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Aula 3: Complicações cirúrgicas na mandíbula-Deslocamento de dentes, danos

neurais(parestesia), fraturas de mandíbula, coronectomia e alveolite.

Deslocamento de dentes

Nesse caso o implante foi deslocado para a região submandibular pela curvatura da fóvea submandibular
(destaque) ser muito grande e o implante não ter seguido a anatomia da mandíbula para ser fixado.
Complicações

A tomografia apesar de não ser a


indicada nesse caso, nos mostra uma
rarefação óssea na face lingual que
corrobora a hipótese de uma deiscência
da cortical lingual.

O implante foi removido sob anestesia


geral em um acesso extraoral
submandibular.
Danos neurais (parestesia)

Danos ao NAI, relação de proximidade com raízes de molares e pré-molares. Risco de danos: neuropraxia
(compressão), axonotmese (esmagamento) e neurotmese (rompimento). > NERVO SENSITIVO

Fratura de mandíbula
Vestibular |lado direito
Os segmentos foram reduzidos,
osteosíntese realizada com a fixação de
placas de Ti e realizado o bloqueio
maxilomandibular com braquetes
ortodônticos.

Não se fixa parafusos nos traços de fratura! Por isso há espaços vazios na placa de Ti.
Coronectomia

Principal indicação: Manutenção das raízes dentárias quando estas estiverem em íntimo contato com o NAI
(dentes inclusos) e risco aumentado de fratura mandibular quando da remoção completa do dente.
– Não há necessidade de qualquer tratamento para o tecido pulpar remanescente
– A taxa de infecção pós operatória e de alveolite NÃO SÃO > CONVENCIONAL.

Podem ocorrer migrações dos remanescentes radiculares em direção superficial, sobretudo nos primeiros 3 a
6 meses. Em alguns casos, uma remoção deste remanescente pode ser necessária, porém de forma muito
mais tranquila e com risco bem menor de lesão do NAI.

Complicações

Lesão do NAI – 0,5%-8%


1% PERMANENTE
Alveolite

Retardo na CICATRIZAÇÃO, porém NÃO ASSOCIADO Á INFECÇÃO.

Características:

• Dor moderada a intensa (analgésicos não são eficazes, nem mesmo os opioides) | sem sinais de
infecção
• Inicia-se após terceiro/quarto dia após a exodontia (fase em que a manutenção do coágulo é mais
importante, nesse momento pode ocorrer a perda do mesmo)
• Quase 100% | após exo de molares inferiores (especialmente terceiros)
• Osso exposto é sensível = dor (não tem o coágulo para proteger as fibras nervosas AΔ, ocasionando
dor intensa por troca de temperatura ou pressão, o simples fato de o paciente abrir a boca já causa
dor).
• Incomum= 2% dos casos | terceiros molares inferiores=20%

Tratamento:

• Simples/ sintomático (dor) : exclusivo para curar a dor!


• Irrigação (ajudar o sistema imune a limpar) | alvéolo não deverá ser curetado (não remover o tecido
de granulação formado no processo de reparação e expor terminações nervosas que estavam
recobertas).
• Gaze com medicação | curativo Vaselina sólida + anestésico
Tópico + eugenol 1:12 gotas
Manipulação do curativo:

A VASELINA serve como um veículo para dar corpo à solução.


O EUGENOL é um álcool, que como dito no módulo de anestesiologia (revisar!!) é um agente neurolítico,
levando à lise (degradação) de terminações nervosas (podendo ser tóxico aos tecidos).
O ANESTÉSICO TÓPICO (ESTER) benzocaína, bloqueia os canais de sódio e impede a deflagração do impulso
aferente que vai ser interpretado como dor> anestesiar as terminações nervosas.

Adaptação da gaze embebida no fundo do alvéolo, o paciente nesse momento sentirá um desconforto
muito grande por tocar as terminações nervosas até a solução fazer o efeito esperado (10 min).
O paciente deve ser orientado a voltar no consultório quando o curativo para de fazer efeito até completar
o processo de cicatrização no alvéolo. Curativos feitos com esponja de colágeno são mais eficazes
(hemospon).

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