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CARTA DE ESPERANÇA

Sou estudante do 7º período de Psicologia e me chamo Maria Eduarda Ruy

As cartas de esperança se caracterizam como uma ação social de valor muito rico tanto para quem escreve quanto para
quem recebe. Ao escrever sobre si para um outro desconhecido, se estabelece uma relação genuína, no qual você evoca
pensamentos, sentimentos, lembranças de alguém que teve uma história marcada de muitas experiências. Nesse sentido,
foi enriquecedor perceber que mesmo em ações virtuais e distantes, é possível tocar o outro, como acredito que tenha
tocado em algum nível a quem me dirigi. Entendo que o ato de cuidado e afeto, ainda mais na pandemia, já impacta a
qualquer um, visto que somos todos seres dependentes dessa reciprocidade, mesmo que inseridos em um ambiente social
que muitas vezes anula esse aspecto.

A vulnerabilidade social diz respeito a pessoas e/ou grupos que se encontram em exposição de risco, podendo ser
prejudicadas ema algum nível. Partindo disso e levando-se em conta que a minha ação social desenvolvida foi com público
de idosos, penso que esses, pela própria condição da natureza do envelhecer, são vistos como mais frágeis, acarretando
situações como diminuição da autonomia, diminuição dos seus direitos e invalidação social de suas opiniões e de seus
pensamentos.

No quesito da autonomia, esse é um direito comum a todas as pessoas, no qual com os idosos são violados
constantemente por receberem o estereótipo de “incapazes”. Assim, se faz importante além de reconhecer a capacidade
do indivíduo de se autodeterminar, mas também promover ações que capacitem e impulsionem eles a agirem
autonomamente. Logo, é uma obrigatoriedade ética que, ao se identificar essas populações vulneráveis, proporcione a
devida defesa e proteção. Tal cumprimento ocorrerá somente com a exigência cada vez mais rigorosa e ampla do
consentimento informado, o qual se caracteriza como obrigatoriedade de informação, compreensão e voluntariedade,
sendo um dos princípios éticos básicos.

"Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo."


Antoine de Saint-Exupéry

Eu nunca tinha tido a experiência de enviar uma carta para alguém desconhecido. Quando me sentei para escrever, fiquei por um bom tempo me
questionando :“O que eu vou falar pra essa pessoa, sendo que não a conheço e muito menos sei da sua história de vida?” Depois de um tempo,
conclui que a única coisa que eu devia manter nas minhas palavras era o respeito e o afeto. Isso porque são maneiras éticas de se portar no
mundo, mundo esse que é cheio de relações e que devemos, em um movimento de coexistência, respeitar o próximo. Dessa forma, aprendi
exatamente isso. Saber respeitar o outro sem saber o que ele carrega consigo, ser solidário independente das circunstâncias. Então exercitei a
plena dedicação em minha carta, para que a pessoa que lesse, soubesse que eu a respeito e a quero bem. Espero que eu tenha conseguido!

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