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Apostila Teoria Geral Do Crime1pdf
Apostila Teoria Geral Do Crime1pdf
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Direito Penal – Teoria
Geral do Crime
2014
INTRODUÇÃO – NOÇÕES FUNDAMENTAIS
PARTE GERAL
Art. 1 ao art. 120, CP
PARTE ESPECIAL
Art. 121 ao art. 361, CP
Conjunto de normas que descrevem condutas proibidas e suas respectivas sanções. Neste conjunto há
ainda normas não incriminadoras com diversas finalidades.
Cleber Masson (2012, p.3) afirma “Direito Penal é o conjunto de princípios e leis destinados a combater o
crime e a contravenção penal, mediante a imposição da sanção penal.”
Normas incriminadoras – São aquelas que descrevem condutas proibidas (preceito primário da norma)
e a sanção correspondente (preceito secundário da norma). Dentre estas existem as normas
incriminadoras em branco que possuem seu preceito primário (definição da conduta criminosa)
incompleto e, portanto, precisam da complementação de outra norma. A norma penal em branco
pode ser homogênea ou em sentindo amplo, ou heterogênea ou em sentido estrito. Na primeira
hipótese o complemento se origina da mesma fonte legislativa que editou a norma em branco (Ex. art. 237
do CP), já no segundo caso o completo é oriundo de fonte distinta da norma em branco (Ex. art. 33, caput
da Lei nº 11.343/2006 - complemento dado pelo poder executivo – ANVISA).
1) Exclusividade
Apenas a lei (ato emanado do Poder Legislativo Federal) que tenha natureza penal pode descrever
crimes e suas respectivas sanções.
2) Imperatividade
Norma Penal é obrigatória, todos estão a ela subordinados independente de sua vontade.
3) Generalidade
A norma é genérica, não pode ser casuísta. Deve ser o mais abrangente possível, pois se destina a punir
todas as pessoas.
4) Bilateralidade
Ao mesmo tempo em que protege direitos/valores, também gera obrigações/deveres.
5) Irrefragabilidade
A revogação de uma norma penal deve ser feita por outra lei.
A principal finalidade é proteger/tutelar os bens jurídicos mais relevantes, como a vida, o patrimônio, a
liberdade, honra, paz pública, etc.
→ Características do Direito Penal – O Direito Penal é uma ciência: cultural (classe das ciências do
dever ser), normativo (objeto de estudo são as normas-lei), valorativo (valoriza hierarquicamente suas
normas), finalista (finaliza proteção dos bens jurídicos fundamentais), autônomo, sancionador (não cria
bens jurídicos, mas oferece tutela penal para bens disciplinados por outros ramos do direito),
constitutivo (excepcionalmente protege bens não regulados em outros ramos do direito – ex. uso
indevido de drogas) e por fim fragmentário (não tutela todos os valores, somente os mais relevantes
socialmente).
O direito penal objetivo é o conjunto de normas (regras e princípios) devidamente positivados, que se
incumbem da definição dos comportamentos delituosos e da sanção correspondente ( pena ou medida de
segurança).
Já o direito penal subjetivo consiste no direito de punir do Estado ou ius puniendi. Ao estudarmos o direito
penal subjetivo, observamos o direito de que goza o Estado de exigir do infrator que se submeta
SUJEITOS do Delito:
Sujeito ATIVO
Sujeito ativo é quem pratica ou contribui para a conduta descrita na Norma Penal Incriminadora.
- Crime Comum: pode ser cometido por qualquer pessoa. O legislador não faz restrições em
relação a sua autoria. A maioria dos crimes do Código Penal é Comum.
Ex.: homicídio, roubo, estelionato,
- Crime de Mão Própria: legislador restringe a sua autoria a pessoas ou grupos determinados no
tipo penal. Admite o concurso de pessoas, mas não na modalidade co-autoria, somente admitindo
participação.
Ex. Crime de falso testemunho ou falsa perícia (342, caput, do CP).
Sujeito PASSIVO
É aquele que sofre as conseqüências do crime, sendo titular de algum bem juridicamente lesado, cuja
ofensa constitui a essência do delito, ou seja, é a vítima do crime.
A doutrina faz distinção entre sujeito passivo material e sujeito passivo formal. O primeiro seria o
titular do bem protegido, enquanto que o segundo seria sempre o Estado.
Qualquer pessoa pode ser sujeito passivo de um crime, inclusive entes sem personalidade jurídica, como
família, coletividade, pessoa física ou jurídica.
O morto não é sujeito passivo de crime. Todos os crimes previstos envolvendo o morto dizem respeito a
outros entes.
Ex. Calúnia contra o morto - O sujeito passivo é a família do morto.
Ex. Vilipêndio de cadáveres – O sujeito passivo é a coletividade.
Obs: Animais também não podem ser sujeitos passivos, pois a titularidade do direito não é deles, e
sim da coletividade. Podem ser objeto material do crime, como na Lei de crimes ambientais.
Sujeito Passivo se divide em:
- Sujeito Passivo Determinado.
Quando é possível conhecer a vitima que sofreu a ação penal.
Ex.: Homicídio, estupro, furto
- Sujeito Passivo Indeterminado
Quando a ação criminosa lesa um bem que não é de uma pessoa(as) determinada(as). São
bens que pertencem à coletividade. Esses crimes em que o sujeito passivo é indeterminado são
chamados de delitos difusos.
Ex.: Crimes contra o meio ambiente.
Ex.: Crimes contra o consumidor.
Ex.: Crime contra ordem tributária.
OBS:
A Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo de um crime, mas atenção, não é qualquer crime,
depende da natureza do delito. Por exemplo, a Pessoa Jurídica não pode ser vítima de um
homicídio, estupro, etc. No entanto, pode ser vítima de um crime contra o patrimônio,
estelionato, de um crime de dano, etc.
OBJETOS do Delito:
3 - Objetos do crime
3.1) Objeto Jurídico
3.2) Objeto Material
CONCEITO de crime
Conceito analítico
Pelo conceito analítico procura-se analisar o crime a partir dos elementos que compõem uma conduta
injusta.
Injusto penal
Teorias da Ação
FATO Típico
FATO TÍPICO é o fato humano que se enquadra perfeitamente aos elementos da descrição típica. O fato
típico refere-se à existência de uma conduta que gera um resultado criminoso (penalmente relevante),
dolosa ou culposa, obrigatoriamente descrita em uma norma penal. Tal resultado deve estar ligado a esta
conduta por um elo, chamado de nexo de causalidade. O Fato típico é decorrência do Princípio da
Reserva Legal. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 1º
do CP // art. 5º XXXIX, CF). Trata-se do enquadramento de um fato a uma norma incriminadora.
O Fato Típico, segundo uma visão Finalista, é composto pelos seguintes elementos:
- Resultado;
A Teoria Finalista surgiu contrariando alguns aspectos da Teoria Causalista. Para a Teoria Finalista,
o fato típico não é apenas formado por elementos objetivos, fazem parte dele também os
elementos subjetivos.
Para os finalistas a conduta é um comportamento humano dirigido a uma finalidade. O dolo e a culpa
integram o fato típico. Para os finalistas, toda conduta tem uma finalidade. Ninguém pratica uma conduta
sem finalidade.
CONDUTA
Conduta é toda ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dolosa ou culposa, dirigida a uma
determinada finalidade típica ou não, mas que produz ou tenta produzir um resultado previsto em lei
como crime.
Obs: A ação animal só interessa ao direito penal quando sua ação for provocada pelo homem, ou
seja, quando o animal é utilizado como instrumento para o crime pelo homem. Neste caso a
ação será considerada humana.
Obs: A conduta tanto nos delitos dolosos como culposos deve ser consciente.
Causalista/Naturalística → De acordo com esta teoria conduta é qualquer comportamento humano que
produz modificação no mundo exterior (resultado), independente da verificação do dolo ou da culpa
do agente. Para esta teoria, dolo e culpa, devem ser analisados na culpabilidade para fim de
reprovação pessoal. Não é adotada porque, além de não considerar a intenção do agente como
elemento propulsor
da conduta humana, também não explica de forma suficiente, a existência dos crimes omissivos
e tentados.
Social → A conduta é toda ação socialmente relevante, dominada ou dominável pela vontade
humana. Tal teoria é uma ponte entre as duas anteriores, mas não foi adotada em virtude da
dificuldade em conceituar o que seja relevância social da conduta.
CLASSIFICAÇÃO dos CRIMES QUANTO À CONDUTA.
As condutas no Direito Penal podem ser: COMISSIVA E OMISSIVA → Não há crime sem conduta,
não admitimos a adoção de crimes de mera suspeita (agente é punido pela suspeita despertada por seu
modo de agir)
Conduta Comissiva / Crimes comissivos → são crimes em que seu tipo penal incriminador prevê uma
conduta positiva, de ação, de fazer. São as chamadas normas proibitivas, que proíbem a realização
de determinados comportamentos. (art. 121, do CP)
Conduta omissiva/Crimes Omissivos → Tais crimes ao contrário do último tratado, impõe a realização
de um comportamento, de uma ação, portanto a não realização desta ação importa na ocorrência do
crime omissivo. São chamadas normas preceptivas, aquela que exige um comportamento positivo
do agente.
A omissão poderá ter relevância penal tanto quando o agente não faz o que deveria ser feito, ou quando
faz algo diferente do que era o imposto por lei.
Nos Crimes omissivos próprios ou puros o legislador impôs o dever de agir no próprio tipo penal
incriminador (preceito preceptivo). São crimes de mera conduta, nos quais o legislador não estabeleceu
nenhum resultado naturalístico, descrevendo simplesmente o ato omissivo (conduta negativa), e
conseqüentemente, estabelecendo uma regra genérica de agir para não incorrer no mesmo. A
simples omissão é causa suficiente para a consumação, independente de qualquer resultado
conseqüente. (Ex. Art. 135, 244 e 246, todos do CP)
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Ex.: Um desconhecido que passava pelo local e viu a criança se afogando, e, mesmo sabendo nadar, nada fez para
impedir a morte. Esse terceiro desconhecido não pode responder pelo crime de homicídio, ou seja, pelo
resultado morte, pois não tinha o dever legal de evitar o resultado. Ele responderá apenas pelo crime de omissão de
socorro.
A teoria acolhida pelo Código Penal para explicar o crime o omissivo e a relevância jurídica da
omissão foi a Teoria Normativa → De acordo com tal teoria a omissão é um indiferente penal, pois o
nada não produz efeitos jurídicos, no entanto, se aceita responsabilizar o omitente pela produção do
resultado, quando a norma o atribuiu o dever jurídico de agir para evitá-lo.
Nos Crimes omissivos impróprios ou impuros ou Comissivos por omissão, o sujeito ativo
da infração é punido em um tipo penal incriminador que descreve o resultado que ele deveria ter
impedido, mas não impediu. Este tipo trata-se de uma norma comissiva/proibitiva, que descreve uma
ação e o referido resultado consequente. Por que o sujeito que se omite responderá em um crime
comissivo? Porque o legislador adotando a teoria normativa sobre omissão estabeleceu a norma do
art. 13, § 2º do CP, estabelecendo um rol de pessoas que possuem dever jurídico de agir
(chamados agentes garantidores), impedindo a ocorrência de resultados previstos em tipos
comissivos contra aqueles que devem proteger/tutelar. Caso tais agentes se omitam, e sua
omissão colabore para a produção do resultado descrito em um tipo comissivo, tal resultado será
atribuído ao omitente.
Ex. Salva vidas que se omite em um socorro, poderá ser responsabilizado no tipo comissivo de homicídio, em caso
de morte da vítima.
Art. 13.
Relevância da omissão
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
dever de
agir incumbe a quem:
a)tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b)de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c)com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Neste dispositivo o legislador estabelece o dever de agir para alguns agentes, que denominamos
agentes garantidores. Somente as pessoas referidas no § 2º do art. 13, CP podem praticá-lo. Em
tais infrações o agente garantidor não responde tão só pela omissão, mas pelo próprio resultado
conseqüente da conduta omissiva.
Nos crimes omissivos impróprios/comissivos por omissão o delito que será imputado ao agente que
se omite será um tipo penal comissivo, sendo que tal agente não terá dado causa a tal infração por
ação, mas sim por omissão. Neste crime o agente é causa do delito por não ter tentado impedi-lo.
Ocorre que nem todos podem figurar como sujeitos do delito nos Crimes Comissivos por Omissão, somente
aqueles considerados garantidores (art. 13, § 2º, do CP). Tais agentes têm o dever especial de agir (de
proteger) pessoas e demais bens jurídicos.
Ex.: Uma mãe que vê seu filho se afogando e não age para tentar impedir a morte responderá pelo crime
de homicídio doloso. Em face do poder de família, ela tinha o dever legal de evitar o resultado.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente
Teoria da Vontade → Para haver dolo é preciso que exista: Consciência do ato, Consciência da
causalidade do ato (previsibilidade do resultado) e vontade de realizar o ato e produzir o
resultado previsto.
→ELEMENTOS do Dolo:
Diante do exposto os ELEMENTOS DO DOLO são: Consciência e Vontade. Tais elementos devem ser
verificados em três momentos distintos.
3º- Exteriorização da vontade ou da anuência na produção do resultado. Basta para a verificação do dolo
que o resultado se produza em conformidade com a vontade do agente. Observe que, com relação ao
nexo causal, não é necessário que o iter criminis transcorra como imaginado pelo agente, subsistindo o
dolo, desde que o fim almejado ocorra, mesmo que de forma diferente.
A regra contida no parágrafo único do art. 18 do Código Penal é de que o dolo é a regra; a culpa é a
exceção. Se não houver essa ressalva expressa no texto da lei, é sinal de que não se admite, naquela
infração penal, a modalidade culposa.
Ex: Crime de dano. Art. 163, CP. O legislador somente fez a previsão da sua forma dolosa.
- ATOS REFLEXOS – Os atos reflexos são movimentos corpóreos, que ocorrem estimulados por fatores
externos. Excluem a conduta e a responsabilização penal, em razão da ausência da voluntariedade.
Ex: uma pessoa sofre choque elétrico e, no ato de reflexo, atinge outrem vindo a causar-lhe lesões.
ESPÉCIES de DOLO
→Dolo direto - Também definido como dolo determinado → A vontade do agente é voltada para um
resultado determinado. Previsto no art. 18, I, 1ª parte do CP – “diz-se crime doloso quando o agente
quis o resultado”. O agente pratica a conduta descrita no tipo. É o dolo por excelência.
Dolo direto de 1º grau → Neste, a vontade do agente é direcionada para determinado resultado, que é
por ele efetivamente perseguido. Neste a vontade final do agente é voltada diretamente para realizar os
elementos do tipo, englobando, pois, o fim proposto e os meios escolhidos para atingi-lo.
Dolo de 2º grau/ Dolo de conseqüências necessárias → Neste, em que pese a vontade do agente,
estar direcionada para um determinado resultado, a utilização de meios para alcançar tal resultado,
obrigatoriamente, necessariamente produzirão efeitos colaterais, que não são imediatamente desejados
pelo agente, mas que serão de superveniência certa caso ele produza o resultado efetivamente
pretendido. A principal diferença do dolo de 2º grau para o dolo eventual é que no eventual existe
probabilidade do resultado acontecer e no de 2º grau existe a certeza de que ocorrerá.
Ex. Terrorista internacional coloca bomba no avião para matar uma pessoa específica, mas mata os
outros passageiros pelos efeitos colaterais da bomba.
→Dolo indireto – Neste a vontade do agente não é dirigida para um resultado determinado.
Dolo alternativo → É aquele em que o agente deseja, indistintamente, um ou outro resultado que previu
como possível, ou seja, o agente destina sua intenção, com igual intensidade, a produzir um entre vários
resultados, previstos como possíveis. Ex. nº 1 Pessoa que atira contra outra com intenção de matar
ou ferir. Ex. nº 2: Um ladrão que vai entrar na casa e não se importa se há alguém na casa ou
não. Se praticar furto ou roubo é indiferente.
Dolo eventual → Previsto no art. 18, I, parte final, do CP- “ou assumiu o risco de produzi-lo”.
Caracteriza-se pela fórmula da previsibilidade + aceitação. O agente prevê que agindo de determinada
forma pode atingir o resultado, apesar de não o querer, continua a conduta assumindo o risco
da produção do resultado. Nesta modalidade de dolo o agente não quer o resultado por ele previsto, mas ao
fazer a previsão de sua possibilidade, assume o risco de sua produção, não se importando se ocorrer.
Dolo genérico → Quando a vontade do agente se limita à prática da conduta típica descrita na
norma, sem nenhum fim especial. Ex. homicídio.
Dolo específico (atualmente denominado elemento subjetivo especial do tipo) → Existe em crimes
que a vontade da prática da conduta é acrescida de uma finalidade especial. Ex.Resistência, Injúria, etc.
Dolo de dano → Ocorre quando o agente quer ou assume o risco de lesionar um bem jurídico
penalmente tutelado. Ex. Lesão corporal e Homicídio.
Dolo de perigo → Ocorre quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo de lesão um
bem jurídico penalmente tutelado. Ex. art.130 do CP.
→Dolo geral/ Dolo por erro sucessivo/ Aberratio Causae
Ocorre quando o sujeito ativo acreditando ter produzido o resultado desejado, pratica nova conduta com
outro fim, e ao final constata que foi sua última ação que produziu efetivamente o que objetivava desde o
início. Este é um erro que recai sobre a relação de causalidade, e tal erro é de natureza acidental, e
por isso não isenta de pena, já que o agente queria o resultado, e o produziu. O dolo é geral e envolve todo
o desenrolar da conduta do agente, do início da execução até sua consumação.
Dolo antecedente → Dolo inicial – é o que existe desde o início da execução do crime, no entanto, este
dolo pode não subsistir durante o desenvolvimento integral dos atos executórios. Há quem não concorda
com este dolo, entendendo que deve sempre existir dolo atual.
Dolo atual → É aquele que persiste durante todo o desenvolvimento dos atos executórios.
Dolo subseqüente ou sucessivo → É o dolo que se verifica, quando o agente após iniciar uma conduta
lícita, de boa fé, passa a agir de forma ilícita no desenrolar do ato, incorrendo assim em um crime, ou
quando após o ato, realizado sem consciência da ilicitude, vem saber de sua ilicitude, e não tenta
evitar suas conseqüências. Este dolo é importante para distinguir os crimes de Estelionato e
Apropriação indébita.
A partir de uma concepção finalista, a culpa é elemento normativo da conduta, pois sua
verificação depende da valoração do caso concreto.
Os crimes culposos são previstos em tipos penais abertos, pois a lei não descreve em tais tipos
a descrição da conduta criminosa, reservando esta missão para o magistrado, que caso a caso irá apreciar
se houve ou não culpa no ato.
Geralmente o legislador descreve a conduta na sua forma dolosa, e quando quer estabelecer para tal
ação uma variante culposa, utiliza a expressão “se o crime é culposo”, mas nada impede que haja
uma
descrição típica culposa, ou seja, a previsão de crime culposo em tipo penal fechado, como ocorre com a
receptação culposa, prevista no art. 180, § 3º, do CP.
Crime culposo é aquele que se verifica por uma conduta voluntária do agente, que foi realizada
sem a devida atenção. Esta conduta visa um fim lícito, mas acaba gerando um resultado
diverso considerado ilícito pela norma penal. Ou quando a conduta é ilícita, não se destina a
produção do resultado naturalístico ocorrido e que configura o crime culposo.
Para que possamos falar em delito culposo faz-se necessária a ocorrência de um resultado.
1) Conduta inicial voluntária e consciente (voluntariedade abrange apenas a execução da conduta e não
a produção do resultado).
2) Falta de dever de cuidado objetivo na execução da conduta (negligência, imprudência ou imperícia).
3) Resultado involuntário (não desejado).
4) Nexo causal (relação de causa e efeito entre a conduta descuidada e o resultado naturalístico
– necessário provar que o resultado não se daria, se a ação preenchida com o dever de cuidado
fosse evitada ou realizada).
5) Previsibilidade objetiva do resultado (possibilidade de previsão do resultado por parte do sujeito ativo -
homem médio e prudente para aferir).
6) Tipicidade
ESPÉCIES DE CULPA
O crime culposo é um crime de tipo aberto, pois ao encontrar no CP o crime culposo não há distinção
de culpa por negligência, imperícia e imprudência. Além disso, não traz descrição completa da conduta.
culpa consciente
Na culpa consciente, assim como no dolo eventual o agente prevê que agindo daquela maneira
poderá vir a causar o resultado. No entanto, ao contrário do dolo eventual, onde o agente aceita a
ocorrência do resultado, na culpa consciente não existe tal aceitação, pois o agente acredita que as suas
características pessoais ou habilidades serão capazes de impedir a ocorrência do resultado.
culpa inconsciente
Nesta forma de culpa, a pessoa agindo por imprudência, imperícia ou negligência causa resultado injusto
não querido, que ela não previu (apesar de previsível – possibilidade de previsão) e conseqüentemente
não aceita como possível.
- Culpa Imprópria
→GRAUS DE CULPA
No passado se fazia distinção quanto à intensidade da culpa: levíssima, leve e grave. Atualmente o direito
penal brasileiro rejeita a divisão da culpa em graus. Ou a culpa, ou ela não existe, sendo o fato
penalmente atípico (irrelevante).
→COMPENSAÇÃO DE CULPAS
Ocorre quando a culpa do agente é anulada pela culpa da vítima. Isso não é admitido no Brasil, dado
o caráter público do direito penal. A culpa da vítima poderá, no entanto, funcionar como circunstância
judicial favorável em favor do agente (art. 59 do CP)
→CONCORRÊNCIA DE CULPAS
Quando duas ou mais pessoas através de suas condutas descuidadas concorrerão para o mesmo
resultado naturalístico típico. Neste caso todos que contribuíram culposamente para o resultado por
ele respondem, não podendo, no entanto se admitir nesta hipótese o concurso de pessoas por ausência
de vínculo psicológico entre os envolvidos.
→EXCLUSÃO DA CULPA
Caso fortuito e força maior – acontecimentos imprevistos, imprevisíveis e inevitáveis que não
podem ser controlados pela vontade do agente.
Erro profissional – a culpa do resultado naturalístico não do agente, mas da ciência (Ex.
descoberta da cura de uma doença)
Risco tolerado – Há uma linha divisória entre o crime culposo e os fatos impuníveis resultantes
do risco juridicamente tolerável. A evolução humana criou a prática de condutas/ atividades que
possibilitam riscos calculados para alguns bens jurídicos penalmente tutelados. Ex. Piloto que
testa uma nova aeronave – para a evolução da ciência, aceita-se o risco da morte de tal
piloto. Ex. Médico que precisa realizar cirurgia, mesmo que em situação precária, em razão do
doente estar em estado grave – sabe que a precariedade do local, dos instrumentos pode levar a
morte, mas a não realização da cirurgia também levaria e com mais certeza.
Princípio da confiança – Define que todo aquele que age com o devido cuidado, e
confiando que os demais assim também farão, não pode ser reponsabilizado pela falta de
cuidado alheia que o envolveu. Ex. Motorista que se chocou com outro veículo ao cruzar um
semáforo verde para ele, não poderá ser responsabilizado por eventual morte deste
condutor que agiu imprudentemente.
Trata-se de figura híbrida, pois o crime é preenchido de dolo na conduta inicial (antecedente) e culpa na
produção do resultado (conseqüente).É a combinação dos elementos dolo e culpa, no curso da execução
do ato, levando o agente a produção de um resultado diverso do pretendido.
O crime preterdoloso trata-se de crime qualificado pelo resultado, e todo crime que tem tal natureza trata-
se de crime único e complexo, pois resulta da junção de dois crimes.
Há outras espécies de crimes que são qualificados pelo resultado, mas que não se tratam de crimes
preterdolosos. São os que apresentam:
- Dolo no antecedente e dolo no resultado agravador – Ex. Latrocínio, que também pode ser
preterdoloso.
- Culpa no antecedente e culpa no resultado agravador – Ex. Crimes culposos de perigo comum, que
resultam lesões graves ou morte – art. 258, caput, CP)
- Culpa no antecedente e dolo no resultado agravador – Ex. art. 303, parágrafo único da Lei nº
9.503/97 – CTB – Conduta inicial culposa (lesão culposa no trânsito) e majorante por conduta
posterior realizada com dolo (omissão do socorro).
RESULTADO
Crime MATERIAL
No crime material o legislador descreve no tipo penal conduta e resultado. Para que este crime seja
consumado será necessária a ocorrência de ambos. A maioria dos crimes do Código Penal é material. Se
o crime material não foi consumado ocorre uma tentativa de crime material. Só o crime é classificado
e não as circunstâncias. A tentativa é uma circunstância.
Ex: homicídio - necessário o resultado morte
Ex: furto - necessário subtrair e ficar com a posse do bem.
Nexo
Crime FORMAL
Nos crimes formais o legislador descreve conduta e resultado no tipo penal, mas para a consumação do
crime basta a realização da conduta, não sendo necessária a obtenção do resultado, pois a consequência
é a mesma se o crime for consumado. Neste caso, a diferença será na pena. Geralmente os crimes
formais se caracterizam pela utilização de expressões como: “com a intenção de”; “com intuito
de”; “visando”, etc.
No caso do art. 158, por exemplo, a conduta de constranger alguém já é o crime consumado,
independente do resultado (obtenção da vantagem econômica indevida) ocorrer. A ocorrência
do resultado nestas espécies de crime leva ao delito ao exaurimento. Neste último caso poderá o agente ter
um pena uma pena mais rigorosa, do que no caso da simples consumação.
Crimes de MERA CONDUTA
Nos crimes de mera conduta o legislador não faz previsão de um resultado possível, descreve apenas
uma conduta.
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
NEXO DE CAUSALIDADE
Relação de causalidade
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
b) Teoria da Causalidade Adequada – de acordo com essa teoria a causa é a condição mais adequada
a produzir o resultado.
c) Teoria da Imputação Objetiva – Essa teoria procura limitar a causalidade natural fundada na Teoria
da equivalência dos equivalentes causais. Para tanto procura encontrar critérios mais objetivos para a
verificação da existência de relação de imputação entre conduta e resultado. O que ela pretende
efetivamente observar é se o agente produziu um risco juridicamente relevante e proibido ao bem jurídico.
Essa teoria só é estudada no crime material. Para um maior aprofundamento da matéria,
consultar Rogério Greco - Curso de Direito Penal: parte geral, volume I. Rio de Janeiro: Impetus, 2011,
p.234-243.
Conceito de CAUSA:
Desenvolveu-se no âmbito do estudo da teoria da conditio sine qua non o estudo das causas
independentes, que são todos os atos e eventos que possam interferir na produção de um resultado,
e podemos caracterizá-los como fatos que se interpõem na relação causal (conduta/resultado) e
a influenciam. Caso haja mais de uma causa concorrendo com a conduta do agente para um
mesmo resultado definimos estas como CONCAUSAS. Para Nucci (2013), concausa é a “confluência de
uma causa exterior à vontade do agente na produção de um mesmo resultado, estando lado a lado
com a ação principal”.
Não tem nenhuma vinculação com a atividade do criminoso, surgem por si mesmas e,
portanto, não podem ser atribuídas a ele. São aquelas causas que produziriam o resultado,
ainda que não houvesse qualquer conduta por parte do agente, e em razão disso tal resultado
não poderá ser atribuído a ele, em quaisquer das situações abaixo.
Ex: Uma pessoa vai à casa de outra, para matá-la, dispara os tiros e posteriormente o laudo aponta que a
pessoa já estava morta por envenenamento.
Ex.: Um sujeito atira duas vezes e erra e antes de atirar a terceira vez, o teto desaba sobre a vítima, e ela
morre.
Ex: O agente entra na casa da vítima e atira, mas não a mata, causando apenas ferimentos não
letais. Após a sua saída da casa a mesma desaba matando a vítima. Não sendo a conduta do
agente causadora da morte da vítima.
Esta Causa tem ligação com a ação do criminoso, ou seja, está agregada a conduta do agente
constituindo em regra concausa na produção do resultado com base na teoria da equivalência das
condições. O legislador neste caso previu apenas uma exceção, no caso das causas
supervenientes.
Ex: o agente atira na direção de uma pessoa, e ela morre vítima de parada cardíaca causada pelo susto
(nexo entre a ação do agente e o fato).
TIPICIDADE
Tipicidade = Adequação de um fato humano concreto a um tipo penal previsto em lei, que o define
abstratamente.
CONCEITO de tipo penal – modelo de comportamento proibido. O tipo penal é a “descrição abstrata
do crime feita detalhadamente pela lei penal” (MOARES; CAPOBIANCO: 2012:63). Para uma conduta
ser típica ela deve se encaixar perfeitamente ao tipo penal. Adequação típica é o encaixe da
ação ou omissão proibida a um tipo penal específico.
Direta – Ocorre quando a adequação entre a conduta e a norma é imediata, sem precisar recorrer a
normas de extensão que liguem a conduta ao tipo penal.
Ex: Sujeito que subtrai relógio que pertence a outrem, tomando posse do mesmo. Tal conduta se amolda
perfeitamente no art. 155, caput do CP.
Indireta – Ocorre quando a adequação típica não se dá diretamente, exigindo-se para tanto uma norma
de extensão para ligar o fato concreto ao tipo penal. Ex: Se o agente tentou matar e não conseguiu,
se deu um homicídio tentado, não é possível usar apenas o artigo 121,caput do CP, mas também deverá
ser usado o artigo 14, II, do mesmo diploma, para definir que a infração se deu na forma tentada.
+
Tipicidade conglobante que é = conduta antinormativa + tipicidade material.
a-Conduta antinormativa – Contrária à norma e não imposta ou estimulada por ela. OBS: Um fato não pode s
– critério material de seleção do bem tutelado. De acordo com tal critério excluem-se dos tipos os fatos de ba
→ELEMENTOS DO TIPO PENAL
Podem ser de 3 espécies:
- Elementos OBJETIVOS
- Elementos SUBJETIVOS
- Elementos NORMATIVOS
- Elementos OBJETIVOS:
São as informações contidas no tipo penal que se referem aos fatos criminosos e não podem faltar para
caracterização do crime, cuja compreensão independe de interpretação valorativa por parte do interprete.
Expressões referentes a conduta do crime, tempo, lugar, meios de execução, qualidades da vítima, etc.
Ex: No crime de Homicídio: Matar e alguém são os elementos objetivos do tipo penal e não é necessário
buscar em outros âmbitos o elemento matar ou alguém, pois são conceitos claros e objetivos.
- Elementos SUBJETIVOS:
Existem dois elementos subjetivos: dolo ou a culpa. Alguns entendem que a culpa é elemento normativo
do tipo, já que o descuido precisa ser valorado no caso concreto.
Alguns delitos dolosos trazem ainda o chamado elemento subjetivo especial do tipo, que é a
finalidade que o agente quer alcançar com sua conduta definida no tipo. Ex. Art. 158 do CP – fim de obter
vantagem econômica indevida (elemento subjetivo especial)
Outro elemento subjetivo seria aquele referente à consciência do agente representada no tipo. Ex.
Receptação do art. 180 do CP, quando o legislador se refere a “sabe ser produto de crime”.
OBS: Alguns entendem que a culpa é elemento normativo, já que o descuido precisa ser valorado caso a
caso.
- Elementos NORMATIVOS:
Os elementos normativos estão contidos nos elementos objetivos, mas a sua compreensão depende de
uma interpretação valorativa. Todo termo normativo tem uma descrição que necessita de
interpretação em outras normas ou ciências. Expressões como: indevidamente, sem justa causa, sem
autorização, etc., geralmente são elementos normativos.
Ex: Lei de Drogas - “Sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Esta expressão é o chamado elemento normativo do tipo, que precisa ser valorado caso a caso.
ETAPAS de Realização do Delito:
Iter Criminis
São as fases que o sujeito ativo do crime deve perpassar até alcançar o delito na forma consumada.
Existem 4 etapas:
Fase 1: Cogitação
- Fase 1: COGITAÇÃO
Fase do delito que não é punível. Ato meramente intelectual. Significa imaginar o delito sem exteriorizar
nada materialmente. Se o agente não ultrapassar esta fase não haverá punição, em razão do princípio da
transcendentalidade.
O indivíduo começa a materializar o crime. Fase de preparação material do delito, mas ainda não é a
execução dos elementos do tipo penal.
Ex.: Homicídio - O agente compra veneno, compra uma faca, aluga um imóvel para praticar o crime.
Estes atos não são ilícitos, mas são preparatórios para o delito. É possível que os atos preparatórios
configurem outros delitos. Neste caso o agente será responsabilizado pelos ato preparatório que
constituiu tal delito autônomo,e não pelo delito que estava preparando.
O individuo inicia os atos executórios quando começa a realizar os elementos da definição do tipo penal.
Ex. Matar no homicídio; Subtrair no furto; Usar violência ou ameaça no estupro.
- Fase 4: CONSUMAÇÃO
Caso o agente após iniciar a execução dos elementos do tipo, posteriormente consiga concluir todos,
estaremos diante de um crime consumado.
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
É possível que o agente não execute/conclua todos os elementos do tipo penal, neste caso podem
ocorrer uma das hipóteses descritas abaixo:
- Tentativa
Tentativa é o início dos atos executórios sem a consumação do crime por razões alheias a vontade do
agente. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a
dois terços, quem define o quantum a diminuir é o juiz, conforme caso concreto.
A natureza jurídica da tentativa é de causa de diminuição de pena sobre o crime consumado.
Espécies de Tentativa
Tentativa perfeita ou acabada – É aquela em que o agente esgota todos os meios ao seu
alcance para consumar, o que não ocorre por razões alheias a sua vontade.
Tentativa imperfeita ou inacabada – É aquela em que o agente não esgota os meios, sendo
interrompido durante os atos de execução.
OBS: Não admitem tentativa → Crimes habituais, Crimes culposos (a culpa imprópria admite
– art. 20, §1º do CP), Crimes preterdolosos, crimes unissubsistentes (ato único), Crimes
omissivos próprios, Contravenções penais (art. 4º da Lei de contravenções penais – D.L.
3688/41), Crimes em que forma tentada equipara-se à consumada. (art.352 do CP)
Em ambos os institutos, o agente entra nos atos executórios e não há consumação do delito
porque voluntariamente não realiza os elementos do tipo por inteiro. Ambos têm a mesma
conseqüência jurídica prevista no art. 15 do CP, que é punir apenas pelos atos praticados até o momento
em que voluntariamente interrompeu a ação ou realizou ato eficaz a impedir a execução. Em ambas
as situações não há que se cogitar punir o agente pelo forma tentada daquilo que almejava, já
que demonstrou vontade de interromper, e assim o fez.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.
- Desistência voluntária
Previsão legal na 1ª parte do art. 15, CP. O agente necessariamente iniciou a execução do crime e
não prossegue por vontade própria, Não consuma o crime voluntariamente. Podendo prosseguir,
não prossegue. A interrupção é suficiente para não haver a consumação, não é necessário o agente
fazer
mais nada para evitar a consumação. Conhecida como Tentativa Abandonada. O agente responde
pelos atos praticados até a interrupção voluntária.
- Arrependimento Eficaz
Previsão legal na 2ª parte do art. 15, CP. O agente interrompe a ação, mas deve praticar um ato
eficaz para evitar a consumação. O agente responde pelos atos praticados até a interrupção voluntária.
- Outra diz que há possibilidade de haver motivação externa, mas desde que a decisão seja voluntária e
que o agente tenha possibilidade de continuar a ação, mas assim não faz por vontade própria.
→ Para outros é um caso d atipicidade do fato (Greco, Frederico Marques, Damásio, etc.)
→ Arrependimento POSTERIOR
O Art. 16, caput, do CP trata do arrependimento do criminoso após a consumação do delito. A vantagem
é ter uma causa de redução considerada em relação à pena do crime consumado (de 1/3 a 2/3,
mesma redução da tentativa).
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.
Sobre o artigo 16, CP: Tem natureza jurídica de causa de diminuição de pena, também chamada de
Minorante. É cabível a extensão da redução aos co-autores.
- Só terá direito ao benefício, pessoa que demonstrar arrependimento através do ato de reparar o dano
voluntariamente ou restituir a coisa ou objeto do crime voluntariamente.
- Prazo para reparar o dano ou restituir a coisa: até antes do juiz receber a denúncia do MP (no crime
de ação penal pública) ou até antes do recebimento da queixa de vítima (no crime de ação
penal privada).
- Se não for possível preencher todas as exigências do artigo 16, o agente pode ainda receber o benefício
da atenuante de pena, art. 65, III, b, última parte, do CP, caso repare o dano voluntariamente até antes do
julgamento.
Nesta lei o instituto da composição de danos traz como conseqüência a renúncia ao direito de queixa ou rep
CUIDADO II: STF entende não caber a previsão do art. 16 do CP no art. 171, § 2º, VI, do CP (emissão de c
CUIDADO IV: No caso da repação do dano ser total ou parcial. STJ exige que seja total, mas outros na dou
TEORIA DO ERRO
. - Acidental
O ERRO DE TIPO ESSENCIAL recai sobre os elementos essenciais constitutivos do tipo penal, sem os
quais não há o crime. Tal erro pode ser inevitável, excluindo dolo e culpa, e assim também o fato típico,
ou pode ser evitável, excluindo apenas o dolo, mas punindo na forma culposa do delito, se houver. O
erro de tipo pode ser determinado por terceiro (art. 20, § 2º, do CP)
Os ERROS DE TIPO ACIDENTAIS, não isentam o agente da pena, mas produzem outras conseqüências
jurídicas. São eles:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude (REAL) do fato,
quando lhe era possível (POTENCIAL), nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Requisitos OBJETIVOS:
Situação de perigo atual para um bem jurídico/Ameaça de lesão a um bem jurídico; A
jurisprudência tem admitido também a hipótese de perigo iminente.
Tal perigo atual não pode ter sido causado voluntariamente (dolosamente) por quem alega o
estado de necessidade;
Não haver outra solução para afastar o perigo;
Estar em estado de necessidade de si mesmo ou de terceiros;
O bem sacrificado, deve ter sido escolhido para tanto, por um critério de razoabilidade.
Por exemplo, permitir o aborto, cuja gravidez foi provocada por crime de estupro. A Vida
ou a Honra? O legislador permitiu salvar o bem de menor valor e sacrificar o de maior
valor, a vida, por um critério de razoabilidade.
Requisito SUBJETIVO:
Dolo de salvar um bem jurídico próprio ou alheio.
O conceito de Legítima defesa está exposto na norma penal explicativa do art. 25, caput, do CP,
onde estão previstos seus requisitos.
Por exemplo, se o meio necessário era só pegar um pedaço de pau que estava disponível, mas deu
preferência ao uso de uma arma. Desta forma, como o agente não usou o meio suficiente e
necessário não configura a legítima defesa, e sim o seu excesso. No entanto, tudo deverá
ser considerado no caso concreto. Também não basta utilizar o meio suficiente e necessário, é
necessário que o utilize moderadamente. Se for além do necessário para fazer a agressão
parar, o agente responderá pelas lesões causadas pelo excesso.
Requisito Subjetivo:
Dolo de defesa própria ou de terceiros
Ex: Uma pessoa (A) sai de casa com dolo de matar um inimigo(B). Ao chegar na rua observa o
seu inimigo de frente para outro homem (C), parecendo estar ambos conversando. Quando (A) atira
em (B) pelas costas, com dolo de matar, por acaso salva a vida de (C), pois (B) estava com um
revólver apontado para (B) e ia matá-lo. (A) não pode alegar legitima defesa, pois o dolo não foi defender
(C), mas sim matar (B).
Apesar de estarem previstas no mesmo dispositivo legal são causas de exclusão de ilicitude distintas
(são conceitos distintos). Ambas são situações que excluem a ilicitude do ato, e por isso, não há crime. O
ato é típico, mas não é ilícito. No art. 23, III, parte 1, o sujeito tem um direito, uma faculdade de
exercer determinada atividade, mas no art. 23, III, parte 2 é destinada às pessoas que têm o dever de
exercer determinada atividade.
Atenção - O exercício deve ser REGULAR do direito, ou seja, deve ser obedecido rigorosamente o
regulamento da atividade em questão. O excesso ocorre quando o agente não cumprir o regulamento,
de forma dolosa ou culposa (por descuido). Se exceder o que está no regulamento da atividade não
vai configurar a excludente de ilicitude e o agente será responsabilizado pelos excessos praticados.
Ex: O médico cirurgião ao realizar o corte no paciente está no exercício regular de um direito. Assim
também o lutador de boxe, desde que limitado as ações previstas em seu regulamento.
Requisito Objetivo:
- Exercer o direito de forma regulamentar.
Requisito Subjetivo:
- dolo de exercer o direito de forma regulamentar.
As pessoas que possuem o dever de exercer determinada atividade, normalmente são aquelas
que têm função pública, ou seja, fazem parte da administração pública. Existem atividades que
os funcionários públicos exercem e que estão descritas em normas incriminadoras. A conduta
desses sujeitos não serão consideradas crimes, em razão da inexistência da ilicitude.
Quando NÃO há ESTRITO cumprimento do dever legal responde pelo excesso praticado dolosa ou
culposamente (descuido, negligência). Normalmente é doloso.
Ex: Oficial de justiça, Policial Militar e Bombeiros em atividade funcional.
Requisitos objetivos:
- Pessoa legítima para cumprimento do dever legal;
- Deve estar atuando no cumprimento do dever legal;
- O cumprimento do dever legal deve ser cumprido de forma estrita.
Requisito subjetivo:
- Dolo de cumprimento do dever legal de forma estrita.
Observações
Ver efeitos civis do estado de necessidade e legítima defesa nos artigos 188, I e II,
parágrafo único, 929 e 930 do Código Civil.
O art. 24, §1º do CP trata daqueles que tem o dever legal de enfrentar o perigo,
ponderado pelo princípio da razoabilidade.
Art. 23, parágrafo único, do CP – Punição do excesso doloso ou culposo
em quaisquer das excludentes.
Ofendículas – Aparelhos predispostos para defesa da propriedade (eletrificação
de fios, instalação de armas prontas, cães, etc.). Alguns entendem ser legítima
defesa preordenada, outros acham que a natureza é exercício regular de um
direito (direito de defesa da propriedade).
FATO Culpável
Conceito de culpabilidade formal ou analítico
Conceito lato senso de culpa, que significa reprovação. O conceito estrito senso de culpa
significa descuido, imprudência, imperícia (crime culposo)
Pelo conceito analítico procura-se conceituar o crime a partir de seus elementos que compõe a infração
penal. Chama-se conceito analítico, pois analisa as características ou elementos que compõe a infração
penal. Pelo conceito analítico crime é um fato típico, ilícito e culpável.
A Culpabilidade possui 3 elementos, sem estes a pessoa não é reprovável, e, portanto, não há crime
São elementos integrantes da culpabilidade segundo a Teoria Finalista (majoritária):
IMPUTABILIDADE:
Casos de Inimputabilidade
→ Doença mental,
→ Desenvolvimento mental incompleto e
→ Desenvolvimento mental retardado.
Doença mental
Doença mental é aquela que afeta as funções do intelecto e da determinação da vontade do agente. Não
é necessário que a doença retire ambas as funções, bastando a perda total de apenas uma delas.
Tal prova biopsicológica será diagnosticada por um perito.
Ex: demência senil, esquizofrenia, arteriosclerose cerebral, todos os tipos de psicose, sífilis cerebral, etc.
Obs. - pessoas que estão em nível avançado de dependência química podem ser diagnosticadas com
embriaguez patológica ou intoxicação patológica (espécie de psicose tóxica)
Ambos não têm sua capacidade mental plena. No desenvolvimento mental incompleto há chances da
pessoa atingir a plenitude mental via tratamento. Mas, no desenvolvimento mental retardado a medicina
ainda não conseguiu desenvolver tratamentos para dar a estas pessoas chances de alcançar a plenitude
mental.
Exemplos de casos de retardo: oligofrênicos, idiotice e imbecilidade, todos estão relacionados com
o baixo índice do coeficiente intelectual.
Atenção: Nem todos surdos-mudos são inimputáveis, mas somente os que, pela doença, têm a
capacidade mental afetada (perda total da capacidade intelectual ou volitiva).
SANÇÃO tratamento.
O Estado baseado na ideia de prevenir a sociedade de atos perigosos criou para os inimputáveis do art.
26, caput, do CP uma sanção terapêutica, denominada, medida de segurança. Neste tipo de sanção, ao
invés de aplicar uma pena retributiva/castigo, aplica-se uma pena tratamento.
Medida de segurança é a sanção tratamento aplicável aos inimputáveis do art. 26, caput, do CP.
- Tratamento ambulatorial – Aplica-se em geral ao inimputável que praticou injusto previsto em lei com
qualquer outra pena que não seja reclusão. Neste caso, pode o juiz decidir pela internação se julgar
necessário. (ver art. 97, c/c art. 96,I, II, ambos do CP).
Prazo das Medidas de Segurança:
Semi-imputável – art. 26, parágrafo único: Agente que possui um dos fatores biológicos definidores da
incapacidade, mas não demonstra a perda total das capacidades intelectual ou volitiva. Terá
como conseqüência uma pena reduzida, que pode vir a ser substituída por medida de segurança, se
necessária (art. 98 do CP).
Quando um menor de 18 anos pratica um fato típico e ilícito, ele não pode ser criminalizado, pois não
goza de capacidade de ser culpável, de ser imputável. O que determina a incapacidade do agente de
acordo com o artigo 27 do CP é imaturidade do agente.
De acordo com o ECA, criança é aquela que tem de 0 a 12 anos incompletos, e adolescente o que
tem de 12 a 18 incompletos.
Este dispositivo traz a questão da embriaguez acidental e completa, último caso de inimputabilidade
do CP. Também exige a prova biopsicológica, sem esta não haverá declaração da inimputabilidade do
agente. No momento do fato típico e ilícito, há de se fazer prova de que o agente perdeu TOTALMENTE
(devido à questão biológica) a capacidade intelectual (entender o que é certo ou errado) ou a capacidade
volitiva (autodeterminação da vontade).
A prova biológica da embriaguez do art. 28 § 1º, é a prova que houve embriaguez e que esta foi acidental
e completa. Embriaguez é uma intoxicação aguda, profunda, porém transitória, causada por álcool ou por
substâncias análogas, como remédios, drogas etc.
Para o agente provar que é inimputável por esta embriaguez, o legislador exigiu que essa embriaguez
tivesse duas características: acidental e completa; caso contrário, não será declarado inimputável.
Embriaguez ACIDENTAL:
Quando proveniente de caso fortuito ou força maior. A pessoa não teve intenção de se intoxicar, não foi
um ato voluntário, nem no caso fortuito nem na força maior.
Força Maior: ocorre quando algo externo (outra ação humana) ao agente, o obriga, impõe, determina
sua intoxicação.
Ex: colocam uma arma na cabeça e obrigam o agente a ingerir a substância; “boa noite cinderela”
também é um caso.
Caso Fortuito: Neste o agente também não quer ficar intoxicado. Há duas hipóteses de caso fortuito:
1º CASO: O agente não tem conhecimento que está ingerindo a substância embriagante. Não há
ação externa de outra pessoa,
Ex: Tomar uma medicação pensando que é outra substância.
2º CASO: Ocorre quando a pessoa sabe que está ingerindo a substância, mas não conhece o efeito
embriagante que a substância produzirá nele. Normalmente ocorre com medicamentos.
Embriaguez COMPLETA:
Para saber se a embriaguez ocorreu ou não de forma completa é preciso estudar as fases da
embriaguez. São três as fases (conforme a doutrina e a jurisprudência estabelecem):
1º fase: EXCITAÇÃO – Nesta fase o agente não perde a capacidade de entendimento, apenas tem
diminuído sua autocrítica, portanto neste caso não há embriaguez completa ainda.
2º fase: DEPRESSÃO – Desta fase em diante a embriaguez já é completa, pois já possibilita a perda
total das capacidades intelectuais e volitivas da pessoa, não podendo faltar prova psicológica
confirmando tal fato.
As características da pessoa nesta fase
- Perda de coordenação motora e dos reflexos;
- Excesso de agressividade e irritabilidade;
3º fase: LETARGIA – Esta fase se dá com o coma embriagante, com o sono, o desmaio.
Requisito psicológico – Estabelecer prova de que no ato a pessoa perdeu toda capacidade de
entendimento intelectual ou a capacidade de autodeterminação da vontade, neste caso é declarado
inimputável pelo art. 28 § 1º. A consequência jurídica da embriaguez acidental por caso fortuito ou força
maior é a isenção de pena.
Art. 28 - § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Semelhante ao semi-imputável, ou imputável com culpabilidade diminuída do art. 26, PÚ. O agente
não perde toda a capacidade intelectual ou volitiva, mas por conta da embriaguez ter sido
acidental o legislador estabeleceu um tratamento diferenciado ao agente, que é a redução de sua pena de
1/3 a 2/3.
IMPORTANTE:
Embriaguez patológica (voluntária) = doença mental
≠
Embriaguez acidental (involuntária).
Para uma pessoa ser culpável ela deve ter a consciência do seu ato, ou ao menos possibilidade de
alcançar.
O legislador torna culpável quem tem a consciência da ilicitude e quem poderia ter alcançado a
consciência. A única maneira de não ser culpável é não ter a real consciência e nem a possibilidade de
alcançá-la.
A lei traz casos que nem a pessoa tem a real consciência e nem a possibilidade de alcançá-la, sendo
assim não haverá a culpabilidade e conseqüentemente o crime.
1ª) Erro de Proibição (art. 21, CP).
2ª) Obediência hierárquica (art. 22, CP) – Alguns entendem que esta é excludente da exigibilidade
de conduta diversa (3º elemento da culpabilidade).
3ª) Descriminantes Putativas (art. 20, § 1º) – Alguns entendem (posição majoritária) ser esta o erro de
tipo permissivo, e portanto tratar-se de excludente de tipicidade, pela ausência do dolo e da
culpa, quando plenamente justificado o erro.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude (REAL) do fato,
quando lhe era possível (POTENCIAL), nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
. - Acidental
O ERRO DE TIPO ACIDENTAL recai sobre os elementos essenciais constitutivos do tipo penal, sem os
quais não há o crime. Tal erro pode ser inevitável, excluindo dolo e culpa, e assim também o fato típico,
ou pode ser evitável, excluindo apenas o dolo, mas punindo na forma culposa do delito, se houver. O
erro de tipo pode ser determinado por terceiro (art. 20, § 2º, do CP)
Os ERROS DE TIPO ACIDENTAIS, não isentam o agente da pena, mas produzem outras conseqüências
jurídicas. São eles:
Exclui a Potencial Consciência da ilicitude. É um tema controverso. Há autores que consideram que essa
excludente não exclui o 2º elemento da culpabilidade, mas sim o 3º elemento, ou seja, a Exigibilidade de
Conduta Diversa.
Quem alega a excludente é o sujeito subordinado. Dependendo do caso o subordinado pode ser
isento de pena e apenas o superior será responsabilizado. Mas, para isso ocorrer existem requisitos. Se
estes não ocorrerem o subordinado responderá com o superior em Concurso de Pessoas.
Requisitos da Obediência Hierárquica
→ Só cabe alegar a excludente nas relações de direito público;
→ Deve haver uma relação de hierarquia entre quem deu a ordem e quem recebeu a ordem;
→ Para haver excludente a ordem não pode ser manifestamente ilegal, ou seja, claramente ilegal. O
sujeito subordinado deve acreditar que a ordem é lícita;
→ O funcionário deve cumprir estritamente a ordem do superior.
→ Se o subordinado se exceder → perde a excludente e pode responder por outro crime que
decorre dos atos do excesso.
→ Se o subordinado se exceder → perde a excludente e pode responder ainda por outro crime que
decorre dos atos do excesso.
Em ambos os casos, que são de concurso de pessoas entre Superior e Subordinado, haverá
uma circunstância agravante da pena para o superior e uma circunstância atenuante da pena
para o subordinado.
Descriminante putativa é uma espécie de erro que recai sobre os elementos de uma norma permissiva, que definem
as causas de exclusão de ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal
e exercício regular de um direito). O agente supõe estar diante da excludente de ilicitude que lhe autoriza a agir, mas
não está.
– Se o erro for evitável o sujeito será punido na forma culposa, segundo o art. 20, § 1º do CP, se não houver
previsão de forma culposa ele será isento de pena.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
Significa poder Exigir Conduta Diferente daquela praticada pelo sujeito, e que constitui um injusto.
Para não ser culpável o agente precisa estar em situação em não lhe seja possível exigir outra conduta
a não ser a que foi realizada.
→NÃO se pode exigir conduta diferente do agente que estava sob coação irresistível, portanto, este não
será culpável.
Na coação física o coagido não executa a conduta dolosa, nem culposa, ficando isento do crime, por
ausência do fato típico. Sendo punido apenas o coator.
Na coação moral o coagido executa a conduta dolosa forçado pelo coator, mas será isento do crime por
inexigibilidade de conduta diversa, que afasta a culpabilidade e o crime. Neste caso também só será
punido o coator.
Se a coação for resistível, coator e coagido responderão em concurso de agentes. Ver as circunstâncias
agravantes e atenuantes, respectivamente previstas nos art. 62 e 65 do CP.
BIBLIOGRAFIA
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