Você está na página 1de 4

PROCEDIMENTO PARA COLETA E PROCESSAMENTO DE AMOSTRAS CLÍNICAS PARA

PESQUISA DE ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B (GBS)

Streptococcus agalactiae é encontrado na mulher como saprófita vaginal e comum


colonizador retal. A colonização por este microrganismo pode ser transitória, crônica ou intermitente e
tem sido isolado em culturas do trato genital e/ou gastrointestinal baixo de mulheres grávidas. Pode
colonizar o trato vaginal, urinário e mais frequentemente o trato gastrointestinal sem causar sintomas.
Sua maior relevância médica está principalmente, em casos de gestantes colonizadas, que podem vir
a contaminar seus filhos no momento do parto e provocar quadros graves de septicemia e meningite
nos neonatos, além de endometrite puerperal, amnionite e infecções de feridas na mãe. Muitos
neonatos, particularmente prematuros, nascidos de mães colonizadas pelo estreptococo do grupo B e
talvez infectadas ainda no útero, podem estar criticamente doentes ao nascer, tendo um baixo
prognóstico e uma mortalidade de 15% a 20%.

A infecção neonatal apresenta-se sob duas formas: precoce e tardia. A forma precoce é
mais frequente (80%), ocorrendo nos primeiros sete dias de vida, sendo a transmissão por via
ascendente antes do parto ou durante a passagem pelo canal de parto. Esta forma evolui como
bacteremia, sepse, pneumonia e meningite. Os sintomas surgem na maioria das vezes logo após o
nascimento, causando um desconforto respiratório de 35% a 55% dos pacientes. A sepse está
presente em torno de 25% a 40% dos casos em evolução para choque séptico em torno de 24 horas
de vida. A meningite pode ocorrer de 5% a 15% dos recém-nascidos e a evolução para óbito ocorre
geralmente no segundo dia de vida. A forma tardia afeta recém-nascidos de sete dias até doze
semanas de idade, sendo que a sua transmissão pode ser vertical, horizontal ou nosocomial. A
manifestação clínica mais comum é meningite (30% a 40%), bacteremia (40%), artrite séptica (5% a
10%) e raramente onfalite e osteomielite.

Considerando a importância clínica da pesquisa de Streptococcus do grupo B e seu


emprego rotineiro em gestantes, de 35 a 37 semanas de gestação, a Laborclin, visando as melhores
práticas e resultados, oferece a seus clientes o caldo Todd Hewitt, que é um meio nutritivo e seletivo
para o isolamento de espécies de estreptococos em amostras clínicas contendo flora mista,
considerado padrão ouro para o pré-cultivo destas cepas.

O meio Todd Hewitt é altamente nutritivo, considerando sua formulação com peptonas,
dextrose e sais. Sendo a dextrose um forte estimulante da hemolisina e os sais assumindo o papel de
tampão controlador da acidez que inativa a hemolisina. O emprego de ácido nalidíxico e gentamicina
na formulação do meio proporcionam a inibição da grande maioria dos microrganismos não-
estreptococos. Desta forma, conforme literatura, a utilização do caldo Todd Hewitt aumenta em até
50% a capacidade de isolamento de Streptococcus do Grupo B.

Imunologia Laborclin produtos para laboratórios ltda


REV 02 – 06/2017 Microbiologia R. Casimiro de Abreu 521 - Vargem Grande - Pinhais - Paraná
Fone/fax (41) 3661-9043 CEP 83.321-210
Bioquimica CNPJ 76.619.113/0001-31 - Inscrição Estadual 137.00129-26
Hematologia www.laborclin.com.br - e-mail: sac1@laborclin.com.br
COLETA

1 - Amostra Vaginal
- Retirar o swab do tubo (preferencialmente em meio de Amies ou, como segunda opção Stuart, com
ou sem carvão). Cuidado para não encostar a área absorvente do swab em nenhum local.
- Sem o uso de espéculo, afastar os grandes lábios vaginais, introduza a ponta absorvente dentro da
vagina (cerca de 3 cm, terço distal) fazendo suaves movimentos giratórios. Cuidado para não
introduzir o swab além dos 3 cm de profundidade.
- Colocar o swab dentro do tubo com a ponta para baixo, verificando se a ponta absorvente está
dentro do meio e feche o tubo.
- Identificar o swab e a descrição: Material Vaginal.

2 - Amostra Anal
- Retirar o swab do tubo (preferencialmente em meio de Amies ou, como segunda opção Stuart, com
ou sem carvão). Cuidado para não encostar a área absorvente do swab em nenhum local.
- Afastar as nádegas e introduzir toda a ponta do swab dentro do ânus (cerca de 1 cm), fazendo
suaves movimentos giratórios.
- Colocar o swab dentro do tubo com a ponta para baixo, verificando se a ponta absorvente está
dentro do meio e feche o tubo.
- Identificar o swab e a descrição: Material Anal.

Observações
- No período anterior à coleta, não usar ducha ginecológica.
- Manter abstinência de relação sexual nas últimas 24 horas anteriores à coleta.
- Não fazer uso de antissépticos, medicações tópicas e uso de antibiótico oral. Caso o paciente já
esteja fazendo o uso destes medicamentos, deve-se fazer a coleta 48 horas após o término do
medicamento tópico e 7 dias no caso de antibiótico oral.
- Não há necessidade de realização de antissepsia prévia.
- Não deve ser realizada coleta cervical e/ou endocervical.

TRANSPORTE DAS AMOSTRAS


As amostras devem ser mantidas em temperatura ambiente (20 a 25ºC) e encaminhadas ao
laboratório no período de até 12 horas após a coleta. Não é necessária a realização de esfregaço
para microscopia.

Imunologia Laborclin produtos para laboratórios ltda


REV 02 – 06/2017 Microbiologia R. Casimiro de Abreu 521 - Vargem Grande - Pinhais - Paraná
Fone/fax (41) 3661-9043 CEP 83.321-210
Bioquimica CNPJ 76.619.113/0001-31 - Inscrição Estadual 137.00129-26
Hematologia www.laborclin.com.br - e-mail: sac1@laborclin.com.br
PROCESSAMENTO

a- Retirar os tubos com caldo Todd Hewitt a serem uitilizados do congelador, tomando o cuidado para
não descongelar mais unidades que serão utilizadas. O recongelamento pode diminuir a ação dos
inibidores.
b- Deixar que adquiram a temperatura ambiente;
c- Remover os swabs do meio de transporte. Semear no caldo Todd Hewitt, dispersando a amostra
sob agitação de forma a promover a maior transferência possível de material para o caldo. A
utilização do swab flocked melhora a coleta e aumenta a possibilidade do isolamento dos patógenos.
Se o swab permitir, pode-se quebrar sua alça deixando a ponta imersa no meio;
d- Fechar o tubo e incubar em estufa bacteriológica a 35 a 37ºC durante 18 a 24 horas em tensão de
CO2.
e- Repicar uma alçada com 10µL do caldo Todd Hewit para uma placa de agar sangue ou outro meio
que propicie a recuperação dos estreptococos estudados.
f- Incubar em estufa bacteriológica a 35 a 37ºC durante 18 a 24 horas em tensão de CO2.
g- Examinar e identificar as colônias sugestivas para estreptococcus do grupo B.
h- Se não houver crescimento após 24 horas de incubação, deve-se reincubar por mais 24 horas.

Características
Em ágar sangue o S. agalactiae apresenta colônias maiores que os outros estreptococos. A borda de
hemólise apresenta-se menor comparando com as dos estreptococos do grupo A, sendo que
aproximadamente 8 a 11% dos S. agalactiae não apresentam hemólise. As colônias devem ser
identificadas seguindo procedimento do laboratório, utilizando por exemplo provas de coloração de
gram, catalase, Camp-test, hidrólise com hipurato, testes sorológicos entre outros.

Imunologia Laborclin produtos para laboratórios ltda


REV 02 – 06/2017 Microbiologia R. Casimiro de Abreu 521 - Vargem Grande - Pinhais - Paraná
Fone/fax (41) 3661-9043 CEP 83.321-210
Bioquimica CNPJ 76.619.113/0001-31 - Inscrição Estadual 137.00129-26
Hematologia www.laborclin.com.br - e-mail: sac1@laborclin.com.br
Sugestão para Identificação das colônias suspeitas

MATERIAIS NECESSÁRIOS:
510077 - TODD HEWITT-CALDO-AB-4mL-TB13X100-CX10TB
570185 - SWAB 108C AMIES S/CARVAO-COPAN-PC 50UN
540159 - SANGUE-AGAR-TSA-20mL-PL 90X15-PC 10PL
570197 - PEROXIDO HIDROGENIO-10V-FR 10mL
660674 - S.AUREUS LB 25923-1mL-FR 1UN
570202 - CRIOTUBO-TSB/GLICEROL-1mL-CX 8TB

REFERÊNCIAS:
KONEMAN, Elmer; et al. Diagnóstico Microbiológico. Lippincott : USA, 6.ed. 2008.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Perinatal group B streptococcal disease after
universal screening recommendations. United States, 2003-2005. MMWR Morb Mortal Wkly Rep.
2007;56 (28):701-5.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Trends in perinatal group B streptococcal disease.
United States, 2000-2006. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2009;58 (5):109-12.

*Consultar bula do produto, disponível em www.laborclin.com.br.

Imunologia Laborclin produtos para laboratórios ltda


REV 02 – 06/2017 Microbiologia R. Casimiro de Abreu 521 - Vargem Grande - Pinhais - Paraná
Fone/fax (41) 3661-9043 CEP 83.321-210
Bioquimica CNPJ 76.619.113/0001-31 - Inscrição Estadual 137.00129-26
Hematologia www.laborclin.com.br - e-mail: sac1@laborclin.com.br

Você também pode gostar