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CONSELHEIRO LAFAIETE
2018
INTRODUÇÃO
Define-se anemia como uma condição de hemoglobina sanguínea abaixo do normal
(EHO, 2001), podendo ser determinada por diversos fatores.
Cerca de metade dos casos da deficiência de ferro ocorre por insuficiência deste nas
refeições, as outras causas são relacionadas às deficiências de folato, vitamina B12 ou
vitamina A, inflamação crônica, infecções parasitarias e doenças hereditárias (WHO,
2012). Participam dos grupos de risco mais vulneráveis, as crianças menores de dois anos,
gestantes e mulheres em idade fértil.
Ferro heme:
Origem animal, mais bem absorvido, destacando como fontes: carnes vermelhas, vísceras,
carne de aves, suínos, peixes e mariscos.
Veremos a seguir alguns programas criados pelo governo brasileiro como forma de
prevenção da anemia na população, bem como artigos que demonstram a aplicação destes
em determinado grupo.
O PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO
A suplementação profilática com sulfato ferroso é uma medida com boa relação de
custo efetividade para a prevenção da anemia. No Brasil, são desenvolvidas ações de
suplementação profilática com sulfato ferroso desde 2005 – Programa Nacional de
Suplementação de Ferro (PNSF).
Ressalta-se que a suplementação com ácido fólico deve ser iniciada pelo menos 30
dias antes da data em que se planeja engravidar para a prevenção da ocorrência de defeitos
do tubo neural e deve ser mantida durante toda a gestação para a prevenção da anemia.
b) Para crianças pré-termo (< 37 semanas) ou nascidas com baixo peso (< 2.500 g), a
conduta de suplementação segue as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria.
d) As parasitoses intestinais não são causas diretas da anemia, mas podem piorar as
condições de saúde das crianças anêmicas. Por isso, para o melhor controle da anemia,
faz-se necessário que, além da suplementação de ferro, sejam implementadas ações para o
controle de doenças parasitárias como a ancilostomíase e a esquistossomose1 .
e) As crianças e/ou gestantes que apresentarem doenças que cursam por acúmulo de ferro,
como doença falciforme, talassemia e hemocromatose, devem ser acompanhadas
individualmente para que seja avaliada a viabilidade do uso do suplemento de sulfato
ferroso. Ressalta-se que a complementação de ferro oral a essas crianças deve ser
considerada, por apresentarem igual chance de desenvolverem anemia por deficiência de
ferro na fase de crescimento. O diagnóstico das doenças que cursam por acúmulo de ferro
está previsto no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) fase II, que inclui o
diagnóstico da doença falciforme e hemoglobinopatias.
a) As gestantes devem ser suplementadas com ácido fólico no período préconcepção para
prevenção de DTN e durante toda a gestação para a prevenção da anemia. A recomendação
de ingestão é de 400 µg de ácido fólico, todos os dias. Essa quantidade deve ser consumida
pelo menos 30 dias antes da data em que se planeja engravidar até o final da gestação.
b) Com o objetivo de repor as reservas corporais maternas, todas as mulheres até o terceiro
mês pós-parto devem ser suplementadas apenas com ferro, mesmo que por algum motivo
estejam impossibilitadas de amamentar.
V - o monitoramento do programa deverá ser realizado por meio dos sistemas da Atenção
Básica e Assistência Farmacêutica;
1º
Art.
artigo trata-se de uma pesquisa de campo, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva,
no ano de 2011, que demonstrou que as prevalências da carência de ferro em crianças de
diversos estados brasileiros variam entre 19,3% e 82%2. Com a intenção de prevenir
anemia nos grupos vulneráveis, a Organização Mundial da Saúde brasileira criou o
Programa Nacional de Suplementação de ferro (PNSF) sendo, portanto, o objetivo deste
trabalho avaliar a implantação do PNSF no município de Viçosa-MG e seu impacto em
lactentes não anêmicos de 6 a 18 meses de idade, atendidos pelas Equipes de Saúde da
Família (ESF) deste Município.
O trabalho foi realizado na cidade de Pelotas, RS, contendo três avaliações, com
intervalo de 12 meses. Os níveis de hemoglobina foram investigados em um grupo de
crianças de zero a cinco anos de idade, entre maio e junho de 2004, anteriormente à
obrigatoriedade de fortificação das farinhas. Posteriormente, transcorridos 12 e 24 meses
da implantação da medida (2005 e 2006).
Nos três momentos, as mães das crianças foram entrevistadas em domicílio, por
nutricionistas previamente treinados. Foram coletadas as seguintes informações sobre as
crianças e suas famílias: demográficas; socioeconômicas; história prévia de anemia; se
esteve doente nos últimos 15 dias; características da alimentação atual; padrão de consumo
de farinhas, baseado no consumo semanal de alimentos à base de farinhas como pães,
biscoitos, massas, bolos e polentas, atribuindo-se o valor zero quando o consumo era
raramente/nunca, 2,5 quando 2 a 3 dias por semana, 5 quando 4 a 6 dias por semana e sete
quando diário); prática de aleitamento materno; e, ingestão de macro e micronutrientes.
Em conclusão, a fortificação das farinhas com ferro não foi efetiva em promover
aumento nas médias de hemoglobina em crianças de zero a 71 meses, após um e dois anos
de consumo. Isso pode ser parcialmente explicado pelo consumo de quantidades
insuficientes de farinhas por crianças dessa faixa etária, pela baixa biodisponibilidade do
ferro adicionado ou ainda pela ingestão habitual de alimentos ricos em inibidores da
absorção de ferro. Recomenda-se que seja realizada monitorização do tipo de ferro
adicionado às farinhas, assim como estudos de avaliação da sua biodisponibilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FORMOSO, M. C et al. Efeito da fortificação de farinhas com ferro sobre anemia em pré-
escolares, Pelotas, RS. Revista Saúde Pública, Pelotas, 2007, v. 41. n. 4, p. 539-48.