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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

17º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo


Universidade Federal de Goiás (UFG) – Goiânia (GO) – Novembro de 2019
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A crise e o jornalismo: uma análise dos artigos sobre o


tema publicados nos periódicos brasileiros
Camilla Quesada Tavares1
Letícia Holanda de Sousa2

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Resumo: O objetivo deste paper é de investigar o que se tem publicado sobre a temática da crise
do jornalismo no Brasil. Considerando que essa tem sido uma das principais preocupações tanto
do mercado quanto da academia, o trabalho visa identificar, de modo sistematizado, a produção
científica sobre o assunto. Busca-se, desta forma, compreender o que se tem identificado entre os
estudos brasileiros, qual a característica desses trabalhos e quais autores e instituições estão mais
à frente nessa discussão. Para isso, foram analisados 17 periódicos da área da Comunicação e
Informação da Capes, dos estratos A1, A2, B1, B2 e B3, que publicam sobre jornalismo. Ao todo,
foram encontrados 53 artigos, categorizados a partir da análise de conteúdo quantitativa, aplicada
pelo viés da técnica bibliométrica. Os resultados indicam que a produção ainda é pequena e ma-
joritariamente teórica.

Palavras-chave: jornalismo; crise do jornalismo; produção científica; artigos; bibliometria.

1. Introdução
Este paper tem por objetivo investigar o que se tem publicado sobre a crise do jorna-
lismo no Brasil. Muito se fala sobre a crise pela qual passam os veículos jornalísticos,
mas pouco se observa essa discussão presente na academia. Deste modo, este trabalho

1
Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA/Imperatriz). Doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). E-mail:
camilla.tavares8@gmail.com.
2
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Aluna especial do mestrado em Comunicação da UFMA/Imperatriz. E-mail: letyhollanda@gmail.com.

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busca preencher esta lacuna de investigação, já que outras produções mostraram que a
investigação sobre a crise está mais avançada na literatura internacional.
Alguns autores defendem que o jornalismo é marcado por crises (BREESE, 2016).
Ela é caracterizada, segundo Zelizer (2015), por alguma combinação de percepção de
súbita perturbação, urgência ou perda e a necessidade de assistência externa para com-
pensar o desamparo e alcançar a recuperação. Ela pode ser de ordem política, econômica,
moral, ocupacional e tecnológica (ZELIZER, 2015). O que se tem visto, de modo geral,
é uma crise impulsionada principalmente por questões financeiras e tecnológicas (SILES
& BOCZKOWSKI, 2012).
Considerando que a crise varia de acordo com os diferentes sistemas de mídia (HAL-
LIN & MANCINI, 2004; NIELSEN, 2016), é importante compreender como ela tem sido
percebida pelos pesquisadores brasileiros. É possível falar num campo de estudo sobre a
crise do jornalismo, no Brasil? O que se sabe e o que precisa ser investigado? Quando
estudada, esse período de tranformação é compreendido de que forma pelos pesquisado-
res brasileiros? Visando contribuir com essa linha de estudos, analisamos 17 periódicos
científicos da área da Comunicação e Informação, dos estratos A1, A2, B1, B2 e B33, que
publicam sobre jornalismo no Brasil. Ao todo foram encontrados 53 artigos, divididos em
14 revistas4. A coleta foi realizada a partir de um livro de códigos desenvolvido para a
pesquisa, que identifica diversas características dos trabalhos, deste a autoria até temas
específicos e metodologias utilizadas. A partir do objetivo deste texto, trabalha-se com as
seguintes variáveis: palavras-chaves, tipo de estudo, objeto de estudo, tipo de método,
técnicas de pesquisa, número de ferramentas, contexto teórico e abrangência.
A partir desta introdução, o paper está dividido da seguinte maneira: o tópico seguinte
é dedicado à discussão sobre a crise do jornalismo e o que já se tem identificado sobre ela
no contexto internacional e nacional; a terceira seção é dedicada à apresentação das fer-
ramentas metodológicas utilizadas nesta pesquisa; na sequência são apresentados os da-
dos e, por fim, têm-se as conclusões.

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Considerando-se a avaliação 2013-2016 da Capes.
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Em três periódicos selecionados não foram encontrados nenhum artigo sobre a temática. Para saber
mais, ver o tópico sobre a metodologia.

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2. A pesquisa sobre crise do jornalismo na literatura nacional e in-


ternacional
Desde meados dos anos 2000, os jornais impressos de vários países têm enfren-
tado alguns problemas, e o financeiro parecer ser o central deles (SILES & BO-
CZKOWSKI, 2012). Com a internet, a publicidade, principal fonte de renda dos impres-
sos do ocidente, tornou-se mais segmentada e pulverizada, já que a partir dessa tecnolo-
gia, ter acesso ao público não dependia mais somente dos grandes veículos jornalísticos.
Aliado a isso, têm-se ainda as possibilidades que a internet abre no que diz respeito à
produção e distribuição de conteúdo. Apesar de muitos impressos estarem desaparecendo
(BIRD, 2009), outros têm abandonado a publicação impressa diária para se dedicar ex-
clusivamente ao online, como é o caso do Jornal do Brasil desde 2010; e da Gazeta do
Povo, objeto desta pesquisa, desde 2017.
O jornalismo tradicional, hegemônico, que ocupava uma posição de destaque e de
detentor da informação tomada como verdadeira, viu-se num cenário aonde a competição
não se restringia apenas aos outros veículos jornalísticos. Há também os agentes que antes
não faziam parte desse campo, como os nativos digitais (GARCÍA-PERDOMO et al,
2017), blogueiros, e até mesmo as redes sociais e buscadores, como o Google, que acabam
exercendo um papel importante de seletores de conteúdos (POELL & VAN DIJCK, 2014;
RUSSIAL, LAUFER & WASKO, 2015; TANDOC JR & MAITRA, 2017).
O que se observa, portanto, é que a crise do jornalismo não é causada apenas por
um motivo, mas por um conjunto de fatores que incidem diretamente nos veículos, vari-
ando de acordo com cada contexto. A demarcação do tempo, espaço e modos de invocá-
la não são iguais, especialmente em se tratando do jornalismo. Diferentes países, com
diferentes sistemas de mídia (HALLIN & MANCINI, 2004; CHADWICK, 2013; NIEL-
SEN, 2016) e de modelos de jornalismo (CHALABY, 1996; NEVEU, 2006) tendem a
experimentar diferentes tipos de crise.
Segundo Siapera, Papadopoulou e Archontakis (2015), a crise do jornalismo pode
ser um momento crucial para novas formas de jornalismo emergirem, e alguns autores já
propõem maneiras de transformar essa fase em oportunidade de crescimento e reinvenção
(SILES & BOCZKOWSKI, 2012). Picard (2006) e Usher (2010) enfatizam a necessidade
de abraçar completamente a internet e outras tecnologias de comunicação. Outros autores
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veem a nova mídia como uma oportunidade de inovação para as organizações de notícias,
pois permitem: incorporar leitores no processo de criação de notícias (GILLMOR, 2006);
encontrar modelos econômicos alternativos (PICARD, 2006) e reduzir os altos custos de
produção associados à impressão (ROBINSON, 2011). O jornalismo hiperlocal também
figura entre uma das soluções (SILES & BOCZKOWSKI, 2012), já que incentivaria, em
tese, a fidelização dos leitores (WEBER, 2014).
Para Nichol e McChesney (2010), a crise econômica tem levado o jornalismo para
o buraco, e não basta achar um modelo de negócio comercial para sair dela porque é
necessário repensar o papel do jornalismo nas sociedades democráticas. Os autores lem-
bram que para existir uma sociedade livre, é necessário que haja uma imprensa livre,
independente e perspicaz. A soberania popular não existe sem cidadãos informados,
sendo que cidadãos informados não podem existir sem um jornalismo confiável (NI-
CHOLS & McCHESNEY, 2010). Portanto, é um equívoco perigoso achar que o jorna-
lismo é um negócio como qualquer outro.
A evolução tecnológica teria o seu papel neste cenário e ela, de fato, pode colabo-
rar na democratização e melhorar consideravelmente o jornalismo. Porém, isso só ocorre
se houver uma redação consolidada, com fontes de recursos suficientes e mão de obra
adequadamente remunerada (NICHOLS & McCHESNEY, 2010).
Nessa mesma linha, Creech e Nadler (2017) também consideram que a qualidade
do jornalismo, bem como sua função democrática, é mais importante para se pensar uma
saída do que os discursos da “inovação”. A partir de uma leitura crítica de mais de 50
relatórios produzidos pelos principais centros de estudos sobre o jornalismo – como o
The Knight Foundation, The Tow Center for Digital Journalism da Universidade de Co-
lumbia, The Nieman Foundation for Journalism da Universidade de Harvard, The Ame-
rican Press Institute e Tow-Knight Center for Entrepreneurial Journalism da Universidade
de Nova York -, os autores argumentam que a saída da inovação enquadra a crise con-
temporânea do jornalismo como um problema a ser resolvido pela criatividade das em-
presas de mídia e dos próprios jornalistas individuais, ao invés de incluir o engajamento
público nessa equação. Esse enquadramento da crise leva ao engano de que apenas a ino-
vação pode salvar o jornalismo (CREECH & NADLER, 2017).

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Creech e Nadler (2017) argumentam, ainda, que quando se considera que a inter-
net e as tecnologias digitais tiveram impacto na indústria da mídia, questões sobre a ino-
vação são sempre apresentadas como progressivas e a-históricas, além de sugerirem que
modelos implementados em grandes veículos de mídia, como o Buzzfeed, The Washing-
ton Post, The New York Times, podem ser aplicados a empresas menos conhecidas (CRE-
ECH & NADLER, 2017). Nielsen (2016), no entanto, chama a atenção para o fato de que,
embora algumas empresas como o Huffington Post - nos Estados Unidos - e o MediaPart
- na França - tenham encontrado modelos de negócio sustentáveis e até mesmo lucrativos,
a maioria das empresas não tem tido a mesma sorte.
O foco na inovação obscurece as condições estruturais, históricas e culturais que
exercem pressão sobre o jornalismo. Breese (2016) lembra que, pelo menos no contexto
americano, a crise do jornalismo é “perpétua”, já que é identificada em diferentes mo-
mentos da história. A crise, que é articulada com uma narrativa de declínio, leva a crer
que o futuro do jornalismo será pior do que no passado, embora essa preocupação não
seja novidade (BREESE, 2016). Um exemplo disso é a crise de confiança de acometeu a
imprensa americana no início do século XX, pós-Segunda Guerra, que mudou todo o
modelo padrão da atuação jornalística, tendo como principal exemplo a separação entre
informação e opinião e a crença na objetividade (SCHUDSON, 2010). Esse novo modelo,
pautado na objetividade profissional, legitimou o liberalismo corporativo na indústria, e
a noção de inovação mobilizada atualmente como saída para a crise do jornalismo atua
de forma semelhante (CREECH & NADLER, 2017). Ela é estimulada para atender as
demandas de mercado e não necessariamente para recuperar a credibilidade do jornalismo
no cenário contemporâneo.
Isso não significa que é preciso uma rejeição à inovação ou aos experimentos; no
entanto, é preciso buscar soluções para constituir um sistema de mídia robusto e que
atenda as demandas democráticas (CREECH & NADLER, 2017). A pergunta a se fazer,
segundo Creech e Nadler (2017) é a seguinte: “Qual o tipo de sistema de notícias que uma
democracia robusta precisa?”, e, a partir dela: “Como os potenciais da mídia digital po-
dem cumprir esse objetivo?”. Como verificada, a saída para os autores não está pautada
no mercado, mas sim no compromisso democrático assumido pelo jornalismo. É com
base nessas preocupações que o discurso sobre a inovação deveria repousar, mas o que se

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verifica é que elas foram negligenciadas pelas pesquisas que defendem a via da inovação
(CREECH & NADLER, 2017).
Uma terceira via de estudos observada dentro desse eixo de soluções para a crise
é o discurso do jornalismo empreendedor, que é vista como uma saída para veteranos que
perderam seus empregos e jovens profissionais que têm sofrido para encontrar emprego
ou têm se decepcionado com aqueles que encontram (SINGER, 2017).
O que os estudos internacionais já identificaram no que tange a crise do jornalismo
são suas causas. Elas tendem a variar de acordo com o contexto, mas o que se identifica,
de modo geral, é que os fatores econômicos e tecnológicos respondem pelas transforma-
ções mais recentes no cenário jornalístico e tangenciam os diversos cenários estudados,
em maior ou menor grau. Apesar de haver uma ampla literatura internacional se preocu-
pando com a questão das transformações – ou crise - do jornalismo, no Brasil o que temos
observado é que essa reflexão está mais presente em veículos de crítica de mídia – como
o Observatório da Imprensa (ALCIDES, 2015) –, e pouco investigada cientificamente
pela academia.
Em vez de debater as mudanças estruturais do jornalismo a partir deste novo ce-
nário, a maioria dos trabalhos se concentra em observar as potencialidades tecnológicas
oferecidas pela internet a partir da perspectiva de convergência e da inovação, pensando
mais na forma do que no conteúdo das produções jornalísticas (BERTOCCHI, 2017; ES-
SENFELDER, 2017; GRUSZYNSKI, LINDEMANN & SANSEVERINO, 2017; VEN-
TURA & ITO, 2017). Esses trabalhos consideram as mudanças ocasionadas pela internet,
mas parecem não se preocupar em problematizar as transformações estruturais pelas quais
passa o campo.
Quando abordada, a mudança é apresentada em termos tecnológicos, demons-
trando as transformações das redações, do processo de produção diferenciado, da adapta-
ção dos veículos tradicionais à “nova mídia”, ou então dos diferentes modos de consumo
das notícias online (BARSOTTI & AGUIAR, 2017), mas sem discutir as causas e conse-
quências dessa realidade, tanto para os profissionais quanto para a qualidade das noticias
produzidas. Os poucos trabalhos encontrados que se referem a essa questão são os que
tratam das mudanças no mundo do trabalho (SOUZA, 2017) e da precarização do jorna-
lismo (GROHMANN, 2012, 2016, 2017; FIGARO & NONATO, 2017). Para contribuir

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com essa lacuna, este trabalho se propõe a sistematizar os artigos publicados sobre a te-
mática nos principais periódicos da área do jornalismo no Brasil.
Pesquisar a produção científica de modo sistematizado é uma maneira de conhecer
o que se tem publicado sobre um determinado campo do conhecimento (MACIAS-CHA-
PULA, 1998). Uma das técnicas mais utilizadas para isso é a bibliometria, já que fornece
indicadores que servem tanto para realizar macroanálises, como a participação de um país
na produção global sobre determinado tema; quanto para microanálises (ARAÚJO, 2006;
FERREIRA; SILVA, 2019; OLIVEIRA, 2019), como, por exemplo, a investigação de
um campo da ciência mais específico – como é o caso proposto neste trabalho. Os resul-
tados são apresentados na sequência, após a explicação da abordagem metodológica.

3. Metodologia
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi feito um mapeamento dos artigos pu-
blicados em periódicos de Qualis A1, A2, B1, B2 e B3, da área da Comunicação e Infor-
mação, classificados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) sobre o contexto da atual crise do jornalismo no âmbito nacional. Inicialmente
precisou-se fazer um levantamento na Plataforma Sucupira, da CAPES, das revistas ci-
entíficas indexadas na área que publicam trabalhos voltados para o campo do jornalismo.
Assim, as revistas selecionadas foram: entre as A1 e A2 - Opinião Pública Famecos, In-
tercom, E-Compós, Galáxia, Em Questão, Comunicação, Mídia e Consumo, Matrizes;
dos estratos B1e B2 - Estudos em Jornalismo e Mídia (EJM), Brazilian Journalism Rese-
arch (BJR), Animus, Contracampo; Fronteiras, Intexto, Comunicação & Informação; Ob-
servatório; e B3- Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo (REBEJ).
Ao todo foram selecionados 17 periódicos e para a catalogação dos artigos foi
feita uma verificação detalhada de cada edição nos sites das revistas elencadas, totali-
zando 750 edições. Os artigos mapeados para este trabalho foram identificados mediante
o critério de utilização das seguintes palavras-chaves nos títulos, resumos e/ou palavras
chaves: jornalismo e/ou comunicação e/ou mídia e/ou imprensa e/ou profissionais relaci-
onado com crise e/ou transformação e/ou mudança. A partir deste levantamento foram
encontrados 53 artigos divididos nas 14 revistas que publicavam sobre a temática. Vale
ressaltar que nas outras três revistas observadas (Opinião pública – A1, Comunicação,

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Mídia e Consumo - A2 e Fronteiras - B1) não foram identificados trabalhos. Os links dos
trabalhos foram salvos numa planilha do Excel e posteriormente categorizados pela se-
gunda autora deste trabalho.
A metodologia utilizada neste trabalho é a quantitativa de análise de conteúdo
(KRIPPENDORFF, 1989), pois permite observar características gerais, oferecendo um
panorama e indicando padrões (CERVI, 2017). Para a coleta das informações dos artigos
foi desenvolvido um livro de codificação com 32 variáveis, que identifica várias caracte-
rísticas dos trabalhos, desde a autoria até assuntos específicos e metodologias aplicadas.
A partir da proposta deste paper, utiliza-se como método de pesquisa a análise de conte-
údo quantitativa, aplicada pelo viés da técnica bibliométrica (MACIAS-CHAPULA,
1998), considerando para este trabalho as seguintes variáveis: palavras-chaves, tipo de
estudo, objeto de estudo, tipo de método, técnicas de pesquisa, número de ferramentas,
contexto teórico e abrangência. Após conhecer o percurso metodológico da pesquisa,
parte-se para a apresentação dos resultados e análise dos dados.

4. Apresentação dos resultados empíricos


Partindo especificamente para análise dos dados serão apresentados, neste tópico,
os resultados do cenário de publicação dos periódicos nacionais sobre a temática estu-
dada. O gráfico 1 mostra a quantidade de artigos encontrados nas 14 revistas brasileiras
catalogadas. Percebe-se que dentre os periódicos selecionados a Brazilian Journalism Re-
search (BJR) é a revista que concentra o maior número de produção, com 15 artigos pu-
blicados sobre o assunto. Como era de se esperar, a BJR por ser uma revista voltada para
receber estudos mais específicos da área do jornalismo, teve uma maior concentração de
trabalhos relacionado à temática. A revista iniciou seus trabalhos em 2005, é editada pela
Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e tem como objetivo
incitar o debate entre os profissionais e acadêmicos da Comunicação, em especial, do
Jornalismo.

Gráfico 1. Revistas que publicaram sobre as transformações do jornalismo

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Fonte: Elaboração própria (2019)

Ainda, em relação ao gráfico 1, cabe destacar que as demais revistas com o nú-
mero mais elevado de publicações sobre a crise do jornalismo são a Famecos, com sete
artigos e a Intercom, com seis. Ambas as revistas possuem uma longa trajetória, como é
o caso da Famecos, que atua desde 1994 e já possui 69 edições; e a Intercom, que é editada
desde 1980 com 86 edições. Contudo, por serem revistas voltadas para trabalhos da Co-
municação em geral, é significativo o número de artigos que circularam em relação a
discussão sobre a transformação do jornalismo. No mais, as revistas Intexto, E-Compós,
e Estudos em Jornalismo e Mídia publicaram quatro artigos cada sobre o tema abordado.
Já nas revistas Galáxia e Animus foram encontrados apenas três trabalhos.
Os periódicos com menores números de publicação são a Contracampo, Em Ques-
tão, Observatório, Matrizes e Comunicação & Informação, com um artigo cada. Observa-
se, de modo geral, que a quantidade de trabalhos sobre a crise e jornalismo ainda é signi-
ficativamente pequeno comparado ao cenário de discussão no âmbito do mercado e da
academia.
O próximo gráfico aborda a distribuição temporal dos artigos. Conforme os dados,
percebe-se que a discussão, no Brasil, ainda é recente. Desde 2002, quando aparecem os

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trabalhos, de acordo com as revistas catalogadas, o ano que teve mais trabalhos publica-
dos foi em 2018. Os anos de 2009 e 2015 também apresentaram picos de publicação sobre
o tema, mas o que se constata é que a discussão ainda é muito recente e relativamente
pequena na literatura brasileira.

Gráfico 2. Distribuição temporal dos artigos


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Fonte: Elaboração própria (2019)

Como dito anteriormente, foram encontrados apenas 53 artigos nas referidas re-
vistas que faziam alguma referência às transformações e/ou crise do jornalismo. No en-
tanto, é necessário saber se essas produções se referem a reflexões acerca desse fenômeno
ou se o investiga na prática. Para isso, classificamos os tipos de estudo dos trabalhos, a
partir da consideração se eles tinham uma abordagem teórica ou empírica, conforme mos-
tra a tabela 1:
Tabela 1. Tipo de estudo dos trabalhos
Tipo de estudo Freq. %
Teórico 29 54,7
Empírico 24 45,3
Total 53 100,0
Fonte: Elaboração própria (2019)

Os dados indicam que a maioria dos artigos são de caráter teórico (54,7%), indi-
cando que os estudos sobre esse período de transformações do jornalismo, no Brasil, ainda

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estão mais limitados a discussões teóricas. Isso mostra a necessidade de se desenvolver


mais pesquisas empíricas sobre a temática, ou seja, que tenham objetos empíricos. Essa é
uma crítica feita também aos estudos internacionais. Para Siapera, Papadopoulou e Ar-
chontakis (2015), faltam trabalhos que analisem a forma como os próprios jornalistas
percebem a crise ou como atribuem qualquer significado a ela. A partir dos dados acima,
nota-se que a produção de pesquisas empíricas sobre as mudanças do jornalismo no Brasil
já existe, mas que ainda há uma grande lacuna a ser preenchida.
Outra característica observada nos artigos mapeados diz respeito aos objetos de es-
tudo dos trabalhos, conforme os dados que são apresentados na tabela a seguir.
Tabela 2. Objeto de estudo dos trabalhos
Objeto de estudo Freq. %
Televisão 2 3,7
Jornalismo impresso/revista 6 11,3
Rádio 2 3,7
Redação 7 13,2
Profissionais da área 7 13,2
Sem objeto (textos teóricos) 29 54,7
Total 53 100,0
Fonte: Elaboração própria (2019)

É possível observar que, dentre os trabalhos empíricos, a redação e os profissio-


nais da área foram os objetos mais pesquisados. Verifica-se que sete artigos tinham como
foco os “profissionais da área” (13,2%) e a “redação” (13,2%). O “impresso/revista” apa-
rece em segundo lugar (11,3%); e “televisão” (3,7%) e o “rádio” (3,7%) foram estudados
em apenas dois artigos. Nota-se que apesar de se ter identificado trabalhos empíricos, há
uma necessidade de se ter mais pesquisas envolvendo o jornalismo e crise na perspectiva
da análise de casos, atuação profissional e estudo dos suportes midiáticos.
A tabela 3, a seguir, mostra o tipo de método empregado nos 53 artigos analisados.
Conforme os dados, a maioria dos artigos apresenta como método de pesquisa o biblio-
gráfico, com 54,7%, já que a maioria se referia a estudos teóricos, como mostrado ante-
riormente. Acredita-se que como a temática estudada é nova na literatura brasileira, os
autores dos artigos utilizaram significativamente o levantamento bibliográfico para com-

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preender e explicar a área de pesquisa. Dentre os empíricos, 28,3 % dos trabalhos empre-
garam o método qualitativo, 16, 9% utilizam os métodos quantitativo e qualitativo e não
houve uso do método apenas quantitativo.

Tabela 3. Tipo de método empregado


Tipo de método Freq. %
Quantitativo 0 0
Qualitativo 15 28,3
Bibliográfico 29 54,7
Quanti/quali 9 16,9
Total 53 100,0
Fonte: Elaboração própria (2019)

A próxima tabela indica as técnicas de pesquisa predominante nos artigos mapea-


dos sobre a crise do jornalismo. Dentre os 53 artigos encontrados a não aplicação de téc-
nicas, com 29 trabalhos, numa percentagem de 54,7 % teve um resultado significativo,
devido a maioria dos artigos serem pesquisas de natureza teórica, o que representa a uti-
lização da técnica bibliográfica. Observa-se que em seguida a entrevista (11,3%) é uma
das técnicas que também ganha visibilidade nos trabalhos sobre a transformação do jor-
nalismo. Outra técnica de pesquisa bastante utilizada nos artigos é o grupo de discussão
(9,4%), com cinco trabalhos.
Tabela 4. Técnica de pesquisa predominante
Técnicas Freq. %
Análise de conteúdo 4 7,4
Análise do discurso 1 1,8
Entrevista 6 11,3
Questionário/Survey 1 1,8
Grupo focal 4 7,4
Grupo de discussão 5 9,4
Observação participante 3 5,6
Estudo de caso 4 7,4
Outra 1 1,8
Não se aplica (Bibliográficos) 29 54,7
Total 53 100,0
Fonte: Elaboração própria (2019)

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Nesse sentido, as técnicas menos utilizadas na produção dos artigos analisados


foram a observação participante (5,6%); a análise do discurso (1,8%); e o questioná-
rio/survey (1,8%). Constata- se que a quantidade significativa de artigos onde não houve
a aplicação de técnicas é explicada pela natureza do estudo.
O próximo dado se refere à abrangência dos trabalhos. Percebe-se que os estudos
sobre a crise do jornalismo ainda se concentram no contexto nacional, com 29 artigos
mapeados. As investigações no âmbito regional tiveram um quantitativo menor, com ape-
nas 9 artigos publicados sobre a área de estudo. Na variável “outra” foram classificados
15 trabalhos, que são estudos sem identificação no âmbito da localização e também algu-
mas pesquisas que fizeram análises comparadas de objetos nacionais e internacionais so-
bre as mudanças do jornalismo. Observa-se que mesmo tendo trabalhos em abrangência
nacional e regional, ainda são poucos os esforços científicos destinados a compreender
essa crise no contexto regional.

Gráfico 3. Abrangência do trabalho


35

30

25

20

15

10

0
Regional Nacional Outra

Fonte: Elaboração própria (2019)

Já na tabela 5, a seguir, referente ao marco teórico, mostra a “crise do jornalismo”


(35,8%) e “transformação do jornalismo” (35,8%) como os contextos teóricos que mais
foram discutidos nos 53 trabalhos mapeamentos. Nota-se que os autores selecionados
tratam sobre as mudanças no jornalismo no Brasil de maneira igualitária na perspectiva

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da “crise do jornalismo” e “transformação do jornalismo”. Constata-se que o marco teó-


rico da “atuação profissional” (15,2%) e “convergência” (13,2%) foram os menos trata-
dos nas discussões teórica dos trabalhos.

Tabela 5. Marco teórico do cenário em transformação


Marco teórico Freq. %
Crise do jornalismo 19 35,8
Transformação do jornalismo 19 35,8
Convergência 7 13,2
Atuação profissional 8 15,2
Total 53 100,0
Fonte: Elaboração própria (2019)

Por fim, apresentamos uma análise de similitude feita a partir das palavras-chaves
dos artigos. Esse tipo de análise se baseia nos grafos, segundo Camargo e Justo (2013), e
auxilia na identificação da estrutura de um corpus textual. A partir dela, conseguimos
observar a relação entre os termos, conforme mostra a figura 1.

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Figura 1. Relação entre as palavras-chaves dos artigos


Fonte: Elaboração própria (2019)

O grafo da análise de similitude indica uma interconexão entre as palavras jorna-


lismo e crise, mas que cada uma aponta para um conjunto distinto de outros termos. A
palavra-chave “crise” está relacionada com teoria, narrativa, tecnologia e convergência,
enquanto que “jornalismo” relaciona-se com um espectro maior de termos, como profis-
sional, convergência, digital, mudanças e internet. O que podemos constatar neste grafo
é que trabalhos que trazem como palavra-chave a “crise” dificilmente contém também a
palavra “profissional” ou “jornalista”. O “jornalismo” possui uma ramificação bem maior
do que a “crise”, o que demonstra que quando se trata de falar sobre as transformações
do jornalismo de modo empírico, poucas vezes se associa com a perspectiva da crise. Por
outro lado, a crise se relaciona mais com os estudos teóricos.

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Os resultados deste trabalho, ainda em andamento, mostrou que se tem poucas inves-
tigações publicadas acerca da crise do jornalismo. Os trabalhos que existem são majori-
tariamente teóricos e, entre os empíricos, a metodologia mais utilizada é a qualitativa. Os
principais achados deste trabalho são discutidos a seguir, nas conclusões.

5. Conclusão
Este trabalho teve como objetivo analisar as pesquisas publicadas no Brasil que dis-
cutem o período de transformação pelo qual passa o jornalismo. Para isso foi realizada
uma pesquisa nos principais periódicos na área da Comunicação e Informação que publi-
cam sobre jornalismo no Brasil. Ao todo foram analisadas 17 revistas, dentre as quais
apenas 14 apresentaram textos publicados sobre a temática investigada. O total de artigos
encontrados foi de 53.
A partir da sistematização dos dados, pudemos constatar que a maior parte dos artigos
sobre a temática foram encontrados na revista Brazilian Journalism Research (BJR). A
maioria dos trabalhos são de caráter teóricos, com 54,7%, mostrando que os estudos sobre
o período de transformações do jornalismo, no Brasil, ainda se concentra nas discussões
teóricas, numa abrangência nacional. Os resultados indicam que a discussão sobre a crise
do jornalismo, no Brasil ainda é recente, no cenário de produção pequena e majoritaria-
mente teórica.
O que fica evidente é que os estudos sobre a crise do jornalismo, no Brasil, ainda são
incipientes. No que tange ao tipo de estudo dos trabalhos, a maioria ainda está voltada
para discussões teóricas, evidenciando a falta de trabalho empíricos sobre os jornais e os
jornalistas. Além do mais, as temáticas regionais ainda aparecem de modo tímido, o que
mostra uma lacuna nas produções acadêmicas aqui analisadas.
De modo geral, espera-se que este trabalho contribua com as discussões sobre a crise
pela qual o jornalismo passa, pela perspectiva da literatura brasileira. O próximo passo
deste trabalho consiste em realizar uma análise qualitativa do material aqui apresentado,
a fim de verificar, de modo mais detalhado, sobre o que tratam e como tratam da crise.

Referências

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