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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Corantes alimentícios naturais e sintéticos

EVELLYN PEREIRA OVIEDO


TAINÁ OLIVEIRA VIEIRA
THÁIS MULATO CALABREZ FREITAS
VICTOR MATHEUS CONCEIÇÃO MORAES

Dourados - MS

2021
EVELLYN PEREIRA OVIEDO
TAINÁ OLIVEIRA VIEIRA
THÁIS MULATO CALABREZ FREITAS
VICTOR MATHEUS CONCEIÇÃO MORAES

Corantes alimentícios naturais e sintéticos

Trabalho de pesquisa apresentado na disciplina de Higiene e


controle de qualidade dos alimentos, do 5° Semestre do curso
de graduação em nutrição, da Faculdade de Ciências da Saúde
da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Dourados - MS

2021
Sumário

Introdução...................................................................................................................................4

Definições...................................................................................................................................4

Classificações..............................................................................................................................4

Aplicações...................................................................................................................................5

Principais corantes utilizados......................................................................................................6

Conclusão....................................................................................................................................8

Referencias..................................................................................................................................9
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Introdução

Após o período de lactação materna, os pais cuidam de nossa saúde com alimentos
bem coloridos, como cenouras, tomates, brócolis, uvas, ameixas, beterrabas, entre outros. Os
alimentos ultraprocessados são totalmente coloridos para dar a característica naturais e para
chamar a atenção de seus compradores principalmente das crianças.
Os corantes são substâncias químicas que dão cores específicas e são produzidas
naturalmente pelos seres vivos, tanto vegetais quanto animais, e até mesmo por fungos e
bactérias, sendo que os vegetais usam muitas cores para chamar a atenção de seus
polinizadores.
A cor dos alimentos traz consigo outras correlações além do aspecto visual, ela
influencia a nossa escolha através de associações com o que já vivenciamos, o alaranjado que
indica maturação das frutas, o marrom que nos faz lembrar de algo deteriorado e o azul que
remete a um industrializado.
Os corantes são divididos em artificiais que são aditivos alimentares, usados para dar
cor ou realçar alimentos processados e industrializados e os naturais são extraídas de frutas,
legumes e verduras.

Definições
Todo aditivo alimentar que possui a característica de restaurar a cor, intensificar ou
conferir cor a um alimento é considerado um corante alimentício (Aditivos & Ingredientes,
2009).
“Considera-se corante a substância ou a mistura de substâncias que possuem a
propriedade de conferir ou intensificar a coloração de alimento (e bebida) ” (RESOLUÇÃO -
CNNPA Nº 44, DE 1977).

Classificações

Segundo a resolução Nº 44, de 1977, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para


Alimentos – CNNPA, os corantes alimentícios são classificados em:
 Corante orgânico natural: substâncias isoladas geralmente de vegetais, e alguns
casos animais;
 Corante orgânico sintético: substâncias orgânicas sintetizadas;
o Corante artificial: substâncias orgânicas sintetizadas não encontradas
em produtos naturais;
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o Corante orgânico sintético idêntico ao natural: substância orgânica


sintetizada semelhante ao isolado do produto natural;
 Corante inorgânico: substâncias minerais obtidas a partir de purificação ou
processo de elaboração;
 Caramelo: açúcares submetidos à temperatura superior ao ponto de fusão;
 “Caramelo (processo amônia) - é o corante orgânico sintético idêntico ao
natural, obtido pelo processo amônia, cujo teor de 4-metil-imitazol não deve exceder a
200mg/kg (duzentos miligramas por quilo), equivalentes a um produto cuja intensidade de cor
seja de 20.000 (vinte mil) unidades EGB (EuropeanBeweryConvention) correspondente a
0,076 (setenta e seis milésimos) unidades de absorbância, determinada com solução a 0,1%
(um décimo por cento) peso por volume, em célula de 1 (um) centímetro a 610nm.”
(Resolução CNNPA Nº 11, de 04/07/1978).
A avaliação dos aditivos alimentares no âmbito mundial é baseada no controle da
Ingestão Diária Aceitável (IDA), desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)/
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) (Organización
Mundial de lá Salud, 1995).
De acordo com o JECFA (Joint Expert CommitteeonFoodAdditives – Comitê de
perito em aditivos alimentares), para aditivos alimentares, a ingestão diária aceitável (IDA) é
a quantidade de um aditivo alimentar, baseada no peso corporal, que pode ser ingerida
diariamente durante a vida sem apresentar risco à saúde (WHO, 1987).

Aplicações

As aplicações dos corantes estão diretamente ligadas à sua classificação, podendo ser
branqueadores, corantes (ácidos, básicos, diretos, dispersos, reativos), pigmentos orgânicos e
inorgânicos.
Os corantes branqueadores são utilizados principalmente em detergentes, fibras
naturais, fibras artificiais, fibras sintéticas, óleos, plásticos, sabões, tintas e papel (VELOSO,
2012, p 2). Os corantes básicos, diretos, dispersos e reativos por outro lado são utilizados em
maior quantidade em indústria têxtil, em couros, algodão, entre outros tecidos; os corantes
ácidos são principalmente usados em alimentos, também podendo ser utilizados em fibras
naturais, fibras sintéticas; e os pigmentos orgânicos e inorgânicos são usados principalmente
em tintas gráficas, tintas e vernizes, estamparia têxtil, plásticos. Entre os de melhores
aplicações industriais estão os pigmentos orgânicos a versatilidade de aplicações deve-se não
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apenas ao fato de que pigmentos orgânicos podem ser obtidos de todas as nuances de cores,
mas também de todos os níveis de resistência solicitados pelos materiais onde serão aplicados.
Além disso, pigmentos orgânicos são materiais não poluentes (VELOSO, 2012, p 3).
Já para a indústria alimentícia os corantes naturais mais utilizados têm sido os extratos
de urucum, carmim de cochonilha, curcumina, betalaínas, antocianinas e carotenoides.
(TONIAL, SILVA, 2008, p 50)

Principais corantes utilizados

É a maior e mais importante classe de corantes artificiais utilizados em alimentos são


os corantes azo. Seu nome azo se deve ao grupamento -N=N-, que liga os diferentes anéis das
moléculas. Neste grupo temos o tartrazina, conhecida como causadora de alergias alimentares
e proibida em vários países, mas utilizada no Brasil em alimentos e também em
medicamentos. (Aditivos & Ingredientes, 2009)
A tartrazina (conhecido como sunset), é definido como corantes sintéticos que tem a
finalidade de estabelecem tons de amarelo aos alimentos, é muito utilizado em alimentos em
pó como sucos, mas também em sorvetes, iogurtes e sobremesas lácteas. Esse corante é
classificado como corante azóico. (Aditivos & Ingredientes, 2009)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que a Ingestão Diária Aceitável
(IDA) para a tartrazina seja 7,5 mg/kg de peso corporal.
Quando a ingestão diária de tartrazina é maior que o IDA ocorre várias reações tóxicas
adversas, desenvolvendo urticária, asma, náuseas, eczema, bronquite, rinite, broncoespasmos
e dor de cabeça, principalmente pessoas sensíveis ao ácido acetilsalicílico (AAS) tem mais
chances a ser suscetíveis a essas reações. (Sampaio, 2004)
Os corantes trifenilmetanos é composto por três substancias corantes, o nome deste
grupo vem de sua estrutura química que tem em comum um sistema de três anéis aromáticos e
são muito usados em combinação com outros corantes para se conseguir maior variedades de
cores (Aditivos & Ingredientes, 2009)
Azul patente V é classificada como corantes trifenilmetano e definida como corante
sintético, tem como finalidade de estabelecer tons de azul e são utilizados em bebidas
isotônicas, gelatinas, balas e chicletes coloridos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que a Ingestão Diária Aceitável
(IDA) para o azul patente v seja de 15 mg/kg de peso corporal.
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O azul patente V, que é um sal de cálcio, não mostrou nenhum efeito carcinogênico e
não ocorreu nenhum processo de alergia tóxicas em roedores (LEDERER, 1990) Precisa de
mais estudos em relação a esse corante, pois é um dos corantes mais utilizados nas indústrias
de alimentos.
O grupo dos corantes indigóides possui apenas um corante artificial autorizado no
Brasil, o corante deste grupo é chamado de azul indigotina, é uma versão sintética melhorada
de um antigo corante natural, é definida como corante sintético que tem por finalidade de
estabelecer tom azul royal e com outros corantes estabelecer cores como rosa, anil e roxo, útil
para se associar ao sabor uva e groselha. (Aditivos & Ingredientes, 2009)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que a Ingestão Diária Aceitável
(IDA) para o azul indigotina seja de 5,0 mg/kg de peso corporal.
Segundo Netto (2009), é usado na fabricação nos produtos alimentícios como goma de
mascar, iogurte, balas, caramelos, pós para refrescos artificiais e seus efeitos adversos são
náuseas, vômitos, hipertensão e ocasionalmente alergia, com prurido e problemas
respiratórios.
O grupo dos xantenos apenas a eritrosina é permitida no Brasil para uso em alimentos,
sua coloração varia do rosa ao vermelho dependendo do alimento é utilizada em doces,
iogurtes e refrigerantes quando se deseja correlacionar ao sabor de frutas vermelhas. (Aditivos
& Ingredientes, 2009)
O consumo excessivo do corante eritrosina pode causar aumento de hormônio
tireoidiano no sangue podendo ocasionar hipertireoidismo, devido à possuir 557mg de iodo
em cada grama de produto. (NETTO, 2009)
No que se refere a corantes naturais suas principais fontes são as plantas, animais e
microrganismos (MENDONÇA, 2011)
Os compostos tetrapirrólicos se referem a substâncias como a clorofila presentes em
vegetais que possui uma estrutura com anéis pirrólicos em disposições lineares ou cíclicas.
São de grande importância comercial, pois podem ser usados tanto como antioxidantes como
pigmentos. A clorofila pode apresentar duas colorações azul-esverdeada ou amarelo-
esverdeada, dependo de sua estrutura química. Na indústria é utilizado na composição de
bebidas para atribuir a cor verde. (STREIT et al., 2005)
Os compostos isoprenoides são representadas pelos carotenoides, que são produzidos
por bactérias, fungos, leveduras e principalmente nas plantas. São utilizadas industrialmente
como corantes ou substâncias bioativas em rações, cosméticos, alimentos e fármacos. Sua
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coloração varia do amarelo ao vermelho. É utilizada na fabricação de embutidos de carne e


sopas em pó de preparo instantâneo. (GOMES, 2012)
Os compostos derivados benzopiranos são representados pela antocioninas que são
encontrados apenas em vegetais, sua coloração varia do laranja ao azul de pendendo do pH do
meio em que se encontra, é o corante natural na fabricação de vinhos e sucos de uva. (LOPES
et al., 2007; GOMES, 2012).
Os compostos N-heterocíclicos são representados pelas betalaínas, são metabólitos
secundários das plantas, sua coloração varia do amarelo à púrpura. As betalaínas não possuem
IDA (ingestão diária aceitável) estabelecida. O corante natural vermelho de beterraba é de uso
permitido em bebidas e alimentos que durante o processamento não sejam submetidos a
temperaturas muito altas. (VOLP, RENHE, STRINGUETA, 2009).

Conclusão

Concluímos que os corantes são essenciais para deixar os alimentos industrializados


parecidos com os naturais, ou seja, para dar cor ou apenas acentua-la e temos vastas opções de
corantes tanto como os artificiais como os sintéticos. A diferença entre eles é o ponto chave
na hora da escolha de corantes na produção de alimentos, pois os corantes sintéticos não
mudam sua tonalidade facilmente com temperatura, luz e o pH, mas é limitado o seu uso por
apresentar alguns deles a toxicidade e os naturais citados no trabalho não apresentam efeitos
tóxicos, mas ao seu uso na produção de alimentos são limitados devido a oxidação e a
sensibilidade a luz, pH e a temperatura.
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Referências
 Aditivos & Ingredientes. Os Corantes Alimentícios. Editora Insumos, n 62. 2009.
Disponível em: https://aditivosingredientes.com.br/edicoes/62/maiojunho-2009. Acesso em:
12/03/2020;
 Barros, Augusto Aragão de. A química dos alimentos: produtos fermentados e
corantes. / Augusto Aragão de Barros, Elisabete Barbosa de Paula Barros. – São Paulo:
Sociedade Brasileira de Química, 2010. 88p. - (Coleção Química no cotidiano, v. 4);
 GOMES, L. M. M. Inclusão de Carotenoides de Pimentão Vermelho em
Ciclodextrinas e Avaliação da Sua Estabilidade, Visando Aplicação Em Alimentos. 2012.
108p. Dissertação (Mestre em Ciências Aplicadas), Faculdade de Farmácia, Universidade
Federal Fluminense, Niterói, 2012. Orientadora: Kátia Gomes de Lima Araújo;
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 LOPES, T. J.; XAVIER, M. F.; QUADRI, M. G. N.; QUADRI, M. B. Antocianinas:
uma breve revisão das características estruturais e da estabilidade. R. Bras. Agrociência,
Pelotas, v. 13, n. 3, p. 291-297, 2007;
 MENDONÇA, J. N. Identificação e isolamento de corantes naturais produzidos por
actinobactérias. 2011. 121p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011;
 NETTO, R. C. M. Dossiê corantes. FOOD INGREDIENTS BRASIL, n. 9, 2009.
Disponível em:
https://revista-fi.com.br/upload_arquivos/201612/2016120320277001480616337.pdf. Acesso
em: 15 de março de 2020;
 RESOLUÇÃO - CNNPA Nº 11, DE 1978. Disponível em:
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Njof3_nJFv7MPDC8vHy3OmsrPkRbvA. Acesso em: 12/03/2020;
 RESOLUÇÃO - CNNPA Nº 44, DE 1977. Disponível em:
https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro1244190/resolucao
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 Sampaio, C. Medicamento com corante tartrazina terão advertência, 2004, Redação da
Saúde em Movimento;
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 STREIT, N. M.; CANTERLE, L, P.; CANTO, M. W.; HECKTHEUER, L. H. H. As


Clorofilas. Ciência Rural, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 748-755, 2005;
 TONIAL, IvaneBenedetti., SILVA, Expedito Leite., A química dos corantes naturais:
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 VELOSO, Luana de Andrade., Corantes e Pigmento. Instituto de tecnologia do Paraná.
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 VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. T.; STRINGUETA, P. C. Pigmentos Naturais
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