Daniel Ross, de 21, para dar seu
primeiro beijo na vida, marcando o início do namoro dos dois, porém, minutos depois do beijo, a jovem
muito tímida morreu de forma fulminante no sofá da casa de Daniel, em Treforest, Inglaterra.
A jovem, que praticava natação e era uma atleta exemplar do time de hóquei de uma excelente
universidade, sofria de uma condição cardíaca rara – síndrome da morte súbita por arritmia. Daniel
chamou socorro e tentou reanimar a namorada, mas não obteve sucesso. Os médicos disseram que ele
nada podia fazer.
O casal se conhecia há três meses e o primeiro beijo era muito aguardado. Jemma não tinha
histórico de problemas cardíacos, segundo reportagem do “Daily Mail”. O caso aconteceu em 2009,
mas os detalhes só foram revelados agora pelo inquérito que apurou a morte.

(G1) Texto adaptado.

A expressão do texto abaixo que apresenta um FATO é:


a) ( ) “excelente universidade”
b) ( ) “muito tímida”
c) ( ) “atleta exemplar”
d) ( ) “cardíaca rara”

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REFERÊNCIAS
ATIVIDADE sobre fato e opinião - Com texto explicativo e gabarito - Anos Finais. Tudo Sala
de Aula. [s. l.], 3 de agosto de 2022. Disponível em:
https://www.tudosaladeaula.com/2021/11/atividade-sobre-fato-e-opiniao-com-explicacao-
anos-finais.html. Acesso em: 08 ago. 2023.
BERTANHA, Joyce Aparecida e REIS, Gislaine dos. Prefeitura Municipal de Ribeirão Corrente.
Departamento de Educação. Estudo em Casa - Distanciamento Social - COVID 19 Atividades
de Redação – 8° ano a e b . 7ª semana (22/03 A 26/03/21) – 1º Bimestre PROFª:. Joyce
Aparecida Bertanha Gislaine dos Reis. Disponível em:
https://apppublico.com.br/educacao_ribeiraocorrente/pdf/20210324155332_REDA%C3%87%
C3%83O%20-%20SEMANA%207.pdf. Acesso em: 07 ago. 2023.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Matrizes de referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de
referência do ano de 2001.
FONSECA, Denyse Lage. Atividade de português: verbo significativo – 8º ano, [s. l.],
2022. Disponível em: https://acessaber.com.br/atividades/atividade-de-portugues-verbo-
significativo-8o-ano/. Acesso em: 09 ago. 2023.
GALLI Victório. O UBER e as mudanças (necessárias) na sociedade. Só Notícias. [s. l.], 02
nov. 2016. Disponível em: https://www.sonoticias.com.br/opiniao/o-uber-e-as-mudancas-
necessarias-na-sociedade/. Acesso em: 08 ago. 2023.

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TÓPICO: DESCRITOR:

II. Implicações do suporte, do D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso
gênero e/ou do enunciador na (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
compreensão do texto. D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Identificando a finalidade e interpretando textos com auxílio de material
gráfico.
DURAÇÃO: 04 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
As mudanças nos meios de comunicação e de circulação de informações provocadas pelo
avanço da tecnologia incidem sobre os modos e meios da aprendizagem da leitura e da escrita
no âmbito escolar. Dada a concepção de Alfabetização como processo de aquisição do
funcionamento do sistema alfabético da escrita, o que vai além dessa competência precisa
manter-se constante nas salas de aula, de modo que os estudantes se habilitem em produzir
sentido na leitura das variadas modalidades de comunicação. No avançar das novas
tecnologias, somos todos convocados a novos letramentos que, conforme Roxane Rojo
explica, “configuram os enunciados/textos em sua multissemiose (multiplicidade de semioses e
linguagens), ou multimodalidade. (Rojo, 2014, p.320). Portanto, como afirma Brian Street, o
ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita precisam levar em conta a variedade dos
modos de comunicação existentes, “o que chamamos de multimodalidade” (Street, 2014,
p.228).

B) DESENVOLVIMENTO
AULA 1
Leve para a sala de aula a maior variedade possível de gêneros textuais tais como: charges,
matérias publicitárias e textos presentes em materiais didáticos e outras disciplinas,
abrangendo gráficos, mapas, tabelas e roteiros. Explore, também, materiais diversos que
contenham apoio em recursos gráficos, como as revistas em quadrinhos e as tirinhas.
Solicite aos estudantes que informem o seu grau de conhecimento sobre esses textos, fazendo
um levantamento prévio. Sugira que eles observem, durante o percurso da casa até a escola,
as diferentes formas de comunicação contidas nas placas, outdoors, comércio e etc.
Inicie a aula, reproduzindo a imagem (anúncio) no projetor multimídia para demonstrar as
partes que compõem a propaganda, proporcionando o envolvimento dos estudantes e peça-os
para que após visualizarem digam qual é o gênero destacado.
Deixe-os dialogar sobre o gênero e verifique se eles conseguiram localizar as características
que compõem um anúncio publicitário.

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Imagem 1

Fonte: Galeria própria

Após ouvir os estudantes, ajude-os a entenderem como o gênero se caracteriza. Chame a


atenção para a função sócio comunicativa do texto, indagando-lhes sobre a finalidade do
gênero; para a função das cores e das imagens dentre outros aspectos que julgar necessário
para ampliar a aprendizagem dos estudantes. Pergunte-os a qual público se destina o anúncio,
justificando as respostas.
Dialogue com os estudantes sobre a importância da imagem no anúncio, solicite-os para
descrevê-las. Peça também para identificarem a relação da imagem com o texto do anúncio.
Trabalhe a diagramação do anúncio, a forma como a letra foi produzida, dando um sentido
lúdico à aula, possibilitando-lhes perceber a importância da conjugação do uso de imagens,
cores e outros recursos não verbais ao texto escrito, para a construção da mensagem.
Demonstre para eles que o texto foi produzido com frases curtas, claras e objetivas,
adequando o vocabulário ao público destinado.
Após este momento, solicite aos estudantes que preencham o quadro abaixo, separando as
partes do texto que apresentam linguagem verbal e linguagem não verbal.

VERBAL

NÃO VERBAL

Professor, de acordo com as respostas dos estudantes, faça suas considerações para
consolidação da aprendizagem.

16
AULA 2
Apresente os dois panfletos, projetados em slides e questione os estudantes, solicitando que
anotem as respostas no caderno.

Imagem 2 Imagem 3

Fonte: (Facebook, 2018) Fonte: (SINDIMOVEC, 2019)

• Qual a problemática abordada em cada panfleto e que informações trazem? Converse


com os estudantes sobre a importância da prevenção e cuidados que devemos ter com
a saúde.
• Além da palavra “amiga”, na imagem 2 e da palavra “homem” na imagem 3, que outros
elementos nos ajudam a perceber quem é o público-alvo de cada panfleto?
• Na sua opinião essa variedade de tipos de letras tem alguma influência na transmissão
da mensagem? (Observe os tipos de fontes utilizadas.)
Para finalizar essa introdução, pergunte-os:
• Como o texto ficaria sem esses elementos (cores, imagens, tipos de fontes
diversificadas)?
• Esses elementos exercem alguma função importante no texto?
• Qual é a hipótese de vocês?
Explique para os estudantes que as cores utilizadas nas propagandas do exercício estão a
serviço da identificação com o feminino e o masculino comumente associados,
respectivamente, com o rosa e o azul. É importante ressaltar que a campanha outubro rosa é
internacional e acontece desde 1990 e que o lenço rosa desde o início do movimento é
utilizado como símbolo. O novembro azul também é um movimento internacional existente
desde 2003 e utiliza o bigode e a cor azul como símbolo desde o seu surgimento.
Faça suas considerações para que seja consolidado o processo de aprendizagem.

AULA 3
A designação material gráfico diverso, abrange um conjunto variado de textos nos quais a
linguagem não-verbal está sempre presente (associada ou não à linguagem verbal). Nesse
conjunto encontram-se, por exemplo, propagandas, tiras, charges, fotos, desenhos,
esquemas, gráficos e tabelas. Este tipo de assunto é um dos temas do SAEB.

17
Inicie a aula explicando aos estudantes que eles farão um exercício de leitura e que o texto
que será objeto desse exercício inclui a linguagem não-verbal. Verifique as hipóteses dos
estudantes para o tipo de texto que receberão e aproveite para avaliar seu conceito a respeito
das modalidades verbal e não-verbal. Se necessário, esclareça.
Sugerimos que os gráficos sejam apresentados para os estudantes utilizando o projetor
multimídia, pois isso possibilita melhor visão e interatividade com a turma.
Destaque com os estudantes, primeiramente, os títulos dos gráficos: “Gravidez na
adolescência” e “Menos trabalho feminino”.
Organize a turma em grupos de no máximo 5 estudantes. Entregue para os grupos cópia do
texto que será estudado. Solicite que façam uma leitura silenciosa e que discutam em grupo
sobre o tema, objetivo e elementos do texto.

Gravidez na Adolescência
Fernando Nogueira da Costa. Professor Titular do IE-UNICAMP.

Fonte: (Blog Cidadania & Cultura, [2019])

Ana Conceição (Valor, 17/10/17) informa que, no Brasil, um em cada cinco bebês é filho de
mãe adolescente, com 10 a 19 anos. Sete em cada dez mães nessa faixa etária são
afrodescendentes e aproximadamente metade mora nas regiões Norte e Nordeste. São
números que refletem uma situação de grande desigualdade no acesso à saúde e aos
direitos reprodutivos, cenário que tem potencial para comprometer o desenvolvimento
econômico do país na medida em que restringe o acesso dessas jovens à educação e ao
trabalho.
Entre essas meninas-mães, de cada cinco, três não trabalham nem estudam. A vulnerabilidade
dessa parcela da população à pobreza, à exclusão e à violência e a necessidade de
implementar políticas públicas direcionadas a ela no mundo é o tema do relatório “Situação da
18
População Mundial 2017“, lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Com o subtítulo “Mundos Distantes – Saúde e Direitos Reprodutivos em Uma Era de
Desigualdade“, o relatório indica que a demanda não atendida por serviços de saúde,
incluindo o planejamento reprodutivo, “pode enfraquecer as economias e sabotar o progresso
já alcançado para o cumprimento do primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), o de eliminação da pobreza”. A desigualdade na saúde, diz o estudo, também pode
prejudicar todos os outros 16 ODS pactuados na ONU em 2015, entre eles igualdade de
gênero, segurança alimentar e educação.

Fonte: (Blog Cidadania & Cultura, [2019])

“O Brasil evoluiu nos últimos anos, mas ainda há muito a ser feito”, afirma Jaime Nadal,
representante do UNFPA no país. “A desigualdade enfrentada pelas mulheres mais pobres no
acesso a serviços de saúde se reflete em dificuldades para entrar na força de trabalho
remunerado e alcançar poder econômico”, diz.
Embora este seja um problema presente em todas as regiões, um país de dimensões
continentais como o Brasil precisa desenvolver o que Nadal chama de “políticas públicas de
precisão” para lidar com o problema. “É importante ter uma política universal de saúde e
educação, mas Norte e Nordeste têm uma taxa de gravidez na adolescência maior, porque
sofrem carência também maior desses serviços.” Neste sentido, afirma, são necessárias
medidas específicas para a realidade de cada região. “Há um capital humano que está sendo
perdido no país. Há grupos que estão ficando para trás”.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015 citados
pelo relatório, 22,5% dos jovens com 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam no Brasil
em 2015. Nesse grupo, as mulheres (65%) eram maioria e 54,1% delas tinha ao menos um
filho ou filha. E embora as mulheres tenham, em média, mais anos de estudo que os homens,
elas participam menos da força de trabalho remunerada. Na faixa de um a quatro anos de
estudo, 36,8% das mulheres trabalham, contra 68,8% dos homens.
[...]

19
Mesmo em um cenário de restrição fiscal, como o enfrentado pelo Brasil, o investimento em
capital humano deveria ser prioridade. “Esse investimento tem que passar pela inclusão da
população no mercado de trabalho de forma qualitativa”, diz.
A alta taxa de fecundidade de adolescentes no Brasil, de 65 por mil meninas de 15 a 19
anos, está num meio termo entre seus pares na América Latina. É similar à da Argentina e do
Peru, de 68, e do Uruguai (64). É menor que a da Colômbia (84), mas maior que a do Chile
(52). Todas, no entanto, estão bem acima das registradas em países desenvolvidos, como
Austrália (14), Canadá (13) e Estados Unidos (27). Na Alemanha, a taxa cai a 8. Na
Dinamarca, a 2.
Fonte: (Blog Cidadania & Cultura, [2019]).

Organize a turma em grupos de cinco estudantes e entregue cópia do texto. Solicite que
façam uma leitura silenciosa e logo após uma leitura oral, compartilhada. Pergunte à turma
qual é o tema e o objetivo do texto.
Apresente os gráficos no projetor multimídia e indague de que tipo de material gráfico se
trata. Se for necessário, ajude a estabelecer a diferença entre tabela, esquema e gráfico,
mencionando exemplos do cotidiano (tabela de jogos de um campeonato esportivo, esquema
da transmissão de um vírus, gráfico do desmatamento no Brasil etc.).
Estimule a turma a refletir sobre a função de materiais gráficos como esses, indagando:
• Em que suportes eles costumam circular?
• Eles costumam constituir um texto isolado ou acompanham outros textos?
• Qual sua importância?
Chame a atenção da turma para a referência bibliográfica do material em questão e explique
que ele acompanha uma reportagem publicada em um blog, por um professor da UNICAMP.
Ainda em uma leitura coletiva, proponha questões sobre os elementos básicos de um gráfico:
quem o produziu, o que ele investiga e quantifica, e que título lhe foi atribuído. Isso é
importante para que os estudantes percebam o que devem levar em consideração na primeira
abordagem desse tipo de texto, a fim de realizarem leituras semelhantes de forma autônoma.
Levante outras questões para reflexão dos estudantes:
• Qual a fonte do material gráfico publicado?
• O que se pode afirmar a respeito de sua credibilidade?
• Os gráficos presentes nesse material apresentam o resultado de que investigação?
• Você julga que o(s) responsável(is) por essa investigação tinham uma hipótese a ser
confirmada?
• Qual é o título geral do material gráfico? Esse título antecipa uma avaliação dos
resultados apresentados?
Aproveite para verificar se os estudantes identificam as frases "Taxa de fecundidade por
1.000 meninas de 15 a 19 anos" e “Participação no mercado de trabalho das
pessoas com 16 anos ou mais” como elementos estranhos à estrutura desse tipo de
material gráfico, por emitir uma interpretação dos dados apurados. Convém também certificar-
se de que eles compreendem as siglas UNFPA e IBGE mencionadas na fonte do material
gráfico.

20
AULA 4
Professor, ainda com a turma organizada em grupos, retome a aula anterior e explique que
darão continuidade com o estudo do texto. Agora cada grupo deverá registrar em seus
cadernos algumas constatações a partir do exame dos dados presentes nos gráficos.
Peça que cada grupo apresente suas observações. Se houver alguma que não se justifica
pelos gráficos, ajude o grupo a rever sua conclusão.
Faça as considerações a respeito da aula para que seja consolidada a aprendizagem.

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, cópias do texto que será estudado.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamnto: leitura, produção e
socialização do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento
deles durante todo o processo de leitura e interpretação dos gráficos.

21
ATIVIDADES
1−

Fonte: Blog denotação e conotação

O texto tem a finalidade de:

a) ( ) informar sobre um acontecimento de caráter jornalístico.


b) ( ) informar sobre a dificuldade de vagas de emprego para deficientes.
c) ( ) despertar a sensibilidade artística e a criatividade.
d) ( ) chamar a atenção para um problema social.

2 – Leia o texto para responder à questão abaixo.

Fonte: (CMDCA, [2017])

A finalidade do texto é incentivar:


a) ( ) a prática do trabalho infantil.
b) ( ) a denúncia contra a violência infantil.
c) ( ) a adoção de crianças.
d) ( ) o hábito de as crianças brincarem

22
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Emílio. Blog Denotação e Conotação. [s. l.], 01 mar [2023].. Disponível em:
https://emiliobarbosa.wordpress.com/2011/03/01/01-mar-charge-do-dia/acessibilidade-quadrinho-
oferta-de-emprego/ . Acesso em: 06 ago. 2023.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
COSTA, Fernando Nogueira da. Gravidez na Adolescência. Blog Cidadania & Cultura, [s. l.], 19 nov.
2017. Disponível em: https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2017/11/19/gravidez-na-
adolescencia/. Acesso em: 07 ago. 2023.
MB Assessoria Previdenciária. Seja uma amiga do peito. Facebook, [s. l.], 1 out. 2018. Disponível em:
https://m.facebook.com/mbprevmaternidade/photos/seja-uma-amiga-do-peito/732601623793537/.
Acesso em: 09 ago. 2023.
NOVEMBRO Azul: O homem precisa se cuidar! SINDIMOVEC, [s. l.], 9 nov. 2019. Disponível em:
http://www.sindimovec.com.br/novembro-azul-o-homem-precisa-se-cuidar%EF%BB%BF/. Acesso em:
07 ago. 2023.
PLANO de aula: Interpretação de texto com auxílio de materiais gráficos. Nova Escola, [s. l.], 02 set
2017. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/6298/interpretacao-de-texto-com-auxilio-de-
materiais-graficos. Acesso em: 03 ag. 2023.
ROTEIRO de aula. EJA - Canal Seduc-PI4, [s. l.], 17 ago. 2020. Disponível em:
https://www.canaleducacao.tv/images/slides/42440_8ed89bdefcaaed8220e1c8965f81f555.pdf. Acesso
em: 07 ago. 2023.
SÃO João da Boa Vista. CMDCA, [s. l.], 2023. Disponível em: https://cmdcasj.com.br/tutelar.html.
Acesso em: 09 ago. 2023.

23
TÓPICO: DESCRITOR:

D20 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na


comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das
condições em que ele foi produzido e daquelas em que será
III - Relação entre textos. recebido.
D21 - Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões
relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Relação entre textos.
DURAÇÃO: 04 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Neste planejamento, pode-se avaliar a habilidade do estudante em reconhecer as diferenças de
posicionamento entre textos que tratam do mesmo assunto, em função do leitor-alvo, da ideologia, da
época em que foi produzido e das suas intenções comunicativas. Por exemplo: historinhas infantis
satirizadas em histórias em quadrinhos, reportagens, ou poesias clássicas utilizadas como recurso para
análises críticas de problemas do cotidiano. Essa habilidade é avaliada por meio da leitura de dois ou
mais textos, de mesmo gênero ou de gêneros diferentes, tendo em comum o mesmo tema, para os
quais é solicitado o reconhecimento das formas distintas de abordagem.
Para desenvolver essa habilidade os estudantes devem ter a oportunidade de exercitar a comparação
de textos que abordem uma mesma temática. As atividades propostas a seguir o ajudarão a perceber-
se como um leitor autônomo, capaz de inferir possíveis intenções do autor marcadas no texto e ao
identificar referências intertextuais presentes no mesmo.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Professor, leve para sala de aula, imagens relacionadas aos jogos eletrônicos e apresente-as no slide
usando o projetor multimídia ou um cartaz.
Solicite aos estudantes que prestem atenção às imagens para, em seguida, levantar as hipóteses sobre
qual será o tema abordado no texto que será oferecido a eles.
Sugestões de imagens:

Imagem 1 Imagem 2

Fonte: (Encontro Comportamento, [2019]) Fonte: (Jusbrasil, [2019])

24
Imagem 3 - perda do sono por conta dos jogos. Imagem 4
(CHARGE..., 2018)

Fonte: (Brasil Escola [2022]) Fonte: (Ctrl+Play [2023])

Em seguida, mantenha um diálogo com os estudantes, realizando perguntas como:


• Vocês gostam de jogos eletrônicos?
• Com que frequência vocês jogam?
• Quais os tipos de jogos de sua preferência?
• Qual a sua opinião sobre os jogos eletrônicos com temas violentos?

Logo após, apresente um vídeo contendo opiniões diversas sobre o uso dos jogos eletrônicos com
temas violentos. Procure um vídeo onde contenha diferentes opiniões como: opinião de adolescentes,
opinião de pais, dentre outras.
Sugestão de vídeo:
→ Câmara discute se games violentos influenciam jovens.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=luMuWDsPCCA&t=60s.

AULA 2
Professor, para essa aula leve cópias do texto: Você é a favor da proibição de jogos eletrônicos com
temas violentos? Adaptação da Revista Nova Escola, 9º ano. Identificação do suporte, do gênero e/ou
enunciador na compreensão do texto.

VOCÊ É A FAVOR DA PROIBIÇÃO DE JOGOS ELETRÔNICOS COM TEMAS VIOLENTOS?


SIM - Se queremos combater a violência, temos que lidar também com suas causas e uma delas pode
ser esse tipo de jogo eletrônico. Por propiciar uma participação ativa do jogador na criação da
violência, a influência que ele exerce sobre as pessoas é muito maior que a de filmes ou programas de
televisão, por exemplo. Existem pessoas que são mais suscetíveis a essa influência. Aquelas com
personalidade limítrofe ou compreensão limitada podem confundir jogo e realidade. Como crianças que
assistem ao desenho do Homem-Aranha e depois agem como se realmente fossem o super-herói.
Todos nós - mesmo os considerados normais - interiorizamos essa violência, ainda que de forma
controlada. Mas em uma situação em que nosso controle é diluído, com o uso de álcool ou drogas, por
exemplo, um comportamento agressivo pode aflorar. Uma sociedade tolerante à violência como a
brasileira, em que há muita impunidade, é um complicador. Mesmo sem uso de drogas o jovem pode
se tornar violento por acreditar que vá ficar impune.
Içami Tiba, psiquiatra e educador

25
NÃO - Sou contra, pois não acredito que esses jogos, por si mesmos, gerem violência. Quando o
Counter-Strike foi lançado, em 2000, levantou-se essa mesma polêmica e, oito anos depois, não se
percebeu aumento da agressividade associado ao jogo. A forma lúdica de lidar com a violência,
brincadeiras que envolvem uma dicotomia entre bem e mal são anteriores à era eletrônica. Há muito
tempo que as crianças brincam de polícia e ladrão e o fato de uma pessoa interpretar um bandido não
quer dizer que ela seja má ou vá se tornar má. É verdade que o jogo eletrônico desperta uma série de
sensações no usuário, pois os gráficos têm um realismo muito grande. É quase como vivenciar aquilo
na vida real. A forma como a pessoa vai reagir a esse estímulo varia, mas o que percebemos é que,
em geral, a utilização do jogo é muito mais catártica, ou seja, funciona como uma válvula de escape
que permite vivenciar um conteúdo violento, num ambiente de simulação seguro. Acaba sendo algo
saudável. Além disso, a proibição contribui para despertar a curiosidade e tornar o proibido ainda mais
atrativo.
Erick Itakura, núcleo de pesquisa da psicologia em informática da PUC-SP.

Em seguida, faça uma leitura compartilhada. Inicie a leitura e vá trocando de leitor, proporcionando a
participação de um maior número de estudantes.
Finalizando a leitura, peça a eles que indiquem as palavras desconhecidas e que impossibilitaram uma
maior compreensão do texto. É importante, nesse primeiro momento, contextualizar as palavras
desconhecidas em outras situações, verificando a compreensão dos seus significados, caso a dúvida
persista, consulte o dicionário e explique o sentido das palavras.
Organize a turma em dois grupos: um grupo deverá identificar os quatro argumentos que o autor do
texto "SIM" empregou para justificar a concordância com a proibição e o outro deverá identificar os
quatro argumentos que o autor do texto “NÃO” empregou para justificar a não concordância da
proibição. Os estudantes poderão destacar esses argumentos no texto. Outra sugestão é que se
entregue para eles um quadro para ser preenchido, conforme modelo abaixo:

TEXTO 01 TEXTO 02

Argumento 01

Argumento 02

Argumento 03

Argumento 04

AULA 3
Convide o grupo 1 a apontar um argumento, em seguida outro argumento, até que todos os
argumentos do texto SIM tenham sido identificados. Verifique se os estudantes reconheceram os
seguintes fundamentos:

1) No caso dos jogos eletrônicos, o jogador tem uma participação mais ativa na construção da
violência do que a que ocorre quando ele assiste à TV.
2) Algumas pessoas são mais propensas a confundir jogo e realidade e podem se deixar
influenciar pelo conteúdo violento do jogo.
3) Mesmo que de forma controlada, as pessoas interiorizam a violência presente nos jogos
eletrônicos e, em momentos em que o autocontrole está comprometido, um comportamento
agressivo pode aflorar.
4) A pessoa pode manifestar-se de forma violenta por julgar que ficará impune.

26
Convide o grupo 2 para apontar os argumentos existentes no texto “NÃO”. Verifique se eles
reconheceram os seguintes pontos:

1) O jogo Counter-Strike, lançado em 2000, não acarretou um aumento de violência nos oito anos
que se seguiram.
2) A forma lúdica de lidar com a violência é anterior à era eletrônica e não torna uma pessoa
violenta.
3) O jogo eletrônico conta com um realismo muito grande, o que permite vivenciar a situação de
violência em um ambiente seguro de simulação, assim ele funciona como uma válvula de
escape.
4) A proibição desperta a curiosidade pelo proibido.

Estimule os estudantes para que se posicionem quanto ao fato de ser contra ou a favor dos jogos
eletrônicos violentos.
Em seguida, explique para os estudantes que textos com o mesmo tema poderão apresentar posições
explicitamente antagônicas em relação à proibição de certos jogos eletrônicos, ressaltando que os dois
textos apresentam posições divergentes em relação a um mesmo argumento. Em outras palavras, seus
autores se utilizam da mesma ideia para justificar posições contrárias.
Para ajudar os estudantes nessa interpretação, indague:
• O que cada autor defende a respeito da relação entre realidade e fantasia?

Verifique se a turma chegou às conclusões abaixo:


− Autor do texto "SIM": julga que a fantasia pode ser confundida com a realidade e que a
violência presente no jogo pode interferir na vida.
− Autor do texto "NÃO": julga que, na esfera lúdica, a fantasia não se confunde com a realidade,
citando o exemplo de brincadeiras como "polícia e ladrão".

AULA 4
Nesta aula a proposta é a leitura de textos que abordam a temática “Violência nas escolas”, que
mostram diferentes aspectos e opiniões para que os estudantes possam perceber que sobre um
mesmo tema incidem diferentes pontos de vista, argumentos, dentre outros aspectos pertinentes.
Leve para sala 3 textos com essa temática e organize a turma em 3 grupos. Entregue 1 texto para
cada grupo e explique que, à medida que terminarem devem repassar para o grupo subsequente o
texto lido, fazendo um rodízio, pois todos os grupos deverão ler os 3 textos. Solicite que registrem no
caderno os pontos que considerarem relevantes.
Explique que serão apresentados alguns questionamentos para reflexão e que cada grupo deverá
pontuar as ideias que foram registradas no caderno, observando a relevância de cada questão
apresentada.
• Vocês concordam com o ponto de vista apresentado em cada um dos textos?
• Os três textos apresentam as mesmas opiniões?
• As temáticas apresentadas por eles são as mesmas?
• Podemos fazer alguma relação entre eles?

Após as reflexões, apresente cada texto no projetor multimídia. Faça a leitura dos textos para os
estudantes, pois sabemos que o modo como a leitura de um texto é conduzida pode fazer toda a
diferença para que os objetivos sejam atingidos. Ao longo da leitura, oriente os estudantes sobre as
características comuns e diferentes apresentadas nos textos. Proponha um debate sobre o tema: A
violência nas escolas na contemporaneidade.

27
SUGESTÕES DE TEXTOS

TEXTO 1
ESCOLA X VIOLÊNCIA

A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta de
diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois a
escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos,
professores ou demais funcionários.
Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo dos professores,
coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os alunos no meio dos conflitos profissionais
que acabam por refletir dentro da sala de aula.
Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os latrocínios, os
contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma
sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em iguais condições para
todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais.
Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de atitudes que
levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os objetivos propostos no
projeto político pedagógico da instituição.
Muito se diz sobre o combate à violência, porém, levando ao pé da letra, combater significa guerrear,
bombardear, batalhar, o que não traz um conceito correto para se revogar a mesma. As próprias
instituições públicas se utilizam desse conceito errôneo, princípio que deve ser o motivador para a falta
de engajamento dessas ações.
Levar esse tema para a sala de aula desde as séries iniciais é uma forma de trabalhar com um tema
controverso e presente em nossas vidas, oportunizando momentos de reflexão que auxiliarão na
transformação social.
Fonte: (Fragmento de Brasil Escola, 2023)

TEXTO 2

Fonte: (Sul21, [2023])

28
TEXTO 3
Plano de combate à violência escolar do MEC

Após o caso do estudante de 13 anos que matou uma professora a facadas em São Paulo, o Ministério
da Educação (MEC) propôs a criação de um grupo interministerial para tratar de ataques nas
instituições de ensino.
De acordo com o atual ministro da educação, Camilo Santana, a proposta tem como objetivo
elaborar um programa de combate à violência e terá a participação dos municípios e das
unidades da Federação.
O espaço escolar é essencial para o desenvolvimento da criança e do adolescente, como afirma a
pedagoga Tamires Alves ao jornal da USP. Por isso, a pedagoga reitera que é preciso pensar em
estratégias para mudar esse quadro.
Para Telma Vinha, professora do Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp, o problema é a
falta de políticas públicas de enfrentamento ao aumento da violência nas escolas, pois, segundo ela, as
ações adotadas após a volta das aulas presenciais focaram mais na recuperação de aprendizagens do
que em problemas socioemocionais enfrentados pelos estudantes. Além disso, Vinha diz que os
professores também precisam de formação e apoio socioemocional para lidar com esta situação.
O Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, acredita que
casos de violência escolar devam ser tratados por uma rede de proteção social, a fim de adotar a
medida mais adequada, formada por: educadores da escola, psicólogos, assistentes sociais, policiais,
promotoria e vara da infância e juventude. O secretário diz, ainda, que dentre as medidas deveriam
estar: orientação para responsáveis e programas de atendimento de saúde mental, por exemplo.
Fonte: (Fragmento de POLITIZE!, 2023)

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, folhas impressas com os textos e atividades.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamento: leitura, produção e socialização
do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura, trabalho em equipe e produção.

29
ATIVIDADES
1 − (SAEB) Leia os textos abaixo:

TEXTO 1 – Telenovelas empobrecem o país


Parece que não há vida inteligente na telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias às 6, 7 ou 8
horas da noite é algo muito pior do que os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos são
péssimos. As atuações, sofríveis. Três minutos em frente a qualquer novela são capazes de me deixar
absolutamente entediado – nada pode ser mais previsível.
Antunes Filho. Veja, 11/mar/96.

TEXTO 2 – Novela é cultura


Veja – Novela de televisão aliena?
Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um
tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o
povo de débil mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de
rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta
qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte.
Veja, 24/jan/96.

Com relação ao tema “telenovela”

a) ( ) nos textos I e II, encontra-se a mesma opinião sobre a telenovela.


b) ( ) no texto I, compara-se a qualidade das novelas aos melhores filmes america¬nos.
c) ( ) no texto II, algumas telenovelas brasileiras são consideradas obras de arte.
d) ( ) no texto II, a telenovela é considerada uma bobagem.

Fonte: (Blogger Prof. Francisco Ribeiro, 2013).

2 − Leia os textos abaixo:


TEXTO 1
LÍNGUA
O livro de língua portuguesa ‘Por uma Vida Melhor’, adotado pelo Ministério da Educação (MEC),
contém alguns erros gramaticais. “Nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe” são dois exemplos
de erros. Na avaliação dos autores do livro, o uso da língua popular, ainda que contendo erros, é
válido. Os escritores também ressaltam que, caso deixem a norma culta, os alunos podem sofrer
“preconceito linguístico”. A autora Heloisa Ramos justifica o conteúdo da obra. “O importante é chamar
a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela
ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa.”
Disponível em: http://estaticog1.globo.com/2011/11/unesp/anglo/Q55.pdf.

TEXTO 2
LÍNGUA
Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão popular tem validade como forma de
comunicação. Só que é preciso que se reconheça que a língua culta reúne infinitamente mais
qualidades e valores. Ela é a única que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no
mundo da filosofia, da literatura, das artes e das ciências. A linguagem popular a que alguns colegas
meus se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem tampouco estatura gramatical que

30
permitam desenvolver ideias de maior complexidade — tão caras a uma sociedade que almeja evoluir.
Por isso, é óbvio que não cabe às escolas ensiná-la.
BECHARA, Evanildo. Veja, 01.06.2011. Adaptado.

Em relação ao tema tratado no texto 1, o texto 2 apresenta a ideia de


a) ( ) defesa.
b) ( ) ratificação.
c) ( ) divergência.
d) ( ) questionamento.

Fonte: Adaptado (Secretaria de Estado de Educação, Governo do Maranhão, [2023]).

31
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, João Marcos Ferreira. Jogos eletrônicos: influências positivas e negativas dos games em meio
a sociedade. Figura 5: Perda do sono por conta dos jogos. (CHARGE..., 2018). Uol, meu artigo, [s.
l.], 2022. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/jogos-eletronicos-
influencias-positivas-e-negativas-dos-games-em-meio-a-sociedade.htm. Acesso em: 09 ago. 2023.
BARROS, Jussara de. "Escola X Violência". Brasil Escola, [s. l.], 2023.. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/educacao/escola-x-violencia.htm. Acesso em 10 de agosto de 2023.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
CÂMARA discute se games violentos influenciam jovens [s. l.: s. n.], Câmara dos Deputados, 1 vídeo (3
min). 11 jul. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=luMuWDsPCCA&t=60s. Acesso
em: 09 ago. 2023.
CANAL Ciências Criminais. Conheça os projetos de lei que proíbem e/ou criminalizam os games no
Brasil. Jusbrasil, [s. l.] 17 mar. 2022. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conheca-
os-projetos-de-lei-que-proibem-e-ou-criminalizam-os-games-no-brasil/692481280. Acesso em: 09 ago.
2023.
COMUNIDADE escolar faz caminhada pela paz no Rubem Berta após agressão a professora. Sul21, [s.
l.], 1 nov. 2018. Disponível em: https://sul21.com.br/ultimas-noticias-geral-areazero-
2/2018/11/comunidade-escolar-faz-caminhada-pela-paz-no-rubem-berta-apos-agressao-a-professora/.
Acesso em: 10 ago. 2023.
HENRIQUE, Layane. Por que os casos de violência escolar têm aumentado? POLITIZE!, [s. l.], 27 jun.
2023. Disponível em: https://www.politize.com.br/violencia-escolar/. Acesso em 06 ago. 2023.
JOGOS violentos podem afetar o comportamento das crianças? Ctrl+Play - Escola de Programação
e Robótica, [s. l.], 15 mar. 2019. Disponível em:
https://www.revistaencontro.com.br/canal/comportamento/2019/03/jogos-nao-geram-violencia-em-
adolescentes-diz-estudo.html. Acesso em: 09 ago. 2023.
MARANHÃO. Secretaria Municipal de Educação de Maranhão. Língua Portuguesa – Reconhecer
posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema. Mais
IDEB, Maranhão, 2021. Disponível em: https://www.educacao.ma.gov.br/wp-
content/uploads/2019/06/SD_LP_D21_Estudante.pdf./. Acesso em: 06 ago. 2023.
MARTINS, João Paulo. Jogos não geram violência em adolescentes, diz estudo. Revista Encontro,
[s. l.], 15 mar. 2019. Disponível em:
https://www.revistaencontro.com.br/canal/comportamento/2019/03/jogos-nao-geram-violencia-em-
adolescentes-diz-estudo.html. Acesso em: 09 ago. 2023.
RIBEIRO, Francisco. Exame final de Língua Portuguesa 7º ano. Blogger, [s. l.], 18 dez. 2013.
Disponível em: https://proffranciscoribeiro.blogspot.com/2013/12/exame-final-de-lingua-portuguesa-7-
ano.html. Acesso em: 10 ago. 2023
VOCÊ é a favor da proibição de jogos eletrônicos com temas violentos? Carta ao leitor. Nova
Escola, [s. l.], 02 set. 2017. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/5670/carta-do-leitor.
Acesso em: 09 ago. 2023.

32
TÓPICO: DESCRITOR:

D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando


repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de
um texto.
D7 - Identificar a tese de um texto
D8 - Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
para sustentá-la.
IV. Coerência e coesão no
D9- Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
processamento do texto.
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
constroem a narrativa.
D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre partes e
elementos do texto.
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
marcadas por conjunções, advérbios etc.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Coerência e coesão textual.
DURAÇÃO: 03 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Em todo texto de maior extensão, aparecem expressões conectoras – sejam conjunções, preposições,
advérbios e respectivas locuções – que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas.
Entre as mais comuns, podemos citar as relações de causalidade, de comparação, de concessão, de
tempo, de condição, de adição, de oposição, etc. Reconhecer o tipo de relação semântica estabelecida
por esses elementos de conexão é uma habilidade fundamental para a apreensão da coerência do
texto e para a compreensão de seu sentido.
Uma atividade voltada para o reconhecimento de tais relações deve focalizar as expressões
sinalizadoras e seu valor semântico, sejam conjunções, preposições ou locuções adverbiais.
Com este trabalho, pretendemos possibilitar ao estudante desenvolver a habilidade de perceber a
coerência textual, partindo da identificação dos recursos coesivos e de sua função dentro do texto.
Para desenvolver essa habilidade, o professor pode se valer de textos de gêneros variados, a fim de
trabalhar as relações lógico-discursivas, mostrando aos estudantes a importância de reconhecer que
todo texto se constrói, a partir de múltiplas relações de sentido que se estabelecem entre os
enunciados que o compõem. As notícias de jornais, por exemplo, os textos argumentativos, os textos
informativos, sem se esquecer dos textos narrativos são todos excelentes para trabalhar essa
habilidade.
A metodologia, compreendida como ferramenta fundamental do trabalho, pressupõe um(a) estudante
ativo(a), participativo(a). Sendo assim, as propostas de atividades buscam levá-los(as) à interlocução
tanto no espaço das aulas quanto fora dele, nos momentos de finalização dos trabalhos. A
aprendizagem, portanto, acontece por aproximações sucessivas, a partir da ação, da reflexão e
interação entre os(as) estudantes e o(a) professor(a), tendo como objeto de estudo os textos, que são
unidades de base do trabalho em língua portuguesa, com a finalidade de constituir o uso de
procedimentos de revisão e análise dos textos produzidos, no que se refere ao emprego adequado dos
elementos coesivos, mais precisamente a conjunção e o pronome.
As atividades serão desenvolvidas em três aulas. Na primeira aula, haverá uma roda de conversa para
que a turma retome o que já sabe sobre as classes gramaticais e o papel que exercem nos processos

33
de coesão textual. Em seguida, será feita uma atividade coletiva. Na segunda, o foco será o papel das
conjunções na coesão sequencial; as discussões e reflexões também serão feitas por meio de uma
atividade realizada coletivamente. Na terceira, os conhecimentos e reflexões adquiridos serão
empregados na revisão coletiva da produção de texto de um(a) dos(as) estudantes.

B) DESENVOLVIMENTO
AULA 1
A primeira das três aulas destinadas a este planejamento, será um momento para que os(as)
estudantes explorem e compartilhem o conhecimento que já têm construído do que é um texto e qual
o papel de algumas classes de palavras na construção da coesão textual.
Organize a turma em semicírculo e lance a pergunta: “O que é um texto?”.
Professor, o objetivo dessa pergunta é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes. Portanto,
instigue-os a dar exemplos de textos verbais e não verbais, socialmente utilizados, bem como dê
outros exemplos de produções, perguntando-lhes se são um texto ou não, e quais os critérios que eles
levaram em conta para classificá-lo como tal.
Ouça as respostas dos estudantes e estimule-os a construir, coletivamente, um conceito para texto que
se aproxime do seguinte:
"Texto é uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é
tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de
interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo
uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua
extensão.” (Koch & Travaglia, 1992:08-09)
Em seguida, explique aos estudantes que, para um texto apresentar sentido é necessário que tenha
coesão e coerência. Pergunte-lhes.
• O que é coesão e coerência?
• Como substantivos, conjunções, pronomes e numerais podem ser utilizados no texto para
garantir essa coesão?
• Se, no texto, não usássemos essas palavras responsáveis pela construção da coesão, qual seria
a consequência disso?
É provável que os estudantes não consigam responder a esse questionamento, então lhes apresente as
seguintes frases:

− A Seleção Brasileira foi desclassificada porque o grupo não estava coeso. (Faltou
união.)
− Vocês devem ter atitudes coerentes! - disse a professora aos estudantes que
estavam matando aula. (Atitudes lógicas.)

Converse com os estudantes sobre o sentido das palavras coeso (unido) e coerentes (lógicas) nos
exemplos. Em seguida, estimule-os a transpor esses significados para o campo da produção textual:

• Se coeso é unido, o que quer dizer a coesão dentro do texto?


• Se coerente é lógico, o que significa a coerência textual?

A partir da compreensão dos sentidos das palavras grifadas, elabore, coletivamente, um conceito único
para coesão e coerência e peça aos estudantes que registrem suas conclusões no caderno.

34
A coesão é a ligação entre os elementos de um texto, que ocorre no interior das frases,
entre as próprias frases e entre os vários parágrafos. Pode-se dizer que um texto é coeso
quando os conectivos (conjunções, pronomes, preposições, por exemplo) são empregados
corretamente. A coerência diz respeito à ordenação das ideias, dos argumentos. A coesão
contribui para a coerência. Um texto com problemas de coesão terá, provavelmente,
problemas de coerência.

AULA 2

Projete os textos a seguir ou reproduza-os para os estudantes:

NÃO TE AMO MAIS


Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que:
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza de que,
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que:
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que:
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Autor desconhecido - as redes sociais associam o texto à Clarice Lispector.

Peça que os estudantes o leiam e respondam às seguintes questões:


• O texto apresenta sentido? Qual a mensagem transmitida por ele?
• A quem esta mensagem está sendo dirigida?
• Que palavras no texto são responsáveis por fazer a ligação entre as outras, ou seja, quais são
os elementos de coesão?
• Qual a diferença de sentido entre as palavras mas e mais no texto?
• Que sentidos apresentam as palavras ainda e já no texto?
• Com que objetivo a palavra "que" foi usada repetidas vezes no texto?

Em seguida, sugira a leitura de baixo para cima e peça que eles respondam as mesmas questões.
Pergunte-lhes: O que mudou? O texto continua apresentando coerência e coesão?
Solicite aos estudantes que circulem, no texto, os advérbios e expressões adverbiais e os conectores,
nesse caso, as conjunções, para que eles percebam que a escolha dessas palavras (que, ainda, já, e,
mas...), nesse texto, foi fundamental para a construção das duas mensagens transmitidas.
Após ouvir as conclusões dos estudantes, faça as considerações em relação ao tema estudado.
Em seguida, projete o texto “Ou Isto ou Aquilo” de Cecília Meireles, leia-o com a turma, em forma de
coro falado, discutindo o seu conteúdo. Ao final, peça que expliquem qual o sentido da palavra "ou"
no texto:

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Ou Isto ou Aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou se tem sol e não se tem chuva! ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou se calça a luva e não se põe o anel, Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…


ou se põe o anel e não se calça a luva! e vivo escolhendo o dia inteiro!

Quem sobe nos ares não fica no chão, Não sei se brinco, não sei se estudo,
quem fica no chão não sobe nos ares. se saio correndo ou fico tranquilo.

É uma grande pena que não se possa Mas não consegui entender ainda
estar ao mesmo tempo nos dois lugares! qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Meireles, C. Ou Isto ou Aquilo. In: Poesia Completa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001, p. 1483.

Para finalizar a aula, explique para a turma como o conectivo “OU” foi importante para que o texto
lido tivesse sentido, ou seja, coesão e coerência.

AULA 3
Organize a turma em grupos para que possam participar e socializar dúvidas, hipóteses e
conhecimentos. Reproduza para os estudantes os textos “Circuito Fechado”, de Ricardo Ramos, e “A
Pesca”, de Affonso de Sant'Anna para que percebam o poder dos substantivos na progressão das
ideias de um texto. São textos exclusivamente formados por substantivos que constroem a narrativa
dos hábitos rotineiros da personagem. Elimine alguns dos substantivos do texto e organize-os em uma
lista. Peça aos estudantes que completem as lacunas do texto com esses substantivos da lista, de
modo que percebam o papel que eles exercem na construção desse circuito de ações em sequência.
Professor, os textos podem ser encontrados em diversos livros didáticos e também nos links abaixo:
→ Revista Macondo.
Disponível em: https://revistamacondo.wordpress.com/2012/02/29/conto-circuito-fechado-
ricardo-ramos/.
→ Armazém de Textos.
Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/11/poema-pesca-affonso-romano-
de-santanna.html.

Circuito Fechado
Ricardo Ramos
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de
barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis,
caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros,
papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas,
notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros,
cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes,
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha,
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos.
Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro,
fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio,
maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres,

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guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis,
externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e
caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e
caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros.
Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro
e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca,
pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

A Pesca
Affonso Ramos de Sant'Anna

o anil a boca
o anzol o arranco
o azul o rasgão
o silêncio
o tempo aberta a água
o peixe aberta a chaga
aberto o anzol
a agulha
vertical aquelíneo
mergulha ágil-claro
estabanado
a água
a linha o peixe
a espuma a areia
o sol
o tempo
a âncora
o peixe

Fonte: (Armazém de Textos, 2020)

Solicite a leitura silenciosa dos textos Circuito Fechado e A Pesca. Logo após, questione-os:
• Quais os temas de cada um deles?
• O que os dois textos têm em comum?
• Como os autores elaboraram as mensagens a serem transmitidas?
• Apesar da falta dos elementos de coesão, há coerência nos textos, ou seja, eles apresentam
sentido?

Professor, com a sua orientação, espera-se que os estudantes percebam que os textos são construídos
a partir de um encadeamento de substantivos que vão descrevendo para o leitor as situações. No
primeiro, apresenta-se o cotidiano de um homem, a partir dos objetos que ele utiliza. Já o segundo,
conta um momento de pesca, através dos substantivos relacionados a essa atividade. Apesar de não
haver conectivos, a ordenação das palavras em ambos confere coerência aos textos e faz com que o
leitor imagine a cena.
Após a leitura e discussão sobre os textos, proponha que os estudantes os reescrevam, utilizando os
elementos coesivos (advérbios e expressões adverbiais, preposições e conjunções e suas respectivas
locuções), sem que modifiquem a mensagem transmitida por meio de cada um. A tarefa poderá ser
feita em duplas, o que permite a troca de informações e de ideias entre eles.

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Proponha a leitura oral dos textos produzidos. Cada grupo deverá apresentar um dos textos e os
outros estudantes deverão comentá-los, levando em conta a adequação à proposta, a manutenção do
sentido da mensagem e o uso dos conectivos.
Observe se os estudantes produziram, no primeiro texto, períodos compostos. Anote no quadro alguns
exemplos e os analise com a turma.
Sugira a reescrita a partir dos comentários dos colegas e recolha os textos para correção.
A partir de uma correção cuidadosa dos textos, elabore uma apresentação de Power Point ou um
cartaz com os problemas de coesão e de coerência apresentados.
Apresente esse material para a turma, discuta com os estudantes os problemas identificados nos
textos e peça-lhes sugestões de correção.
Após essa atividade, produza coletivamente uma nova versão de cada um dos textos com os
estudantes e publique-a no blog da turma ou no mural da escola.

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, folhas impressas com os textos e atividades.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamento: leitura, produção e socialização
do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura, trabalho em equipe e produção.

38
ATIVIDADES
Leia o texto e responda as atividades propostas:

ASSALTOS INSÓLITOS

Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual
a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssima, mas depois,
narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota.
Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais.
Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,
mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação.
Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar
uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o
marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois
indivíduos suspeitos.
Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
— É um assalto, fica quieto senão leva chumbo.
Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta:
— Cadê o patrão? Num rasgo de criatividade, respondeu:
— Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
— Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao
mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
— Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal, é
um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês, levava aquele som
também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos? Dinheiro não tem,
pois ouvi que o patrão é louco por bombom.
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco
chegavam a mulher e os filhos. Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do
próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.

Fonte: SANTANNA Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS São Paulo:Ática 1995.
(Coleção Para gostar de ler)

1 − No trecho "e o marido se entregava a essa terapêutica atividade" (l. 8-9), a expressão destacada
substitui:
a) ( ) fazer compras.
b) ( ) ir ao mercado.
c) ( ) narrar anedotas.
d) ( ) pintar a casa.

2 − O dono da casa livra-se de toda sorte de tragédias, principalmente, porque:


a) aconselha a levar o som.
b) conta os defeitos do patrão.
c) mente para os assaltantes.
d) mostra os objetos da casa.

Fonte: (Armazém de Textos, 2020)

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
BLOG da Maconda. [Conto] Circuito Fechado - Ricardo Ramos. Revista Macondo, [s. l], 29 fev 2012.
Disponível em: https://revistamacondo.wordpress.com/2012/02/29/conto-circuito-fechado-ricardo-
ramos/. Acesso em: 07 ago. 2023.
PROF. JAQUELINE. Crônica: Assaltos Insólitos - Affonso Romano de Sant’Anna - com gabarito.
Armazém de Textos, [s. l.], 27 de setembro de 2020. disponível em:
https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/09/cronica-assaltos-insolitos-affonso.html.. Acesso em: 10
ago. 2023.
PROF. JAQUELINE. Poema: A Pesca - Affonso Romano de Sant’Anna. Armazém de Textos, [s. l.], 9
de novembro de 2020. disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/11/poema-pesca-
affonso-romano-de-santanna.html. Acesso em: 08 ago. 2023.
SAEB de Língua Portuguesa - 9º ano: coerência e coesão no processamento do texto. Nova Escola.
[s. l], 08 set. 2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2631/prova-brasil-de-lingua-
portuguesa-9-ano-coerencia-e-coesao-no-processamento-do-texto. Acesso em: 07 ago 2023.

40
TÓPICO: DESCRITOR:

D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.


D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da
V. Relações entre recursos pontuação e de outras notações.
expressivos e efeitos de D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de
sentido. uma determinada palavra ou expressão.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de
recursos ortográficos e/ou Morfossintáticos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O texto e os efeitos de sentidos.
DURAÇÃO: 04 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos é o objetivo deste planejamento. A fim de contemplar esse objetivo, os textos
motivadores foram escolhidos com o intuito de levar os estudantes a perceberem como alguns
elementos textuais constroem a significação em meio à situação comunicativa em que se apresentam.
Como o foco é o reconhecimento do efeito de sentido, construído através de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos, escolhemos a música “Inútil”, do Ultraje a Rigor (Texto 1), a fim de que o estudante
possa identificar as mudanças de sentido decorrentes da desobediência às regras da gramática
normativa. É importante que o estudante perceba que a infração à concordância verbal no refrão da
música revela uma estratégia linguística, utilizada pelo autor, para suscitar a produção de sentido.
Além de guiar a oralização do texto, a pontuação é fundamental para a compreensão do mesmo.
Assim, mais importante que o domínio sobre a regra gramatical, está o reconhecimento do sentido do
sinal de pontuação. Dessa forma, no trabalho com o Texto 2, chame a atenção dos estudantes para a
alteração de sentido que ocorre por meio da simples mudança da posição da vírgula na frase. Aqui,
cabe também ressaltar como outros sinais de pontuação (reticências, aspas, exclamação etc.) e outras
notações (tamanho da fonte, caixa alta, itálico, negrito, entre outros) atuam como recursos à
disposição do autor para provocar, no leitor, efeitos de sentido.
Com a crônica de Paulo Mendes Campos, Texto 3, queremos levar o estudante a reconhecer o efeito
de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. Faça com que eles
percebam que, por exemplo, a escolha do termo “cavalheiro” imprime ao texto um sentido diferente do
literal. Qual seria a intencionalidade discursiva do autor ao optar por esse termo? Os estudantes
trabalharão, em grupo, o reconhecimento dos conceitos apresentados, depois serão organizados e
orientados a preencherem um quadro comparativo. Essa etapa é fundamental para a sistematização
dos conteúdos.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Inicie a aula lançando a pergunta.
• Vocês já perceberam como a nossa Língua Portuguesa é rica em recursos expressivos?
Quando observamos atentamente as palavras utilizadas em um texto, as figuras de linguagem e a
pontuação empregada, por exemplo, vemos que são múltiplas as possibilidades de construção do
sentido. Muitos autores se valem desses recursos a fim de tornar seus textos mais belos e sugestivos.
A repetição de uma palavra, as reticências em um diálogo ou o deslocamento de uma vírgula

41
imprimem um novo significado ao texto, ampliando o sentido para além da palavra. Convide-os a
observarem como isso acontece.

Texto 1

Ultraje a Rigor – Inútil (Fragmento)


A gente faz carro
E não sabe guiar
A gente não sabemos
A gente faz trilho
Escolher presidente
E não tem trem pra botar A gente faz filho
A gente não sabemos
E não consegue criar
Tomar conta da gente
A gente pede grana
A gente não sabemos
E não consegue pagar...
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
Inútil! A gente somos inútil! (4x)

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

Texto 2
Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) (Fragmento)

Vírgula pode ser uma pausa... ou não. E vilões.


Não, espere. Esse, juiz, é corrupto.
Não espere. Esse juiz é corrupto.
Ela pode sumir com seu dinheiro. Ela pode ser a solução.
23,4. Vamos perder, nada foi resolvido.
2,34. Vamos perder nada, foi resolvido.
Pode ser autoritária. A vírgula muda uma opinião.
Aceito, obrigado. Não queremos saber.
Aceito obrigado. Não, queremos saber.
Pode criar heróis. Uma vírgula muda tudo.
Isso só, ele resolve. ABI (Associação Brasileira de Imprensa):
Isso só ele resolve. 100 anos lutando para que ninguém
mude uma vírgula da sua informação.

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

Texto 3
“Chatear” e “Encher” (fragmento)
Paulo Mendes Campos

Um amigo meu me ensina a diferença entre "chatear" e "encher".


Chatear é assim:
você telefona para um escritório qualquer na cidade.
− Alô! Quer me chamar, por favor, o Valdemar?
− Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos, você liga de novo:
− O Valdemar, por obséquio.
− Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
− Mas não é do número tal?

42
[...]
Professor
Por favor, o Valdemar já chegou?
− Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
[...]
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
− Alô! Quem fala?
- Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

Professor, leve cópias dos textos e entregue-as para os estudantes. Leia os textos em voz alta e
convide alguns estudantes para participar da leitura também.
Realize um bate-papo com os estudantes sobre os diferentes gêneros dos Textos 1, 2 e 3: letra de
música, texto publicitário e crônica.
Apenas como uma introdução, conduza os estudantes à identificação de elementos ortográficos e/ou
morfossintáticos utilizados pelo autor para produção de efeitos de sentido.
Em seguida, proponha alguns questionamentos:
• Vocês já perceberam quantas estratégias têm os autores para tornar seus textos mais
atrativos?
• Observaram como são muitas as formas de explorar a linguagem, a fim de se produzir
diferentes efeitos de sentidos?
• Que tal buscarmos algumas pistas linguísticas que denunciem os recursos expressivos utilizados
pelos autores?

AULA 2
Organize a turma em seis grupos. Cada grupo deverá discutir sobre as questões abaixo e registrar, no
quadro a seguir, as observações resultantes da análise dos textos.
Solicite aos grupos que voltem aos textos e identifiquem neles as palavras, as expressões e também a
pontuação, ou seja, as marcas linguísticas que interferem na construção do sentido dos textos.
Analisem os textos e reflitam sobre as seguintes questões:
• Pode uma infração às regras gramaticais, como acontece no Texto 1, ser cometida de
propósito? Mas o que isso significaria?
• Como um ponto, uma vírgula, as aspas ou a escolha de uma determinada palavra pode
influenciar na compreensão do texto?

AULA 3
Com a turma organizada nos grupos da aula anterior, entregue um quadro para cada grupo e peça-os
que o preencha. Sendo assim cada quadro será preenchido por dois grupos.

43
TEXTO 1 – INÚTIL (ULTRAJE A RIGOR)
a) De acordo com as regras da gramática, a letra da música está correta?

b) Na sua opinião, é possível afirmar que o erro de concordância no refrão da música “Inútil” é
cometido intencionalmente? Por quê e para quê?

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

TEXTO 2 – CAMPANHA DOS 100 ANOS DA ABI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


IMPRENSA)
a) Com base nos exemplos do texto, como você interpreta a frase “uma vírgula muda tudo”?

b) As frases “Uma vírgula muda tudo” e “ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma
vírgula da sua informação” apresentam ideias opostas? Explique.

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

TEXTO 3 – “CHATEAR” E “ENCHER” (PAULO MENDES CAMPOS)


a) No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar”, o que sugere, realmente, o
termo sublinhado em relação à fala do personagem: Formalidade ou impaciência?

b) Se fosse o autor, que outra palavra você usaria para produzir o mesmo efeito de sentido?

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

Em seguida, solicite que cada equipe escolha um componente para apresentar as respostas do grupo.
Os dois grupos que responderam sobre o texto 1 apresenta e o restante da turma presta atenção e
observa se houve divergência nas respostas, se concordam ou não. Abra espaço para todos os
estudantes que quiserem se manifestar.

44
Após a correção do quadro 1, será a vez dos grupos que responderam sobre o texto 2 e logo após os
grupos que responderam sobre o texto 3.

AULA 4
Nesta aula, peça aos estudantes que se organizem em grupos novamente, conforme os que
trabalharam nas aulas anteriores. Apresente o quadro abaixo no projetor multimídia ou no quadro,
entregue uma cópia para cada grupo e solicite que preencham a ficha de análise a seguir.

FICHA DE LEITURA E ANÁLISE TEXTO 1 – INÚTIL (ULTRAJE A RIGOR)


a) O que o autor diz (o conteúdo do texto)?

b) Como o autor diz (a maneira como o texto está escrito e os recursos da linguagem
aplicados)?

Fonte: (Canal CICIERJ Edu, 2023)

Após os grupos preencherem a ficha, permita que cada grupo exponha o que responderam. Faça suas
considerações e os alinhamentos necessários para a consolidação dos processos de ensino e de
aprendizagem.

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, folhas impressas dos textos e atividades a serem trabalhados e dos
quadros.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamento: leitura, produção e socialização
do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura, produção e trabalho em equipe.

45
ATIVIDADES
1 (adaptada) – Leia o texto e responda à questão proposta:

No último quadrinho, o uso da expressão “AHHH!!!” sugere que a personagem:


a) ( ) está irritada.
b) ( ) está sonolenta.
c) ( ) está surpresa.
d) ( ) gosta de florais.

Resposta comentada: A alternativa A é a correta. Professor/a, chame a atenção dos estudantes para
a escolha do autor pela interjeição. Reforce a ideia de que o sentido da expressão é contextual, ou
seja, o seu significado depende da leitura de toda a situação da tirinha. Resposta: A

2 (adaptada) −

Você está no comando?

Se você chegou aos 50 anos varando as noites no escritório, trocando a ginástica por uma horinha a
mais na cama, driblando a salada e os grelhados, é bem provável que tenha desistido de levar uma
vida saudável, porque “é tarde demais”. Pois bem, a ciência da longevidade traz boas-novas. Se você
chegou aos 50 anos com uma rotina pouco saudável, mas livre de doenças mais graves, saiba que tem
80% de chance de chegar à velhice, e em boa forma (os outros 20% continuam a caber à genética).
Ou seja, quanto e como viver daqui para frente está em suas mãos. Basta não achar que é tarde
demais para mudar. “Modificar os maus hábitos aos 50 é quase tão bom quanto nunca tê-los tido”, diz
o médico Wilson Jacob Filho, diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. E a
chave para o envelhecimento proveitoso e feliz é não fumar, praticar exercícios físicos, dormir bem,
alimentar-se de forma adequada, evitar o stress e blá-blá-blá... A ladainha dos hábitos saudáveis
sempre foi muito maçante, convenhamos. Mas um livro lançado nos Estados Unidos pode tornar a
coisa menos chata e até divertida. Com uma linguagem bastante simples, a versão atualizada e
ampliada de Você: Manual do Proprietário, dos médicos americanos Michael Roizen e Mehmet Oz, é um
dos mais ricos compêndios sobre o funcionamento do corpo humano, a importância de prevenir os
efeitos do envelhecimento e, principalmente, como fazê-lo. Uma das lições do primeiro capítulo:
“Conhecer seu corpo lhe dá o poder de mudá-lo, mantê-lo e fortalecê-lo”.
Fonte: (Espaço Aberto, 2009 - Fragmento)

No Texto, em "... driblando a salada e os grelhados,..." a expressão destacada tem o sentido de


a) ( ) disfarçando.
b) ( ) enganando.
c) ( ) evitando.
d) ( ) incrementando.
46
Resposta comentada: A resposta correta é a alternativa C. Ao analisarmos o texto, observamos que
está voltado para as pessoas que chegaram aos 50 sem realizar atividade física e evitando uma
alimentação mais saudável. Sendo assim, os verbos disfarçar, enganar e incrementar ofereceriam outro
sentido ao texto.
Fonte: Fonte: (Canal CICIERJ Edu,, 2023)

Para saber mais!


Neste link abaixo, está disponível um interessante artigo sobre os recursos de linguagem que
caracterizam o texto de Carlos Drummond de Andrade -
http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ09_15.htm.

47
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
GOMES, Clara. Hipocondria. Bichinhos de Jardim, [s.l.], 13 set. 2011. Disponível em:
http://bichinhosdejardim.com/hipocondria/. Acesso em 04 ago. 2023
RIO DE JANEIRO.. Recursos expressivos e efeitos de sentido. REFORÇO ESCOLAR PORTUGUÊS.
Dinâmica 3, 1ª série, 3º bimestre, p. 4, 5 e 6. Rio de Janeiro, [2023] Disponível em:
https://canal.cecierj.edu.br/012016/c94b27e99cfdc7451bd147be4358660e.pdf. Acesso em: 04 ago.
2023
SILVA, Walleska Bernadino. A pontuação faz a diferença. Portal do Professor, Uberlândia. [s. l.],
2023. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28911 . Acesso
em: 05 jun. 2022.
VOCÊ está no comando?. Espaço Aberto. [s. l.], 14 de novembro de 2009. Disponível em:
http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2009/11/voce-esta-no-comando.html. Acesso em: 04
ago.2023.

48
TÓPICO: DESCRITOR:

D13-Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o


VI. Variação linguística.
interlocutor de um texto.

PLANEJMANETO
TEMA DE ESTUDO: O texto, seus locutores e interlocutores.
DURAÇÃO: 03 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A língua não é homogênea, ela pode variar e essa variação ocorre por diferentes motivações. A
variação linguística é um excelente tema para observar o quanto a língua pode sofrer variações.
Utilize como exemplo um seminário escolar que, por ser um gênero textual considerado formal,
espera-se que os estudantes, ao fazer uso desse texto, utilizem a modalidade formal da língua. Por
outro lado, se o mesmo grupo de estudantes estiver em uma conversa informal com seus colegas, fará
uso da língua de forma mais descontraída, sem, necessariamente, ficarem se monitorando para usar
uma linguagem formal.
Pode-se trabalhar a variação linguística em gravações de áudio e vídeo de textos orais (por exemplo,
programas de televisão), dramatização de textos de vários gêneros e em atividades com músicas de
estilos variados (regionais, sertanejas, entre outras).
Atividades de análise linguística, a partir das quais os estudantes possam refletir sobre a interferência
dos fatores variados que se manifestam tanto na modalidade oral da rua e de outros ambientes como
na modalidade escrita, favorecem o desenvolvimento dessa habilidade. Os fatores que intervêm no uso
da língua e provocam tal variação são de ordem geográfica (em função das regiões do país e de seus
espaços rurais e urbanos), histórica (o que envolve a época histórica de sua produção), sociológica
(tais como classe social ou gênero sexual), de contexto social, entre outros.
Naturalmente, essa competência deve ser trabalhada em sala de aula, para que os estudantes possam
desenvolver as habilidades de reconhecer e identificar as marcas linguísticas empregadas, nos diversos
domínios sociais, explicitadas nos textos lidos. Para isso, o professor deve selecionar textos, com larga
utilização das variantes linguísticas. Temos, como exemplo, letras de música, em que aparecem
variantes de pronomes de tratamento, tirinhas, especialmente as de Chico Bento, revistas em
quadrinho, trechos de diário, narrativas, dentre outros.
No entanto, é de fundamental importância que o professor, ao lidar com estudantes que utilizam a
língua não padrão, identifique as diferenças e possibilite-os a conscientizarem quanto a essas
diferenças e possa utilizá-las conforme o seu interlocutor e o ambiente social, sabendo, entretanto, que
existe a variedade padrão para as situações de comunicação que assim exigir.
Para que o estudante possa identificar quem é o locutor, isto é, quem fala no texto, e quem é o
interlocutor, para quem o texto fala, é preciso considerar, principalmente, o vocabulário, o assunto ou
a presença de marcas explícitas de interlocução. Vamos lá!

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
A proposta para esta aula é iniciá-la com uma discussão sobre a língua e seu uso. Explique que a
língua é viva e varia de um lugar para o outro.

49
Apresente em projetor multimídia o Anúncio Publicitário abaixo:

Fonte: Galeria própria.

Levante questões a respeito do gênero textual, os possíveis suportes onde o texto circulou e o tipo de
linguagem utilizada.
Explore os recursos verbais (uso das gírias, emprego da linguagem coloquial, a formação da palavra
Caldo Teens) e os recursos não verbais: hipérboles visuais (os olhos enormes, o tamanho da boca do
garoto), o emprego das cores e fontes.
Faça os seguintes questionamentos:
• Qual é o produto anunciado?
• A que tipo de consumidor o texto está direcionado? Justifique sua resposta.
• Que recursos verbais e não verbais o texto utiliza para atingir o seu consumidor? Identifique-os
e explique-os.
• Qual a importância da utilização das gírias nesse texto?
• Se a propaganda estivesse voltada para o público idoso, ela teria de usar recursos que
chamassem a atenção, que conquistassem esse público. Indique dois recursos que poderiam
ser explorados, explicando sua adequação ao texto publicitário.
Após fazer uma primeira reflexão sobre o texto apresentado, vamos analisá-lo em maior profundidade.
Solicite aos estudantes que realizem novamente a leitura silenciosa do texto. Durante essa atividade o
estudante deverá ter alguns objetivos. Primeiramente, identificar a pessoa que fala (o falante). Essa
pessoa é um elemento fundamental de qualquer situação de comunicação, pois foi motivada pelo
contexto a elaborar o texto que você está analisando. Essa pessoa é o locutor. Em muitos casos, a
pessoa que fala não emite sua voz, devido às características do gênero textual que elege. Ela escreve,
de maneira que chamamos esse tipo de locutor de autor. Como consequência, nesses casos, o
interlocutor é aquele que lê o texto. Ele é o leitor.
Sendo assim, procure identificar esses elementos fundamentais nesse Anúncio Publicitário e reflita
sobre:
• Suas características são sempre as mesmas, ou se modificam de acordo com o gênero?

Discuta sobre as questões acima, faça as considerações às respostas dos estudantes para que seja
consolidado o processo de aprendizagem.

50
AULA 2
Apresente o texto abaixo no projetor multimídia ou no quadro.
– Gerente - Boa tarde. Em que posso ajudá-lo?
– Cliente - Estou interessado em financiamento para compra de veículo.
– Gerente - Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?
– Cliente - Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.
– Gerente - Julinho, é você, cara? Aqui é Helena? Cê tá em Brasília? Pensei que ainda tivesse na
agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004. (Texto adaptado)

Solicite que duas duplas façam a leitura oral, sendo que um estudante leia a fala do gerente e outro a
fala do cliente. Peça ao restante dos estudantes que observem a entonação.
Após a leitura, questione:
• Qual linguagem utilizada?
• Quem é o locutor e o interlocutor da conversa?
• O reconhecimento entre o locutor e o interlocutor da conversa conduz à adequação de sua fala
à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade?
• A que se deve o tom de intimidade entre o gerente e o cliente, no final da conversa?

AULA 3
Hora de colocar em prática.
Essa atividade pode ser dada como forma de avaliar se os estudantes, além de reconhecer, sabem
empregar marcas linguísticas para evidenciar os interlocutores em uma propaganda. E também é um
ótimo momento para revisar o gênero, já estudado em outros anos de escolaridade.
Professor, você pode:
− Propor aos estudantes a criação de um texto publicitário, utilizando recursos verbais e não
verbais de acordo com o público-alvo a que se pretende atingir: crianças, mães, idosos, atletas,
mulheres jovens, etc.
− Propor uma apresentação dos trabalhos dos estudantes, intervindo, se necessário.
− Expor os trabalhos no mural da escola.

Divida a turma em 8 grupos e proponha a eles a criação de um texto publicitário, utilizando recursos
verbais e não verbais de acordo com o público-alvo a que se pretende atingir: crianças, mães, idosos,
atletas, mulheres jovens, dentre outros.
Após a criação do referido texto, solicite que façam apresentação dos trabalhos e realize as
intervenções, se necessário.
Faça a exposição dos mesmos no mural da escola.

RECURSOS:
Projetor multimídia, cartaz, folhas impressas dos panfletos e textos trabalhados.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes deverão ser avaliados desde o início do planejamento: leitura, produção e socialização
do trabalho. Observe o interesse, a participação e principalmente o envolvimento deles durante todo o
processo de leitura e produção.

51
ATIVIDADES
1 − (Enem-2009/adaptada)

Tendo em vista a fala do interlocutor no segundo quadrinho, constata-se que:


a) ( ) ele deseja convencer o jornalista a não publicar um livro.
b) ( ) o principal objetivo do entrevistado é explicar o significado da palavra motivação.
c) ( ) são utilizados diversos recursos da linguagem, tais como a metáfora e a metonímia.
d) ( ) o principal objetivo do entrevistado é evidenciar seu sentimento com relação ao processo
de produção de um livro.

2 − (PROVA BRASIL - Adaptada) Leia o texto abaixo.

O homem que entrou pelo cano


Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se
acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez
ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era
interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava.
Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco
imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela
gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu
pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.

52
Na frase “Mamãe, tem um homem dentro da pia.” (4º parágrafo), o verbo empregado representa, no
contexto, uma marca de
a) ( ) registro oral formal.
b) ( ) registro oral informal.
c) ( ) falar regional.
d) ( ) falar caipira.

3 − Leia o texto abaixo a seguir:

Identifica-se termo da linguagem informal em:


a) ( ) “Leio os roteiros de viagem enquanto rola o comercial.” (v. 9)
b) ( ) “Conheço quase o mundo inteiro por cartão postal!” (v. 10)
c) ( ) “Eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.” (v. 11)
d) ( ) “Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa mas nada tanto assim.” (v. 12-13)

53
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Matrizes de
referência de língua portuguesa e matemática do SAEB: documento de referência do ano de
2001.
QUESTÃO 100 da prova azul do segundo dia do Enem 2009. DESCOMPLICA, [s. l. ], 2023. Disponível
em: https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2009/segundo-dia/tendo-em-vista-segunda-
fala-personagem-entrevistado-constata-se-que/. Acesso em: 07 ago. 2023.
QUIZ 3: Português 3º ano. Blog do Prof. Warles, [s. l.], 1 de fevereiro de 2017. Disponível em:
https://profwarles.blogspot.com/2017/02/quiz-3-portugues-9-ano.html. Acesso em: 08 ago. 2023.
SIMULADO 8. Língua Portuguesa, 9º Ano, [s. l.], 2023. Disponível em:
https://jucienebertoldo.files.wordpress.com/2013/09/simulado-8-lp-9c2ba-ano.pdf. Acesso em 08 ago
2023.

54
ANEXO

55
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA SAEB
CADERNO DE QUESTÕES SAEB 2023
ANO SEGMENTO COMPONENTE CURRICULAR
9º ano Língua Portuguesa

ESCOLA

NOME

PROFESSOR(A) TURMA

Prezado(a) Estudante,

Você está participando do Simulado de Língua Portuguesa. Você deverá demonstrar os


conhecimentos aprendidos nos anos que já cursou. Com os resultados, os professores irão
planejar e desenvolver as atividades escolares. Por isso, responda a todas as questões com
bastante atenção.
Cada questão tem somente uma resposta correta. Marque a sua resposta em cada questão e
depois transcreva para a Folha de Respostas.

Bom trabalho!

FOLHA DE RESPOSTAS DO SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA

01) (A) (B) (C) (D) 08) (A) (B) (C) (D) 15) (A) (B) (C) (D)
02) (A) (B) (C) (D) 09) (A) (B) (C) (D) 16) (A) (B) (C) (D)
03) (A) (B) (C) (D) 10) (A) (B) (C) (D) 17) (A) (B) (C) (D)
04) (A) (B) (C) (D) 11) (A) (B) (C) (D) 18) (A) (B) (C) (D)
05) (A) (B) (C) (D) 12) (A) (B) (C) (D) 19) (A) (B) (C) (D)
06) (A) (B) (C) (D) 13) (A) (B) (C) (D) 20) (A) (B) (C) (D)
07) (A) (B) (C) (D) 14) (A) (B) (C) (D) 21) (A) (B) (C) (D)

56
QUESTÃO 01
Quando foram introduzidos os cartões de futebol?

No mundial da Inglaterra de 1966, ocorreu o episódio que finalmente convenceria os cartolas


do futebol de que era necessário um sistema visual de comunicação entre árbitros e jogadores. A
certa altura da partida entre Argentina e Inglaterra, o apoiador argentino Rattin tentou falar com o
juiz, mas como não falava inglês, começou a gesticular na tentativa de se fazer entender. O árbitro,
por sua vez, imaginou estar sendo afrontado pelo jogador, expulsando-o de campo. Com isso, a
Argentina acabou perdendo a partida por 1 x 0.
O fato gerou muita polêmica, fazendo com que, no mesmo ano, os senhores da International
Board oficializassem os cartões de advertência (amarelo) e expulsão (vermelho). Houve até mesmo
uma tentativa de se utilizar um cartão azul, como nos primórdios do futebol de salão, representando
uma punição intermediária. Mas a ideia não pegou.
Após todo esse percurso, na Copa de 1970 foi inaugurado o uso de cartões no futebol, no jogo
entre México e URSS.
A instituição do sistema de cartões foi um grande passo no desenvolvimento do esporte. Mas,
pensando bem, no caso do jogo entre Argentina e Inglaterra, Rattin teria sido expulso de qualquer
jeito, já que o alemão continuaria a não entender “lhufas” do que ele dizia. A diferença seria a de que
a expulsão teria sido realizada com um cartão vermelho.
(Almanaque das Curiosidades. São Paulo: Editora Sinapse. p. 16.)

Disponível em: (Almanaque das Curiosidades. São Paulo: Editora Sinapse. p. 16.)

Esse texto trata:

(A) dos árbitros da copa 1970.


(B) da criação dos cartões de futebol.
(C) da história de antigos jogadores.
(D) dos jogos da copa de 1970.

QUESTÃO 02
A pipoca surgiu há mais de mil anos, na América, mas ninguém sabe ao
certo como foi. Um nativo pode ter deixado grãos de milho perto do fogo e de
repente: POP! POP! Eles estouraram e viraram flocos brancos e fofos.
Que susto!
Quando os primeiros europeus chegaram ao continente americano, no
século 15, eles conheceram a pipoca como um salgado feito de milho e usado
pelos índios como alimento e enfeite de cabelo e colares.
Arqueólogos também encontraram sementes de milho de pipoca no Peru e no atual estado de
Utah, nos Estados Unidos. Por isso, acreditam que ela já fazia parte da alimentação de vários povos
da América no passado.

Disponível em: www.recreionline.abril.com.br

De acordo com esse texto, no século 15, chegaram ao continente americano os:

(A) nativos.
(B) índios.
(C) europeus.
(D) arqueólogos.

57
QUESTÃO 03
O Drama das Paixões Platônicas na Adolescência

Bruno foi aprovado por três dos sentidos de Camila: visão, olfato e audição. Por isso, ela
precisa conquistá-lo de qualquer maneira.
Matriculada na 8ª série, a garota está determinada a ganhar o gato do 3º ano do Ensino Médio
e, para isso, conta com os conselhos de Tati, uma especialista na arte da azaração. A tarefa não é
simples, pois o moço só tem olhos para Lúcia - justo a maior "crânio" da escola.
E agora, o que fazer? Camila entra em dieta espartana e segue as leis da conquista elaboradas
pela amiga.

Disponível em: (Revista Escola, março 2004, p. 63.)

Pode-se deduzir do texto que Bruno:

(A) chama a atenção das meninas.


(B) é mestre na arte de conquistar.
(C) pode ser conquistado facilmente.
(D) tem muitos dotes intelectuais.

QUESTÃO 04

Cabeça no mundo da lua em plena sala de aula, notas em queda livre, falta de disposição para
tudo e reclamações cada vez mais frequentes por bagunça, brigas e discussões em classe – se esse
quadro lhe parece familiar, seu filho pode estar dormindo menos do que deveria. Ou na hora errada.

Disponível em: http://www.escala.com.br/detalhe.asp?id=8753&grupo=64&cat=293.

Nesse texto, a expressão “cabeça no mundo da lua” significa que o filho

(A) dorme pouco à noite.


(B) é bagunceiro.
(C) está disperso.
(D) está fora da sala de aula.

58
QUESTÃO 05
Cidadania, direito de ter direitos

Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem
constrangimento. [...] Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania:
respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás
desse comportamento está o respeito à coisa pública. [...] Foi uma conquista dura. Muita gente lutou
e morreu para que tivéssemos o direito de votar.

Disponível em: DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de papel. São Paulo: Ed. Ática, 1998.

O trecho que indica uma opinião em relação à cidadania é

(A) ...“é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la...”.


(B) ...“É poder votar em quem quiser...”.
(C) ...“revelam estágios de cidadania:...”
(D) ... “Foi uma conquista dura.”

QUESTÃO 06
Dos 20.000 habitantes de Pompeia, só dois escaparam da fulminante erupção do vulcão Vesúvio
em 24 de agosto de 79 D.C. Varrida do mapa em horas, a cidade só foi encontrada em 1748, debaixo
de 6 metros de cinzas. Por ironia, a catástrofe salvou Pompeia dos conquistadores e preservou-a para
o futuro, como uma joia arqueológica. Para quem já esteve lá, a visita é inesquecível.
A profusão de dados sobre a cidade permitiu ao Laboratório de Realidade Virtual Avançada da
Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, criar imagens minuciosas, com apoio do Instituto
Americano de Arqueologia. Milhares de detalhes arquitetônicos tornaram-se visíveis. As imagens
mostram até que nas casas dos ricos se comia pão branco, de farinha de trigo, enquanto na dos
pobres comia-se pão preto, de centeio.
Outro megaprojeto, para ser concluído em 2020, da Universidade da Califórnia, trata da
restauração virtual da história de Roma, desde os primeiros habitantes, no século XV A.C., até a
decadência, no século V. Guias turísticos virtuais conduzirão o visitante por paisagens animadas por
figurantes. Edifícios, monumentos, ruas, aquedutos, termas e sepulturas desfilarão, interativamente.
Será possível percorrer vinte séculos da história num dia. E ver com os próprios olhos tudo aquilo que
a literatura esforçou-se para contar com palavras.

Disponível em: Revista Superinteressante, dezembro de 1998, p. 63.

A finalidade principal do texto é:

(A) convencer.
(B) relatar.
(C) descrever.
(D) informar.

59
QUESTÃO 07

Disponível em: www.blogangel.com.br/.../2009/10/climatempo.jpg.

Ao observar o quadro da previsão do tempo para o final de semana, pode-se afirmar que no sábado
haverá sol com

(A) muitas nuvens durante o dia. Períodos nublados, com chuva a qualquer hora.
(B) algumas nuvens ao longo do dia. À noite ocorrem pancadas de chuva.
(C) muitas nuvens. À noite não chove.
(D) pancadas de chuva ao longo do dia. À noite, tempo aberto sem nuvens.

QUESTÃO 08
Texto I – Telenovelas empobrecem o país

Parece que não há vida inteligente na telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias às 6, 7 ou 8
horas da noite é algo muito pior do que os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos são
péssimos. As atuações, sofríveis. Três minutos em frente a qualquer novela são capazes de me deixar
absolutamente entediado – nada pode ser mais previsível.

Texto II – Novela é cultura

Veja – Novela de televisão aliena?


Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um
tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o
povo de débil mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de
rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta
qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte.

Disponível em: texto 1 - Antunes Filho. Veja, 11/mar/96. Texto 2 - Veja, 24/jan/96.

60
Com relação ao tema “telenovela”

(A) nos textos I e II, encontra-se a mesma opinião sobre a telenovela.


(B) no texto I, compara-se a qualidade das novelas aos melhores filmes americanos.
(C) no texto II, algumas telenovelas brasileiras são consideradas obras de arte.
(D) no texto II, a telenovela é considerada uma bobagem.

QUESTÃO 09
Texto 1
As Borboletas

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam na luz
As belas borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então . . .
Oh, que escuridão!

MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. Companhia das Letrinhas, 1991.

Texto 2
Borboletas

As borboletas são insetos com dois pares de asas. Vive melhor em regiões tropicais pelo clima
quente e alimento abundante.
Existem aproximadamente 200 mil espécies de borboletas, mas somente 120 mil estão
registradas.
As borboletas se alimentam de vegetais e néctar. Pesam cerca de 0,3 gramas sendo que a maior
pode pesar 3 gramas.
Chegam a ter 32 centímetros de asa a asa. As borboletas vivem em média duas semanas.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/animais/borboleta.htm.

Esses textos falam sobre

(A) preservação das borboletas.


(B) hábitos das borboletas.
(C) características das borboletas.
(D) alimentação das borboletas.

61
QUESTÃO 10

Disponível em: <www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm> Acesso em: 20 dez. 2009.

No último quadrinho desse texto, no trecho “Se eu conseguir tirar ele daqui...”, a palavra destacada
estabelece relação de

(A) alternância.
(B) conclusão.
(C) condição.
(D) explicação.

QUESTÃO 11
FAMÍLIA BRASILEIRA NÃO É MAIS A MESMA

O crescimento da proporção de solitários é um aspecto das mudanças na estrutura familiar


brasileira, reveladas pelos dados do IBGE. Uma tendência confirmada pela amostra é o avanço da
mulher como chefe de domicílio. No último censo, 26,7% das famílias tinham a mulher como cabeça,
contra 20,5% em 1991. Para a socióloga Lilibeth Cardoso Roballo Ferreira, esse dado tem relação com
o número de pessoas que vivem sós. Para efeito da Amostra do Censo, em uma casa habitada por
apenas uma mulher, ela é a chefe, o que ocorreu em 17,9% dos casos. Enquanto isso, apenas 6,2%
dos domicílios chefiados pelo homem tinham apenas um morador.
Outra mudança importante na estrutura familiar é o crescimento das uniões consensuais,
acompanhado pela queda no número de casamentos legais. Entre 1991 e 2000, subiu de 18,3% para
28,3% a porcentagem de brasileiros que preferem a união consensual. Em contrapartida, a proporção
de pessoas com casamento registrado em cartório caiu, no mesmo período, de 57,8% para 50,1%.
A queda da taxa de fecundidade, por sua vez, provocou também a diminuição do número médio
de pessoas por família, de 3,9 em 1991 para 3,5 em 2000. As famílias com até quatro componentes
representam 60% do total. Por causa disso, o Brasil, aproxima-se de um padrão observado em países
desenvolvidos, onde o crescimento populacional é substituído pela reposição da população, ou seja, o
número de nascimento está perto do número de óbitos.
Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, 19 maio 2002.

Disponível em: https://pt.scribd.com/document/611384023/ATIVIDADES-DESCRITOR-11-E-16-1.

O uso de “Em contrapartida”, no trecho “Em contrapartida, a proporção de pessoas com casamento
registrado caiu”, estabelece a relação de oposição com a ideia de

(A) acréscimo espantoso da população brasileira.


(B) aumento do percentual da preferência pela união consensual.
(C) aumento no número de nascimentos em relação ao óbito.
(D) crescimento do número de famílias que têm a mulher na liderança.

62
QUESTÃO 12
A letra e a música

Quando nos encontramos


Dizemo-nos sempre as mesmas palavras que todos os amantes dizem...
Mas que nos importa que as nossas palavras sejam as mesmas de sempre?
A música é outra!
QUINTANA, Mário. A cor do invisível. 2ª ed.
São Paulo: lobo, 1994. p. 96.

Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/25005509.

No primeiro verso “Quando nos encontramos”, a expressão destacada estabelece uma relação de

(A) causalidade.
(B) finalidade.
(C) proporcionalidade.
(D) temporalidade.

QUESTÃO 13
Necessidade de alegria

O ator que fazia o papel de Cristo no espetáculo de Nova Jerusalém ficou tão compenetrado da
magnitude da tarefa que, de ano para ano, mais exigia de si mesmo, tanto na representação como na
vida rotineira.
Não que pretendesse copiar o modelo divino, mas sentia necessidade de aperfeiçoar-se moralmente,
jamais se permitindo a prática de ações menos nobres. E exagerou em contenção e silêncio.
Sua vida tornou-se complicada, pois os amigos de bar o estranhavam, os colegas de trabalho no
escritório da Empetur (Empresa Pernambucana de Turismo) passaram a olhá-lo com espanto, e em
casa a mulher reclamava do seu alheamento.
No sexto ano de encenação do drama sacro, estava irreconhecível. Emagrecera, tinha expressão
sombria no olhar, e repetia maquinalmente as palavras tradicionais. Seu desempenho deixou a
desejar.
Foi advertido pela Empetur e pela crítica: devia ser durante o ano um homem alegre, descontraído,
para tornar-se perfeito intérprete da Paixão na hora certa. Além do mais, até a chegada a Jerusalém,
Jesus era jovial e costumava ir a festas.
Ele não atendeu às ponderações, acabou destituído do papel, abandonou a família, e dizem que se
alimenta de gafanhotos no agreste.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o Rei.2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p.56.

Disponível em: https://supertarefas.blogspot.com/2021/04/questoes-para-avaliacao-ou-simulado-de.html.

Qual é a informação principal no texto “Necessidade de alegria”?

(A) a arte de representar exige compenetração.


(B) o ator pode exagerar em contenção e silêncio.
(C) o ator precisa ser alegre.
(D) é necessário aperfeiçoar-se.

63
QUESTÃO 14
Os Viajantes e a Bolsa de Moedas

Dois homens viajavam juntos ao longo de uma estrada, quando um deles encontrou uma bolsa
cheia de alguma coisa. E ele disse: “Veja que sorte a minha, encontrei uma bolsa, e a julgar pelo
peso, deve estar cheia de moedas de ouro.”
E lhe diz o companheiro: “Não diga encontrei uma bolsa; mas, nós encontramos uma bolsa, e
quanta sorte temos. Amigos de viagem devem compartilhar as tristezas e alegrias da estrada.”
O “sortudo”, claro, se nega a dividir o achado. Então escutam gritos de: “Pega ladrão!”, vindo de
um grupo de homens armados com porretes, que se dirigem, estrada abaixo, na direção deles. O
viajante “sortudo”, logo entra em pânico, e diz. “Estamos perdidos se encontrarem essa bolsa
conosco.”
Replica o outro: “Você não disse ‘nós’ antes. Assim, agora fique com o que é seu e diga, ‘Eu
estou perdido’.”
Moral da História:
Não devemos exigir que alguém compartilhe conosco as desventuras, quando não lhes
compartilhamos também as nossas alegrias.

Disponível em: http://sitededicas.uol.com.br.

O fato que deu origem a essa história foi

(A) o amigo ter abandonado o outro companheiro.


(B) o viajante ser perseguido por homens armados.
(C) os amigos ficarem perdidos em uma estrada.
(D) os viajantes encontrarem uma bolsa com moedas.

QUESTÃO 15
Regime, ginástica e cama

A falta de sono adequado é, definitivamente, um fator de risco isolado para o ganho de peso.

A matemática da perda de peso é simples. O consumo de calorias deve ser inferior ao total de energia
gasta pelo organismo. Nos últimos cinco anos, porém, uma série de estudos vem demonstrando que
um terceiro fator deve ser incluído na equação do emagrecimento - o sono. Como a má alimentação e
o sedentarismo, uma sucessão de noites mal dormidas pode condenar ao fracasso qualquer luta
contra a balança.
A pesquisa mais recente e uma das mais intrigantes sobre o assunto foi publicada na revista científica
americana Annals of Internal Medicine. Conduzida por médicos da Universidade de Chicago, ela
demonstrou que, em períodos de pouco sono, a queima de gordura corporal é 55% menor e a perda
de massa magra, 60% maior.
"Perder massa magra significa perder músculos, e isso é ruim porque leva à desaceleração do
metabolismo e faz com que a pessoa ganhe peso com mais facilidade", diz o endocrinologista Walmir
Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade. Em outras
palavras: dormir pouco favorece o efeito sanfona, a grande questão de quem tenta se livrar dos
quilos em excesso.

MAGALHÃES. Naiara. Veja. 20 out. 2010. p. 160. Fragmento. (P090591ES_SUP)

Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/saep/portugues/saep_port_9ef/internas/d11


.html.

64
Nesse texto, a ideia principal defendida pelo autor é que a

(A) falta de sono está relacionada ao ganho de peso.


(B) má alimentação derruba a luta contra a balança.
(C) perda de massa magra é maior com pouco sono.
(D) perda de massa magra desacelera o metabolismo.

QUESTÃO 16
Revolução nos cinemas

Naves saltando da tela, monstros prestes a atacar o público e sensação de estar voando são alguns
exemplos de cenas dos filmes em 3D que se tomaram febre nos últimos anos. A cada nova produção,
a tecnologia nas salas de cinema fica aprimorada, levando o espectador para mais perto do real. Por
isso, investir em películas tem sido a regra em todo o mundo - e sempre dando lucros.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine) realizado de 1o de janeiro a 2 de
setembro de 2010, o filme Shrek para sempre 3D registrou lucro de RS 70,1 milhões - a maior renda
bruta dos cinemas brasileiros. A animação teve 779 cópias exibidas em 687 salas em todo o país, para
um público de 7,3 milhões de pessoas. (...)
O filme que bateu recorde de bilheterias no mundo todo e aqui no Brasil, de acordo com o Grupo
Severiano Ribeiro, foi Avatar 3D, faturando mais de USS 2,5 bilhões. Em terras brasileiras, o filme
ultrapassou o posto anterior que pertencia ao filme A era do gelo 3.

TORRES. Bruna Correio Brasiliense. Brasília, quinta-feira. 4 de nov do 2010 Caderno de Artes. p. 14. Fragmento.
(P090403ES_SUP)

Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/saep/portugues/saep_port_9ef/internas/d12


.html.

Nesse texto, o argumento que sustenta a tese de que "investir em películas tem sido a regra em todo o
mundo e dá lucro" é que

(A) as cópias se multiplicam.


(B) as figuras saltam da tela.
(C) os filmes são quase reais.
(D) os lucros são astronômicos.

65
QUESTÃO 17
Guia do visitante

Um bom momento de lazer e entretenimento pode estar aliado à arte, cultura e história.
O MON realmente acredita nesta proposta e pretende ser um organismo vivo, que abriga ideias,
pensamentos e inquietações na forma de obras, manifestações artísticas, exposições. Um local para a
comunidade conhecer e se reconhecer. Aproveite. Frequente. Visite e volte sempre. Bem-vindo a
esse patrimônio do povo brasileiro. Bem-vindo ao nosso Museu. O Museu Oscar Niemeyer.
[...]

DICAS DE VISITAÇÃO:
● Inicie sua visita pelas salas expositivas no piso superior.
● No subsolo, não deixe de conhecer o Espaço Oscar Niemeyer e a Galeria Niemeyer.
● Finalize sua visita na Torre e no famoso Olho.
● Caso tenha utilizado o guarda-volumes, não se esqueça de retirar seus pertences ao final da
visita.
● Não toque nas obras de arte. As peças são únicas e muito delicadas. Ajude-nos a preservar o
patrimônio para as futuras gerações.
● As exposições só podem ser fotografadas mediante autorização, utilizando apenas câmeras de
uso pessoal, sem flashes ou luzes fortes.
● As salas de exposição são mantidas em temperaturas mais baixas e com umidade controlada.
Essas condições são ideais para a conservação das obras e seguem critérios museológicos de
padrão internacional.

Guia do Visitante, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR, dez. 2010, p. 1. *Adaptado: Reforma Ortográfica.

Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://atividadesescolaresprontas.com.br/w


p-content/uploads/2022/05/DESCRITOR-17-pdf.pdf.

Nesse texto, em “DICAS DE VISITAÇÃO”, os três primeiros tópicos estão em destaque para:

(A) alertar o visitante sobre a Torre e o Olho.


(B) destacar cuidados que o visitante deve observar.
(C) orientar sobre pontos de destaque do museu.
(D) reforçar as ordens de visitação ao museu.

66
QUESTÃO 18
Assume? Não assume?

– Só uma pergunta, V. Exa. Vai assumir a pasta para a qual foi nomeado?
– Não.
– Mas esse não é: “não!” mesmo, ou simplesmente: não?
– N...ão.
– Então quer dizer que V. Exa. Não vai assumir coisa nenhuma, não é assim?
– Não, não. Talvez assuma.
– E talvez não assuma.
– Posso assumir, está compreendendo? E ficar de ministro durante 45 dias.
– Servindo de lenço?
– Nem lenço, nem 67ourenço. Não sou lenço de ninguém. A menos que...
–?
– Quer dizer, depende. Entretanto, contudo, todavia, como se diz...
– E quando se decide, Excelência?
– Eu é que sei? Quem é que sabe alguma coisa neste momento, menino? Acordo de manhã e digo
para mim mesmo no espelho: “Você não vai aceitar.” E não aceito, pronto. Daí a pouco, telefonam lá
da Granja do Torto: “tem de aceitar, ora essa!” Aceito, que remédio? Quando chega de tarde [...].

ANDRADE, C. D. Cadeira de balanço. Rio de Janeiro: Record, 1993. P.180.

Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/10/texto-de-portugues-para-o-8-ano-do.html.

A expressão destacada na frase “– Nem lenço, nem 67ourenço. Não sou lenço de ninguém. A menos
que...” indica que o político

(A) pode aceitar o cargo, sob certas condições.


(B) foi interrompido e não conseguiu terminar a frase.
(C) tomará a decisão por conta própria.
(D) está despreparado para o cargo.

67
QUESTÃO 19
A CHUVA

A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva
encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu
cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A
chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho
prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A
chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva
murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene.
A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos
pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas.
A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu
baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva
multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A
chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os
poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.

Poema de Arnaldo Antunes.

Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://atividadesescolaresprontas.com.br/w


p-content/uploads/2022/05/DESCRITOR-19-pdf.pdf.

Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para:

(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.


(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.

QUESTÃO 20
Um dia de professor

"E Dom Pedro tirou a espada e gritou...” Eu Iecionava para crianças de 7 anos. O desenho do
personagem He-man, com sua poderosa espada de Greyskull, era febre entre a garotada. Na semana
da Pátria, eu estava empolgadíssima, falando sobre a Independência do Brasil. Contava sobre a
chegada de Dom Pedro às margens do riacho do Ipiranga, onde havia ocorrido o grito da
Independência. Diante da classe atenta, eu gesticulava, dando um colorido especial ao episódio:
– Dom Pedro, indignado, tirou a espada e disse...
Nesse momento, um aluno se antecipou e, do meio da sala, gritou:
– Pelos poderes de Greyskull!!!
Parei espantada, olhei para ele e caí na gargalhada acompanhada, é claro, pelo restante da classe.

FELISIMINA DALVA TEIXEIRA, dalvafelis@uol.com.br


Revista Nova Escola. N°182, maio de 2005. P.6.

Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://central.to.gov.br/download/206927.

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Nesse texto, o humor é provocado:

(A) pela atitude desinibida da professora.


(B) pela frase atribuída a Dom Pedro.
(C) pelo gesto heroico de Dom Pedro.
(D) pelo desempenho dos estudantes na sala.

QUESTÃO 21
“Chatear” e “encher”

Um amigo meu me ensina a diferença entre ―chatear e encher.


Chatear é assim: Você telefona para um escritório qualquer na cidade.
– Alô! Quer me chamar, por favor, o Valdemar?
– Aqui não tem nenhum Valdemar. Daí a alguns minutos você liga de novo:
– O Valdemar, por obséquio.
– Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
– Mas não é do número tal?
– É, mas aqui não trabalha nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
– Por favor, o Valdemar já chegou?
– Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
– Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
– Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo
– Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez esquece a
presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
– Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?

CAMPOS, Paulo Mendes, Para Gostar de Ler. São Paulo: Ática.

Disponível em: https://docplayer.com.br/18700440-Licoes-de-lingua-portuguesa.htm.

No trecho ― Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar, o emprego do termo destacado sugere
que o personagem, no contexto

(A) era gentil.


(B) era curioso.
(C) desconhecia a outra pessoa.
(D) revelava impaciência.

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