O sentimento de injustiça não é só o terceiro consenso moçambicano, é também a coisa melhor distribuída entre a maioria dos homens. (NGOENHA, 2019: 250)
O sentimento de injustiça não é só o terceiro consenso moçambicano, é também a coisa melhor distribuída entre a maioria dos homens. (NGOENHA, 2019: 250)
O sentimento de injustiça não é só o terceiro consenso moçambicano, é também a coisa melhor distribuída entre a maioria dos homens. (NGOENHA, 2019: 250)
g) Autor de uma vasta gama de obras, artigos e estudos.
h) Candidato a Professor Catedrático na UP com o projecto “A
Intercultura como alternativa a governação Biopolítica”.
2. Apresentação do livro (In)Justiça: Terceiro grande
consenso moçambicano. Organizador: Severino Elias NGOENHA.
O sentimento de injustiça não é só o terceiro consenso
moçambicano, é também a coisa melhor distribuída entre a maioria dos homens. (NGOENHA, 2019: 250)
O livro é composto por 13 capítulos dos quais o 1º e o último são da
autoria do Prof.Ngoenha. No primeiro capítulo, escrito em forma de uma nota introdutória, o autor parte da necessidade do consenso (p.5) em todas as sociedades ou comunidades para chegar a interrogar-se sobre a injustiça como o 3º grande consenso moçambicano. Porquê 3º grande consenso? Permitam-me deixar ao leitor a resposta a esta pergunta pois é aqui onde irá sentir – como a água do lanho no lanho – o sabor da construção do conhecimento.
Ora, será que a injustiça é consensual porque é desejável? A
injustiça não é desejável, sobretudo quando não é para o auto- beneficio. Por isso, Ngoenha propõe, no último capítulo do livro, um novo conceito de justiça – a justiça costureira, a justiça ujaama. Esta, diferente da justiça das ilhas do conforto, não está para separar, nem julgar, mas para “coser, juntar, resgatar e restaurar a comunidade” (p.256)
Uma tal justiça é possível em Moçambique? Como Cuco mostra,
com muita elegância discursiva, no 2º capitulo “Direito: Uma necessária problematização”, a justiça costureira porque emanada das profundezas da alma artística e filosófica local só pode ser possível se interrogarmos o nosso Direito pois o seu fim é a justiça e a liberdade.
O Direito moçambicano actual, apesar dos diversos esforços, ainda
repousa sobre pressupostos de uma justiça que separa, que não restaura, uma justiça que olha, com relativa indiferença, para o apartheid generalizada (Sloterdijk) criando ilhas de conforto num mar de desconforto. É preciso que o Direito moçambicano vá aurir das profundezas dessa alma artística e filosófica local para poder, com efeito, torna-se mais moçambicano. Não se pretende com tal propósito, um ensimesmar-se do Direito moçambicano, mas sim um constante diálogo entre o endógeno e exógeno. É neste permanente diálogo entre o exógeno e endógeno que se abrem as possibilidades de interrogar o Direito Internacional, os Direitos humanos, as relações com os nossos parceiros como argumentam o capítulos 3 (escrito por António Tomo), capítulo 8 (escrito pelo saudoso Mário Alberto Viegas), capítulo 11 (escrito por Thomas Kesselring). É também no mesmo diálogo entre o exógeno e endógeno, onde se abrem possibilidades de indagar a nossa praxis, as nossas tradições de tal forma que aperfeiçoamos a nossa justiça ou construímos novas utopias como dissertam os capítulos 4 (escrito por Camilo Jimica), cap.6 (escrito por Custódio Duma), cap.7 (escrito por Laura António Nhaueleque), cap.8 (escrito por Luis Cipriano Manuel), cap.9 (escrito por Tiago Tendai Chingore), cap.10 (escrito por António dos Santos Mabota), cap.12 (escrito por Sérgio São Bernardo) e cap.13 (escrito por Severino E. Ngoenha).
Com estas considerações, quero convidar ao auditorium para entrar