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PROVA EPIDEMIOLOGIA

1) Dados de um grande estudo sobre câncer na bexiga e tabagismo em


Boston indicam que as taxas de câncer na bexiga em fumantes e
não fumantes são, respectivamente, 48,0 casos por 100.000
homens e 25,4 casos por 100.000 homens. O risco relativo de
desenvolver câncer na bexiga para homens fumantes comparado
com homens não fumantes é:
a) 48,0/25,4 = 1,89
b) 48,0/25,4 = 22,6
c) 48,0
d) (48,4 – 25,4)/48,0
e) Não é possível calcular com os dados fornecidos

RR= Ie/Ine = a/a+b ÷ c/c+d = 48/100000 ÷ 25,4/100000 =


0,00048/0,000254 = 1,89

2) CARON- RUFFINO E RUFFINO-NETO (1979) estudaram a associação


entre alcoolismo e tuberculose pulmonar através de um estudo
caso-controle. Os resultados estão expressos abaixo:

Hábito de ingestão Casos Controles Total


alcoólica
Sim 189 124 313
Não 238 303 541
Total 427 427 854

a) Calcule a razão de chances (odds ratio)

OR = Chance De/chance Dne = a/b ÷c/d = a.d/b.c

Chance De = a/b = 189/124 = 1,52

Chance Dne = c/d = 238/303 = 0,78

OR= a.d/b.c = 189.303/124.238 = 57.267/29.512 = 1,94


b) Há associação entre alcoolismo e tuberculose? Qual a chance de
tuberculose para alcoolistas? Sim. A chance de tuberculose em
indivíduos alcoolistas é 1,94 vezes em quem não ingere

3) 17942 mulheres com idade variando entre 18 e 58 anos foram


seguidas de dezembro de 1968 a fevereiro de 1972, anotando-se o
tempo de uso dos contraceptivos orais e o aparecimento de câncer
cervical e displasia cervical. Os resultados foram os seguintes:
Doença do uso do Incidência por 100.000
contraceptivo oral Câncer cervical Displasia cervical
0 32 24
< 1 ano 63 129
1 a 4 anos 97 72
>4 anos 173 117

Calcule os riscos relativos de adquirir câncer cervical ou displasia


cervical separadamente para cada doença e para as diferentes
durações de uso de contraceptivo. Ao final interprete os resultados
quanto à duração de uso de contraceptivo e o risco de desenvolver
câncer cervical e displasia cervical

RR= a/a+b ÷ c/c+d, ou seja:

Para câncer cervical:

< 1 ano - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (63/100000)/(32/100000) = 1,97. O


risco de câncer cervical em mulheres que utilizaram contraceptivo
oral por menos de 1 ano é 1,97X em relação a mulheres que nunca
utilizaram contraceptivo oral.

1 a 4 anos - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (97/100000)/(32/100000) = 3,03.


O risco de câncer cervical em mulheres que utilizaram
contraceptivo oral por 1 a 4 anos é 3,03X em relação a mulheres
que nunca utilizaram contraceptivo oral.

> 4 anos - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (173/100000)/(32/100000) = 5,4. O


risco de câncer cervical em mulheres que utilizaram contraceptivo
oral por mais de 4 anos é 5,4X em relação a mulheres que nunca
utilizaram contraceptivo oral.
Para displasia cervical:

< 1 ano - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (129/100000)/(24/100000) = 5,37. O


risco de displasia cervical em mulheres que utilizaram
contraceptivo oral por menos de 1 ano é 5,37X em relação a
mulheres que nunca utilizaram contraceptivo oral.

1 a 4 anos - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (72/100000)/(24/100000) = 3,00.


O risco de displasia cervical em mulheres que utilizaram
contraceptivo oral por 1 a 4 anos é 3,00X em relação a mulheres
que nunca utilizaram contraceptivo oral.

> 4 anos - RR= (a/a+b)/c(c+d) = (117/100000)/(24/100000) = 4,87.


O risco de displasia cervical em mulheres que utilizaram
contraceptivo oral por mais de 4 anos é 4,87X em relação a
mulheres que nunca utilizaram contraceptivo oral.

Em relação ao câncer cervical, quanto maior o tempo de uso de


contraceptivo, maior o risco de desenvolvê-lo.

Em relação à displasia cervical, os maiores riscos de desenvolvê-la


ocorrem dentro do primeiro ano e após 4 anos de uso de
contraceptivo.

4) Os desenhos de estudos epidemiológicos podem ser agrupados em


três categorias:
Exmperimental, quase-experimental e observacional

5) Em uma linha de produção, 100 pessoas, das quais 30 tinham


rinite alérgica, trabalhavam em um ambiente onde existia poeira.
Outras 200 pessoas, das quais 20 tinham rinite alérgica
trabalhavam em um ambiente sem agente de risco. Logo o risco de
ter rinite alérgica no ambiente com poeira é

RR= a/a+b ÷ c/c+d


30/100 ÷ 20/200 = 0,3/0,1 = 3
6) Considere as alternativas a baixo e classifique-as como verdadeira
ou falsa:

(F) Em um estudo clínico do tipo randomizado, onde se tenha obtido


risco relativo igual a um. Nesse caso é correto afirmar que os dois
grupos estudados apresentaram incidência de caso totalmente
diferentes

(V) Pesquisas que se utilizam de grupos de indivíduos como unidade


de observação são denominados estudos ecológicos

(F) Em um estudo epidemiológico transversal, o número de casos de


uma doença existente em uma determinada população indica a
medida de incidência dessa doença

(F) Um dos objetivos principais da epidemiologia é melhorar o perfil


de saúde da população como um todo, sem se preocupar com
indivíduo, já que, metodologicamente falando, são os estudos em
populações que permitem as interferências sobre a relação entre
determinados fatores e a ocorrência de doenças

(V) Nos estudos de coorte, uma das características é o


acompanhamento de indivíduos sem a doença de interesse, divididos
em grupos segundo o grau de exposição ao fator de risco ou
prognóstico

7) A determinação da diferença entre a incidência de câncer de


pulmão em fumantes e a incidência desse tipo de câncer em não
fumantes corresponde ao cálculo de:
Risco atribuível
8) Classifique o desenho de estudo descrito abaixo, segundo
estratégia de observação, unidade de observação, manipulação da
exposição, momento da mensuração da exposição e momento da
mensuração do desfecho.
Foi realizado um estudo para investigar possíveis danos
decorrentes do despejo de efluentes contaminados de uma
indústria têxtil nas águas de um rio que abastece uma cidade do
interior do Estado de São Paulo e a incidência de doenças causadas
por metais pesados, como tumores hepático e de tireoide, rinites
alérgicas, dermatoses e alterações neurológicas nos municípios. Os
residentes foram acompanhados por 15 anos e a incidência de
cada patologia foi calculada, verificando-se uma possível
associação entre as mesmas e a emissão de poluentes na água

Estratégia de observação: Longitudinal

Unidade de observação: Indivíduo

Manipulação da exposição: Observacional

Mensuração da exposição: Prospectivo

Mensuração do desfecho: Prospectivo


9) Pesquisadores interessados em identificar a associação entre a
renda per capita e o processo de crescimento nos primeiros anos
de vida delinearam um estudo transversal, envolvendo escolares
da rede pública do município de Osasco-SP, no ano letivo de 1989

Retardo no crescimento segundo renda per capita (salários mínimos)


em escolares da rede pública de Osasco 1989
Renda per capita Com retardo Sem retardo
<0,5 35 16
0,5 e 1,0 41 32
≥1 40 81

Monte a tabela 2x2 e calcule os valores de associação (OR) referentes


a cada um dos grupos expostos. Interprete os resultados de cada
situação

a) Situação 1
Renda per capita Com retardo Sem retardo Total
<0,5 35 16 51
≥1 40 81 121
Total 75 97 172

OR= a.d/b.c = 35.81/16.40 = 2.835/640 = 4,42


Interpretação: A chance de ocorrer retardo em indivíduos com
renda per capita <0,5 é de 4,42 vezes do que em indivíduos com
venda per capita ≥ 1

b) Situação 2:

Renda per capita Com retardo Sem retardo Total


0,5 e 1,0 41 32 73
≥1 40 81 121
Total 81 113 194

OR= a.d/b.c = 41.81/32.40 = 3321/1290 = 2,59

Interpretação: A chance de ocorrer retardo com indivíduos com


renda per capita entre 0,5 e 1 é 2,59 vezes do que com indivíduos
com renda per capita ≥14
10) Analise as assertativa abaixo:
I) Melhorar a qualidade da assistência
II) Promover o pensamento crítico
III) Selecionar profissionais com a mente aberta para tentar novos
métodos, comprovados cientificamente como e eficazes e
descartar os ineficazes ou nocivos
IV) Avaliar a efetividade do processo médico em seus diferentes
enfoques : Diagnóstico, tratamento e prevenção

Agora assinale aquela que contém os intens que correspondem a


objetivos da Medicina baseada em evidências (MBE):

I, II, III e IV
11) Com o objetivo de estudar a prevalência da pressão artérial
na população de maiores de 30 anos de uma cidade, um grupo de
pesquisadores desenvolveu um estudo que consistiu na aplicação
de um questionário com perguntas fechadas sobre: características
demográficas, socioeconômicas e de hábitos de vida, realizando
medidas de pressão arterial, do peso e de altura. Utilizou-se um
delneamento amostral em três estágios. No primeiro estágio foram
sorteados 59 setores censitários de um total de 183. Em seguida
foram sorteados 30 domicilios em cada setor, do qual foi
selecionado, aleatoriamente, 1 individuo para ser entrevistado.
Além da avaliação da prevalência de HA, procedeu-se a análise de
associação de variáveis investigadas com a presença de HA.

Obesidade Hipertensos Não Total


(Imc > 30kg/m2) hipertensos
Sim 78 82 160
Não 236 871 1107
Total 314 953 1267

Calcule
a) Razão de prevalência (RP) e interprete
RP = Pe/Pne = a/a+b ÷ c/c+d = 78/160 ÷ 236/1107 =
0,4875/0,2131 = 2,28
O risco de prevalência de hipertensão em pessoas obesas é de
2,28 vezes em relação às pessoas não obesas
b) A razão de chances de prevalência (OR ou RCP) e interprete
OR= a.d/c.d = 78.871/236.82 = 67.938/19.352 = 3,5
A chance de prevalência de hipertensão em pessoas obesas é
de 3,5 vezes em relação às pessoas não obesas

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