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Autor:
Vinicius de Oliveira
07 de Fevereiro de 2022
. Túlio Lages
Aula 00
Vinicius de Oliveira
Aula 03
Introdução ........................................................................................................................................................... 2
Perguntas ...................................................................................................................................................... 19
Conclusão .......................................................................................................................................................... 23
Gabarito ....................................................................................................................................................... 27
INTRODUÇÃO
Olá, pessoal, tudo bem?
Daremos agora mais um Passo Estratégico rumo à aprovação! Hoje abordaremos a Lei nº 8.429 (Lei de
Improbidade Administrativa).
IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO
A Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) possui um grau de incidência de 45,4% nas
questões analisadas, possuindo importância MUITO ALTA no contexto geral da matéria, conforme o seguinte
esquema de classificação:
% de Cobrança Importância
Até 5% Baixa
De 6% a 15% Média
De 16% a 30% Alta
31% ou mais Muito Alta
Bom, dentro da Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), os tópicos são assim distribuídos,
em ordem decrescente de cobrança:
Tópico % de cobrança
Conceitos Gerais 33%
Prejuízo ao Erário 29%
Atentado contra Princípios da Administração Pública 22%
Enriquecimento Ilícito 13%
Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou
3%
Tributário
A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do assunto e, ao
mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.
Para revisar e ficar bem preparado no assunto Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa - LIA),
você precisa, basicamente, seguir os passos a seguir:
Lembre-se que a Lei nº 14.230/2021 trouxe alterações relevantes para o tema Improbidade
Administrativa, sendo a principal delas a proibição do sancionamento de atos culposos, ao dispor que
a ilegalidade, sem comprovação de dolo, não configura ato de improbidade.
Além disso, afastou-se ainda o dolo genérico, exigindo-se a comprovação de dolo específico do
agente em praticar os atos de improbidade descritos nos artigos 9º, 10 e 11.
Para fins da Lei de Improbidade Administrativa, é considerado agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função em entidade pública.
Aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática
do ato de improbidade também pode ser considerado sujeito ativo para fins da Lei de
Improbidade Administrativa.
Lembre-se que os atos de improbidade são aqueles que violam a probidade na organização do Estado
e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
A Lei nº 8.429 prevê sanções de natureza administrativa, civil e penal. A Lei 14.230/21 incluiu a
previsão de que as sanções somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença
condenatória.
Perda da função pública e suspensão dos direitos Políticos. As bancas adoram inverter essas
informações, portanto não caia nessa pegadinha!
A Lei de Improbidade Administrativa não prevê sanções penais para os atos de improbidade.
A única sanção penal prevista na LIA é a destinada àquele que apresenta denúncia
sabidamente infundada, conduta que, no entanto, não configura ato de improbidade
administrativa propriamente dito.
Enriquecimento
Prejuízo ao erário Lesão a princípios
ilícito
Conduta Ação Ação ou omissão Ação ou omissão
Elemento subjetivo Dolo Dolo Dolo
Perda dos bens e valores
Sempre Se for o caso -
acrescidos
Integral, se houver Integral, se houver Integral, se houver
Ressarcimento ao erário
dano efetivo dano efetivo dano efetivo
Perda da Função pública Cabível Cabível -
Suspensão dos
Até 14 anos Até 12 anos -
direitos políticos
Até 24 vezes a
Igual ao acréscimo Igual ao dano ao
Multa civil remuneração do
patrimonial erário
agente
Proibição de contratar
com o Poder Público ou Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
receber benefícios
O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente está
sujeito apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido.
Essa responsabilidade sucessória aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei,
e notadamente:
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial efetiva;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;
XXI - revogado;
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
Perceba que o agente público que conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
relativo ao ISS (tributo regulado pela Lei complementar 116) de forma contrária ao que dispõe
os dispositivos acima estará praticando um ato de improbidade administrativa.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
I - revogado
II - revogado
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando
em risco a segurança da sociedade e do Estado;
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço.
IX - revogado
X - revogado
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas;
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover
inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras,
de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em
prova, considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as
inovações no conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.
Dentro do assunto Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), os pontos mais cobrados são os
seguintes:
Auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida, direta ou
indireta, em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade pública. Atenção aos
verbos: Receber, utilizar; adquirir.
Qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres de órgão ou entidade pública. Se liga nos
verbos: Permitir ou concorrer, frustrar a licitude de licitação (se houver perda patrimonial efetiva); realizar
despesa pública de forma irregular.
Qualquer ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e
lealdade às instituições, bem como outros princípios da Adm. Pública. Exemplos: praticar ato visando fim
proibido ou diverso daquele previsto em lei; revelar informação sigilosa; deixar de prestar contas; frustrar a
licitude de concurso público ou de licitação (se não houver perda patrimonial efetiva).
1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto, considerando
que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos ou minimamente
razoáveis.
QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para a sua
prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas que você
faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.
Conceitos Gerais
Art. 2° Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor
público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (...)
Art. 3° As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
Observe que a prática de ato de improbidade por particular depende da participação de agente público para
sua configuração.
Gabarito: Certo.
Art. 8° O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer
ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou
do patrimônio transferido.
Gabarito: Certo.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei,
e notadamente:
(...)
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado.
Gabarito: Errado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma
única vez por igual prazo, mediante decisão motivada.
Gabarito: Certo.
A suspensão dos direitos políticos é prevista apenas nas hipóteses previstas nos incisos I e II do art. 12 (I -
enriquecimento ilícito, e II - lesão ao erário). A propósito, vale lembrar que não existe em nosso ordenamento
qualquer possibilidade de cassação de direitos políticos.
Gabarito: Errado.
Gabarito: Errado.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Gabarito: Certo.
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério
Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei.
Gabarito: Errado.
Prejuízo ao Erário
O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com
fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
Gabarito: D
Gabarito: Certo.
De fato, negar publicidade aos atos oficiais configura ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública (art. 11, IV). No entanto, há exceções, conforme o novo texto da Lei:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (...)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (...)
Gabarito: Errado.
Enriquecimento Ilícito
(...)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
(...)
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
(...)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...)
Gabarito: Certo.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei,
e notadamente:
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado.
Gabarito: Errado.
Perguntas
2. É possível que um ato de improbidade administrativa seja praticado exclusivamente por particular?
3. Considere que um agente público, contratado para o exercício de função transitória e não
remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica indevida em
razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da ausência
de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras e às
penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.
4. Para que haja ressarcimento integral do dano, é necessária a comprovação a intenção do agente
em lesar o erário?
8. Qualquer pessoa pode propor ação para apuração de ato de improbidade administrativa?
10. É possível o afastamento do agente público do exercício do cargo pela via administrativa?
A Lei nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa abrange toda a Administração Pública direta e
indireta, de todos os Poderes de todas as esferas de governo, conforme art. 1º:
2. É possível que um ato de improbidade administrativa seja praticado exclusivamente por particular?
Não. Para que as disposições da LIA sejam aplicáveis a um particular, deve necessariamente haver
participação de um agente público. Assim, aquele que não se enquadra na definição de agente público pode
apenas induzir ou concorrer dolosamente para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiar, mas
não o praticar de forma isolada.
3. Considere que um agente público, contratado para o exercício de função transitória e não
remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica indevida em
razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da ausência
de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras e às
penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.
Não. A definição da LIA acerca de agente público é ampla, abrangendo todos aqueles que exercem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por qualquer forma de investidura ou vínculo, qualquer função
na Administração Pública.
4. Para que haja ressarcimento integral do dano, é necessária a comprovação a intenção do agente
em lesar o erário?
Sim. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e
comprovadamente, perda patrimonial, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
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Embora possa ter consequências na esfera criminal, o ato de improbidade administrativa caracteriza um
ilícito de natureza civil.
ATENÇÃO: A LIA não institui sanções penais para aquele que comete ato de improbidade administrativa.
Vale frisar também que aplicação das sanções previstas na LIA independe:
8. Qualquer pessoa pode propor ação para apuração de ato de improbidade administrativa?
Não. Segundo o art. 14 da LIA, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
No entanto, a ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público, e seguirá o
procedimento comum previsto no Código de Processo Civil, salvo o disposto nesta Lei.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
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Essa é a única sanção penal estabelecida pela LIA, mas perceba que não se trata de pena aplicável a ato de
improbidade administrativa, mas sim à representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
10. É possível o afastamento do agente público do exercício do cargo pela via administrativa?
Não. A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução
processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
ATENÇÃO: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória.
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CONCLUSÃO
Bem pessoal, encerramos aqui mais um Passo Estratégico.
Gustavo Garcia
Vinícius de Oliveira
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Com base na Lei n.º 8.429/1992, que trata de improbidade administrativa, julgue o próximo item.
As sanções decorrentes de prática de atos de improbidade administrativa podem ser aplicadas aos agentes
públicos e aos particulares.
As cominações da lei de improbidade administrativa alcançam os sucessores daquele que causar lesão ao
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.
9
3. (CESPE / TCE-PE – Analista de Gestão - 2017)
À luz das disposições da Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa — e suas alterações,
julgue o item a seguir.
As instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes; no entanto, a aprovação das
contas do gestor público pelo seu respectivo tribunal de contas impede a aplicação de sanções relativas à
condenação por ato de improbidade administrativa.
Cometerá crime de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a servidora pública
que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao de mercado, cartucho de impressora de empresa
pertencente a seu familiar.
Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item
subsequente.
A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade administrativa
que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de
improbidade que atentem contra os princípios da administração pública.
À luz das disposições da Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa — e suas alterações,
julgue o item a seguir.
As pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa estão sujeitas às cominações previstas na
legislação correspondente, como, por exemplo, a cassação de direitos políticos.
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Para assinar o termo de posse, o servidor deverá apresentar declaração de bens e valores que constituem
seu patrimônio e declaração quanto ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública.
O cidadão que ajuizar representação por ato de improbidade administrativa contra agente público que ele
sabe ser inocente incorrerá em crime e estará sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais ou
morais que houver provocado.
A legitimidade ativa para propor a ação de improbidade administrativa é sempre da pessoa jurídica que
foi vítima do ato de improbidade, cabendo ao Ministério Público intervir na demanda apenas na condição
de fiscal da lei.
Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do patrimônio de uma autarquia pública estadual
por preço inferior ao de mercado, determinado agente público causou lesão ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como constatou-se o nexo
causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de enriquecimento pessoal do agente,
nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa —, o
ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado o dolo ou a
culpa do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse caso, a
comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que não houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser omissiva ou
comissiva, uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente para tal a
comprovação da culpa do agente público.
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Situação hipotética: Determinado servidor público, técnico de informática, com o desejo de se destacar
entre os demais colegas de setor, criou um novo software para a proteção de dados de concurso público.
No entanto, como ele não detinha todos os conhecimentos necessários para a realização de tal
empreitada, ocorreu vazamento de informações de provas por falha no funcionamento do referido
software.
Assertiva: Nessa situação, a ação do servidor configurou ato de improbidade administrativa porque
frustrou a licitude de concurso público.
Servidor público que omitir ou negar a publicidade de qualquer ato oficial incorre em improbidade
administrativa.
Um servidor público comentou, em um almoço com os amigos, os detalhes de um processo que tramitava
em sua repartição e que, formalmente, deveria permanecer em segredo. Nessa situação, o ato cometido
pelo funcionário configura ato de improbidade administrativa, mesmo se considerando que os amigos não
tivessem interesse nem possibilidade de se beneficiarem das informações fornecidas pelo servidor.
Valer-se do trabalho de servidores terceirizados constitui ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito; aceitar garantia insuficiente na realização de operação financeira é ato de
improbidade que causa prejuízo ao erário; e descumprir exigência de requisitos de acessibilidade previstos
na legislação é ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.
Cometerá crime de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a servidora pública
que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao de mercado, cartucho de impressora de empresa
pertencente a seu familiar.
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Gabarito
1. CERTA
2. CERTA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. CERTA
6. ERRADA
7. ERRADO
8. CERTA
9. ERRADA
10. Letra D
11. CERTA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. ERRADA
15. CERTA
16. ERRADA
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