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17/02/2023 10:05 Cardiomiopatia hipertrófica - Distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos - Manual MSD Versão Saúde para a Família

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MANUAL MSD
Versão Saúde para a Família

Cardiomiopatia hipertrófica
Por Tisha Suboc , MD, Rush University
Avaliação/revisão completa mar 2021

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17/02/2023 10:05 Cardiomiopatia hipertrófica - Distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos - Manual MSD Versão Saúde para a Família

A cardiomiopatia hipertrófica é composta por um conjunto de doenças cardíacas em que as paredes dos ventrículos (as duas
câmaras inferiores do coração) se tornam espessas (hipertrofia) e rígidas.

A maioria dos casos de cardiomiopatia hipertrófica é causada por um defeito genético hereditário.

As pessoas sofrem desmaio, dor torácica, falta de ar e palpitações (sensação de batimentos cardíacos irregulares).

Os médicos usam os resultados de exames físicos para obter um diagnóstico, mas o confirmam somente após um
ecocardiograma ou exame de ressonância magnética.

Também são administrados medicamentos que reduzem a força das contrações cardíacas.
O termo cardiomiopatia refere-se ao desgaste progressivo da estrutura e da função das paredes musculares das câmaras do
coração. Há três tipos principais de cardiomiopatia. Além de cardiomiopatia hipertrófica, existem cardiomiopatia dilatada e
cardiomiopatia restritiva (consulte também Considerações gerais sobre cardiomiopatia).

O termo cardiomiopatia é usado apenas quando um distúrbio afeta diretamente o músculo cardíaco. Outras doenças, tais
como hipertensão arterial e válvulas cardíacas anormais (como estenose aórtica), também podem acabar causando
espessamento do músculo cardíaco e insuficiência cardíaca.

A cardiomiopatia hipertrófica é uma causa comum de morte súbita em atletas jovens. Pelo menos uma em 500 pessoas é
afetada.

Causas de cardiomiopatia hipertrófica


  
A cardiomiopatia hipertrófica congênita é quase sempre causada por

Mutação genética espontânea ou defeito genético herdado

Raramente, a cardiomiopatia hipertrófica é adquirida quando as pessoas têm doenças como acromegalia (crescimento
excessivo devido à superprodução do hormônio do crescimento, em geral por um tumor hipofisário benigno), feocromocitoma
(um tumor que produz o hormônio epinefrina em excesso) ou neurofibromatose (uma doença genética em que muitas
formações de tecidos nervosos moles e carnudos nascem por baixo da pele e em outras partes do corpo).

Complicações
Cardiomiopatia hipertrófica
As paredes espessas e rígidas dos ventrículos não relaxam de maneira adequada
para permitir que as câmaras cardíacas se encham de sangue. Essa dificuldade se
torna mais grave quando o coração bate aceleradamente (como durante atividades
físicas), pois, nesse caso, há ainda muito menos tempo para o coração se encher.
Por não se encher suficientemente, o coração bombeia menos sangue a cada
batimento. Às vezes, as paredes espessas do coração também interferem na saída
do fluxo sanguíneo. Essa variação é chamada de cardiomiopatia obstrutiva
hipertrófica.

Como as paredes ventriculares se espessam, a válvula mitral (a válvula que se abre


do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo) pode não conseguir se fechar
normalmente, o que resulta em refluxo ou vazamento de sangue para o átrio
esquerdo (regurgitação mitral). Em geral, esse vazamento e as paredes ventriculares
expandidas provocam sons cardíacos anormais (sopros cardíacos).

Podem ocorrer ritmos cardíacos anormais que podem provocar morte súbita.

Sintomas de cardiomiopatia hipertrófica


  
Os sintomas variam muito, mas, quando ocorrem, geralmente se desenvolvem em pessoas com idades de 20 a 40 anos. Os
sintomas ocorrem primeiramente durante a prática de exercícios e incluem

Desmaio (síncope)

Dor torácica

Falta de ar

Sensação de batimentos cardíacos irregulares (palpitações)

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Os desmaios geralmente ocorrem sem nenhum sinal de aviso. Desmaio ou mesmo morte súbita podem ser o primeiro sinal
de que a pessoa tem essa doença. Direitos autorais © 2023 Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA e suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

Diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica


  

Ecocardiograma e/ou ressonância magnética (RM) do coração

Os médicos geralmente suspeitam de cardiomiopatia hipertrófica com base nos sintomas apresentados e nos resultados do
exame físico, eletrocardiograma (ECG) e radiografia torácica. Os sons cardíacos e quaisquer sopros ouvidos através de um
estetoscópio podem ser úteis. Embora o ECG e o ecocardiograma não sejam recomendados para todos os jovens atletas de
competição, todos os atletas devem ser avaliados em relação a fatores de risco que indiquem a necessidade de mais exames.

O ecocardiograma é a melhor maneira de confirmar o diagnóstico, mas a RM do coração também pode ser usada, pois pode
fornecer informações mais detalhadas.

O cateterismo cardíaco, um procedimento invasivo em que um cateter é conduzido de um vaso sanguíneo do braço, pescoço
ou perna até o coração, é realizado para medir as pressões nas câmaras cardíacas e até que ponto o fluxo de sangue do
ventrículo esquerdo está bloqueado devido ao espessamento das paredes.

Como a cardiomiopatia hipertrófica é causada por uma mutação genética, um teste genético também pode ser feito.

Prognóstico de cardiomiopatia hipertrófica


  
Cerca de 1% dos adultos com cardiomiopatia hipertrófica morre a cada ano. Crianças com cardiomiopatia hipertrófica são
mais propensas a morrer do que adultos.

Outros fatores que sugerem risco maior de morte incluem:

Histórico familiar de morte súbita, particularmente morte súbita prematura

Desmaio sem explicação, parada cardíaca ou taquicardia ventricular

Ocorrência de ritmos cardíacos rápidos e anormais

Gravidade do espessamento do músculo cardíaco

Incapacidade do coração de bombear sangue suficiente

Aspecto característico na RM
Em geral, a morte acontece de forma repentina, presumivelmente em decorrência de um ritmo cardíaco anormal. A morte
decorrente de insuficiência cardíaca crônica é menos frequente.

Pessoas que sabem que possuem essa doença hereditária devem obter aconselhamento genético ao planejarem uma família,
pois há 50% de chances de passarem a doença para seus filhos. Familiares de primeiro grau (irmãos ou filhos) de pessoas que
possuem essa doença hereditária devem realizar uma avaliação cardíaca (com exames genéticos e/ou ecocardiograma de
rotina).

Tratamento de cardiomiopatia hipertrófica


  

Medicamentos, como um betabloqueador e/ou um bloqueador do canal de cálcio

Às vezes, um procedimento para melhorar o fluxo sanguíneo

Às vezes, um cardioversor desfibrilador implantável


Se possível, os médicos tratam a doença que está causando a cardiomiopatia hipertrófica.

O tratamento da cardiomiopatia hipertrófica centra-se particularmente na redução da resistência que o coração apresenta à
entrada de sangue entre os batimentos.

Medicamentos para cardiomiopatia hipertrófica


Betabloqueadores e o bloqueador dos canais de cálcio verapamil – tomados em conjunto ou separadamente – são o principal
tratamento. Ambos reduzem a força de contração do músculo cardíaco. Como resultado, o coração consegue se encher
melhor e, caso o músculo espesso estivesse bloqueando o fluxo sanguíneo, o sangue pode sair do coração mais facilmente.
Além disso, betabloqueadores e verapamil reduzem a frequência cardíaca e, assim, o coração tem mais tempo para se encher.
Às vezes, também se utiliza disopiramida, um medicamento que diminui a força das contrações cardíacas.

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17/02/2023 10:05 Cardiomiopatia hipertrófica - Distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos - Manual MSD Versão Saúde para a Família

A amiodarona às vezes é usada para tratar ritmos cardíacos anormais.

Mavacanteno, um novo medicamento, parece aliviar os sintomas e aumentar a tolerância ao exercício.

Miectomia
A cirurgia para extrair parte do músculo cardíaco espesso (miectomia) pode aumentar o fluxo de sangue que sai do coração,
mas a cirurgia é realizada somente quando os sintomas são incapacitantes, mesmo após tratamento medicamentoso. A
miectomia melhora os sintomas, mas não reduz o risco de morte. Quando a miectomia é realizada em hospitais com ampla
experiência nesse procedimento, os resultados de longo prazo são excelentes.

Ablação alcoólica
A ablação alcoólica (destruição controlada de uma pequena área do músculo cardíaco injetando-o com álcool) é um
tratamento cada vez mais utilizado para melhorar o fluxo sanguíneo do coração, pois pode ser realizado durante o
cateterismo cardíaco. Apesar de o cateterismo cardíaco ser um procedimento invasivo em que um cateter é introduzido no
coração, ele é mais seguro em pessoas que têm risco elevado de complicações se se submeterem a uma cirurgia cardíaca.

Cardioversor desfibrilador implantável


Pessoas que sofrem espessamento grave do músculo cardíaco, principalmente espessamento da parede que separa as
câmaras cardíacas (septo cardíaco), têm alto risco de desenvolverem arritmias cardíacas mortais que causam morte súbita.
Para essas pessoas, os médicos podem recomendar um cardioversor desfibrilador implantável.

Mais informações
  
O seguinte é um recurso em inglês que pode ser útil. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste
recurso.

Associação Americana do Coração: Cardiomiopatia hipertrófica: Fornece informações completas sobre os sintomas,
diagnóstico e tratamento de cardiomiopatia hipertrófica

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-coração-e-dos-vasos-sanguíneos/cardiomiopatia/cardiomiopatia-hipertrófica 4/4

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