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O PCPE está organizado de acordo com os princípios gerais dos PCN’s e, por tanto,
se concentra no engajamento discursivo do aluno “de modo que ele possa inserir-se, de
maneira crítica, nos diversos contextos discursivos em que poderá estar envolvido.”
O documento está dividido em seis campos de atuação pedagógica, que receberam o nome de
eixo. Os eixos são: Compreensão Oral, Compreensão Escrita, Produção Oral, Produção
Escrita, Prática de Análise Linguística e Letramento Literário. O parâmetro pretende orientar
a prática de ensino da língua espanhola para formar crianças e jovens críticos no seu processo
de aprendizagem, onde a escola assumiria a responsabilidade de proporcionar experiências
significativas nos seis eixos formadores.
De acordo com o documento, os eixos da compreensão oral e escrita vão abordar as
respectivas competências discursivas nas mais diversas formas de manifestações linguísticas.
Os fatores cognitivos, perceptivos, atitudinais, afetivos e sociológicos também são pontuados
como importantes para a integração do estudante nas temáticas e nos seus espaços sociais,
levando sempre em consideração os aspectos sócio-histórico-culturais que constituem esses
espaços de integração. Os eixos da produção oral e escrita contribuem para o
desenvolvimento linguístico do estudante, que está além do estudo da pronúncia, do léxico e
da língua alvo, as produções abarcam os conhecimentos socioculturais e pragmáticos, os
saberes necessários e relevantes. Já no eixo da análise linguística traz um novo rumo para o
estudo da gramática, algo que possa possibilitar o melhor entendimento do funcionamento da
linguagem e das suas possibilidades. Por fim, o eixo do letramento literário sendo incluído no
currículo de ensino da língua espanhola traz a oportunidade para os estudantes de
compreender o vínculo da linguagem com a cultura e todos os desdobramentos possíveis.
Para indicar quais etapas do processo de escolarização os eixos deverão estar, o
documento traz um sistema de cores com suas respectivas legendas:
A cor branca indica que a expectativa não precisa ser objeto de intervenção pedagógica
naquela etapa de escolarização, pois será trabalhada posteriormente.
A cor azul claro indica o(s) ano(s) no(s) qual(is) uma expectativa de aprendizagem começa
a ser abordada pelas práticas de ensino, ainda que de forma não sistemática; significa
possibilitar aos estudantes se familiarizarem com conteúdos e conhecimentos.
A cor azul celeste indica o(s) ano(s) no(s) qual(is) uma expectativa de aprendizagem
necessita ser objeto de sistematização pelas práticas de ensino; significa sedimentar
conteúdos e conhecimentos, que permitam o avanço nas temáticas trabalhadas
anteriormente.
A cor azul escuro indica o(s) ano(s) no(s) qual(is) se espera que uma expectativa de
aprendizagem seja efetivada, como condição para o prosseguimento, com sucesso, em
etapas posteriores de escolarização; significa aprofundar conceitos e noções consolidados e
expandi–los para novas situações.
Como dito anteriormente, o eixo da compreensão escrita deve ser relacionado com os
demais eixos, sem uma relação de predominância. Para a compreensão escrita, se pontua as
atividades que se envolvem na leitura. Sendo a leitura entendida como fundamental no
processo educativo e também uma prática social de acesso e produção de conhecimentos. No
documento, a leitura é entendida como essencialmente polissêmica e a relevância do deste
eixo está na compreensão do processo de leitura que inclui o texto escrito, bem como a
compreensão e produção orais (além do vínculo espiralado dos demais eixos).
A leitura é também compreendida como uma atividade de construção de sentidos, ou
seja, não é algo que o texto possua para ser descoberto mas sim construído/produzido pelo
leitor com o texto. O processo de leitura reafirma, questiona e desloca os conhecimentos já
construídos. No que diz respeito, especificamente, ao ensino de espanhol, ler é uma atividade
sociodiscursiva e intelectual fundamental para a formação dos indivíduos. Por tanto, deve ser
estimulada no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, para que eles enfrentem
diversos pontos de vistas acerca de um mesmo tema, que entre em contato com o
conhecimento sócio-cultural produzido no mundo hispano-falante e se posicionar mais
criticamente e mais autonomamente.
Para se trabalhar efetivamente com a oralidade, o documento fala que é preciso pensar
nos gêneros orais e nas situações de interação. Logicamente sem descartar as práticas de
oralização, mas pensar uma produção descolada da rotina de trabalho com a língua
estrangeira. Ensinar oralidade envolve propor situações organizadas e sistematizadas
inserindo o estudante em exercícios com os gêneros textuais orais. Se diferencia textos orais e
textos oralizados, que seriam textos escritos lidos em voz alta. Textos oralizados não
proporcionam a reflexão sobre a língua falada, nem proporcionam a expressão do falante.
O documento defende que a prática da produção oral é uma forma de empoderar os
estudantes na aproximação à língua espanhola, dando a possibilidade de utilização em
situações presentes e/ou futuras, formando um sujeito crítico e autônomo.