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Fundamentos de CTBMF

Técnicas anestésicas em mandíbula


Materiais e instrumentais
Seringa

Agulha gengival: tem-se calibre (espessuras; existem agulhas mais grossas e mais
finas/flexíveis; todas as agulhas têm sua unidade de medida, 25G, 27G, 30G) variadas;
podem ser curtas, longas (escolhe a agulha apropriada para a técnica anestésica, área que
vai trabalhar e o paciente).

Em roxo: Bisel (a agulha não é


reta, é inclinada para entrar no
tecido com menos desconforto;
pode acontecer do bisel
deformar, dificultando a
infiltração; fica voltado para o
osso)
Em azul escuro: Haste
Em rosa: Calota
Em azul claro: Extremidade
que penetra no tubete
Um dos acidentes que podem acontecer é fraturar a agulha durante a anestesia, uma forma
de evitar isso é não dobrar a agulha pois isso a fragiliza, aumentando o risco de fratura.
O ponto mais fraco da agulha é o ponto que a haste encontra a calota (onde ocorre mais
fraturas).
Tubete: Pode ser de vidro ou plástico; volume de 1,8L; informações como validade,
tipo de anestésico; a região de diafragma de látex/borracha é perfurada pela anestesia.

Ao montar a carpule (colocar a agulha e tubete), esse tubete não pode ser usado pois já
foi perfurado, ocorrendo contaminação (pode fazer com que algum microrganismo entre).
Técnica anestésica
Pode-se fazer o bloqueio do nervo (ex: infraorbitário, maxilar, alveolar superior anterior;
área de abrangência maior).
Pode-se fazer infiltração local que é mais restrita em uma área (só quer dar conforto
naquela área especifica onde vai manipular).
Pode-se fazer um bloqueio de campo que tem uma área maior, mas não é como um
bloqueio de nervo.
Quando o paciente relata choque durante a anestesia, muito provavelmente a agulha
encostou ou chegou muito próxima ao nervo.
A técnica supraperiosteal funciona melhor na maxila pois o osso é esponjoso, sendo mais
fácil do anestésico se difundir e a cortical é mais fina, diferentemente da mandíbula que
a cortical é mais espessa, então o anestésico não consegue se difundir, por isso que, na
mandíbula é preciso fazer o bloqueio do nervo, para que o anestésico chegue próximo do
nervo sem ter que atravessar a barreira do osso.
O Nervo Mandibular se ramifica em alguns nervos como: Nervo Alveolar Inferior (vai
para toda hemiarcada da mandíbula, não inerva mucosa/gengiva lingual; tem
ramificações como o Nervo Mentoniano e o Nervo Incisivo), Nervo Lingual (mucosa da
lingual, língua, soalho da boca; quando há necessidade de manipular a lingual), Nervo
Bucal.
Técnicas anestésicas mandibulares
Bloqueio do Nervo Bucal
Indicação: Nos casos de manipulação envolvendo os tecidos moles vestibulares na área
de molares inferiores.
Se vai fazer uma exodontia de canino inferior por exemplo, não há necessidade de
anestesiar o N. Bucal pois ele não chega a inervar dentes anteriores
Área de introdução: Sobre o corpo da mandíbula próximo a área do último molar
(normalmente na distal do 2º); mucosa vestibular, distal ao último molar.
Encosta no osso, recua 1mm. É necessário recuar para que o anestésico não seja
depositado abaixo do periósteo, caso isso ocorra, há um descolamento do periósteo.
Área alvo: N. bucal no ponto em que passa sobre a borda anterior do ramo.
Bisel voltado para o osso: 0,3mL; coloca pouco anestésico pois é uma área pequena.
Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior e Lingual
É o principal bloqueio; maior taxa de insucesso; o objetivo é atingir o nervo antes dele
entrar no canal mandibular.
Tem-se como referência o plano oclusal (em pacientes edêntulos, isso seria uma
dificuldade), em média 1cm acima do plano oclusal (referência em altura). A carpule
encosta na comissura labial do outro lado, na área de pré-molares.
Área alvo: Entre a rafe pterigopalatino e o ramo da mandíbula.
Uma das complicações é o bloqueio do nervo facial.
Áreas anestesiadas: Dentes inferiores até a linha média, corpo da mandíbula, porção
inferior do ramo, mucoperiósteo vestibular, mucosa anterior ao 1º molar inferior (nervo
mentoniano), 2/3 anteriores da língua e assoalho oral (nervo lingual), tecidos moles e
periósteo lingual (nervo lingual)
Usa agulha longa pois se fosse usar uma agulha curta, teria que entrar com toda a agulha;
Aspiração positiva: 10% a 15% (entra sangue no tubete; é considerada alta pois dentro
do canal mandibular passa a veia e artéria alveolar inferior; caso pegue em uma
artéria/veia, recua a agulha e reposiciona);
Injetar 1,8mL aproximadamente. Injeta de forma lenta.
Nervos anestesiados: N. alveolar inferior, N. incisivo, N. Mentoniano, N. Lingual
(comumente; passa ao lado do nervo alveolar inferior, então o lingual acaba recebendo
anestésico).
Quem recebe o anestésico primeiro são os molares
Bloqueio do N. Mentoniano
Áreas anestesiadas: Mucosa anterior ao forame mentoniano até a linha média, pele do
lábio inferior e mento; não dá anestesia para dente!

Tem que localizar o forame.


Indicações: Quando houver necessidade de anestesia dos tecidos moles anteriores ao
forame.
Área de introdução: Prega mucovestibular na área do forame; direciona próximo a área
de fundo de vestíbulo.
Infiltrar 0,6mL
Aspiração positiva: 5,7%
Um exemplo, se o paciente precisa de uma anestesia no Canino inferior, uma outra técnica
indicada é o bloqueio do n. mentoniano que pegue também o nervo incisivo.
Não precisa entrar no forame mentoniano pois pode aumentar o risco de alguma lesão ao
nervo.
Bloqueio do Nervo Incisivo
Polpa de pré-molares (pode ser que já não tenha tanto efeito), canino e incisivos;
Aspiração positiva: 5,7%
Área de introdução: prega mucovestibular na área do forame.
Infiltrar: 0,6mL
Técnicas de anestesia do N. Mandibular
Técnica de Vazirani-Akinosi (boca fechada)
Áreas anestesiadas: As mesmas da técnica de bloqueio do NAI + Lingual
Nervos anestesiados: N. Alveolar Inferior, N. Incisivo, N. Mentoniano, N. Lingual,
Milo-hioideo.
Indicações: Abertura bucal limitada, as indicações de bloqueio do NAI.
Taxa de aspiração: <10%
Área de introdução: Tecidos moles sobre a borda medial do ramo da mandíbula,
adjacente à tuberosidade maxilar, na altura da junção muco gengival correspondente ao
3º molar superior.
Usa em média 1 tubete.

Técnica de Gow Gates


Nervos anestesiados: NAI, Incisivo, Mentoniano, Lingual, Milo-hioideo,
Auriculotemporal, Bucal (75% dos casos).
A agulha passa ao lado do 2º molar superior, toca levemente no osso (côndilo).
Usa-se uma agulha longa
Área alvo: Face lateral do colo condilar, abaixo da inserção do músculo pterigoideo
lateral.
Pontos de referência: Extraorais tem-se o tragus e o ângulo da boca; Intra-oral: 2º molar
superior.

Encosta no osso, recua 1mm e faz a infiltração; Não infiltra se não tocou em osso.

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