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1 DE MARÇO DE 2023

PAÍSES BAIXOS

RICARDO PEDRO ROSA REIS TÂNIA CALINAS


8018 – GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL
Conteúdo
Resumo histórico ...................................................................................................................... 2
Economia dos Países Baixos ...................................................................................................... 8
A Bandeira e o Brasão dos Países Baixos ................................................................................. 10
Curiosidades sobre a bandeira da Holanda .............................................................................. 13
Componentes da Cultura Nacional .......................................................................................... 14
Religião ............................................................................................................................... 15
Cultura e Costumes dos Neerlandeses................................................................................. 15
O famoso Koningsdag ............................................................................................................. 18
Gastronomia dos Países Baixos ............................................................................................... 19
O que os neerlandeses comem ao pequeno-almoço............................................................ 19
Diferenças culturais ................................................................................................................ 25
DISTÂNCIA DE POTÊNCIA..................................................................................................... 25
INDIVIDUALISMO ................................................................................................................ 26
MASCULINIDADE ................................................................................................................. 26
PREVENÇÃO DA INCERTEZA................................................................................................. 27
ORIENTAÇÃO DE LONGO PRAZO.......................................................................................... 27
INDULGÊNCIA ..................................................................................................................... 27
Consequências e implicações das diferenças culturais ............................................................. 29
Etiqueta e protocolo empresarial ............................................................................................ 32
Conclusão ............................................................................................................................... 35
Bibliografia ............................................................................................................................. 36

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Resumo histórico
Os Países Baixos, embora habitada desde o Baixo e Médio Paleolítico (250 000 a 35 000
a. C.), tem as suas raízes nas civilizações celta e germânica (século VIII a século I a. C.) e
na civilização romana (século I a. C. a século V d. C.). Ao domínio romano sucedeu-se o
domínio dos Francos, mas estes acabariam por ser suplantados pelo Império Carolíngio
(que teve em Carlos Magno o seu mais famoso imperador) nos finais do século VII, o qual
foi desmembrado após a morte do imperador Luís, o Pio, no ano de 840. A partir do século
X, vários principados seculares e religiosos começaram a surgir, todos com ligação feudal
ao reino alemão, excetuando a Flandres, cujo conde mantinha vassalagem para com a
França. Estes principados deram início, no século seguinte, a um período de guerras
independentistas, aproveitando o enfraquecimento dos reinos alemão e francês, mas
este último acabaria por impor o seu domínio no princípio do século XIII, mantendo-o até
ao século XIV. Os principados entraram, então, em conflito entre si com vista a obter o
domínio na região, o que viria a ser conseguido pela Flandres, principado onde se
inseriam as poderosas cidades de Bruges, Gand e Ypres que estiveram na base do
crescimento económico que levou a Flandres a sobrepor-se aos principados da Holanda,
Brabante e Utreque.
Em 1504, o território holandês passou a fazer parte da Coroa espanhola, participando, a
partir de então, nos diferentes conflitos em que a Espanha se envolveu. Durante a
Reforma, a Holanda converteu-se ao calvinismo, que inspirou o príncipe Guilherme de
Orange a liderar uma revolução opositora à política de Contrarreforma conduzida por
Filipe II de Espanha, culminando com o estabelecimento das Províncias Unidas da
Holanda (1579), cuja independência foi reconhecida pela Espanha apenas em 1648. Aliás,
no século XVII a Holanda tornou-se o país europeu líder do comércio ultramarino,
provocando rivalidades com a Inglaterra, país com o qual entrou várias vezes em guerra.

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Em 1688, o Parlamento inglês convidou Guilherme de Orange para governar a Inglaterra
como Guilherme III, o qual, através da conjugação de forças, fez frente ao poderio francês
durante o reinado de Luís XIV. No entanto, ao longo do século XVIII, o poder marítimo
holandês enfraqueceu, tornando-se a Holanda dependente da Inglaterra. Com a
Revolução Francesa, a Holanda passou a ser um protetorado francês, mas em 1814 a casa
de Orange fundou o reino da Holanda, sob a regência de Guilherme I (Guilherme IV), que
incluía o Luxemburgo e a Bélgica (no entanto, em 1830 a Bélgica tornou-se
independente). Neste ano, o Parlamento holandês (designado por Estados Gerais)
aprovou uma Constituição que deu à Holanda o estatuto de monarquia constitucional,
para, em 1848, uma nova Constituição atribuir ao Parlamento os máximos poderes.
A Holanda assumiu então um estatuto de neutralidade, que lhe permitiu passar ao lado
dos vários conflitos verificados na Europa (entre os quais a Primeira Guerra Mundial).
Assim, todas as forças nacionais se viraram para o desenvolvimento do país, assente na
industrialização da economia. Contudo, mesmo sendo um país neutral, a Holanda viu-se
envolvida na Segunda Guerra Mundial, ao ser invadida pela Alemanha, e, no fim do
conflito, abandonou o seu estatuto de neutralidade, passando a ser membro da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O período após-guerra foi marcado pela necessidade de reconstrução nacional,


necessidade essa que tocava todos os setores da sociedade e, como tal, foi devidamente
aproveitado, não só pela rainha Guilhermina na completa e definitiva democratização do
sistema político (implantação do sistema eleitoral de sufrágio universal e de
representação proporcional), como também para se estabelecer um plano de
recuperação económica aceite pelo Governo, pelo patronato e pelos vários sindicatos
dos trabalhadores.

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O crescimento tornou-se inevitável e, com a entrada em 1958 na Comunidade
Económica Europeia (CEE, hoje União Europeia) e a concretização da união económica
com a Bélgica e o Luxemburgo (Benelux), ganhou contornos europeus, não sendo
significativamente travado sequer por alguns períodos de instabilidade social interna
(como os verificados na década de 60 em sinal de descontentamento popular em relação
ao casamento da princesa Beatriz com um diplomata alemão ou os ocorridos na década
de 80, provocados pela recusa da maioria dos holandeses em permitir instalar no
território uma série de mísseis cruzeiro norte-americanos, no âmbito da NATO).

Assinatura do Tratado de Paris, tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(CECA)

O Partido Trabalhista tem, ao longo das décadas pós-Segunda Guerra Mundial, liderado
a vida política holandesa, embora nos últimos anos tenha partilhado o Poder com o
Partido Apelo Democrata Cristão.

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Geografia

Os Países Baixos é um país localizado na Europa setentrional que faz fronteira com a
Bélgica, a sudoeste, e com a Alemanha, a leste e sul; ao norte, é banhada pelo Mar do
Norte, uma extensão do Oceano Atlântico. Possui uma área territorial de 41.540 km²,
onde habitam 16,7 milhões de pessoas, o que constitui uma densidade demográfica de
402 hab/km², uma das mais elevadas da Europa.
Este país é oficialmente chamado de Países Baixos, sendo que a “Holanda” é apenas uma
região local constituída por duas províncias: Holanda do Norte e Holanda do Sul. No
entanto, em razão do histórico poderio militar, náutico e económico dessa localidade, o
próprio país, em alguns idiomas, passou a ser conhecido pelo nome dessas principais
províncias.

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As 12 províncias dos países baixos

Países Baixos, por sua vez, é uma expressão que remete às características naturais do
país, haja vista que cerca de 20% do seu território encontra-se abaixo do nível do mar, ou
seja, é composto por depressões absolutas. Outra considerável área encontra-se a
baixíssimas altitudes, sendo composta por terrenos mais planos. As altitudes mais
elevadas não ultrapassam os 320 metros e todo o país é composto por planícies.
Em virtude das perdas humanas e económicas sobre os povos que habitavam a região
por causa das enchentes causadas pelas cheias do Mar do Norte, os holandeses
desenvolveram, desde o século IX, sistemas de diques e barragens para conter a invasão
das águas do mar sobre as áreas de depressão. Todavia, foi após o término da Segunda
Guerra Mundial que as tecnologias sobre essas construções se tornaram mais eficientes
e seguras.

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As barragens da Holanda revelam os avanços na engenharia no país

Como a região é plana e o território dos Países Baixos é muito pequeno, o clima da
Holanda é determinado pela maritimidade, com temperaturas amenas e chuvas
regulares e bem distribuídas ao longo do ano.

O Clima

"O clima predominante nos Países Baixos é o temperado oceânico. Os invernos tendem
a ser frios, com média de 2 °C, e os verões são amenos, com temperaturas médias de 17
°C. As chuvas ocorrem durante todo o ano, e há somente um breve período de estiagem,
com duração menor do que um mês. A pluviosidade anual é de 730 mm."

Vegetação dos Países Baixos

A composição vegetal dos Países Baixos é condizente com as amplas extensões de terras
alagadas e com o relevo rebaixado. Sua paisagem costeira é formada por dunas, pântanos
e turfeiras. Em outras áreas, se observa a presença de campos, charneca e bosques. Além
disso, o território neerlandês possui mais de 50% das suas terras com elevada aptidão
agrícola, sendo que 24% da sua superfície é utilizada como área de pastagem."

Hidrografia dos Países Baixos

Os principais cursos d’água que cruzam o território neerlandês e desaguam no mar do


Norte são
 o rio Reno;

 o rio Mosa;

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 o rio Escalda

O litoral noroeste dos Países Baixos é caracterizado pelo Golfo de Zuiderzee. Essa área
era formada por um dos braços do Reno, mas o aumento do nível do mar fez com que as
terras dessa região fossem tomadas pelas águas. As Ilhas Frísias, que antes eram bancos
de areia, se formaram durante esse processo.

Demografia dos Países Baixos

A população dos Países Baixos é de 17.173.000 habitantes, conforme os dados mais


recentes das Nações Unidas. Trata-se de um país pouco populoso, mas densamente
povoado, em contrapartida. Com uma área pequena de 41,5 mil km², a distribuição
populacional no território neerlandês é da ordem de 509 hab./km².
Em função do constante risco de inundação nas cidades e povoados costeiros,
principalmente no norte e noroeste do país, as áreas com maior concentração de pessoas
ficam no centro-oeste e sudoeste.
A taxa de urbanização dos Países Baixos é de aproximadamente 93%, sendo Amsterdão
a sua maior cidade. Vive na capital neerlandesa atualmente 1,16 milhão de habitantes.
Roterdão é a segunda maior cidade do país, com uma população de mais de 1 milhão de
habitantes. Além dessas, outras importantes áreas urbanas dos Países Baixos se
constituem nas cidades de Haia e Utrecht.
Os Países Baixos crescem anualmente a uma taxa de 0,37%, abaixo da média mundial.
Isso se deve à elevada mortalidade e baixa natalidade. A idade média da população tem
aumentado gradualmente e é hoje de 43 anos. A expectativa de vida chega aos 82 anos.

Economia dos Países Baixos


Os Países Baixos possuem uma economia de mercado moderna, muito desenvolvida e
industrializada. O país é membro da União Europeia e constitui a sexta maior economia
da UE. O seu Produto Interno Bruto (PIB) é, hoje, 1,7 mil milhões de dólares.
Cerca de 70% do PIB neerlandês é oriundo do setor terciário, que compreende o
comércio e os serviços. Esse segmento da economia concentra ainda 81,6% de toda a
mão de obra do país. O turismo é uma das principais atividades econômicas do setor,
movimentado por volta de 15 a 18 milhões de visitantes todos os anos.
A indústria é a principal dos Países Baixos. Os principais ramos produtivos são de bebidas
e alimentos, petroquímico e eletroeletrônico. Um grande aporte de investimentos tem
sido direcionado ao setor para o desenvolvimento das indústrias biotecnológica e
microeletrónica. Atualmente, o setor secundário, que corresponde à indústria, responde
por 18% do PIB nacional.

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A agropecuária é uma importante atividade económica desenvolvida no país, sobretudo
no que diz respeito às exportações. Com mais de metade das terras cultiváveis e extensas
pastagens, o modelo agrícola adotado nos Países Baixos é o da agroindústria. O país é um
grande produtor de carne bovina, leite e derivados, como manteiga, queijos e iogurtes,
produtos também destinados ao mercado externo. Destaca-se ainda a produção de
legumes diversos, hortaliças e flores.

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A Bandeira e o Brasão dos Países Baixos

A bandeira da Holanda (Países Baixos) é um símbolo do país, e representa a sua história


e independência.
Inicialmente nas cores laranja, branco e azul, a origem da bandeira neerlandesa está
associada a William I, Príncipe de Orange, que liderou a luta pela independência do país
no século XVI. Com o passar dos anos, a cor laranja foi gradualmente sendo alterada, e o
vermelho foi oficializado como uma das cores da bandeira dos Países Baixos ao final da
década de 1930, lembrando que a Holanda adotou oficialmente o nome Países Baixos em
2020.
A bandeira da Holanda (agora, oficialmente, Países Baixos) é um dos símbolos que
representam o país. De formato retangular, ela é formada por três faixas horizontais de
mesma espessura nas cores vermelho, branco e azul. Inicialmente adotada no século XVI,
embora com o laranja no lugar do vermelho, a bandeira dos Países Baixos representa a
luta pela independência do país e a liberdade."

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As cores vermelho, branco e azul estão presentes na bandeira neerlandesa, e são
associadas ao Príncipe de Orange William I. Elas estão presentes em diversas outras
bandeiras europeias, principalmente, e acredita-se que algumas delas tenham buscado
inspiração na história da bandeira dos Países Baixos para a sua adoção.

Embora não haja um significado oficial para cada uma das cores individualmente, existem
algumas interpretações para explicá-las.
Vermelho: compõe a faixa superior da bandeira neerlandesa. É a cor mais recente a ser
introduzida, tendo em vista que o laranja inicial foi sendo alterado até chegar à tonalidade
de vermelho vibrante, como é oficialmente descrito. Acredita-se que o vermelho
representa a força e a bravura.
Branco: compõe a faixa central da bandeira dos Países Baixos. Tradicionalmente, essa é a
cor que representa a paz.
Azul: compõe a faixa inferior da bandeira, e é oficialmente descrito como azul-cobalto.
Representa a justiça e a perseverança.

A bandeira dos Países Baixos remonta à Guerra dos Oitenta Anos, uma disputa que se
estendeu de 1568 até 1648 e que pode ser descrita como a luta neerlandesa em prol da

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sua independência da Espanha. Um dos principais nomes desse conflito foi o de William
I, Príncipe de Orange, a quem a composição da bandeira do país é atribuída.

O brasão de armas utilizado pelo Príncipe de Orange possuía as cores laranja, branco e
azul, que passaram a ser adotadas pelos soldados e pelas frotas de navios para indicar a
sua origem. O laranja, no entanto, foi sendo alterado ao longo dos anos, com a sua
tonalidade saindo dos tons alaranjados para o vermelho.

(O leão no brasão real tem suas raízes no brasão mais velho conhecido da Casa de Nassau. O brasão da República mostra um leão
segurando flechas e uma espada. A espada simboliza o poder, enquanto as flechas representam as províncias.)

Por um tempo, ambas as cores eram utilizadas nas bandeiras, o que mudou
definitivamente a partir da década de 1930. Mediante um decreto real datado de 1937,

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o vermelho, o branco e o azul foram oficializados como as cores da bandeira dos Países
Baixos.

Curiosidades sobre a bandeira da Holanda

 A bandeira da Holanda é considerada a bandeira tricolor mais antiga do mundo


em termos de uso.

 A bandeira da França, adotada durante a Revolução Francesa, tem como


inspiração a bandeira da Holanda. O esquema tricolor vermelho-branco-azul foi
compreendido pelos franceses como um símbolo de liberdade.

 Os demais países pertencentes ao Reino dos Países Baixos, como Aruba, Curaçau
e São Martinho, têm suas próprias bandeiras.

 Em celebrações importantes da Família Real, como aniversários e no Dia do Rei,


fica permitida a adição de um pendente com uma estreita faixa laranja ao mastro
da bandeira, representando assim a Casa de Orange.

 A sequência de cores da bandeira da Holanda é igual à de Luxemburgo. O que as


diferencia é a tonalidade do azul, mais clara do pavilhão luxemburguês, e a largura
do retângulo.

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Componentes da Cultura Nacional
Os Países Baixos têm expressões culturais importantes, muitas vezes consideradas de
vanguarda, com destaque para as artes plásticas e visuais. Há um grande número de
pintores e escultores de diversas épocas que têm nacionalidade neerlandesa. O país
também é um destaque em áreas como a produção de arte urbana e a organização de
exposições diversas.

Vicent Van Gogh (1853-1890) Vermeer - É o pintor Pintor holandês, Hiëronymus van
holandês mais famoso e Aeken Bosch
importante do século XVII

A especificidade cultural dos Países Baixos é um motivo de orgulho para a sua população.
O país é bastante diverso em termos linguísticos, mas bastante igualitário na aceitação
de ideias progressistas. São exemplos de símbolos culturais dos Países Baixos: a cor
laranja, as flores das tulipas, os moinhos de vento e os tamancos de madeira.

A cultura local também é expressa pelos hábitos quotidianos da população. O país possui
grande tradição em música clássica, mas também na música eletrónica. Já na culinária,
destaca-se a produção e o consumo de laticínios. As batatas também são um símbolo da
alimentação do país. Em termos desportivos o futebol, é o principal desporto do Países
Baixos.

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Religião
A liberdade de religião foi consagrada na Lei Básica de 1848, ou seja, todo cidadão tem o
direito de praticar livremente qualquer religião e culto. Nos Países baixos, além disso, a
igreja é separada do estado. Isso significa que o Estado não interfere nos assuntos
internos de organizações religiosas ou ideológicas.

Essas organizações, por sua vez, não interferem nos assuntos do Estado.
O Estado pode, no entanto, desempenhar um papel estimulante, se o direito à liberdade
de religião for exercido em público (dentro de casa), pode ser limitado por uma lei
aprovada pelo parlamento a favor da ordem, segurança e saúde públicas.

A discriminação por motivos religiosos é proibida (Artigo 6, Capítulo 1). O Estado não
financia diretamente as instituições religiosas (igrejas, comunidades, fundações), mas
foram introduzidos benefícios fiscais para elas.

Nos Países Baixos 55,4% não tem religião, 19,1% da população declarou em 2005 que
assistia a serviços religiosos pelo menos uma vez por mês e 14,4% disseram ser ativos na
sua igreja ou organização religiosa. Um total de 31,5% afirmaram que a religião tem um
papel importante e 29,8% disseram confiar nas organizações religiosas.
As estatísticas do país mostram que aproximadamente 30% dos neerlandeses seguem o
protestantismo (formada principalmente por luteranos e calvinistas). Enquanto a
restante comunidade cristã é maioritariamente seguidora do Catolicismo.
O número atual de membros da comunidade judaica dos Países Baixos é bastante inferior
ao existente antes do Holocausto, altura em que foram mortos 75% dos 140 mil judeus
que habitavam na altura o país (10% da população de Amesterdão seguia antes da
Segunda Guerra Mundial o Judaísmo). Estima-se que atualmente haja 45 mil judeus nos
Países Baixos.

Cultura e Costumes dos Neerlandeses

As bicicletas

As bicicletas (fietsen) são uma parte inseparável do dia a dia dos Neerlandeses. O uso das
bicicletas é tão vulgar que os Neerlandeses brincam que para cada Neerlandeses, existe no
mínimo uma bicicleta!

Cidades como Amsterdão, formada por canais, ruas estreitas e pequenas pontes, onde
dificilmente veículos motorizados poderiam passar, são o palco de um dos mais
interessantes desfiles de bicicletas. E existem de todos os tamanhos, feitios e cores.
Bicicletas com cadeirinha para bebé ou carrinho para o cão fazem as delícias dos
visitantes menos acostumados à cultura da bicicleta.

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Cumprimentar como os Holandeses

Os neerlandeses são simpáticos e descontraídos. Porém, para esta cultura, a noção do


toque e do espaço pessoal são totalmente diferentes dos povos latinos.
Quando se cumprimentar um neerlandês, abraços, beijos e demasiado toque não são
bem-vindos, e podem até ser considerados má educação.
Pontualidade

Os neerlandeses são pontuais e adoram pontualidade. Chegar atrasado, falhar encontros,


arranjar desculpas poucos credíveis são três comportamentos que vão gerar
desconfiança e provavelmente acabar com a credibilidade de quem o fizer.
Tolerância e igualdade

Não é segredo para ninguém; os neerlandeses são conhecidos pela tolerância, pela
sociedade igualitária e não discriminatória. Essa cultura de tolerância, é sem dúvida um
dos aspetos que distinguem os Países Baixos do resto dos países europeus.
Práticos e pragmáticos

Os neerlandeses são conhecidos pela forma prática e pragmática de se relacionarem e


viverem a vida. Gostam de descomplicar as coisas e são geralmente muito diretos, dando
uma opinião honesta e sem rodeios.
Os moinhos de vento

Os moinhos de vento são um símbolo dos Países baixos, antigamente eles eram usados
para muitas funções, desde drenagem de água até moagem de grãos e serragem de
madeira.

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Diretamente, os moinhos colaboraram para o cultivo de terras e para a riqueza do país.
Encontram-se espalhados por todo o país inclusive em Kinderdijk, um local reconhecido
pela Unesco com 19 moinhos de vento.

O encanto das tulipas

Os Países baixos são a terra das tulipas, as flores foram trazidas do Império Otomano no
século XVI e adotadas como flor nacional tempos depois.
O país é sede do maior parque de tulipas do mundo, o Keukenhof. Ao todo, cerca de sete
milhões de tulipas florescem anualmente neste local; não é à toa que esta beleza atrai
turistas do mundo inteiro. O país se renova na primavera acompanhado de uma paisagem
colorida e vibrante.

Ausência de cães nas ruas

Ao contrário de Portugal, não existem cães abandonados nas ruas nos Países Baixos. Este
facto resultou no título de primeiro país sem cães abandonados no mundo. E para isso
nenhum animal foi sacrificado.
O governo aplicou leis muito rígidas para quem abandona cães, com multas que chegam
a milhares de euros, além de campanhas de castração e consciencialização. Sem contar
com as altas taxas de impostos para aqueles que compram cães de raça.

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Dividir a conta

Nos Países baixos é comum dividir a conta, independentemente do género.


Homens e mulheres são tratados com igualdade no país. Portanto, eles possuem as
mesmas responsabilidades e deveres. Então, é esperado que um grupo de amigos,
familiares ou mesmo casal dividam a conta.
Natal sem Pai Natal

Embora o Natal seja celebrado no dia 25 de dezembro, é comum que a grande festa seja
no dia 5 de dezembro – dia de São Nicolau (Sinterklass, em neerlandês).
Esse Santo é lembrado por ser bonzinho com as crianças que foram boas durante o ano
e mau com as crianças mal-educadas, onde ele as coloca num saco e leva para a Espanha.
Um pouco diferente do nosso Pai Natal.
Por isso, o dia 5 de dezembro é o dia oficial da troca de presentes, amigo oculto, jantar e
união em família; enquanto a data de 25 de dezembro é mais calmo (geralmente só
jantar).

O famoso Koningsdag

O principal entre os feriados nos Países baixos é o Dia do Rei (Koningsdag). Nesta data, o
país comemora em grande estilo a monarquia e todas as cidades se enchem de mercados
livres (tipo as nossas barraquinhas), performances e shows.

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Todos vestem laranja nesse dia, inclusive a decoração das cidades segue a mesma cor.
Amsterdão, em especial, vira palco de uma grande festa de rua. Os canais ficam cheios
de pessoas festejam dentro dos barcos e é um grande espetáculo.

Gastronomia dos Países Baixos


O que os neerlandeses comem ao pequeno-almoço
Um típico café da manhã holandês, geralmente, é constituído de café, chocolate quente
ou chá, pães, frios e frutas. Holandeses não têm o hábito de comer ovos com bacon, por
exemplo.
Agora, duas particularidades são bem interessantes: a presença de hageslag e de
pindakaas.
O hagelslag é um chocolate granulado (semelhante ao que nós usamos para fazer
brigadeiro, só que maior), mas que os holandeses comem sobre uma fatia de pão ou
torrada.
Eles também gostam muito de substituir a margarina ou manteiga convencionais por
pindakaas (manteiga de amendoim).

O que os neerlandeses comem no almoço?

O almoço costuma ser uma refeição simples e rápida para os neerlandeses. Essa história
de fazer duas refeições “pesadas” por dia não é muito a praia deles.
E mesmo quem trabalha de casa não costuma perder tempo preparando duas refeições
“quentes” por dia.
Então, o mais comum é que o almoço seja constituído de uma sanduíche, uma salada ou
mesmo uma sopa.
As sanduíches podem ser preparadas com os mais variados tipos de pães e recheios.

O que os neerlandeses comem ao Jantar

É na hora do jantar que o neerlandês costuma fazer a melhor e mais completa refeição
do dia, porém, que será “aquele banquete”. A comida holandesa do dia a dia é composta
por poucos ingredientes.
E, se for preparada em casa, será otimizada para dar o menor trabalho possível. Receitas
em que apenas uma panela é usada são as mais comuns
A base do carboidrato da culinária neerlandesa é a batata. Nas suas múltiplas versões.
Portanto, a comida típica de um restaurante nos Países baixos sempre virá acompanhada
de batatas fritas.

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Os neerlandeses também adoram um “puree” (pronuncia-se quase como o nosso) ou
batatas cozidas.
Outro prato típico holandês muito consumido no jantar é o stamppot.
Ele é feito com batatas espremidas e uma verdura escura que lembra a nossa couve. E no
lugar da linguiça calabresa, usa-se a rookworst (uma espécie de salsicha defumada).

Stamppot

O Stamppot é o prato mais tradicional da culinária holandesa. Consiste basicamente de


um purê de batata com vários legumes e vegetais. Os ingredientes mais comuns
costumam ser espinafre, cenoura e cebola. É geralmente servido com rookworst, uma
espécie de salsicha defumada.

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Bitterballen

É o petisco mais típico dos Países baixos. Bitterballen (a palavra é o plural) são bolinhas
recheadas com uma mistura incluindo carne, e são tipicamente servidas com mostarda.

Batata Frita

A batata frita é paixão nacional. Praticamente qualquer prato que se pedir nos
restaurantes virá acompanhado de uma porção de batatas fritas. Também é possível
comprar cones de batata frita e sair a comer enquanto se anda pelas ruas.

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Sopa de ervilha

A sopa de ervilha é outro tradicional prato neerlandês. E em um país com as 4 estações


bem definidas, as próprias refeições acabam sendo sazonais. A sopa de ervilha é
tradicionalmente consumida no inverno.

Kibbeling

O kibbeling é basicamente um bacalhau em cubos empanado e frito, servido com um


molho à base de alho ou molho Tártaro.

22
Haring

Um costume um tanto diferente dos neerlandeses é comer o arenque (haring) cru,


podendo ser acompanhado de cebola e picles. Encontra-se pessoas a consumir o arenque
dessa forma nas feiras (na mesma barraca em que se compra o kibbeling) e também em
feriados típicos.

Stroopwafel

O Stroopwafel é, com certeza, um dos itens mais famosos da culinária dos Países Baixos.
É um biscoito recheado com uma camada de caramelo que sempre cai bem com um café.

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Kroket

Outra comida típica dos Países baixos é o croquete de carne. Pode ser consumido sozinho
ou dentro do pão, como se fosse um cachorro-quente. Inclusive, o McDonald’s nos Países
Baixos tem um lanche no menu chamado Mc Kroket.

Frikandel

O Frikandel (ou frikadel) é uma espécie de salsicha de carne. Assim como o kroket, o
frikandel pode ser comido sozinho, mas também é vendido nos supermercados dentro
de um pão e com molho de curry (frikandelbroodje).

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Diferenças culturais

DISTÂNCIA DE POTÊNCIA
A pontuação de Portugal nesta dimensão (63) reflete que a distância hierárquica é aceite
e que aqueles que ocupam os cargos mais poderosos são admitidos como tendo
privilégios para a sua posição. A gerência controla, ou seja, o chefe requer informações
de seus subordinados e estes esperam que seu chefe os controle. A falta de interesse em
relação a um subordinado significaria que este não é relevante na Organização. Ao
mesmo tempo, isso faria com que o funcionário se sentisse desmotivado. O feedback
negativo é muito angustiante, por isso, para o funcionário, é mais do que difícil fornecer
ao seu chefe informações negativas. O chefe precisa estar consciente dessa dificuldade e
buscar pequenos sinais para descobrir os problemas reais e evitar se tornar relevante.

Por sua vez os Países Baixos pontuam baixo nesta dimensão (pontuação de 38), o que
significa que o seguinte caracteriza o estilo holandês: Ser independente, hierarquia
apenas por conveniência, direitos iguais, superiores acessíveis, líder de coaching, gestão
facilita e capacita. O poder é descentralizado e os gestores contam com a experiência dos
membros de sua equipe. Os funcionários esperam ser consultados. O controle não é
apreciado e a atitude em relação aos gerentes é informal e baseada no primeiro nome. A
comunicação é direta e participativa.

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INDIVIDUALISMO
Portugal, em comparação com o resto dos países europeus (com exceção de Espanha) é
coletivista (pela sua pontuação nesta dimensão: 27). Isso se manifesta em um
compromisso próximo de longo prazo com o "grupo" de membros, seja uma família, uma
família estendida ou relacionamentos estendidos. A lealdade em uma cultura coletivista
é primordial e se sobrepõe à maioria das outras regras e regulamentos da sociedade. A
sociedade promove relacionamentos fortes onde todos assumem a responsabilidade
pelos colegas de seu grupo. Nas sociedades coletivistas, a ofensa leva à vergonha e à
perda de rosto, as relações empregador/empregado são percebidas em termos morais
(como um vínculo familiar), as decisões de contratação e promoção levam em conta o
grupo do empregado, a gestão é a gestão dos grupos.

No entanto os Países baixos, com a pontuação muito alta de 80 é uma sociedade


individualista. Isso significa que há uma alta preferência por uma estrutura social
vagamente unida, na qual se espera que os indivíduos cuidem apenas de si mesmos e de
suas famílias imediatas. Nas sociedades individualistas, a ofensa causa culpa e perda de
autoestima, a relação empregador/empregado é um contrato baseado na vantagem
mútua, as decisões de contratação e promoção devem ser baseadas apenas no mérito, a
gestão é a gestão dos indivíduos.

MASCULINIDADE
Portugal pontua 31 nesta dimensão e é um país onde a palavra-chave é consenso.
Portanto, a polarização não é bem considerada ou a competitividade excessiva é
apreciada. Nos países femininos, o foco está em "trabalhar para viver", os gestores lutam
pelo consenso, as pessoas valorizam a igualdade, a solidariedade e a qualidade em suas
vidas profissionais. Os conflitos são resolvidos por compromisso e negociação. Incentivos
como o tempo livre e a flexibilidade são favorecidos. O foco está no bem-estar, o status
não é mostrado. Um gerente eficaz é um gerente de apoio, e a tomada de decisão é
alcançada através do envolvimento.
Os países Baixos pontuam 14 nesta dimensão e, portanto, é uma sociedade feminina. Nos
países femininos, é importante manter o equilíbrio entre vida e trabalho e você se
certifica de que todos estão incluídos. Um gerente eficaz é solidário com seu pessoal, e a
tomada de decisões é alcançada através do envolvimento. Os gestores lutam pelo
consenso e as pessoas valorizam a igualdade, a solidariedade e a qualidade nas suas vidas
profissionais. Os conflitos são resolvidos por compromisso e negociação e os holandeses
são conhecidos por suas longas discussões até que o consenso seja alcançado.

26
PREVENÇÃO DA INCERTEZA
Se há uma dimensão que define Portugal muito claramente, é a Prevenção da Incerteza.
Portugal pontua 99 nesta dimensão e, por isso, tem uma preferência muito elevada por
evitar a incerteza. Os países que exibem alta Evitação da Incerteza mantêm códigos
rígidos de crença e comportamento e são intolerantes com comportamentos e ideias
pouco ortodoxos. Nessas culturas há uma necessidade emocional de regras (mesmo que
as regras nunca pareçam funcionar), tempo é dinheiro, as pessoas têm um desejo interior
de estar ocupadas e trabalhar duro, precisão e pontualidade são a norma, a inovação
pode ser resistida, a segurança é um elemento importante na motivação individual.
Os Países Baixos pontuam 53 nesta dimensão e, portanto, exibem uma ligeira preferência
por evitar a incerteza. Os países que exibem alta Evitação da Incerteza mantêm códigos
rígidos de crença e comportamento e são intolerantes com comportamentos e ideias
pouco ortodoxos. Nessas culturas há uma necessidade emocional de regras (mesmo que
as regras nunca pareçam funcionar), tempo é dinheiro, as pessoas têm um desejo interior
de estar ocupadas e trabalhar duro, precisão e pontualidade são a norma, a inovação
pode ser resistida, a segurança é um elemento importante na motivação individual.

ORIENTAÇÃO DE LONGO PRAZO


Uma pontuação baixa de 28 mostra que a cultura portuguesa prefere o pensamento
normativo ao pragmático. As pessoas em tais sociedades têm uma forte preocupação em
estabelecer a Verdade absoluta; eles são normativos em seu pensamento. Eles exibem
grande respeito pelas tradições, uma propensão relativamente pequena a economizar
para o futuro e um foco em alcançar resultados rápidos.
Os Países Baixos recebem uma pontuação elevada de 67 nesta dimensão, o que significa
que tem uma natureza pragmática. Em sociedades com uma orientação pragmática, as
pessoas acreditam que a verdade depende muito da situação, do contexto e do tempo.
Eles mostram uma capacidade de adaptar facilmente as tradições às condições alteradas,
uma forte propensão a poupar e investir, parcimônia e perseverança na obtenção de
resultados.

INDULGÊNCIA
Uma pontuação relativamente baixa de 33 indica que Portugal tem uma cultura de
contenção. Sociedades com baixa pontuação nessa dimensão tendem ao cinismo e ao
pessimismo. Além disso, em contraste com as sociedades indulgentes, as sociedades
contidas não colocam muita ênfase no tempo de lazer e controlam a gratificação de seus
desejos. Pessoas com essa orientação têm a perceção de que suas ações são contidas
pelas normas sociais e sentem que entregar-se é um pouco errado.
Com uma pontuação alta de 68, a cultura dos Países Baixos é claramente de indulgência.
As pessoas em sociedades classificadas por uma pontuação alta em Indulgência
geralmente exibem uma vontade de realizar seus impulsos e desejos no que diz respeito

27
a aproveitar a vida e se divertir. Eles possuem uma atitude positiva e têm uma tendência
para o otimismo. Além disso, eles colocam um maior grau de importância no tempo de
lazer, agem como quiserem e gastam dinheiro como desejam.

Disparidade salarial entre sexos na Europa, Portugal ocupa o 15º lugar com 11,4 (abaixo
da média Europeia (13,0), e os Países Baixos ocupam o 10º lugar com 14,2.

28
Consequências e implicações das diferenças culturais
Pessoas diferentes identificam, avaliam e classificam as alternativas para atender uma
mesma vontade de acordo com suas opiniões. Cada opinião pode ser entendida como
um conhecimento pessoal, um ponto de vista, uma crença, um sentimento ou uma
avaliação sobre um assunto. As opiniões existentes podem ser alteradas de forma
benéfica ou adversa e ainda de maneira temporária ou duradoura também pela perceção
do exterior (ou cognição). A perceção pode distorcer, exagerar, negligenciar ou sequer
considerar informações relevantes que contribuem para formar, manter ou modificar
opiniões. Esta etapa da perceção de informações, mensagens ou sinais advindos do
exterior antecede o entendimento ou a opinião sobre o conteúdo, contexto ou
significado do que foi captado pela visão, audição, olfato ou tato.
Além de variarem entre os indivíduos no momento atual, as opiniões são modificadas ao
longo das vidas das pessoas, uma vez que cada indivíduo percebe (ou observa), retém
(ou regista), lembra (mas também esquece) e interpreta (ou processa) de forma diferente
os mais variados impactos externos ao ser exposto a situações, ao obter informações
divulgadas pelos meios de comunicação (livros e revistas, rádio, televisão e internet) e,
sobretudo, pelo conviver com outras pessoas. Assim, a cultura de um indivíduo é de fato
um conjunto de opiniões internalizadas sobretudo pela repetição, ênfase ou pluralidade
dos impactos externos (oriundos do ambiente social e empresarial). Ao longo da vida,
essas opiniões são moldadas involuntariamente ou deliberadamente de tal forma que,
quando necessário, um julgamento interno “surge” por meio de um processo consciente
ou inconsciente.
Em razão de as culturas variarem de forma significativa e facilmente observável ao redor
do mundo, as pessoas apresentam comportamentos distintos, os estilos das conversas
mudam e os relacionamentos são bem diferentes entre as regiões, mesmo dentro de um
mesmo país.

Trata-se de um procedimento iterativo: um grupo coeso molda as opiniões dos seus


membros e cada membro contribui com atitudes para salvaguardar a cultura daquele
grupo coeso. A vantagem deste procedimento iterativo decorre da coesão social, a
coesão social é: “a circunstância primária e fundamental para promover a prosperidade
de um grupo social, no que a união possibilita aproveitar situações favoráveis e lidar com
acontecimentos adversos de forma eficaz, no que o grupo compartilha e almeja objetivos
comuns. Por outro lado, a falta de coesão social agrava as crises devido ao acirramento
de conflitos que impedem entendimentos”.
Quanto mais coeso for um grupo e quanto menos cada um de seus integrantes forem
expostos a outros grupos diferentes, mais ampla é a probabilidade desse grupo tornar
similar e até homogeneizar as opiniões de seus membros com reflexos na formulação dos
seus interesses, na conceção das suas expectativas e também na forma de expressar as
suas atitudes, o que acaba reforçando a coesão e a cultura do grupo. Por outro lado,
quanto mais um integrante de um grupo for exposto a outros grupos diferentes, reduz a

29
possibilidade daquele indivíduo se sentir parte de um determinado grupo específico. Por
isso, ao ser submetido ao longo da vida a formas bem diferentes de pensar e viver, um
indivíduo desenvolve uma independência para selecionar e elaborar suas próprias
opiniões e convicções, além de sentir uma autonomia para formular seus interesses e
suas expectativas a partir das suas vivências singulares e até inusitadas.
Pessoas que foram expostas a diversas culturas reconhecem e respeitam a diversidade
de opiniões, formas de pensar e viver e simultaneamente não sentem em geral nenhum
compromisso em apresentar atitudes esperadas por um determinado grupo social.
Exceto se houver uma obrigação formal e explícita ou uma conveniência de agir como
estipulado pela cultura do grupo, estas pessoas com sua formação cultural particular têm
mais facilidade para apresentarem atitudes sem se importarem com o que os outros vão
pensar ou falar delas. Todavia, a falta de pertencimento a um grupo (“belonging”)
dificulta o estabelecimento de relações de profunda amizade, intimidade e cumplicidade,
o que pode levar ao isolamento social. Uma forma de contornar esse sofrimento com a
solidão é o convívio com outros “cidadãos do mundo”, que acabam constituindo um
grupo social sui generis que se preocupa com o sentimento de ausência de raízes e no
qual prevalecem opiniões que valorizam explicitamente a pluralidade de ideias e aceitam
de forma irrestrita a diversidade. Os “desenraizados” precisam desta oportunidade, pois
“a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, como
teria dito Albert Einstein que viveu em vários países e valorizava o pensamento
interdisciplinar e internacional.
Faz parte da cultura portuguesa o acolhimento de pessoas de diferentes origens que se
tornaram “cidadãos do mundo”. Esta aceitação cultural resulta da forma destemida pela
qual os portugueses se expuseram no mundo e interagiram com diferentes culturas ao
longo da história.
Uma vez que pessoas compartilhando uma determinada cultura comunicam-se entre si
com o uso de uma mesma língua, o convívio intenso, frequente e prolongado dessas
pessoas deve também interferir nas suas opiniões sobre a formação de palavras e sobre
as regras de uso da língua comum empregado por aquele grupo social nos seus processos
de comunicação influenciaria ou refletiria os processos habituais de pensamento em um
grupo social.
Embora os incômodos e os conflitos decorrentes dos choques culturais sejam mais
marcantes quando envolvem imigrantes, expatriados ou estrangeiros que estão vivendo
fora dos seus países de origem, indivíduos com formações profissionais distintas podem
ter que lidar com desafios na comunicação e no relacionamento, mesmo quando utilizam
uma mesma língua, são naturais de uma mesma localidade e lidam com assuntos que
aparentemente pressupõem abordagens objetivas.
No contexto dos relacionamentos internacionais, um estrangeiro vai depender da
eficácia do processo de comunicação para apreender logo com a experiência alheia, tudo
o que os nativos de um local assimilaram de forma lenta e espontânea, ao longo de
décadas, com familiares, amigos e conhecidos. Mesmo quando vai morar no exterior já

30
com o conhecimento da língua usada naquele local e até mesmo com noções dos
costumes da sociedade, um estrangeiro sente um choque cultural ao formular perguntas
como: “As coisas aqui são realmente assim?” ou ainda “O que é aceitável ou adequado e
o que é proibido ou não é apreciado aqui?”. Enquanto a primeira pergunta demonstra
uma surpresa e falta de familiaridade com as diferenças culturais, a segunda revela um
legítimo interesse em compreender as regras culturais vigentes. Todavia, não é fácil obter
respostas úteis, inclusive pela dificuldade legítima de a população local conseguir explicar
de forma didática com palavras os diversos sentimentos e as várias regras de convívio
que simplesmente não estão escritas em lugar algum. Assim, o método de tentativa e
erro pode ser a principal ou a única possibilidade de aprendizagem de detalhes culturais,
embora possa causar sofrimento, mal-estar ou desentendimento.
Ao retornarem para sua terra natal, após uma longa estadia no exterior, muitos
estrangeiros não se deveriam surpreender com o fato de eles não estarem voltando
exatamente para casa, como voltaria um turista. Depois de uma estadia prolongada no
exterior, a readaptação à terra natal pode ser muito longa e dolorosa, inclusive por
depender da forma pela qual os compatriotas vão rececionar quem residia no exterior.
Este desafio aumenta com o período de ausência, quando fatalmente diminuem a troca
de informações e os contatos com o país de origem.
Quem melhor lida com choques culturais são pessoas com mentalidade empreendedora,
que costumam identificar oportunidades e enxergar alternativas que não são facilmente
observadas ou detetadas pelos habitantes locais. Os imigrantes trazem aos respetivos
países de acolhimento novas opiniões devido à sua exposição internacional e um
sentimento de que é possível pensar e agir de forma diferente diante de obstáculos,
ameaças e dificuldades. Aqueles imigrantes com comportamento empreendedor e
resiliência cultural têm maiores chances de sucesso para transpor os choques culturais,
contornar desconfianças, lidar com ironias sutis e suportar humilhações, períodos de
isolamento e solidão. Vários países e regiões prosperaram muito por ter aproveitado o
espírito empreendedor de estrangeiros.

31
Etiqueta e protocolo empresarial

1. O modo que nos comunicamos: Nos Países Baixos a comunicação é mais precisa,
simples e clara,
2. Como damos “feedbacks” negativos: Os neerlandeses não têm problema em
darem “feedbacks” negativos diretos, além de confrontarem diretamente ideias que

não estejam de acordo com o que imaginam. É muito comum que simplesmente
digam "eu não gostei da sua ideia" na primeira reunião
3. Como lideramos empresas: A distância entre o gestor e o funcionário é “pequena”, um
funcionário pode ter um
poder de decisão tão alto quanto seu gestor, dependendo do assunto.
4. Como tomamos decisões dentro da empresa: Os neerlandeses, tendem a tomar suas
decisões de modo mais horizontal, com maior busca de consenso entre todo o grupo.
5. Geração de confiança: Nos Países Baixos, a confiança tende a ser construída por fatos
concretos e "imparciais".
6. Flexibilidade com o tempo: Atraso é sinónimo de irresponsabilidade nos Países Baixos.
Isso reflete-se no dia a dia dos negócios, principalmente em relação a prazos e
implementação de projetos
7. Persuasão: Nos Países Baixos, escolhem inicialmente mostrar o "como" e os resultados
que se podem alcançar para depois explorar outros aspetos relacionados ao negócio

32
HOLANDA
Um simples e firme aperto de mão é o cumprimento adequado entre homens, e
mulheres, mesmo entre grandes amigos. Não é necessário aguardar a iniciativa da
Saudação, mulher, como muitos outros povos exigem. Evitar abraços e toques, e respeitar alguma
cumprimentos distância do interlocutor. Os títulos acadêmicos não são necessariamente mencionados.
Caso não seja apresentado formalmente a todos os visitantes, deve‐se tomar a iniciativa
de fazê‐lo, estendendo a mão e repetindo o último nome. Os
holandeses usam apenas o sobrenome das pessoas nos negócios e socialmente.
Como a maioria dos europeus nórdicos, os holandeses são conservadores no modo de
Vestuário vestir para os encontros sociais ou de negócios. Recomenda‐se trajes convencionais e
discretos, tanto para homens como para as mulheres.
Os holandeses seguem as tendências europeias de manter uma distância adequada do
Distância física
interlocutor.
Bons temas para conversa são o próprio país ou cidade, esportes, artes. Deve‐se evitar
falar de política, dinheiro, religião, e perguntas de cunho pessoal. Ao referir‐se ao país
Conversação
deles, deve‐se usar o termo "Nederland", porque "Holland" são apenas duas das onze
províncias que compõem os Países Baixos.
Costumam almoçar às 13h00, aperitivos às 17h00, e o jantar por volta das 18h00.
Convites
Toleram atrasos de apenas alguns minutos.
A pontualidade é vital. Os holandeses dão grande importância ao tempo. Atrasos
representam incompetência e insegurança. Os holandeses consideram a precisão um dos
Pontualidade
elementos essenciais da boa educação, portanto, nos encontros, deve‐se observar
uma pontualidade quase militar.
Os holandeses costumam trocar presentes no fim das negociações. De preferência,
presentes de boa qualidade e sem logomarca da organização. Se a reunião for social, é
Presentes
recomendado oferecer um bom vinho nacional para os homens, e flores ou bombons
para as damas.
Não é conveniente tratar de assuntos empresariais nos almoços e jantares. Deve‐se
procurar evitar temas relacionados a negócios e dinheiro, e aproveitar a ocasião para
À mesa
desenvolver um relacionamento social. Os holandeses não exigem comportamento
especial à mesa. Valem as regras e costumes cotidianos brasileiros.
Os cartões devem ser trocados entre todos, antes de iniciar as reuniões. Devem constar
títulos, qualificações profissionais e a data de fundação da empresa ou organização, que
é um detalhe muito importante para os holandeses. Os preliminares devem ser rápidos,
pois os holandeses gostam de ir logo ao assunto. Porém, as decisões geralmente
Negociações* implicam num processo lento. É necessário ser bem objetivo e apresentar dados claros e
consistentes. Para fazer negócios, os holandeses são universalistas, neutros, específicos,
com baixa distância hierárquica e com orientação de curto prazo. O status concedido
aos indivíduos pela sociedade é
baseado na atribuição.
O principal valor cultural holandês é a convicção de que as pessoas devem viver da forma
desejada, respeitando os demais. São repudiados os atos antissociais, e falta de lealdade.
Valores
Os holandeses são muito disciplinados, conservadores, polidos e atentos aos mínimos
culturais**
detalhes. Família e negócios são completamente separados na cultura holandesa. A
Holanda pode ser considerada uma sociedade individualista, feminina,
com baixo controle da incerteza e com ambiente direcionado internamente.

33
PORTUGAL
Um aperto de mão é forma habitual de apresentação, para homens e para mulheres,
tanto na chegada como na despedida. Nas apresentações, são amplamente citados os
títulos acadêmicos e profissionais. A troca de cartões pode acompanhar as
Saudação, apresentações, ou preceder os encontros de trabalho, devendo os cartões ser entregues
cumprimentos com a face em português voltada para quem os recebe. Utilizam a forma de tratamento
"doutor" para todos que tenham um curso superior ou que pareçam tê‐lo. Usam os
tratamentos formais "senhor" e "senhora", seguidos do sobrenome da pessoa. As
mulheres não costumam levantar‐se para cumprimentar os homens.
Prezam muito as saudações, educação e cortesia.
Vestem‐se com muita elegância. Tanto em jantares, como em eventos sociais ou
comerciais, os homens usam trajes formais, e as mulheres vestidos ou tailleurs. Notamo
Vestuário
que os outros estão trajando para avaliar status e posição social. É recomendável
vestir‐se formalmente, mesmo para programas após o trabalho.
Os portugueses são calorosos e hospitaleiros, e costumam se aproximar muito de seus
Distância física interlocutores, tocando no braço e no ombro. Não se preocupam com o "espaço físico
vital".
Os portugueses são muito pouco assertivos e bastante evasivos nas suas colocações. Por
isso, são muito reservados e dão longas voltas para chegar ao ponto que os incomoda
numa conversa. Deve‐se evitar conversar sobre religião, finanças pessoais e política.
Conversação Tópicos bem vindos são futebol, gastronomia, vinhos, família, economia, cinema, música
e, sobretudo, literatura, motivo de muito orgulho para os portugueses,
por já ter exportado grandes autores por todo o mundo.
Os horários das refeições, para os portugueses, não são tão rigorosos como em outros
Convites países. O almoço acostuma ser às 13h00 e o jantar às 19h30. Porém, existe uma
tolerância implícita de uns quinze minutos após a hora estabelecida.
Talvez por influência da vizinha Espanha, os portugueses têm horários bem elásticos e
Pontualidade não são amantes da rigorosa "pontualidade britânica". Porém, os horários das
refeições são mais bem respeitados.
Não é habitual a troca de presentes nas reuniões comerciais ou sociais, mas, após os
eventos, pode‐se oferecer presentes simples, aqueles usados para oferecer aos
Presentes
visitantes, como canetas, utensílios de escritório, etc., de preferência com a logomarca
da organização. Os presentes recebidos devem ser abertos imediatamente.
A grande diferença em relação aos hábitos brasileiros é na ordem dos pratos: a sopa é
servida imediatamente antes da sobremesa e dos brindes finais. O vinho do Porto branco
À mesa
é degustado como aperitivo, e o tinto, como digestivo, ao final da refeição.
Não se começa a comer antes que todos os comensais sejam servidos.
É necessário ser pontual, mas um eventual atraso por parte do executivo português não
deve causar surpresa. Nunca se deve iniciar uma reunião diretamente com assuntos
laborais. Deve‐se dar um tempo inicial para amenidades, como futebol e família. As
negociações usualmente são morosas; paciência e persistência são muito importantes.
Negociações* As hierarquias são relativamente rígidas, e não se costuma dar autonomia decisória fora
dos escalões organizacionais. As práticas portuguesas para fazer negócios são
universalistas, específicas e com alta distância hierárquica. O
status concedido aos indivíduos pela sociedade é baseado na atribuição.
Portugal é um país homogêneo, étnica e linguisticamente, o que acarreta um senso de
igualdade entre as pessoas. Os valores culturais são respeitados e preservados, tanto
Valores pelas classes altas como pelas médias e baixas. A família é o principal fator de interação
culturais** social que dá o sentido de estabilidade e segurança na vida do povo português.
Respeitam muito os idosos, sejam familiares ou estranhos. A sociedade portuguesa é
considerada coletivista, feminina, com alto controle da incerteza e com
ambiente direcionado internamente.

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Conclusão
Os Países Baixos possuem uma economia de mercado moderna, muito desenvolvida e
industrializada. O país é membro da União Europeia e constitui a sexta maior economia
da UE. A nível cultural têm expressões culturais importantes, muitas vezes consideradas
de vanguarda, com destaque para as artes plásticas e visuais. A especificidade cultural
dos Países Baixos é um motivo de orgulho para a sua população. O país é bastante diverso
em termos linguísticos, mas bastante igualitário na aceitação de ideias progressistas.

Nos Países Baixos 55,4% não tem religião.


As bicicletas são uma parte inseparável do dia a dia dos Neerlandeses que são simpáticos
e descontraídos. Porém, para esta cultura, a noção do toque e do espaço pessoal são
totalmente diferentes dos povos latinos, são pontuais e adoram pontualidade e é comum
dividir a conta, independentemente do género. Um simples e firme aperto de mão é o
cumprimento adequado entre homens, e mulheres, mesmo entre grandes amigos. Não
é necessário aguardar a iniciativa da mulher, como muitos outros povos exigem.
Os Neerlandeses são muito disciplinados, conservadores, polidos e atentos aos mínimos
detalhes, e um atraso é sinónimo de irresponsabilidade nos Países Baixos. Isso reflete-se
no dia a dia dos negócios, principalmente em relação a prazos e implementação de
projetos
O que caracteriza o estilo neerlandês é ser independente, a hierarquia serve apenas por
conveniência, os direitos são considerados; direitos iguais. É uma sociedade
individualista. e as pessoas valorizam a igualdade, a solidariedade e a qualidade nas suas
vidas profissionais
Os países Baixos exibem uma alta evitação da incerteza, mantêm códigos rígidos de
crença e comportamento e são intolerantes com comportamentos e ideias pouco
ortodoxos. Nessas culturas há uma necessidade emocional de regras (mesmo que as
regras nunca pareçam funcionar), tempo é dinheiro.
Portugal é um país homogéneo, étnica e linguisticamente, o que acarreta um senso de
igualdade entre as pessoas. Os valores culturais são respeitados e preservados, tanto
pelas classes altas como pelas médias e baixas, embora com algumas diferenças culturais
entre estes dois países, numa negociação entre ambos, todos estes detalhes devem ser
levados em consideração e respeitados ,mesmo que as diferenças não apresentem à
priori uma grande divergência de culturas.

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Bibliografia

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/paises-baixos.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/paises-baixos.htm

https://talkandchalk.com.br/origem-da-lingua-holandesa/
https://www.holandaevoce.nl/sobre-o-reino/a-bandeira-e-o-brasao-dos-paises-baixos
https://www.clinkhostels.com/pt-br/guide/cultura-e-costumes-holandeses/
https://melissanaholanda.com/20-costumes-culturais-dos-holandeses/
https://www.hofstede-insights.com/country-comparison/

https://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/curiosidades-sobre-os-paises-
baixos.html

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